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Aprofundamento

Medicina
Semana 7
Biologia

Genética de populações

Resumo

Uma população é o conjunto de indivíduos da mesma espécie que ocupa um mesmo ambiente. Os indivíduos
de uma população podem sofrer influência do meio e sofrerem com ação de fatores evolutivos. Ao longo do
tempo as mutações que ocorrem ao acaso e o crossing over fazem com que seu material genético se altere
ao longo do tempo e, principalmente, faz com que indivíduos da mesma espécie não sejam geneticamente
iguais entre si. Dentre as mutações estruturais que ocorrem nos cromossomos, podemos citar:
• Deleção: perda de parte do gene
• Duplicação: gene fica duplicado na mesma fita
• Inversão: genes trocam de lugar no próprio cromossomo
• Translocação: genes trocam de lugar entre cromossomos não homólogos

Tipos de mutação estrutural

Além disso, tem-se o crossing over, também chamado de permutação gênica, que ocorre entre os alelos dos
cromossomos homólogos da célula em divisão meiótica, que acontece no início do processo de formação
de gametas (subfase paquíteno, na prófase I). Esses eventos podem atuar em conjunto ou de maneira
isolada aumentando a variabilidade genética nos indivíduos de uma população.

Crossing over

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Biologia

Depois do surgimento da variabilidade, a natureza atua selecionando os indivíduos mais adaptados e que
possam transmitir seus genes aos próximos descendentes. Neste momento, a seleção natural atua como
fator que diminui a variabilidade genética, ao promover a sobrevivência apenas dos mais aptos, retira os
genes negativos à sobrevivência da população.

Ação da Seleção Natural. Disponível em: http://www.ib.usp.br

Dentre outros fatores que influenciam na diversidade cromossômica de uma população, podemos citar:
• Deriva gênica: alteração da frequência de um alelo na população devido uma alteração no ambiente
que influencia de maneira aleatória a perda de determinados genes, reduzindo a variabilidade genética.
Nestes casos, pode estar relacionada a alterações drásticas no ambiente, provocando grandes
mudanças no tamanho das populações, como por exemplo desastres ambientais. Também pode
ocorrer por cruzamentos aleatórios que, por acaso, acabam priorizando certa característica da
população, porém sem haver realmente uma preferência entre os indivíduos.

Como ocorre a deriva gênica

Aleatoriamente, um impacto ambiental (pisada) causa perda aleatória de parte da população, alterando a
frequência dos genes.

Disponível em: http://www.ib.usp.br

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Biologia

Ao longo das gerações, cruzamentos aleatórios fazem com que o genótipo que resulta na característica
verde se mantenha na população.
• Migrações: aumentam a variabilidade genética. A entrada e saída de indivíduos promove a
incorporação de genes de uma população em outra, aumentando e promovendo o fluxo gênico.

Princípio de Hardy-Weinberg
De acordo com este princípio, ao analisar uma população, conseguimos verificar se a população está ou não
em equilíbrio genético, e caso não esteja, tentar identificar quais fatores evolutivos estão atuando na
população. Para que uma população se mantenha em equilíbrio, ela apresentar as seguintes regras:
• População “infinitamente grande”: quanto maior a população, há mais possibilidades de cruzamento
entre todos os indivíduos.
• Cruzamentos aleatórios: a reprodução deve ser ao acaso, sem haver escolha entre os parceiros (seleção
sexual). Isso significa que a população é uma população panmítica. Além disso, todos os indivíduos
devem ser férteis.
• Não sofrer influência da evolução: Os fatores evolutivos descritos anteriormente neste material não
podem estar presentes ou atuando nesta população. As frequências alélicas e genotípicas, se mantém
constantes de geração em geração
• Não ter migrações: não deverá entrar ou sair indivíduos desta população

Este equilíbrio pode ser representado matematicamente: A frequência dos alelos vai ser determinada pelas
letras p e q, onde p é igual a frequência (f) de um alelo e q de outro.
Exemplo:
p = f(A)
q = f(a)

Como o total de alelos em uma população em equilíbrio sempre será igual a 100%, as equações deste
princípio sempre devem ser igualadas a 1. Se por acaso o resultado encontrado for diferente de 1, ao aplicar
as fórmulas em um exemplo prático, isto significa que a população não está em equilíbrio.
Exemplo: p + q = 1

Se uma população em equilíbrio tenha 70% de seus alelos A, quantos % são o alelo a? A fórmula ficaria 0,7 +
q = 1 → q = 0,3 = 30%. Para descobrir a frequência dos genótipos (combinações dos alelos), utilizamos uma
fórmula de segundo grau. Esta é construída da seguinte forma:

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Biologia

• f(AA): um gene homozigoto dominante apresenta duas cópias do alelo A, logo sua porcentagem na
população seria f(A) x f(A) = p x p = p2;
• f(Aa): um gene heterozigoto teria uma cópia de A e uma de a, que podem vir de gametas que geram as
combinações Aa ou aA, logo teremos 2 x f(A) x f(a) = 2 x p x q = 2pq.
• f(aa): ocorre da mesma forma que o homozigoto dominante. Por apresentar duas cópias do mesmo
alelo, multiplicamos f(a) x f(a) = q x q = q2.
Novamente, a soma de todas as frequências, quando em equilíbrio, resultará em 100%. Com isso, temos a
fórmula final: p2 + 2pq + q2 = 1
Frequência alelos no gameta feminino
f(A) = p f(a) = q
Frequência alelos no f(A) = p f(AA) = p2 f(Aa) = pq
gameta masculino f(a) = q f(aA) = qp f(aa) = q2

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Biologia

Exercícios

1. As populações A, B e C estão em equilíbrio de Hardy-Weinberg com relação aos genótipos


condicionados pelos alelos D e d. A frequência de indivíduos homozigotos dd é de 16% na população
A, 9% na população B e 4% na população C. Podemos afirmar que a proporção:
a) De heterozigotos Dd é maior na população C do que na B.
b) De heterozigotos Dd é maior na população A do que na C.
c) De homozigotos DD é maior na população B do que na C.
d) De homozigotos DD é maior na população A do que na B.
e) De homozigotos DD é maior na população A do que na C.

2. Uma característica fenotípica de uma população, como a cor amarela, é determinada por um gene
dominante. Esse gene tem um alelo que não produz essa característica. Um estudo dessa população
determinou que a freqüência do fenótipo amarelo era de 50% e NÃO SE SABE se essa população está
em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Com base nessas informações, não é possível saber a freqüência
do gene para cor amarela. Explique.

3. Sabendo-se que o albinismo é a ausência de pigmentação causada por um gene autossômico


recessivo, qual a frequência esperada de indivíduos fenotipicamente normais que podem ter um filho
albino, numa população em que 4% apresentam a doença?
a) 2%.
b) 8%.
c) 16%.
d) 32%.
e) 96%.

4. Alguns indivíduos da espécie humana podem sentir o gosto de solução muito diluída da droga
feniltiocarbamida (PTC) e de substâncias correlatas, enquanto outras pessoas são incapazes. Os
primeiros são chamados sensíveis ao PTC e os segundos, insensíveis. A capacidade de sentir o gosto
do PTC é herdada segundo o esperado para um caráter mendeliano simples. Na determinação desse
caráter devem estar envolvidos dois alelos, um que condiciona sensibilidade (T) e outro que
condiciona a insensibilidade (t), sendo o alelo T dominante sobre t. Existem, pois nas populações
humanas, dois tipos de indivíduos: os sensíveis ao PTC, que são os de genótipos TT e Tt e os
insensíveis à droga, os de genótipo tt. A análise de 10.000 indivíduos de uma população revelou que
3600 eram insensíveis ao PTC e 6400 sensíveis. Nesta população, supondo-a panmítica, as
frequências dos genótipos TT e Tt serão, respectivamente:
a) 0,64 e 0,36.
b) 0,36 e 0,64.
c) 0,40 e 0,60.
d) 0,16 e 0,24.
e) 0,16 e 0,48.

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Biologia

5. Constatou-se, numa população, que a frequência do gene B, em percentagem, era igual a 70% em
relação ao seu alelo b. Observou-se, em gerações sucessivas, que essa frequência não se alterava.
Qual a frequência relativa do genótipo heterozigoto nessa população?
a) 0,42.
b) 0,21.
c) 0,09.
d) 0,49.
e) 0,30.

6. Numa determinada ilha existia uma população animal com indivíduos possuidores de uma
característica normal e indivíduos possuidores de uma característica recessiva, numa proporção de
10:1, respectivamente. Mas um desastre ambiental provocou a morte de todos os indivíduos com a
característica recessiva, alterando de forma brusca a frequência do gene recessivo na população da
ilha.

a) Após o desastre pode-se afirmar que a frequência do gene recessivo será zero? Justifique sua
resposta.

b) Qual o nome dado a essa alteração brusca na frequência gênica?

7. O gráfico a seguir mostra as frequências dos genótipos de um lócus que pode ser ocupado por dois
alelos A e a. No gráfico, p representa a frequência do alelo A.

Calcule a frequência dos genótipos AA, Aa, aa nos pontos determinados pela linha pontilhada.
Justifique sua resposta.

8. Uma população vegetal, que não está em equilíbrio de Hardy-Weinberg, é composta por 500
indivíduos. Desses, 420 são de flores vermelhas (fenótipo dominante) e 80 são de flores brancas
(fenótipo recessivo). Dos 420 indivíduos de flores vermelhas, 380 são homozigóticos (VV) e 40 são
heterozigóticos (Vv). Determine a freqüência dos genes V e a freqüência dos genes v nessa população.

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Biologia

9. Pela equação Hardy-Weinberg, p2 + 2pq + q2 = 1, onde p e q são as frequências de dois alelos. Com
essa equação podemos calcular a frequência de um genótipo sabendo a frequência de um dos alelos,
ou vice-versa, desde que a população esteja em equilíbrio. Numa determinada população em equilíbrio
de Hardy-Weinberg nasceram 10.000 crianças; uma dessas crianças apresentou uma doença, a
fenilcetonúria, determinada por um gene autossômico recessivo. Calcule a frequência de indivíduos
de fenótipo normal portadores do gene causador da fenilcetonúria nessa população.

10. Numa determinada população a capacidade de enrolar a língua é determinada por um gene dominante
A. Nessa mesma população foi observado que 64% das pessoas apresentam esta característica. Qual
será a frequência esperada de indivíduos heterozigotos?

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Biologia

Gabarito

1. B
Se na população A temos 16% de dd, então q 2=0,16, onde q=0,4. Assim, 2pq=2(0,4x0,6)=0,48, ou seja,
48% da população de A é heterozigota. Já na população C temos 4% dd, ou melhor q 2=0,04, onde q=0,2.
Assim, 2pq=2 x 0,2 x 0,8=0,32, ou seja, 32% da população de C é Dd.

2. O fenótipo cor amarela engloba os genótipo AA e Aa. Se a população estiver em equilíbrio podemos
assumir que AA = p2, mas se a população não estiver em equilíbrio não se pode assumir essa igualdade,
e como não conhecemos a proporção de indivíduos Aa, não se pode saber a freqüência do gene A.

3. D
4% é aa, ou seja, q2=0,04, então q=0,2. Se aplicarmos p+q=1, temos p=0,8. Assim, fenótipo normal que
pode ter um filho albino só poderia ser o heterozigoto, pois carrega o gene recessivo. Aplicando 2pq,
temos 2pq = 2 x 0,2 x 0,8=0,32, ou 32%.

4. E
Se 3600 eram insensíveis, então tinham o genótipo tt. Logo, 3600 de 10000 dão 36% de q2, então q=0,6.
Aplicando p+q=1, temos p=0,4. Então p2=0,16, ou 16%, que correspondem a TT. Tt seria equivalente a
2pq=2 x 0,4 x 0,6), assim, Tt=0,48 ou 48%

5. A
Se a frequência de B é 0,7 e de b=0,3, então Bb seria: 2pq = 2x0,7x0,3 = 0,42, ou 42%

6.
a) Não se pode afirmar isso, porque o gene recessivo pode estar presente nos animais normais
heterozigotos.
b) Oscilação ou deriva gênica.

7. O gráfico mostra que a frequência do gene A é p = 0,60. Como p + q = 1, temos que a frequência do gene
a é q = 0,40. Portanto, de acordo com o teorema de Hardy-Weinberg, a frequência de AA é p2 = 0,36, a
frequência de Aa é 2pq = 0,48 e a frequência de aa é q2 = 0,16.

8. Nessa populacão temos 500 indivíduos e, conseqüentemente, 1000 genes (2 genes para`cada
indivíduo). A quantidade de genes v é 80 X 2 = 160 nos indivíduos vv e 40 X 1 = 40 indivíduos Vv. O total
de genes v é, portanto, de 160 + 40 = 200. Como, no total, há 1000 genes, a freqüência de v é de 20%. A
frequência de genes V é, então, de 80%.

9. A frequência de homozigotos recessivos aa será igual a 1/10000, ou seja, f(aa) = q 2 = 0,0001. Com isso,
sabemos que q = 0,01. Sabendo que p+ q = 1, p = 1 – 0,01 = 0,99. O fenótipo normal portador é o indivíduo
heterozigoto, logo usamos 2pq = 2 x 0,99 x 0,01 = 0,019, ou 19%.

10. Para resolver a questão deve-se usar o princípio de Hardy-Weinberg.


Primeiro usa a fórmula: p + q = 1, onde p = frequência de A e q = frequência de a
0,64 + q = 1 --> q = 1 – 0,64 --> q = 0,36
Depois usa a fórmula: p2 + 2pq + q2 = 1, onde p2 é a frequência de AA, 2pq = frequência de Aa e q 2 é a
frequência de aa. Como ele quer apenas a frequência de heterozigotos, basta resolver o “2pq”.
Frequência de heterozigotos = 2pq = 2 . 0,64 . 0.36 = 0,46

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Física

Exercícios de Lei de Newton e plano inclinado

Exercícios

1. Um bloco de massa m0 se encontra na iminência de se movimentar sobre a superfície de uma rampa


com atrito (plano inclinado) que faz um ângulo de 30 com a horizontal. Se a massa do bloco for
dobrada, o ângulo da rampa para manter o bloco na iminência do movimento será

a) 90
b) 60
c) 30
d) 15

e) 7,5

2. Para manter um carro de massa 1.000 kg sobre uma rampa lisa inclinada que forma um ângulo θ
com a horizontal, é preso a ele um cabo. Sabendo que o carro, nessas condições, está em repouso
sobre a rampa inclinada, marque a opção que indica a intensidade da força de reação normal da rampa
sobre o carro e a tração no cabo que sustenta o carro, respectivamente. Despreze o atrito. Dados:
sen θ = 0,6; cos θ = 0,8 e g = 10 m s2 .

8.000 N 6.000 N
a) e
6.000 N 8.000 N
b) e
800 N 600 N
c) e
600 N 800 N
d) e
480 N 200 N
e) e

1
Física

3. Um homem sustenta uma caixa de peso 1.000 N, que está apoiada em uma rampa com atrito, a fim
de colocá-la em um caminhão, como mostra a figura 1. O ângulo de inclinação da rampa em relação
à horizontal é igual a θ1 e a força de sustentação aplicada pelo homem para que a caixa não deslize
sobre a superfície inclinada é F, sendo aplicada à caixa paralelamente à superfície inclinada, como
mostra a figura 2.

Quando o ângulo θ1 é tal que sen θ1 = 0,60 e cos θ1 = 0,80, o valor mínimo da intensidade da força F
é 200 N. Se o ângulo for aumentado para um valor θ2 , de modo que sen θ2 = 0,80 e cos θ2 = 0,60, o
valor mínimo da intensidade da força F passa a ser de

400 N.
a)
350 N.
b)
800 N.
c)
270 N.
d)
500 N.
e)

4. Um professor de Física utiliza uma rampa móvel para verificar o valor do coeficiente de atrito estático
entre a rampa e um bloco. O professor foi alterando o ângulo da rampa em relação à horizontal, até
que o bloco atingiu a iminência do movimento. Nesse exato instante, tirou uma foto da montagem e
acrescentou com os valores de algumas grandezas, como mostra a figura.

2
Física

Chegando a sala, explicou a situação a seus alunos e pediu que determinassem o valor do coeficiente
de atrito estático entre o bloco e a rampa.

O valor correto do coeficiente de atrito estático e da força de atrito, em N, que os alunos devem
encontrar, é:
a) 0,65 e 45.
b) 0,75 e 45.
c) 0,65 e 60.
d) 0,75 e 60.

Texto para as próximas 2 questões:


Utilize o enunciado e o gráfico abaixo para responder à(s) questão(ões).
Na figura abaixo, um bloco de massa m é colocado sobre um plano inclinado, sem atrito, que forma um
ângulo α com a direção horizontal. Considere g o módulo da aceleração da gravidade.

5. O módulo da força resultante sobre o bloco é igual a

a) mg cos α.
b) mg sen α.
mg tan α.
c)
d) mg.
e) zero.

6. Nessa situação, os módulos da força peso do bloco e da força normal sobre o bloco valem,
respectivamente,
a) mg e mg.
b) mg e mg sen α.
c) mg e mg cos α.
d) mg senα e mg.
e) mg cosα e mg sen α.

3
Física

7. Na figura abaixo, a mola M, os fios e a polia possuem inércia desprezível e o coeficiente de atrito
estático entre o bloco B, de massa 2,80 kg, e o plano inclinado é μ = 0,50.

O sistema ilustrado se encontra em equilíbrio e representa o instante em que o bloco B está na


iminência de entrar em movimento descendente. Sabendo-se que a constante elástica da mola é
k = 350 N m, nesse instante, a distensão da mola M, em relação ao seu comprimento natural é de

2
Dados: g = 10 m / s , sen θ = 0,80 e cos θ = 0,60

0,40 cm
a)
0,20 cm
b)
1,3 cm
c)
2,0 cm
d)
4,0 cm
e)

8. Observe a figura a seguir.

Um caixote pesando 50N, no instante t = 0, se encontra em repouso sobre um plano muito longo e
inclinado de 30 em relação à horizontal. Entre o caixote e o plano inclinado, o coeficiente de atrito
estático é 0,20 e o cinético é 0,10. Sabe-se que a força F, paralela ao plano inclinado, conforme
indica a figura acima, tem intensidade igual a 36N. No instante t = 9s, qual o módulo, em newtons,
da força de atrito entre o caixote e o plano? Nesse mesmo instante, o bloco estará subindo, descendo
ou permanece em repouso sobre o plano inclinado?
Dados:
sen30 = 0,5
cos30 = 0,9
a) 14 e descendo.
b) 11 e permanece cm repouso.
c) 9,0 e subindo.
d) 8,5 e permanece em repouso.
e) 4,5 e subindo.

4
Física

9. Um bloco de madeira encontra-se em equilíbrio sobre um plano inclinado de 45º em relação ao solo.
A intensidade da força que o bloco exerce perpendicularmente ao plano inclinado é igual a 2,0 N. Entre
o bloco e o plano inclinado, a intensidade da força de atrito, em newtons, é igual a:
a) 0,7
b) 1,0
c) 1,4
d) 2,0

10.

Um bloco de massa m é colocado sobre um plano inclinado cujo coeficiente de atrito estático ì =1
como mostra a figura. Qual é o maior valor possível para o ângulo á de inclinação do plano de modo
que o bloco permaneça em repouso?
a) 30°
b) 45°
c) 60°
d) 75°
e) 90°

5
Física

Gabarito

1. C
A iminência de movimento no plano inclinado não depende da massa do corpo, portanto deverá
permanecer essa situação para o mesmo ângulo, independente da massa.
A explicação reside no fato de que, na condição de iminência de movimento, a força de atrito estático
(Fat ) se iguala à componente do peso na direção do plano inclinado (Px ) . Assim:
Fat = Px
μe N = m g sen 30
N = m g cos 30
μe m g cos 30 = m g sen 30

Logo, o coeficiente de atrito estático (μ e ) é igual a:


sen 30
μe = = tan 30
cos 30

Portanto, o aumento da massa, aumenta o peso e consequentemente sua componente na direção do


movimento, assim como aumenta também a força de atrito igualmente, permanecendo o sistema na
iminência de movimento no mesmo ângulo anterior.

2. A
De acordo com o diagrama de forças, temos:

A reação normal é igual em módulo à componente normal do peso em relação ao plano inclinado:
N = Py  N = m gcos θ  N = 1000 kg  10 m s2  0,8 N = 8000 N

A tração na corda corresponde à componente do peso paralela ao plano inclinado:


T = Px  T = m g senθ  T = 1000 kg  10 m s2  0,6  T = 6000 N

6
Física

3. E

Da figura, podemos escrever:


N = Pcos θ

F = Psen θ − Fat  P(sen θ − μ cos θ)

Pela última equação acima, para a primeira situação, temos:


F1 = P(sen θ1 − μ cos θ1)
200 = 1000(0,6 − μ  0,8)  μ = 0,5

Sendo F' o valor da nova força mínima a ser aplicada, para a segunda situação, temos:
F' = P(sen θ2 − μ cos θ2 )
F' = 1000(0,8 − 0,5  0,6) = 1000  0,5
 F' = 500 N

4. D
Decompondo a força peso nas direções ortogonais ao plano inclinado, temos o diagrama de forças
abaixo:

Tomando o equilíbrio de forças na direção perpendicular ao plano inclinado, calculamos o módulo da


força normal:
80
N = Py  N = mgcos θ  N = 10 kg  10 m / s2   N = 80 N
100

Na direção do plano inclinado, temos:


60
Fat = Px  Fat = mgsen θ  Fat = 10 kg  10 m / s2   Fat = 60 N
100

Mas a força de atrito estático e o coeficiente de atrito estático são relacionados por:

7
Física

60 N
Fat = μe  N  60 N = μe  80 N  μe =  μe = 0,75
80 N

Com isso, a resposta correta é alternativa [D].

5. B
Com a decomposição das forças no plano inclinado, nota-se que não há força resultante no eixo y,
mas somente no eixo x, dada por:
Px = mg sen α

6. C
Para responder a questão, basta decompor a força peso na direção do plano inclinado e na direção
normal a ele, como segue na figura:

Assim, temos que o módulo da força peso do bloco é igual a mg e o módulo da força normal é igual ao
módulo da componente Py do peso, que com o auxílio da trigonometria vale mgcos α.

7. E
Para o corpo B representado na figura, aplicamos a 2ª lei de Newton:

8
Física

Como o sistema está em equilíbrio estático, a força resultante é nula.


PX − T − Fat = 0
(1)

E ainda:
PX = PB  sen θ  PX = mB  g  sen θ
Fat = μ  NB = μ  PY = μ  mB  g  cos θ
T = Fe = k  x

Substituindo essas equações em (1):


mB  g  sen θ − k  x − μ  mB  g  cos θ = 0

Isolando a deformação na mola


m g
x = B  ( sen θ − μ  cos θ)
k
2,8 kg  10 m / s2
x=  ( 0,8 − 0,5  0,6 )  x = 0,04 m = 4 cm
350 N m

8. E
Fazendo a decomposição das forças da figura, tem-se:

Calculando as componentes da força peso:


P  sen ( 30 ) = 50  0,5 = 25 N
P  cos ( 30 ) = 50  0,9 = 45 N
Como F  P  sen(30), o bloco está subindo o plano inclinado!

Como o bloco está em movimento, deve ser utilizado o coeficiente de atrito cinético dado na questão
para o cálculo a seguir.
Fatc = μc  N
Fatc = μc  P  cos(30)
Fatc = 0,1 45
Fatc = 4,5 N

9
Física

9. D
N = 2 N;
Dado: θ = 45.
A figura ilustra a situação.

O bloco está sujeito a duas forças: O peso (P ) e a força aplicada pelo plano ( F ) . Como ele está em
equilíbrio, a resultante dessas forças é nula, ou seja, elas têm mesma intensidade e sentidos opostos.
Assim, da figura:
F F
tg 45 = at  1 = at  Fat = 2 N.
N 2

10. B
Resolução
No caso limite:
Fatrito = P.sen
.m.g.cos = m.g.sen
.cos = sen
 = sen/cos
 = tg → tg  = 1 →  = 45

10
Português

Predicativo do Sujeito x Adjunto adnominal

Resumo

Adjunto Adnominal
O adjunto adnominal possui valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado de um
substantivo independente da função dele. Esse termo pode vir expresso por:

a) adjetivo: O notável poeta português deixou uma obra originalíssima.


b) locução adjetiva: Ele tinha a memória de prodígio.
c) artigo (definido ou indefinido): O ovo é a cruz que a galinha carrega na vida. (C.Lispector)
d) pronome adjetivo: Vários expositores venderam suas mercadorias.
e) numeral: Ela casou há duas semanas.
f) oração adjetiva: Venho cumprir uma missão do sacerdócio que abracei. (M. de Assis)

Predicativo do Sujeito
O predicativo do sujeito é o termo da oração que caracteriza o sujeito, atribuindo a ele uma qualidade. Esse
termo aparece apenas com o predicado nominal, juntamente com um verbo de ligação. Pode ser
representado por:

a) adjetivo: A sua mensagem foi especial.


b) locução adjetiva: A comida está sem sal.
c) substantivo: Essa imagem parece uma nuvem.
d) pronome substantivo: Meu caderno não é esse.
e) numeral: Somos dez alunos no total.

1
Português

Exercícios

1. Observe os períodos abaixo e assinale a alternativa em que o lhe funciona como adjunto adnominal:

a) “... anunciou-lhe: Filho, amanhã vais comigo.”


b) O peixe cai-lhe na rede.
c) Ao traidor, não lhe perdoaremos jamais.
d) Comuniquei-lhe o fato ontem pela manhã.
e) Sim, alguém lhe propôs emprego.

2.
‘London River’ é drama simples e emocionante de tom político
André Barcinski
Crítico da Folha de São Paulo

“London River” - “Destinos Cruzados” é um filme simples e emocionante sobre como duas pessoas
de origens totalmente diferentes podem ser afetadas da mesma maneira por uma tragédia.
Brenda Blethyn (“Segredos e Mentiras”) vive Elisabeth, viúva que mora num sítio no interior da
Inglaterra.
No dia 7 de julho de 2005, Elisabeth está assistindo à TV quando vê o noticiário sobre atentados
suicidas em Londres. Ela imediatamente liga para a filha, que mora na capital inglesa. Mas a filha não
atende.
As horas passam, Elisabeth liga de novo, e nada. Preocupada, decide ir a Londres, procurar a
menina.
Enquanto isso, Ousmane (Sotigui Kouyaté, veterano ator nascido em Mali e morto neste ano), um
franco-americano muçulmano, também vai para Londres, procurando o filho.
Como antecipa o título do filme em português, os destinos dessas duas almas perdidas vão se
cruzar. A vida deles está, de alguma forma, conectada.
O filme, até então um drama com ares de mistério, ganha um viés mais político, explorando temas
como preconceito e a dificuldade de comunicação. Tanto Elisabeth quanto Ousmane vão perceber que
nada sabem sobre o outro.
Dirigido pelo franco-argelino Rachid Bouchareb, “London River” peca por um roteiro um tanto
esquemático, mas as atuações contidas de Blethyn e Kouyaté (vencedor do Urso de Ouro em Berlim)
dão ao filme uma dignidade comovente.
Folha de São Paulo, 01/10/2010.

Os termos grifados no texto, constituem, respectivamente:

a) agente da passiva, objeto indireto, aposto e adjunto adverbial.


b) sujeito simples, objeto indireto, predicativo do sujeito e complemento nominal.
c) sujeito simples, complemento nominal, aposto e adjunto adverbial.
d) agente da passiva, complemento nominal, aposto e adjunto adverbial.
e) agente da passiva, objeto direto, aposto e adjunto adverbial.

2
Português

3. “Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele estado, com a família morrendo de
fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa
deserta. ELE, a mulher e os filhos tinham-se habituado à camarinha escura, pareciam ratos - e a
lembrança dos sofrimentos passados esmorecera (...).
● Fabiano, VOCÊ é um homem, exclamou em voz alta.
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar
só. E, pensando bem, ele não era um homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas
dos outros. (...) Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, ALGUÉM tivesse percebido a
frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando:
● Você é um bicho, Fabiano.
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho capaz de vencer dificuldades.”

Observe a oração: "Fabiano ia SATISFEITO". O termo em destaque assume a função de:

a) predicativo do sujeito
b) objeto direto
c) adjunto adverbial
d) adjunto adnominal
e) agente da passiva

4. Identifique a alternativa em que todos os dois termos destacados têm a função de adjunto adnominal.
a) As funcionárias estavam absolutamente impossibilitadas de reagir.
b) Traga-o até aqui, com todas as bagagens.
c) Belíssimas gravuras foram vendidas por eles.
d) Eles chegaram muito tarde e jantaram sozinhos.
e) Os pareceres dos técnicos lhe foram plenamente favoráveis.

5. Assinale a alternativa em que o adjetivo grifado funciona como adjunto adnominal.


a) Homem FELIZ é aquele que ama o próximo.
b) Sempre que a via, sentia-me bastante FELIZ.
c) Todos afirmavam que era muito FELIZ.
d) A carta do amigo deixou-o bastante FELIZ.
e) O jovem inteligente considerava-se APTO para o trabalho.

3
Português

6. Aponte a alternativa que expressa a função sintática do termo destacado: “Parece enfermo, seu irmão”.
a) Predicativo do objeto
b) Predicativo do sujeito
c) Adjunto adnominal
d) Adjunto adverbial
e) Sujeito

Textos para a próxima questão


Mudança no clima afeta mais os pobres, diz secretário da ONU
Após alerta climático da ONU, reunião com ministros do Meio Ambiente de cem países pretende estudar
modificações no comércio global para salvar o planeta
Agência Reuters

NAIRÓBI, Quênia – Os pobres do mundo, embora sejam os menos responsáveis pelo aquecimento global,
serão os mais afetados pelo fenômeno, disse na segunda-feira o secretário-geral da Organização das
Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, a ministros de Meio Ambiente de vários países. Eles estão reunidos em
Nairóbi, capital do Quênia, para estudar modificações no comércio global de modo a salvar o planeta.
"A degradação do ambiente global continua incontida, e os efeitos da mudança climática estão sendo
sentidos em todo o globo", disse Ban em nota que ecoa o relatório divulgado na semana passada pela ONU
que apontava as atividades humanas como principais causas do aquecimento.
Em um discurso atribuído a Ban no início da reunião ministerial de Nairóbi, capital do Quênia, o secretário-
geral afirmou que todos os países vão sentir os efeitos adversos das mudanças climáticas.
"Mas são os pobres, na África e em pequenos Estados insulares, que vão sofrer mais, mesmo que sejam os
menos responsáveis pelo aquecimento global", afirmou.
Especialistas dizem que a África é o continente que menos emite gases do efeito estufa, como o dióxido de
carbono, mas que devido à pobreza e à geografia é a região que tem mais a perder. Símbolos disso são a
desertificação em torno do Saara e a redução da capa de gelo do monte Kilimanjaro.
Agências ambientais da ONU pressionam Ban a se empenhar na busca por um tratado que suceda ao
Protocolo de Kyoto, que prevê a redução nas emissões globais de poluentes, mas expira em 2012.
Os governos estão sob pressão para agirem à luz das conclusões do Painel Intergovernamental sobre
Mudança Climática da ONU, que apontou grande probabilidade de que no futuro haja mais tempestades,
secas, ondas de calor provocadas pela queima de combustíveis fósseis e outras atividades.

4
Português

Alternativas
Achim Steiner, chefe do Programa Ambiental da ONU, que organiza o encontro de uma semana dos quase
cem ministros, disse que a globalização está esgotando os recursos mundiais, sem oferecer os benefícios
esperados.
Mas há muitos exemplos de gerenciamento sustentável, lembrou ele, citando a certificação de recursos
como madeira e pesca para evitar a exploração ilegal e mecanismos "criativos", como o mercado de carbono,
ou seja, de créditos para a emissão de poluentes, que se amplia rapidamente.
"Precisamos valorizar o poder do consumidor, atender aos apelos por regulamentação internacional para o
setor privado e impor padrões e normas realistas para os mercados globalizados", disse Steiner em nota
antes da reunião.
Relatório climático
O encontro ocorre sob o impacto do relatório da ONU, de acordo com o qual há mais de 90% de probabilidade
de que o aquecimento global tenha como principal causa o fator humano.
Funcionários da ONU esperam que o estudo incentive governos -- especialmente o dos EUA, maior poluidor
mundial -- e empresas a se empenharem mais na redução dos gases do efeito estufa, emitidos
principalmente por usinas termelétricas, fábricas e carros.
O encontro desta semana do Conselho do Programa Ambiental da ONU no Quênia discutirá também a
crescente ameaça da poluição por mercúrio, a demanda por biocombustíveis e reformas na ONU.

Pela primeira vez, o evento receberá dirigentes de outras agências, como Pascal Lamy, da Organização
Mundial do Comércio (OMC).
"Acredito que a presença (de Lamy) mostra que não há mais um tráfego de mão única a respeito do comércio
e meio ambiente", disse Steiner.
Disponível em: www.estadao.com.br/2007/fev/05/85.htm

7. Considerando o trecho “Os governos estão [1] sob pressão [2] para agir em à luz das conclusões do
Painel Inter governamental sobre Mudança Climática da ONU, que apontou grande probabilidade [3]
de que no futuro haja mais tempestades, secas, ondas de calor provocadas [4], pela queima de
combustíveis fósseis e outras atividades”, os termos grifados e numerados exercem, respectivamente,
a função sintática de
a) predicativo do sujeito, adjunto adverbial de finalidade, complemento nominal e agente da passiva.
b) predicativo do sujeito, adjunto adverbial de conformidade, objeto indireto e sujeito paciente.
c) adjunto adverbial de modo, adjunto adverbial de conseqüência, objeto direto preposicionado e
aposto.
d) adjunto adnominal, adjunto adverbial de afirmação, adjunto adnominal e complemento nominal.
e) adjunto adverbial de companhia, adjunto adverbial de proporção, agente da passiva e objeto
indireto.

5
Português

8. "Aqui estou de novo. Feliz por este momento. Eu estava muito nervoso no final do jogo. Foi aqui que
eu apareci pela primeira vez, para ganhar o meu primeiro torneio em 97. Foi aqui que meus sonhos
começaram a se tornar realidade. Não achei que pudesse voltar aqui e vencer," disse Guga com o
microfone na mão. "Também gostaria de parabenizar o Norman. Nós dois merecíamos estar aqui
hoje."
KUERTEN, Gustavo, no discurso após a vitória de Roland Garros, Paris, França, 11/06/2000.

No início do texto, o entrevistado começa a detalhar seus momentos no torneio de tênis em 1997.
Apresente a classificação sintática da palavra “nervoso”, tendo em vista a função sintática do verbo
“estava”.

9. Os três amores
I

Minh′alma é como a fronte sonhadora


Do louco bardo, que Ferrara chora...
Sou Tasso!... a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora...
Longe de ti eu bebo os teus perfumes.
Sigo na terra de teu passo os lumes..
— Tu és Eleonora...

II

Meu coração desmaia pensativo,


Scismando em tua rosa predilecta,
Sou teu pallido amante vaporoso,
Sou teu Romeu... teu languido poeta!...
Sonho-te ás vezes virgem... semi-núa...
Roubo-te um casto beijo á luz da lua...
— E tu és Julieta...

III

Na volupia das noites andaluzas


O sangue ardente em minhas veias rola.
Sou D. Juan!... Donzellas amorosas,
Vós conheceis-me os threnos na viola!
Sobre o leito do amor teu seio brilha...
Eu morro, se desfaço-te a mantilha...
Tu és — Julia a Hespanhola!...
Castro Alves

6
Português

As expressões "Sou Tasso!...", "- Tu és Eleonora, "Sou teu Romeu..." e "Sou D. Juan" apresentam os
substantivos próprios na função de:

a) vocativo.
b) predicativo do sujeito.
c) predicativo do objeto.
d) objeto direto.
e) adjunto adnominal

10. Emoções na montanha-russa (fragmento)


Uma das sensações mais intensas e perturbadoras que se pode experimentar, neste nosso mundo
atual, é um passeio na montanha-russa. Só não é nem um pouco recomendável para quem tenha
problemas com os nervos ou com o coração, nem para aqueles com o sistema digestivo sensível. A
própria decisão de entrar na brincadeira já requer alguma coragem, a gente sabe que a emoção pode
ser forte até demais e que podem decorrer consequências imprevisíveis. Entra quem quer ou quem se
atreve, mas sabe-se também que muita gente entra forçada por amigos e pessoas queridas, meio que
contra a vontade, pressionada pela vergonha de manifestar sentimentos de prudência ou o puro medo.
Mas, uma vez que se entra, que se aperta a trava de segurança e a geringonça se põe em movimento,
a situação se torna irremediável. Bate um frio na barriga, o corpo endurece, as mãos cravam nas alças
do banco, a respiração se torna cada vez mais difícil e forçada, o coração descompassa, um calor
estranho arde no rosto e nas orelhas, ondas de arrepio descem do pescoço pela espinha abaixo.
Nicolau Sevcenko: A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa.

Sobre as expressões do primeiro período “uma das sensações mais intensas e perturbadoras” e “um
passeio na montanha-russa”, apresente uma análise possível, correta e coerente sobre o ponto de
vista semântico referencial e sintático.

7
Português

Gabarito

1. B
No caso da alternativa b, o “lhe” pode ser interpretado como posse, podendo ser trocado por “dele”, desse
modo, entende-se como adjunto adnominal.

2. A
por uma tragédia: antecedida de uma locução adverbial, o termo exerce função de agente da passiva.
à TV: o verbo assistir é objetivo indireto.
veterano ator nascido em Mali e morto neste ano: o termo está explicando o sujeito, além de estar entre
vírgulas, fazendo papel de aposto.
de alguma forma: o termo está caracterizando a locução adverbial “está conectada”, sendo adjunto
adverbial.

3. A
O verbo “ir” está flexionado com o sentido de “estar”, desse modo, o termo “satisfeito” exerce função de
predicativo do sujeito.

4. E
“os” e “dos técnicos” estão delimitando em definição e caracterização o termo “pareceres”, desse modo,
adjetivam um substantivo independente de sua função.

5. A
O termo “feliz” está caracterizando o sujeito, desse modo, exerce função de adjunto adnominal.

6. B
O verbo “parecer”, na questão, está flexionado com o sentido de “ser/estar”. Desse modo, o termo
“efermo” exerce função de predicativo do sujeito por estar ligado, diretamente, ao sujeito.

7. A
sob pressão: por estar interligado ao sujeito através de um verbo de ligação, faz-se predicativo do sujeito.
para agir em à luz das conclusões do Painel Inter governamental sobre Mudança Climática da ONU: o
termo está caracterizando a ação da oração, fazendo papel de adjunto adverbial.
de que no futuro haja mais tempestades, secas, ondas de calor provocadas: o termo está
complementando o objeto “probabilidade”.
pela queima de combustíveis fósseis e outras atividades: o termo, antecedido de uma locução adverbial,
exerce função de agente da passiva.

8. Em "Eu estava NERVOSO no final do jogo", a palavra em destaque é um predicativo do sujeito. O caso
do termo “nervoso” está ligado ao sujeito, através de um verbo de ligação.

9. B
Os nomes das orações estão conectados ao sujeito através de um verbo de ligação, desse modo, são
predicativos do sujeito.

10. Do ponto de vista semântico-referencial, ou seja, no nível denotativo, são equivalentes, isto é, denotam
ou referem o mesmo objeto; já, do ponto de vista sintático, não se equivalem: enquanto a primeira

8
Português

assume a função do sujeito, a segunda assume a do predicativo do sujeito. Ambas as frases


destacadas estão interligadas pelo verbo “ser” flexionado. O papel do verbo é interligar o sujeito ao
predicativo do sujeito, ou seja, apresentar uma característica ou sentimento ao sujeito, através do
predicativo. Desse modo, “um passeio na montanha-russa” é predicativo do sujeito.

