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Desafio “Aromaterapia para todos”

Dia 1 - Introdução à aromaterapia

Verónica Paiva – Bióloga especializada em Cosmética Natural


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Olá

Benvindo a este desafio!

Hoje vamos começar com a história da Aromaterapia

Podes aceder a um pequeno vídeo aqui https://vimeo.com/681937897/1d15a785f4

A utilização de produtos aromáticos na terapêutica tem um longo passado e


acompanhou o homem em toda a sua evolução. As formas mais antigas da sua utilização
consistiam na queima de plantas aromáticas, acompanhadas de rituais e práticas
religiosas que contribuíam para a cura de inúmeras doenças. Pensa-se que a utilização
de produtos aromáticos seja anterior à sua utilização no Antigo Egipto e há referências
das suas primeiras utilizações consistirem numa mistura entre gorduras vegetais e
plantas aromáticas que correspondiam às primeiras “pomadas neolíticas” e que quando
friccionadas no corpo aliviam as dores e proporcionavam momentos agradáveis. Muitas
pesquisas arqueológicas na Índia, Egipto e Afeganistão demonstram a utilização de
produtos aromáticos desde 3000 a.C..

No Antigo Egipto, utilizava-se em diversos tratamentos plantas aromáticas. Um formula


muito conhecida, o kyphi, consistia numa mistura de dezasseis ingredientes aromáticos,
que apesar de a sua constituição não ser conhecida na sua totalidade, continha mirra,
zimbro, nardo, incesso, açafrão e canela. A sua utilização era muito generalizada, sendo
que a queima destas plantas era usada nos templos e habitações. Também os gregos e
romanos, utilizavam uma variante de kyphi como perfume e medicamento, havendo
referências de que as substâncias aromáticas tinham a capacidade de diminuir a
ansiedade, permitindo um sono repousante.

Existem inúmeras evidências da utilização de óleos essenciais no passado, como por


exemplo no túmulo de Tutankamon encontrou-se resíduos de nardo e de mirra. Outras
referências são a utilização de pétalas de rosa para criar ambientes afrodisíacos que a
rainha Cleópatra usava. Também nos embalsamentos se recorria a produtos aromáticos
através de óleo-resinas aromáticas com poder antisséptico.

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A medicina Ayurveda, medicina indiana mais antiga, também emprega desde a
antiguidade (mantendo-se ainda nos dias de hoje) óleos aromatizados com plantas tais
como canela, mirra, gengibre, coentro, nardo e sândalo.

Também nos templos Chineses se utiliza aromaterapia, desde cedo, havendo referência
que datam a 2697 a. C. com registos no Livro Chinês de Medicina Interna do Imperador
Amarelo.
Na Grécia Antiga, no século VII a. C. Antenas era um centro mercantil onde se
comercializavam produtos aromáticos que eram macerados em óleos e pomadas e
comercializados como produtos muito valiosos. Hipócrates (460-377 a.C.), o pai da
medicina, fez inúmeras referências à utilização de produtos aromáticos em problemas
femininos e em massagens para diversos problemas articulares.
Teofrasto, um importante filósofo grego, escreveu um tratado sobre aromas onde
referiu diferentes efeitos de aromas no pensamento e saúde.
Roma foi considerada a capital do banho, composta por diversos balneários
perfumados, onde os utilizadores, banhados com óleos vegetais aromatizados com
plantas usufruíam das propriedades da aromaterapia.

A aromaterapia deu um grande salto no desenvolvimento com os árabes que


desenvolveram a técnica de destilação e foi desde aí que se propagou o uso dos óleos
essenciais pelo Oriente, Ocidente e Europa. Foi Avicena (980-1037), um filósofo e
médico do Uzbequistão, quem realizou a primeira destilação clássica pelo vapor de
água. Recomendava a utilização de óleos essenciais para preparar o corpo para o
exercício, para aumentar ou diminuir o peso corporal e para dar tonicidade ao corpo.
Referia ainda que estas aplicações eram particularmente importantes em idosos e
crianças.

No século XII, os Cruzados medievais trazem para a Europa os óleos essenciais, que
chamavam “perfumes das arábias”. Nos finais desse século houve um aumento na
produção e cultivo de plantas aromáticas para a obtenção de óleos essenciais.

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No século XVI, com a invenção da impressa, houve um grande desenvolvimento da
aromaterapia, principalmente na Alemanha. Hieronymus Braunschweig, era médico e
escrevia diversos livros sobre destilação e cirurgia, onde indicava o emprego de óleos
essenciais, tais como a alfazema, o alecrim, a canela, o cardamomo, o cravinho e a mirra.

