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GRUPO DE AMIGOS DA ERA DE AQUÁRIO (GAEA)

Pré-núcleo Fortaleza de Gabriel

PATRICIA PICCOLI

ESTUDO DA ARTE DE DESENHAR


TESE DE PASSAGEM DO CÍRCULO DE VÊNUS PARA O CÍRCULO DO SOL

Chapecó – SC, 2022


INTRODUÇÃO

O presente trabalho corresponde a passagem do círculo de Vênus para o círculo do Sol.


O círculo de Vênus refere-se as artes, a música, assuntos relacionados ao amor, namoro,
inspirações, ao que é belo em si. Este planeta é regido pelo logo Uriel, dia da semana é a terça-
feira, raio do amor, chacra umbilical, virtude; castidade e antítese; luxúria. Para receber ajuda
neste sentido é possível invocar Logos Uriel, orando:

Oração de Vênus

Uriel, Arcanjo Sagrado do Planeta Vênus, Senhor do Raio do Amor, das Artes e da Beleza,
rege as terças-feiras

Vos rogo mui humildemente, divinos Elohim, pelos místicos nomes On, Hey, Heya, Ya, Ye,
Adonai, Shadai… acudi ao meu chamado.

Vos suplico auxílio em nome do tetragrammaton e pelo sacro poder dos anjos da terceira
legião, governados por Uriel, o Regente de Vênus, a estrela da aurora. Vinde, anael, Vinde,
Vinde, reconheço minhas imperfeições, mas vos adoro e vos invoco.

OM Seja Amor… OM Seja Amor… OM Seja Amor…

Amém…
OBJETIVO

O tema escolhido foi a arte de desenhar, buscando uma compreensão mais profunda de
como o desenho pode auxiliar-nos de maneira terapêutica. Gostava muito dessa prática,
principalmente na infância e adolescência. Tenho muitas boas memórias de momentos com
muitos lápis, canetas e folhas, usava desenhos para presentes, ou usá-los de fundo para cartas,
era como se eu pudesse através do desenho, registrar um pouquinho daquele instante e entregar
para a pessoa aquilo que eu estava sentindo por ela naquele momento, um recorte do sentimento
do momento.

Me sinto grata desde já com a oportunidade de revisitar tantas memórias e estudar algo
que guardo dentro de mim em um lugar muito especial, tenho certeza desde já que será uma
linda jornada.
DEFINIÇÃO DE DESENHO

Desenho - dicionário

substantivo masculino
1. 1.
representação de seres, objetos etc. feita sobre uma superfície, por meios gráficos, com
instrumentos apropriados.
2. 2.
arte que utiliza essa técnica de representação.

Desenho é uma forma de manifestação da arte, o artista transfere para o papel imagens
e criações. É basicamente uma composição bidimensional constituída por linhas, pontos e
forma. É diferente da pintura e da gravura em relação à técnica e o objetivo para o qual é criado.
O desenho é utilizado nos mais diversos segmentos profissionais, tornando a arte diversificada
a diferentes contextos.
Existe o desenho de projetos, onde é trabalhada toda estrutura e detalhe de uma
construção, há também o desenho de composição pictórica, quando o artista expressa no papel
situações que estão ocorrendo em tempo real, esse tipo de desenho é bastante utilizado em
tribunais durante julgamentos, em que a presença de câmeras fotográficas ou algo do gênero
não é permitida, os desenhistas tentam retratar de forma mais real possível todos os momentos
e detalhes do julgamento, para que quando outras pessoas olharem o desenho tenham a sensação
de que estavam presentes na cena.

Arte - dicionário
substantivo feminino
1. 1.
habilidade ou disposição dirigida para a execução de uma finalidade prática ou
teórica, realizada de forma consciente, controlada e racional.
2. 2.
conjunto de meios e procedimentos através dos quais é possível a obtenção de
finalidades práticas ou a produção de objetos; técnica.

Etimologia - O termo “arte” está relacionado com a palavra latina “ars” que
significa habilidade ou ofício.
ORIGEM DO DESENHO

É possível dizer que a origem do desenho se deu através da necessidade de comunicação.


Pesquisando os nossos antepassados, encontra-se muitas manifestações artísticas rabiscadas nas
cavernas, chamadas de aborigenografia, as quais traziam traçados nas paredes representando
suas práticas diárias; caçadas, aventuras com animais selvagem, conquista de uma fêmea. Tudo
isso já representava a necessidade de expressar-se.

As primeiras ideografias, ou seja, toda e qualquer forma de expressão gráfica proposital


humana, com desenvolvimento natural e objetivo de haver um sistema de comunicação
referente a imagem ou palavras, não são de fácil definição. O problema acontece pela falta de
organização no sistema de linguagem e de uniformidade nas convenções gráficas,
caracterizando a aborigenografia, pois nem sempre é possível o entendimento da mensagem
do autor. Já que não possuíam uma língua definida, a comunicação era transmitida através de
gestos, sinais e signos. Ao estudarmos o desenho é necessário estudar também a linguagem e,
para isto, devemos nos familiarizar com os fundamentos da Linguística e da Semiologia.

A Linguística, como estudo científico, surgiu em 1916, tendo como interesse principal
a linguagem resultante da fala humana ou linguagem verbal, como o campo do saber humano
que identifica, pesquisa, estuda e sistematiza os conhecimentos relativos, principalmente os
provenientes da fala. Já a Semiologia, a partir do campo do saber humano, sistematiza
conhecimentos relativos aos significados dos signos utilizados em diferentes tipos de
linguagens usadas na comunicação humana, onde o termo provém do grego semeion, ou signo.