9
Química

Estequiometria simples

Resumo

Estequiometria é o cálculo que permite relacionar quantidades de reagentes e produtos, que participam de
uma reação química com o auxílio das equações químicas correspondentes.

Conversão de mol para número de entidades químicas (nome genérico para átomos, íons ou
moléculas)
Aqui o fator de conversão será o Número de Avogadro, que independe da natureza da substância, e vale 6,02
x 1023 entidades químicas/mol. Então cada mol de O2 tem 6,02 x 1023 moléculas de O2; cada mol de O tem
6,02 x 1023 átomos de O; cada mol de NO 3- tem 6,02 x 1023 íons NO3-.

Exemplos:
3 mol de H2SO4 apresentam quantos mol de moléculas do ácido, quantos átomos de H e quantos de O.
3 mol de H2SO4 x 6 x 1023 moléculas de H2SO4/mol = 18 x 1023 = 1,8 x 1024 moléculas de H2SO4.

Cada molécula de H2SO4, porém, apresenta 2 átomos de H/molécula e 4 átomos de O/molécula. Assim,
calculamos os átomos de O e H.
H: 1,8 x 1024 moléculas de H2SO4 x 2 moléculas de H/molécula de H2SO4 = 3,6 x 1024 átomos de H.
O: (4 átomos de O/molécula de H2SO4) x 1,8 x 1024 moléculas de H2SO4 = 7,2 x 1024 átomos de O.

Exercício relacionando massa com massa de duas substâncias em uma reação


Você concorda com o que segue? 2 mol de NaOH reage com 1 mol de H2SO4 produzindo, concomitantemente,
1 mol de sal e um de H2O? Se pensou sim, está correta(o)
2NaOH(aq) + H2SO4(aq) → Na2SO4(aq) + H2O(l)

Calcule a massa produzida de sal ao serem neutralizados 160g de NaOH.


Resposta: Via regra de três: “Se 80g (2NaOH) produzem 152g (1Na 2SO4), 160g de NaOH produzem x”
80g ---------------152g
160g ---------------xg
x = 304g de Na2SO4

Exercício com relação massa-volume


C2H6O(g) + 3O2(g) → 2CO2(g) + 3H2O(v)

69g de álcool foram consumidos no deslocamento de um veículo total flex. Calcule o volume de gás
carbônico produzido nesse processo.
Resolução: Via regra de três: Se 46g (1mol de C2H6O) produz 44,8L (= 2CO2) de CO2(g), 69g produzem xL de
CO2.
46 -------- 44,8
69 -------- x
x = 67,2L de CO2

1
Química

Relação mol-mol:
Com a mesma equação acima, indique quantos mol de H2O são produzidas se 2CO2 for também
produzido.

Resolução: Quando 2 mol de CO2 são produzidos, sabemos que concomitantemente 3 de H 2O também são.

Conversão de mol para volume (para gases nas Condições Normais de Temperatura e Pressão)
Quais são as Condições Normais de Temperatura e Pressão?
Para a IUPAC, as condições normais de temperatura e pressão são: 0 C e 1atm. Então quer dizer que qualquer
o

gás que se encontrar nessas condições estará nas CNTP, professor? Sim, meu querido nerd Descomplica.
Além disso, é válido destacar que os gases que estão fora das CNTP não irão participar das regras expostas
aqui. Dessa forma, gases em temperaturas diferentes de 0 C ou em pressões diferentes de 1atm não
o

participarão da nossa festinha.


Aqui, o fator de conversão usado é o volume molar. Ele tem o valor de 22,4L/mol (ou seja, cada mol equivale
a 22,4L de gás) . Para passar de mol para volume, devemos multiplicar o número de mol, em mol, por esse
fator, e para converter de volume para mol, devemos dividir o volume, em litros, pelo volume molar.
Exemplo:
5O2 nas CNTP = 5 mol x 22,4L/mol = 112L de O 2
6H2 nas CNTP = 6 mol x 22,4L/mol = 134,4L de H2

Repare que o fator de conversão é fixo e não depende da natureza da substância, diferentemente da massa
molar, que dependia da substância.

2
Química

Exercícios

1. De 1.000 litros de um efluente contendo NO3− em uma concentração de 4.10-3 mol/L. A remoção de
nitrogênio é um processo importante no tratamento de efluentes líquidos industriais. Em processos
convencionais de tratamento, uma das etapas de remoção de nitrogênio é a desnitrificação, cuja
equação global está representada a seguir:

6 NO3− + 5 CH3OH → 3 N2 + 5 CO2 + 7 H2O + 6 OH−

a) Determine o número de oxidação do nitrogênio nas espécies envolvidas na desnitrificação.

b) Considere que o volume molar dos gases nas CNTP é igual a 22,4 L  mol−1. Calcule o volume de
gás nitrogênio, medido nas CNTP, produzido na desnitrificação

2. Em 19 de março de 2009, o Presidente da República sancionou a lei que torna obrigatório, a partir de
2014, que todos os veículos de passeio e utilitários esportivos saiam equipados de fábrica com o
dispositivo de segurança conhecido como “air bag”. O “air bag” é uma bolsa de náilon fino, com volume
de cerca de 80 litros e que, em caso de colisão, é preenchida rapidamente (~40 ms) com N 2 gasoso. O
N2 gasoso é proveniente da seguinte sequência de reações:

Sabendo-se que a massa molar do NaN3 é igual a 65 g/mol e considerando-se que, nas condições de
reação, (I) 1 mol de NaN3 produz, ao final do processo, 1,6 mol de N2 com 100% de rendimento e (II) 1
mol de N2 gasoso ocupa um volume de, aproximadamente, 25 litros, calcule a massa de NaN 3
necessária para produzir 4 (quatro) litros de N2 nessas condições. Apresente seus cálculos.

3. Um grupo de estudantes está testando a eficiência de alguns antiácidos. Para simular o ambiente
estomacal, tomaram como referência uma solução aquosa de HC 0,1mol L e estão testando
antiácidos que agem por neutralização química do ácido clorídrico.

a) Em um teste, os estudantes utilizaram como antiácido o hidróxido de magnésio, Mg(OH)2 , de


massa molar igual a 58 g. Calcule o volume, em mL, de suco gástrico que pode ser neutralizado
por 0,12 g de hidróxido de magnésio.

b) O bicarbonato de sódio, NaHCO3 , é usado para combater a acidez estomacal. Escreva a equação
que representa a reação do NaHCO3 com o ácido estomacal.

3
Química

4. O cloreto de alumínio anidro, A C 3(s) , tem grande importância para a indústria química, pois é
empregado como catalisador em diversas reações orgânicas. Esse composto pode ser obtido pela
reação química entre cloro gasoso, C 2(g) , e alumínio metálico, A (s) .

Dados: A = 27; C = 35,5.

a) Indique como variam os números de oxidação do cloro e do alumínio nessa reação e qual desses
reagentes atua como agente redutor.

b) Escreva a equação balanceada dessa reação química e calcule a massa de cloreto de alumínio
anidro que é obtida pela reação completa de 540 g de alumínio com cloro em excesso. Apresente
os cálculos.

5. O calcário calcítico ( CaCO3 ) é utilizado para neutralizar a acidez do solo (H+ ) além de ser fonte de
cálcio para as plantas.
Obs.: Massa molar do CaCO3 é igual a 80 g; Ca = 20, C = 12 e O = 16.
Observação: A massa molar do carbonato de cálcio é 100 g mol, pois a massa do cálcio é 40.
Porém, o enunciado da questão usa valores de 80 g mol para a massa molar do CaCO3 , e de
20 g mol para o átomo de Cálcio.

Em relação a isso:
a) Quantos quilos de Ca são adicionados ao solo quando ocorre a aplicação de 18 toneladas de
calcário calcítico?
b) Quando o calcário é aplicado em um hectare de solo, equivale dizer que o calcário está sendo
adicionado a aproximadamente dois milhões de quilos de solo. Calcule a quantidade de Ca
aplicada em um quilo de solo, quando ocorre a aplicação de 18 toneladas de calcário calcítico em
um hectare.

6. Uma amostra de cerâmica deve ser analisada para se verificar o teor de carbonato presente que afeta
a qualidade do material. Uma cerâmica constituída por uma mistura de óxidos estáveis à temperatura
elevada contém uma quantidade de carbonato de cálcio que foi determinada por gravimetria. Para tal,
200,00 g de cerâmica pulverizada e seca foram aquecidas a 1000C de forma a decompor o
carbonato de cálcio, produzindo gás CO2 . A massa da cerâmica, após o tratamento térmico, foi igual
a 191,20 g.
Dado: MCaCO3 = 100 g mol−1

MCO2 = 44 g mol−1

a) Escreva a equação da reação de decomposição do carbonato de cálcio.

b) Calcule o teor (em valores percentuais) do carbonato de cálcio na cerâmica.

4
Química

7. Uma das reações mais comuns é a de neutralização de um ácido inorgânico forte. Por exemplo, uma
solução aquosa de ácido clorídrico é neutralizada por carbonato de sódio conforme mostrado na
equação abaixo:
Dado: M(Na2CO3) = 106 g/mol
HC (aq) + Na2CO3(s) → Produtos

Considerando essa reação, seus reagentes e produtos, faça o que se pede.


a) Antes de ser dissolvido em água, o ácido clorídrico é um gás corrosivo. Escreva o tipo de ligação
que existe entre os átomos dos elementos H e C no HC gasoso.

b) Considerando excesso de HC e a reação completa com o carbonato de sódio, calcule a


quantidade de matéria, em mol, do produto gasoso produzido a partir de 5,3 g do sal.

8. A equação que descreve uma reação de fotossíntese é apresentada a seguir, adaptada para
representar todas as transformações químicas que ocorrem neste fenômeno:

6 CO2 (g) + 6 H2O( ) + Energia → C6H12O6 (s) + 6 O2 (g)

No entanto, existem bactérias que realizam a fotossíntese utilizando ácido sulfídrico no lugar de água.
Considerando-se o exposto,
a) escreva a equação química de fotossíntese quando se utiliza ácido sulfídrico no lugar da água;
b) qual será a quantidade em massa de glicose e de gás oxigênio produzida na fotossíntese, se a
quantidade, em mol, de gás carbônico envolvida na reação de fotossíntese for aumentada em
25%?

9. Os astronautas da nave Apollo 13, durante o voo espacial, enfrentaram um sério imprevisto na viagem
de retorno à Terra. Os filtros de hidróxido de lítio que eram utilizados para retirar o excesso de gás
carbônico do ar da nave ficaram saturados após alguns dias. Este incidente levou a NASA a resolver
este problema para futuras viagens espaciais, desenvolvendo uma técnica na qual utilizava a água da
urina dos astronautas na reação com o óxido de lítio para formar o hidróxido de lítio. Este, por sua vez,
era utilizado na absorção do gás carbônico do ar da nave levando à formação de carbonato de lítio e
água. A quantidade de óxido de lítio, para futuras viagens, foi estimada com base na produção diária
de 1,8 Kg de água de urina por astronauta.

De acordo com as informações do texto acima, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).


(01) Cada astronauta deve produzir aproximadamente 4,8 Kg de hidróxido de lítio por dia.
(02) Um dos produtos formados pela reação do gás carbônico com o hidróxido de lítio é o Li2CO3 .
(04) Pelos cálculos da NASA, cada astronauta eliminaria, por dia, aproximadamente 3,6 Kg de gás
carbônico na nave espacial.
(08) A equação química balanceada que representa a formação do hidróxido de lítio na nave espacial
é: LiO + H2O → Li (OH) .
2
(16) A NASA cometeu um grave engano em escolher o óxido de lítio, pois ele é um óxido ácido.
Soma: ( )

5
Química

10. Em março de 2013, cardeais da Igreja Católica de todo o mundo reuniram-se na Capela Sistina, no
Vaticano, para conduzir a eleição de um novo Papa, em um processo conhecido como “Conclave”. As
reuniões e votações ocorriam em sessão fechada, e os fiéis eram comunicados do resultado pela cor
da fumaça que saía por uma chaminé da capela – a fumaça preta era indício de um processo de eleição
não conclusivo, ao passo que a fumaça branca indicava a eleição do pontífice. Os compostos químicos
utilizados para produzir a fumaça eram, até então, desconhecidos do público, e somente no início
deste ano a composição química foi revelada. A fumaça branca era produzida pela reação de clorato
de potássio (KC O3 ) com lactose ( C12H22O11 ) e uma pequena quantidade de resina extraída de
pinheiros, ao passo que a fumaça preta era produzida pela reação entre perclorato de potássio
(KC O4 ), um hidrocarboneto policíclico aromático e enxofre elementar, ambas após ignição induzida
por uma descarga elétrica. As reações simplificadas e não balanceadas são mostradas abaixo (alguns
componentes da fumaça foram omitidos):

Reação I (fumaça branca): KC O3(s) + C12H22O11(s) → CO2(s) + H2O(g) + KC (s)

Reação II (fumaça preta): KC O4(s) + S(s) → KC (s) + SO2(g)


Disponível em: <www.nytimes.com/2013/03/13/science/vatican-reveals-recipes-for-conclave-smoke.html?_r=0>. Adaptado.

Com base nas informações fornecidas, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).

(01) Em II, na produção da fumaça preta, para que sejam formados 149 g de cloreto de potássio, é
necessário promover a reação entre 138,55 g de perclorato de potássio e 64,2 g de enxofre sólido.
(02) Na produção da fumaça preta, considerando a reação II, o número de oxidação do enxofre passa
de zero (enxofre sólido) para +4 (molécula de SO2).
(04) Para a produção da fumaça branca, considerando a reação I, a utilização de 342 g de lactose
produzirá 528 g de dióxido de carbono.
(08) O número de mol de gases formados pela reação de 1 mol de clorato de potássio para a produção
de fumaça branca é maior que o número de mol de gases formados pela reação de 1 mol de
perclorato de potássio para produzir fumaça preta. (reação II)
(16) Em I, a reação de 6 mol de clorato de potássio com 1 mol de lactose produz 23 mol de produtos
no estado gasoso.
(32) Em II, a reação de 1 mol de perclorato de potássio com 2 mol de enxofre sólido resulta na formação
de 1 mol de dióxido de enxofre.
Soma: ( )

11. Dadas as equações abaixo, após o seu balanceamento, assinale o que for correto.
I.
H2 + O2 → H2O
CaCO3 → CaO + CO2
II. 

III. P + O2 → P2O5

(01) Nas equações (I) e (III) são consumidos 2 mols de O 2.


(02) 4 mols de P reagem na formação de 2 mols de P2O5.
(04) 3 mols de CO2 são liberados na decomposição de 2 mols de CaCO 3.

6
Química

(08) 1 mol de H2O se forma para cada mol de H2 reagente.


(16) Na equação (I) os reagentes encontram-se na razão 1:1.
Soma: ( )

12. O hidrogênio, por ser mais leve que o ar, foi muito usado no passado para encher balões dirigíveis. Em
1937, um desses balões movidos a gás hidrogênio, o Hindenburg, explodiu, provocando um incêndio
de grandes proporções. O acidente pôs fim a esse curioso meio de transporte. A produção de
hidrogênio pode ser realizada a partir do metano com vapor de água segundo a seguinte reação não
balanceada:
CH4(g) + H2O(g) → CO2(g) + H2(g)

Qual a massa de CH4, em Kg, consumida nesse processo para produzir um volume de gás hidrogênio
nas CNTP capaz de encher um balão dirigível de 560 m 3?

13. A reação de termita, esquematizada, é uma importante reação fortemente exotérmica, explorada nas
mais diversas aplicações, desde experimentos didáticos à utilização como solda em grandes peças
metálicas.
Fe2O3 (s) + 2A (s) → A 2O3 (s) + Fe(s)

Ao misturar os reagentes dessa reação, qual a massa necessária de alumínio para reagir 16 g de
Fe2O3 ?

7
Química

Gabarito

1.
a) Determinação do número de oxidação do nitrogênio:
6 NO3− + 5 CH3 OH → 3 N2 + 5 CO2 + 7 H2O + 6 OH−

NO3−  N O O O  Nox(N) = +5.
+5 −2 −2 −2=−1
N2  N  N  Nox(N) = 0.

b) Cálculo do volume de gás nitrogênio, medido nas CNTP:


[NO3− ] = 4  10−3 mol / L
V = 1.000 L
1L 4  10−3 mol de NO3−
1.000 L 4 mol de NO3−
6 NO3− + 5 CH3 OH → 3 N2 + 5 CO2 + 7 H2O + 6 OH−
6 mol 3  22,4 L
4 mol VN2
VN = 44,8 L
2

2. Teremos:
A partir das informações do enunciado (nas condições de reação, (I) 1 mol de NaN 3 produz, ao final do
processo, 1,6 mol de N2 com 100% de rendimento e (II) 1 mol de N2 gasoso ocupa um volume de,
aproximadamente, 25 litros), vem:
1 mol de NaN3 1,6 mol de N2
Então,
65 g NaN3 1,6  25 L de N2
mNaN3 4 L de N2
mNaN3 = 6,5 g

3.
a) Teremos:
Mg(OH)2 + 2HC → MgC 2 + H2O
58g 73g
0,12g x
x = 0,15g
m 0,15
Μ=  0,1 =
M V 36,5  V
V = 0,0041 L ou 41mL

NaHCO3 + HC → NaC + H2CO3


H2O+CO2
b)

8
Química

4.
a) Variação do número de oxidação do cloro: de 0 para −1.
Variação do número de oxidação do alumínio: de 0 para +3.
2 A (s) + 3 C 2(g) → 2 A C 3(s)

2 A 0 → 2 A 3 + + 6 e − (oxidação)
3 C 2 + 6 e− → 6 C − (redução)
Agente redutor: A (s) .

b) Equação balanceada dessa reação química:


3
2A (s) +3 C 2(g) →2A C 3(s) ou 1 A (s) + C 2(g) → 1 A C 3(s) .
2
Cálculo da massa de cloreto de alumínio:
A = 27; A C 3 = 133,5.
2A (s) + 3C 2(g) → 2A C 3(s)
2  27 g 2  133,5 g
540 g mA C 3
540 g  2  133,5 g
mA C 3 =
2  27 g
mA C 3 = 2.670 g

5. Observação: A massa molar do carbonato de cálcio é 100 g mol, pois a massa do cálcio é 40. Porém,
o enunciado da questão usa valores de 80 g mol para a massa molar do CaCO3 , e de 20 g mol para
o átomo de Cálcio. Assim, será realizada ambas as resoluções:

Para a massa de carbonato de cálcio = 80 g mol e do cálcio = 20, teremos:

CaCO3 → Ca+2 + CO3−2


a)
80g 20g
18ton x
x = 4,5ton ou 4.500kg

b) 18 ton de calcário possui 4.500 kg de Ca+2, assim haverá 2.000.000 kg de solo em 1 hectare:
4.500kg de Ca+2
= 0,00225kg de Ca+2 / kg de solo.
2.000.000kg de solo

Para a massa de carbonato de cálcio = 100 g mol, do cálcio = 40, teremos:

CaCO3 → Ca+2 + CO3−2


a)
100g 40g
18ton x
x = 7,2ton ou 7200kg

9
Química

b) 18 ton de calcário possui 7.200 kg de Ca+2, assim haverá 2.000.000 kg de solo em 1 hectare:
7200 kg de Ca+2
= 0,00360 kg de Ca+2 / kg de solo.
2.000.000kg de solo

6.
CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)
a)
b) No aquecimento foram produzidos:
200g − 192,20g = 8,80g de CO2

CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)


100g 44g
xg 8,8g
x = 20g
200g 100%
20g y%
y = 10%

7.
a) Ligação covalente polar.
b) Teremos:
2HC + Na2CO3 → H2O + CO2 + 2NaC
106 g 1 mol
5,3 g nCO2
nCO = 0,05 mol
2

8.
a) Teremos:
Fotossíntese :
12 H2O + 6 CO2 + LUZ → C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O

Na presença de bactérias:
12 H2S + 6 CO2 + LUZ → C6H12O6 + 6 S2 + 6 H2O

ou

6 CO2 (g) + 6 H2O( ) + Energia → C6H12O6 (s) + 6 O2 (g)

Na presença de bactérias:
6 CO2 (g) + 6 H2S( ) + Energia → C6H12O6 (s) + 3 S2 (g) + 3 O2 (g)

b) Teremos:

10
Química

6 mol + 0,25  6 mol = 7,5 mol de CO2


6 CO2 (g) + 6 H2O( ) + Energia → C6H12O6 (s) + 6 O2 (g)
6 mol 180 g 6  32 g
7,5 mol mC6H12O6 mO2
mC6H12O6 = 225 g
mO2 = 240 g

9. 01 + 02 = 03
Análise das proposições:
(01) Correta: cada astronauta deve produzir aproximadamente 4,8 kg de hidróxido de lítio por dia:
Li2O + H2O → 2LiOH
18 g 2  24 g
18 kg 48 kg
1,8 kg 4,8 kg

(02) Correta: um dos produtos formados pela reação do gás carbônico com o hidróxido de lítio é o
Li2CO3 ( CO2 + 2LiOH → Li2CO3 + H2O )

(04) Incorreta: pelos cálculos da NASA, cada astronauta eliminaria, por dia, aproximadamente 4,4kg de
gás carbônico na nave espacial:

CO2 + 2LiOH → Li2CO3 + H2O


44 g 2  24 g
m 4,8 kg
m = 4,4 kg

(08) Incorreta: a equação química balanceada, que representa a formação do hidróxido de lítio na nave
espacial, é: Li2O + H2O → 2LiOH .

(16) Incorreta: o óxido de lítio é um óxido básico ou alcalino.

10. 02 + 04 + 08 = 14
Comentários:
- Em II, na produção da fumaça preta, para que sejam formados 149 g de cloreto de potássio, é
necessário promover a reação entre 277 g de perclorato de potássio e 128 g de enxofre sólido.
KC O4(s) + 2S(s) → KC (s) + 2SO2(g)
138,5 g 64 g 74,5 g 128 g (2)
277 g 128 g 149 g 256 g

- Na produção da fumaça preta, considerando a reação II, o número de oxidação do enxofre passa de
zero (enxofre sólido) para +4 (molécula de SO2).

11
Química

KC O4(s) + S(s) → KC (s) + SO2(g)


0 + 4 (oxidação
S O O
+4 − 2 − 2

- Para a produção da fumaça branca, considerando a reação I, a utilização de 342 g de lactose produzirá
528 g de dióxido de carbono.
1KC O3(s) + C12H22O11(s) → 12CO2(s) + 11H2O(g) + 1KC (s)
342 g 12  44 g
528 g

- O número de mols de gases formados pela reação de 1 mol de clorato de potássio para a produção de
fumaça branca é maior que o número de mol de gases formados pela reação de 1 mol de perclorato
de potássio para produzir fumaça preta. (reação II)
Reação I: 1KC O3(s) + C12H22O11(s) → 12CO2(s) + 11H2O(g) + 1KC (s)
11 mols de gás

Reação II: 1KC O4(s) + 4S(s) → 1KC (s) + 4SO2(g)


4 mols de gás

- Em I, a reação de 6 mol de clorato de potássio com 1 mol de lactose produz 11 mols de produto no
estado gasoso.
KC O3(s) + C12H22O11(s) → 12CO2(s) + 11H2 O(g) + 1KC (s)
1 mol 1 mol 12 mol 11 mol 1 mol
6mol 1 mol 12 mol 11 mol 1 mol
excesso 11 mols
de 5 mols de gás
reagente

- Em II, a reação de 1 mol de perclorato de potássio com 2 mol de enxofre sólido resulta na formação de
2 mols de dióxido de enxofre.
1KC O4(s) + 2S(s) → 1 KC (s) + 2SO2(g)
1 mol 2mol 1 mol 2 mols

11. 02 + 08 = 10.
Nas equações (I) e (III) teremos o seguinte consumo de gás oxigênio para a formação de um mol de
produto:
1
I. H2 + O2 → H2O
2
5
III. 2P + O2 → P2O5
2

4 mols de P reagem na formação de 2 mols de P2O5: 4P + 10O2 → 2P2O5 .

12
Química

2 mols de CO2 são liberados na decomposição de 2 mols de CaCO 3:


2CaCO3 → 2CaO + 2CO2

1 mol de H2O se forma para cada mol de H2 reagente.


1
1H2 + O2 → H2O
2

Na equação (I) os reagentes encontram-se na razão 2:1.


I. 2 H2 + 1 O2 → 2 H2O

12. Balanceando a equação, teremos:


1CH4(g) + 2H2O(g) → 1CO2(g) + 4H2(g)

16 g ------------------------------- 4 x 22,4 L
mCH4 ------------------------------ 560 x 103 L

mCH4 = 100 x 103 g = 100 kg.

13. Teremos:

Fe2O3 = 160; A = 27 g
Fe2O3 (s) + 2A (s) → A 2O3 (s) + Fe(s)
160 g 2  27 g
16 g mA
mA = 5,4 g

13
Enem
Semana 7

gora vai!
A 20
e m 20
En
Biologia

Síntese proteica e divisão celular

Resumo

O DNA e o RNA são polímeros formados por monômetros denominados nucleotídeos. Os nucleotídeos são
formados por:

• Base nitrogenada: podem ser timina (T), guanina (G), adenina (A), citosina (C) e uracila (U). Uracila
somente está presente no RNA, substituindo a timina, que é exclusiva de DNA.

• Pentose: no RNA é a ribose e no DNA é a desoxirribose

• Radical fosfato: o único componentes que não muda (PO43-)

Ilustração de nucleotídeos de RNA e DNA, contendo um fosfato, uma hexose (ribose) e as bases nitrogenadas.

O pareamento das bases nitrogenadas na Enquanto no RNA, há substituição de Timina por


molécula de DNA se dá por: Uracila, logo:
Adenina – Timina Adenina – Uracila
Citosina – Guanina Citosina – Guanina

Citosina e guanina são ligadas por três ligações de Hidrogênio, enquanto adenina e timina apenas por duas,
sendo então mais fácil romper a ligação entre elas. As bases também podem ser classificadas de acordo
com a quantidade de anéis aromáticos, podendo ser púricas (Adenina e Guanina) ou pirimídicas (Timina,
Uracila e Citosina).

1
Biologia

O anabolismo celular e a síntese de proteínas ocorre em todas as células nucleadas existentes em nosso
organismo. Possuem as seguintes etapas:

• Autoduplicação ou replicação: é o processo pelo qual a partir de uma molécula de DNA é formado outra
molécula de DNA. Algumas enzimas atuam neste processo como DNA girase, DNA helicase e DNA
polimerase. A autoduplicação é SEMICONSERVATIVA.

• Transcrição: processo no qual uma fita de DNA serve como molde para a produção de um RNA. A enzima
RNA polimerase faz a leitura do DNA e, através do pareamento de bases nitrogenadas, define a
sequência que integrará a fita única de RNAm que será formada. Ocorre no núcleo das células
eucariontes e no citoplasma das células procariontes.

Ilustração de como ocorre a transcrição.

• Splicing: processo no qual há a remoção de íntrons de um RNA, permanecendo somente os éxons para
a tradução em proteínas. Os seres procariontes não realizam este processo.

2
Biologia

• Splicing Alternativo: processo que cria muitas proteínas diferentes, só por variar o composição dos
éxons do RNA

• Tradução: processo pelo qual o RNA é traduzido em proteínas. Para isso é necessário que haja um
ribossomo para realizar a tradução, vários RNAt (transportador) que transportam aminoácidos ao
ribossomo e o RNAm (mensageiro) que traz a mensagem do núcleo (sequência de códons)
determinando a proteína que será formada. Ocorre no citoplasma das células.

Ilustração de como ocorre a tradução. É válido ressaltar que a tradução ocorre no citoplasma das células.

Cada códon possui 3 bases nitrogenadas e são reconhecidos por um anticódon correspondente. A síntese
proteica sempre começa com um códon de iniciação (start), que codifica o aminoácido metionina (AUG). Já
os códons de parada (stop) da tradução podem ser UAA, UAG e UGA, que não codificam aminoácidos.

3
Biologia

Núcleo interfásico
A interfase é um período no qual a célula não está se dividindo, isto é, entre duas divisões celulares,
exercendo sua função específica nos tecidos.

Carioteca

imagem das estruturas presentes no núcleo (Fonte: http://blogdebiologia2015.blogspot.com/2015/04/nucleo.html)

É um envoltório conhecido com dupla membrana e a presença de poros que comunicam o núcleo e o
citoplasma. Pela carioteca ocorre a saída do RNA mensageiro do núcleo para ser traduzido no citoplasma,
por exemplo. A carioteca está presente apenas nos seres eucariontes.

Cariolinfa
Assim como o citoplasma celular, o interior do núcleo possui uma substância fluida composta por água,
proteínas, RNA e nucleotídeos.

Cromatina
A cromatina é classificada em Eucromatina e Heterocromatina, de acordo com o grau de condensação. A
eucromatina é mais facilmente transcrita devido a seu material genético não estar enrolado em histonas, ao
passo que a heterocromatina, por estar mais condensada, torna mais difícil o acesso para a enzima RNA
polimerase.

4
Biologia

Cromossomos
São filamentos de cromatina espiralizados, presentes nas células que irão realizar divisão celular.

tipos de cromossomos em relação a posição do centrômero (Fonte: http://citogeneticapravoce.blogspot.com/2012/06/os-tipos-de-


cromossomo.html)

Nucléolo
O nucléolo é fundamental para a síntese de proteínas pois dá origem ao RNA ribossomal que originará os
ribossomos. Essa estrutura desaparece na divisão celular.

Mecanismos básicos de divisão celular: Mitose e Meiose


Mitose: divisão em que uma célula (célula-mãe) origina duas células-filhas idênticas a ela e entre si, com
mesma carga genética. Divisão equacional.
Meiose: divisão em que a célula (célula-mãe) 2n gerará quatro células n (metade da carga genética),
diferentes da célula-mãe. Divisão reducional.

Período pré-divisonal

5
Biologia

A divisão celular é precedida de um período conhecido como intérfase, composta pelos períodos G1, S e G2.
• G1: a célula sofre aumento de tamanho e tem intensa síntese proteica.
• S: ocorre duplicação das cromátides (filamentos de DNA) dos cromossomos que se unirão em pares
por uma porção conhecida como centrômero. Esses pares são chamados cromátides-irmãs.
• G2: é uma fase de checagem em que também há multiplicação de centríolos, fundamentais a divisão
celular.
Tem-se também uma etapa que não faz parte do ciclo da intérfase: na fase G0 a célula está exercendo suas
funções normalmente, não focando em divisão. G0 é válido para células que não estão se dividindo.

Divisão celular
O período que antecede a divisão celular é a intérfase, e apresenta intensa atividade metabólica e a
preparação para a divisão celular. A Intérfase é dividida nas seguintes fases:

• G1: também chamada de fase GAP, é o período que compreende desde o final da divisão celular anterior
e se estendendo até o início da duplicação do DNA. Nesse período ocorre o crescimento da célula e
síntese proteica.

• S: também chamada de fase de síntese, ela se caracteriza pela duplicação das cromátides dos
cromossomos, ficando cada cromossomo com duas cromátides-irmãs unidas pelo centrômero.

• G2: nesta fase a célula continua aumentando seu tamanho e duplicando as organelas, fazendo com que
o volume celular sofra um grande aumento que é necessário o início da divisão celular.

imagem mostrando o ciclo de divisão celular

6
Biologia

Mitose
Em uma célula eucarionte, uma célula mãe dá origem a duas células-filhas cromossômica e geneticamente
idênticas. Este processo é caracterizado pela separação de cromátides-irmãs (divisão equacional) e ocorre
de acordo com as seguintes etapas:

imagem referente a divisão mitótica

• Prófase: Nesta fase, os Centríolos começam a migrar para os pólos da célula, a carioteca se funde ao
RER e desaparece, junto ao nucléolo e a cromatina se espiraliza formando o cromossomo.
• Metáfase: os cromossomos atingem o máximo de espiralização e se dispõem na metade da célula
formando a Placa Equatorial, os centríolos se encontram nos pólos formando o fuso acromático para
que haja separação do material genético.
• Anáfase: ocorre a separação das cromátides irmãs no fuso acromático
• Telófase: Reaparecem a carioteca e o nucléolo, os cromossomos se desespiralizam formando os
cromatina

Diferenças entre a divisão celular da célula animal e vegetal

diferença entre a divisão celular vegetal e animal

• Animal: Citocinese centrípeta, Cêntrica (presença de centríolos), Divisão Astral

7
Biologia

• Vegetal: Citocinese centrífuga, Acêntrica (ausência de centríolos e de centrossomos), Divisão Anastral,


formação da Lamela média (deposição de celulose no meio da célula pelo Complexo Golgiense)

Se fôssemos colocar a mitose em gráficos, ficaria desta forma:

Meiose
É um tipo de divisão celular em que uma célula diploide produz quatro células haploides, sendo por este
motivo uma divisão reducional, onde nos animais é gamética e dos vegetais é espórica.
Neste processo, a Meiose I é reducional enquanto que a Meiose II é equacional. A meiose I gera variabilidade
genética através do Crossing-over e segregação independente.

imagem mostrando a divisão meiótica

Neste processo ocorre a redução cromossomial em meio a divisão celular:


Prófase I: Esta fase é subdividida em algumas etapas:
1. Leptóteno -> cromatina espiraliza em cromossomos, nucléolo desaparece, centríolos começam a
migrar para os pólos da célula
2. Zigóteno -> ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos (os cromossomos ficam lado a lado)
3. Paquíteno -> ocorre o crossing-over (permutação)
4. Diplóteno -> ocorre a visualização dos quiasmas (ponto onde ocorreu crossing over)
5. Diacinese -> desaparecimento da carioteca

8
Biologia

• Metáfase I: os cromossomos ficam organizados em pares formando a placa equatorial e há


formação de fibras do fuso
• Anáfase I: ocorre a separação dos cromossomos homólogos
• Telófase I: ocorre o reaparecimento da carioteca e nucléolo, cromossomos desespiralizam
formando a cromatina e ocorre a citocinese gerando duas células haploides

Meiose II
Este processo é semelhante a mitose, porém com os cromossomos reduzidos a metade:

• Prófase II: Centríolos começam a migrar para os polos da célula, a carioteca se funde ao RER e
desaparece, junto ao nucléolo e a cromatina se espiraliza formando os cromossomos
• Metáfase II: os cromossomos atingem o máximo de espiralização e se dispõem na metade da célula
formando a Placa Equatorial, os centríolos se encontram nos polos formando o fuso acromático para
que haja separação do material genético
• Anáfase II: ocorre a separação das cromátides irmãs no fuso acromático
• Telófase II: Reaparecem a carioteca e o nucléolo, os cromossomos se desespiralizam formando os
cromatina

Se fôssemos colocar a mitose em gráficos, ficaria desta forma:

9
Biologia

Exercícios

1. João ficou intrigado com a grande quantidade de notícias envolvendo DNA: clonagem da ovelha Dolly,
terapia gênica, testes de paternidade, engenharia genética, etc. Para conseguir entender as notícias,
estudou a estrutura da molécula de DNA e seu funcionamento e analisou os dados do quadro a seguir.

Em I está representado o trecho de uma molécula de DNA. Observando o quadro, pode-se concluir que
a) a molécula de DNA é formada por duas cadeias caracterizadas por sequências de bases
nitrogenadas.
b) na molécula de DNA, podem existir diferentes tipos de complementação de bases nitrogenadas.
c) a quantidade de A presente em uma das cadeias é exatamente igual à quantidade de A da cadeia
complementar.
d) no processo de mitose, cada molécula de DNA dá origem a 4 moléculas de DNA exatamente
iguais.
e) no processo II temos a representação da autoduplicação, formando duas fitas de DNA.

2. Uma proteína X codificada pelo gene Xp é sintetizada nos ribossomos, a partir de um RNAm. Para que
a síntese aconteça, é necessário que ocorram, no núcleo e no citoplasma, respectivamente, as etapas
de:
a) Iniciação e transcrição.
b) Iniciação e terminação.
c) Tradução e terminação.
d) Transcrição e tradução.
e) Tradução e splicing

10
Biologia

3. Alguns antibióticos, como a eritromicina e o cloranfenicol, são utilizados no tratamento de doenças


infecciosas, pois têm a capacidade de bloquear a síntese de proteínas nas bactérias, sem interferir nas
células afetadas ou contaminadas. Com base nessas informações, é correto concluir que esses
antibióticos atuam nas bactérias:
a) Provocando a plasmólise das células.
b) Impedindo a transcrição do DNA nuclear.
c) Impedindo a transcrição ou a tradução no hialoplasma.
d) Como agentes mutagênicos do DNA mitocondrial.
e) Impedindo que os ribossomos aderidos ao retículo endoplasmático atuem na montagem das
proteínas.

4. Na interfase, uma nova fita complementar de DNA é formada a partir de uma antiga, que apresenta a
seguinte sequência de bases nitrogenadas: CATGCTTAC. Admitindo-se que a transcrição é feita da
nova cadeia para o RNA mensageiro, este deverá apresentar a seguinte sequência de bases:
a) GTACGAATG.
b) GATGCTTAC.
c) CTUGCUUTC.
d) CAUGCUUAC.
e) GUACGAAUG.

5. Do ponto de vista genético, o número de cromossomos é uma característica marcante de cada


espécie. A goiabeira (Psidium Guajava L.), por exemplo, apresenta como padrão específico 22
cromossomos. A organização celular do gametófito feminino (saco embrionário) das flores de
Angiospermas é complexa, sendo formado por um conjunto de oito células que, após a fecundação,
originarão células com diferentes números cromossômicos. Nesse grupo, as células somáticas são
diploides, as gaméticas são haploides e o tecido de reserva da semente é triploide.
Durante o ciclo de vida de uma goiabeira, quantos cromossomos podem ser encontrados,
respectivamente, na oosfera, no zigoto e no endosperma?
a) 22, 22, 33.
b) 11, 22, 33.
c) 22, 44, 33.
d) 11, 22, 44.
e) 11, 22, 22.

11
Biologia

6. O estudo do núcleo da célula é um tanto complexo, pois devemos levar em consideração o momento
vital da célula. Se ela está em um período de divisão, ou um período de interfase. Na interfase a célula
produz proteínas e aumenta de tamanho e seu DNA se duplica. A interfase é mais longa do que a
divisão celular propriamente dita. Assinale a alternativa que indica todas as estruturas presentes no
núcleo de uma célula Eucarionte durante todo o período da interfase.
a) Carioteca – Cromatina – Cromossomos
b) Carioteca – Nucléolos – Cromatina
c) Nucléolos – Cromatina – Cromossomos
d) Carioteca – Cromossomos – Cromátide
e) Nucléolos – Cromossomos – Cromonenma

7. Para estudar os cromossomos, é preciso observá-los no momento em que se encontram no ponto


máximo de sua condensação. A imagem corresponde ao tecido da raiz de cebola, visto ao
microscópio, e cada número marca uma das diferentes etapas do ciclo celular.

Qual número corresponde à melhor etapa para que esse estudo seja possível?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

12
Biologia

8. O gráfico mostra a variação da quantidade de DNA de uma célula somática durante as diversas fases
de sua vida.

No gráfico, a mitose propriamente dita e a interfase correspondem, respectivamente, aos períodos de


tempo:
a) 4a6 e 1 a 4.
b) 2a4 e 3 a 5.
c) 3a5 e 1 a 3.
d) 1a3 e 4 a 6.
e) 2a5 e 3 a 5.

