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ENSINO E APRENDIZAGEM DAS CIÊNCIAS NATURAIS - UNIDADE 3 – SEÇÃO 3 -

Breve Histórico da Tecnologia Educati va


A tecnologia educativa, como campo de estudo e como disciplina acadêmica tem seu
desenvolvimento nos Estados Unidos, principalmente a partir da década de 40. A primeira referência
específica no campo formativo são os cursos projetados para especialistas militares apoiados em
instrumentos audiovisuais, ministrados durante a II Guerra Mundial.

Durante os anos 50 a psicologia da aprendizagem vai sendo incorporada como campo de estudo dos currículos de tecnologia
educacional. As mudanças fundamentais produzidas durante estes anos na forma de novos paradigmas de aprendizagem terão
grande influência no desenvolvimento da tecnologia educacional como disciplina dos currículos pedagógicos.

A década de 60 tem no desenvolvimento dos meios de comunicação de massas um fator de extraordinária influência
social. A "revolução eletrônica" apoiada inicialmente no rádio e na televisão propiciará uma profunda revisão dos
modelos de comunicação usados. A sua capacidade de influência sobre milhões de pessoas irá gerar mudanças nos costumes
sociais, na maneira de fazer política, na economia, no marketing, na informação jornalística e também na educação.

A parti r dos anos 70 , o desenvolvimento da informática consolidou a utilização dos computadores com
finalidades educacionais (Fernández, 1977), especificamente em aplicações como o ensino assistido por
computador (EAC). Com o aparecimento dos computadores pessoais, esta opção tornou-se generalizada e
uma alternativa de enormes possibilidades.

Com os anos 80 chegam , sob a denominação de "novas tecnologias da informação e da


comunicação", novas opções apoiadas no desenvolvimento de máquinas e dispositivos projetados para armazenar, processar
e transmitir, de modo flexível, grandes quantidades de informação.

A inovação constante nas tecnologias da informação e da comunicação com a criação de novos materiais
audiovisuais e informáticos cada vez mais integrados (opções multimídia) e a necessidade de projetar as suas aplicações
educacionais correspondentes têm despertado o interesse dos técnicos da educação.

Assim, para Hug (1992) o desenvolvimento insti tucional da tecnologia educacional cobre quatro funções
preferenciais: direção e administração de insti tuições educacionais; projeto e desenvolvimento educacional;
serviços de informação e produção de meios .

NA década de 1970, a UNESCO convocou uma conferência sobre programas de


formação para técnicos do ensino. Quatorze anos mais tarde, esta organização das
Nações Unidas formulava uma dupla concepção do conceito de tecnologia
educacional nos termos seguintes:

a) Originalmente foi concebida como o uso para fi ns educati vos dos


meios nascidos da revolução das comunicações, como os meios audiovisuais,
televisão, computadores e outros tipos de hardware e software.

b) Em um senti do novo e mais amplo, como o modo sistemáti co de


conceber, aplicar e avaliar o conjunto de processos de ensino e
aprendizagem, levando em consideração, ao mesmo tempo, os recursos técnicos e humanos e as interações entre eles, como
forma de obter uma educação mais efetiva (UNESCO, 1984, p. 43-44).

Na segunda Reunião Nacional de Tecnologia Educacional ocorrida em Madri, em fevereiro de 1976 , sob
o patrocínio do Seminário Permanente, é proposta uma definição-guia deste campo de conhecimento que acaba sendo uma
transcrição quase literal da definição dada pela Comissão sobre Tecnologia Educacional dos Estados Unidos quatro anos antes.

A Sociedade Espanhola de Pedagogia (SEP) organizou durante os anos 80 (1983 e 1987) d ois congressos
nacionais de tecnologia educacional com a intenção de destacar o interesse deste campo para os professores, mas a falta de
continuidade da iniciativa provocou uma diminuição das suas possíveis contribuições.
Na última década também foram tomadas iniciativas que têm propiciado algumas condições diferentes em relação ao papel da
tecnologia educacional, de tal maneira que o desenvolvimento dos programas institucionais para a generalização do uso educacional das
tecnologias como o vídeo e o computador com diferentes formatos. Como os projetos Mercúrio e Atenea (MEC) o projeto Abaco (Canárias), o
projeto Abrente (Galícia), o projeto Alhambra (Andaluzia) ou os Programas de Meios Audiovisuais e Informática (Catalunha), entre outros, têm
dado origem a novas atitudes.

No entanto, a criação de um corpo teórico que forneça sustentação para a utilização de propostas tecnológicas parece continuar a
residir, preferencialmente, nos departamentos universitários. A simples geração de novos materiais ou a criação de infraestruturas para o seu
uso não são, em si mesmas, suficientes. Um simples exemplo disto é consti tuído pela necessidade de avaliar com critérios
educacionais os materiais desti nados ao ensino e, além do mais, não a parti r de uma única perspecti va . Como afirma
Santos Guerra, (1991) na avaliação de materiais é necessário levar em consideração a política de elaboração e difusão (quem elabora os
materiais, por que e para que), a natureza dos mesmos e, finalmente, o uso que é feito deles em sala de aula.
REFERÊNCIA: https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/breve-historico-da-tecnologia-educativa/41974

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