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DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PROTEÇÃO E CONTROLE

NA ELETROBRAS ELETROSUL

Mateus Alexandrino(*) Gérson Vieira Martinez Gustavo Vieira Pereira


ELETROBRAS ELETROSUL ELETROBRAS ELETROSUL ELETROBRAS ELETROSUL

Jorge Luiz Gomes de Albuquerque Pablo Humeres Flores


ELETROBRAS ELETROSUL ELETROBRAS ELETROSUL

RESUMO

Visando uniformizar as soluções de projeto para os sistemas de proteção e controle de linhas de


transmissão, transformadores, reatores e banco de capacitores nos empreendimentos da Eletrobras
Eletrosul, a área de engenharia de projetos iniciou em 2015 ações para definir diretrizes para o
balizamento de suas atividades de análise de projetos, buscando alcançar uma única referência para as
questões básicas de um projeto: como operar, controlar e proteger o ativo de transmissão. Este trabalho
apresenta as etapas, as dificuldades e os resultados obtidos no processo de definição das diretrizes para
projetos de proteção e controle na Eletrobras Eletrosul.

PALAVRAS-CHAVE

Diretrizes para projetos, projeto de proteção, projeto de controle, engenharia de projetos, sistemas de
transmissão

1.0 - INTRODUÇÃO

A evolução tecnológica dos sistemas de supervisão, proteção e controle para o mundo digital
especialmente na aplicação da norma IEC-61850, permitiu grande flexibilidade na aplicação de soluções,
aproveitando conceitos consolidados e, ao mesmo tempo, agregando novos recursos. A montagem de
lógicas virtuais, aquisição de informações, via comunicação vertical (mms/iccp) e horizontal (goose),
permite aplicar soluções que anteriormente seriam construtivamente complexas e de alto custo.

O uso de diversos modelos de IEDs (Intelligent Eletronic Devices) dos mais variados fabricantes, as
múltiplas soluções tecnológicas aplicadas em subestações legadas e as várias filosofias de proteção e
controle aplicadas ao longo de décadas, todos em consonância com a experiência profissional de
inúmeros colaboradores nas etapas de concepção, projeto, testes e energização, tornaram presentes nas
subestações da Eletrobras Eletrosul muitas soluções diferentes para as mesmas questões: como operar?
Como controlar? Como proteger o ativo de transmissão?

Especialmente para as áreas de projeto, o desafio é consolidar requisitos que garantam soluções de
custo x benefício para o ciclo útil dos sistemas: implantação/ampliações, manutenção e operação. Assim,
visando uniformizar as soluções de projeto para os sistemas de proteção e controle de linhas de
transmissão, transformadores, reatores e banco de capacitores nos empreendimentos da Eletrobras
Eletrosul, a área de engenharia de projetos iniciou em 2015 ações para definir diretrizes para o
balizamento de suas atividades de análise de projetos, determinando e escrevendo aquelas que serão
suas premissas básicas para todos os projetos de proteção e controle dos sistemas de transmissão.

O escopo de projeto de sistemas de proteção e controle é muito amplo, englobando desde a


determinação de componentes e características mecânicas e elétricas dos equipamentos e/ou fiação, até
o desenvolvimento e teste de lógicas de controle/proteção, comunicação e desempenho. Dentro de cada
parte do projeto, inúmeros itens necessitam de definições sobre seu uso e aplicação por parte do
projetista, tornado o universo das diretrizes para um projeto de proteção e controle extremamente amplo e
sujeito a atualizações constantes em função do avanço tecnológico e identificação de situações não
previstas nos projetos já em funcionamento.

(*) Rua Deputado Antônio Edu Vieira, n˚ 999 – CEP 88.040-901 Florianópolis, SC – Brasil
Tel: (+55 48) 3953-8158 – Email: mateus.alexandrino@eletrosul.gov.br
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O trabalho apresenta as diferentes etapas no desenvolvimento desta padronização, assim como seus
desafios: como integrar soluções de projeto legado, desenvolvidas com filosofias diversas, com uma única
e definitiva proposta? Como adequar soluções tecnologicamente diferentes no tempo? Como manter
soluções dentro de uma política “ever green”? Como garantir que a solução não dependa das
preferencias pessoais do projetista? Como gerar diretrizes que possam manter perenidade e não percam
validade de acordo com a tecnologia aplicada.