9. Alguns indivíduos podem apresentar características específicas de Síndrome de Down sem o


comprometimento do sistema nervoso. Este fato se deve à presença de tecidos mosaicos, ou seja,
tecidos que apresentam células com um número normal de cromossomos e outras células com um
cromossomo a mais em um dos pares (trissomia). Este fato é devido a uma falha no mecanismo de
divisão celular denominada de não-disjunção. Assinale a alternativa que identifica a fase da divisão
celular em que esta falha ocorreu.
a) anáfase II da meiose
b) anáfase I da meiose
c) anáfase da mitose
d) metáfase da mitose
e) metáfase II da meiose

10. O ciclo celular envolve a interfase e as divisões celulares, que podem ser mitose ou meiose. A meiose
é um tipo de divisão celular que originará quatro células com o número de cromossomos reduzido
pela metade. Com base no texto e em seus conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar que:
a) interfase é um período em que ocorre apenas a duplicação do material genético.
b) na anáfase I cada cromossomo de um par de cromossomos homólogos é puxado para um dos
polos da célula.
c) o crossing-over ocorre em todos os cromossomos não homólogos.
d) na telófase I os cromossomos separados em dois lotes sofrem duplicação do material genético
e as membranas nucleares se reorganizam.
e) quiasmas são as permutas que ocorrem entre cromátides irmãs que permitem a variedade de
gametas.
Gabarito

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Biologia

1. A
Em I, observa-se duas sequências de bases, sendo estas complementares. O DNA é uma fita dupla.

2. D
A transcrição ocorre no núcleo, a tradução ocorre no citosol.

3. C
Bactérias não apresentam nem núcleo nem organelas membranosas citoplasmáticas, logo, os
processos de transcrição e tradução ocorrem no citoplasma.

4. D
A fita principal é a sequência demonstrada no enunciado. A partir dela, surgirá uma fita complementar
(GTACGAATG), e a partir daí, a nova fita complementar de RNA CAUGCUUAC (que é a resposta da
questão).

5. B
A oosfera é haploide, ou seja, terá metade do número de cromossomos, sendo 11. Já o zigoto, que é
formado pela união de duas células haplóides, terá 22 cromossomos. Por fim, o endosperma de uma
angiosperma é triplóide e terá que ter 33 cromossomos.

6. B
A carioteca, os nucléolos e a cromatina estarão presentes nos núcleos interfásicos. As cromátides
estarão presentes após a duplicação do DNA.

7. C
A metáfase é a fase do ciclo com a condensação máxima dos cromossomos, assim, a melhor a ser
estudada é a de número 3.

8. A
O ciclo celular pode ser dividido em duas etapas: divisão celular e intérfase. Em geral, a mitose dura 5%
da duração total do ciclo celular, enquanto no tempo restante (95%) a célula permanece em intérfase.
Nessa fase, os cromossomos estão descondensados no interior do núcleo, constituindo a cromatina. É
durante a intérfase que o DNA está em plena atividade e é também nessa fase que as moléculas de DNA
se duplicam, preparando a célula para a próxima divisão. Portanto, a intérfase corresponde ao período
de tempo de 1 a 4, onde podemos notar no gráfico a duplicação do teor de DNA na célula (de 2C para
4C). Já a mitose corresponde ao período de 4 a 6, onde podemos notar o retorno do teor de DNA da
célula ao nível original (de 4C para 2C).

9. C
Para indivíduos apresentarem a síndrome de Down na forma de mosaico, algumas células na fase de
mórula deveriam estar com o número normal de cromossomos. Assim, pode-se afirmar que a síndrome
não se originou da meiose, na formação dos gametas, mas da mitose durante o desenvolvimento
embrionário

10. B
A anáfase I (meiose) é a fase na qual os cromossomos homólogos são separados.

14
Biologia

Primeira Lei de Mendel e casos especiais

Resumo

Antes de falarmos sobre a Primeira Lei de Mendel, é importante termos conhecimento sobre alguns
conceitos:

Conceitos em genética
• Hereditariedade: Informações genéticas passadas através das gerações.
• Genoma: Conjunto haploide (n) de cromossomos de uma espécie. Nos humanos, temos n = 23.
• Cariótipo: Conjunto diploide (2n) de cromossomos, organizados de acordo com a sua morfologia. Nos
humanos, temos 2n = 46.
• DNA: Nos eucariontes, é uma sequência linear de ácidos nucleicos, e cada uma dessas sequências
formam um cromossomo.

Esquema de um cariótipo humano, do sexo masculino. Cada número equivale a um par de cromossomos autossômicos homólogos, e
as letras X e Y correspondem aos cromossomos sexuais.

• Cromossomo: Estrutura formada por DNA. Quando eles são iguais e estão pareados, chamamos de
cromossomos homólogos. Ele pode ser um cromossomo autossômico (encontrados em mesma
quantidade nos indivíduos da mesma espécie, independente do sexo) ou sexual (diferentes entre
indivíduos machos e fêmeas). Por conta disso, podemos escrever o cariótipo humano como 2n = 44 + 2,
sendo o número “44” equivalente aos 22 pares de cromossomos autossômicos e o “2” equivalente ao
par de cromossomos sexuais (que será XX ou XY).

• Gene: Sequência do DNA responsável por determinar uma característica.

Esquema de um cromossomo, formado por uma fita de DNA, e um gene (parte do DNA) indicado em rosa.

• Locus gênico: Local que o gene ocupa no cromossomo. O plural de locus é loci gênico

1
Biologia

• Alelos: Genes que ocupam o mesmo lócus.

Esquema de dois cromossomos homólogos, indicando os genes alelos e o local ocupado por eles.

• Genótipo: Constituição de genes de determinado indivíduo (ex: genótipo Aa).


• Fenótipo: Expressão de características de acordo com o genótipo (ex: flores rosas). O meio onde o ser
vive também pode interferir no fenótipo, alterando a característica física sem alterar a sequência de
genes.

Exemplo de fenótipo (cor das flores) e genótipo (genes alelos que determinam a cor)

• Homozigotos: Pares formados por alelos iguais de um mesmo gene (ex.: AA e aa).

• Heterozigotos: Pares formados por alelos diferentes de um mesmo gene (ex.: Aa).
• Dominante: Expressam sua característica mesmo na presença de um gene recessivo, que daria origem
a outro fenótipo. Como exemplo, observe na figura anterior: os genótipos AA e Aa possuem um mesmo
fenótipo rosa (pois apresentam ao menos um alelo dominante), logo vemos que o gene A é responsável
pela cor rosa.
• Recessivo: Não se expressam na presença de um gene dominante, apenas quando em homozigose
(pares iguais). Na figura anterior, vemos o genótipo aa gerando um fenótipo branco, condicionado pelo
gene recessivo a.

Cromossomos homólogos contendo um par de genes homozigotos recessivos (aa) e um par de alelos heterozigotos (Bb).

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Biologia

Primeira Lei de Mendel


O estudo da genética foi iniciado por Gregor Mendel, conhecido como pai da genética, com objetivo de
entender e explicar como as características são passadas através das gerações. Para isso, ele utilizou
ervilhas (Pisum sativum), devido a sua rápida reprodução e facilidade de criação.
Por algumas gerações, Mendel cruzou ervilhas verdes apenas com ervilhas verdes, e ervilhas amarelas
apenas com ervilhas amarelas, formando o que ele chamou de linhagens puras. Ele então cruzou uma das
plantas verdes pura com uma amarela pura, chamando-as de geração parental, e observou que todos os
descendentes da primeira geração de filhos (F1) eram amarelos. Ou seja, ao cruzar plantas puras, com
sementes verdes (vv) e amarelas (VV), originou-se apenas plantas com sementes amarelas (Vv). Mendel
chamou esta geração F1 de híbridos, que eram heterozigotas.

Esquema do primeiro cruzamento realizado por Mendel, onde P equivale as linhagens puras.

Após isso, ele fez uma autofecundação destas plantas nascidas em F1, cruzando organismos entre si (Vv x
Vv), e teve como resultado uma prole com 3 plantas com sementes amarelas (sendo 1 VV e 2 Vv), além de 1
planta verde (vv). Isso provou a relação de dominância da cor amarela sobre a verde, originando a proporção
de 3:1 do fenótipo em um cruzamento de heterozigotos.

Esquema do segundo cruzamento realizado por Mendel, onde houve a autofecundação da geração F1.

A partir deste resultado, Mendel percebeu que haviam características dominantes, que apareciam sobre as
características recessivas. Também concluiu que esta característica poderia ser definida por dois fatores,
cada um vindo de um parental, e a característica dominante sempre se manifesta caso esteja presente.
Analizando todos os resultados, podemos ver que
• As características estão contidas em estruturas chamadas genes, estando cada gene em dupla. Por
estarem em pares que ocupam a mesma região do material genético, são chamados de genes alelos
(chamados por ele de fatores);
• Cada alelo é passado para próxima geração por um parental, e a geração de filhos vai ser formada pela
combinação destes alelos;
• O que Mendel chamou de linhagens puras eram ervilhas homozigotos, ou seja, apresentam os dois
genes alelos iguais (AA, com dois alelos dominantes, e aa, com dois alelos recessivos);

3
Biologia

• A primeira geração de filhos possuia uma característica física (fenótipo) dominante, mas sua
informação genética (genótipo) possuia um alelo de cada tipo, sendo considerado heterozigoto (Aa,
com um alelo dominante e um recessivo)

Resumo das informações obtidas por Mendel, esquematizando novamente conceitos importantes para o estudo da genética.

Concluímos então que a primeira lei de Mendel diz que todas as características de um indivíduo são
determinadas por um par de genes alelos, que são segregados durante a formação dos gametas e
transmitidos aos descendentes pelos pais, que doam um gene cada. Quando a presença de um alelo
dominante inibe o alelo recessivo em um indivíduo heterozigoto, chamamos de dominância completa.

Cruzamento na primeira lei


Para realizar o cruzamento na primeira lei de Mendel, temos que lembrar que cada parental irá enviar um dos
alelos para a prole. Ou seja, apenas um gene de cada par será transmitido para a prole.
Em um cruzamento de Aa x Aa podemos fazer o cruzamento a partir do quadro de Punnett:

Quadro de Punnett representando um cruzamento entre heterozigotos.

Observamos que as novas combinações de alelos formadas correspondem aos filhotes, sendo que metade
dos alelos são de um parental (em vermelho), e a outra metade de outro parental (em azul). É importante
saber que existem proporções fixas quando temos um caso de cruzamento entre heterozigotos com
dominância completa, como explicado na imagem abaixo:

4
Biologia

Proporções fenotípicas e genotípicas esperadas em um cruzamento entre heterozigotos na dominância completa da primeira lei de
Mendel.

Casos especiais

Ausência de dominância
Neste caso, nenhum dos alelos apresenta dominância sobre o outro, e os indivíduos heterozigotos
apresentam uma característica (fenótipo) intermediária ao dos parentais homozigotos. Isso ocorre pois o
alelo V não possui dominância sobre o alelo B e vice-versa, fazendo com que haja uma mistura do fenótipo
em F1. Isso se denomina ausência de dominância ou dominância incompleta. Por exemplo, o cruzamento
entre flores brancas BB e flores vermelhas VV, que resultam em flores rosas VB.

Esquema mostrando o cruzamento de duas flores de fenótipos diferentes (vermelho – VV, branco – BB) gerando uma prole de
geração F1 com descendentes rosas (VB), indicando codominância.

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Biologia

Codominância
Aqui, os dois alelos são igualmente dominantes, e os indivíduos heterozigotos apresentam uma
característica que mostra os dois genótipos ao mesmo tempo. Por exemplo a pelagem de vacas, onde o
cruzamento de indivíduos com pelo castanho-avermelhado VV com indivíduos brancos BB resulta em
heterozigotos VB com manchas vermelhas e brancas.

Esquema indicando diferentes gerações de vacas da raça Shorthorn e indicando a codominância dos alelos V e B.
Fonte: Prof. Paulo Aragão, Minuto Biológico. Disponível em: https://www.minutobiologico.com/2018/11/genetica-codominancias-e-
dominancia.html

Gene letal
A presença de um determinado fenótipo homozigoto causa a morte do indivíduo antes dele nascer ou antes
dele atingir a idade reprodutiva. Em ambos os casos, não consideramos determinado fenótipo na contagem
da prole, o que altera as proporções genotípicas e fenotípicas esperadas. Por exemplo, neste caso de ratos.
Ao cruzar dois heterozigotos Aa x Aa, o resultado esperado pela proporção genotípica seria 1:2:1, porém
temos apenas um resultado de 2:1. A combinação homozigota dominante AA leva a morte do embrião. Os
genes letais também podem aparecem quando em homozigose recessiva, dependendo do caso descrito.
Nos humanos, temos como exemplo uma rara doença conhecida como Tay-Sachs, condicionada por um
gene letal recessivo, que faz com que a criança não sobreviva aos seus primeiros anos de vida.

Cruzamento entre ratos heterozigotos, onde o par de genes AA é considerado letal. Nestes casos, as proporções genotípicas e
fenotípicas são iguais (Genotípica: 2 Aa :1 aa ; Fenotípica: 2 marrons : 1 branco).

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Biologia

Exercícios

1. Observe a iamgem abaixo, que indica o genótipo de uma característica monogênica Mendeliana em
um indivíduo

Com relação ao que aparece na ilustração, é correto afirmar que


a) o indivíduo é heterozigoto para a caracterísitca monogênica indicada e pode formar 50% dos
gametas A e 50% dos gametas a.
b) caso esse indivíduo tenha um filho gerado com outra pessoa de igual genótipo, a probabilidade
de o filho ser heterozigoto é de 25%.
c) esse genótipo é um exemplo de expressão de uma característica recessiva.
d) quatro células haploides serão formadas na proporção de 1: 2: 1, ao final da meiose II desse
indivíduo.
e) as letras representam alelos para características diferentes e ocupam lócus diferentes nos
cromossomos homólogos.

2. Uma pequena cidade interiorana do Nordeste brasileiro chamou a atenção de pesquisadores da


Universidade de São Paulo pela alta incidência de uma doença autossômica recessiva
neurodegenerativa. As pesquisas realizadas revelaram que é também alto o número de casamentos
consanguíneos na cidade. Outro dado interessante levantado pelos pesquisadores foi que a população
da cidade acredita que a doença seja transmitida de uma geração a outra através do sangue.
Pesquisa FAPESP, julho de 2005.
Pelas informações fornecidas no texto, podemos afirmar que:
a) pais saudáveis de filhos que apresentam a doença são necessariamente homozigotos.
b) homens e mulheres têm a mesma probabilidade de apresentar a doença.
c) em situações como a descrita, casamentos consanguíneos não aumentam a probabilidade de
transmissão de doenças recessivas.
d) pais heterozigotos têm 25% de probabilidade de terem filhos também heterozigotos.
e) pais heterozigotos têm 50% de probabilidade de terem filhos que irão desenvolver a doença.

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Biologia

3. Sabemos que o albinismo é uma anomalia genética recessiva em que o indivíduo portador apresenta
uma deficiência na produção de melanina em sua pele. Se um rapaz albino se casa com uma menina
que produz melanina normalmente, porém que possui mãe albina, qual é a probabilidade de o filho do
casal nascer albino?
a) 100%.
b) 75%.
c) 50%.
d) 25%.
e) 0%.

4. A doença de Gaucher, autossômica recessiva, afeta o metabolismo dos lipídios. O afetado, se não
tratado, tem aumento do fígado e do baço, anemia, diminuição de plaquetas e de glóbulos brancos,
desgaste ósseo, fadiga, cansaço e atraso de crescimento. É correto afirmar que um paciente com esta
doença transmite o gene defeituoso para
a) seus filhos homens, apenas.
b) suas filhas mulheres, apenas.
c) 25% de sua descendência, apenas.
d) 50% de sua descendência, apenas.
e) 100% de sua descendência

5. Considere que exista um gene com dois alelos: um dominante, que permite a expressão da cor, e um
recessivo, que não permite a expressão da cor. Considere, ainda, que, em um oceano, existam duas
ilhas próximas e que, na ilha 1, todos os ratos apresentem pelagem branca e, na ilha 2, todos
apresentem pelagem selvagem. Nesse contexto, considere que a conseqüência de uma atividade
vulcânica tenha sido o surgimento de uma ponte entre as duas ilhas, o que permitiu o transito dos
ratos nas duas ilhas. Suponha que, em decorrência disso, todos os acasalamentos tenham ocorrido
entre ratos de ilhas diferentes e a geração seguinte (F1) tenha sido composta exclusivamente de ratos
com pelagem selvagem.
Considerando-se que os acasalamentos para a formação da próxima geração (F2) sejam ao acaso, é
correto afirmar que essa geração será constituída de ratos com pelagem
a) branca.
b) selvagem.
c) 50% branca e 50% selvagem.
d) 75% branca e 25% selvagem.
e) 75% selvagem e 25% branca.

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Biologia

6. Olhos castanhos são dominantes sobre os olhos azuis. Um homem de olhos castanhos, filho de pai
de olhos castanhos e mãe de olhos azuis, casa-se com uma mulher de olhos azuis. A probabilidade
de que tenham um filho de olhos azuis é de:
a) 25%
b) 50%
c) 0%
d) 100%
e) 75%

7. A Marabilis jalapa, uma flor vulgarmente conhecida como maravilha, pode apresentar plantas com
flores vermelhas e plantas com flores brancas. Cruzadas entre si, a geração dos filhos dará flores
róseas. Intercruzando-se elementos dessa geração, apresentarão flores brancas, rosadas e
vermelhas, na proporção de 1:2:1, respectivamente. De acordo com o enunciado, você pode dizer qual
o tipo de herança relacionada?
a) polialelia.
b) dominância completa.
c) dominância incompleta.
d) co-dominância.
e) herança ligada ao sexo.

8. O primeiro filho de um casal é diagnosticado como portador da forma grave da anemia falciforme que,
sem tratamento, é letal. Essa doença é causada por um gene HbS que apresenta uma relação de
codominância com o gene HbA, responsável pela produção de hemoglobina normal. Sabendo que os
indivíduos heterozigotos apresentam a forma branda da doença, assinale a alternativa correta.
a) Um dos pais dessa criança pode ser normal para a anemia falciforme.
b) Não há probabilidade de esse casal vir a ter filhos normais.
c) Todo portador da forma branda da doença possui hemoglobina normal em seu sangue.
d) Todos os avós dessa criança são obrigatoriamente portadores da forma branda da doença.
e) Um dos pais dessa criança é obrigatoriamente homozigoto.

9. As flores da planta maravilha podem ser vermelhas, brancas ou rosas. As flores vermelhas e brancas
são homozigotas, enquanto as rosas são heterozigotas. Para se obter 50% de flores brancas, é
necessário cruzar:
a) duas plantas de flores rosas.
b) uma planta de flores brancas com outra de flores rosas.
c) uma planta de flores rosas com outra de flores vermelhas.
d) uma planta de flores vermelhas com outra de flores brancas.
e) duas plantas de flores vermelhas.

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Biologia

10. Analisando o heredograma a seguir, conclui-se que dois dos dez indivíduos são vítimas de uma
anomalia causada pela ação de um gene recessivo. Assinale a opção que contém os números que
representam indivíduos cujos genótipos não podem ser determinados:

a) 1, 2, 3, 5 e 6
b) 5, 6 e 7
c) 3, 8 e 10
d) 1, 2, 5, 6, 7, 8 e 10
e) 7, 8 e 10

11. Em boca-de-leão, um cruzamento entre plantas com flores vermelhas e plantas com flores brancas
produziu 100% de plantas com flores rosas. Na cor das flores de boca-de-leão observa-se:
a) uma mutação cromossômica.
b) uma herança autossômica com ausência de dominância.
c) uma herança autossômica dominante.
d) uma herança autossômica recessiva.
e) uma interação gênica.

10
Biologia

Gabarito

1. A
O genótipo tatuado representa um gene heterozigoto, com um alelo dominante A e um alelo recessivo
a. Ao formar o gameta, haverá segregação destes alelos, sendo que há 50% de chance do gameta a ser
passado seja A e 50% de chance seja a.

2. B
Quando uma doença é autossômica, isso significa que ela não está ligada aos cromossomos sexuais,
logo, ser homem ou mulher não influencia nas chances de ter a doença.

3. C
Se o homem é albino, ele é aa. Se a mulher é normal, porém filha de albina (aa), ela herda um a da mãe,
logo, Aa. No cruzamento Aa x aa, há 50% de chance de nascer Aa e 50% de chance de nascer aa.

4. E
Como a herança é autossômica, ela é transmitida independente dos cromossomos sexuais, logo, para
homens e mulheres. Como ela é recessiva, o afetado tem ambos os alelos (aa), logo, transmitirá o alelo
a toda a sua descendência.

5. E
A pelagem branca indica a ausência de cor, e a selvagem apresenta cor. No cruzamento das populações
branca x selvagem, só houveram filhotes selvagens, logo sabemos que a característica branca é
recessiva (aa) e a selvagem dominante (AA ou Aa). Como as populações 1 e 2 estavam isoladas,
podemos dizer que ambas as ilhas tinham apenas linhagens puras, logo o cruzamento AA x aa resoltou
na geração F1 com 100% dos indivíduos heterozigotos (Aa). A geração F2 será resultado do cruzamento
Aa x Aa, ou seja, 75% com a coloração selvagem e 25% com a coloração branca.

6. B
O homem é heterozigoto, a mulher é homozigota recessiva. Do cruzamento entre esses dois, há 50% de
chance de nascimento de um recessivo.

7. C
Neste caso, não se observa um efeito inibitório completo de um alelo sobre o outro, sendo então um
caso de dominância incompleta.

8. C
Portadores do traço falcêmico apresentam hemácias normais e hemácias falciformes em sua corrente
sanguínea.

9. B
Cruzando uma flor rosa (Vv) com uma flor branca (vv), 50% da descendência será branca.

10. C
Vemos que 4 e 9 são homozigotos recessivos (aa), já que eles apresentam a anomalia. Seus parentais,
1, 2, 5 e 6, são heterozigotos (Aa) pois cada um teve que passar um alelo recessivo para seus
descendentes. 7 é normal, mas filho de uma mulher afetada, então sabemos que ele é heterozigoto (Aa).
Com isso, não é possível determinar o genótipo de 3, 8 e 10, que podem ser tanto homozigotos
dominantes AA ou heterozigotos Aa.

11. B
O cruzamento entre flores vermelhas e brancas gerando um fenótipo intermediário é indicativo de
ausência de dominância.

11
Filosofia

Kant

Resumo

Kant e o iluminismo
O Iluminismo foi uma revolução intelectual que ocorreu no século XVIII e que se contrapôs aos ideais
defendidos ao longo do período medieval. Esse processo histórico teve seu início, por assim dizer, com o
movimento renascentista e, em linhas gerais, representa a transformação progressiva de uma mentalidade
teocêntrica para uma mentalidade antropocêntrica. Conhecido como o maior filósofo do Iluminismo, o
alemão Immanuel Kant é também um dos maiores pensadores de todos os tempos e se notabilizou nas mais
diversas áreas da filosofia: da lógica à filosofia política, da ética à estética. Nesse sentido, uma de suas
contribuições mais importantes para a história da filosofia – talvez a maior de todas elas – foi a criação de
uma nova corrente na teoria do conhecimento, corrente esta que, de acordo com o Kant, resolveria
definitivamente todos os problemas da epistemologia: o criticismo.
Kant também se destacou na área da ética. Sua doutrina moral kantiana é independente de qualquer sentido
religioso, estando fundamentada na própria subjetividade humana, ou seja, no aparelho cognitivo universal
e necessário que está presente em todo e qualquer ser humano. Mas vamos por partes.

A ontologia crítica de Kant


Em primeiro lugar, precisamos recordar que, na época de Kant, a teoria do conhecimento já ocupava a alguns
séculos o centro das especulações filosóficas e vivia dividida em duas grandes correntes: o racionalismo,
que considerava a razão o fundamento básico do conhecimento humano, e o empirismo, que dava
centralidade aos sentidos no processo de conhecimento. De modo mais ou menos radical, essas duas
correntes vinham sempre se contrapondo sem nunca chegar a um acordo. E foi aí que Kant se destacou.
Segundo ele, o primeiro passo para a resolução dos problemas epistemológicos seria uma reavaliação geral
de toda a discussão desde o seu ponto de partida. Era preciso fazer uma crítica do conhecimento (daí o nome
criticismo): perguntar, como se isso nunca tivesse sido feito antes, quais as condições de possibilidade do
conhecimento humano.
Curiosamente, a conclusão de Kant em sua Crítica da Razão Pura foi de que tanto o racionalismo quanto o
empirismo tinham o seu quê de verdadeiro, que merecia ser reconhecido, mas que também, justamente por
isso, nenhum dos dois podia ser admitido sem ressalvas ou ser absolutizado. Ao contrário, para Kant, o papel
do verdadeiro filósofo seria unir o que essas duas correntes tinham de verdadeiro, expurgando o que fosse
falso. Era necessário fazer uma conciliação, uma síntese transcendente entre as duas teorias.
Para isso, Kant se volta os componentes do processo de conhecer. Podemos dizer que o conhecimento é
sobre um sujeito que conhece um objeto. As duas correntes tratam exatamente sobre como o conhecimento
surge a partir da interação com o objeto conhecido, através da interação pela experiência ou pelo intelecto e
reflexão. Kant define as coisas que existem (os objetos) como númeno. O númeno é uma existência essencial.
E como Kant consegue conciliar o racionalismo e o empirismo? Bem, para Kant, a primeira coisa que uma
crítica séria do conhecimento nos revela é que não podemos nunca acessar o número, isto é, nunca podemos
descobrir a essência das coisas, a realidade tal como ela é em si mesma, mas apenas os fenômenos, ou seja,
a realidade tal como aparece para nós. Fenômenos são como as coisas se manifestam para uma consciência,
ou seja, o máximo que conseguimos perceber os númenos. Aliás, segundo o autor, foi esse o erro básico das
teorias do conhecimento precedentes, que, sem reconhecer os limites da inteligência humana, achavam
possível descobrir a realidade tal como ela é em si mesma, objetivamente.

1
Filosofia

Indo justamente numa direção contrária, Kant rejeita toda perspectiva objetivista, realista. Para ele, nós
nunca saberemos como as coisas são. Podemos apenas descobrir como as coisas são para nós, como elas
aparecem para os seres humanos. Não à toa, a filosofia kantiana é considerada subjetivista, idealista.
Historicamente, aliás, essa inovação de Kant ficou conhecida como revolução copernicana. Com efeito,
assim como Copérnico, com sua defesa do heliocentrismo, teria modificado o centro do universo,
transplantando-o da Terra para o Sol, da mesma maneira Kant teria modificado o centro da filosofia,
transplantando-o de uma perspectiva realista (centrada no objeto do conhecimento) para uma perspectiva
idealista (centrada no sujeito do conhecimento). No entanto, é necessário perceber aqui que o idealismo
kantiano não é individual. Não se trata de como a realidade aparece para cada ser humano, mas sim de como
ela aparece para todos os indivíduos, uma vez que temos todos a mesma estrutura cognitiva. Trata-se, pois,
de um idealismo transcendental.

Possibilidades humanas de conhecer


Como adiantado acima, a conclusão retirada por Kant de sua investigação das condições de possibilidade
do conhecimento humano foi uma síntese entre o racionalismo e o empirismo. Segundo o autor, tanto a
razão quanto os sentidos são fundamentos básicos do conhecimento, mas sob aspectos diferentes, cada
um com o seu papel. Assim, ao invés de um ou os outros serem a fonte primária do conhecer, o que há é a
função de cada um e a interdependência de ambos.
Dito de modo simples, pode-se resumir a coisa da seguinte maneira. São duas as faculdades ou capacidades
básicas do conhecimento humano: o entendimento (correspondente à razão) e a sensibilidade
(correspondente aos sentidos).
Faculdade idêntica em todos os seres humanos e possuída pelos homens desde que nasceram, o
entendimento gera conceitos e fornece o conhecimento a priori (prévio à experiência), o qual consiste nas
doze categorias básicas do conhecimento (substância, relação, quantidade, qualidade, etc.). Tal
conhecimento a priori fornece a forma do conhecimento humano em geral, isto é, a estrutura a partir da qual
conhecemos as coisas. O entendimento seria o correspondente às leis que os sujeitos impõem à realidade,
como formas de conhecimento prévias. A sensibilidade, por sua vez, sendo uma capacidade com que os
homens também nascem, é, porém, a princípio vazia, uma vez que depende da experiência para ser
preenchida – e varia de um indivíduo para o outro. Sendo assim, ela gera intuições e fornece o conhecimento
a posteriori (posterior à experiência), o qual se constitui dos dados oferecidos pelos sentidos. Tal
conhecimento fornece não a forma, mas a matéria, o conteúdo do conhecimento humano em geral, o qual é
estruturado pelas categorias da razão. A sensibilidade dá significação ao conhecimento. Assim, o
conhecimento é uma junção de razão e sentidos, entendimento e sensibilidade. A razão dá a forma do
conhecimento, os sentidos dão a matéria. O entendimento fornece a estrutura a priori, a sensibilidade o
conteúdo a posteriori. Em síntese, a conceito sem intuição é vazio, a intuição sem conceito é disforme.
Naturalmente, as consequências dos princípios do criticismo kantiano foram muito para além da teoria do
conhecimento. Uma vez que todo conhecimento teórico depende simultaneamente do entendimento e da
sensibilidade, Kant concluiu que é impossível provar racionalmente a existência de Deus, a imortalidade da
alma e a liberdade humana. De fato, nenhum desses três objetos (Deus, alma e liberdade) pode ser percebido
diretamente pelos sentidos, sendo assim, nenhum deles pode ser conhecido com segurança. Essa rejeição
de Kant dos temas clássicos da metafísica, porém, foi provisória. Como veremos a seguir, Kant resgatará os
temas Deus, alma e liberdade quando tratar das questões éticas.

Juízos a priori e a posteriori


Para compreender melhor como o entendimento e a sensibilidade atuam na produção do conhecimento
humano, Kant conceitua os julgamentos e conclusões a partir dessas faculdades. Um conhecimento
independente dos sentidos é chamado a priori.

2
Filosofia

O exemplo clássico é o conhecimento relacionado à matemática. Equações não dependem da experiência


para serem solucionadas. Quando o conhecimento depende das sensações e da experiência ele é
considerado a posteriori. Qualquer conhecimento que dependa da experiência (seja o dia está nublado hoje
até a Lei da gravidade) está incluído nessa categoria. Kant relaciona os juízos a essas duas formas de
conhecimento. Um juízo em que o sujeito já carrega todo o conhecimento que encontramos no predicado,
ele é conhecido como analítico. Quando afirmamos “um triângulo tem três lados” o sujeito triângulo já
apresenta essa informação. Mas quando faço um juízo em que um predicado é acrescentado ao sujeito, ele
é chamado sintético. Quando se afirma “esse polígono é um triângulo” há um acréscimo, uma nova
informação.
Qualquer juízo advindo da experiência é sintético, já que é um juízo que depende dos sentidos. Também
podemos afirmar que os juízos analíticos são a priori e os juízos sintéticos são, a princípio, a posteriori. A
questão principal apresentada por Kant em Crítica da Razão Pura, que é "juízos sintéticos a priori são
possíveis?". Kant está aqui tentando expandir a compreensão de como o ser humano produz conhecimento.
Sua defesa é central para a ciência. Sua proposta é formular um tipo de juízo que seja capaz de expandir o
conhecimento e que seja universalizável ou generalizável e não ligado a casos isolados. O juízo sintético a
priori é exatamente esse tipo de conhecimento, onde, observando um elemento X, podemos afirmar algo a
respeito de um elemento Y, mesmo só tendo a experiência do elemento X. O juízo sintético a priori permite o
surgimento de um conhecimento novo a partir da experiência porque estabelece a universalidade do
fenômeno experimentado. É esse juízo que promove a revolução copernicana que mudou a Teoria do
conhecimento para sempre.

Ética deontológica
A Ética defendida por Kant é uma ética deontológica, isto é uma ética baseada fundamentalmente na noção
de dever moral. Dever aqui é entendido não como uma obrigação ditada por um ser superior, mas sim como
obrigação que se baseia no próprio aparelho cognitivo humano, isto é, na noção kantiana do “eu
transcendental” ou “sujeito transcendental”. Todos os seres humanos, segundo Kant, possuem o mesmo
aparato cognitivo, e para que possamos agir racionalmente precisamos de princípios que nos são dados a
partir da consciência moral. Nesse sentido, a vida moral está restrita aos seres humanos, pois apenas eles
podem exercer efetivamente sua vontade. No entanto, para que possamos agir de acordo com uma “vontade
boa” precisamos, segundo Kant, de um imperativo, que é uma espécie de mandamento que nos impele a agir
de uma determinada forma.
Após analisar detidamente a consciência moral, Kant especificou o conceito de imperativo sob dois aspectos
fundamentais: O imperativo hipotético e o imperativo categórico. O imperativo hipotético ordena uma ação
com vistas a alcançar um determinado fim. Nesse primeiro caso, a ação é boa na medida em que possibilita
que se alcance outra coisa além da própria ação. Por exemplo, quando faço algo na esperança de receber
algo em troca, sendo guiado pelo imperativo hipotético. Por outro lado, o imperativo categórico é aquele que
visa uma ação que é entendida como necessária por si mesma, ou seja, que não é realizada no intuito de se
obter algo em troca, mas sim uma ação que é boa por si mesma. Por conta disso, Kant considera o
imperativo categórico incondicionado, como absoluto, voltado para uma ação que tem em vista a noção de
dever. Para ele o imperativo categórico é uma forma a priori, ou seja, pura, independente do útil ou prejudicial,
anterior à experiência e seus efeitos.
É apenas agindo a partir do imperativo categórico, e não a partir do imperativo hipotético, que a vontade do
ser humano é verdadeiramente moral, no sentido de que tal ação é boa em si mesma e não boa em virtude
de algo que lhe é exterior. É por conta disso que lemos a máxima kantiana que afirma o seguinte: “Age apenas
segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”. Isso significa
que nossa ação é moralmente boa apenas quando podemos universalizá-la, isto é, apenas quando todos
possam agir da mesma forma sem qualquer contradição.

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Filosofia

Nesse sentido, uma ação não pode ser considerada boa a partir de condicionantes como: chegar ao céu, ser
feliz, evitar a dor, ou qualquer outro interesse particular. Uma ação verdadeiramente moral tem como base
a racionalidade humana, que é incondicional e necessária.

Esclarecimento e minoridade
Uma ética deontológica só pode ser pensada dentro do contexto de uma proposta de emancipação humana.
Kant defende que o ser humano deve sair da minoridade para o esclarecimento, um estado de consciência e
liberdade. A menoridade é produzida pelo próprio homem, que não abandona a mediocridade por medo de
ser livre e tomar suas próprias decisões. Para Kant a minoridade afeta todos os campos da vida humana.
Para sair da minoridade o homem deve cultivar sua liberdade e seu autocontrole. Devemos buscar o
conhecimento. Kant defende a coragem e a ousadia na expressão Sapere aude! (ouse saber!). Apenas essa
atitude nos tira do estado de minoridade em que somos tutelados por outras pessoas e instituições e nos
tornamos livres. Apenas fazendo uso do nosso entendimento chegamos ao esclarecimento.
Kant atribui ao comodismo, à preguiça e à covardia a manutenção do homem na minoridade. É uma atitude
infantil em que esperamos que nossos problemas sejam resolvidos por outros, queremos tudo na mão. Mas
essa postura permite a dominação e a opressão, o surgimento de governos despóticos e fenômenos do
gênero. Só o esclarecimento combate esses males.
O esclarecimento exige que os indivíduos façam uso privado da razão. Isso deve ocorrer num estado de
liberdade. Não significa uma liberdade absoluta, mas que inclua a todos num senso de pertencimento e
respeito ao outro. Kant dá como exemplo um sujeito em um cargo público. Ele não pode se colocar em
público contra seu superior, mas deve, mesmo obedecendo, expor os erros que percebeu. Como vemos, a
proposta ética kantiana está conectada com sua percepção metafísica, onde o sujeito e seu intelecto
ocupam posição central e a racionalidade é seu instrumento por excelência.

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Filosofia

Exercícios

1. O filósofo alemão Immanuel Kant formulou, na Crítica da Razão Pura, uma divisão do conhecimento e
acesso da razão aos fenômenos. Fenômenos não são coisas; eles nomeiam aquilo que podemos
conhecer das coisas, através das formas da sensibilidade (Espaço e Tempo) e das categorias do
entendimento (tais como Substância, Relação, Necessidade etc.). Assim, Kant afirma que o
conhecimento humano é finito (limitado por suas formas e categorias). Como poderia haver, então,
algum conhecimento universalmente válido? Ele afirma que tal conhecimento se formula num “juízo
sintético a priori”. Juízos são afirmações; o adjetivo “sintéticos” significa que essas afirmações
reúnem conceitos diferentes; “a priori”, por sua vez, indica aquilo que é obtido sem acesso à
experiência dos fenômenos, antes deles e para que os fenômenos possam ser reunidos em um
conhecimento que tenha unidade e sentido. Com base nisso, indique a alternativa CORRETA.
a) Para Kant, o conhecimento humano é diretamente dado pela experiência das coisas, acessíveis
pelos sentidos (visão, audição, etc.).
b) Juízos sintéticos a priori são afirmações de conhecimento cuja natureza é particular e que se
altera caso a caso.
c) Se a Metafísica é o conhecimento da essência das coisas elas mesmas, Kant é, na Crítica da
Razão Pura, um defensor da Metafísica, e não um defensor da finitude do conhecimento.
d) Para Kant, Espaço e Tempo são categorias do entendimento mediante as quais conhecemos os
fenômenos.
e) Juízos sintéticos a priori permitem organizar o conhecimento, dando a ele validade universal e
unicidade.

2. A maior violação do dever de um ser humano consigo mesmo, considerado meramente como um ser
moral (a humanidade em sua própria pessoa), é o contrário da veracidade, a mentira [...]. A mentira
pode ser externa [...] ou, inclusive, interna. Através de uma mentira externa, um ser humano faz de si
mesmo um objeto de desprezo aos olhos dos outros; através de uma mentira interna, ele realiza o que
é ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos seus próprios olhos e viola a dignidade da humanidade
em sua própria pessoa [...]. Pela mentira um ser humano descarta e, por assim dizer, aniquila sua
dignidade como ser humano. [...] É possível que [a mentira] seja praticada meramente por frivolidade
ou mesmo por bondade; aquele que fala pode, até mesmo, pretender atingir um fim realmente benéfico
por meio dela. Mas esta maneira de perseguir este fim é, por sua simples forma, um crime de um ser
humano contra sua própria pessoa e uma indignidade que deve torná-lo desprezível aos seus próprios
olhos.
Immanuel Kant. A metafísica dos costumes, 2010.
Em sua sentença dirigida à mentira, Kant
a) considera a condenação relativa e sujeita a justificativas, de acordo com o contexto.
b) assume que cada ser humano particular representa toda a humanidade.
c) apresenta um pensamento desvinculado de pretensões racionais universalistas.
d) demonstra um juízo condenatório, com justificação em motivações religiosas.
e) assume o pressuposto de que a razão sempre é governada pelas paixões.

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Filosofia

3. Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não
poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em
prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para
perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira?
Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros de
dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” representada no texto


a) assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre discussão participativa.
b) garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.
c) opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.
d) materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os meios.
e) permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas.

