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LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS

ELISA MARIA DE FREITAS

ATIVIDADE INTERDICIPLINAR
AS RELAÇÕES ENTRE DESENHO E MOVIMENTO

Rio de Janeiro
2020
ELISA MARIA DE FREITAS

ATIVIDADE INTERDICIPLINAR
AS RELAÇÕES ENTRE DESENHO E MOVIMENTO

Trabalho apresentado à Universidade Pitágoras


(UNOPAR), como requisito parcial à aprovação no
terceiro semestre do curso de Licenciatura em Artes
Visuais

Rio de Janeiro
2020
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO..................................................................................................5
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................6
REFERÊNCIAS.............................................................................................................7
4

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é estabelecer as possíveis relações entre o desenho


e o movimento corporal, a dança foi o tema escolhido para representar estas
relações.
Discorre-se, por possíveis definições de dança e desenho, a respeito do que esses
objetos concebem, demandam e transmitem. Procura-se, assim, encontrar relações
em que as duas linguagens transcendem a forma e passam então de objeto arte.
5

DESENVOLVIMENTO

Quando falamos de dança, falamos de um esforço corporal. A dança


demanda desse esforço, além da técnica, da precisão, força e forma. Corpo em
seu estado. Esse esforço traz um resultado aos nossos olhos, uma imagem em
movimento que será captada pela retina, mas que, irá desaparecer quando
terminada a apresentação. Não trazendo nada além daquilo que foi observado e
captado pela visão. Entretanto quando os movimentos corporais envolvidos no
processo da dança ultrapassam os limites do espaço-corporal, traz-se
visibilidade àquilo que antes era invisível aos olhos, ou seja, quando
conseguimos captar além do esforço, extrair sensações desse comportamento,
então tem-se como resultado a arte da dança, pois arte está no que transcende
a forma, seu estado, seu comportamento.
O desenho, por sua vez, é formado por linhas que se tomam formas,
formando imagens que serão compreendidas, reconhecidas pelo nosso campo
visual. Uma imagem estática, um objeto. Mas para que essa imagem estática
seja lida como uma linguagem artística ela precisa ser sentida. Em síntese:
precisa-se ir além do modo como ela é percebida dentro de uma temporalidade.
Assim, o momento em que foi realizado tal desenho, marca-se um determinado
tempo. E nesse tempo ali, eternizado, uma infinidade de emoções,
acontecimentos se manifestaram, para que isso seja entregue para quem vê a
imagem, é preciso captar o além. Sendo esse além aquilo que transcende a
forma1. Ou seja, menos o que ela parenta e muito mais o que ela sugere.
Subjetivamente. Sendo assim, é preciso que esse desenho nos conte a quem ou
o que ele retrata; sobre sua origem, muito mais pelo o que o momento captado
traz do que como a sua forma é percebida. O além, nada mais é do que o que
transcende a forma.
A relação dessas linguagens artísticas, desenho e movimento, se dão,
exatamente quando conseguem ressoar no expectador as emoções que tentam
transmitir; uma através dos momentos de esforço corpóreo e a outra ao eternizar
o que está além desse esforço, dentro de cada movimento.

1
Desenho não é a forma, mas a forma de ver a forma. (Valéry 2003)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A arte tem como um dos seus principais objetivos levar a vivência da experiência
pessoal de um objeto, ou seja, levar ao espectador o percepto das percepções, e,
ainda, extrair desse mesmo objeto sentimentos e sensações, seja por sua forma,
seu modo ou seu comportamento. Nesse caso, extrair o afecto das afecções 2.
A relação da arte com o movimento corporal transcorre por esse fio. A dança,
por exemplo, trata-se de um esforço corporal, que envolve a forma, a técnica, a
força, o corpo e seu estado, mas a arte da dança ocorre quando esse esforço
ultrapassa os limites do espaço-corporal, tornando visível o invisível.
O desenho é a captação da forma como o objeto é sentido, não basta desenhar
a sua forma. É preciso desenhar como ela é sentida, indo além do modo como ela é
percebida.
Quando essas sensações se confrontam nas duas artes, na dança e no
desenho, as relações se estabelecem entre ambas.

2
Deleuze; Guattari. 1992, p.217
7

REFERÊNCIAS

DELEUZE, Gilles. Espinosa. Filosofia prática. Tr.: Daniel Lins e Fabien Pascal Lins.


São Paulo: Escuta, 2002, p. 55-58. Disponível em:
http://bioetica.filoinfo.net/spip.php?article116 Acesso em: 03/11/2020 às 20:00.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O Que É A Filosofia?. Rio de Janeiro. Editora !


34, 1992.
Disponivel em: http://bioetica.filoinfo.net/spip.php?article116 Acesso em: 03/11/2020
às 20:00.

RIBEIRO, Viviana. A arte como criação de afectos e perceptos - Questões


políticas. Disponível em: http://www.anpof.org/portal/index.php/en/agenda-encontro-
2/user-item/475-sergiomariz/495-categoriaagenda2016/13793-a-arte-como-criacao-
de-afectos-e-perceptos-questoes-politicas Acesso em: 03/11/2020 às 20:00.

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