2.0 - EXPANSÃO DO SISTEMA ELETROSUL E IDENTIFICAÇÃO DE DIVERGÊNCIAS DE PROJETOS

A Eletrosul, empresa pública de transmissão e geração de energia elétrica criada em 1968, possuía, ao
final de 2010, diversos empreendimentos de geração em construção, cerca de 70 subestações, 11 mil km
em linhas de transmissão, 23 mil MVA em unidades transformadoras disponíveis para o sistema elétrico
brasileiro. Ao final de 2015 o número de subestações próprias ou com bays instalados havia aumentado
para 91, a capacidade de geração havia alcançado 1,6 GW, as linhas de transmissão totalizavam 13 mil
km e a capacidade de transformação 25 mil MVA (estes números incluem os componentes instalados em
sociedades com outras empresas).

Consequentemente, em função desta expansão do sistema, um grande número de projetos de proteção e


controle utilizando equipamentos dos mais diversos fabricantes sendo integrados em várias subestações
desenvolvidas com as mais variadas filosofias de proteção e controle e fazendo uso de diferentes projetos
de referência, ocasionou divergências entre os projetos: desenvolvimento de painéis distintos entre os
empreendimentos; aplicação de relés auxiliares, blocos de teste e régua de bornes de maneira
diferenciada; desenvolvimento de lógicas particulares de controle e proteção discrepantes entre
empreendimentos projetados e comissionados com diferença de poucos meses entre si.

Isto ocorreu pela falta de uma gestão do conhecimento, de maneira a ter uma base de informação única
para orientação dos projetos de proteção e controle, realimentado pelas experiências e questões
identificadas ao longo das fases de projeto, testes de aceitação em fábrica (TAF), testes de aceitação em
campo (TAC), energização e posterior operação e manutenção de cada empreendimento.

O desafio é tornar os projetos o mais próximo possível entre si, utilizando a mesma base de informação
para todos os empreendimentos com as mesmas características e mantendo as diferenças entre os
projetos limitadas apenas ao que realmente for necessário em função das particularidades existentes em
cada empreendimento.

O conceito de uma base única de informação para os projetos de proteção e controle pode suprimir as
necessidades identificadas ao longo dos últimos anos na Eletrosul, porém, faz-se necessário que esta
base possa ser integrada com soluções de projeto legado, desenvolvidas com filosofias diversas, e
adeque soluções tecnologicamente diferentes no tempo, buscando manter soluções dentro de uma
política “ever green”, mantendo a perenidade da solução independentemente da tecnologia aplicada.

3.0 - ETAPAS DESENVOLVIDAS PARA CRIAÇÃO DAS DIRETRIZES

A preparação da emissão inicial do documento teve como premissa contemplar os pontos que
apresentavam maior dúvida na fase de projeto e dificuldades em termos de execução de testes em
fábrica, identificados a partir das divergências entre os projetos realizados a partir de 2010 e informações
das equipes que participaram do TAF e do TAC destes sistemas de proteção e controle.

Nesta etapa foram elencados dez temas principais que deveriam ser descritos e divulgados para as
equipes de projeto de proteção e controle, dentre os quais podemos elencar a distribuição física de IEDs
por painéis, distribuição física de relés auxiliares de disparo (94), distribuição física e nomenclatura de
réguas de bornes, incluindo especificação de características de bornes por tipo de régua, circuitos de
distribuição de potencial CC, circuitos de relés auxiliares para transferência de proteção (43) e circuitos de
sinalização e disparo por atuação de proteção intrínsecas de transformadores e reatores.