Muito do avanço da civilização se deve a organização destes símbolos, trazendo um


significado ordenado para cada um deles, assim podendo ser conhecidos em qualquer lugar do
mundo. O homem necessita da comunicação para estabelecer-se em uma sociedade. É como
vermos pessoas de países com idiomas diferentes tentarem se comunicar através de gestos e,
até mesmo, desenhos. Para que uma criança se familiarize com o idioma do âmbito em que
vive, existem técnicas usando desenhos, facilitando um aprendizado mais preciso. Inclusive
para deficientes físicos o processo de comunicação proporcionou uma ajuda, favorecendo sua
integração com sociedade. No caso dos surdos-mudos, o alfabeto gestual facilitou a
compreensão e o próprio aprendizado. Já os cegos, ganharam uma grafia interessante através
de pontos, a qual fortaleceu suas habilidades perante a sociedade, estabelecendo oportunidades
para participar de concursos e trabalhar em empresas.
O desenho como linguagem é caracterizado também na forma de ícone. A iconografia
ou "desenhos de imagem" é considerada a mais primitiva representação gráfica para expressar
as ideias do pensamento humano. A linguagem fonográfica ou "escritas da fala", representa
sons articulados emitidos pela fala humana, considerados uns dos mais sofisticados modos de
expressão gráfica. Porém, médicos e estudiosos acreditam que essa tendência de utilizar
linguagem fonográfica para iniciar a educação compromete a formação de cidadãos,
especialmente em sociedades ocidentais que estão em fase de desenvolvimento econômico.
Como algumas crianças não têm contato com formas primitivas, acabam tendo dificuldade em
entender as formas fonográficas, prejudicando o desenvolvimento sistemático, através da
educação formal, de todo o seu potencial afetivo-cognitivo, psicomotor e intelecto-criativo. A
partir dos quatro anos de idade, a criança começa a estabelecer uma distinção muito importante
entre o universo gráfico próprio do desenho de observação e o universo gráfico próprio da
escrita.

As representações gráficas, com um estudo profundo, ajudam-nos a compreender e já


mesmo encontrar as razões da necessidade humana de grafar suas ideias.

PSICOLOGIA E ESTUDO DOS DESENHOS

Dentro da psicologia é cada vez mais comum o uso de algumas artes com o intuito de
conhecer o paciente, principalmente em crianças, pois através da arte é muito comum se
expressar o que está mesmo pensando, mesmo que inconsciente disso.
A psicologia trabalha muito com o estudo dos desenhos, ao desenhar a pessoa passa para
o papel suas experiencias e também suas características como pessoa. Através deste estudo é
possível encontrar soluções para algumas questões e trazer clareza para o cenário.
Algo muito interessante de se observar é o que faz a pessoa não conseguir através da fala
expressar aquilo que vem sentindo. Para a educadora Fernanda Saguas:

“A arte é uma linguagem que possibilita o entendimento do mundo sem a


linguagem verbal. Ela faz com que as pessoas entendam conceitos sem passar
pela questão da fala, da oralidade, envolvendo diretamente o sentimento a
subjetividade.”

Muitos pesquisadores já trouxeram alguns conceitos de como a arte atua diretamente na


psicologia, sendo Vygotsky o pioneiro neste estudo, ele explica que a imaginação ou fantasia,
se mistura com materiais tomados da experiência vivida da pessoa. Quanto mais contato com a
experiência humana, mais será a disposição da imaginação, fazendo-se assim uma base sólida
para que a criança, venha desenvolver plenamente sua capacidade criadora. Vygotsky diz: A
fantasia não está contraposta à memória, mas se apoia nela e dispõe de seus dados em novas e
novas combinações (1988).

Vygotsky separa o desenvolvimento da expressão gráfico-plástica infantil nas seguintes


fases:

• Simbólica: É a fase dos bonecos que representam as pessoas, o momento em que as


crianças desenham os objetos chamados de “memória” sem a preocupação da fidelidade
ao desenho feito. As crianças nesta fase representam de uma forma simbólica, objetos
muitos distantes do aspecto real e verdadeiro.
• Simbólico Formalista: É nesta fase que se percebe maior elaboração das formas e
traços do desenho infantil. Esse período a criança começa a sentir a necessidade de não
se limitar apenas a enumeração dos aspectos concretos do objeto que representa, em
busca de estabelecer um maior número de relações, entre o todo representado e suas
partes. Os desenhos ainda se permanecem simbólicos, mas já pode identificar um início
de uma representação mais próxima da realidade.
• Formalista Veraz: Nessa fase, os desenhos da criança são fiéis ao aspecto observável
dos objetos que são representados, onde assim, acabam os aspectos simbólicos.
• Formalista Plástica: Fase onde se observa uma passagem para um novo modo de se
desenhar, porque como um desenvolvimento viso-motor mais acentuado, a criança
acaba utilizando técnicas projetivas mais realistas. O desenho deixa de ser uma atividade
com um fim de si mesmo e se torna um trabalho criador, mas tem uma diminuição no
ritmo em que os desenhos são feitos.

Luquet também se dedicou ao estudo do desenho da criança, no que se refere a sua


evolução cognitiva. Em seu estudo buscou entender como a criança desenha, em sua
concepção ele, acredita que o desenho da criança: não mantém as mesmas características do
princípio ao fim. Portanto convém fazer sobressair o caráter distintivo das suas fases
sucessivas (Luquet, 1969).
Luquet ainda diz: “O desenho infantil, enquanto manifestação da atividade da criança
permite penetrar na sua psicologia e, portanto, determinar em que ponto ela se parece ou não
com a do adulto” (Luquet, 1972). Isso porque, a criança ao fazer um desenho inspira-se não
apenas em modelos em que estão em sua frente, mas sim, na imagem que tem em seu interior
no momento em que desenha. Sendo assim, o desenho é uma forma de representação que pode
revelar o conteúdo da imagem mental da criança.
Já que do início ao fim o desenho infantil é “essencialmente realista”, cada uma dessas
fases será caracterizada por uma espécie determinada de realismo. A sequência do
desenvolvimento para Luquet, são as fases:

• Realismo Fortuito: Fase que se subdivide em desenhos voluntários e involuntários,


onde a criança no desenho faz linhas sem se preocupar com imagens, porque ainda não
se tem a consciência de que as linhas também podem representar alguns objetos.
• Realismo Fracassado ou Incapacidade Sintética: Fase quando a criança começa a
descobrir as formas e objetos, e procura desenha-la. Essa fase acontece entre os três e
quatro anos da criança, nos desenhos eles estão justapostos, em vez de se estar em um
todo. Ao que acha mais importante, dá um destaque maior, fazendo exageros ou
omitindo algumas partes.
• Realismo Intelectual: Esta fase acontece entre os dez e doze anos da criança, onde se
caracteriza o fato de a criança desenhar objetos, e não aquilo em que vê, mas sim aquilo
que sabe. Por isso a criança usa processos variados, como descontinuidade,
rebatimento, transparência, planificação e a mudança dos pontos de vista.
• Realismo Visual: Fase ocorrente aos 12 anos, que é marcada pela descoberta da
criança da perspectiva e a submissão as suas leis. A criança abandona as estratégias
utilizadas anteriormente, e a transparência se dá lugar a opacidade, onde a criança
desenha apenas os elementos que são visíveis, e o rebatimento e as mudanças dos
pontos de vista se coordenam.