4. A sociedade de uma forma geral, em cada tempo, produz conceitos ou amplia os já existentes para
que possamos pensar em determinadas condições vigentes e entender determinados processos nas
relações humanas vividas no momento. Um exemplo disso pode ser visto no texto abaixo sobre Kant
e sua ideia relativa ao tutelamento. Dizem os historiadores que no século XVIII para se entender certo
fenômeno que ocorria na Europa, conhecido como Iluminismo, perguntaram ao Filósofo Kant o que
seria esse movimento. O referido filósofo explicou que seria como um processo de esclarecimento, a
partir do qual o ser humano sairia de sua menoridade graças ao uso da razão e ao exercício da
liberdade de pensamento. Escreveu o filósofo em sua resposta o seguinte: “O iluminismo representa
a saída dos seres humanos de uma tutela que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são
aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de
outrem. É-se culpado da própria tutela quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento,
mas de falta de resolução e coragem para fazer uso do entendimento independentemente da direção
de outrem. Tenha coragem para fazer uso da tua própria razão!”
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria de Helena. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2016.

Hoje, em pleno século XXI, onde há um amplo uso das redes sociais tais como Facebook, Instagram,
Youtube, WhatsApp, é apropriado retomar esse conceito kantiano acima exposto, para que se possa
entender a condição de tutela a que os homens se encontram. A relação que exemplifica o conceito
de tutela de Kant aplicado aos dias de hoje é o seguinte:
a) os designers gráficos e suas novas produções no Youtube.
b) os adolescentes e o desejo de nova realidade nos jogos on line.
c) as novas profissões e as oportunidades de trabalho no Instagram.
d) os estudantes e as pesquisas de artigos nos sites acadêmicos.
e) os internautas e a manipulação de informações nas mídias sociais.

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Filosofia

5. O tempo nada mais é que a forma da nossa intuição interna. Se a condição particular da nossa
sensibilidade lhe for suprimida, desaparece também o conceito de tempo, que não adere aos próprios
objetos, mas apenas ao sujeito que os intui.
KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburguer. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 47. Coleção
Os Pensadores.
Com base nos conhecimentos sobre a concepção kantiana de tempo, assinale a alternativa correta.
a) O tempo é uma condição a priori de todos os fenômenos em geral.
b) O tempo é uma representação relativa subjacente às intuições.
c) O tempo é um conceito discursivo, ou seja, um conceito universal.
d) O tempo é um conceito empírico que pode ser abstraído de qualquer experiência.
e) O tempo, concebido a partir da soma dos instantes, é infinito.

6. Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém todas as tentativas
para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com
esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da
metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.
KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado).
O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana na filosofia.
Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que
a) assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento.
b) defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o ceticismo.
c) revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a reflexão filosófica.
d) apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias em relação aos objetos.
e) refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são ambas recusadas por
Kant.

7. Nos Princípios Matemáticos de Filosofia Natural, Newton afirmara que as leis do movimento, assim
como a própria lei da gravitação universal, tomadas por ele como proposições particulares, haviam
sido “inferidas dos fenômenos, e depois tornadas gerais pela indução”. Kant atribui a estas
proposições particulares, enquanto juízos sintéticos, o caráter de leis a priori da natureza. Entretanto,
ele recusa esta dedução exclusiva das leis da natureza e consequente generalização a partir dos
fenômenos. Destarte, para enfrentar o problema sobre a impossibilidade de derivar da experiência
juízos necessários e universais, um dos esforços mais significativos de Kant dirige-se ao
esclarecimento das condições de possibilidade dos juízos sintéticos a priori. Com base no enunciado
e nos conhecimentos acerca da teoria do conhecimento de Kant, é correto afirmar:
a) A validade objetiva dos juízos sintéticos a priori depende da estrutura universal e necessária da
razão e não da variabilidade individual das experiências.
b) Os juízos sintéticos a priori enunciam as conexões universais e necessárias entre causas e
efeitos dos fenômenos por meio de hábitos psíquicos associativos.
c) O sujeito do conhecimento é capaz de enunciar objetivamente a realidade em si das coisas por
meio dos juízos sintéticos a priori.
d) Nos juízos sintéticos a priori, de natureza empírica, o predicado nada mais é do que a explicitação
do que já esteja pensado realmente no conceito do sujeito.
e) A possibilidade dos juízos sintéticos a priori nas proposições empíricas fundamenta-se na
determinação da percepção imediata e espontânea do objeto sobre a razão.

7
Filosofia

8. Na perspectiva do conhecimento, Immanuel Kant pretende superar a dicotomia racionalismo-


empirismo. Entre as alternativas abaixo, a única que contém informações corretas sobre o criticismo
kantiano é:
a) A razão estabelece as condições de possibilidade do conhecimento; por isso independe da
matéria do conhecimento.
b) O conhecimento é constituído de matéria e forma. Para termos conhecimento das coisas, temos
de organizá-las a partir da forma a priori do espaço e do tempo.
c) O conhecimento é constituído de matéria, forma e pensamento. Para termos conhecimento das
coisas temos de pensá-las a partir do tempo cronológico.
d) A razão enquanto determinante nos conhecimentos fenomênicos e noumênicos
(transcendentais) atesta a capacidade do ser humano.
e) O homem conhece pela razão a realidade fenomênica porque Deus é quem afinal determina este
processo.

9. TEXTO I
Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre
mim e a lei moral em mim.
KANT. |. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado).
TEXTO II
Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim.
FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.
A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano:
a) Possibilidade da liberdade e obrigação da ação.
b) A prioridade do juízo e importância da natureza.
c) Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica.
d) Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.
e) Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo.

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Filosofia

10. 90 milhões em ação, pra frente, Brasil, do meu coração.


Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, salve a seleção.
De repente é aquela corrente pra frente.
Parece que todo o Brasil deu a mão.
Todos ligados na mesma emoção.
Tudo é um só coração.
Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, Brasil,
Salve a seleção.
Canção: Pra frente Brasil/ Copa 1970. Autor: Miguel Gustavo

Na obra “Resposta à questão: o que é o esclarecimento?”, Kant discute conceitos como uso público e
privado da razão e a superação da menoridade.
À luz do pensamento kantiano, o fenômeno contemporâneo do uso político dos eventos esportivos
a) torna o indivíduo dependente, já que a sua menoridade impede o esclarecimento e a possibilidade
de pensar por si próprio.
b) forma o indivíduo autônomo, uma vez que amplia a sua capacidade de fazer uso da própria razão
para agir autonomamente.
c) impede que o indivíduo pense de forma restrita, pois, mesmo estando cercado por tutores,
facilmente rompe com a menoridade.
d) proporciona esclarecimento político das massas, pois tais eventos promovem o aprendizado
crítico mediante a afirmação da ideia de nacionalidade.
e) confere liberdade às massas para superar a dependência gerada pela aceitação da tutela de
outrem.

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Filosofia

Gabarito

1. E
Para Kant, os juízos são estruturas que formulam o processo do conhecimento, sendo alguns juízos
necessários e universais e, portanto, puros e a priori. Esses juízos, para ele, possibilitam o conhecimento
denominado puro, ou seja, o conhecimento que está relacionado à estrutura cognitiva humana a priori,
independentemente da experiência empírica.

2. B
Para Kant, pensador iluminista, a filosofia moral estaria fundamentada em princípios racionais, sendo a
razão o único fundamento que daria validade à moral humana. Com efeito, a ação moral estaria
condicionada ao sujeito epistemológico, ou seja, à estrutura cognitiva que é universal e necessária, e
não ao sujeito subjetivo, individual. Por ser racional, portanto, o indivíduo deveria agir segundo uma
razão pura prática de validade universal, ideia expressa na conhecida frase de Kant: “age só segundo
máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”. A partir do exemplo da
mentira, Kant aponta que a mesma não poderia ser usada sem cair em uma autocontradição moral, pois
o indivíduo particular representaria uma moral geral, de toda a humanidade, como aponta a alternativa
[B].

3. C
De acordo com a ética kantiana, o indivíduo deve guiar-se de acordo com o imperativo categórico,
segundo o qual ele deve agir de forma que sua ação possa ser universalizada para todos os indivíduos.
O ato de fazer uma falsa promessa de pagamento contraria esse imperativo, pois, se universalizado,
criaria uma situação de total instabilidade e desconfiança.

4. E
Kant relaciona o esclarecimento com uma atitude autônoma, consciente e racional, baseada na
liberdade do uso privado da razão. Essa seria a maioridade intelectual. Em oposição a isso a minoridade
é uma passividade, um estado de inércia intelectual em que o indivíduo não pensa nem age por si
mesmo, mas motivado pelo que lhe é externo. Ele é tutelado por outras pessoas e instituições. Essa
tutela abre espaço para dominação e manipulação, como é o caso da alternativa E.

5. A
Para Kant, os indivíduos possuem estruturas ou faculdades cognitivas que possibilitam a experiência e
o entendimento, sendo essas estruturas existentes a priori, ou seja, estariam presentes nos indivíduos
desde o nascimento, não dependendo de nenhuma condição empírica de aquisição. Entre essas
estruturas, estaria a noção de tempo, de modo que o tempo seria uma forma a priori da sensibilidade,
condicionante da apreensão dos fenômenos empíricos, como apontado pela alternativa [A].

6. A
Primeiro, distingamos entre os tipos de juízos que Kant considera sermos capazes de fazer. Eles são
três: 1) juízos analíticos (ou aqueles juízos nos quais já no sujeito encontramos o predicado, ou seja,
juízos tautológicos e, por conseguinte, dos quais não se obtém nenhum tipo de conhecimento); 2) juízos
sintéticos a posteriori (ou aqueles juízos nos quais a experiência sensível está presente e se faz parte
decisiva do julgamento, ou seja, juízos particulares e contingentes); 3) juízos sintéticos a priori (ou
aqueles juízos nos quais o predicado não está contido no sujeito e a experiência não constitui alguma
parte decisiva do conteúdo, ou seja, juízos nos quais se obtém conhecimento sobre algo, porém sem
que a experiência seja relevante para a conclusão obtida, o que faz desse tipo de juízo universal e
necessário).
Segundo, lembremos que Kant afirmava que a matemática e a física realizam justamente o último tipo
de juízo mencionado. Ele, então, se perguntava se a metafísica também não era capaz de realizar esse
tipo de juízo. Para solucionar esta questão: “é possível uma metafísica baseada em juízos sintéticos a

10
Filosofia

priori?”, o filósofo irá modificar o ponto de vista da investigação se inspirando em Copérnico, isto é,
considerando o objeto não através daquilo que a experiência sensível expõe.
Porém a partir da possibilidade de a faculdade mesma de conhecer constituir a priori o objeto – o
astrônomo fez algo similar quando, em vez de calcular o movimento dos corpos celestes através dos
dados da experiência sensível, calculou esses movimentos através da suposição de que o próprio
observador (o homem sobre a Terra) se movia. Esse a priori que Kant formula se encontra nas formas
da sensibilidade, nas categorias do entendimento e no esquematismo, isto é, na sua filosofia
transcendental, ou na sua filosofia sobre as condições de possibilidade do próprio conhecimento.

7. A
Os juízos sintéticos são derivados da experiência de modo a expandir o conceito uma vez que o
predicado não está implícito no sujeito e a experiência funcionaria como um fornecedor da extensão
dos mesmos. A título de exemplo, para melhor compreensão, Kant explicita esse caso com a afirmação
“todos os corpos são pesados”. Diferentemente do conceito “todos os corpos são extensos”, no qual o
predicado já estava incorporado no conceito inicial e só estava omisso. Esta afirmação agrega um
conhecimento empírico, a saber, o de peso, sendo pela experiência o único meio de se obter tal
predicado. É na “Crítica da Razão Pura” que Kant elabora categorias que denomina de transcendentais,
que são estruturas “a priori” da sensibilidade e do intelecto ao mesmo tempo em que possibilitam a
experiência do objeto. Ele distingue três tipos de juízo:
- Juízo Analítico a priori (universal e necessário) – esta forma de juízo não amplia o conhecimento, só
explica e é baseado no princípio da identidade, ou seja, o predicado não é nada mais que a explicitação
do conteúdo do sujeito. Ex: um triângulo tem três lados.
- Juízo Sintético a posteriori (não é universal, nem necessário) – esta forma de julgamento amplia o
conhecimento, pois realiza uma síntese, fundamentada na experiência.
- Juízo Sintético a priori (universal e necessário) – esta forma de julgamento amplia o conhecimento e
é formulado independentemente da experiência empírica.

8. B
Espaço e tempo são intuições puras kantianas. Ou seja, apesar de se relacionar com a experiência
sensorial que podemos ter com um objeto (sentir a extensão de um objeto no espaço em um momento
no tempo) o espaço e o tempo não são características dos objetos em si, mas representações que nos
permitem interagir com os objetos. A prova disso, para Kant, é que conseguimos pensar essas intuições
como “vazias”. É impossível pensar um objeto que não exista no tempo e no espaço, mas é possível
pensar a ausência desse objeto no tempo e no espaço, o que livra essas intuições do objeto e as
transforma em mediadoras da experiência, ou seja, experimentamos o objeto no tempo e no espaço.

9. E
Devemos interpretar o enunciado com cuidado. Ele apresenta uma citação de Kant apresentando dois
conceitos centrais do pensador , a interioridade da norma na ética deontológica, que baseia a ação boa
no dever originário da razão inerente a todos os seres humanos e que é um processo interno, e o
criticismo kantiano que parte da ideia de que o mundo se apresenta através de fenômenos com os quais
interagimos. São esses os conceitos que são invertidos quando o poeta afirma que a lei o cobre o céu
está dentro dele.

10. A
a) Correta: tendo como referência o texto de Kant, o que é o esclarecimento? pode-se afirmar que o
uso político dos eventos esportivos torna o indivíduo dependente e o impede de tornar-se
esclarecido e pensar por si próprio. A partir do momento em que um evento esportivo perde seu
sentido próprio e assume outras funções, no caso servir para fins políticos, insere o indivíduo na
menoridade, compreendida por Kant como a "incapacidade de fazer uso do entendimento sem a
direção de outro indivíduo". Kant também afirma que é difícil para "um homem em particular
desvencilhar-se da menoridade".

11
Filosofia

b) Incorreta: como afirmado, se analisarmos o uso político dos eventos esportivos à luz do texto de
Kant, não se pode afirmar que tal uso torna o indivíduo autônomo ou que, como decorrência, este
terá ampliada sua capacidade de fazer uso da própria razão para agir autonomamente. O que ocorre
é o contrário, uma vez que o indivíduo acabaria por se inserir cada vez mais na menoridade.
c) Incorreta: ao contrário do que afirma a alternativa, se analisarmos o uso político dos eventos
esportivos à luz do texto de Kant, chegaremos à conclusão de que o indivíduo se sentirá impedido
de pensar de forma "alargada" e não de forma restrita. Da mesma forma, enfrentará enorme
dificuldade para romper com a menoridade, sobretudo se estiver cercado de tutores. O papel
desempenhado pelos tutores é o de manter os indivíduos na menoridade e dependentes e não o de
estimular o pensamento ampliado e autônomo.
d) Incorreta: se pensarmos o uso político dos eventos esportivos à luz do texto de Kant, concluiremos
que o que resulta de tal uso não é o esclarecimento das massas, mas sim o contrário, isto é, a
consequência será a menoridade e a ausência de esclarecimento. Tais eventos também não
promovem o aprendizado crítico mediante a afirmação da ideia de nacionalidade.
e) Incorreta: o uso político dos eventos esportivos não confere liberdade às massas para superar a
dependência gerada pela aceitação da tutela de outrem. A consequência será exatamente o oposto,
isto é, menor liberdade às massas e maior dependência em relação aos outros, especialmente aos
tutores que são guias dos demais indivíduos.

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Física

Conservação da quantidade de movimento

Resumo

Sistema mecanicamente isolado


Um sistema mecânico é denominado isolado de forças externas quando a resultante das forças externas
atuantes sobre ele for nula.
Uma partícula em equilíbrio é o caso mais elementar de sistema mecânico isolado. Estando em repouso ou
em movimento retilíneo e uniforme, a resultante das forças que agem sobre ela é nula. Vejamos outro
exemplo: admita que dois patinadores, inicialmente em repouso sobre uma plataforma plana e horizontal, se
empurrem mutuamente, conforme sugere a figura.

Figura 01 – Patinadores se empurrando mutualmente


Desprezando os atritos e a influência do ar, os dois patinadores constituem um sistema mecânico isolado,
pois a resultante das forças externas atuantes no conjunto é nula. De fato, as únicas forças externas que
agem em cada patinador são a força da gravidade (peso) e a força de sustentação da plataforma (normal),
que se equilibram.

Figura 02 – Representação de forças


Entretanto, uma pergunta surge naturalmente: as forças trocadas entre eles no ato do empurrão não seriam
resultantes, uma vez que cada patinador, pela ação da força recebida, tem seu corpo acelerado a partir do
repouso? E a resposta é simples: sim, essas forças (ação e reação) são as resultantes que aceleram cada
corpo, porém são forças internas ao sistema, não devendo ser consideradas no estudo do sistema como um
todo.

De fato, a soma dos impulsos das forças internas ⃗F e ⃗⃗⃗⃗⃗


−F (forças de ação e reação trocadas pelos patinadores
no ato do mútuo empurrão) é nula e, por isso, essas forças não participam da composição do impulso total
externo exercido sobre o sistema.

1
Física

O princípio da conservação da quantidade de movimento


Enuncia -se que:
Em um sistema mecânico isolado de forças externas, conserva -se a quantidade de movimento total.
⃗⃗ = 𝟎
∆𝐐 ⃗ 𝐨𝐮 𝐐
⃗⃗ 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 = 𝐐
⃗⃗ 𝐢𝐧𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥

Façamos a verificação desse enunciado. Segundo o Teorema do Impulso, temos:


⃗⃗
𝐈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = ∆𝐐

Entretanto, em um sistema mecânico isolado, a resultante das forças externas é nula, o que permite dizer
que o impulso total (da força resultante externa) também é nulo. Então:
𝐈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = ⃗𝟎
Assim, temos:
⃗⃗ = 𝟎
∆𝐐 ⃗

Ou, de modo equivalente:


⃗𝐐
⃗ 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 = ⃗𝐐
⃗ 𝐢𝐧𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥

Obs.: não se deve confundir sistema isolado com sistema conservativo. Observa que nem todo sistema
isolado é conservativo e nem todo sistema conservativo é isolado. O princípio da conservação da quantidade
de movimento é muito amplo, porém, aplicado a um sistema de duas partículas isoladas de forças externas,
conduz a resultados equivalentes àqueles obtidos pela aplicação da 3ª e 2ª leis de Newton, o princípio da
ação e reação e o princípio fundamental da dinâmica, respectivamente.

2
Física

Exercícios

1. (Pucrj 2017) Um jogador de tênis, durante o saque, lança a bola verticalmente para cima. Ao atingir
sua altura máxima, a bola é golpeada pela raquete de tênis, e sai com velocidade de 108 km/h na
direção horizontal. Calcule, em kg m/s, o módulo da variação de momento linear da bola entre os
instantes logo após e logo antes de ser golpeada pela raquete.
Dado: Considere a massa da bola de tênis igual a 50 g.
a) 1,5
b) 5,4
c) 54
d) 1.500
e) 5.400

2. (Enem PPL 2014) Durante um reparo na estação espacial internacional, um cosmonauta, de massa
90kg, substitui uma bomba do sistema de refrigeração, de massa 360 kg, que estava danificada.
Inicialmente, o cosmonauta e a bomba estão em repouso em relação à estação. Quando ele empurra
a bomba para o espaço, ele é empurrado no sentido oposto. Nesse processo, a bomba adquire uma
velocidade de 0,2 m/s em relação à estação. Qual é o valor da velocidade escalar adquirida pelo
cosmonauta, em relação à estação, após o empurrão?
a) 0,05 m/s
b) 0,20 m/s
c) 0,40 m/s
d) 0,50 m/s
e) 0,80 m/s

3. (Fuvest 2012)

Maria e Luísa, ambas de massa M, patinam no gelo. Luísa vai ao encontro de Maria com velocidade
de módulo V. Maria, parada na pista, segura uma bola de massa m e, num certo instante, joga a bola
para Luísa. A bola tem velocidade de módulo v, na mesma direção de V⃗ . Depois que Luísa agarra a
bola, as velocidades de Maria e Luísa, em relação ao solo, são, respectivamente,

a) 0 ; −V

b) − ;  + V / 2

c) −m / M ; MV / m
−m / M ; (m - MV) / (M + m)
d)
(M V / 2 - m)/ M ; (m - MV / 2) / (M + m)
e)

3
Física

4. O estresse pode fazer com que o cérebro funcione aquém de sua capacidade. Atividades esportivas
ou atividades lúdicas podem ajudar o cérebro a normalizar suas funções.
Num certo esporte, corpos cilíndricos idênticos, com massa de 4 kg, deslizam sem atrito sobre uma
superfície plana. Numa jogada, um corpo A movimenta-se sobre uma linha reta, considerada o eixo x
do referencial, com velocidade de módulo 2 m/s e colide com outro corpo, B, em repouso sobre a
mesma reta. Por efeito da colisão, o corpo A permanece em repouso, e o corpo B passa a se
movimentar sobre a reta. A energia cinética do corpo B, em J, é
a) 2
b) 4
c) 6
d) 8
e) 16

5. (Ueg 2017) Na olimpíada, o remador Isaquias Queiroz, ao se aproximar da linha de chegada com o seu
barco, lançou seu corpo para trás. Os analistas do esporte a remo disseram que esse ato é comum
nessas competições, ao se cruzar a linha de chegada. Em física, o tema que explica a ação do remador
é
a) o lançamento oblíquo na superfície terrestre.
b) a conservação da quantidade de movimento.
c) o processo de colisão elástica unidimensional.
d) o princípio fundamental da dinâmica de Newton.
e) a grandeza viscosidade no princípio de Arquimedes.

6. (Epcar (Afa) 2011) Analise as afirmativas abaixo sobre impulso e quantidade de movimento.
I. Considere dois corpos A e B deslocando-se com quantidades de movimento constantes e iguais.
Se a massa de A for o dobro de B, então, o módulo da velocidade de A será metade do de B.
II. A força de atrito sempre exerce impulso sobre os corpos em que atua.
III. A quantidade de movimento de uma luminária fixa no teto de um trem é nula para um passageiro,
que permanece em seu lugar durante todo o trajeto, mas não o é para uma pessoa na plataforma
que vê o trem passar.
IV. Se um jovem que está afundando na areia movediça de um pântano puxar seus cabelos para cima,
ele se salvará.

São corretas
a) apenas I e III.
b) apenas I, II e III.
c) apenas III e IV.
d) todas as afirmativas.
e) nenhuma das afirmativas.

4
Física

7. Dois blocos maciços estão separados um do outro por uma mola comprimida e mantidos presos
comprimindo essa mola. Em certo instante, os dois blocos são soltos da mola e passam a se
movimentar em direções opostas. Sabendo-se que a massa do bloco 1 é o triplo da massa do bloco
2, isto é m1 = 3m2, qual a relação entre as velocidades v1 e v2 dos blocos 1 e 2, respectivamente, logo
após perderem contato com a mola?

a) v1 = - v2/4
b) v1 = -v2/3
c) v1 = v2
d) v1 = 3v2
e) v1 = 4v2

8. (G1 IFSC 2014) “A força agressiva da bomba atômica que literalmente implodiu a sociedade foi
lembrada na poesia de Vinícius de Moraes que, combinada com a melodia de Gerson Conrad, se
transformou no grande sucesso "Rosa de Hiroshima", gravada pelo grupo musical Secos & Molhados
em 1973.”
Ciência na música popular brasileira, de Ildeu de Castro Moreira e Luisa Massarani. Publicado na revista pré-Univesp –
Número 25 – Aprendizagem lúdica – Outubro de 2012.

Considerando-se que um artefato está em repouso sobre uma mesa e explode em dois pedaços. Um
dos pedaços que possui um terço do total da massa do artefato foi lançado para o norte com
velocidade de 300 m/s. Dessa maneira, é CORRETO afirmar que o segundo pedaço, com 2/3 da massa
total do artefato, foi lançado para:
a) o sul com velocidade de 150 m/s
b) o sul com velocidade de 600 m/s
c) o sudeste com velocidade de 150 m/s
d) o sudeste com velocidade de 600 m/s
e) uma direção desconhecida com velocidade de 600 m/s

9. Leonardo, de 75 kg, e sua filha Beatriz, de 25 kg, estavam patinando em uma pista horizontal de gelo,
na mesma direção e em sentidos opostos, ambos com velocidade de módulo v = 1,5 m/s. Por estarem
distraídos, colidiram frontalmente, e Beatriz passou a se mover com velocidade de módulo u = 3,0 m/s,
na mesma direção, mas em sentido contrário ao de seu movimento inicial. Após a colisão, a velocidade
de Leonardo é
a) nula.
b) 1,5 m/s no mesmo sentido de seu movimento inicial.
c) 1,5 m/s em sentido oposto ao de seu movimento inicial.
d) 3,0 m/s no mesmo sentido de seu movimento inicial.
e) 3,0 m/s em sentido oposto ao de seu movimento inicial.

5
Física

10. Um jovem de massa 60 kg patina sobre uma superfície horizontal de gelo segurando uma pedra de 2,0
kg. Desloca-se em linha reta, mantendo uma velocidade com módulo de 3,0 m/s. Em certo momento,
atira a pedra pra frente, na mesma direção e sentido do seu deslocamento, com módulo de velocidade
de 9,0 m/s em relação ao solo. Desprezando-se a influência da resistência do ar sobre o sistema
patinador-pedra, é correto concluir que a velocidade do patinador em relação ao solo, logo após o
lançamento, é de
a) 3,0 m/s, para trás.
b) 3,0 m/s, para frente.
c) 0,30 m/s, para trás.
d) 0,30 m/s, para frente.
e) 2,8 m/s, para frente.

11. (Uece 2019) Em 20 de julho de 1969, passados 50 anos, o homem pôs os pés em solo lunar. A
movimentação de naves espaciais como a Apolo 11, que fez o transporte rumo à lua, é feita pela
expulsão de gases do foguete em uma direção e movimento da nave na direção oposta. Há uma lei de
conservação envolvida nesse modo de deslocamento que é denominada lei de conservação
a) da energia potencial.
b) da energia elástica.
c) do momento de inércia.
d) do momento linear.
e) da força.

12. (Enem 2014) O pêndulo de Newton pode ser constituído por cinco pêndulos idênticos suspensos em
um mesmo suporte. Em um dado instante, as esferas de três pêndulos são deslocadas para a
esquerda e liberadas, deslocando-se para a direita e colidindo elasticamente com as outras duas
esferas, que inicialmente estavam paradas.

O movimento dos pêndulos após a primeira colisão está representado em:

a) b) c)

d) e)

6
Física

13. (Pucrj 2017) Um objeto de massa m escorrega com velocidade V sobre uma superfície horizontal
sem atrito e colide com um objeto de massa M que estava em repouso. Após a colisão, os dois objetos
saem grudados com uma velocidade horizontal igual a V/4. Calcule a razão M/m.
a) 1/3
b) 1/2
c) 1
d) 2
e) 3

14. (Ufrgs 2014) Uma bomba é arremessada, seguindo uma trajetória parabólica, conforme representado
na figura abaixo. Na posição mais alta da trajetória, a bomba explode.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que
aparecem. A explosão da bomba é um evento que __________ a energia cinética do sistema. A trajetória
do centro de massa do sistema constituído pelos fragmentos da bomba segue __________.
a) não conserva – verticalmente para o solo
b) não conserva – a trajetória do fragmento mais massivo da bomba
c) não conserva – a mesma parábola anterior à explosão
d) conserva – a mesma parábola anterior à explosão
e) conserva – verticalmente para o solo

7
Física

Gabarito

1. A
108
Δp = m  ΔV  Δp = 50  103   Δp = 1,5 kg m s
3,6
2. E
Tratando de um sistema mecanicamente isolado, ocorre conservação da quantidade de movimento.
Assim:

Q c = Q b  mc v c = mb vb  90 v c = 360 (0,2 )  v c = 0,8 m/s.

3. D
Antes de jogar a bola, Maria e a bola estão em repouso, portanto a quantidade de movimento desse
sistema é nula. Como o sistema é mecanicamente isolado (a resultante das forças externas é nula),
apliquemos a ele a conservação da quantidade de movimento:
(Qsist )antes = (Qsistema )depois  0 = m v + M VMaria  − M VMaria = m v 
−m v
VMaria = .
M
Antes de agarrar a bola que tem velocidade v, Luísa tem velocidade -V. Aplicando novamente a
conservação da quantidade de movimento:
(Qsist )antes = (Qsist )depois  m v − M V = (m + M) VLuísa 
m v −M V
VLuísa =
m+M

4. D

5. B
Como a quantidade de movimento antes tem que ser igual à quantidade de movimento depois,
Qantes = Qdepois , o remador ao lançar o seu corpo para trás, ganha uma vantagem para cruzar a linha
de chegada.
Para entendermos melhor esse caso, podemos pensar em um vagão de trem, onde se encontra uma
pessoa. Digamos que o atrito entre o trilho e vagão seja desprezível, se uma pessoa lançar uma pedra
para trás, por conservação da quantidade de movimento o vagão irá se movimentar para frente. A
mesma coisa acontece com o remador que, ao lançar o corpo para trás, ganha uma vantagem.

8
Física

6. B
I. Correta. Verifiquemos:
Dados: QA = QB; mA = 2 mB.
vB
QA = QB  mA v A = mB vB  ( 2mB ) v A = mB vB  v A = .
2
II. Correta. Sempre que uma força atua sobre um corpo ela aplica impulso sobre ele.
III. Correta. A quantidade de movimento é o produto da massa pela velocidade. Se a velocidade
depende do referencial, então a quantidade de movimento também depende.
IV. Falsa. As forças trocadas entre as mãos e os cabelos são forças internas, e forças internas não
aceleram o sistema.

7. B

8. A
Como se trata de sistema mecanicamente isolado, temos:

300 = − v 2 
1 2
Qantes = Qdepois  Q1 + Q2 = 0  m1 v1 + m2 v 2 = 0 
3 3

v 2 = −150 m/s.

O segundo pedaço é lançado com velocidade de 150 m/s, em sentido oposto ao do primeiro, ou seja,
para o sul.
9. A

9
Física

10. E

11. D
A lei descrita é a da conservação do momento linear, através da qual é possível que a nave se movimente
após ejetar massa no sentido contrário.

12. C
Como se trata de sistema mecanicamente isolado, ocorre conservação da quantidade de movimento.
Qfinal = Qincial  Qfinal = 3 m v.
Portanto, após as colisões, devemos ter três esferas bolas com velocidade v como mostra a alternativa
C
Podemos também pensar da seguinte maneira: as esferas têm massas iguais e os choques são frontais
e praticamente elásticos. Assim, a cada choque, uma esfera para, passando sua velocidade para a
seguinte. Enumerando as esferas da esquerda para a direita de 1 a 5, temos:
A esfera 3 choca-se com a 4, que se choca com a 5. As esferas 3 e 4 param e a 5 sai com velocidade v;
A esfera 2 choca-se com a 3, que se choca com a 4. As esferas 2 e 3 param e a 4 sai com velocidade v;
A esfera 1 choca-se com a 2, que se choca com a 3. As esferas 1 e 2 param e a 3 sai com velocidade v.

13. E
Qa = Qd
V M
m  V = (m + M)   4  m = m + M  M = 3m  = 3
4 m

14. C
A energia não conserva, pois, durante a explosão, a queima da pólvora transforma energia química em
energia térmica e cinética, aumentando, então, a energia cinética do sistema.
Como as forças originadas na explosão são internas, não há alteração na trajetória do centro de massa,
que segue a mesma trajetória parabólica anterior à explosão.

10
Física

Gravitação Universal

Resumo

A gravitação é uma das quatro forças elementares (Força Gravitacional, Força Eletromagnética, Força Nuclear
Fraca e Força Nuclear Forte), das quais ela é, de todas, a mais fraca.

Leis de Kepler

1ª Lei de Kepler: Lei das órbitas


“As órbitas descritas pelos planetas em redor do sol são elipses, com o Sol num dos focos”.

Ou seja, Kepler descobriu que as órbitas dos planetas não era circular, como dizia a física em sua época, mas
eram elípticas. Ele também percebeu que o movimento do planeta ao longo da órbita não é uniforme: a
velocidade é maior quando ele está no ponto mais próximo do sol – chamado de periélio (peri: perto, hélio:
sol) – e menor quando ele está mais afastado – chamado de afélio (aphelium: longínquo).

A figura mostra as órbitas elípticas de alguns planetas do sistema solar.

2ª Lei de Kepler: Lei das áreas


“O raio vetor que liga um planeta ao Sol descreve áreas iguais em tempos iguais”.

Ou seja, se o intervalo de tempo para percorrer uma certa área A for igual ao intervalo de tempo para percorrer
uma certa área B, essas áreas são iguais. Da figura: [Área A] = [Área B].

1
Física

3ª Lei de Kepler: Lei dos períodos


“Os quadrados dos períodos de revolução de dois planetas quaisquer estão entre si como os cubos de
suas distâncias médias ao Sol”.

Ou seja, podemos montar a equação: (T1/T2)² = (R1/R2)³


Assim, a partir da relação entre os períodos de revolução de dois planetas, é possível descobrir a relação entre
suas distâncias médias ao Sol.
Como descobrir o período T de revolução de um corpo artificial em órbita a uma distância R do centro do sol?
Podemos afirmar, então, que:
R³/T²=C

A partir de cálculos envolvendo o movimento do planeta, podemos dizer que essa constante C vale C= GM/4π²
= GR²/4π². Dessa forma:

R³/T² = C = GM/4π² = GR²/4π²

Em que M e R são, respectivamente, a Massa do Sol e a distância entre o corpo e o centro do sol.

A Lei da Gravitação Universal de Newton


A equação do módulo da força gravitacional exercida por um corpo de massa M sobre um corpo de massa m
e vice-versa (devido à terceira lei de Newton) que estão distantes a uma distância R um do outro pode ser
simplificada como:
F = G Mm/R²

Em que G é a constante gravitacional universal.

A partir de cálculos empíricos podemos afirmar que ela vale, aproximadamente:

G=6,67408 × 10-11 m3.kg-1.s-2

A partir de cálculo avançado podemos descobrir o valor da Energia Potencial Gravitacional


A energia potencial gravitacional associada a duas partículas de massas M e m separadas pela distância R
é:
U = - GMm/R

Ou seja, ela sempre é negativa.

Na prática:
Já ouviu falar que a maré é influenciada pelas fases da Lua? Pois isso é verdade! Dependendo da posição da
Lua em sua órbita ao redor da terra, a maré se comporta de um modo diferente. Na verdade, não só a Lua
influencia nas marés, também o Sol, dependendo da posição dos dois astros em relação ao nosso planeta, as
marés têm comportamentos diferentes. Aqui que entram as fases lunares. Quando a Terra, a Lua e o Sol estão
alinhados, a atração gravitacional dos dois últimos se soma, ampliando seu efeito na massa marítima. Por
outro lado, quando as forças de atração da Lua e do Sol se opõem, quase não há diferença entre maré alta e
baixa. No entanto, essa influência não é igual em toda parte, porque o contorno da costa e as dimensões do
fundo do mar também alteram a dimensão das marés. Por exemplo, em algumas localidades abertas, a água
se espalha por uma grande área e se eleva em apenas alguns centímetros nas marés máximas. Em outras, o
nível pode se elevar vários metros.

2
Física

Exercícios

1. A Lei da Gravitação Universal, de Isaac Newton, estabelece a intensidade da força de atração entre duas
massas. Ela é representada pela expressão:
mm
F=G 1 2
d2
onde m1 e m2 correspondem às massas dos corpos, d à distância entre eles, G à constante universal
da gravitação e F à força que um corpo exerce sobre o outro.
O esquema representa as trajetórias circulares de cinco satélites, de mesma massa, orbitando a Terra.

Qual gráfico expressa as intensidades das forças que a Terra exerce sobre cada satélite em função do
tempo?

e)
a)
c)

d)
b)

3
Física

2. A primeira lei de Kepler demonstrou que os planetas se movem em órbitas elípticas e não circulares. A
segunda lei mostrou que os planetas não se movem a uma velocidade constante.
PERRY, Marvin. Civilização Ocidental: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 289.
(Adaptado)
É correto afirmar que as leis de Kepler
a) confirmaram as teorias definidas por Copérnico e são exemplos do modelo científico que passou
a vigorar a partir da Alta Idade Média.
b) confirmaram as teorias defendidas por Ptolomeu e permitiram a produção das cartas náuticas
usadas no período do descobrimento da América.
c) são a base do modelo planetário geocêntrico e se tornaram as premissas cientificas que vigoram
até hoje.
d) forneceram subsídios para demonstrar o modelo planetário heliocêntrico e criticar as posições
defendidas pela Igreja naquela época.

3. Um planeta orbita em um movimento circular uniforme de período T e raio R, com centro em uma
estrela. Se o período do movimento do planeta aumentar para 8T, por qual fator o raio da sua órbita
será multiplicado?
a) 1/4
b) 1/2
c) 2
d) 4
e) 8

4. Considerando que o módulo da aceleração da gravidade na Terra é igual a 10 m/s2, é correto afirmar
que, se existisse um planeta cuja massa e cujo raio fossem quatro vezes superiores aos da Terra, a
aceleração da gravidade seria de
a) 2,5 m/s2.
b) 5 m/s2.
c) 10 m/s2.
d) 20 m/s2.
e) 40 m/s2.

5. A massa da Terra é de 6,0  1024 kg , e a de Netuno é de 1,0  1026 kg . A distância média da Terra ao Sol
é de 1,5  1011 m , e a de Netuno ao Sol é de 4,5  1012 m . A razão entre as forças de interação Sol-Terra
e Sol-Netuno, nessa ordem, é mais próxima de
a) 0,05.
b) 0,5.
c) 5.
d) 50.
e) 500.

4
Física

6. Consideramos que o planeta Marte possui um décimo da massa da Terra e um raio igual à metade do
raio do nosso planeta. Se o módulo da força gravitacional sobre um astronauta na superfície da Terra
é igual a 700 N, na superfície de Marte seria igual a:

a) 700 N
b) 280 N
c) 140 N
d) 70 N
e) 17,5 N

7. Em setembro de 2010, Júpiter atingiu a menor distância da Terra em muitos anos. As figuras abaixo
ilustram a situação de maior afastamento e a de maior aproximação dos planetas, considerando que
suas órbitas são circulares, que o raio da órbita terrestre (RT ) mede 1,5  1011m e que o raio da órbita
de Júpiter (RJ ) equivale a 7,5  1011m .

m1m2
A força gravitacional entre dois corpos de massa m1 e m2 tem módulo F = G , em que r é a
r2
Nm2
distância entre eles e G = 6,7  10 −11 . Sabendo que a massa de Júpiter é mJ = 2,0  1027 kg e que
2
kg
a massa da Terra é mT = 6,0  1024 kg , o módulo da força gravitacional entre Júpiter e a Terra no
momento de maior proximidade é

a) 1,4  1018 N

b) 2,2  1018 N

c) 3,5  1019 N

d) 1,3  1030 N

5
Física

8. Leia a tirinha a seguir e responda à(s) questão(ões).

Com base no diálogo entre Jon e Garfield, expresso na tirinha, e nas Leis de Newton para a gravitação
universal, assinale a alternativa correta.
a) Jon quis dizer que Garfield precisa perder massa e não peso, ou seja, Jon tem a mesma ideia de
um comerciante que usa uma balança comum.
b) Jon sabe que, quando Garfield sobe em uma balança, ela mede exatamente sua massa com
intensidade definida em quilograma-força.
c) Jon percebeu a intenção de Garfield, mas sabe que, devido à constante de gravitação universal
“g”, o peso do gato será o mesmo em qualquer planeta.

d) Quando Garfield sobe em uma balança, ela mede exatamente seu peso aparente, visto que o ar
funciona como um fluido hidrostático.
e) Garfield sabe que, se ele for a um planeta cuja gravidade seja menor, o peso será menor, pois nesse
planeta a massa aferida será menor.