Ao final desta etapa inicial, dezesseis temas haviam sido mapeados e descritos incluindo agora, além dos
mencionados acima, a aplicação e uso de mensagens GOOSE (IEC 61850), aplicação de relés de
bloqueio (86) para as mais diversas funções de transmissão e módulo geral, exemplificando circuitos de
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atuação/rearme e lógicas de rearme para alguns destes, pontos de aplicação de blocos de testes para
isolamento de circuitos de disparo, apresentado inclusive circuitos de disparo envolvendo estes blocos e
os respectivos relés auxiliares de disparo (94), ordenamento das entradas binárias para IEDs de controle
e proteção de linhas de transmissão e transformadores, além de descrição da aplicação de canais de
teleproteção para esquemas de proteção por sobrealcance (POTT) e transferência de disparo.

Com a estrutura do documento preparada e a definição sobre assuntos de interesse da área de projetos
proposta, ao final de julho/2015 foi emitida uma versão com vistas à apresentação para todos os
integrantes das equipes de projetos, disseminação do conhecimento e coleta de novas contribuições.

A partir de agosto/2015 as diretrizes estavam disponíveis para aplicação nos próximos projetos de
proteção e controle da Eletrosul. Para as revisões posteriores, ficou definida como sistemática para seu
desenvolvimento as seguintes etapas:

1) Recebimento de contribuições e sugestões dos integrantes da equipe de projetos;


2) Preparação de resumo sobre cada contribuição, indicando seu autor, data de realização,
problema identificado e solução proposta;
3) Reunião com a equipe de projetos para apresentação das contribuições recebidas e debate
sobre estas, definindo em conjunto se a proposta seria adicionada às diretrizes;
4) Detalhamento das contribuições aceitas pela equipe e adição ao documento principal, em versão
minuta para comentários;
5) Divulgação da minuta para a equipe de projetos e recebimento dos comentários. Caso
necessário, reunião com a equipe para nivelamento das dúvidas e comentários recebidos;
6) Emissão da nova revisão oficial das diretrizes de projeto.

Em fevereiro/2016, após novas contribuições da equipe de projetos e utilizando a sistemática definida, foi
adicionado um tópico para descrição dos pontos para o anunciador de alarmes local das subestações e
incluídas novas referências para entradas binárias referentes à transferência de proteção (43), entradas
binárias referente aos relés de bloqueio (86) e à distribuição de IEDs por painéis, gerando a revisão H.

A partir de agosto/2015 o documento contendo as diretrizes de projeto foi apresentado para as áreas de
manutenção e operação, de maneira a receber suas contribuições considerando seu conhecimento de
tempo real, e alcançar um melhor atendimento às necessidades de cada área envolvida com o processo
de proteção e controle.

As contribuições recebidas foram debatidas internamente pela equipe de projetos e adicionadas ao corpo
principal do documento. A sistemática de atualização, a partir de março/2016, foi adequada em seu
primeiro item, de modo a contemplar o recebimento de contribuições de todas as áreas da Eletrosul
envolvidas com sistemas de proteção e controle.

Figura 1 – Fluxograma de atualização das diretrizes para projetos de proteção e controle

Encerrando o ciclo de comentários iniciado em abril/2016, em maio/2016 foi emitida a primeira revisão
das diretrizes de projeto, revisão 0, para pleno conhecimento e uso por parte das equipes de projetos,
manutenção e operação da Eletrosul.
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4.0 - DIFICULDADES E SOLUÇÕES

Após determinados os temas principais que necessitavam de uma referência, a principal questão era
quais projetos utilizar como base. Para abranger o maior número de possíveis soluções aplicadas com
tecnologia recente foram escolhidos cinco projetos de fabricantes distintos realizados a partir de 2010,
abrangendo subestações novas e vãos de entrada de linha adicionados em subestações com mais de 10
anos em operação e com responsáveis distintos na área de projetos, de modo a entender melhor as
particularidades realizadas por cada projetista de acordo com sua experiência profissional.

Considerando as soluções para os dez temas principais adotadas em cada projeto utilizado como base,
identificaram-se os pontos comuns e as divergências de premissas adotadas para cada empreendimento.
A partir das diferenças identificadas foram realizados debates em um grupo reduzido de projetistas sobre
as vantagens de cada solução, buscando identificar, além daquelas mais amplamente aplicadas, as que
melhor contemplavam questões de atendimento aos requisitos de proteção, flexibilidade de manutenção e
operação, relação custo x benefício e abrangência de aplicação com diferentes fabricantes.