Quanto ao desenvolvimento do desenho, Luquet destaca que os estágios não são rígidos,
porque em cada fase pode se prolongar enquanto a outra está começando. Entre essas passagens
de fase existe uma renúncia de alguns elementos, e uma reconstrução dos conhecimentos que
foram adquiridos, que depende das interações da criança.
DESENHOTERAPIA

Um simples desenho em um papel pode ter inúmeros significados, nos permite expressar
sentimentos mais profundos, por isso o desenho na terapia é um recurso capaz de gerar grandes
resultados.

Através do desenho, por exemplo, conseguimos nos conhecer ao estimular nossa


capacidade de pensar e auxiliar o relacionamento intra e interpessoal.

O processo terapêutico é aquele que leva o homem ao encontro de seu bem mais
precioso: ele mesmo. Mas nem sempre este caminho é fácil. Ele pode ser complicado e
doloroso, o que muitas vezes leva à insegurança.

Nesse sentido, a arteterapia pode ser vista como uma carruagem que ajuda a transportar
um indivíduo enfraquecido até o outro lado da ponte, onde possa estar mais seguro. Existem
alguns aspectos que ligam a psicologia geral a chamada psicologia da arte, como a emoção, a
memória, o pensamento e a linguagem. Psicologia da arte nada mais é do que um campo da
psicologia dedicado ao estudo dos fenômenos da criação artística a partir de uma perspectiva
psicológica.

Isso acontece na medida em que a arte é capaz de libertar a subjetividade do indivíduo.


Deste modo, é possível usar a arte para resolver conflitos, problemas de comunicação,
dificuldades de expressão e muitos outros aspectos psicológicos.

Desenhar permite que você se descubra. Nos momentos mais difíceis, um dos nossos
principais problemas é a incapacidade de enfrentar uma situação de forma adequada. Com isto,
não só não somos capazes de solucioná-la o mais rápido possível, como também, na maior parte
das vezes, ainda pioramos a situação. Por isso é tão importante parar e se descobrir. Mesmo que
você pense que sabe tudo sobre si mesmo, isso não é bem assim. Ainda há muitas situações que
você vai experimentar e que são novas. Existem muitas circunstâncias que você ainda não viveu
e com as quais não sabe como se relacionar.

Desenhar vai permitir que você descubra aspectos o que não conhece sobre você, além
de expressar o que você sente e desocupar todos os lugares que neste momento têm uma
aparência confusa e caótica. O caos, como um todo, tem os seus dias contados.
Significados do Desenho no Papel:

Quando a criança vai desenhar no papel, pode nos dizer qual o seu estado de ânimo. Se
ela começa a fazer um desenho, mas não gosta dele ela risca, e começa outro com o mesmo
papel, revela que a criança tem uma certa agressividade. Pode acontecer também que a criança
apenas limpe o seu desenho, mostra que ela é disposta a recomeçar, o que deu errado sem
problemas.

Algumas crianças preferem desenhar em silêncio, o que indica que ela está concentrada.
Outra cantarolam, o que significa que ela está querendo animar o ambiente, e também é um
pequeno modo de se chamar atenção. Quando a criança desenha personagens além de elementos
que pertencem ao céu (lua, sol, pássaros, etc.), no canto superior da folha, representa a
curiosidade da criança, a busca por coisas novas, a imaginação. A parte inferior, mostra a
necessidade materiais e até físicas, em que uma criança pode ter.

O desenho ao centro significa, que a criança está situada em tudo ao seu redor, no
momento atual, e assim essa criança se sente segura. Ao lado esquerdo que os seus pensamentos
estão no passado, a criança não pensa no futuro, ao contrário da que desenha do lado direito,
onde tem esperanças ao seu futuro.

Traços:

Com o traço continuo pode se entender uma criança dócil, e uma harmonia quando o
traço não é cortado por outro. A criança busca a paz e respeita o ambiente.

O traço contrário do continuo é o manchado. A criança começa a desenhar com


entusiasmo, mas logo o perde e então o começa de novo, o que significa que o seu desenho não
estava indo para a direção em que ela desejava, o que significa também que há uma certa
instabilidade entre o que deseja, o que pode e o que já se possui.

Com o traço oblíquo, pode se dizer que a criança não vai se desviar da trajetória, em que
foi para ela obter o seu objetivo. Esse traço contempla-se com a pressão em que a criança o faz,
se ele for forte, indica um impulso violento, mas se o traço for normal, mostra que a criança
quer um ambiente harmonioso e agradável.
As formas geométricas:

O círculo como pode ser interpretado de uma forma positiva, ou negativa, o que será
determinado pelo contexto e evolução do desenho. O seu aspecto positivo pode ser revelado,
pela energia e força do seu traço. Traços amplos e grossos, mostram uma certa preguiça ou falta
de motivação na criança ao fazer o desenho. Um desenho com vários círculos, pode ser
entendido que a criança, prefere coisas das quais ela já conhece.

O quadrado simboliza a solidão, o poder de decisão e a determinação, mas pode também


significar um comportamento, ou uma atitude rebelde por uma influência exterior. O quadrado
é encontrado nos desenhos de crianças, que se tem uma grande necessidade de fazer
movimentos, ou seja, de queimar energia. As vezes pode se dizer que crianças assim precisam
de mais delicadeza, é uma criança com um forte caráter, que não muda de opinião com
facilidade, sua força é o espirito de competição, e seu lado ruim é a falta de compaixão.

O triângulo representa o conhecimento, a criança que desenha o triângulo com seu


vértice para cima costuma ser uma criança mais sensível, criativa e intuitiva do que as outras, é
uma criança que sempre está ansiosa para mais conhecimento. O desenho em que o seu vértice
está para baixo indica uma natureza mais física e material, sendo assim, a criança procura novos
conhecimentos, mas algo relacionado mais com o físico, do que o espiritual, esses
conhecimentos iram ajudá-la a melhorar a sua comodidade, ou a adquirir coisas novas.

Temas do desenho:

As vezes as crianças desenham aleatoriamente, mas muitas vezes escolhem um tema,


como por exemplo, uma criança que decide desenhar sua família, o ambiente a sua volta, um
lugar que ache legal e bonito, etc., e a esses temas se deve prestar bastante atenção.