Nos séculos XVII e XVIII, os óleos essenciais foram utilizados para combater a peste,
principalmente através de um medicamento chamado de o “vinagre dos quatro ladrões”
que era composto por absinto, alecrim, alfazema, alho, canela, cânfora, cravinho,
hortelã, noz moscada, macerados em vinagre vermelho. Este medicamento era
massajado no corpo e evitava a contaminação pelas pestes. Os hospitais também
utilizavam óleos essenciais com o objetivo de obterem uma ação antisséptica, através
da queima de alecrim, alfazema, cidreira e tomilho.

As grandes casas de campo na Europa, nos séculos XVIII, tinham as suas próprias
destilarias e uma pessoa responsável pela obtenção dos óleos essenciais e águas
aromáticas, através das plantas que eram cultivadas nessas propriedades. Estes
produtos aromáticos eram usados como perfumes, em produtos de higiene,
medicamentos e também para aromatizar a comida.

A “maleta médica” existente no século XIX, consistia num conjunto de medicamentos


padrão, onde estavam incluídos os óleos essenciais. Há referências de que nas zonas
onde se cultivavam plantas aromáticas, havia menos incidência de tuberculose e de
doenças respiratórias.

O termo aromaterapia surge pela primeira vez no século XX, com o químico francês
René-Maurice Gattefossé que escreveu um livro sobre Aromaterapia. Gattefossé é
então considerado como o pai da Aromaterapia e dedicou a sua vida ao estudo desta
temática. O seu interesse pela utilização de composto aromáticos com fins terapêuticos
surgiu porque se queimou numa das suas experiências e ao tentar arrefecer a
queimadura da mão, só tinha ao seu alcance uma tina com óleo essencial de alfazema,
onde mergulhou a mão. Verificou que ao longo do tempo a sua pele recuperava com

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maior rapidez do que em outras queimaduras e que praticamente não ficava com
cicatrizes. Este químico passou a estudar a aplicação de alfazema e de outros óleos
essenciais em soldados internados nos hospitais militares.

O Dr. Jean Valnet, cirurgião do exército e influenciado pelo trabalho do químico, utilizou
óleos essenciais durante a Segunda Guerra Mundial no tratamento de feridas e
queimaduras dos soldados. As plantas utilizadas foram o tomilho, limão, camomila e
cravo, tendo obtido excelentes resultados nos seus tratamentos. Posteriormente fez
também estudos da aplicação de óleos essenciais em tratamentos psicológicos.

Foram muitos os que se seguiram, inspirados pelos trabalhos dos seus antecessores, são
nomes importantes na história recente da aromaterapia, a enfermeira Marguerite
Maury e o Professor Paolo Rovesti.

O primeiro livro em inglês com esta temática, (A Arte da Aromaterapia) foi escrito pelo
massagista Robert B. Tisserand em 1977. Este livro tem sido referido como uma obra de
referência de onde surgiram posteriormente outros trabalhos.

Pode-se considerar que René-Maurice Gattefossé, Jean Vanet, Marguerite Maury,


Robert Tisserand, Christian Durrafourd, Jean-Claude Laraz e Dominique Baudoux são os
mais importantes protagonistas contemporâneos do renascimento da aromaterapia no
mundo ocidental.

Existem duas escolas de aromaterapia, a Francesa e a Americana.

A Escola Francesa seguida na Europa latina, baseia-se nos trabalhos de Gatefossé, de


Valnet, de Christian Durrafourd, de Jean-Claude Lapraz e de Dominique Baudoux. O
emprego dos óleos essenciais consiste na sua inalação, por via externa (massagem) e
por via interna. É uma escola apoiada pela Association Française d’Aromathérapies e
pela Association Française d’endobiogénie et medicine.

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A Escola Americana baseada nas indicações de Marguerite Maury e de Robert Tisserand,
baseia-se na utilização de óleos essenciais por inalação e na massagem através da
diluição em óleos vegetais. As associações desta corrente são a The National Association
for Holistic Aromatherapy e a Alliance of International Aromatherapists. Há ainda a
destacar a Canadian Federation os Aromatherapiests e a International Federation of
Aromatherapists.

Espero que tenhas gostado desta introdução à aromaterapia, como primeiro desafio,
deixo-te a reflexão sobre qual será a escola com qual te identificas mais e se será que
consegues saber qual a corrente que eu sigo?

Podes partilhar no grupo do whatsapp para debatermos juntos.

Caso não tenhas aderido ainda ao grupo do whatsapp podes fazer através deste link
https://chat.whatsapp.com/GACfO9xKpDeBOQb0Yf9oHR

Para hoje tenho também para oferecer 1 óleo essencial de tea tree, para te habilitares
basta comentares no post de hoje sobre o 1º dia do desafio. O vencedor será sorteado
na manhã de terça-feira e anunciado nos stories https://www.instagram.com/bio_vo/

Se partilhares algo sobre o dia de hoje nas tuas redes sociais não te esqueças de nos
identificar.

Obrigada

Verónica

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