Para as primeiras reuniões, fez-se necessário demonstrar as dificuldades que as diferenças de projeto
estavam provocando e sensibilizar todos os envolvidos que a adoção de uma determinada linha de
projeto não deveria ter como fator decisivo a preferência pessoal por uma determinada filosofia e sim as
vantagens que esta teria sobre as demais, considerando os fatores já apresentados. Após consenso entre
os envolvidos eram definidas as soluções que seriam adotadas como diretriz para os próximos projetos.

Definida a diretriz, foi necessário avaliar se seria possível utilizá-la em todos os empreendimentos futuros,
mesmo quando envolvendo integração com módulos gerais projetados e entregues à operação décadas
antes.

Em projetos de subestações novas a adoção das diretrizes era um processo natural, servindo como
orientação ao projetista das melhores práticas de engenharia definidas pela área. Porém, quando da
integração com módulos gerais projetados com filosofias diversas, algumas das diretrizes entrariam em
conflito direto, interferindo na forma como o módulo geral existente deveria operar caso fossem adotadas.

Neste sentido, ficou definido que os itens das diretrizes envolvendo integração com módulo geral
(transferência de proteção, funções de bloqueio, distribuição de disparo por falha de disjuntor e/ou
proteção de barras, etc.) deveriam ser adotados sempre que não interferissem com a filosofia já adotada
para aquele empreendimento em sua implantação. De qualquer maneira, para os demais itens que
fossem exclusivos para o novo empreendimento as diretrizes deveriam ser adotadas.

Considerando que as definições realizadas podem perder sua aplicação conforme avança o
desenvolvimento tecnológico, é necessário então garantir a perenidade das diretrizes e a flexibilização
das soluções.

A sistemática definida para atualização das diretrizes contempla a absorção do conhecimento adquirido
ao longo das etapas de especificação, projeto, TAF e TAC, uma vez que cada colaborador, identificando
uma necessidade não indicada no documento base, pode propor sua contribuição ao processo,
adequando onde for preciso. O fato de ser necessário adequar o documento que contém as diretrizes de
projeto não impede o projetista de adotar nova solução quando identificada sua melhor aplicação; serve
na verdade para a disseminação do conhecimento com o restante da equipe, garantindo que o estado da
arte não fique restrito a um determinado empreendimento. Conforme novos avanços são identificados,
estes podem ser incorporados à fonte comum de informação da equipe de projetos.

Por fim, alguns tópicos tratados nas diretrizes possuem mais de uma opção para a escolha do projetista,
principalmente naqueles referentes a parte construtiva dos painéis, tornando possível adequar-se a
realidade de cada empreendimento sem fugir do entendimento das melhores práticas determinadas pela
área. As premissas adotadas também contemplam propostas que podem ser aplicadas
independentemente da tecnologia utilizada pelo fabricante X ou Y, uma vez que não fazem uso de
soluções proprietárias de alguma empresa, definindo de fato filosofias para os sistemas de proteção e
controle em função da experiência adquirida pela própria Eletrosul ao longo de sua existência.

5.0 - DEFINIÇÕES REALIZADAS

A revisão 0 do documento de diretrizes de projeto contempla a definição de 20 itens principais. Abaixo


são apresentadas estas definições destacando os pontos mais relevantes de cada uma.
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1) Distribuição de IEDs

O primeiro tópico das diretrizes descreve soluções para a distribuição de IEDs de proteção e controle,
unidades de oscilografia, botoeiras de rearme de bloqueios, botoeiras de seleção de religamento (linhas
de transmissão), chaves de comando de disjuntor e equipamentos de supervisão e comutação de tapes
de transformadores em painéis, contemplando soluções de proteção e controle com um painel duplex
(painéis agrupados), dois, três ou ainda quatro painéis independentes.

Figura 2 – Exemplo de distribuição de IEDs por painéis

2) Chave 43

Descreve o uso de relés biestáveis para armazenamento das informações 43NI (posição
normal/intermediária) e 43IT (posição intermediária/transferida) bem como os circuitos de acionamento e
supervisão destes relés.

