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Resumo
Conforme a filosofia de Gilles Deleuze possui um amplo pensamento a respeito da estética
vislumbrando seu apreço genuíno para com o pensamento em arte, o presente trabalho apresenta um
estudo a partir dos pensamentos estéticos abordados pelo Filósofo em suas obras em cooperação com a
arte, aprendizado, sensação e criação. Buscando a partir de suas principais obras bibliográficas e
comentadores, um paralelo entre a filosofia com o aprendizado estético pelos Signos Sensíveis; a
interpretação a partir da Sensação para proporcionar uma imersão entre artista criador de afectos em
relação com os perceptos que ele proporciona para atingir o tornar-se em conexão com o indivíduo que
capta estas sensações. Nesse sentido, torna-se evidente a presença da filosofia como intercessora na
criação artística, e, com o pensamento deleuziano esses campos distintos quando intercedem-se
proporcionam uma filosofia a partir de uma obra de arte, seja esta bidimensional, musical, teatral etc.;
de agora em diante a filosofia de Gilles Deleuze irá concernir o fenômeno do aprendizado pelos Signos
Sensíveis ao mais prematuro exprimir da necessidade de criação na Arte.
Abstract
As Gilles Deleuze's philosophy has a broad thought about aesthetics, glimpsing his genuine
appreciation for the thought in art, the present work presents a study from the aesthetic thoughts
approached by the Philosopher in his works in cooperation with art, learning, sensation and creation.
Searching from his main bibliographic works and commentators, a parallel between philosophy and
aesthetic learning by Sensitive Signs; the interpretation from Sensation to provide an immersion
between the artist who creates affections in relation to the percepts he provides to achieve becoming in
connection with the individual who captures these sensations. In this sense, the presence of philosophy
as an intercessor in artistic creation becomes evident, and, with Deleuzian thought, these different
fields, when interceding, provide a philosophy from a work of art, be it two-dimensional, musical and
theatrical; From now on, Gilles Deleuze's philosophy will concern the phenomenon of learning
through Sensitive Signs to the most premature expression of the need for creation in Art.
Parecer do Orientador
A discente realiza um grande esforço de convocação dos conceitos deleuziano de perceptos e de
afectos, segue com cuidado na sua escrita para exemplicar processos artísticos (digo: como o artista
cria a obra, suas capturas e forças sensíveis, suas visibilidades e invisibilidades, as formas de
expressividades)e a teoria estética deleuziana. Faz um bom uso da literatura, destaca pontos relevantes
e desenha seus argumentos com rigor, bem como elabora uma escrita clara, pondo o seu corpo em
Belém, 31/08/2022
na arte, é repetida uma imagem genérica do e seu principal objetivo seria tornar visível
criador como um ser inteligível incapaz de forças não visíveis, ocasionando assim a
ser compreendido, outrora, este sujeito sensação e não limitando-se à linhas, blocos
como posto de genialidade por essa mesma de cores e figuras. Arte não é imitativa e
imagem ou pelo intermédio de outro meramente representativa.
sujeito, que intercala a leitura de uma obra “É de toda a arte que seria preciso
de arte a partir de sua perspectiva pessoal – dizer: o artista é mostrador de afectos,
em casos que essa leitura pode ser tão vazia inventor de afectos, criador de afectos, em
relação com os perceptos ou as visões que
de significados e, em outras um exagero de nos dá. Não é somente em sua obra que
observações e apontamentos para cada ele os cria, ele os dá para nós e nos faz
detalhe como se fosse de uma vontade transformar-nos com ele, ele nos apanha
violenta por uma razão-significado. A no composto.” (Deleuze; Guattari, 1992,
obsessão pelos sentidos presentes em um p. 227-228)
objeto talvez seja o inimigo através da
universalização das sensações do Como fora dito, o devir implica um
ser-indivíduo, um identitarismo de falsos encontro onde algo não torna-se
signos. Não se suprime a experiência genuinamente si mesmo sem entrar em
pessoal do sujeito que é designado a tratar contato com outra coisa. Ao captar forças o
de arte como uma linguagem significativa, criador estaria no processo de tornar-se, e
mas sim de que, essa linguagem é singular não obstante, partilha esse processo com os
e plural, uma opinião ou uma experiência espectadores para que também de certa
em arte, transcrita e contada, não deve ser forma possam tornar-se.
colocada como um significado universal de Claramente não se propõem um tipo
forma que, as sensações de outros sujeitos de limitação na descrição das sensações
sejam influenciadas por este pensamento materiais, mas que, um vínculo estético a
mesmo que indiretamente; seria como um partir da força – blocos de perceptos e
entorpecimento da percepção do ser com os afectos – seja perceptível aqueles que
signos, forçando de forma involuntária a tomam uma interpretação objetiva como
procura do sentido em constância seguido única de uma obra e somente do objeto,
pela frustração da decepção. A percepção, além de quaisquer outra possibilidade de
estar com uma obra de arte, uma linguagem experimentar uma sensação. A força incita
artística, é única para cada ser-indivíduo, o devir, para que o tornar-se não seja de
ontológica. O resultado do sentimento pode literalidade, novamente, a arte não é
ser similar – euforia, saudade, perda – mas imitativa. Tornar-se, diz respeito ao que a
seu significado ínfimo, o exprimir do ser a sensação nos transforma quando as forças
partir dos signos sensíveis é unilateralmente tornam-se visíveis mas, não referente à um
sui generis. A força captada pelo artista identitarismo ou imitação e sim de algo que
deve tornar visível as forças não visíveis. está no entre, a sensação.
Nesse viés, a força é compreendida
como o estágio onde a sensação é possível, O aprender pelos Signos Sensíveis
podendo ser definida também como blocos como experiência estética – Arte,
de perceptos e afectos. Esta é responsável Linguagem e Sensação
pelo Devir que segundo F. Zourabichvili
(1997) “Devir” implica, portanto, em Quando tratamos do aprendizado, a
segundo lugar, um encontro: algo ou princípio tudo é assimilado aos métodos
alguém não se torna si mesmo a não ser em clássicos e objetivos. É certo que, está
relação com outra coisa.”. O artista capta fixado em cada um a experiência
forças, estas são empunhadas em suas obras vivenciada em uma instituição de ensino,
ou a orientação feita por um tutor