9. A tabela a seguir resume alguns dados sobre dois satélites de Júpiter.

Diâmetro Raio médio da órbita em relação


Nome
aproximado (km) ao centro de Júpiter (km)
Io 3,64  103 4,20  105
Europa 3,14  103 6,72  105

Sabendo-se que o período orbital de Io é de aproximadamente 1,8 dia terrestre, pode-se afirmar que o
período orbital de Europa expresso em dia(s) terrestre(s), é um valor mais próximo de
a) 0,90
b) 1,50
c) 3,60
d) 7,20

6
Física

10. No dia 5 de junho de 2012, pôde-se observar, de determinadas regiões da Terra, o fenômeno celeste
chamado trânsito de Vênus, cuja próxima ocorrência se dará em 2117.

Tal fenômeno só é possível porque as órbitas de Vênus e da Terra, em torno do Sol, são
aproximadamente coplanares, e porque o raio médio da órbita de Vênus é menor que o da Terra.
Portanto, quando comparado com a Terra, Vênus tem

a) o mesmo período de rotação em torno do Sol.


b) menor período de rotação em torno do Sol.
c) menor velocidade angular média na rotação em torno do Sol.
d) menor velocidade escalar média na rotação em torno do Sol.
e) menor frequência de rotação em torno do Sol.

7
Física

Gabarito

1. B
A intensidade da força de atração gravitacional é inversamente proporcional ao quadrado da distância
entre a Terra e o satélite. Como as órbitas são circulares, a distância para cada satélite é constante, sendo
também constante a intensidade da força gravitacional sobre cada um. Como as massas são iguais, o
satélite mais distante sofre força de menor intensidade.
Assim: FA < FB < FC < FD < FE.

2. D
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Física]
As leis de Kepler forneceram subsídios para o modelo heliocêntrico (Sol no centro) contrapondo-se ao
sistema geocêntrico (Terra no centro) até, então, defendido pela igreja naquela época.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]


Somente a alternativa [D] está correta. A questão remete ao Renascimento Científico vinculado ao
Renascimento Cultural dos séculos XIV, XV e XVI. O espírito Renascentista é pautado pela investigação,
a busca do conhecimento, seja pelo método indutivo vinculado ao Empirismo ou ao pelo método dedutivo
associado ao Racionalismo. Questionava-se qualquer tipo de autoridade, sobretudo o poder da Igreja que
era ancorada na filosofia grega de Aristóteles. Este pensador defendia uma visão geocêntrica de mundo
e teve apoiou de outros estudiosos antigos como Ptolomeu. A Igreja católica no medievo baseou-se no
pensamento aristotélico-ptolomaico antigo e também defendeu o geocentrismo. No entanto, alguns
estudiosos do Renascimento Científico começaram a questionar esta pseudo-visão. Entre eles estão
Copérnico, 1473-1543, que escreveu o livro “Da Revolução Das Esferas Celestes”, em que combateu a
tese geocêntrica e defendeu o heliocentrismo e Johannes Kepler, 1571-1630, pensador alemão que
formulou três leis importantes para a Revolução Cientifica do século XVII que consolidou o
heliocentrismo. Primeira Lei: das órbitas, os planetas giram em órbitas elípticas ao redor do sol. Segunda
Lei: das áreas, um planeta girará com maior velocidade quanto mais próximo estiver do sol. Terceira Lei:
a relação do cubo da distância média de um planeta ao sol e o quadrado do período da revolução do
planeta é uma constante sendo a mesma para todos os planetas.

3. D
Analisando a questão com base na terceira lei de Kepler, temos:
3
TA 2 TD2 TA 2 (8TA )2 1 64 RB3 R  R R
=  =  =  = 64   B  = 64  B = 3 64  B = 4
RA3 RD3 RA3 RB3 RA 3
RB3
RA 3
 RA  RA RA

4. A
 M
Terra : g = G 2 = 10
 R
  g' = 2,5 m / s2.
( 4 M) 4 M 1
Planeta : g' = G = G = (10 )
 ( 4 R ) 2 16 R 2 4

8
Física

5. D
Dados: mT = 6  1024 kg; mT = 1 1026 kg; dTS = 1,5  1011m; dNS = 4,5  1012 m.
Da lei de Newton da Gravitação:
 G M mT
FST =
 ( dTS )2 FST G M mT ( dNS ) 2
   =  
F = G M mN FSN ( dTS ) 2 G M mN
 SN
 ( dNS )2

2 2
FST mT d  FST 6  1024  4,5  1012 
=   NS   =   = 6  10 −2  9  102 
FSN mN  dTS  FSN 1 1026  1,5  1011 
 

FST
= 54.
FSN

6. B
Pela Lei da Gravitação Universal, podemos escrever:
GMTm
Terra → FT = = 700
R2T

M
G Tm
GMMm 1 GMTm 1
Marte → FM = = 10 = . = x700 = 280N
2 2 2,5 2 2,5
RM  RT  RT
 2 
 

7. B
Dados: mT = 6,01024 kg; mJ = 2,01027 kg; RT = 1,51011 m; RJ = 7,51011 m; G = 6,710–11 Nm2/kg2.

No momento de maior proximidade, a distância entre os dois planetas é:


r = RJ − RT = 7,5  1011 − 1,5  1011  r = 6  1011 m.

Substituindo os valores na fórmula da força gravitacional:


m m 6  1024  2  1027 8  1041
F=G T J  F = 6,7  10−11 = 
r2
( 6  10 )
2
11 36  1022

F = 2,2  1018 N.

9
Física

8. A
Análise das alternativas:
a) Verdadeira.
b) Falsa: A balança mede massa em quilogramas. Quilograma-força é uma unidade de força.
c) Falsa: É a massa do gato que é a mesma em qualquer planeta.
d) Falsa: As balanças medem massa.
e) Falsa: Neste caso o peso seria menor pelo fato da gravidade ser menor, mas não alteraria a massa
do Garfield.

9. C
T2
Matematicamente, a terceira lei de Kepler pode ser expressa por: = K , em que T representa o período
r3
orbital, r o raio médio orbital e K uma constante de proporcionalidade.

Como os satélites Io e Europa giram em torno do mesmo centro, que é Júpiter, devido à força gravitacional
trocada com o planeta, podemos escrever que:

T 2Europa T 2Io T 2Europa (1,8)2


= → = → T 2Europa  13,27
r 3Europa r 3Io (6,72.10 ) 5 3
(4,20.10 ) 5 3

TEuropa  3,64
dias terrestres.

10. B
• Sendo r o raio médio da órbita e T o período de translação do planeta, analisando a 3ª Lei de Kepler:
2 2
TVênus TTerra
= . Sendo o raio médio da órbita de Vênus menor que o da Terra, o período de
3 3
rVênus rTerra
translação de Vênus é menor que o da Terra, logo a frequência é maior.

2 π
• a velocidade angular é: ω = . Como Vênus tem menor período, sua velocidade angular é maior.
T
• Para analisar a velocidade linear (v), aproximando as órbitas para circulares, a força gravitacional age
como resultante centrípeta. Sendo m a massa do planeta e M a massa do Sol:

m v2 GMm GM
RCent = FGrav  =  v= . Sendo o raio médio da órbita de Vênus menor
r 2 r
r
que o da Terra, Vênus tem maior velocidade linear que a Terra.

10
Física

Termodinâmica

Resumo
Termodinâmica é parte da Física que estuda as leis que regem as relações entre calor, trabalho e outras
formas de energia, mais especificamente a transformação de um tipo de energia em outra, a disponibilidade
de energia para a realização de trabalho e a direção das trocas de calor.
Para entendermos a Termodinâmica, alguns conceitos têm que estar bem estruturados em nossas cabeças.
São eles:
• Temperatura: grau de agitação das moléculas.
• Calor: troca de energia térmica entre os corpos.
• Energia: capacidade de um corpo em realizar trabalho

Transformações
Vamos lembrar das transformações que foram comentadas nas aulas de gases perfeitos:
• Isobárica: pressão constante (“bar” é uma unidade de pressão)
• Isovolumétrica ou Isocórica ou Isométrica: volume constante
• Isotérmica: temperatura constante
• Adiabática: transformação sem troca de calor com o meio externo
Note que acrescentamos uma transformação a mais: Adiabática. Essa transformação vai aparecer nessa aula,
já que vamos falar de calor a partir dela.

Trabalho de um gás ideal (𝐖)


Um gás contido num recipiente indeformável com um êmbolo é aquecido. Como as moléculas estarão mais
agitadas, ocorrerá a expansão do gás.

Figura 01 – Trabalho de um gás

Utilizando a equação do trabalho (𝑊 = 𝐹. 𝑑) e a equação da pressão (𝑝 = 𝐹/𝐴), chegamos à seguinte equação


para o trabalho em um gás:
𝐖 = 𝐩. 𝐀. 𝐝
𝐖 = 𝐩. ∆𝐕

Onde 𝑝 é a pressão do gás (que deve ser constante para este tipo de análise) e 𝛥𝑉 é a variação do volume do
gás (∆V = A. d).

1
Física

Note que, para este tipo de estudo do trabalho em um gás, a pressão deve ser constante (transformação
isobárica).
• O gás sofre uma expansão quando 𝑊 > 0 e, obrigatoriamente, 𝛥𝑉 > 0.
• O gás sofre uma contração quando 𝑊 < 0 e, obrigatoriamente, 𝛥𝑉 < 0.
• Se 𝑊 = 0 temos, obrigatoriamente, 𝛥𝑉 = 0 (transformação isovolumétrica).

Calor
Calor, por definição, é a transferência de energia térmica entre corpos com temperaturas diferentes. Ou seja,
se você segura um cubo de gelo na mão e sente frio, é por que você esta transferindo energia térmica do seu
corpo para aquele cubo. Não entendeu isso muito bem? Da um pulo nas aulas de Calorimetria!
• Se o gás recebe calor: Q > 0
• Se o gás cede calor: Q < 0
• Se não ocorre troca de calor: Q = 0 (transformação adiabática).
Obs.: Nas questões onde aparecer que a transformação foi muito rápida, brusca, instantânea ou algo do tipo,
considerar que a transformação é adiabática.

Energia Interna (𝚫𝐔)


É soma de todas as energias das moléculas do gás. Está relacionada à agitação das moléculas do gás, ou
seja, relacionado à temperatura do gás.
• Agitação (temperatura) das moléculas aumenta (ΔT > 0): energia interna aumenta, ΔU > 0
• Agitação (temperatura) das moléculas diminui (ΔT < 0): energia interna diminui, ΔU < 0
• Agitação (temperatura) das moléculas não muda (ΔT = 0, transformação isotérmica): energia interna
não muda, ΔU = 0

Em um gás monoatômico ideal, a energia interna pode ser calculada pela seguinte relação:

𝟑
𝐔= 𝐧𝐑𝐓
𝟐

Primeira Lei da Termodinâmica


Lei que relaciona a energia interna, quantidade de calor e trabalho de um gás:

∆𝐔 = 𝐐 − 𝐖

Dica: Pense que o calor é como a comida que você ingere para te dar energia e o trabalho é a energia que
você gasta para realizar as tarefas diárias (andar, estudar, trabalhar, etc). A energia interna será o saldo de
energia ao final do dia (por exemplo, a gordura, no caso de a quantidade de energia da alimentação ser maior
que a energia gasta ao durante o dia).

2
Física

Exercícios

1. Considere as afirmações:
I. Calor e trabalho são formas de transferência de energia entre corpos.
II. Calor é medido necessariamente em calorias, enquanto trabalho é somente medido em joules.
III. Dez calorias valem aproximadamente 42 joules.
Pode-se afirmar que apenas:
a) I é correta.
b) II é correta.
c) III é correta.
d) I e II são corretas.
e) I e III são corretas.

2. Um gás perfeito sofre uma expansão, realizando um trabalho igual a 200 J. Sabe-se que, no final dessa
transformação, a energia interna do sistema está com 60 J a mais que no início. Qual a quantidade de
calor recebida pelo gás?
a) 260 J.
b) 320 J.
c) 450 J.
d) 540 J.
e) 680 J.

3. Um gás perfeito sofre uma expansão isotérmica ao receber do ambiente 250 J de energia em forma de
calor. Qual o trabalho realizado pelo gás e qual sua variação de energia interna?
a) 250 J; zero.
b) 250 J; 250 J;
c) Zero; 250 J.
d) 500 J; 500 J;
e) Zero; zero.

4. A variação da energia interna de um gás perfeito em uma transformação isobárica foi igual a 1200 J.
Se o gás ficou submetido a uma pressão de 50 N/m² e a quantidade de energia que recebeu do
ambiente foi igual a 2000 J, então, a variação de volume sofrido pelo gás durante o processo foi
a) 10 m³
b) 12 m³
c) 14 m³
d) 16 m³
e) 20 m³

3
Física

5. Um gás perfeito sofre uma expansão isobárica, sob pressão de 5,0 N/m2. Seu volume aumenta de
0,20m3 para 0,60m3. Qual foi a variação de energia interna do gás se, durante a expansão, ele recebeu
5,0J de calor do ambiente?
a) 5J
b) 10 J
c) 3J
d) 15 J
e) 30 J

6. Leia com atenção e identifique a alternativa correta.


a) Numa compressão isotérmica de um gás perfeito, o sistema não troca calor com o meio externo.
b) Numa compressão isotérmica de um gás perfeito, o sistema cede um valor de calor menor que o
valor do trabalho que recebe.
c) Numa compressão isotérmica de um gás perfeito, sempre ocorre variação da energia interna do
gás.
d) Numa compressão isotérmica de um gás perfeito, o sistema realiza trabalho; portanto, não recebe
calor.
e) Numa compressão isotérmica de um gás perfeito, o sistema recebe trabalho, que é integralmente
transformado em calor.

7. No processo isobárico indicado no gráfico, um gás perfeito recebeu 3000 J de energia do ambiente.

Que variação ocorreu na energia interna desse gás?


a) 1200 J
b) 1600 J
c) 1700 J
d) 1800 J
e) 2500 J

4
Física

8. O ar atmosférico pode ser utilizado para armazenar o excedente de energia gerada no sistema elétrico,
diminuindo seu desperdício, por meio do seguinte processo: água e gás carbônico são inicialmente
removidos do ar atmosférico e a massa de ar restante é resfriada até -198 ºC Presente na proporção
de 78% dessa massa de ar, o nitrogênio gasoso é liquefeito, ocupando um volume 700 vezes menor. A
energia excedente do sistema elétrico é utilizada nesse processo, sendo parcialmente recuperada
quando o nitrogênio líquido, exposto à temperatura ambiente, entra em ebulição e se expande, fazendo
girar turbinas que convertem energia mecânica em energia elétrica. No processo descrito, o excedente
de energia elétrica é armazenado pela
a) expansão do nitrogênio durante a ebulição.
b) absorção de calor pelo nitrogênio durante a ebulição.
c) realização de trabalho sobre o nitrogênio durante a liquefação.
d) retirada de água e gás carbônico da atmosfera antes do resfriamento.
e) liberação de calor do nitrogênio para a vizinhança durante a liquefação.

9. Um gás ideal se transforma de acordo com o ciclo termodinâmico mostrado abaixo no diagrama
pressão versus volume. Os processos AB e CD são isovolumétricos, e os processos BC e DA são
isotérmicos. Qual a razão TC/TD entre as respectivas temperaturas absolutas do gás nos pontos C e
D?

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

5
Física

10. A figura abaixo mostra o diagrama P×V para o ciclo de um sistema termodinâmico contendo um gás
ideal monoatômico.

Calcule o trabalho total, em Joules, realizado pelo gás no ciclo completo.


a) 6000 J
b) 9000 J
c) 12000 J
d) 18000 J
e) 24000 J

6
Física

Gabarito

1. E
I. Correta
Calor é energia térmica em trânsito.
Trabalho é energia mecânica em trânsito.
II. Incorreta
Tanto calor como trabalho podem ser expressos em calorias ou Joules.
III. Correta
1 cal ≅ 4,18 J
Assim:
10 ≅ 42 J

2. A
A 1ª Lei da Termodinâmica dá a relação entre as grandezas referidas no problema:
∆U = Q - 𝜏𝑔á𝑠

Do texto, sabemos que:


𝜏𝑔á𝑠 = +200 J (o sistema realizou trabalho)
∆U = +60 J (a energia interna aumentou)
Assim, temos:
60 = Q – 200
Q = 260 J

3. A
Isotérmica: temperatura constante: ∆U = 0
1ª Lei da Termonidinâmica:
Q = 𝜏 + ∆U
250 = 𝜏 + 0
𝜏 = 250 J

4. D

5. C
Como a pressão é constante (transformação isobárica), temos que:
W = P∆V
W = 5(0,6 - 0,4) = 2J (Unidades todas no S.I)
Sabendo que o sistema recebeu uma quantidade de calor Q = 5J, pela priemira Lei da Termodinâmica
(conservação da energia), verificamos que a variação da energia intena (∆U) será de:
Q = ∆U + W
∆U = Q – W
∆U = 5 – 2 = 3 J

7
Física

6. E

7. D

8. C
Para haver resfriamento e liquefação do nitrogênio, o sistema de refrigeração deve realizar trabalho sobre
o gás.

9. E

10. A
Dados: 1 atm = 105 N/m2
O trabalho no ciclo é dado pela “área” do ciclo.
Wciclo = [(1 x 0,04) + (1 x 0,02)] x 105  Wciclo = 6000 J

8
Geografia

Migrações e os fluxos brasileiros

Resumo

O processo de migração consiste na mudança de um cidadão ou de grupos populacionais de um determinado


local para outro. Essa mobilidade espacial das populações humanas é motivadas por vários fatores, que
podem ser: políticos, religiosos, culturais e, principalmente, econômicos. A busca por emprego, por salários
mais dignos e por melhores condições de vida são, sem dúvidas, os principais motivos que levam as pessoas
a migrarem.
As migrações obedecem a uma lógica espacial organizada em áreas de atração e áreas de repulsão. As áreas
de atração são localidades que, por algum motivo (investimento, melhor qualidade de vida, oferta de
empregos, disponibilidade de serviços, entre outros), atraem populações. As áreas de repulsão, por sua vez,
são localidades que, por algum motivo (violência, crise econômica, guerra, falta de serviços, fraqueza
institucional, entre outros), impulsionam a saída das populações.

Tipos de Migração:
Quanto ao espaço de deslocamento, temos:
a) Migração Externa: Aquela que ocorre de um país para outro.
b) Migração Interna: Aquela que ocorre dentro do mesmo país.
b.1) Migração Inter-Regional: Aquela que se realiza de uma região para outra.
b.2) Migração Intraregional: Aquela que se realiza dentro da mesma região.
Quanto ao tempo de permanência do migrante, temos:
a) Migração Definitiva: Quando a migração ocorre sem que o migrante saia mais do local para onde foi,
ou que não volte mais para o local de onde saiu.
b) Migração de Transumância ou Sazonal: Modelo de migração que se caracteriza por ser temporária,
na qual o migrante sai de um local em um determinado período do ano e, posteriormente, retorna, em
outro período.
Quanto à forma como ocorreu a migração, temos:
a) Migração Espontânea: Quando ocorre por vontade própria do migrante.
b) Migração Forçada: Quando ela ocorre contra ao interesse do migrante.
c) Migração Planejada: Quando ela ocorre de uma forma planejada, visando cumprir o determinado
objetivo.
Importantes Tipos de Migrações Internas:
a) Êxodo Rural: Tipo de migração que se dá com a transferência de populações rurais para o meio
urbano. Tal tipo de migração tende a ser definitivo. As principais causas são a industrialização,
expansão do setor terciário e a mecanização da agricultura. O êxodo rural está ligado ao processo
de urbanização.
b) Êxodo Urbano: Tipo de migração que se dá com a mudança de populações urbanas para o campo.
Muito incomum atualmente.
c) Migração Urbano-Urbano: Tipo de migração que ocorre com a transferência de populações de uma
cidade para outra. Tal tipo de migração tem ocorrido com frequência atualmente.
d) Migração Diária ou Pendular: Tipo de migração característica de grandes cidades, na qual milhões
de trabalhadores saem de suas casas em direção ao trabalho e voltam no final do dia. Isso ocorre
devido a distância da casa dos trabalhadores aos seus locais de trabalho, uma vez que em alguns
casos trabalham em uma cidade, e moram em outra.

1
Geografia

Outros tipos de migração


a) Nomadismo: Tipo de migração que se caracteriza pelo deslocamento constante de populações em
busca de alimento ou moradia. Trata-se de populações ou indivíduos que estão sempre migrando,
onde até os locais fixos são temporários.
b) Refugiados: O que difere um migrante de um refugiado é a falta de escolha em sair ou não. Vai além
de meros fatores repulsivos e atrativos. Ocorre quando o indivíduo se vê obrigado a sair, por correr
risco de vida, por guerras, perseguições políticas, religiosas ou culturais.
No Brasil, alguns fatores, como a industrialização, a construção de Brasília, o destaque da soja, entre outros
processos, relacionam-se com as dinâmicas migratórias no interior do país.

As migrações brasileiras
No Brasil, as migrações apresentam diversos movimentos, de acordo com o período histórico analisado e o
momento econômico vivido.
Migração Nordeste -> Sudeste: Esse primeiro grande evento migratório,
também chamado de êxodo nordestino, ocorre quando existe uma área de
repulsão na Região Nordeste, em função da precariedade do mercado de
trabalho e de serviços, e uma área de atração na Região Sudeste, devido à
concentração industrial e econômica. Grande parte dos migrantes buscou,
entre as décadas de 1950 e 1980, uma vida melhor nas áreas urbanas de Rio de
Janeiro e São Paulo, contribuindo para a economia, cultura e paisagem dos
locais de destino.

Migração Nordeste -> Centro-Oeste: Essa migração ocorreu em função da


construção de Brasília durante a década de 1960. Os postos de trabalho na
construção civil, oferecidos pela rápida construção da cidade, fizeram com que
muitos trabalhadores saíssem principalmente das Regiões Norte e Nordeste e
fossem em busca de uma nova vida. A maioria dos migrantes desse movimento
era de homens, pouco instruídos e trabalhadores braçais, buscando emprego
na construção civil.

Migração Sul -> Centro-Oeste -> Norte: Essa migração, iniciada na década de
1970, possui relação com a expansão da fronteira agrícola da soja em direção
à Amazônia e é responsável pelos altos índices de desmatamento do Cerrado,
gerando preocupação em ambientalistas e em órgãos internacionais quanto
ao futuro da Amazônia. O perfil dos seus migrantes é de fazendeiros sulistas
de classe média que buscam novas terras para o cultivo de soja e para a
criação de gado a um preço mais baixo. Além disso, houve o deslocamento da
população de várias regiões do país em direção à Região Norte, motivada
pelos processos de integração da Amazônia nos governos militares
(construção da Zona Franca de Manaus, estradas, hidrelétricas, entre outros).

Migração Sudeste -> Nordeste: Iniciada na década de 1980 e chamada de migração de retorno, está
relacionada à migração ocorrida entre Nordeste e Sudeste na década de 1950. O inchaço das cidades, a
saturação dos serviços e do mercado de trabalho e outros aspectos tornaram as cidades do Sudeste polos
de repulsão para algumas camadas sociais, enquanto a Região Nordeste vem ganhando status de polo de
atração nas últimas décadas, em função do crescimento industrial, do setor de serviços e do mercado de
trabalho, passando a formar, assim, as cidades médias.

2
Geografia

O perfil desses migrantes é de migrantes nordestinos das décadas de 1950 a 1980, com mais de 40 anos, ou
de seus familiares mais novos, de baixa ou média instrução, que buscam sair do Sudeste retornando para sua
antiga região.

3
Geografia

Exercícios

1. (Enem 2019) Tratava-se agora de construir um ritmo novo. Para tanto, era necessário convocar todas
as forças vivas da Nação, todos os homens que, com vontade de trabalhar e confiança no futuro,
pudessem erguer, num tempo novo, um novo Tempo. E, à grande convocação que conclamava o povo
para a gigantesca tarefa, começaram a chegar de todos os cantos da imensa pátria os trabalhadores:
os homens simples e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e mãos de pedra, e no calcanho, em
carro de boi, em lombo de burro, em paus-de-arara, por todas as formas possíveis e imagináveis, em
sua mudez cheia de esperança, muitas vezes deixando para trás mulheres e filhos a aguardar suas
promessas de melhores dias; foram chegando de tantos povoados, tantas cidades cujos nomes
pareciam cantar saudades aos seus ouvidos, dentro dos antigos ritmos da imensa pátria... Terra de sol,
Terra de luz... Brasil! Brasil! Brasília!
MORAES, V.; JOBIM, A. C. Brasília, sinfonia da alvorada. III - A chegada dos candangos. Disponível em:
www.vinidusdemoraes.com.br. Acesso em: Mago. 2012(adaptado).
No texto, a narrativa produzida sobre a construção de Brasília articula os elementos políticos e
socioeconômicos indicados, respectiva mente, em:
a) Apelo simbólico e migração inter-regional.
b) Organização sindical e expansão do capital.
c) Segurança territorial e estabilidade financeira.
d) Consenso partidário e modernização rodoviária.
e) Perspectiva democrática e eficácia dos transportes.

2. (Enem 2019 PPL) O meu pai era paulista Meu avô, pernambucano O meu bisavô, mineiro Meu tataravô,
baiano Vou na estrada há muitos anos Sou um artista brasileiro
CHICO BUARQUE. Paratodos. 1993. Disponível em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 29jun. 2015 (fragmento).

A característica familiar descrita deriva do seguinte aspecto demográfico:


a) Migração interna.
b) População relativa.
c) Expectativa de vida.
d) Taxa de mortalidade.
e) índice de fecundidade.

4
Geografia

3.

O enredo do filme Faroeste caboclo, inspirado na letra da canção de Renato Russo, foi contado muitas
vezes na literatura brasileira: o retirante que abandona o sertão em busca de melhores condições de
vida. A existência de retirantes está associada fundamentalmente à seguinte característica da
sociedade brasileira:
a) expansão acelerada da violência urbana
b) retração produtiva dos setores industriais
c) disparidade econômica entre as regiões nacionais
d) crescimento desordenado das áreas metropolitanas
e) igualdade social entre todos os indivíduos

5
Geografia

4. Observe os mapas.

Ibge/oesp, 16/07/2011
Dentre as seguintes alternativas, a única que apresenta a principal causa para o correspondente fluxo
migratório é:
a) I: procura por postos de trabalho formais no setor primário.
b) II: necessidade de mão de obra rural, devido ao avanço do cultivo do arroz.
c) III: necessidade de mão de obra no cultivo da soja no Ceará e em Pernambuco.
d) IV: procura por postos de trabalho no setor aeroespacial.
e) V: migração de retorno.

5. (Enem 2015 PPL)

Ibge. Tendências demográficas: uma análise da sinopse preliminar do censo demográfico 2000. Rio de Janeiro: IBGE, 2001
O processo indicado no gráfico demonstra um aumento significativo da população urbana em relação
à população rural no Brasil. Esse fenômeno pode ser explicado pela
a) atração de mão de obra pelo setor produtivo concentrado nas áreas urbanas.
b) manutenção da instabilidade climática nas áreas rurais.
c) concentração da oferta de ensino nas áreas urbanas.
d) inclusão da população das áreas urbanas em programas assistenciais.
e) redução dos subsídios para os setores da economia localizados nas áreas rurais.

6
Geografia

6. Os nossos ancestrais dedicavam-se à caça, à pesca e à coleta de frutas e vegetais, garantindo sua
subsistência, porque ainda não conheciam as práticas de agricultura e pecuária. Uma vez esgotados
os alimentos, viam-se obrigados a transferir o acampamento para outro lugar.
HALL, P. P. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson, 2011 (adaptado).
O texto refere-se ao movimento migratório denominado
a) sedentarismo.
b) transumância.
c) êxodo rural.
d) nomadismo.
e) pendularismo.

7. Observe o mapa abaixo:

THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: EDUSP/Imprensa Oficial,
2008.
Com base no mapa, é possível associar a macrorregião brasileira com maior proporção de migrantes
à presença da seguinte dinâmica socioespacial:
a) criação de área turística
b) formação de distrito industrial
c) ampliação de reserva ambiental
d) expansão da fronteira agropecuária
e) intensa variação climática

7
Geografia

8. (Enem 2011)
Sobradinho
O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o Sertão ia alagar.
SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta. Som Livre, 1977 (adaptado).

O trecho da música faz referência a uma importante obra na região do rio São Francisco. Uma
consequência socioespacial dessa construção foi
a) a migração forçada da população ribeirinha.
b) o rebaixamento do nível do lençol freático local.
c) a preservação da memória histórica da região.
d) a ampliação das áreas de clima árido.
e) a redução das áreas de agricultura irrigada.

9. (Enem 2009) O movimento migratório no Brasil é significativo, principalmente em função do volume de


pessoas que saem de uma região com destino a outras regiões. Um desses movimentos ficou famoso
nos anos 80, quando muitos nordestinos deixaram a região Nordeste em direção ao Sudeste do Brasil.
Segundo os dados do IBGE de 2000, este processo continuou crescente no período seguinte, os anos
90, com um acréscimo de 7,6% nas migrações deste mesmo fluxo. A Pesquisa de Padrão de Vida, feita
pelo IBGE, em 1996, aponta que, entre os nordestinos que chegam ao Sudeste, 48,6% exercem trabalhos
manuais não qualificados, 18,5% são trabalhadores manuais qualificados, enquanto 13,5%, embora não
sejam trabalhadores manuais, se encontram em áreas que não exigem formação profissional. O
mesmo estudo indica também que esses migrantes possuem, em média, condição de vida e nível
educacional acima dos de seus conterrâneos e abaixo dos de cidadãos estáveis do Sudeste.
Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 jul. 2009 (adaptado).

Com base nas informações contidas no texto, depreende-se que


a) o processo migratório foi desencadeado por ações de governo para viabilizar a produção industrial
no Sudeste.
b) os governos estaduais do Sudeste priorizaram a qualificação da mão de obra migrante.
c) o processo de migração para o Sudeste contribui para o fenômeno conhecido como inchaço
urbano.
d) as migrações para o Sudeste desencadearam a valorização do trabalho manual, sobretudo na
década de 80.
e) a falta de especialização dos migrantes é positiva para os empregadores, pois significa maior
versatilidade profissional.

8
Geografia

10. (Enem 2014)

Nota: O saldo considera apenas as pessoas que se deslocavam para o trabalho e retornavam aos
seus municípios diariamente.
BRASIL. IBGE. Atlas do censo demográfico 2010 (adaptado).
O fluxo migratório representado está associado ao processo de:
a) fuga de áreas degradadas.
b) inversão da hierarquia urbana.
c) busca por amenidades ambientais.
d) conurbação entre municípios contíguos.
e) desconcentração dos investimentos produtivos.

9
Geografia

Gabarito

1. A
A construção de Brasília realizada durante o governo JK era vista como símbolo de modernização e
integração, ambos centrais no Plano de Metas do então presidente. O apelo simbólico pode ser percebido
no texto já que a narrativa evidencia a construção de um novo “tempo”. Do ponto de vista sociocultural, a
migração de milhares de trabalhadores, sobretudo do Norte e do Nordeste foi central para viabilizar o
projeto.

2. A
A letra da música destaca o processo de migração interna no Brasil, entre diferentes estados e regiões
do país a partir do parentesco dos familiares.

3. C
O processo de desenvolvimento econômico das regiões brasileiras e a histórica concentração de terras
no país contribuíram para que algumas regiões apresentassem aspectos atrativos para a população, tais
como a oferta de empregos, e outras, fatores repulsivos, tal como é destacado na letra da música. Nesse
cenário, surge a figura do retirante, migrante que se desloca em busca de melhores oportunidades.

4. E
A opção que correlaciona corretamente o mapa e a causa do deslocamento apontado é a letra E, que
representa o deslocamento entre as Regiões Sudeste e Nordeste, denominado migração de retorno. Esse
deslocamento se intensificou a partir da década de 1980, motivado pela saturação da Região Sudeste e
pelo crescimento econômico da Região Nordeste.

5. A
Observa-se no gráfico que, a partir da década de 1970, houve uma mudança no perfil residencial da
população brasileira. A partir desse momento, a população urbana superou a população rural, que passou
a diminuir. Isso se justifica pela oferta de oportunidade de emprego nas indústrias, que se desenvolveram
mais intensamente nas áreas urbanas das grandes cidades.

6. D
O trecho citado exemplifica o movimento migratório conhecido como nomadismo, que se caracteriza pelo
deslocamento periódico de um indivíduo ou de um grupo em busca de novas áreas para a coleta de
recursos vegetais.

7. D
Na década de 60/70 houve a consolidação da fronteira agrícola no centro oeste. O projeto de JK de
integração regional destinou a essa região esse investimento, sendo atualmente a maior agroindústria do
país. Assim, a migração e ocupação da área de deu a partir dessa vertente econômica.

8. A
A questão faz referência à usina hidrelétrica de Sobradinho, localizada na Bahia. Essa construção gerou
diversos impactos, entre esses, o deslocamento populacional, devido à necessidade de alagamento de
uma grande área, forçando o deslocamento e nova alocação dos habitantes da região, entre os quais, a
população ribeirinha.

10
Geografia

9. C
A partir dos anos 1960, com o crescimento da população rural, a falta de uma reforma agrária passou a
dificultar o acesso à terra a um número cada vez maior de pessoas. Alguns aspectos econômicos
peculiares, como baixa remuneração e falta de assistência, além da grande concentração fundiária e má
distribuição de renda, acabaram favorecendo fortes correntes migratórias do campo para a cidade (êxodo
rural). A Região Sudeste recebeu mais migrantes, devido ao seu maior desenvolvimento, e as maiores
cidades foram as mais procuradas na esperança de se obter uma melhor qualidade de vida. O resultado
foi o crescimento urbano desordenado, o chamado inchaço urbano.

10. D
Com a leitura da imagem é possível perceber que algumas setas estão direcionadas para Belo Horizonte
e algumas poucas setas estão saindo de Belo Horizonte ou estão direcionadas para outros municípios. A
partir dessa informação, é possível inferir que o fluxo de pessoas na região representada na imagem
refere-se ao movimento pendular, em que, diariamente, os trabalhadores deslocam-se das áreas mais
periféricas (outros municípios da Região Metropolitana de BH) para o centro mais dinâmico (Belo
Horizonte).

11
Geografia

Migrações internacionais
Resumo

Migrante é todo aquele indivíduo que se desloca de um local para outro em busca de melhores condições que
aquelas encontradas na área de origem. Nesse sentido, existem alguns termos que ajudam a entender se
essa pessoa está saindo ou chegando. São eles:
Emigrante: Refere-se ao indivíduo ou população que sai de uma área.
Imigrante: Refere-se ao indivíduo ou população que chega em uma área.
Devido aos fatores atrativos e repulsivos, é possível falar de países de emigrantes e de imigrantes. Nos
últimos anos, os principais movimentos migratórios adquiriram um caráter econômico em que alguns países
se destacaram como países de emigração, como México, Índia e Cuba, e outros se destacaram como países
de imigração, como Canadá, Estados Unidos e Austrália.
O exemplo mais conhecido de migração mundial é a de latinos para os Estados Unidos, destacando-se a
migração ilegal através da fronteira México-Estados Unidos. Visando à redução da entrada de latinos, o país
adotou diversas medidas, como a legalização dos latinos que já residem no país, o fortalecimento da fronteira
e o estímulo à instalação de indústrias maquiladoras no México.
Em alguns casos, a realidade enfrentada pelos migrantes em seu novo local de residência é diferente do
esperado, enfrentando a exploração de mão de obra, o preconceito (xenofobia) e a ausência de direitos sociais.

Migrações internacionais: a relação entre o Brasil e o mundo


Um dos maiores movimentos migratórios de emigração do Brasil é em direção ao Japão, principalmente após
o milagre econômico japonês. Esse crescimento criou novas oportunidade de trabalho, atraindo grandes
contingentes populacionais do Brasil, principalmente indivíduos descendentes de japoneses, devido à
proximidade cultural, os chamados dekasseguis, que acabam sendo alocados em trabalhos pouco
valorizados.
Além do Japão, Estados Unidos e Portugal também são alguns dos principais destinos de brasileiros que
saem do país em busca de melhores condições de vida. Destacam-se ainda os brasiguaios, brasileiros que
migram para o Paraguai e lá se tornam donos de terra, sobretudo para o cultivo de soja.

Latinos x EUA
No México a situação da fronteira mais conflituosa por conta da desigualdade econômica entre os países.
Por ser uma oportunidade de melhores condições de vida, a fronteira acaba atraindo um enorme fluxo
migratório. Se fosse aberta, atrairia muitos mexicanos, podendo causar um deficit de empregos, inchaço
populacional e outros problemas. Além disso, existe a questão da xenofobia. Nos EUA a população de latinos
sofre muita discriminação. Por serem imigrantes, nem sempre legalizados, são oferecidos a essa população
os empregos mais precários. Assim, mesmo os latinos que estão legalmente no país e conseguem contrariar
as adversidades e obter sucesso profissional, são estigmatizados e estão sujeitos a passar por preconceito.
Sobre o papel profissional deles nos EUA, é importante frisar que mesmo com toda a repressão, barreiras,
xenofobia e tentativas de conter a presença dessa população no país, eles são muito presentes na população
e cultura, e contribuem muito para a econômia americana. Um importante marco foi o “Dia sem Latinos”, no
qual uma greve mostrou a importância deles para o funcionamento do mercado Americano. Além dessas
questões, há uma preocupação com a latinização da cultura americana, ou seja, a mistura e influencia cultural,
advinda da crescente presença de população latina no território americano.

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Geografia

Esse crescente pode influenciar a política, votações e instâncias decisórias por exemplo. Isso desperta um
sentimento a alguns americanos de perder a soberania cultural da maneira como se conhece. Sobre isso é
importante lembrar que não existe cultura pura ou imutável.

Os Refugiados
A diferença entre um refugiado e um migrante comum é a falta de opção entre sair ou ficar no país ou região
de origem. Trata-se de um movimento forçado, motivado por risco de morte ou perseguição (política,
econômica, étnica, religiosa). Em 1951, a recém criada ONU estabelece uma convenção conhecida como
Convenção de Genebra. Essa convenção buscou discutir qual o papel dos países em relação aos refugiados.
Nessa convenção, importantes medidas foram tomadas, como a definição dos conceitos legais que definem
um refugiado, e tabém criou mecanismos para garantir dois direitos básicos a essa população: o direito de
pedir asilo (ou abrigo) a determinado país, que teria a obrigação de conceder esse asilo, além de proibir que
o país expulse essas pessoas que ali chegarem. Inicialmente os países assinam esse acordo, também por
um certo receio de precisar, visto que á epoca foi o fim da 2ª Guerra Mundial e a maior parte dos refugiados
eram europeus. Em 1967 houveram reformulações dessa política. O alto secretariado da ONU revalidou esse
acordo, a fim de ratificar esse compromisso. O braço da ONU que trata dessas questões chama-se ACNUR -
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Em 67 houve a expansão do mandato para além
das fronteiras europeias e das pessoas afetadas pela segunda guerra mundial. Em 1995, outro marco
histórico importante, a Assembleia Geral designou a ACNUR como responsável pela proteção e assistência
das pessoas que se encontram em situação de apátrida, ou seja, sem pátria, sem nação, por todo o mundo.