3) Distribuição de Relés de Disparo (94)

Descreve em quais painéis devem ser instalados cada conjunto de relés auxiliares de disparo (função 94),
de acordo com a quantidade de painéis definida para o empreendimento em questão.

4) Proteção Blind Spot (Zona Morta, End Fault Protection)

Descreve as condições necessárias definidas pela Eletrosul para atuação da proteção Blind Spot,
normalmente não efetuada por completo somente com a lógica interna prevista pelos fabricantes de IEDs.

Figura 3 – Exemplo de lógica da função Blind Spot (LT de 230kV)

5) Atuação de Proteções Intrínsecas (Trafos e Reatores)

Descreve o circuito de disparo a partir da atuação das proteções intrínsecas de transformadores e


reatores, definindo que os mesmos não devem depender dos IEDs de proteção.
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Figura 4 – Distribuição de disparo a partir da atuação da proteção intrínseca de um transformador

6) Oscilografia

Descreve a aplicação dos contatos de saída disponíveis nos modelos de oscilógrafos usualmente
utilizados pela Eletrosul, a necessidade de monitorar contatos físicos dos relés 94 em entradas binárias,
bem como a possibilidade de recebimento de informações sobre a atuação de funções de proteção
através de mensagens GOOSE, caso os IEDs e oscilógrafo tenham desempenho satisfatório para tanto.

7) Configuração de Lógicas nos IEDs

Orienta o projetista com relação à necessidade de confirmar que as lógicas de proteção e controle serão
programadas nas respectivas áreas de processamento dos IEDs destinadas às lógicas de automação
(controle) e proteção (processamento rápido).

8) Réguas de Bornes

Define a identificação de cada régua de borne que pode ser utilizada nos painéis de proteção e controle
bem como suas características mecânicas e elétricas. Ainda de acordo com os tipos de painéis definidos
para o empreendimento, orienta com relação à posição física de cada régua na parte traseira do painel.

9) Alimentação CC IEDs/Equipamentos únicos

Descreve como deve ser realizada alimentação CC dos IEDs e/ou equipamentos que não possuem
redundância nos painéis de proteção e controle.

10) Distribuição de Potencial CC

Descreve como deve ser realizada a distribuição de potencial CC nos painéis de proteção e controle,
detalhando a alimentação por tipos de circuito.

11) Numeração de Folhas – Projeto Funcional

Descreve a numeração das folhas dos projetos funcionais, determinando intervalos de folhas para cada
tipo de informação necessária no projeto, bem como algumas características na apresentação dos
diagramas (número de entradas binárias apresentadas por folha, por exemplo).

12) Mensagens IEC 61850 GOOSE

Descreve as aplicações onde podem ser aplicadas mensagens GOOSE para troca de informações entre
IEDs e a necessidade de descrição de todas as mensagens previstas no projeto em um único documento
(Mapa GOOSE), indicando o ponto de origem e os destinos de cada uma destas.
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13) Mapeamento das Entradas Binárias

Descreve a sequência de entradas binárias, de acordo com a característica da informação, para os IEDs
de controle e proteção de linhas de transmissão e transformadores.

14) Circuitos de Disparo

Apresenta exemplos de circuitos de acionamento de relés auxiliares de disparo (94).

Figura 5 – Exemplo de circuito de disparo 1 para vão de linha de 230kV

15) Partida da Função Falha de Disjuntor

Orienta sobre a necessidade de partida da função de falha de disjuntor (50/62BF) através de contatos dos
relés auxiliares de disparo (94) e o isolamento desta partida com o uso de blocos de teste.

16) Relés de Bloqueio

Descreve quais os relés de bloqueio (86) devem ser aplicados nos sistemas de transmissão da Eletrosul,
os respectivos circuitos de acionamento e rearme de cada um destes e a lógica de referência para o
rearme automático do relé 86B através do rearme dos relés de bloqueio 86BF.

17) Isolação por Blocos de Teste

Descreve em quais circuitos devem ser previstas isolações por blocos de teste.