Temas repetidos:

Algumas vezes as crianças fazem desenhos repetitivos, aqueles desenhos em quem o


mesmo tema é sempre feito no desenho seguinte. Nesses casos pode haver uma mensagem nas
entre linhas, mas o mais importante é se assegurar de que, os pais ou professores da criança,
tenham feito uma supervalorização do desenho feito anterior, porque a criança não vai esquecer
tão fácil o que sua obra causou.
Esse fato pode desencadear um problema, em que a criança começa a acreditar que sua
mãe, pai, etc., só a quer pelo fato do desenho feito, e que ficou muito bom, e assim vai repetir
em seus desenhos o mesmo tema, só com algumas mudanças.

Se os desenhos repetidos não forem causados por meio dos elogios, podem ser bastante
reveladores, como uma experiência em que a criança foi feliz, ela procura reproduzir as
emoções em que foi experimentada. Mas também o fato de o desenho ser repetitivo, pode ser
porque a criança através dele, que nos mostrar o que está incomodando a ela.

Diversidades de temas:

Algumas crianças tem uma diversidade de temas tão grandes que acaba se tornando
difícil realizar uma boa análise, se não se consegue estabelecer uma relação entre os temas,
pode se analisar o desenho com maior profundidade pelas as cores abordas, a orientação
espacial, pelos traços e tamanho do desenho.

Na maioria das vezes, crianças que fazem seus desenhos com temas diferentes uns dos
outros, são bem fáceis de serem influenciadas pelas pessoas e pelo o ambiente. A criança passa
para o desenho seus sentimentos, como o medo, alegria, etc. Essas crianças geralmente tem o
humor instável, mas não é algo que não se adapte ao social ou afetivo, mas é mais sensível, o
que faz parte do seu temperamento.

Originalidade:

Pode ser considerado um desenho original, quando a criança desenha algo em que não
estamos costumados a ver, e assim a criança provavelmente vai explicar a sua arte, com
alguma brincadeira.

Alguns pais ficam muitas vezes pensando se os filhos não vão ter problemas socialmente
no futuro, por não se integrar na realidade, mas a sua originalidade não é algo com o que se
preocupar. A originalidade indica uma capacidade da criança de tomar suas próprias opiniões.
Algumas crianças usam sua originalidade no desenho, não para expressar as suas diferenças,
mas sim para mudar alguma coisa em que não a agrada, por isso é sempre bom vigiar e definir
esse tipo de circunstância.
Significado das Cores:

O significado das cores tem duas interpretações, uma positiva e outra negativa, que vai
ser determinada também pelo estilo do desenho. Mas ao que diz respeito das interpretações,
não está ao todo se referindo no efeito estético ou decorativo, o que interessa mesmo é a
mensagem do consciente, ou do inconsciente no desenho.

• O Vermelho: representa o sangue, a vida e o ardor. A criança que prefere o vermelho


no desenho, pode se dizer, que é uma criança enérgica, e que possui um espirito um
pouco desportivo, ou que está vivendo algum tipo de agressividade. O vermelho
acompanhado do preto, pode mostrar que a criança que aparentemente não é agressiva,
em um outro momento, a angustia e a ansiedade podem se manifestar de uma maneira
explosiva.

• O Azul: simboliza a paz, tranquilidade e a harmonia. A criança que utiliza muito essa
cor, pode se dizer que ela é introvertida, e que quer andar pelo próprio ritmo, uma
criança em que não se deve forçar, e nem a fazer mudar os seus hábitos. A criança que
utiliza o azul, também pode nos fazer compreender que ela está em um meio desanimado
e que está querendo paz, a energia que a cor passa é tranquila e suave, sendo uma cor,
em que se não deve usar com crianças muito imperativas, por se tratar do oposto das
suas necessidades.

• O Amarelo: representa o conhecimento, alegria de viver e a curiosidade. A criança que


a utiliza com frequência, é mais expressiva em relação as outras, ela é de uma natureza
otimista, ambiciosa, extrovertida e generosa. Quando o amarelo está muito excessivo
no desenho, se está diante de uma criança que sem ser hiperativa, gosta de planificar o
seu tempo com uma suficiente antecipação. É uma criança exigente com ela mesma, e
com os outros, o que pode se tornar um pouco esgotante para aqueles ao seu redor.

• O Verde: composto do amarelo e azul, o verde é uma representante da natureza. A


criança tem preferência do verde em seu desenho, mostra uma certa maturidade, ao
aprender as coisas que foram explicadas, a criança experimenta em si mesma. Essa
criança tem uma natureza sensível e bem intuitiva, ela sabe quando escondem fatos dela,
uma criança onde a sua imaginação compensa a sua iniciativa, tem constante energia
física. Mas se nos seus desenhos ela utilizar mal o verde, ela se sente ou acredita superior
aos outros, e assim seu forte eco pode ofende-los.
• O Laranja: uma mistura do vermelho e amarelo, o laranja representa uma certa
necessidade de contato social. A criança que prefere o laranja em seus desenhos, tem
uma certa inclinação pela novidade, e coisas que acontecem de um modo rápido. A
criança é impaciente, gosta de jogos em grupos, mas os não muito dos jogos em que se
exige mais concentração e um sentido de observação, tem um espírito de equipe e de
competência. Sabe se adaptar a qualquer ambiente novo, e sua linguagem e gestos são
rápidos e precipitados.

• O Rosa: é uma cor formada pelo vermelho e branco. A criança que o utiliza procura
ternura e suavidade, quer ter um contato apenas com coisas fáceis e agradáveis. Essa
criança é adaptável e assim se torna fácil ter um contato com ela, mas ele tem uma
vulnerabilidade em situações, que não são muito agradáveis. Antigamente o rosa era
relacionado com o feminino. A criança que usa o rosa, mostra que gosta de ser criança,
e que deseja permanecer nessa fase o tempo que for possível, o que pode trazer
dificuldades em aceitar responsabilidades.

• O Preto: geralmente é interpretado como um coisa ruim, mas na realidade a cor preta
significa o inconsciente, aquilo em que não vemos. A criança que usa o preto, transmite
que tem confiança em si mesma, é uma criança que tem facilidade em se adaptar a
situações imprevistas. O preto também pode passar uma mensagem ambígua, ou até
nefasta, o que nesse caso a criança, estaria dissimulando os seus pensamentos,
guardando alguns segredos próprios, como uma forma de autoproteção. Quando o preto
é usado com o azul, a criança pode ser depressiva e se sentir derrotada.