Guerra árabe e islamofobia


Devido aos fatores atrativos e repulsivos, é possível falar de países de emigrantes e de imigrantes. Nos
últimos anos, os principais movimentos migratórios adquiriram um caráter econômico em que alguns países
se destacaram como países de emigração, como México, Índia e Cuba, e outros se destacaram como países
de imigração, como Canadá, Estados Unidos e Austrália. A desigualdade econômica, portanto, é um grande
fator que motiva as migrações. Dentro da situação da Europa e do mundo árabe, é importante citar que a
proximidade geográfica é um fator importante quando falamos nesse tipo de migração. O oriente médio em
grande parte foi colonizado por europeus, o que explica grande parte dos conflitos atuais além do seu
rendimento econômico inferior a desses países de industrialização precoce. O caso de Israel e Palestina por
exemplo, um grande número de judeus fugindo da 2ª Guerra Mundial para o território palestino agravou o
conflito. Além disso tudo, o Oriente Médio vem passando por problemas e conflitos diversos como a Guerra
do Afeganistão em 2001, a do Iraque em 2003, além da Primavera Arabé em 2011 que iniciou conflitos na
Libia, Tunisia, Egito e na própria Síria. Com isso, a migração pra Europa de pessoas em situação de refúgio
cresceu exorbitantemente.

Xenofobia: preconceito com estrangeiro.


Islamofobia: preconceito com muçulmanos.

Sobre esse último, a mídia tem sido em grande parte responsabilizada pela difusão desse preconceito, por
meio do reforço de esteriótipos. Existem grupos terroristas em várias culturas e sociedades, mas esses atos
ficam marcados e associados a essa população. Por exemplo, você sabia que mulçumano é quem acredita
na reglião islâmica? Que o islamismo tem tantas correntes diferentes quanto o cristianismo? Que os árabes
não necessariamente são islâmicos ou muçulmanos? Os árabes são uma etinia que habitam o Oriente Médio
e a África setentrional e podem, portanto, pertencer a diversas religiões, inclusive a cristã. Porém, quem é
Árabe na Europa está sujeito a sofrer islamofobia, justamente por esse preconceito existente.

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Geografia

Vamos ver alguns exemplos de conflito que ocasionaram grandes crises de refugiados pelo mundo:

Guerra da Síria
A guerra da Síria se inicia em 2011 no o conjunto de manifestações conhecido como primavera árabe, que
mostraram para o mundo o poder de organização que as redes sociais propiciavam pela primeira vez na
história. O que houve em comum entre as manifestações da primavera árabe foram as manifestações para
derrubar regimes ditatoriais no oriente médio e áfrica setentrional. No caso da Síria esse ditador se chama
Bashar Al-Assad, e está no poder desde 2000. Antes dele, o presidente era seu pai Hafez al-Assad que
governou o país por 29 anos. Ou seja, o estado sírio é governado há 46 anos pela mesma família que adota
um posicionamento alauista, uma corrente xiita do islamismo, enquanto a maioria da população é sunita. Não
houve eleições democráticas para que a maioria da população os escolhesse como os respectivos
presidentes do país. Além disso, a família Al-Assad tomava boa parte das suas decisões baseadas em
princípios religiosos e a economia do país ia de mal a pior. A situação chegou a um ponto tão insustentável,
que todo mundo decidiu ir para as ruas protestar por melhores condições de vida quando a Primavera Árabe
estourou em países do Oriente Médio e Norte da África, como Tunísia e Líbia. A população tomou as principais
praças do país, sempre de forma pacífica, e as manifestações foram tomando proporções cada vez maiores.
Porém, em março de 2011, Al-Assad enviou tropas militares para investirem contra os participantes. Alguns
soldados das tropas sírias passaram a lutar do lado dos “rebeldes”. Al-Assad x Manifestantes – estes últimos
também se denominam como o “Exército Livre da Síria”. Esse foi o começo do que gerou uma guerra civil no
país. Alguns grupos jihadistas (outra corrente radical do islamismo) de outros países do Oriente Médio
viajaram até a Síria para lutar junto dos manifestantes. Além disso, algumas tropas da Al-Qaeda e grupos
curdos também decidiram se juntar ao Exército Livre da Síria, tornando o grupo de rebeldes cada vez mais
forte contra as tropas de Al-Assad. A partir dai alguns países começaram a intervir. Irã e Rússia se
posicionaram a favor do ditador e os EUA contra. Houve a explosão de uma bomba que os EUA acusaram o
ditador de ter jogado contra a própria população e isso foi o pretexto para a intervenção. Acontece que o
Estado Islâmico entrou nesse conflito e o território de Alepo, um dos maiores polos industriais e economicos
da Síria passou a estar em disputa. Todo esse conflito gerou uma enorme crise de refugiados, cerca de 5
milhões de pessoas se tornaram refugiados reascendendo os deabtes na ONU em relação a essa questão.

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Geografia

Sudão do Sul
O Sudão do Sul é um país de formação nacional recente, tendo conquistado sua indenpendência em 2011,
por meio de um referendo no qual 98,83% da população votou a favor. A origem dessa guerra se dá na
separação de fronteiras africanas estabelecida anteriormente por povos europeus, no qual pessoas de etinias,
religões e culturas muito distintas ficavam no mesmo território. A disputa por recursos nesse sentido se dá
de maneira inevitável. O próprio referendo que aprovou a independência estava prevista no acordo de paz de
2005 que encerrou décadas de guerra civil. A população sudanesa do Sul é de maioria cristã ou animista e se
sentia discriminada pelo governo centralizado em Cartum, no Sudão, de maioria muçulmana. Esse governo
tinha como objetivo impor a lei islâmica na região. O governo de Cartum no entanto reconheceu rapidamente
a nova nação, num processo estavel de secessão. No entanto, com a independência, diz-se que o que era uma
guerra civil se tornou um conflito internacional, uma vez que houve muita dificuldade em estabelecer as
fronteiras entre os países, disputando recursos como o petróleo. Em dezembro de 2013, ainda grupos de
milícias começaram a atuar na região com confrontos marcados e massacres de caráter étnico. Isto ocorreu
porque o então presidente Salva Kiir destituiu o seu ex-vice Riek Machar, acusando-o de tramar um golpe. Kiir
pertence a um grupo étnico chamado de dinka, representado cerca de 15% da população do país, enquanto
Machar pertence ao grupo dos nuer, representando 10% da população. Apesar desse racha político que se
tornou um conflito étinico, ambos faziam parte do exército de libertação do povo sudanês. Um país que
declara independencia no meio de uma guerra já indica certa instabilidade econômica. Nesse caso, a situação
se agravou ainda por uma inflação anual de 800%, e uma moeda muito desvalorizada. O Sudão detinha ainda
toda a infraestrutura de produção de petróleo, que correspondia a 98% da economia do sudão do sul, que hoje
vive uma economia de subsistência. Esse conflito armado com perseguição étnica e fome gerou uma crise
de refugiados na qual estima-se que cerca de 3 milhões de pessoas se deslocaram para países vizinhos como
Uganda, Quênia, Sudão, Etiópia, República Democrática do Congo e República Centro-Africana. Além disso, 7
milhões de pessoas dentro do país precisam de assistência humanitária. Em 2018 essa crise de refugiados
se tornou a pior do mundo a níveis de crescimento, superando até mesmo o conflito da Síria.

Crise da Venezuela
No caso da Venezuela não há uma guerra civil declarada, apesar de existir uma grande instabilidade política
e econômica. A crise da venezuela vai por essas duas vertentes. Sobre a econômia, grande parte de sua
econômia era baseada no petróleo. Em 2014 houve uma queda do preço dos barris de petróleo além de alguns
embargos econômicos por parte dos EUA, que a partir do governo Trump vive um certo protecionismo
econômico. Essa crise de agrava uma vez que Venezuela não investiu nas suas industrias de base, então com
essa queda chegou a faltar mantimentos básicos como água potável. Após a morte de Hugo Chavez, Maduro
chegou ao poder mas não era um líder tão carismático. Além disso, ele começou a governar com o parlamento
da oposição, o que não ocorria na época do Chavez. Esse racha político agravou os problemas econômicos e
o cenário de manifestações se tornou rapidamente violento. Isto fez com que muitas pessoas tivessem a
Esperança Brasileira, uma vez que estava muito difícil manter o padrão de vida na Venezuela. A proximidade
geográfica e comparativamente estabilidade política são os fatores atrativos.

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Geografia

Exercícios

1. (Enem 2018 PPL) A recente crise generalizada que se instalou na primeira república negra do mundo
não pode ser entendida de forma pontual e simplória. É necessário compreender sua história, marcada
por intervenções, regimes ditatoriais, corrupção e desastres ambientais, originando a atual realidade
socioeconômica e política do Haiti.
MORAES, I. A.; ANDRADE, C. A. A.; MATTOS, B. R. B. A imigração haitiana para o Brasil: causas e desafios. Conjuntura
Austral, n. 20, 2013.
No contexto atual, os problemas enfrentados pelo Haiti resultaram em um expressivo fluxo migratório
em direção ao Brasil devido ao seguinte fato:
a) Melhores condições de vida.
b) Tratamento legal diferenciado.
c) Garantia de empregos formais.
d) Equivalência de costumes culturais.
e) Auxílio para qualificação profissional.

2. (Enem 2019 PPL) Uma ação tomada por alguns países que pode funcionar é proporcionar bolsas de
estudo e empréstimos para aqueles que querem estudar em centros universitários fora do pais, com a
contrapartida de que, após a conclusão da faculdade, essas pessoas possam pagar ao governo
voltando e trabalhando no pais de origem. Desburocratizar o exercício de certas profissões e incentivar
centros de excelência também pode ajudar.
MALI, T. Disponível em: www.ufjf.br. Acesso em: 10 out. 2015 (adaptado).
As medidas governamentais descritas buscam conter a ocorrência do seguinte processo demográfico:
a) Transferência de refugiados.
b) Deslocamento sazonal.
c) Movimento pendular.
d) Fuga de cérebros.
e) Fluxo de retorno.

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Geografia

3. Os efeitos da política migratória de Merkel


Em 31 de agosto de 2015, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, proferiu a emblemática frase que
virou slogan de sua política migratória: wir schaffen das – “nós vamos conseguir”. Em 4 de setembro
de 2015, a crise de refugiados bateu com força à porta da Alemanha, quando Merkel permitiu a entrada
no país de milhares de migrantes retidos na Hungria. No total, a Alemanha recebeu quase um milhão
de refugiados em 2015. Neste último ano, os ânimos no país vêm oscilando entre uma cultura de boas-
vindas e rejeição. A popularidade de Merkel caiu e os principais partidos aliados do seu governo se
distanciam agora da política de refugiados adotada pela líder.

Disponível em1: dw.com, 31/08/2016. Adaptado.


Considerando a análise dos dados do gráfico, uma razão para a política migratória adotada pela
chanceler alemã é:
a) elevação do nível salarial
b) redução de custos trabalhistas
c) recomposição da população ativa
d) importação de operários qualificados
e) redução da xenofobia entre os mais jovens

4. Texto I
O haitiano Guerrier Garausses, de 31 anos, era motorista em seu país de origem. Como muitos
conterrâneos, ele veio ao Brasil em busca de emprego. Saiu da capital haitiana, Porto Príncipe, até a
capital da República Dominicana. Lá, foi de avião até o Panamá e seguiu para o Equador. Dali foi para
o Peru, até a cidade de Iñapari, que faz fronteira com Assis Brasil, no Acre.
Adaptado de g1.globo.com, 17/04/2014.
Texto II
Debaixo de um sol inclemente, Juan Apaza formava fila no Parque Dom Pedro II, centro de São Paulo.
Costureiro como quase todos os bolivianos na cidade, Juan está há menos de um ano no país, dividindo
uma casa apertada com outras dez pessoas. Com as rezas do xamã, incensos e um pouco de cerveja,
acredita que sua casa própria se transformará em realidade.
Adaptado de redebrasilatual.com.br, 26/01/2014
O Brasil, na última década, tem atraído migrantes originários de países americanos, em especial
haitianos e bolivianos. A vinda desses migrantes para o Brasil na atualidade pode ser justificada pelo
seguinte motivo:
a) demanda de mão de obra qualificada
b) oferta de empregos em áreas diversificadas
c) facilitação para aquisição de dupla cidadania
d) elevação da remuneração da força de trabalho
e) iniciativa estatal para o crescimento populacional brasileiro

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Geografia

5. Os refugiados são pessoas que escaparam de conflitos armados ou perseguições. Com frequência,
sua situação é tão perigosa e intolerável que devem cruzar fronteiras internacionais para buscar
segurança nos países mais próximos e então se tornar um “refugiado” reconhecido internacionalmente,
com acesso à assistência dos Estados, da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e de outras
organizações.
ADRIAN EDWARDS. Adaptado de acnur.org, outubro/2015.
O conceito de refugiado, apresentado no texto, está diretamente associado aos problemas políticos e
econômicos que afetam diversos países na atualidade. Nos últimos anos, a região de origem que tem
contribuído com o maior número de refugiados em direção a países da União Europeia é:
a) Leste Europeu
b) Oriente Médio
c) Extremo Oriente
d) Península Balcânica
e) Palestina

6. O número total de refugiados por causa da guerra civil na Síria chegou a 2 milhões, informa nesta terça-
feira [03.09.2013] o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur. De acordo com um
informe da agência, não há previsão de melhora na situação, que já duram dois anos e meio. Ainda de
acordo com o Acnur, o número de refugiados representa um salto de quase 1,8 milhão em 12 meses.
Há exato um ano, o número de sírios registrados como refugiados ou aguardando registro era de 230
mil.
Disponível em: http://g1.globo.com. Adaptado.
Considerando as diversas causas que determinam a natureza dos fluxos demográficos, o termo que
melhor qualifica o tipo de migração retratado no texto é migração
a) sazonal.
b) espontânea.
c) forçada.
d) pendular.
e) retorno.

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Geografia

7.

Disponível em: Slate.com


Com base na análise dos mapas e dos dados, o fluxo de jogadores identifica-se com a ocorrência do
seguinte tipo de deslocamento populacional:
a) tráfico de pessoas
b) migração de retorno
c) transferência de refugiados
d) movimento de transumância
e) migração pendular

8. (Enem 2016)
Texto I
Mais de 50 mil refugiados entraram no território húngaro apenas no primeiro semestre de 2015.
Budapeste lançou os “trabalhos preparatórios” para a construção de um muro de quatro metros de
altura e 175 km ao longo de sua fronteira com a Sérvia, informou o ministro húngaro das Relações
Exteriores. “Uma resposta comum da União Europeia a este desafio da imigração é muito demorada, e
a Hungria não pode esperar. Temos que agir”, justificou o ministro.
Disponível em: www.portugues.rfi.fr. Acesso em: 19 jun. 2015 (adaptado).

Texto II
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) critica as manifestações de
xenofobia adotadas pelo governo da Hungria. O país foi invadido por cartazes nos quais o chefe do
executivo insta os imigrantes a respeitarem as leis e a não “roubarem” os empregos dos húngaros. Para
o ACNUR, a medida é surpreendente, pois a xenofobia costuma ser instigada por pequenos grupos
radicais e não pelo próprio governo do país.
Disponível em: http://pt.euronews.com. Acesso em: 19 jun. 2015 (adaptado).
O posicionamento governamental citado nos textos é criticado pelo ACNUR por ser considerado um
caminho para o(a)
a) alteração do regime político.
b) fragilização da supremacia nacional.
c) expansão dos domínios geográficos.
d) cerceamento da liberdade de expressão.
e) fortalecimento das práticas de discriminação.

8
Geografia

9. (Enem 2011) As migrações transnacionais, intensificadas e generalizadas nas últimas décadas do


século XX, expressam aspectos particularmente importantes da problemática racial, visto como dilema
também mundial. Deslocam-se indivíduos, famílias e coletividades para lugares próximos e distantes,
envolvendo mudanças mais ou menos drásticas nas condições de vida e trabalho, em padrões e valores
socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhantes ou radicalmente distintas, algumas vezes
compreendendo culturas ou mesmo civilizações totalmente diversas.
IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.

A mobilidade populacional da segunda metade do século XX teve um papel importante na formação


social e econômica de diversos estados nacionais. Uma razão para os movimentos migratórios nas
últimas décadas e uma política migratória atual dos países desenvolvidos são
a) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras contra a imigração.
b) a necessidade de qualificação profissional e a abertura das fronteiras para os imigrantes.
c) o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento dos bens dos imigrantes.
d) a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos imigrantes qualificados.
e) a fuga decorrente de conflitos políticos e o fortalecimento de políticas sociais.

10. (Enem 2014) O jovem espanhol Daniel se sente perdido. Seu diploma de desenhista industrial e seu alto
conhecimento de inglês devem ajudá-lo a tomar um rumo. Mas a taxa de desemprego, que supera 52%
entre os que têm menos de 25 anos, o desnorteia. Ele está convencido de que seu futuro profissional
não está na Espanha, como o de. pelo menos, 120 mil conterrâneos que emigraram nos últimos dois
anos. O irmão dele, que é engenheiro-agrônomo, conseguiu emprego no Chile. Atualmente, Daniel
participa de uma “oficina de procura de emprego' em países como Brasil, Alemanha e China. A oficina
é oferecida por uma universidade espanhola.
GUILAYN, P. ‘Na Espanha, universidade ensina a emigrar'. O Globo, 17 fev. 2013 (adaptado).
A situação ilustra uma crise econômica que implica
a) valorização do trabalho fabril.
b) expansão dos recursos tecnológicos.
c) exportação de mão de obra qualificada.
d) diversificação dos mercados produtivos.
e) intensificação dos intercâmbios estudantis.

9
Geografia

Gabarito

1. A
O Haiti sofreu em 2010 um terremoto de grande magnitude. Tal desastre ambiental gerou uma
instabilidade econômica e política no país. O Brasil liderou as tropas de paz da ONU no país, iniciando um
laço social com o país. Com o crescimento econômico brasileiro, muitos haitianos procuram o Brasil para
obter melhores condições de vida.

2. D
A fuga ou drenagem de cérebros constitui o fluxo migratório de mão de obra qualificada de países em
desenvolvimento na direção dos países desenvolvidos. O fenômeno no contexto da migração
internacional é muito debatido, pois representa um prejuízo para o desenvolvimento dos países
periféricos.

3. C
Apesar do crescimento observado na taxa de natalidade entre 2013 e 2014, ela ainda se encontra abaixo
da taxa de mortalidade. Esse problema é comum em países com capitalismo em avançada etapa de
desenvolvimento. Com o tempo, a PEA (População Economicamente Ativa) nativa da Alemanha fica
menor, dando espaço para a mão de obra imigrante.

4. B
Muitos imigrantes haitianos e bolivianos têm chegado ao Brasil, principalmente em busca de
oportunidades de emprego, as quais se encontram, sobretudo, no setor terciário (comércio e serviços),
que não demanda grande qualificação.

5. B
Grande parte dos conflitos geopolíticos atuais concentra-se no Oriente Médio, como o conflito na Síria.
Esses conflitos têm atingido a população local e a obriga a migrar para áreas mais seguras.

6. C
O trecho aponta a situação dos refugiados sírios, pessoas forçadas a migrar devido à guerra civil na Síria,
iniciada em 2011. Esse tipo de migração é considerada forçada.

7. B
A partir dos mapas, é possível perceber que quase a totalidade dos países dos quais os atletas emigraram
corresponde aos países para os quais eles retornaram. Isso aponta para a ocorrência da chamada
migração de retorno.

8. E
As medidas adotadas pelo governo húngaro em relação aos refugiados sérvios contribuem para reforçar
ações e comportamentos xenófobos da sociedade húngara contra um grupo de indivíduos que se viu
forçado a migrar.

9. A
As migrações intensificaram-se recentemente em função de guerras e crises econômicas, em que grande
parte da população deixa seu país em busca de melhores condições de vida. O aumento do número de
pessoas ocupando países não nativos eleva a xenofobia, no país receptor desses imigrantes, levando
muitos governantes a criarem barreiras para dificultar sua entrada.

10. C
A crise iniciada nos mercados imobiliários americanos que atingiu a Europa resultou na elevação do
desemprego no continente. Redirecionando assim o fluxo migratório da mão de obra qualificada para os
países subdesenvolvidos, menos atingidos pela instabilidade econômica.

10
História

O Período Regencial e a Consolidação do Estado Imperial

Resumo

O período regencial se iniciou com a abdicação de D. Pedro I (que


deixou seu filho Pedro de Alcântara no trono, mas sem idade para
governar), em 1831, e durou até o golpe da maioridade, em 1840. Com
a vacância do trono, os regentes que passaram a administrar o Estado
brasileiro enfrentaram o desafio de continuar a construção desse
Estado, recentemente independente, de manter o território e de conter
as ameaças de revoltas liberais, influenciadas, muitas vezes, pelas
próprias revoluções burguesas do século XIX na Europa. Assim, o
período regencial ficou marcado por esses desafios e pelas
possibilidades políticas de superar tais obstáculos, logo, alguns grupos assumiram a administração no
período e realizaram uma alternância no poder entre indivíduos e correntes políticas atuantes da época.
Essas mudanças destacaram, assim, as seguintes fases:

1. Regência Trina Provisória (1831) - Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, José Joaquim Carneiro de
Campos e Francisco de Lima e Silva foram eleitos para escolherem os regentes permanentes;
2. Regência Trina Permanente (1831-1835) - Francisco Lima e Silva, João Bráulio Muniz e José da Costa
Carvalho;
3. Regência Una de Feijó (1835-1837) – Padre Diogo Antônio Feijó;
4. Regência Una de Araújo Lima (1837-1840) – Araújo Lima.

Visto isso, neste período, com a ausência da figura forte de um Imperador, e com a influência das tendências
políticas na formação do Estado, as correntes políticas passaram a se consolidar. Assim, percebemos a
atuação de três grupos políticos principais:
• Liberais exaltados: do federalismo, ou seja, de conceder mais autonomia as províncias. Podiam ser
monarquistas ou republicanos. Um representante influente dos exaltados era Cipriano Barata.
• Liberais moderados: monarquistas, sustentavam a coroação de D. Pedro II, no entanto, defendiam a
restrição dos poderes imperiais. Um representante influente dos moderados era Padre Diogo Antônio
Feijó.
• Restauradores: defendiam o retorno de D. Pedro I para o trono brasileiro. Esse grupo enfraqueceu após
a morte de D. Pedro I em 1834. Um representante influente desse grupo era José Bonifácio.

Regência Trina
Durante a Regência Trina, ocorreu a aprovação do Código de Processo Criminal (1832) que ampliou os
poderes dos juízes de paz. Outra importante medida foi a criação da Guarda Nacional em 1831, que
possibilitou aos cidadãos formar um corpo armado para conter os excessos governamentais e as rebeliões
que pudessem acontecer.
Além disso, houve a aprovação do Ato Adicional em 1834, que pode ser considerado uma vitória dos liberais
exaltados, uma vez que promoveu uma série de emendas na Constituição de 1824 e garantiu maior
autonomia para as províncias brasileiras. Além disso, o ato suspendia o Poder Moderador, uma vez que o
imperador não poderia governar. Alguns historiadores afirmam que o Ato Adicional de 1834 iniciou uma

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História

breve experiência republicana no Brasil monárquico. O período também é comumente chamado de “Avanço
Liberal”, devido a maior autonomia adquirida pelas províncias.

As revoltas regenciais
A abrtura política e a autonomia cedida às províncias durante o período regencial marcou também a eclosão
de diversas revoltas que colocaram em risco a unidade territorial brasileira. Tivemos cinco revoltas
principais: Cabanagem, Farroupilha, Malês, Balaiada e Sabinada. Confira abaixo um pouquinho sobre cada
uma dessas revoltas.

Cabanagem
Desde a década de 20, a população do Pará tentava se separar do resto do Brasil. Com a política repressora
implementada pelo novo presidente de província, os cabanos (população pobre que habitava choupanas na
beira dos rios) se rebelaram contra o governo regencial. Os cabanos dominaram a província, no entanto, uma
das direções do movimento traiu a rebelião aliando-se às tropas imperiais, o que resultou em uma enorme
repressão contra a Cabanagem.

Farroupilha
Quando as principais atividades econômicas do sul – criação de gado (estância) e produção de carne seca
(charque) – se viram ameaçadas pela concorrência platina que, por possuir baixas taxas alfandegárias
custava mais barato que o charque brasileiro, os sulistas se rebelaram contra o Estado imperial. Com caráter
separatista, os farrapos chegaram a fundar duas repúblicas na região sul: a primeira foi a República Rio-
Grandense (derrotada pela regência em 1836) e a segunda foi a República Juliana (ou Catarinense). O
movimento foi derrotado pelas tropas imperiais, mas os revoltosos foram anistiados e suas terras, que
haviam sido confiscadas, foram devolvidas pelo governo imperial.

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História

Revolta dos Malês


Foi um movimento liderado por escravos muçulmanos (malês) e alfabetizados em árabe que pegaram em
armas com o objetivo de libertar Salvador e o Recôncavo, para instituir uma espécie de califado islâmico
nessas regiões libertando os escravos baianos. O movimento acabou sendo delatado e a rebelião foi logo
reprimida. Os acusados foram fortemente reprimidos. Apesar da curta duração, o movimento de Malês
deixou um grande temor de novos levantes escravos no Brasil.

Sabinada
O nome da rebelião vem de seu principal líder, o jornalista e médico, Francisco Sabino. Foi um movimento de
classes médias contra a centralização política. Apesar de os rebeldes terem chegado a declarar a
independência da Bahia, as oscilações sobre o projeto adotado pelo movimento e a repressão imperial
fizeram com que fracassasse.

Balaiada
A balaiada surgiu de um confronto entre dois grupos rivais do Maranhão, os cabanos (conservadores) e os
bem-te-vis (liberais), que brigavam pelo controle político da região. No entanto, as classes populares se
atrelaram a esse conflito reivindicando melhores condições de vida. Portanto, não foi um movimento
unificado, pois congregava classes populares e médias. Com o crescimento da revolta popular, que
conseguiu tomar a cidade de Caxias, as classe médias recuaram facilitando a repressão do movimento pelas
forças imperiais.

A Regência Una
Com a aprovação do Ato Adicional em 1834, houve a substituição da regência trina por uma regência una.
Padre Feijó foi primeiro regente do Brasil, e permaneceu na função até 1837,
quando renunciou ao cargo, forçando novas eleições.
As novas eleições determinaram a vitória de Pedro de Araújo Lima. Durante este
período ocorreu o chamado “regresso”, que caracterizou o crescimento da ala
dos conservadores na política brasileira. Com isso, algumas medidas em vigor,
como a descentralização do poder, foram anuladas.
A chegada dos conservadores ao poder, fez com que os liberais criassem um discurso que defendia a
antecipação da maioridade de D. Pedro II, para que ele pudesse assumir mesmo com menos de 18 anos de
idade. Esse discurso foi aceito pela elite econômica e política do país que, que promoveu o conhecido Golpe
da Maioridade. Com a persistência das revoltas regenciais (Balaiada e Farroupilha), os liberais se unificaram
e decidiram apoiar o golpe da maioridade, que permitiu a chegada de D. Pedro II ao poder com apenas 14
anos. Nessa conjuntura, a figura do jovem imperador era fundamental para o restabelecimento da
estabilidade política e contenção das revoltas que ameaçavam a unidade territorial durante a Regência

Este fato deu início ao Segundo Reinado (1840-1889). Os primeiros dez anos deste período costumam ser
chamados pelos historiadores de “A Consolidação do Estado Imperial”, já que foi um período no qual o
imperador buscou conciliar as disputas entre os grupos políticos no Brasil. Assim, em 1840, a maioridade de
D. Pedro foi antecipada e ele foi coroado com apenas 14 anos. Esse fato marcou o início do Segundo Reinado.

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História

Consolidação do Estado Imperial

Do ponto de vista político, esse período foi marcado pela instituição do


“Parlamentarismo às avessas”. Com esse modelo, o imperador escolhia o Presidente do
Conselho de Ministros, através do poder moderador. O Poder Moderador garantia ainda
a D. Pedro II demitir o ministro presidente do Conselho, caso houvesse divergência de
interesses, ou mesmo dissolver o parlamento. Ao contrário do modelo britânico em que
o monarca era submetido ao Parlamento, no Brasil, este não limitava os poderes do
Imperador, daí a nomenclatura “às avessas”.
Através dele, D. Pedro II pôde garantir a estabilidade política do país, assim como colocar em prática uma
política de revezamento, que alternava liberais (luzias) e conservadores (saquaremas) no poder. Estes dois
Partidos dominaram o cenário político durante o Segundo Reinado. Os conservadores defendiam um
governo imperial forte e centralizado, enquanto os liberais lutavam por uma descentralização, concedendo
certa autonomia às províncias. No entanto, quando conquistavam o poder, liberais e conservadores não
apresentavam atitudes muito diferentes, já que ambos eram partidos de elite. Foi devido a isso que foram
apelidados de “farinha do mesmo saco”.

Do ponto de vista econômico, a produção cafeeira viveu um período de expansão, que a partir de 1850 vai
garantir estabilidade ao Império. A estrutura econômica do Brasil não foi alterada desde a independência. A
cafeicultura, de forma similar ao que aconteceu durante o Período Colonial, forneceu uma base sólida para
o domínio econômico dos grandes proprietários rurais. O plantio de café se iniciou nas regiões vizinhas ao
Rio de Janeiro, como no Vale do Paraíba. A importância inicial da região fez, inclusive, com que se
popularizasse a frase “o Brasil é o vale”. No entanto, a cultura do café utilizava-se de técnicas rudimentares
o que causou um acelerado esgotamento do solo nesta região. Embora tenha ocorrido o declínio da produção
cafeeira no Vale do Paraíba, ela entrou em expansão no Oeste Paulista, região onde o solo de terra roxa era
extremamente fértil para o plantio de café.

Como comentado anteriormente, a economia cafeeira reforçou os quadros sociais herdados do período
colonial, como a escravidão, a grande propriedade de terra, a monocultura e a produção voltada ao mercado
externo. Ainda no âmbito econômico, em 1844 foi aprovada a Tarifa Alves Branco. Na prática ela estabelecia
a taxação em 30% de produtos estrangeiros que entrassem no Brasil (o dobro dos 15% estabelecidos
anteriormente). Caso o Brasil produzisse similares, essa taxa era ainda maior, chegando em até 60%. O seu
principal objetivo equilibrar a balança comercial brasileira e aumentar a arrecadação por parte do Estado
Imperial. A tarifa no entanto, acabou operando como um incentivo aos surtos industriais ocorridos durante
o Segundo Reinado.

Foi também nesse contexto que se tornaram crescentes as pressões inglesas para que o Brasil abolisse o
tráfico negreiro. Acordos que tangenciavam a temática já eram debatidos entre as duas nações desde 1822,
quando a Inglaterra estabeleceu a abolição do tráfico como uma condição para o reconhecimento da
Independência do Brasil. Esse posicionamento da Inglaterra objetivava, a partir da abolição, a ampliação dos
mercados brasileiros, já que o escravo – que não recebia salário – não era visto como um consumidor em
potencial. Havia, é claro, motivações humanitárias pode detrás da pressão, mas elas eram em muito
associados aos interesses econômicos da época. Nessa conjuntura, se tornava cada vez mais evidente que
a utilização de mão de obra escrava era incompatível com o desenvolvimento do capitalismo.

A passividade do governo brasileiro em relação aos compromissos anteriormente firmados com a Inglaterra,
levou o parlamento britânico a aprovar, em 1845, a Lei Bill Aberdeen, conferindo à marinha inglesa o direito
de aprisionar navios negreiros e fazer os traficantes responderem pelo crime cometido em tribunais ingleses,
ou seja, o tráfico de escravos estava proibido no Atlântico sul. A lei britânica contribuiu para a criação de

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História

leis abolicionistas no Brasil, como a Lei Eusébio de Queirós (1850) que proibia a entrada de novos escravos
no país.

A Lei Bill Aberdeen e a pressão Inglesa

Com a proibição do tráfico internacional de escravos se iniciou um processo de abolição gradual, que
enfrentaria a oposição das elites escravistas. De imediato, essa lei teve duas consequências importantes: o
aumento do preço do escravo já que novos escravos não podiam entrar no país e, além disso, a ampliação
do tráfico entre as províncias, sobretudo em direção ao sudeste, centro da economia cafeeira, onde era
crescente a demanda por mão de obra.

A Insurreição Praieira (1848)


A Insurreição Praieira, iniciada em Pernambuco, em 1848, pode ser considerada um movimento que encerrou
os ciclos de conflitos internos brasileiros iniciados com a Independência do país, em 1822. Ela ocorreu no
mesmo ano em que a Europa vivia a chamada Primavera dos Povos. Em Pernambuco, os Partidos Liberal e
Conservador se alternavam no poder, dividindo os benefícios restritos a uma minoria proprietária. Diante
desse cenário político, membros do Partido Liberal fundaram o Partido da Praia, liderado por proprietários
rurais que não pertenciam à aristocracia fundiária tradicional. Em 1844, eles conseguiram chegar ao poder.
Em 1848, no entanto, ocorreu a retomada do poder pelos conservadores e os Praieiros resistiram
desencadeando a rebelião. As demandas dos revoltosos foram sintetizadas no “Manifesto ao Mundo”, onde
é possível encontrar semelhanças com algumas propostas defendidas na Europa, como o direito ao voto
universal e a defesa de ideais de liberdade. A partir de sua leitura, pode-se concluir que este foi um
movimento Liberal. Havia, além disso, outras propostas mais radicais, defendidas por trabalhadores e
demais homens livres que pretendiam melhorar suas condições de vida, simpáticos às ideias democráticas
e até mesmo ao socialismo utópico. Esses projetos, no entanto, não foram incorporados ao movimento
pelos praieiros. Apesar dos combates, os praieiros foram derrotadas e os líderes aprisionados e condenados
à prisão perpétua. Em 1851, no entanto, conseguiram a anistia.

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História

Exercícios

1. Após a abdicação de D. Pedro I, o Brasil atravessou um período marcado por inúmeras crises: as
diversas forças políticas lutavam pelo poder e as reivindicações populares eram por melhores
condições de vida e pelo direito de participação na vida política do país. Os conflitos representavam
também o protesto contra a centralização do governo. Nesse período, ocorreu também a expansão da
cultura cafeeira e o surgimento do poderoso grupo dos “barões do café”, para o qual era fundamental
a manutenção da escravidão e do tráfico negreiro.
O contexto do Período Regencial foi marcado:
a) por revoltas populares que reclamavam a volta da monarquia.
b) por várias crises e pela submissão das forças políticas ao poder central.
c) pela luta entre os principais grupos políticos que reivindicavam melhores condições de vida.
d) pelo governo dos chamados regentes, que promoveram a ascensão social dos "barões do café".
e) pela convulsão política e por novas realidades econômicas que exigiam o reforço de velhas
realidades sociais.

2. O período das regências constitui momento crucial do processo de construção da nação brasileira.
Por sua pluralidade e ensaísmo [foi] um grande laboratório político e social, no qual as mais diversas
e originais fórmulas políticas foram elaboradas e diferentes experiências testadas, abarcando amplo
leque de estratos sociais. O mosaico regencial não se reduz, portanto, a mera fase de transição,
tampouco a uma aberração histórica anárquica, nem mesmo a simples 'experiência republicana”.
Marcello Basile. “O laboratório da nação: A era regencial *1831-1840). In: Keila Grinberg e Ricardo Salles. O Brasil Imperial.
Volume II — 1831-1870. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p.97.

Assinale a alternativa que contenha elementos característicos do Período Regencial (1831-1840):

a) Suspensão do Poder Moderador, causando oposição de setores políticos conservadores;


surgimento do abolicionismo radical, contribuindo para revoltas de escravos na Bahia; fundação
do Partido Republicano que, aliado às Forças Armadas, acirrou a oposição ao Império.
b) Intensa oposição à antecipação da maioridade de D. Pedro II, visto com uma ameaça aos
interesses das camadas populares; profundas diferenças ideológicas entre as facções políticas
das elites, levando a confrontos armados; anulação da Constituição de 1824.
c) Surgimento de diferentes projetos políticos, como a defesa do republicanismo; mobilização do
exército contra a ascensão política das camadas populares; aprofundamento das desigualdades
sociais, em virtude da alta inflação e da especulação financeira.
d) Disputa pelo governo regencial, representada pela falta de unidade da elite política regencial e
pela vacância do trono; formação de facções políticas distintas, portadoras de diferentes
projetos; ativa mobilização popular, com revoltas em diversas províncias.
e) Eclosão de diversas revoltas sociais e políticas, em províncias do Norte e Nordeste; surgimento
de facções políticas, com projetos de governo diferentes; movimento em torno da antecipação da
maioridade de D. Pedro II, como forma de garantir o atendimento de reivindicações populares.

3. "O quadro político é evidentemente alterado com a nova ordem: quem fazia oposição ao governo se
divide em dois grandes grupos - o dos moderados, que estão no poder; os exaltados, que sustentam

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História

teses radicais, entre elas a do federalismo, com concessões maiores às Províncias. Outros, deputados,
senadores, Conselheiros de Estado, jornalistas..., permanecem numa atitude de reserva, de
expectativa crítica. Deles, aos poucos surgem os restauradores ou caramurus..."
Francisco lglésias, BRASIL SOCIEDADE DEMOCRÁTICA.
O texto refere-se à nova ordem decorrente:
a) da elaboração da Constituição de 1824.
b) do golpe da maioridade.
c) da renúncia de Feijó.
d) da abdicação de D. Pedro I.
e) das revoluções liberais de 1842

4. "Sabinada" na Bahia, "Balaiada" no Maranhão e "Farroupilha" no Rio Grande do Sul foram algumas das
lutas que ocorreram no Brasil em um período caracterizado:
a) por um regime centralizado na figura do imperador, impedindo a constituição de partidos políticos
e transformações sociais na estrutura agrária.
b) pelo estabelecimento de um sistema monárquico descentralizado, o qual delegou às províncias o
encaminhamento da "questão servil".
c) por mudanças na organização partidária, o que facilitava o federalismo, e por transformações na
estrutura fundiária de base escravista.
d) por uma fase de transição política, decorrente da abdicação de Dom Pedro I, fortemente marcada
por um surto de industrialização, estimulado pelo Estado.
e) pela redefinição do poder monárquico e pela formação dos partidos políticos, sem que se
alterassem as estruturas sociais e econômicas estabelecidas.

5. O Período Regencial (1831-1840) caracterizou-se por ser um dos mais agitados da história do Brasil.
Durante o seu transcorrer ocorreu a publicação do Ato Adicional de 1834, cujo teor estabelecia:
a) eleições indiretas, com dois tipos de eleitores: os eleitores de paróquia que elegiam os eleitores
de província, os quais elegiam os deputados e senadores;
b) a instituição do Poder Moderador, poder pessoal e exclusivo do imperador, que legalizava o seu
absolutismo e era assessorado pelo Conselho de Estado;
c) a anistia aos presos políticos do Primeiro Reinado e a reintegração do ministério exonerado por
D. Pedro I na véspera de sua abdicação;
d) a criação das Assembleias Legislativas Provinciais e a abolição do Conselho de Estado;
e) a limitação das prerrogativas do Poder Moderador que impedia os regentes de dissolver a Câmara
dos Deputados.

6. "(ENEM 2013) Observe as imagens a seguir:

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História

MOREAUX, F.R. Proclamação da Independência.


Disponível em: www.tvbrasil.org.br.
Acesso em 14 jun. 2010. (Foto: Enem)
FERREZ, M. D. Pedro II. SCHWARCZ, L.M. As barbas do Imperador.
D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Cia das Letras, 1998.

