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A morte e a
morte de
Quincas Berro
D´Água
Jorge Amado
I-RESUMO BIOGRÁFICO:
II-OBRA:
Romance
O País do Carnaval (1931); Cacau (1933); Suor (1934); Jubiabá (1935); Mar Morto
(1936); Capitães da Areia (1937); Terras do Sem Fim (1943); São Jorge do Ilhéus (1944);
Seara Vermelha (1946); Os Subterrâneos da Liberdade (1954); Gabriela Cravo e Canela
(1958); Os Pastores da Noite (1964); "As Mortes e o Triunfo de Rosalinda" in Os Dez
Mandamentos (1965); Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966); Tenda dos Milagres (1970);
Teresa Batista Cansada de Guerra (1972); Tieta do Agreste (1977); Farda, Fardão e
Camisola (1979); O menino Grapiúna (1982); Tocaia Grande -A Face Obscura (1984); O
Sumiço da Santa (1988); A Descoberta da América pelo Turcos (1994).
Novela
Os Velhos Marinheiros: A Morte e a Morte de Quincas Berro D'água, A Completa Verdade
Sobre as Discutidas Aventuras do Comandante Vasco Moscoso de Aragão, Capitão-de-
Longo-Curso (1961); O Compadre de Ogun (1995).
Teatro
O Amor de Castro Alves (1947) reeditado como O Amor do Soldado.
Poesia
A Estrada do Mar (1938).
Outras
ABC de Castro Alves (1941); O Cavaleiro da Esperança (1942); O Mundo da Paz (1951); O
Gato Malhado e Andorinha Sinhá (1976); O Milagre dos Pássaros (1997).
Guia
Bahia de Todos os Santos (1945) (guia da cidade de Salvador).
1-INTRODUÇÃO:
2. ENREDO COMENTADO
A novela, dividida em 12 capítulos, retrata a morte do rei dos malandros Quincas Berro
Dágua e toda a magia do ambiente baiano que circunda as histórias fantásticas dos cantadores de
feira, do povo humilde que se utiliza da oralidade, da notícia que ainda se leva de boca em boca.
No primeiro capítulo, o narrador nos antecipa os mistérios e as lacunas que permaneceram sem
explicação na morte de Quincas Berro Dágua. Também ficamos sabendo que Quincas já teria outra morte, o que
aconteceu quando abandonou a família para viver de malandragem. A filha e o genro anteciparam para a
próxima geração que o avô Joaquim, homem respeitável, já havia falecido. Então, Joaquim, ao se transformar em
Quincas, teria a sua primeira morte, ao se desligar da família. Se a morte não foi física, pelo menos foi moral.
Quincas era uma vergonha para a família. Ficamos sabendo também que de fato o personagem seria um
recordista de morte, somando ao todo pelo menos três. E o narrador nos adverte: "Não sei se esse mistério da
morte ( ou das sucessivas mortes) de Quincas Berro Dágua pode ser completamente decifrado. Mas eu o tentarei,
como ele próprio aconselhava, pois o importante é tentar, mesmo o impossível."
Talvez a frase derradeira possa ser a que abre a obra: "Cada qual cuide de seu enterro, impossível não
há”.(frase derradeira de Quincas Berro D’água segundo Quitéria que estava ao seu lado.)
3 - PERSONAGENS:
Quincas Berro D’água âantes era o respeitável Joaquim Soares da Cunha, exemplar funcionário
público; depois de aposentar-se tornou Quincas Berro D’água, cachaceiro, debochado e jogador por
dez anos; a alcunha Berro D’água deu-se ao beber um gole de cachaça e gritar por água;
Vanda â “a filha envergonhada”; religiosa;
Leonardo Barreto â humilhado genro de Quincas;
Tia Marocas â gordíssima; “Saco de peidos”.
Tio Eduardo â irmão de Joaquim; deixa o velório e dá dinheiro aos amigos de Quincas.
Quitéria do Olho Arregalado â prostituta que mantinha relações com Quincas (Berrito);
Curió, Negro Pastinha, Cabo Martim e Pé-de-Vento â amigos íntimos de Quincas; beberam e fumaram
no velório; levaram Quincas para passear na velha Salvador; depois foram para o veleiro onde Quincas
em meio a uma tempestade atirou-se no mar.
4-TEMPO:
5-ESPAÇO:
6-NARRADOR:
3º pessoa – onisciente.
A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água é uma das melhores narrativas publicadas por
Jorge Amado. Veio a lume em 1958 e conquistou desde logo a admiração de quantos dela se
aproximaram. Nitidamente imbricada no Realismo Mágico, mistura sonho e realidade; loucura e
racionalidade; amor e desamor; ternura e rancor, de forma envolvente e instigante: Joaquim Soares
da Cunha foi funcionário público, pai e marido exemplar até o dia em que se aposentou do serviço público. A
partir daí, jogou tudo para o alto: família, respeitabilidade, conhecidos, amigos, tradição. Caiu na malandragem,
no alcoolismo, na jogatina. Trocou a vida familiar pela convivência com as prostitutas, os bêbados, os
marinheiros, os jogadores e pequenos meliantes e contraventores da ralé de Salvador. Sua sede era saciada com
cachaça e seu descanso era no ombro acolhedor da prostituta. Fez-se respeitado e admirado entre seus novos
companheiros de infortúnio: era o paizinho, sábio e conselheiro, sempre disposto a mais uma farra ou bebedeira.
Sua opção pela bandalha representa o grito terrível do homem dominado e cerceado por preconceitos de
toda sorte e que um dia rompe as amarras e grita por liberdade. Morreu solitariamente sobre uma enxerga
imunda e sua morte detonou todo o processo de reconhecimento/desconhecimento por parte da família real e da
família adotada. Os amigos durante o velório se embriagam e resolvem, bêbados, levar o defunto para um último
"giro" pelo baixo-mundo que habitavam. O passeio passa pelos bordéis e botecos, terminando em um saveiro,
onde há comida e mulheres. Vem uma tempestade e o corpo de Quincas cai ao mar.
Ao renunciar à família, mudar de ambiente e de costumes, Quincas morreu pela primeira vez; na
solidão de seu quartinho imundo, envolvido por farrapos e curtindo a última bebedeira, morreu pela segunda
vez; ao cair ao mar, não deixando qualquer testemunho físico de sua passagem pela vida, morreu pela terceira
vez. A narrativa poderia chamar-se A morte e a morte e a morte de Quincas Berro D'Água, acrescentando-se
uma morte ao protagonista, que ficaria bem de acordo com a progressão da trama.
09. A cena representa no texto permite inferir que 14. Sobre a obra em questão, é CORRETO afirmar
Quincas tem com a família uma relação de: que:
a) Não são reais nem aceitáveis, quer se considere Quais são corretas?
a narrativa histórica ou a literária.
b) Trata-se de uma narrativa que tende para o a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
irreal, característica do realismo mágico.
c) Apenas I e III.
c) São reais e inquestionáveis, quer se considere a d) Apenas II e III.
narrativa literária ou histórica. e) I, II e III.
d) São reais, do ponto de vista histórico, mas
irreais do ponto de vista literária.
e) Trata-se de uma narrativa que tende para o
fantástico, característica do realismo científico.
a) antítese
b) pleonasmo
c) onomatopéia
d) metáfora
e) prosopopéia
7 Literatura – Prof. Jorge Alberto