O Desenho de apenas uma cor:

Os desenhos de uma cor só demonstram preguiça ou falta de motivação, que talvez tenha
sido causado por alguém que tenha obrigado a criança a sentar e desenhar, para ter tranquilidade
e não a incomode.

Os desenhos com apenas uma cor, transmite uma mensagem clara. Esse tipo de
interpretação não há equívoco, é como se a criança não quisesse esconder nada, ela quer ser
descoberta e compreendida. A criança em seu desenho capricha nos outros elementos, como os
traços e formas.
É bom lembrar que na primeira fase é normal a criança usar apenas uma cor no seu
desenho, mas posteriormente, vai aparecer o desejo de acrescentar mais cores, e um valor ao
tema.

Componentes do desenho:

• Casa: é uma das coisas mais desenhadas pelas crianças, e na hora de avaliar o desenho,
deve se levar em conta a sua orientação, tamanho, pressão, cores, etc. O tamanho da
casa também é sempre importante, se a casa for muito grande revela que a criança, está
em uma fase mais emotiva que racional. A casa muito pequena revela que a criança,
está em um estado anímico mais introspectivo, onde talvez ela estará delineando
algumas perguntas. Outro componente que se deve avaliar é a porta, por exemplo, uma
porta pequena mostra que a criança tem uma certa dificuldade em convidar as pessoas
para sua casa, é uma criança seletiva para amigos e não gosta que lhe fazem muitas
perguntas. Enquanto a criança que desenha a porta grande gosta de receber pessoas em
casa, é uma criança em que a vida é sempre uma festa.

• Figuras humanas: na maioria das vezes a figura humana, representa a própria criança,
ou as pessoas ao seu redor, e os traços que mais se deve observar são o rosto, os braços
e os pés. Os olhos que no desenho são grandes e redondos, mostra que a criança é
curiosa, mas em alguns casos isso pode significar medo. Os olhos pequenos dizem que
a criança prefere não ver o que está acontecendo ao seu redor. A falta da boca revela
que a criança prefere ficar calada, o que vai mostrar o motivo, vai ser o restante do
desenho. Uma boca acentuada pela abertura e pela cor mostra que a criança fala tudo o
que pensa. Se no desenho a figura estiver sem mão indica que a criança se sente incapaz
de dominar a situação em que vive. Se não tiver pés, ela busca uma estabilidade. Quando
a criança desenha os braços para cima, significa que ela quer ser ouvida. Se os braços
são caídos e pregados ao corpo, pode ser que a criança está passando por um momento
em que não quer contato social, ao contrário dos braços na horizontal e abertos, que
significam uma certa necessidade de interagir.

• O Sol: se for desenhado do lado esquerdo do papel, pode ser a representação da


influência da mãe na vida da criança. Quanto mais forte for os seus raios, há mais perigo
de que a mãe queira impor a sua vontade em controlar tudo. O sol desenhado à direita
do papel, mostra a percepção da criança com o pai. Os raios muito radiantes, pode
indicar uma certa violência verbal ou física por parte do pai, mas o sol sem raios, mostra
uma perda do entusiasmo. Quando o sol estiver no centro do papel, ele representa a
própria criança, e nesse caso, a criança quer ser independente, e acredita também, que
tem uma responsabilidade pela sua mãe e seu pai.

• Lua: o desenho da lua está ligado com a doçura, adaptação e intuição. A criança que
desenha uma lua crescente no centro do papel, é excessivamente sonhadora. Geralmente
quando a criança desenha uma lua totalmente redonda, se está diante de uma criança
que é agradável, e que detesta ser vigiada.

• Nuvens: a criança que desenha nuvens é sensível ao ambiente paterno ou social, a


criança mostra que é consciente de que sua vida contem momentos bons e ruins. A cor
utilizada que vai possibilitar a sua interpretação.

• Árvore: a análise do desenho se divide em três partes: a base e raízes, altura e espessura,
e os ramos e folhagem. A base do tronco se refere a energia física da criança, e ao seu
tipo de estabilidade que lhe traz o meio-ambiente. Se o tronco for mais amplo, mais
firme estará a criança, o que será mais fácil para ela se carregar de energia. A criança
que desenha o tronco com a base mais estreita e não pressiona muito o lápis, é uma
criança de saúde frágil. A altura e espessura do tronco indica a atitude e comportamento
da criança, ela se assemelha ao tronco da árvore que desenha, transporta a sua percepção
e nos indica o local que está socialmente. Os ramos e as folhas mostram a imaginação e
a criatividade da criança. O desenho em que a árvore não tem folhas e poucos galhos,
pode ser que a criança esteja triste ou talvez sem motivação. Quando a folhagem é
abundante indica que a criança tem muitas ideias e projetos.

• Flores: a criança que desenha flores quer agradar, mas se fizer de maneira repetitiva
pode demonstrar que precisa de uma certa segurança e talvez o seu ego precisa ser um
pouco alimentado.

• Arco-Íris: o arco-íris simboliza a paz, harmonia, e representa a proteção. Se a criança


o sempre desenha, mostra que sofreu tormentas no passado, e que sem dúvida não quer
voltar a vivê-las.

Você pode estar pensando que não desenha bem e que esta técnica não é adequada para
você. Isso não é mais que uma desculpa, pois não importa se o que você faz são linhas sem
sentido ou desenhos que não têm qualquer relação. Não estamos pensando em desenhar bem,
estamos centrados em nos libertarmos e ilustrar em um papel o que sentimos.

Quando você estiver em frente a uma folha de papel em branco e pegar em um lápis ou
outro objeto estilográfico para transferir para ela tudo o que o frustra, não pense no resultado,
não pense em nada. Simplesmente deixe-se levar e permita que a sua mão flua sem pressão nem
direção. Você irá se surpreender com o resultado.

O desenho na infância à vida adulta:

Antes mesmo de saber escrever, as crianças desenham e projetam nos desenhos alguns
conteúdos nelas inconscientes, ou seja, um plano mais profundo e oculto do pensamento.

Um dado importante é que, quando a criança desenha ela materializa a imagem que
criou internamente de acordo com as suas emoções. Portanto, ela expressa no papel o
significado e o sentido que vê nos objetos, ou seja, ela não desenha a realidade como ela é, e
sim a forma como a vê.

Desenvolvimento psicomotor:

É na primeira infância o momento da vida em que existe uma forte ligação entre
o desenvolvimento motor e intelectual. Aí que entra o estímulo através do desenho infantil.