18) Proteção de Linhas

Descreve a aplicação dos canais para esquemas de teleproteção por sobrealcance (POTT) e
transferência de disparo, características de supervisão da função 87L e habilitação da função 67 no IED
da proteção de retaguarda quando a proteção principal encontra-se em manutenção.

19) Pontos para Anunciador de Alarmes

Descreve os pontos que devem ser supervisionados no anunciador de alarmes local da subestação de
modo a viabilizar a operação local em caso de perda do sistema supervisório SAGE.

20) Índice para OPs e RTs

Ìndice remissivo para facilitar a localização de Orientações de Projeto (OPs) e Referências Técnicas
(RTs) desenvolvidas pela equipe de projetos nas décadas de 90, 2000 e 2010.
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6.0 - PRÓXIMAS ETAPAS

Para contemplar a evolução dos equipamentos, IEDs, normas, procedimentos de rede, ferramentas de
configuração e de gestão da informação, as referências de um projeto não podem ser estanques,
devendo permitir a flexibilização das soluções e adequações conforme melhorias forem identificadas.

Partindo desta premissa, cada diretriz orienta acerca dos objetos necessários e imprescindíveis de
utilização, que deverão estar presentes em cada projeto em função de necessidades evidenciadas ao
longo da experiência da empresa, indica partes que devem estar presentes para garantir a uniformização
dos projetos e propõe soluções diversas para um determinado tema de modo a flexibilizar o resultado final
de acordo com as premissas técnicas e financeiras de cada empreendimento.

Após a emissão da revisão 0, em maio/2016, a equipe de projetos recebeu quinze novas contribuições
para o documento de diretrizes de projetos, envolvendo a sinalização de eventos de proteção no sistema
supervisório SAGE, detalhamento dos circuitos de Retrip dos disjuntores e de bloqueio de
transformadores (86T), definição de medição de temperatura em salas de comando e de baterias, adição
de opção de distribuição de IEDs por painéis, determinação dos pontos de supervisão necessários nos
serviços auxiliares (painéis de corrente contínua e corrente alternada, conjuntos retificador/bateria,
gerador diesel e transformadores de serviço auxiliar) e detalhamento das soluções de proteção para
reatores e banco de baterias.

Em conjunto com a manutenção e o aprimoramento do documento de diretrizes de projeto, a equipe de


projetos está empenhada em transcrever os diversos temas debatidos na área em um projeto completo,
contendo diagramas construtivos, funcionais e lógicos para cada tipo de função de transmissão e módulo
geral, de acordo com as especificidades de cada nível de tensão (desde 69 até 525kV).

7.0 - CONCLUSÃO

As atividades iniciadas em 2015 instigaram diversas reuniões e debates para troca de experiências dentro
da equipe de projetos de sistemas de proteção e controle da Eletrobras Eletrosul, os quais levaram a
definição de 20 itens principais, desde definições sobre características construtivas até questões
envolvendo lógicas de proteção e controle, que normalmente provocavam dúvidas e, consequentemente,
não uniformização de soluções. Após a consolidação dentro da área de projetos, as definições foram
apresentadas às áreas de manutenção, operação e proteção para seu conhecimento e contribuições,
sendo estas contribuições consolidadas e incorporadas às diretrizes de projeto.

A uniformização das soluções de projeto trará ganhos na elaboração das especificações técnicas uma
vez que, com um objeto claro e bem definido, reduz o risco do fornecedor, possibilitando uma redução
nos custos do fornecimento, além de possibilitar a otimização do cronograma, desde a assinatura de
contratos até as reuniões de workstatement, elaboração de projetos, testes em fábrica e testes de
comissionamento, o que promoverá a redução dos custos gerais do processo.

Atualmente, a nova revisão do documento das diretrizes para projetos de proteção e controle encontra-
se em fase de atendimento aos comentários e sendo preparada para novo debate na área de projetos,
após o recebimento de sugestões para inclusão de cerca de quinze novos itens.

8.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) ONS – Procedimentos de Rede, Submódulo 2.6, Revisão 2.0, Requisitos Mínimos para os Sistemas
de Proteção e de Telecomunicações, de 2010.