Nos movimentos que a criança faz ao desenhar ela articula desejos e suas possibilidades
de comunicação, ainda que limitadas.

A psicomotricidade ─ integração entre funções psíquicas e motoras ─ entra aqui a partir


do momento em que o sistema nervoso central cria uma consciência no ser humano sobre os
movimentos que realiza através dos padrões motores, como a velocidade, o espaço e o tempo.

Assim sendo, o desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de


problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da
lateralidade e do ritmo da criança.

A psicomotricidade, como estimulação aos movimentos da criança, tem como objetivo


criar uma consciência e um respeito à presença e ao espaço dos demais, motivar a capacidade
sensitiva, cultivar a capacidade perceptiva, ampliar e valorizar a identidade própria, criar
segurança e expressar-se através de diversas formas.
Desenho na terapia para adultos:

Como vimos, o desenho no campo da psicoterapia é explorado especialmente junto ao


público infantil, mas junto a adolescentes, adultos e idosos ele também se mostra essencial
enquanto revelador da personalidade dos conflitos humanos.

A introdução do desenho oferece uma conversa alternativa sobre o que está obstruído
pelo não-dito, oportunizando, portanto, a produção de formas mais criativas de falar.

A transposição da linguagem verbal para a não-verbal, por meio do desenho, convida o


adulto para um melhor entendimento sobre o que se tem tido como difícil de ser acessado.

Muitas pessoas começam a terapia com desenho demonstrando timidez, até mesmo no
contato com o terapeuta. No entanto, essas pessoas são capazes de libertar a sua criatividade e
expressar sentimentos e emoções com o desenho. Pessoas criativas costumam praticar pequenas
atividades artísticas quando precisam de novas ideias.

Com tudo o que já foi mencionado até ao momento, percebemos que desenhar pode ter
grandes benefícios terapêuticos que podem nos ajudar a curar o nosso interior, a sermos um
pouco mais felizes e, é claro, a nos conhecermos melhor.

Mas se tudo isso é novo para você e você quer tirar o máximo partido do desenho, é
necessário colocar em prática diferentes técnicas condizentes com o seu problema. Desta forma,
dependendo da situação, você poderá conseguir diferentes resultados.

• Desenhe linhas e depois círculos: esta técnica é muito útil se o que acontece ao seu
redor o irrita. Essa agressividade tem que ser libertada por meio de linhas que mostram
a rigidez e a dureza do seu estado, até terminar em círculos suaves e relaxantes.
• Desenhe figuras: Se você está preocupado, uma técnica para se libertar de todos esses
pensamentos que perturbam o sono é fazer figuras como círculos e triângulos. Também
pode desenhar pessoas, animais ou paisagens, tudo depende de como você se sente a
respeito das suas preocupações.
• Desenhe mandalas: as mandalas são utilizadas em religiões como o hinduísmo e o
budismo com o objetivo de alcançar a paz interior. É uma excelente técnica se você
precisa entender a si mesmo, compreender o caos à sua volta ou superar uma decepção.
• Desenhe caminhos: por vezes o desespero se apodera de nós e não encontramos a saída
para os nossos problemas. Nestes casos, desenhar caminhos pode ser uma das nossas
melhores opções. Depois de um caminho ou outro, você vai perceber que existem
possibilidades e que você pode abrir mais portas do que pensava.
• Desenhe arco-íris, flores e paisagens verdes: o verde é a cor da esperança e as cores
nos enchem de alegria. Desenhar isto permite superar um período de tristeza ou até
depressivo pelo qual estiver passando. A escuridão contrasta com a luz, por isso dê mais
luz aos seus desenhos.
• Desenhe espirais: às vezes o problema não é que não encontramos uma saída, mas sim
que pensamos que tudo pode ir para a frente ou para trás. Desenhar espirais irá lhe
permitir ter a consciência de que também existem lados, direita, esquerda, subidas,
descidas… nem tudo tem que ser sempre em linha reta. Esta é uma boa forma de
deixarmos de estar parados e começarmos a avançar.

Estas são apenas algumas ideias que você pode colocar em prática caso se sinta
angustiado, triste, estagnado ou aborrecido. Mas você pode criar a sua própria ideia, a que
funcione com você e que lhe traga benefícios. Pense que no mundo do desenho ainda há muito
para descobrir. Pode ser que você perceba que é mais fácil para você desenhar pontos ou fazer
uma réplica de uma pintura.

Não se esqueça, sempre que desenhar não pense, não alimente ainda mais as suas
preocupações, seus problemas. Simplesmente deixe-se levar até chegar à libertação tão ansiada
de forma a eliminar o caos que reside ao seu redor.

Desenhar também ajuda no processo de motricidade, assim como acontece quando


tocamos piano, violão ou qualquer outro instrumento musical, ao usarmos um pincel ou um
lápis no desenho, aprendemos a controlar os movimentos da mão e a desenvolver conexões
cerebrais.

Ouvimos falar com frequência na necessidade de desenvolver a coordenação motora das


crianças. Mas é importante destacar que adultos podem precisar desenvolver a chamada
motricidade fina, que envolve músculos menores, como os dedos das mãos. É aí que entra o
desenho nessa história, capaz até de desenvolver outras habilidades, como:

• Oxigenação do cérebro: o desenho é capaz de estimular ambos os hemisférios do


cérebro. Como se sabe, o esquerdo implica o lado lógico e racional, enquanto o direito
está relacionado com a nossa criatividade e com as nossas emoções. O benefício do
desenho não fica restrito a um maior fluxo sanguíneo oxigenado para o sistema de
recompensa cerebral. Os pesquisadores apontam que os praticantes se sentem mais
criativos momentos antes e logo depois de realizar as atividades artísticas, facilitando
até a resolução de problemas.
• Melhora da concentração: a dedicação ao desenho requer concentração. Por
isso, desenhar é um trabalho minucioso que nos permite esquecer tudo ao nosso redor.
O ato de desenhar faz o cérebro atingir um estado de concentração semelhante
àquele obtido com a meditação ou a oração. É o chamado nível alfa, no qual uma
parte do cérebro está consciente e a outra faz surgir o inconsciente.
• Estreitamento de laços: desenhar pode se tornar ainda uma atividade partilhada entre
pais e filhos, netos e avós ou por casais, por exemplo. Essa atividade serve como elo de
ligação e fortalecimento de laços, assim como é mais uma razão para esses grupos
passarem tempo juntos colaborando para algo de interesse em comum, como a economia
familiar de gastos ou emagrecimento coletivo.
• Aumento da autoestima: quando o desenho na terapia é realizado em um ambiente
relaxado e agradável, o paciente pode alcançar grandes realizações pessoais incentivado
pelo psicoterapeuta, e isso irá fortalecer a sua autoestima. Este ponto pode ser
importante para pessoas com problemas de codependência ou traumas, e que precisam
fortalecer a autoestima e aprender a se amar e a se valorizar.
A ARTE NOS PILARES DA GNOSIS

“Define-se Arte como a atividade que o ser humano realiza em qualquer área de sua
vida. Exemplo: música, arquitetura, relacionamento entre casais, família etc., como expressão
do que é consciente; deixando um ensinamento, nesse momento para a posteridade. Para o qual
se tem de inspirar em forma divina, para não expressar o que o Ego deseja.”

Segundo a Gnosis refere-se por arte o que traz harmonia consigo e com os demais, aquilo
que coopera com as regras da divindade. O dia pode transcender em tamanha desordem, ou
seja, nada harmonioso, e isso deixará marcas, maus ensinamentos aos nossos próximos; uma
relação sexual, sem inspiração para transmutação, nada mais é do que um impulso luxurioso,
ou seja o contrário da arte. Nos egos não contém absolutamente nada de artístico.

Se escutássemos uma sinfonia de Beethoven com os sentidos e com a consciência,


traduziríamos esta música como uma conferência, se fosse este o nosso interesse; como um
conselho sobre algum assunto em particular, como uma experiência com nossos Pais Internos…
já que o Universo, a Criação, sempre procurará dar o que buscamos, em sintonia com nosso
desenvolvimento espiritual.

Somos um universo em miniatura e temos “o Todo” da mesma criação dentro de nós


mesmos. O ensinamento dos grandes sábios é, desta maneira, universal. Quando vemos o artista
trabalhando em uma escultura, em uma sinfonia etc., em realidade apenas vemos o instrumento
em um contexto tridimensional. Se fôssemos um pouco clarividentes, veríamos os distintos
Átomos Mestres dirigindo os torvelinhos de Átomos Angélicos, inspirando, formando e
voltando a formar as estruturas da obra a ser realizada.

Ver dessa maneira é sintonizar-se com a criação e com o criador; estas obras são vida
pura, por isso o tempo é, necessariamente, o movimento de nosso interior. Outro exemplo seria
o médico em uma consulta. Vemos o sábio das plantas, seja sentado ou em pé, dialogando com
o paciente, ouvindo-o e motivando-o à cura, anotando os procedimentos a serem seguidos,
receitando vida, mas o fundo desse tipo de médico realiza a cura através das palavras que dirige
ao paciente, já que estas atraem as energias necessárias para sua cura por meio das plantas, da
massagem, do olhar, do sorriso. Esta é a arte de curar.

A arte de ler para nos tornarmos conscientes do conhecimento nos leva a dar conta de
que tal informação é real ou falsa sem necessidade de raciocinar, comparar, pensar. O
conhecimento é direto, já que, ao ler, não somente recebemos informação intelectual, senão
também vivência, experimentação dos conteúdos.

No entanto muito dessa consciência se perdeu e o os artistas da “nova onda” têm-se


convertido em verdadeiros intérpretes da dialética materialista, ou seja, da arte subjetiva. Todo
alento de espiritualidade tem desaparecido na arte ultramoderna. Já nada sabem os modernos
artistas sobre a Lei do Sete; já nada sabem dos Dramas Cósmicos; já nada sabem sobre as
Danças Sagradas dos Antigos Mistérios. Os tenebrosos roubaram o Teatro e o cenário,
profanaram-no miseravelmente, prostituíram-no totalmente.

Assim, pois, há duas classes de Arte: primeira a subjetiva, que é a Arte que a nada
conduz e existe também a Arte Régia da Natureza, a Arte Objetiva, Real, a Arte
Transcendental, nesta encontramos também em todas as peças arcaicas, em todas as peças
antigas, nas Pirâmides e em todos os velhos Obeliscos do Egito. No México Antigo, nos maias,
nas relíquias arqueológicas dos astecas, zapotecas, toltecas etc., nas pinturas de Michelangelo,
nos hieróglifos do Egito, nos baixos-relevos antigos do vejo país dos Faraós, na China, nos
velhos pergaminhos da Idade Média, dos Fenícios e Assírios etc. Também encontramos pinturas
preciosas de grandes ensinamentos em todos esses velhos quadros medievais, nas catedrais
gnósticas etc. A Arte Régia da Natureza é um meio transmissor dos ensinamentos cósmicos.

Aqui encontra-se de maneira muito compilada o que a Gnosis traz sobre a Arte, quando
atentos podemos observar o cuidado que devemos ter com nossas escolhas, nos lembra como
de fato teve nossas faculdades mentais degeneradas e apenas com o despertar da consciência é
de algum modo podemos recuperar aquilo que foi perdido ou talvez ao menos observamos
atentos a que rumo a humanidade vem se encaminhando.
EXPERIÊNCIA PESSOAL

Estudar a arte em si e especialmente a prática do desenho me deu a oportunidade de


revisitar antigas memórias e de resgatar aspectos interiores que vinham se perdendo.
Pesquisando referências teóricas e também estudando através da observação em momentos de
práticas, pude perceber que meu conceito de arte estava muito limitado e engessado em padrões
que acredito ser da sociedade atual, ou seja...que toda música, peça de teatro, obras ou afins é
arte... a partir dos estudos passei a buscar internamente qual a sensação interna aquilo me trazia
e a quem estava servindo, para poder assim concluir se de fato pode ser considerado como arte
ou não. Também por não ter nenhum dom nato já desenvolvido acreditava sempre estar muito
longe de práticas artísticas, embora em meu íntimo sempre me sentia muito conectada com arte,
mesmo que isso pareça contraditório.

A arte mora na simplicidade, é a expressão da beleza, a beleza através da palavra, do


som, da estética. Então, qual é o sentindo do ser humano expressar-se através da arte? A arte é
um dos pilares fundamentais de conhecimento. Desde a antiguidade se percebe que uma pessoa
que tem muito conhecimento de si mesmo, conhecimento da natureza, expressa uma beleza,
beleza em seus gestos, palavras, em sua vida no geral. Essa pessoa encontra a beleza que estava
oculta em si. Todos temos uma beleza oculta.