(2) ONS – Procedimentos de Rede, Submódulo 2.7, Revisão 2.0, Requisitos de Telesupervisão para a
Operação, de 2010.

(3) Eletrobras Eletrosul – Orientações de Projeto de Proteção e Controle 01 a 13, 2008 a 2014.

(4) Eletrobras Eletrosul – Recomendações Técnicas, RT-E-1 a RT-E-8.

(5) Eletrobras Eletrosul – Site da Empresa www.eletrosul.gov.br, acessado em setembro/2016.


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9.0 - DADOS BIOGRÁFICOS

Mateus Alexandrino nasceu em Florianópolis/SC em 1983, graduou-se em


engenharia elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC em
março/2007. Desenvolveu softwares embarcados para sistemas de telecomunicações
na SIEMENS e Intelbras por cerca de dois anos antes de ingressar no ONS. Após dois
anos de atividades de análise de intervenções e de ocorrências no Sistema Interligado
Nacional – Sul – nas áreas de pré e pós-operação do COSR-S (ONS), ingressou na
Eletrobras Eletrosul em 2011 na área de projetos de proteção e controle, onde
participa de análises de projeto, testes em fábrica e comissionamento de sistemas de proteção e
controle para funções de transmissão de 69 a 525kV.

Gérson Vieira Martinez nasceu em Bagé/RS em 1977 e graduou-se em engenharia elétrica pela
Universidade Regional de Blumenau – FURB em dezembro/2002 com Pós Graduação em Sistemas
de Energia pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, em 2010. Em 2003 iniciou a carreira
de Engenheiro na Eletrobras Eletrosul, na área de projetos de proteção e controle, onde participa de
análises de projeto, testes em fábrica e comissionamento de sistemas de proteção e controle para
funções de transmissão de 69 a 525kV.

Gustavo Vieira Pereira natural de Santa Maria/RS (1973). Engenheiro Eletricista formado na
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM em 2000 e Mestrado em Ciências da Computação pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, em 2005. Em 2005 iniciou a carreira de
Engenheiro na Eletrobras Eletrosul, na área de projetos de proteção e controle, onde participa de
análises de projeto, testes em fábrica e comissionamento de sistemas de proteção e controle para
funções de transmissão de 69 a 525kV. Autor de diversas publicações em seminários internacionais
do IEEE e Micro Electronics Journal.

Jorge Albuquerque nasceu em Recife/PE em 1959 e graduou-se em engenharia elétrica pela


Universidade Federal de Pernambuco – UFPE em dezembro/1982 com Pós Graduação em Sistemas
Digitais de Proteção realizada na UFBA em 1996. Em 1983 iniciou trabalhando na Consultora de
Projetos SECOM – Recife na área de projetos de proteção e controle. Em 1985 iniciou as atividades
na Eletrobras CHESF, na área de projetos de proteção e controle, onde participou de análises de
projeto, testes em fábrica e comissionamento de sistemas de proteção e controle para funções de
transmissão de 69 a 525kV. Desde dezembro/2003 está cedido à Eletrobras Eletrosul na mesma área
de atuação que exercia na CHESF.

Pablo Humeres Flores natural de Santiago do Chile (1963). Engenheiro Eletricista formado na
Universidade Federal de Santa Catarina (1985), Mestrado em Sistemas de Potência na mesma
instituição – UFSC (1990) e MBA Especialização em Mercado de Energia Elétrica, na Universidade do
Vale do Itajai – UNIVALI (2008). Trabalhando na Eletrosul desde 1987, inicialmente na área de
estudos e projetos de linhas de transmissão e desde 1996 atuando nas áreas de projeto, manutenção
e operação de sistemas digitais de supervisão e controle de subestações e centros de telecontrole.
Participante de grupos de trabalho nacionais e internacionais do CIGRE. Autor de diversas
publicações em seminários nacionais e internacionais: SNPTEE, SIMPASE, STPC, ERLAC, SNCA,
IEEE/PES, PAC World, Bienal do Cigre, Colóquio Internacional B5 e revistas: Eletricidade Moderna,
Controle e Instrumentação, O Setor Elétrico, Eletroevolução, Electra.

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