A beleza é a expressão da divindade, da força criadora, se observarmos o desabrochar


de uma flor é a expressão natural dessa beleza, ou o canto de um pássaro; expressão natural da
força criadora. No entanto nós como humanos, podemos expressar uma beleza que não está
pronta na natureza, podemos expressar uma beleza que está oculta, que através da arte pode ser
manifestada. Através de técnicas de pintura, escultura, arquitetura, música é possível expressar
a arte, mas de uma forma muito especial o estilo de vida também nos permite essa capacidade.
Ou seja, alguém que não realiza uma atividade artística pode manifestar a arte; através das suas
relações, através de seu exemplo, de seus hábitos, isso é esculpir a arte na própria vida.

Através dos estudos foi possível perceber que o conceito de arte assim como a arte em
si, está em constante mudança e que está se perdendo muito com esses processos de
transformação. O que de comum pode se perceber é que toda arte busca uma forma de
expressar-se, de tal modo que não é de todo estranho pensar que a arte moderna vem involuindo,
considerando que apenas está expressando o nosso interior, embora ainda seja muito triste ver
desta forma.
Aos poucos através deste estilo de vida, do despertar de sua consciência a pessoa vai
encontrando sua arte. É possível afirmar que a pessoa que não desabrochou a abre em si é
incapaz de admirar as belezas no externo; o céu, o sol, as flores, a natureza. Precisamos buscar
esse artista que está oculto em cada um de nós. A inspiração deve vir do coração não dá cabeça.

Antigamente a ciência, arte, filosofia e religião eram interligadas, portanto, a arte servia
a religião, que era também cientifica e filosófica. Hoje com estes quatro aspectos da psique
humana desconectados infelizmente a arte em inúmeros casos perdeu seu propósito divino, de
estimular o despertar de consciência de todos os seres, através da expressão da essência, tal qual
apenas a arte é capaz de fazer, desta forma perdemos muito com esta involução.

Por este motivo está cada vez mais difícil recolher a arte verdadeira se é que se pode
chamar assim e ainda mais traze-la ao físico, em minha percepção é necessário um despertar
maior de consciência para que de fato possamos internamente através da eliminação de egos
trazemos expressões artísticas de fato vindo de nossa essência. Quando mais os egos estiverem
fortalecidos, mais ficamos com as faculdades humanas adormecidas e mais degenerado tudo
que viermos produzir.

Durante os estudos senti que realmente a arte não está tão longe das minhas práticas
diárias como pensava inicialmente, me perceber muito cuidadosa aos detalhes, desde a
organização de uma casa, preparar a mesa, ou fazer a embalagem personalizada para presentes,
ao escrever uma carta, o cuidado com a letra na escrita, o cuidado ao preparar uma cuia para o
mate, coisas muito simples no dia a dia, pude ir sentindo e observando a arte se fazendo muito
presente. Particularmente posso dizer que a arte está muito relacionada as sensações que tal
atividade desperta em nós e no ambiente onde é deixada, muito vezes nem tudo o que de fato é
belo aos olhos, serve a algum propósito, é preciso estar atento. De maneira geral somos
acostumados e ver o mundo com olhos de pressa, tudo acelerado, atropelado e pode se dizer
que a arte dificilmente se expressará assim. É preciso caminhar em paz, ou ao menos buscar a
paz interior para que a arte em si se manifeste.

Em nosso ser, a parte que se relaciona a arte é a que nos leva conviver com o sagrado,
com o divino e depois desloca-la até o contexto atual, traze-la para o físico para que a
humanidade receba esse ensinamento.

Agora falando mais especificamente da prática de desenho, me propus desenhar em


alguns momentos, para pode sentir e observar de fato o que essa prática me traria de sensações,
em meu caso pude perceber que de alguma forma a prática de desenho está intimamente ligada
com as memórias infância, então em todos os momentos que realizei a prática percebi uma
inocência muito grande surgindo, uma despreocupação com o certo e errado, apenas uma
sensação de paz e calmaria, quase que uma pausa no tempo e um encontro comigo. Não achei
que os desenhos ficaram muito bonitos no geral (compartilho algumas práticas ao final do
trabalho) mas a prática em si me fez muito feliz e me trouxe bons sentimentos então o resultado
final foi bem positivo.

Desenhar nos mantem no aqui e agora, é muito difícil desenhar e estar preocupado com
outras coisas ou tentando resolver outras coisas, então esta prática funciona muito bem quando
se quer conexão com o tempo presente. E também com a minha experiência pude concluir que
a prática de desenho é ótima para o período gestacional, onde as oscilações são bem comuns,
tanto mentais, como hormonais, assim no início da prática observei agitação mental que foi
serenando no decorrer da atividade e trazendo um certo relaxamento e sensação de satisfação
ao decorrer da prática.

O desenho também nos auxilia a trabalharmos algumas questões com a aceitação,


perfeccionista, foco, finalizando das atividades...nem sempre o desenho sai como gostaríamos
e existem alguns caminhos; pode-se desistir, começar de novo e dar continuidade a partir do
que já está feito. Portanto de uma maneira bem sutil, percebo o quão é possível através da
prática do desenho estudar sobre si, sobre como nos comportamos em determinadas situações,
principalmente as de descontentamento. Agradeço de maneira geral a oportunidade de ter
ampliado minha percepção sobre o tema e principalmente pela oportunidade de ressignificar
algumas antigas crenças. Sugiro que todos tenham uma experiência com papel e lápis e façam
sua própria auto análise.
IMAGENS DE ALGUNS MOMENTOS DURANTE A PRÁTICA
REFERÊNCIAS

BRASIL, Gnosis. A Arte Régia da Natureza. Ciência e cultura do homem em busca do ser.
Disponível em: https://gnosisbrasil.com/artigos/a-arte-regia-da-natureza/

CARDOSO, S. A. R. O desenho revela uma vida. Monografias Brasil Escola. Disponível


em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/arte-cultura/o-desenho-revela-uma-
vida.htm#:~:text=Atrav%C3%A9s%20da%20psicologia%20se%20faz,das%20suas%20cara
cter%C3%ADsticas%20como%20pessoa.

LAVESO, C. Desenho na terapia: como ele pode ajudar? A inspiração e o desenho, 2019.
Disponível em: https://desenhosrealistas.com.br/desenho-na-
terapia/#:~:text=Ele%20nos%20permite%20expressar%20sentimentos,%2C%20emo%C3%
A7%C3%B5es%2C%20ideias%20e%20opini%C3%B5es.

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