As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, procuram transmitir determinadas representações
políticas acerca dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que cada imagem evoca é,
respectivamente:
a) Habilidade militar – riqueza pessoal.
b) Liderança popular – estabilidade política.
c) Instabilidade econômica – herança europeia
d) Isolamento político – centralização do poder.
e) Nacionalismo exacerbado – inovação administrativa.

7. Sob a liderança dos saquaremas, os regressistas ou conservadores haviam debelado a anarquia e


posto fim à desorganização. Restava, porém, solucionar, com a Inglaterra, a já longa questão do tráfico
intercontinental de escravos. Mas não seria nada fácil. Por quê?
(Ilmar R. de Mattos e Marcia de A. Gonçalves. O império da boa sociedade: a consolidação do Estado imperial brasileiro, 1991.
Adaptado.)
Acerca da pergunta feita no fragmento, é correto afirmar que, na década de 1840,
a) o interesse brasileiro no fim do tráfico de escravos esbarrava nos negócios ingleses, que
trocavam suas manufaturas por escravos em toda a costa africana.
b) em função da rápida expansão cafeeira, houve fortes interesses de alguns grupos brasileiros na
manutenção da entrada de escravos.
c) diante da decisiva oposição dos liberais e da Inglaterra, os conservadores não conseguiam
acabar com o tráfico de escravos para o Brasil.
d) os mais importantes traficantes de escravos eram ingleses e pressionavam seu governo para
permitir esse comércio por mais algumas décadas.
e) os franceses haviam conquistado os principais portos de embarques de escravos na América,
dificultando o acesso dos traficantes a esse negócio com o Brasil.

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História

8. Dentre as revoltas políticas e sociais que abalaram o Império do Brasil, a Revolta Praieira se destaca.
Para muitos historiadores, essa revolta ocorrida em Pernambuco, em 1848, foi a última atribulação
política interna do império. Sendo assim, sobre a Praieira e seu contexto histórico, podemos assinalar
que
a) no Pernambuco da primeira metade do século XIX, a mão de obra escrava não era mais essencial
para a produção do açúcar.
b) não podemos enquadrar a Praieira no conjunto das revoltas liberais que abalaram o Pernambuco
no oitocentos.
c) não há como se analisar a Praieira, sem se considerar a atuação do partido liberal na província de
Pernambuco.
d) em essência, as propostas da Praieira divergiam dos movimentos de 1817 e 1824, por não
compactuar dos ideais do liberalismo.
e) a repressão estatal, empreendida por D. Pedro I, debelou rapidamente os insurgentes da Praieira.

9. (...) visando aumentar a renda do Estado, em um momento de consolidação do sistema imperial, o


liberalismo alfandegário foi abandonado em prol do protecionismo aduaneiro. (...) [O] ministro da Fazenda
tinha em mente aumentar a carga fiscal do Estado, aspecto que foi bem recebido pela Câmara. A nova lei
(...) estabeleceu que os tributos sobre os produtos de importação subiriam de 15% para 30% (caso não
houvesse similar nacional) ou 60% (caso o artigo fosse produzido no país).
(Rubim Santos Leão Aquino etalii, Sociedadebrasileira: uma história através dosmovimentos sociais)

No contexto do Brasil Império, o trecho apresenta


a) a Lei de Terras
b) o Tratado de 1827
c) a Bill Aberdeen
d) a Tarifa Alves Branco
e) a Lei Eusébio de Queiroz.

10. (UNIFENAS 2018) Leia os textos.


Texto I – A terra roxa foi assim chamada porque os imigrantes italianos que chegaram ao Brasil
chamaram aquele solo avermelhado de terra “rossa”, que significa vermelho em italiano. A palavra
rossa, aportuguesada, acabou virando “roxa”.

Texto II – As condições naturais representavam a primeira vantagem da região. O solo de terra roxa,
de origem vulcânica e extremamente fértil, permitia que se produzisse mais e durante mais tempo.

As informações contidas no texto permitem identificar um importante momento da história brasileira


durante o Segundo Reinado. Trata-se,
a) da lavoura açucareira em Pernambuco.
b) da produção de tabaco no sul da Bahia.
c) da criação de gado no sul do Brasil.
d) da expansão cafeeira no oeste paulista.
e) da produção de soja na região centro-oeste.

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História

Gabarito

1. E
O Período Regencial foi marcado por uma série de conflitos entre o governo central e as camadas
populares e a elite. Ambos os grupos se encontravam insatisfeitos seja com a política imperial ou com
as péssimas condições de vida. Contudo, o surgimento de novos grupos, como os barões do café,
reforçaram a manutenção da escravidão e de uma sociedade hierarquizada.

2. D
Como uma fase experimental de governo e sem a presença de um poder forte no trono, diversos grupos
buscaram empreender seus planejamentos de nação durante o chamado período regencial. Seja nas
elites, através dos partidos que se criavam, ou das manifestações populares e revoltar nas diversas
províncias, a oportunidade de ver seus ideais ganharem voz animou muitos grupos.

3. D
O trecho fala sobre o momento do pós abdicação de D. Pedro I, aonde ocorreu uma reorganização da
política nacional em um contexto de grande instabilidade. Essa cisão da elite economica brasileira
durante o periodo regencial é importante para compreender os partidos que se formaram com a
chegada de D.Pedro II ao poder.

4. E
Apesar do período regencial marcar uma fase de lutas regionais e de experimentalismo político, nas
questões econômicas e sociais, a vacância do trono e a criação de partidos não causaram mudanças.
As elites se mantinham no poder, o povo marginalizado e a escravidão ainda em funcionamento.

5. D
O Ato Adicional permite a criação de Assembleias legislativas locais, o que tem como consequência o
crescimento dos poderes de políticos regionais. O ato também extinguia o Conselho de Estado, que era
responsável assessorar o imperador.

6. B
Na primeira figura, D. Pedro I é retratado como o lider da independência do Brasil enquanto a segunda
figura retrata D. Pedro II com certa calma, representando a estabilidade pela qual foi marcada a sua fase
no império brasileiro.

7. B
A maior parte da mão de obra utilizada era escrava e com a expansão do café isso não vai se modificar,
portanto, muitos senhores eram contra o fim do tráfico negreiro.

8. C
A Revolução Praieira foi influenciado pelos ideais liberais e pela onda de revoltas que aconteciam na
europa durante a década de 1840, mais especificamente a Primavera dos Povos em 1848.

9. D
A tarifa tinha o intuito de melhorar a balança comercial favorável do país e aumentar a arrecadação
financeira do país.

10. D
O Oeste Paulista era conhecida pela sua terra roxa que facilitaria o plantio do café. Durante o Segundo
Reinado a região vai ascender devido ao sucesso do café e viar um dos centros econômicos mais
importantes do país.

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História

Os EUA no século XIX: Expansão e Guerra

Resumo

A Marcha para o Oeste


Se durante o XVIII, as antigas 13 colônias ocupavam uma faixa de terra relativamente pequena, voltada para
o oceano Atlântico e sem saída para o Pacífico, no final do XIX, o território americano independente já
alcançava o mar na costa oeste, contava com uma enorme população (composta também por diversos
imigrantes que saíam principalmente da Europa) e iniciava sua caminhada para se tornar uma das maiores
potências mundiais.
Essa configuração geopolítica dos E.U.A no final do século XIX foi resultado, portanto, de um amplo processo
de conquista de territórios conhecido como Marcha para o Oeste. Assim, a anexação de diversos territórios
no norte do continente americano, pelos E.U.A foi realizada, basicamente, de três maneiras: pela violência
contra tribos indígenas, pela diplomacia (contando com a compra de terras) e através de guerras com outros
países.
Já em 1883, logo após o reconhecimento inglês da independência da colônia, a assinatura do Tratado de
Paris, entre os dois países, garantiu a expansão americana para as terras entre o Monte Apalache e o Rio
Mississipi. No entanto, apesar da negociação com a Inglaterra, essa região era habitada não por ingleses,
mas por tribos nativo-americanas que passaram a ser atacadas pelos colonos. Esses povos, que viviam no
continente antes mesmo da chegada de Cristóvão Colombo, tornaram-se um dos grandes símbolos da
marcha para o oeste pelo genocídio que a política expansionista causou na população indígena e pela
destruição de muitas culturas.
Essa questão do genocídio indígena em todo continente gera polêmicas e debates até os dias atuais, no caso
dos E.U.A, os descendentes das populações nativas ainda resistem e sofrem com reservas e tribos sendo
perseguidas pelo interesse de grandes empresários e latifundiários. A remoção forçada de tribos de
territórios que habitavam há séculos foi realizada de forma violenta e até mesmo legal, com a criação do
Indian Removal Act, em 1830, que passou a deslocar diversas tribos do sul para territórios isolados,
sobretudo na região do Oklahoma. Durante a série de deslocamentos, conhecida como Caminho das
Lágrimas, milhares de nativos morreram de fome, frio e por ataques.
Visto isso, um dos momentos mais sensíveis do contexto remoção e genocídio de nativos durante a marcha
para o oeste foi o chamado Massacre de Sand Creek. Em 1864, cerca de 150 a 500 pessoas das tribos
Cheyenne e Arapahoe foram brutalmente assassinadas ou mutiladas pelo exército americano no território
do Colorado.
Tendo em vista essa perseguição e as mortes, vale enfim destacar que as culturas desses
nativos, seja da etnia Apache, Cheyenne, Syoux, ou de tantas outras, não foram incluídas
no processo de construção nacional norte-americana do século XIX e esses grupos se
tornaram as principais vítimas da marcha para o oeste e do chamado Destino Manifesto.
Essa doutrina, elaborada em 1845 em um artigo do jornalista John O’Sullivan, entendia o
povo americano como eleito por Deus a cumprir um grande destino, que seria expandir os
territórios norte-americanos e civilizar o continente. Evidentemente, com a perseguição e
os massacres aos nativos, o lugar dos povos indígenas seria exatamente o da submissão ao destino cristão
do povo americano. O destino manifesto, portanto, serviu como a base filosófica para justificar e impulsionar
a expansão e para usar a violência e a guerra como meios de conquistas os interesses norte americanos.

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História

Assim, tendo em vista a mentalidade de expansão e construção nacional que impregnava esses homens do
século XIX, diversas conquistas foram realizadas, dentre elas, a compra da Luisiana da França de Napoleão,
em 1803, a compra da Flórida dos espanhóis, em 1819 e até mesmo do Alasca, em 1867, do Império Russo.
Nestes três casos, a negociação dos territórios pode ser compreendida pelos impactos das guerras nos
países citados. No caso da França, em 1803, Napoleão Bonaparte precisava de dinheiro para manter suas
expansões, já na Espanha, em 1819, as crises causadas pelas mudanças de reis, pelas guerras de
independência e pelas próprias batalhas na Europa, levaram ao país a um contexto de disputas entre liberais
e monarquistas pelo poder. Por fim, no caso russo, a Guerra da Crimeia, que havia onerado os cofres do
antigo império, tornava a região do Alasca muito custosa, sendo então vendida para os EUA.
No entanto, apesar de muitos países terem aceitado estabelecer negociações com os E.U.A para a venda de
territórios, o vizinho México não aceitou negociar suas terras, principalmente a região do Colorado, que
gerava interesses pelas possíveis riquezas minerais. Também vale destacar que, desde 1821, o Texas
(território mexicano) era um ponto central de desentendimento entre os dois países, visto que, desde esse
ano colonos americanos passaram a ocupar a região e, com o tempo, insatisfeitos com as leis e as taxas
mexicanas, decidiram lutar pela separação. Assim, após a chamada Guerra de Independência do Texas, entre
1835 e 1836, foi formada a República do Texas, independente até 1846, quando foi anexada pelos E.U.A,
levando ao ápice a tensão diplomática entre mexicanos e americanos.
Enfim, os desgastes gerados pela guerra no Texas, pela negociação dos territórios e
pelos constantes conflitos entre mexicanos e americanos foram responsáveis pela
deflagração, em 1846, da Guerra Mexicano-Americana, que durou até 1848.
Derrotado, o México foi obrigado a assinar o Tratado de Guadalupe Hidalgo, que
garantia aos Estados Unidos a incorporação dos territórios do Texas, Novo México,
Arizona, Califórnia, Colorado, Utah e Idaho e uma pagamento de uma indenização de
15 milhões de dólares ao México pelas suas perdas.
Assim, apesar da marcha para o oeste garantir aos E.U.A a conquista de vastos territórios, a força do país e
o tão desejado acesso ao oceano Pacífico, também, enfim, garantiu uma enorme riqueza com a descoberta
de ouro e petróleo, atraindo assim imigrantes e aventureiros de diversas partes do mundo, que passaram a
sonhar com a conquista de minas, com a mudança de vida e com o fácil enriquecimento.
Para facilitar essa empreitada e promover a ocupação desse oeste recém conquistado, o presidente
americano Abraham Lincoln, em 1862, aprovou o Homestead Act. Essa lei garantia a posse de uma
propriedade de até 162 hectares a qualquer pessoa que a cultivasse por pelo menos 5 anos. Assim, a
promessa de terras foi um atrativo fundamental para ampliar ainda mais o fluxo migratório para o oeste
americano na segunda metade do XIX.

Disponível em: https://www.coladaweb.com/geografia/formacao-territorial-eua

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História

A Guerra de Secessão
Desde o período de colonização inglesa, o território norte americano possuía características diferentes na
ocupação das terras ao norte e ao sul, com essas discrepâncias se intensificando ainda mais ao longo do
século XIX e da marcha para o oeste. Enquanto ao norte, os estados americanos desenvolviam uma
economia industrializada, baseada na mão de obra livre e assalariada, ao sul, no entanto, a força do africano
escravizado ainda era a principal mão de obra em uma economia agrária (principalmente algodão), voltada
para a exportação e para a formação de grandes latifúndios.
Essas diferenças, a partir da construção dos E.U.A como um Estado e como nação passaram a gerar uma
série de conflitos de interesses políticos, sobretudo com a conquista de novas terras. Afinal, o novo país que
se formava, com a anexação das terras à oeste, seria um país com predominância das características
nortistas ou sulistas? Essa decisão, no entanto, tornou-se o motivo principal da maior guerra realizada nos
Estados Unidos, com um impressionante número de mortos e o uso de armas nunca antes vistas pela
humanidade, a chamada Guerra de Secessão (1861- 1865).
Apesar da guerra se iniciar apenas em 1861, o ápice das tensões
entre o Partido Democrata, que representava os estados do sul,
defendia o federalismo e uma menor intervenção do Estado, não se
contentou com a eleição, em 1860, do abolicionista Abraham
Lincoln, do Partido Republicano, que representava os estados do
norte, a industrialização e o protecionismo econômico.
Antes mesmo de Lincoln tomar posse em 1861, os estados do Mississipi, Alabama, Texas, Flórida, Luisiana
e Geórgia, liderados pela Carolina do Sul, optaram pela separação da União Federal e criaram, assim, os
Estados Confederados da América, com a escolha de Jefferson Davis como o novo presidente. Assim, a
guerra teve início quando, em abril de 1861, forças da Confederação atacaram os soldados da União
estabelecidos no Fort Summer, o que desencadeou assim uma série de conflitos por todo o território.
Essa Guerra Civil durou até 1865, quando as tropas sulistas foram derrotadas pelos nortistas, pois o norte,
industrializado e com promessas de abolição da escravidão, contou com tecnologias e equipamentos muito
superiores aos usados pelas tropas sulistas (maior malha ferroviária, armas, navios), além de contar também
com o apoio de escravizados que fugiam das tropas do sul para o norte, buscando a abolição.
Como consequência da guerra, mais de 600 mil pessoas foram mortas, os estados do sul foram novamente
anexados à União e, no dia 6 de dezembro de 1865, entrou em vigor a 13º Emenda à Constituição dos Estados
Unidos, decretando o fim do trabalho escravo em todo o país. Apesar da abolição e das mudanças nos
Estados Unidos com a vitória do norte, o país que ressurgia após a impactante Guerra Civil não deixou para
trás o preconceito e o racismo.
Após a guerra, descontentes com a vitória nortista, com os novos rumos do país e com a 13º Emenda, grupos
formados por brancos radicais, que se consideravam superiores e verdadeiros americanos, passaram a
perseguir e assassinar a população negra e livre, principalmente no sul. Um dos grupos de maior relevância
no período com funcionamento até os dias atuais, foi a organização terrorista Ku Klux Klan, responsável pela
perseguição de negros, ciganos, judeus, católicos ou qualquer grupo considerado, por eles, como inferior.

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História

Disponível em: https://www.coladaweb.com/historia/guerras/guerra-de-secessao-e-o-desenvolvimento-dos-estados-unidos-no-


seculo-xix

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História

Exercícios

1. Para Edward Said (1935-2003) − intelectual, crítico literário e ativista palestino − as regiões do mundo
que chamamos Ocidente e Oriente não são lugares “naturais”, mas invenções humanas. O Ocidente
foi identificado pelos europeus como o “lugar” onde aconteceu sua história e a construção de seus
valores culturais. O Oriente, por sua vez, também foi uma invenção dos “ocidentais”. Os povos que
viviam ao leste da Europa, em particular árabes, chineses e indianos − e também alguns africanos −,
foram chamados de “orientais”.
(VAINFAS, Ronaldo et al. História. Volume Único. São Paulo: Editora Saraiva, 2010, p. 891)

Um dos temas presentes nos estudos de Said é o imperialismo, marcante na história política do
Ocidente. São exemplos da política imperialista norte-americana algumas ações, discursos e medidas
tomadas no âmbito da política externa voltada para a América Latina e o Caribe, no século XIX, tais
como a
a) Guerra Mexicano-americana e a Doutrina Monroe.
b) Diplomacia do Dólar e o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca.
c) Guerra Hispano-americana e a Emenda Platt.
d) Política da Boa Vizinhança e o Big Stick.
e) Construção do Canal do Panamá e a Operação Pan-americana

2. "A Guerra Civil Norte-americana (1861-65) representou uma confissão de que o sistema político
falhou, esgotou os seus recursos sem encontrar uma solução (para os conflitos políticos mais
importantes entre as grandes regiões norte-americanas, a Norte e a Sul). Foi uma prova de que mesmo
numa das democracias mais antigas, houve uma época em que somente a guerra podia superar os
antagonismos políticos."
Eisenberg, Peter Louis. GUERRA CIVIL AMERICANA. S. Paulo, Brasiliense, 1982.

Dentre os conflitos geradores dos antagonismos políticos referidos no texto está a


a) manutenção, pela sociedade sulista, do regime de escravidão, o que impediria a ampliação do
mercado interno para o escoamento da produção industrial nortista.
b) opção do Norte pela produção agrícola em larga escala voltada para o mercado externo, o que
chocava com a concorrência dos sulistas que tentavam a mesma estratégia.
c) necessidade do Sul de conter a onda de imigração da população nortista para seus territórios, o
que ocorria em função da maior oferta de trabalho e da possibilidade do exercício da livre-
iniciativa.
d) ameaça exercida pelos sulistas aos grandes latifundiários nortistas, o que se devia aos
constantes movimentos em defesa da reforma agrária naquela região em que havia concentração
da propriedade da terra.
e) adesão dos trabalhadores sulistas ao movimento trabalhista internacional, o que ameaçava a
estabilidade das relações trabalhistas praticadas na região norte.

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História

3. "... era como se os Estados Unidos tivessem como objetivo uma missão civilizatória junto aos povos
da América Latina."
Herbert Croly, The Promisse of American Life

A consolidação do capitalismo nos Estados Unidos da América, ao longo do século XIX, identificou-se
em seu processo de expansão territorial, que se relaciona corretamente com o(a):
a) Destino Manifesto, que fundamentava a distinção política e econômica entre os estados sulistas
escravocratas e os nortistas industriais.
b) Fim da guerra hispano-americana, que acarretou a incorporação da Flórida, de Cuba do Panamá.
c) Vitória no conflito contra o México, que resultou na anexação dos territórios do Texas, Novo
México e Califórnia.
d) Marcha para o Pacífico, que estendeu o território americano até a costa oeste, com a invasão e a
ocupação do Alasca e dos territórios do noroeste do Canadá.
e) Doutrina Monroe, que ratificou a compra dos territórios franceses e ingleses na América, tais
como a Luisiana e o Oregon.

4. "Os Estados Confederados podem adquirir novo território. [...] Em todos esses territórios, a instituição
da escravidão negra, tal como ora existe nos Estados Confederados, será reconhecida e protegida pelo
Congresso e pelo governo territorial; e os habitantes dos vários Estados Confederados e Territórios
terão o direito de levar para esse território quaisquer escravos legalmente possuídos por eles em
quaisquer Estados ou Territórios dos Estados Confederados [...]."
"Constituição dos Estados Confederados da América", Art. IV, seção 3, 1861.

O texto acima reflete um dos pontos centrais de discórdia que geraram a Guerra Civil Americana. Esta
guerra civil foi o resultado:
a) da ação imperialista americana que, a partir da Doutrina Monroe, passou a intervir na América
Latina.
b) da luta entre os colonos e a Metrópole Inglesa, o que redundaria na independência dos Estados
Unidos.
c) da Grande Depressão, intensificando a pobreza e o desemprego nas grandes cidades americanas.
d) da luta pelos direitos civis, particularmente dos negros, forçando uma reinterpretação da
Constituição Americana.
e) da oposição dos interesses dos Estados do Sul e do Norte em torno da questão da escravidão e
da expansão para o Oeste.

5. A Ku-Klux-Klan foi organizada para segurança própria... o povo do Sul se sentia muito inseguro. Havia
muitos nortistas vindos para cá (Sul), formando ligas por todo o país. Os negros estavam se tornando
muito insolentes e o povo branco sulista de todo o estado de Tennessee estava bastante alarmado."
ENTREVISTA DE NATHAN BEDFORD FORREST ao JORNAL DE CINCINNATI, Ohio, 1868.
A leitura deste depoimento, feito por um membro da Ku-Klux-Klan, permite entender que esta
organização tinha por objetivo:
a) assegurar os direitos políticos da população branca, pelo voto censitário, eliminando as
possibilidades de participação dos negros nas eleições.
b) impedir a formação de ligas entre nortistas e negros, que propunham a reforma agrária nas terras
do sul dos Estados Unidos.

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História

c) unir os brancos para manter seus privilégios e evitar que os negros, com apoio dos nortistas,
tivessem direitos garantidos pelo governo.
d) proteger os brancos das ameaças e massacres dos negros, que criavam empecilhos para o
desenvolvimento econômico dos estados sulistas.
e) evitar confrontos com os nortistas, que protegiam os negros quando estes atacavam
propriedades rurais dos sulistas brancos.

6. No caso da história americana, um dos eventos mais retratados pela memória social é, sem dúvida, a
chamada Marcha para o Oeste. Mesmo antes do surgimento do cinema, esses temas já faziam parte
das imagens da história americana. A fronteira foi um tema constante dos pintores do século XIX. A
imagem das caravanas de colonos e peregrinos, da corrida do ouro, dos cowboys, das estradas de
ferro cruzando os desertos, dos ataques dos índios marcam a arte, a fotografia e também a
cinematografia americana.
CARVALHO, Mariza Soares de. In: http://www.historia.uff.br/primeirosescritos/files/pe02-2.pdf, acessado em 29.08.2009

Entre os fatores que motivaram e favoreceram a Marcha para o Oeste está:

a) a possibilidade de as famílias de colonos tornarem-se proprietárias, o que também atraiu


imigrantes europeus.
b) o desejo de fugir da região litorânea afundada em guerras com tribos indígenas fixadas ali desde
o período da colonização.
c) a beleza das paisagens americanas, o que atraiu muitos pintores e fotógrafos para aquela região.
d) o avanço da indústria cinematográfica, que encontrou no Oeste o lugar perfeito para a realização
de seus filmes.
e) a existência de terras férteis que incentivaram a ida, para o Oeste, de agricultores que buscavam
ampliar suas plantações de algodão.

7. A ideia de ocupação do continente pelo povo americano teve também raizes populares, no senso
comum e também em fundamentos religiosos. O sonho de estender o princípio da “união” até o
Pacífico foi chamado de “Destino Manifesto”.
Nancy Priscilla S. Naro.

A formação dos Estados Unidos. São Paulo: Atual, 1986, p. 19. A concepção de “Destino Manifesto”,
cunhada nos Estados Unidos da década de 1840,
a) difundiu a ideia de que os norte-americanos eram um povo eleito e contribuiu para justificar o
desbravamento de fronteiras e a expansão em direção ao Oeste.
b) tinha origem na doutrina judaica e enfatizava que os homens deviam temer a Deus e respeitar a
todos os semelhantes, independentemente de sua etnia ou posição social.
c) baseava-se no princípio do multiculturalismo e impediu a propagação de projetos ou ideologias
racistas no Sul e no Norte dos Estados Unidos.
d) derivou de princípios calvinistas e rejeitava a valorização do individualismo e do aventureirismo
nas campanhas militares de conquista territorial, privilegiando as ações coordenadas pelo Estado.
e) defendia a necessidade de se preservar a natureza e impediu o prosseguimento das guerras
contra indígenas, na conquista do Centro e do Oeste do território norte-americano.

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História

8. Durante a expansão territorial, a forma encontrada pelo governo americano para incentivar a ocupação
de todo esse “vazio territorial” foi a partir da Homestead Act, que determinava:
a) A distribuição gratuita de territórios para todo cidadão americano, desde que ele não fosse
pertencente à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
b) A venda da terra a um preço muito baixo desde que a pessoa tivesse ao menos 21 anos e que
habitasse e cultivasse a terra por, pelo menos, cinco anos.
c) A distribuição de terra gratuita para todos aqueles que tivessem informações que levassem à
prisão de criminosos.
d) A distribuição de terras para os veteranos da Guerra Mexicano-Americana.
e) A venda da terra por preços normais com condições de pagamento facilitadas para todos que
lutassem contra as nações indígenas hostis.

9. A saga de pioneiros e desbravadores (e também bandidos, exterminadores de índios, grileiros e


pistoleiros) foi retratada em uma série de filmes do gênero western, mais conhecida no Brasil como
faroeste ou bangue-bangue. Ao contar a Marcha para o Oeste, esses filmes mostraram também a
formação de uma mentalidade tipicamente americana. Uma série de fatores, como a escassez de
terras na faixa atlântica, a necessidade dos estados do Norte, em fase de industrialização, de
conseguir matérias-primas e a construção de ferrovias, motivou e favoreceu a Marcha para o Oeste
que foi:
a) a corrida do ouro na Califórnia e a ocupação da Flórida, recém-adquirida da Espanha.
b) a ocupação de todos os territórios onde os americanos nativos eram hostis ao homem branco.
c) a colonização de terras do lado ocidental dos Apalaches e da margem leste do rio Mississipi por
imigrantes dispostos a desbravar o interior do continente, acelerando a ocupação rumo ao
Pacífico.
d) A ocupação de áreas além do rio São Lourenço para efetivar a posse da Louisiana.
e) a anexação dos estados do Texas, Utah, Arizona e Novo México, conquistados do México em 1848,
depois de uma guerra.

10. Em 1865, encerrada a Guerra de Secessão, morto assassinado Abraham Lincoln, o vice-presidente
Andrew Johnson governou uma reconstrução difícil. Sob a presidência de Ulisses Grant, a começar
pelo Tennessee, em 1870, os sulistas brancos promulgaram leis contra o casamento inter-racial.
Cinco anos depois, o Tennessee adotou a primeira Lei Jim Crow e o resto do sul o seguiu rapidamente.
O termo ‘Jim Crow’, nascido de uma música popular, refere-se a toda a lei (foram dezenas) que
determinasse o afastamento entre negros e brancos nos trens, estações ferroviárias, hotéis,
barbearias, restaurantes, teatros e escolas. Em 1885, a maior parte das escolas sulistas foram
divididas em instituições para brancos e outras para negros
(Leandro Karnal. História dos EUA)

O texto trata de efeitos da Guerra de Secessão que afetaram a sociedade dos EUA e que apenas nas
décadas de 1950 e 1960 foram sendo derrubados pela Suprema Corte. A alternativa que melhor
demonstra o que as chamadas Leis Jim Crow consagravam é:
a) integracionismo;
b) escravismo;
c) cordialidade;
d) segregacionismo;
e) reconciliação.

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História

Gabarito

1. A
O projeto nortista de expansão para o Oeste levou a disputadas com o México, ocasionando a Guerra
Mexicano-americana, enquanto umas das políticas adotadas durante o período vai ser a Doutrina
Monroe que tinha como base o slogan “América para os americanos” em detrimento da interferência
europeia no continente.

2. A
A escravidão era um fator a ser superado para o pleno desenvolvimento capitalista, que era o projeto
nortista.

3. C
A conquista dos territórios mexicanos foi de fato a consolidação do capitalismo e do território atual do
EUA, além de ter sido um palco de ensaio para a Guerra da Secessão.

4. E
A disputa em relação a escravidão foi o ponto principal da guerra civil, como demonstra o fragmento.

5. C
Esses grupos que pregavam ideais de uma supremacia racial branca evidenciam a mentalidade racista
da sociedade.

6. A
Os colonos que iam para o Oeste tinham sua propriedade garantida pela Lei de Terras. Isso incitou
uma migração em massa para a região. O modelo da pequena propriedade, herdado do Norte dos EUA,
prevaleceu no Oeste, contrapondo o modelo do latifúndio (plantation) do Sul.

7. A
O Destino Manifesto possuía um viés religioso ao difundir que os norte-americanos eram escolhidos
por Deus para expandir seu território e levar seu ideal civilizatório a outros povos.

8. B
A lei do Homestead tinha o intuito de ocupar as terras a Oeste e definia a facilidade de comprar terras
para aqueles que fossem maior de 21 anos com a condição de que cultivassem essa terra por pelo
menos 5 anos.

9. C
Essa colonização construiu o imaginário dos EUA durante os próximos séculos, relacionado às suas
aspirações imperialistas.

10. D
O fim da Guerra de Secessão e o fim da escravidão vão marcar o início do período de segregação entre
brancos e negros no Sul dos EUA.

9
Literatura

Machado de Assis

Resumo

Joaquim Maria Machado de Assis é um dos maiores nomes da literatura


brasileira. De origem humilde e mestiça, o carioca, gago e epilético, nascido
no Morro do Livramento, atuou como jornalista, cronista, crítico, dramaturgo
e poeta, superando os preconceitos através de seu inegável talento
autodidata. O primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras é o
principal nome do Realismo brasileiro, mas sua obra deixou um legado para
diferentes estilos e gêneros literários.
No início de sua carreira, apostou em textos mais tradicionais, mas logo foi
desenvolvendo um estilo muito particular de produção literária com fortes
influências de Alemeida Garrett, romancista português. Sua extensa
produção inspirou grandes nomes – como Olavo Bilac e Lima Barreto – e
ainda inspira escritores contemporâneos.
Em 1855, publica o poema “Ela” e ingressa num mundo do qual nunca mais
sairia: o das letras. Dono de um estilo original e reticente que transborda humor pessimista, ironia e profunda
observação psicológica de suas personagens, Machado presenteou nossa literatura com obras
singulares. Como não se intrigar com o “defunto autor “ contando suas memórias póstumas? Como não se
envolver com as questões psicoexistenciais e tendenciosas sobre um suposto triângulo amoroso? Machado
é atemporal pela forma com a qual ele trata as questões em seus romances. Dentre as questões sem
resposta que perpassam a existência da humanidade, uma delas foi trazida pelo autor: Capitu traiu Bentinho
ou não?
Leia um trecho do Capítulo I de Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado pela primeira vez em 1881:

Óbito do Autor

Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em
primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento,
duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um
autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria
assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no
cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha
bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos , era solteiro, possuía cerca de
trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve
cartas nem anúncios. Acresce que chovia - peneirava - uma chuvinha miúda, triste e constante, tão
constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa idéia no
discurso que proferiu à beira de minha cova: —"Vós , que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer

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Literatura

comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem
honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul
como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo
isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.

Para compreender mais sobre o autor, o domínio público dispnibiliza diversas obras para leitura de modo
gratuito. É possível acessar o acervo clicando aqui.
Selecionamos algumas sugestões de leitura de obras mais famosas do autor, todas disponíveis pelo domínio
público. Veja abaixo:
• Memórias Póstumas de Brás Cubas (Romance)
• Dom Casmurro (Romance)
• A Carteira (Conto)
• A Cartomante (Conto)
• Pai contra mãe (Conto)

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Literatura

Exercícios

1. Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista,
romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de
um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado
de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe
muito cedo é́ criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula
na escola pública, única que frequentou o autodidata Machado de Assis.
Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais, o texto citado constitui-se de

a) fatos ficcionais, relacionados a outros de caráter realista, relativos à vida de um renomado


escritor.
b) representações generalizadas acerca da vida de membros da sociedade por seus trabalhos e vida
cotidiana.
c) explicações da vida de um renomado escritor, com estrutura argumentativa, destacando como
tema seus principais feitos.
d) questões controversas e fatos diversos da vida de personalidade histórica, ressaltando sua
intimidade familiar em detrimento de seus feitos públicos.
e) apresentação da vida de uma personalidade, organizada sobretudo pela ordem tipológica da
narração, com um estilo marcado por linguagem objetiva.

Texto para as questões 2 e 3


“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em
primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto que o uso vulgar seja começar pelo
nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou
propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; o segundo
é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.”
Memórias póstumas de Brás Cubas. Machado de Assis.

2. Essa é a abertura do famoso romance de Machado de Assis. Dentro desse contexto, já dá para se ver
o tipo de narrativa que será explorada. Assinale a alternativa correta a esse respeito.
a) A narrativa decorre de forma cronologicamente correta, de acordo com a passagem do tempo:
infância, juventude, maturidade e velhice.
b) A linearidade das ações apresenta cenas de suspense, dado o comportamento inusitado dos
personagens.
c) Não há como prever o final da narrativa, já que seu enredo é, propositadamente, complicado.
d) A ação terá, como cenário, os diversos centros cosmopolitas do mundo.
e) O autor usa o recurso do flashback devido a sua intenção de iniciar o romance pelo “fim”.

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Literatura

3. Em relação à questão anterior, infere-se que a linguagem dispõe de um recurso enriquecedor: a


disposição das palavras no espaço frasal. Sendo assim, que tipo de leitura pode-se fazer dessas duas
expressões: “autor defunto” e “defunto autor”?
a) A colocação da palavra defunto após a palavra autor leva-nos a pensar que o segundo elemento
está em fase final de carreira.
b) Defunto autor remete à ideia de que a pessoa irá escrever suas memórias dentro de um cemitério.
c) Ambas as expressões transmitem a mesma ideia, com iguais valores semânticos.
d) A expressão defunto autor aparece de forma metaforizada, original, privilegiando uma nova forma
de narração autobiográfica.
e) Ambas as construções não têm expressão na obra biográfica de Machado de Assis.

4. Mas, como digo, a mais engenhosa de todas as nossas experiências, foi a de Diogo Meireles. Lavrava
então na cidade uma singular doença, que consistia em fazer inchar os narizes, tanto e tanto, que
tomavam metade e mais da cara do paciente, e não só a punham horrenda, senão que era molesto
carregar tamanho peso. Conquanto os físicos da terra propusessem extrair os narizes inchados, para
alívio e melhoria dos enfermos, nenhum destes consentia em prestar-se ao curativo, preferindo o
excesso à lacuna, e tendo por mais aborrecível que nenhuma outra coisa a ausência daquele órgão.
Diogo Meireles, que desde algum tempo praticava a medicina, segundo ficou dito atrás, estudou a
moléstia e reconheceu que não havia perigo em desnarigar os doentes, antes era vantajoso por lhes
levar o mal, sem trazer fealdade, pois tanto valia um nariz disforme e pesado como nenhum; não
alcançou, todavia, persuadir os infelizes ao sacrifício. Então, ocorreu-lhe uma graciosa invenção.
Assim foi que, reunindo muitos físicos, filósofos, bonzos, autoridades e povo, comunicou-lhes que
tinha um segredo para eliminar o órgão; e esse segredo era nada menos que substituir o nariz
achacado por um nariz são, mas de pura natureza metafísica, isto é, inacessível aos sentidos humanos,
e contudo tão verdadeiro ou ainda mais do que o cortado; cura esta praticada por ele em várias partes,
e muito aceita aos físicos de Malabar. O assombro da assembleia foi imenso, e não menor a
incredulidade de alguns, não digo de todos, sendo que a maioria não sabia em que acreditar, pois se
lhe repugnava a metafísica do nariz, cedia, entretanto, à energia das palavras de Diogo Meireles, ao
tom alto e convencido com que ele expôs e definiu o seu remédio.
ASSIS, Machado de. O Segredo do Bonzo. Papéis Avulsos. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2016. Adaptado.

O fragmento do conto “O Segredo do Bonzo”, de Machado de Assis, revela


a) uma censura aos médicos que, por não conhecerem o verdadeiro diagnóstico de uma patologia,
inventam soluções terapêuticas absurdas e arriscadas.
b) a vaidade humana diante da possibilidade, ainda que abstrata, de receber um nariz mais bonito
do que o congênito, ora disforme pela enfermidade.
c) a ausência de posicionamento crítico do povo e também de autoridades sociais diante de
discursos envolventes, mas sem qualquer comprovação científica.
d) os interesses escusos de alguns profissionais da saúde que, mesmo sabendo que não há
necessidade de intervenção cirúrgica, põem seus pacientes em risco.
e) o desdém manifesto por uma sociedade que está mais preocupada com a aparência do que com
a essência a ponto de se convencer da eficácia do remédio proposto por Diogo Meireles.

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Literatura

5. O romance Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado um divisor de águas tanto na obra de
Machado de Assis quanto na literatura brasileira do século XIX. Indique a alternativa em que todas as
características mencionadas podem ser adequadamente atribuídas ao romance em questão.
a) Rejeição dos valores românticos, narrativa linear e fluente de um defunto autor, visão pessimista
em relação aos problemas sociais.
b) Distanciamento do determinismo científico, cultivo do humor e digressões sobre banalidades,
visão reformadora das mazelas sociais.
c) Abandono das idealizações românticas, uso de técnicas pouco usuais de narrativa, sugestão
implícita de contradições sociais.
d) Crítica do realismo literário, narração iniciada com a morte do narrador-personagem, tematização
de conflitos sociais.
e) Crítica do parnasianismo literário; narração iniciada com o nascimento do autor, contada pelo
grande amor de Brás, Virgília.

6. O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, faz significativo uso da
linguagem figurada, o que dá ao texto uma fina dimensão estética. Assim, indique a alternativa em que
o fragmento não está corretamente classificado de acordo com a figura que nele ocorre.
a) Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim.
– metáfora.
b) E estando a recordá-lo, ouço um ranger de porta, um farfalhar de saias. – onomatopeia.
c) Quincas Borba não só estava louco, mas sabia que estava louco, e esse resto de consciência,
como uma frouxa lamparina no meio das trevas, complicava muito o horror da situação. –
eufemismo.
d) Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma coisa que morrer.
– Antítese.
e) Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos , era solteiro, possuía cerca de trezentos
contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. – Ironia.

7. Capítulo LIV — A pêndula


Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada.
Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito
mal; esse tique-taque soturno, vagaroso e seco parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante
menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dois sacos, o da vida e o da morte, e a
contá-las assim:
— Outra de menos...
— Outra de menos...
— Outra de menos...
— Outra de menos...
O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca,
e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam;
as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-

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Literatura

se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre.
Naquela noite não padeci essa triste sensação de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias
tumultuavam-me cá dentro, vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam
para ver o anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992 (fragmento).

O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive a sensação do beijo trocado com Virgília,
casada com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio desconstrói certos paradigmas
românticos, porque
a) o narrador e Virgília não têm percepção do tempo em seus encontros adúlteros.
b) como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a inutilidade de tentar acompanhar o fluxo do tempo.
c) na contagem das horas, o narrador metaforiza o desejo de triunfar e acumular riquezas.
d) o relógio representa a materialização do tempo e redireciona o comportamento idealista de Brás
Cubas.
e) o narrador compara a duração do sabor do beijo à perpetuidade do relógio.

8. Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um caráter
ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se seguiram ao inventário de
meu pai. Reconheço que era um modelo. Arguíam-no de avareza, e cuido que tinham razão; mas a
avareza é apenas a exageração de uma virtude, e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor
é o saldo que o déficit. Como era muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-lo de
bárbaro. O único fato alegado neste particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço,
donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os perversos e os fujões,
ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de certo modo ao trato um
pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode honestamente atribuir à índole
original de um homem o que é puro efeito de relações sociais. A prova de que o Cotrim tinha
sentimentos pios encontrava-se no seu amor aos filhos, e na dor que padeceu quando morreu Sara,
dali a alguns meses; prova irrefutável, acho eu, e não única. Era tesoureiro de uma confraria, e irmão
de várias irmandades, e até irmão remido de uma destas, o que não se coaduna muito com a reputação
da avareza; verdade é que o benefício não caíra no chão: a irmandade (de que ele fora juiz) mandara-
lhe tirar o retrato a óleo.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992

Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, Memórias póstumas de Brás Cubas condensa
uma expressividade que caracterizaria o estilo machadiano: a ironia. Descrevendo a moral de seu
cunhado, Cotrim, o narrador-personagem Brás Cubas refina a percepção irônica ao
a) Acusar o cunhado de ser avarento para confessar-se injustiçado na divisão da herança paterna.
b) Atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade com que Cotrim prendia e torturava os
escravos.
c) Considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo personagem quando da perda da filha Sara.
d) Menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias irmandades.
e) Insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e egocêntrico, contemplado com um retrato a
óleo.

6
Literatura

9. No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época:
o romantismo.

“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da
nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza,
entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e
fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda
ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno,
que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.

A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na


alternativa:
a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ...
b) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ...
c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ...
d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ...
e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.

10. A propósito de Dom Casmurro, de Machado de Assis, é correto afirmar:


a) A narrativa de Bento Santiago é comparável a uma acusação: aproveitando sua formação jurídica,
o narrador pretende configurar a culpa de Capitu.
b) O artifício narrativo usado é a forma de diário, de modo que o leitor receba as informações do
narrador à medida que elas acontecem, mantendo-se assim a tensão.
c) Elegendo a temática do adultério, o autor resgata o romantismo de seus primeiros romances, com
personagens idealizadas entregues à paixão amorosa.
d) O espaço geográfico e social representado é situado em uma província do Império, buscando
demonstrar que as mazelas sociais não são prerrogativa da Corte.
e) Bentinho desejava a morte de Escobar (até tentou envenená-lo uma vez), a ponto de se sentir
culpado quando o ex amigo morreu afogado.

7
Literatura

Gabarito

1. E
Por se tratar da narração de aspectos pessoais de uma personalidade pública (um texto biográfico),
entende-se que a alternativa E responde corretamente a questão.

2. E
Por se tratar de uma história contada por um defunto-autor, o recurso de flashback explora as
lembranças do narrador, que já falecido narra sua vida.

3. D
Aqui, explora-se a forma metaforizada de “defunto-autor” para que se perceba uma nova maneira de se
contar ou escrever uma biografia.

4. C
No fragmento de texto, há a passagem “ físicos, filósofos, bonzos, autoridades e povo”, logo a maior
parte das pessoas ouviu o discurso inflamado, porém não o questionavam nem exigiam a prova científica,
mostrando, assim, ausência de posicionamento crítico.

5. C
O romance de Machado de Assis é uma ruptura com as idealizações românticas e apresenta
características particulares do autor que inovou a forma narrativa e questionou constantemente os
valores sociais humanos.

6. C
Em “como uma frouxa lamparina no meio das trevas” ocorre uma comparação indicada pelo termo
“como”. O Eufemismo é uma figura de linguagem em que há intenção de amenizar a mensagem dita.

7. D
As batidas do relógio desconstroem uma possível idealização romântica, pois evidenciam a
preocupação de Brás Cubas com o tempo e a sua materialização.

8. B
O narrador-personagem Brás Cubas refina a percepção irônica quando fala da maneira como Cotrim
tratava os escravos, que eram mantidos no calabouço, justamente para mostrar que ele não “possuía
um caráter ferozmente honrado”.

9. A
A crítica contida no fragmento é em relação à idealização exagerada dos românticos que enfeitavam
demais a realidade e apagavam os defeitos.
.
10. A
Bentinho passa a narrativa inteira moldando seu discurso e contando os fatos a partir de perspectiva
única, para acusar Capitu de traição, justificando, às custas dela, seu fim solitário e amargurado.

8
Matemática

Razão e proporção

Resumo

Razão
É uma relação entre duas grandezas, expressas na mesma unidade ou não.
a
Razão = ou a : b , lê-se: “a está para b”. Em que a é o antecedente e b é o consequente.
b

Proporção
É uma igualdade entre razões equivalentes.
a c
Proporção: = lê-se: “a está para b, assim como c está para d”.
b d

a e d → são extremos
b e c →são meios
a e c →são antecedentes
b e d →são consequentes

Temos, também, a relação fundamental da proporção:


a c
=  ad = bc
b d

Grandezas Diretamente Proporcionais


Duas grandezas são diretamente proporcionais quando, ao variar uma grandeza, a outra também varia
na mesma razão. Por exemplo: se uma grandeza dobra, a outra também irá dobrar. Se uma grandeza reduzir-
se à metade, a outra também terá o mesmo efeito.

Exemplo: Se o preço da gasolina é R$4,00, 2 litros custarão R$8,00.


preço litro
4-----1
 x -----2

4 1
= → x=8
x 2

1
Matemática

Grandezas inversamente proporcionais


Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, ao variar uma grandeza, a outra também variará
na razão inversa. Se uma grandeza dobrar, a outra se reduzirá a metade. Se uma grandeza triplicar, a outra
será dividida em três.

Exemplo: A distância entre duas cidades é de 200 km. Se uma pessoa percorrer a uma velocidade médiav
(km/h), o tempo de uma viagem de uma cidade a outra será d (em horas).

velocidade tempo
20 - - - - - - - - 10
 60 - - - - - - - - x 

20 x 200 10
= →x= =
60 10 60 3

Escalas
A escala pode ser definida como a razão entre a medida linear do desenho e a medida linear correspondente
na realidade.

medida do desenho
E=
medida no tamanho real

Exemplo: Uma planta de uma casa foi desenhada na escala 1:100. Isso quer dizer que cada centímetro do
desenho corresponde a 100 centímetros da casa.

Existem também escalas de áreas que é o valor da escala ao quadrado e escalas volumétricas que é o valor
da escala ao cubo.

2
Matemática

Exercícios

1. Muitos processos fisiológicos e bioquímicos, tais como batimentos cardíacos e taxa de respiração,
apresentam escalas construídas a partir da relação entre superfície e massa (ou volume) do animal.
Uma dessas escalas, por exemplo, considera que “o cubo da área S da superfície de um mamífero é
proporcional ao quadrado de sua massa
M”. HUGHES-HALLETT, D. et al. Cálculo e aplicações. São Paulo: Edgard Blücher, 1999 (adaptado).

Isso é equivalente a dizer que, para uma constante k > 0, a área S pode ser escrita em função de M
por meio da expressão:
a) S = k M .
1
b) S = k  M 3 .
1 1
c) S = k 3  M 3 .
1 2
d) S = k 3  M 3 .
1
e) S = k 3  M .
2

2. Um produtor de milho utiliza uma área de 160 hectares para as suas atividades agrícolas. Essa área é
dividida em duas partes: uma de 40 hectares, com maior produtividade, e outra, de 120 hectares, com
menor produtividade.
A produtividade é dada pela razão entre a produção, em tonelada, e a área cultivada. Sabe-se que a
área de 40 hectares tem produtividade igual a 2,5 vezes à da outra. Esse fazendeiro pretende aumentar
sua produção total em 15%, aumentando o tamanho da sua propriedade. Para tanto, pretende comprar
uma parte de uma fazenda vizinha, que possui a mesma produtividade da parte de 120 hectares de
suas terras.
Qual é a área mínima, em hectare, que o produtor precisará comprar?
a) 36
b) 33
c) 27
d) 24
e) 21

3
Matemática

3. A Ecofont possui design baseado na velha fonte Vera Sans. Porém, ela tem um diferencial: pequenos
buraquinhos circulares congruentes, e em todo o seu corpo, presentes em cada símbolo. Esses furos
proporcionam um gasto de tinta menor na hora da impressão.

Suponha que a palavra ECO esteja escrita nessa fonte, com tamanho 192 e que seja composta por
letras formadas por quadrados de lados x com furos circulares de raio r= x/3 Para que a área a ser
pintada seja reduzida 1/16 a da área inicial, pretende-se reduzir o tamanho da fonte. Sabe-se que, ao
alterar o tamanho da fonte, o tamanho da letra é alterado na mesma proporção.
Nessas condições, o tamanho adequado da fonte será
a) 64.
b) 48.
c) 24.
d) 21.
e) 12.

4. Um pesquisador, ao explorar uma floresta, fotografou uma caneta de 16,8 cm de comprimento ao lado
de uma pegada. O comprimento da caneta (c), a largura (L) e o comprimento (C) da pegada, na
fotografia, estão indicados no esquema.

A largura e o comprimento reais da pegada, em centímetros, são, respectivamente, iguais a


a) 4,9 e 7,6.
b) 8,6 e 9,8.
c) 14,2 e 15,4.
d) 26,4 e 40,8.
e) 27,5 e 42,5.

4
Matemática

5. Um mapa é a representação reduzida e simplificada de uma localidade. Essa redução, que é feita com
o uso de uma escala, mantém a proporção do espaço representado em relação ao espaço real.
Certo mapa tem escala 1: 58.000.000.

Considere que, nesse mapa, o segmento de reta que liga o navio à marca do tesouro meça 7,6 cm.
A medida real, em quilômetro, desse segmento de reta é

a) 4.408.
b) 7.632.
c) 44.080.
d) 76.316.
e) 440.800.

6. Os tipos de prata normalmente vendidos são 975,950 e 925. Essa classificação é feita de acordo com
a sua pureza. Por exemplo, a prata 975 é a substância constituída de 975 partes de prata pura e 25
partes de cobre em 1000 partes da substância. Já a prata 950 é constituída de 950 partes de prata
pura e 50 de cobre em 1000; e a prata 925 é constituída de 925 partes de prata pura e 75 partes de
cobre em 1000. Um ourives possui 10 gramas de prata 925 e deseja obter 40 gramas de prata 950
para produção de uma joia.
Nessas condições, quantos gramas de prata e de cobre, respectivamente, devem ser fundidos com os
10 gramas de prata 925?
a) 29,25 e 0,75
b) 28,75 e 1,25
c) 28,50 e 1,50
d) 27,75 e 2,25
e) 25,00 e 5,00

5
Matemática

7. Uma empresa de comunicação tem a tarefa de elaborar um material publicitário de um estaleiro para
divulgar um novo navio, equipado com um guindaste de 15m de altura e uma esteira de 90m de
comprimento. No desenho desse navio, a representação do guindaste deve ter sua altura entre 0,5cm
e 1cm, enquanto a esteira deve apresentar comprimento superior a 4cm. Todo o desenho deverá ser
feito em uma escala 1:X .
Os valores possíveis para são, apenas, X
a) X > 1.500.
b) X < 3.000.
c) 1.500 < X< 2.250.
d) 1.500 < X< 3.000.
e) 2.250 < X < 3.000.

8. Numa atividade de treinamento realizada no Exército de um determinado país, três equipes – Alpha,
Beta e Gama – foram designadas a percorrer diferentes caminhos, todos com os mesmos pontos de
partida e de chegada.
• A equipe Alpha realizou seu percurso em 90 minutos com uma velocidade média de 6,0 km/h.
• A equipe Beta também percorreu sua trajetória em 90 minutos, mas sua velocidade média foi de
5,0 km h.
• Com uma velocidade média de 6,5km/h, a equipe Gama concluiu seu caminho em 60 minutos.

Com base nesses dados, foram comparadas as distâncias dBeta,dAlpha e dGama percorridas pelas três
equipes.

A ordem das distâncias percorridas pelas equipes Alpha, Beta e Gama é


a) dGama < dBeta < dAlpha
b) dAlpha = dBeta < dGama
c) dGama < dBeta = dAlpha
d) dBeta < dAlpha < dGama
e) dGama < dAlpha < dBeta

9. Uma empresa deseja iniciar uma campanha publicitária divulgando uma promoção para seus
possíveis consumidores. Para esse tipo de campanha, os meios mais viáveis são a distribuição de
panfletos na rua e anúncios na rádio local. Considera-se que a população alcançada pela distribuição
de panfletos seja igual à quantidade de panfletos distribuídos, enquanto que a alcançada por um
anúncio na rádio seja igual à quantidade de ouvintes desse anúncio. O custo de cada anúncio na rádio
é de . R$ 120,00 e a estimativa é de que seja ouvido por 1500 pessoas. Já a produção e a distribuição
dos panfletos custam R$ 180,00 cada 1000 unidades.
Considerando que cada pessoa será alcançada por um único desses meios de divulgação, a empresa
pretende investir em ambas as mídias.
Considere x e y os valores (em real) gastos em anúncios na rádio e com panfletos, respectivamente

O número de pessoas alcançadas pela campanha será dado pela expressão


a) 50x/4 + 50y/9
b) 50x/9 + 50y/4
c) 4x/50 + 4y/50
d) 50/4x + 50/9y
e) 50/9x + 50y/4y

6
Matemática

10. Na anestesia peridural, como a usada nos partos, o médico anestesista precisa introduzir uma agulha
nas costas do paciente, que atravessará várias camadas de tecido até chegar a uma região estreita,
chamada espaço epidural, que envolve a medula espinhal. A agulha é usada para injetar um líquido
anestésico, e a força que deve ser aplicada à agulha para fazê-la avançar através dos tecidos é variável.
A figura é um gráfico do módulo F da força (em newton) em função do deslocamento x da ponta da
agulha (em milímetro) durante uma anestesia peridural típica.
Considere que a velocidade de penetração da agulha deva ser a mesma durante a aplicação da
anestesia e que a força aplicada à agulha pelo médico anestesista em cada ponto deve ser
proporcional à resistência naquele ponto.

Com base nas informações apresentadas, a maior resistência à força aplicada observa-se ao longo
do segmento
a) AB.
b) FG.
c) EF.
d) GH.
e) HI.

11. Os exercícios físicos são recomendados para o bom funcionamento do organismo, pois aceleram o
metabolismo e, em consequência, elevam o consumo de calorias. No gráfico, estão registrados os
valores calóricos, em Kcal, gastos em cinco diferentes atividades físicas, em função do tempo
dedicado às atividades, contado em minuto.

Qual dessas atividades físicas proporcionao maior consumo de quilocalorias por minuto?
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V

7
Matemática

12. Um casal planejou uma viagem e definiu como teto para o gasto diário um valor de até R$ 1 000,00.
Antes de decidir o destino da viagem, fizeram uma pesquisa sobre a taxa de câmbio vigente para as
moedas de cinco países que desejavam visitar e também sobre as estimativas de gasto diário em cada
um, com o objetivo de escolher o destino que apresentasse o menor custo diário em real.
O quadro mostra os resultados obtidos com a pesquisa realizada.

Nessas condições, qual será o destino escolhido para a viagem?


a) Austrália.
b) Canadá.
c) EUA.
d) França.
e) Reino Unido.

8
Matemática

Gabarito

1. D
1 2
Considerando a proporcionalidade do enunciado, = logo = = 3 3
.

2. B
Sejam p1 e p2 , respectivamente, a produtividade de área de 120 hectares e a produtividade da área de
40 hectares, com p2 = 2,5  p1 . Logo, sendo q1 e q2 , respectivamente, a produção da área de 120
hectares e a produção da área de 40 hectares, temos q1 = 120  p1 e q2 = 40  p2 = 1200  p1 .

A produção total antes da aquisição é dada por


q1 + q2 = 120  p1 + 100  p1 = 220  p1

Portanto, sofrendo um aumento de 15%, a produção passará a ser 1,15 x 220 x p1 = 253 x p1. Em
consequência, se x é o resultado procurado, então
(120 + x) p1 + 100p1 = 253p1
120 + x + 100 = 253
x = 33ha.

3. B
Desde que a razão entre as áreas corresponde ao quadrado da razão de semelhança linear, k, temos
1 1
k2 = k= .
16 4
1
Portanto, segue que a fonte deve ser reduzida para o tamanho  192 = 48
4

4. D
Analisando o desenho, vemos que o comprimento real da caneta é 16,8 cm e o seu comprimento c na
foto é 1,4 cm. Podemos então estabelecer uma razão de semelhança de: r = 16,8 / 1,4 = 12 ou seja, a foto
diminui em 12 vezes o tamanho real.
Assim, basta multiplicarmos o comprimento e a largura da pegada na foto para encontrarmos os valores
reais:
Largura da pegada = 12 . 2,2 = 26,4 cm
Comprimento da pegada = 3,4 . 12 = 40,8 cm

5. A
Se é a medida real do segmento, então
1 7, 6
=  440800000 cm = 4408km
58000000

9
Matemática

6. B
950
Em 40 gramas de prata 950 temos 40  = 38 g de prata pura e 40 – 38 = 2g de cobre. Logo, a
1000
925
resposta é 38 − 10  = 28, 75 g de prata pura e 30 - 28,75 = 1,25g de cobre.
1000

7. C
Sendo 15 m = 1500 cm e 90m = 9000cm, temos
1
 9000  4  x  2250
x
E
1 1
 1500   1  1500  x  3000
2 x
Portanto, das duas condições, segue que 1500 < x < 2250.

8. A
Tem-se que
90
d Alpha = 6  = 9km
60
90
d Beta = 5  = 7,5km
60
60
dGama = 6,5  = 6,5km
60
Em consequência, vem dGama  dBeta  d Alpha

9. A
x
Se o número de anúncios na rádio é igual a , e o número, em milhares, de panfletos produzidos e
120
y
distribuídos é então a resposta é
180
x y 50 x 50 y
 1500 +  1000 = +
120 180 4 9

10. D
Sendo a resistência proporcional à força, podemos concluir que a maior resistência ocorre ao longo do
segmento GH, no qual a força se mantém fixa no valor máximo atingido durante a aplicação.

11. B
20 100 120 100 80
Os consumos de quilocalorias por minuto são: = 2;  6,7; = 6; =4 e  2,7 .
10 15 20 25 30
Portanto, a atividade II é a que porporciona o maior consumo.

12. A
O gasto diário, em cada um dos países, em reais, segundo a ordem em que aparecem na tabela, é igual
a: 3,14 x 315 = 989,10; 2,78 x 390 = 1084,20; 2,14 x 400 = 856,00; 2,1 x 410 = 861,00 e 4,24 x 290 = 1.229,60.
Em consequência, a resposta é Austrália.

10
Matemática

Regra de três simples e composta

Resumo

Regra de 3 simples
Na regra de três simples, teremos contextos que envolvem duas grandezas e um dos valores é desconhecido.
De forma prática, aplicaremos o seguinte passo a passo:
1° passo: identificar as grandezas envolvidas no problema e perceber se são diretamente ou inversamente
proporcionais e atribuir uma variável para o valor desconhecido;

2° passo: montar a proporção entre as grandezas (mantendo ou invertendo as razões a depender se as


grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais, respectivamente) e efetuar os
cálculos necessários.
Obs: as grandezas serão
diretamente proporcionais
Exemplo: Uma confeiteira produz 100 brigadeiros com 4 latas de leite quando ao aumentar uma, a outra
condensado. Determine quantos brigadeiros serão produzidos com 10 latas tambem aumenta e inversamente
de leite condensado. proporcionais se ao aumentar
uma, a outra diminui.
1º passo:
• As grandezas são diretamente proporcionais, uma vez que, quanto mais latas, maior é o número de
brigadeiros produzidos.
• Valores das grandezas:
Número de brigadeiros (100, x)
Latas de leite condensado (4, 10).

2º passo:
100 4
=  4 x = 1000  x = 250
x 10
Serão produzidos 250 brigadeiros.

Exemplo: Um grupo de 5 professores levou 12 dias para preparar uma avaliação da escola onde trabalham.
Considerando que todos os professores têm a mesma produtividade e velocidade de trabalho, quantos dias
serão necessários para que 30 professores preparem essa mesma avaliação?
1º passo:
• As grandezas são inversamente proporcionais, uma vez que, quanto mais professores trabalhando na
tarefa, menos tempo será necessário para completá-la.
• Valores das grandezas
Professores (5, 30)
Tempo (12, x).

2º passo:
Como as grandezas são inversamente proporcionais, deve-se inverter uma das razões.
Repare que, na resolução ao lado, será invertida a segunda fração.
Serão necessários 2 dias para que 30 professores preparem a avaliação.

1
Matemática

Regra de 3 composta
A regra de três composta se diferencia da regra de três simples pela quantidade de grandezas envolvidas na
situação-problema. Enquanto na regra de três simples apenas duas grandezas são relacionadas, as técnicas
de resolução para regra de três composta se adequam para qualquer quantidade de grandezas. Para
solucionar um problema com três ou mais grandezas proporcionais, deve-se aplicar o seguinte passo a
passo:
1° passo: identificar as grandezas envolvidas no problema, em especial a grandeza prioritária (à qual
atribuiremos uma variável para seu valor desconhecido);
2° passo: determinar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais à grandeza
prioritária;
3° passo: montar uma proporção onde se igualam a razão entre os valores da grandeza prioritária e o
produto entre as demais grandezas (mantendo ou invertendo cada fração, a depender se as
grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais à grandeza prioritária,
respectivamente) e, por fim, efetuar os cálculos necessários.

Exemplo: Dois amigos farão uma viagem de 30 dias e calculam que vão consumir 12 m³ de água. Se mais
uma pessoa com os mesmos hábitos de consumo decidir fazer essa viagem com os dois amigos, quantos
metros cúbicos de água eles consumirão em uma semana?
1º passo:
• Volume de água (12, x) → Grandeza Prioritária
• Tempo (30, 7)
• Pessoas (2, 3)

2º passo:
• Tempo e volume são diretamente proporcionais, pois, quanto mais longa é a viagem, mais água deverá
ser consumida.
• Pessoas e volume também são diretamente proporcionais, pois, quanto mais pessoas na viagem, maior
é volume de água consumida.

3° passo:
Repare a seguir que nenhuma razão foi invertida, pois todas as grandezas são diretamente proporcionais à
grandeza prioritária.
12 30 2 12  7  3
=   x= = 4, 2
x 7 3 30  2
Os 3 amigos consumirão 4,2 m³ de água em uma semana de viagem.

2
Matemática

Exercícios

1. Um banco de sangue recebe 450 mL de sangue de cada doador. Após separar o plasma sanguíneo
das hemácias, o primeiro é armazenado em bolsas de 250 mL de capacidade. O banco de sangue
aluga refrigeradores de uma empresa para estocagem das bolsas de plasma, segundo a sua
necessidade. Cada refrigerador tem uma capacidade de estocagem de 50 bolsas. Ao longo de uma
semana, 100 pessoas doaram sangue àquele banco. Admita que, de cada 60 mL de sangue, extraem-
se 40 mL de plasma. O número mínimo de congeladores que o banco precisou alugar, para estocar
todas as bolsas de plasma dessa semana, foi
a) 2
b) 3
c) 4
d) 6
e) 8

2. Em 20 de fevereiro de 2011 ocorreu a grande erupção do vulcão Bulusan nas Filipinas. A sua
localização geográfica no globo terrestre é dada pelo GPS (sigla em inglês para Sistema de
Posicionamento Global) com longitude de 124° 3’ 0” a leste do Meridiano de Greenwich.
Dado: 1° equivale a 60’ e 1’ equivale a 60”.
PAVARIN, G. Galileu, fev. 2012 (adaptado)
A representação angular da localização do vulcão com relação a sua longitude da forma decimal é
a) 124,02°.
b) 124,05°.
c) 124,20°.
d) 124,30°.
e) 124,50°

3. O slogan “Se beber não dirija”, muito utilizado em campanhas publicitárias no Brasil, chama a atenção
para o grave problema da ingestão de bebida alcoólica por motoristas e suas consequências para o
trânsito. A gravidade desse problema pode ser percebida observando como o assunto é tratado pelo
Código de Trânsito Brasileiro. Em 2013, a quantidade máxima de álcool permitida no sangue do
condutor de um veículo, que já era pequena, foi reduzida, e o valor da multa para motoristas
alcoolizados foi aumentado. Em consequência dessas mudanças, observou-se queda no número de
acidentes registrados em uma suposta rodovia nos anos que se seguiram às mudanças implantadas
em 2013, conforme dados no quadro.

Suponha que a tendência de redução no número de acidentes nessa rodovia para os anos
subsequentes seja igual à redução absoluta observada de 2014 para 2015. Com base na situação
apresentada, o número de acidentes esperados nessa rodovia em 2018 foi de:
a) 150
b) 450
c) 550
d) 700
e) 800

3
Matemática

4. Diariamente, uma residência consome 20160 Wh. Essa residência possui 100 células solares
retangulares (dispositivos capazes de converter a luz solar em energia elétrica) de dimensões 6 cm x
8 cm. Cada uma das tais células produz, ao longo do dia, 24 Wh por centímetro de diagonal. O
proprietário dessa residência quer produzir, por dia, exatamente a mesma quantidade de energia que
sua casa consome.
Qual deve ser a ação desse proprietário para que ele atinja o seu objetivo?
a) Retirar 16 células.
b) Retirar 40 células.
c) Acrescentar 5 células.
d) Acrescentar 20 células.
e) Acrescentar 40 células.

5. Durante uma epidemia de uma gripe viral, o secretário de saúde de um município comprou 16 galões
de álcool em gel, com 4 litros de capacidade cada um, para distribuir igualmente em recipientes para
10 escolas públicas do município. O fornecedor dispõe à venda diversos tipos de recipientes, com suas
respectivas capacidades listadas:
I. Recipiente I: 0,125 litro;
II. Recipiente II: 0,250 litro;
III. Recipiente III: 0,320 litro;
IV. Recipiente IV: 0,500 litro;
V. Recipiente V: 0,800 litro.

O secretário de saúde comprará recipientes de um mesmo tipo, de modo a instalar 20 deles em cada
escola, abastecidos com álcool em gel na sua capacidade máxima, de forma a utilizar todo o gel dos
galões de uma só vez. Que tipo de recipiente o secretário de saúde deve comprar?
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.

6. Uma fábrica de calçados, localizada em Nova Serrana, emprega 16 operários, os quais produzem 120
pares de calçados em 8 horas de trabalho diárias. A fim de ampliar essa produção para 300 pares por
dia, a empresa mudou a jornada de trabalho para 10 horas diárias. Nesse novo contexto, o número de
operários será igual a:
a) 16.
b) 24.
c) 32.
d) 48.
e) 50.

4
Matemática

7. Uma escola lançou uma campanha para seus alunos arrecadarem, durante 30 dias, alimentos não
perecíveis para doar a uma comunidade carente da região. Vinte alunos aceitaram a tarefa e nos
primeiros 10 dias trabalharam 3 horas diárias, arrecadando 12 kg de alimentos por dia. Animados com
os resultados, 30 novos alunos somaram-se ao grupo, e passaram a trabalhar 4 horas por dia nos dias
seguintes até o término da campanha. Admitindo-se que o ritmo de coleta tenha se mantido constante,
a quantidade de alimentos arrecadados ao final do prazo estipulado seria de
a) 920 kg.
b) 800 kg.
c) 720 kg.
d) 600 kg.
e) 570 kg.

8. Uma obra será executada por 13 operários (de mesma capacidade de trabalho) trabalhando durante
11 dias com jornada de trabalho de 6 horas por dia. Decorridos 8 dias do início da obra 3 operários
adoeceram e a obra deverá ser concluída pelos operários restantes no prazo estabelecido
anteriormente. Qual deverá ser a jornada diária de trabalho dos operários restantes nos dias que
faltam para a conclusão da obra no prazo previsto?
a) 7h 42 min
b) 7h 44 min
c) 7h 46 min
d) 7h 48 min
e) 7h 50 min

9. O Sistema Métrico Decimal é o mais utilizado atualmente para medir comprimentos e distâncias. Em
algumas atividades, porém, é possível observar a utilização de diferentes unidades de medida. Um
exemplo disso pode ser observado no quadro.

Assim, um pé, em polegada, equivale a:


a) 0,1200
b) 0,3048
c) 1,0800
d) 12,0000
e) 36,0000

10. Com 16 máquinas de costura aprontaram 720 uniformes em 6 dias de trabalho. Quantas máquinas
serão necessárias para confeccionar 2.160 uniformes em 24 dias?
a) 12 máquinas
b) 15 máquinas
c) 18 máquinas
d) 20 máquinas

5
Matemática

11. Três máquinas imprimem 9.000 cartazes em uma dúzia de dias. Em quantos dias 8/3 dessas
máquinas imprimem 4/3 dos cartazes, trabalhando o mesmo número de horas por dia?
a) 4 dias.
b) 6 dias.
c) 9 dias.
d) 12 dias

12. Carol pretende preparar um enorme bolo. Sua receita, entre outros ingredientes leva 500 g de trigo,
300 g de chocolate e 150g de açúcar. Sabendo que Carol usará 2,5 kg de trigo na receita, quanto deverá
usar de chocolate e açúcar, respectivamente?
a) 1 kg e 400 g
b) 1,5 kg e 750 g
c) 1,5 kg e 800 g
d) 1,6 kg e 800 g
e) 1,6 kg e 750 g

13. Numa gráfica existem 3 impressoras off set que funcionam ininterruptamente, 10 horas por dia,
durante 4 dias, imprimindo 240 000 folhas. Tendo-se quebrado umas das impressoras e
necessitando-se imprimir, em 6 dias, 480 000 folhas, quantas horas por dia deverão funcionar
ininterruptamente as duas máquinas restantes?
a) 20
b) 8
c) 15
d) 10
e) 8

14. A bula de um antibiótico infantil, fabricado na forma de xarope, recomenda que sejam ministrados,
diariamente, no máximo 500 mg desse medicamento para cada quilograma de massa do paciente. Um
pediatra prescreveu a dosagem máxima desse antibiótico para ser ministrada diariamente a uma
criança de 20 kg pelo período de 5 dias. Esse medicamento pode ser comprado em frascos de 10 mL,
50 mL, 100 mL, 250 mL e 500 mL. Os pais dessa criança decidiram comprar a quantidade exata de
medicamento que precisará ser ministrada no tratamento, evitando a sobra de medicamento.
Dados: Considere que 1 g desse medicamento ocupe um volume de 1 cm 3.
A capacidade do frasco, em mililitro, que esses pais deverão comprar é:
a) 10
b) 50
c) 100
d) 250
e) 500

6
Matemática

Gabarito

1. B
Naquela semana, houve 450 . 100 ml de sangue. Logo,

60ml (sangue) __________ 40ml (plasma)


45000ml (sangue) _______ x (plasma)

60x = 40.45000, assim x=30000 ml de plasma.


30000
Dividindo por 250 temos = 120 bolsas e depois dividindo por 50 que é a capacidade do
250
congelador
120
temos = 2, 4 . Assim serão necessários mais de 2 congeladores, portanto 3 congeladores é a
50
resposta

2. B
Como 1° = 60 minutos, precisa-se descobrir quando vale 3 min. Assim,

1° ______ 60’
x _______ 3’

60x = 3
3
x= = 0, 05
60
Portanto, 124° + 0,05° = 124,05°

3. D
De acordo com os dados na tabela, vemos que, de 2014 até 2015, houve uma redução de 50 acidentes.
Ou seja, em 1 ano houve um decrescimento de 50. Precisamos calcular a variação referente a 4 anos, de
2014 até 2018.
Assim, podemos fazer uma regra de 3:
1 ano ________ 50
4 anos _______ x
Resolvendo a regra de três, encontramos x = 200
Ou seja, em 2018, o número de acidentes foi 900 – 200 = 700.

4. A
A cada retângulo de dimensões 6 cm x 8 cm, temos uma diagonal de 10 cm. Assim, por dia, cada célula
produz 10 . 24 = 240 Wh e 100 células produzem 100 x 240 = 24000 Wh. Desse modo, temos 3840 Wh a
mais que o consumo inicial, logo, percebemos que 3840 Wh / 240 Wh = 16. Assim, devemos retirar 16
células.

7
Matemática

5. C
Temos 16 galões, cada um contendo 4 litros de álcool em gel, assim teremos 16 x 4 = 64 litros de álcool
em gel. Como cada uma das 10 escolas receberá 20 recipientes, a capacidade de cada recipiente será
de 64/10.20 = 0,32 litros.

6. C
Operários e horas são inversamente proporcionais e operários e sapatos são diretamente proporcionais
operário horas sapatos
16 8 240
x 10 600
16 10 240
= .  x = 32
x 8 600

7. A
Analisando as grandezas: horas/dia com dia é inversa, horas/dia com impressoras é inversa e horas/dia
com folhas é direta
impres. horas/dia dias folhas
3 10 4 240000
2 x 6 480000
10 2 6 240000
=    x = 20
x 3 4 480000

8. D
Aumentando o nº de horas por dia, diminui o número de dias. Inversamente proporcional.
Aumentando o numero de horas por dia, diminui o numero de operários. Inversamente proporcional.
Chamaremos o número de horas por dia de x e inverteremos as outras frações:
6 10 11
= 
x 13 11
x = 7,8
Transformando 0,8 horas em minutos: 0,8 x 60= 48
7 horas e 48 minutos.

9. D
1 jarda → 3 pés
3 pés → 0,9144m
0,9144
1 pé = m = 0,3048m = 30, 48cm
3
Por regra de 3:
1 polegada _______ 2,54 cm
x polegadas ______ 30,48 cm
resolvendo a regra de 3, teremos:
3048
x= = 12
254

8
Matemática

10. A

16 720 6
x 2160 24
16 720 24
= .  x = 12
x 2160 6

11. B

3 9000 12
8 12000 x
12 8 9000
= . x=6
x 3 12000

12. B
As relações são diretamente proporcionais pois aumentando a proporção de trigo, aumenta de
chocolate e açúcar
trigo chocolate açúcar
500 300 150
2500 x y

500 300 500 150


= =
2500 x 2500 y
x = 1500 y=750

13. B
Pelas informações do enunciado, podemos montar a regra de 3 abaixo:
0,5 ______ 1
x _______ 20
x = 10 g/dia
Como são 5 dias temos um total de 5g de medicamento. Como o volume do medicamento é de 1 g para
cada cm3, temos um total de cm3 = 50 mL.

14. A
Alunos dias horas Alimento(kg)
20 10 3 120g
50 20 4 x

120 x
=  x = 800kg
20.10.3 50.20.4
Total arrecadado: 800 + 120 = 920 kg

9
Matemática

Ciclo trigonométrico

Resumo

Considere uma circunferência de raio = 1 e centro (0,0). Essa circunferência é chamada de ciclo
trigonométrico.

• Convencionou-se como sentido positivo dos arcos o sentido anti-horário.


• Os eixos coordenados dividem o ciclo trigonométrico em 4 quadrantes:

• Cada número real x ( 0  x  2 ) está associado a um ponto x da circunferência, que será a sua imagem.

1
Matemática

Determinação principal
Quando marcamos um arco AB no ciclo, sabemos que o arco tem origem no ponto A e a extremidade no
ponto B, mas não temos certeza da quantidade de voltas que foram dadas no ciclo para que, saindo da
origem, cheguemos ao ponto B.

Neste caso, AB = 30°. Porém, podemos dizer que AB = 30 + 360 = 390 . Ou então, que
AB = 30 − 360 = −330 . Desta forma, dizemos que o arco AB possui infinitas determinações:
( −330,30,390)
Onde 30º é a primeira determinação positiva.

Arcos côngruos
São arcos que possuem as extremidades num mesmo ponto. Para que isso ocorra, a diferença entre as suas
medidas deve ser uma quantidade inteira de voltas, ou seja, ser múltiplo de 360° ou 2π radianos.
Ex.: acima, vimos que 30º e 390º são arcos côngruos.
Podemos deduzir uma expressão geral dos arcos côngruos:
AB =  + 2k ,  em radianos.
AB =  + 360k ,  em graus.

Linhas trigonométricas no ciclo


Á partir do ciclo trigonométrico, definem-se as principais linhas trigonométricas: seno, cosseno e tangente,
da seguinte maneira:

Percebemos que o sinal do seno, cosseno e tangente de um ângulo mudam de acordo com o quadrante em
que o ângulo se encontra.

2
Matemática

1º Quadrante 2º Quadrante 3º Quadrante 4º Quadrante


Seno + + - -
Cosseno + - - +
Tangente + - + -

Observe que −1  sen  1 e −1  cos   1 e

0 e 2π 2 3π/2
sen 0 1 0 -1
cos 1 0 -1 0
tg 0 ∄ 0 ∄

Relações Trigonométricas
Analisando o ciclo, podemos deduzir algumas relações:
sen 2 + cos 2  = 1 (Relação Fundamental)
tg 2 +1 = sec2 
cotg2 +1 = cossec2

Relembrando:
sen
tg =
cos 
1
cotg =
tg
1
cossec =
sen
1
sec =
cos 

3
Matemática

Exercícios

1. Nos X-Games Brasil, em maio de 2004, os skatista brasileiro Sandro Dias, apelidado “Mineirinho”
conseguiu realizar a manobra denominada “900”, na modalidade skate vertical, tornando-se o
segundo atleta no mundo a conseguir esse feito. A denominada “900’’ refere-se ao número de graus
que o atleta gira no ar em torno de seu próprio corpo, que, no caso, corresponde a
a) uma volta completa.
b) uma volta e meia.
c) duas voltas completas.
d) duas voltas e meia.
e) cinco voltas completas.

2. A rosa dos ventos é uma figura que representa oito sentidos, que dividem o círculo em partes iguais.

Uma câmera de vigilância está fixada no teto de um shopping e sua lente pode ser direcionada
remotamente, através de um controlador, para qualquer sentido. A lente da câmera está apontada
inicialmente no sentido Oeste e o seu controlador efetua três mudanças consecutivas, a saber:

• 1ª mudança: 135° no sentido anti-horário;


• 2ª mudança: 60° no sentido horário;
• 3ª mudança: 45° no sentido anti-horário.

Após a 3ª mudança, ele é orientado a reposicionar a câmera, com a menor amplitude possível, no
sentido Noroeste (NO) devido a um movimento suspeito de um cliente.
Qual mudança de sentido o controlador deve efetuar para reposicionar a câmera?
a) 75° no sentido horário.
b) 105° no sentido anti-horário.
c) 120° no sentido anti-horário.
d) 135° no sentido anti-horário.
e) 165° no sentido horário.

4
Matemática

3. Na figura a seguir, estão representados o ciclo trigonométrico e um triângulo isósceles OAB.

Qual das expressões abaixo corresponde à área do triângulo OAB em função do ângulo ?
a) tg  sen
1
b) tg  cos 
2
c) sen  cos
1
d) tg  sen
2
e) tg  cos 

𝑠𝑒𝑛𝜃 𝑐𝑜𝑠 𝜃
4. Considerando os valores de θ, para os quais a expressão
𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝜃
+ 𝑠𝑒𝑐 𝜃 é definida, é CORRETO
afirmar que ela está sempre igual a
a) 1
b) 2

c) sen
d) cos 
e) tg

5. Considere dois ângulos agudos cujas medidas a e b, em graus, são tais que a + b = 90 e
4sen ( a ) −10sen (b ) = 0 . Nessas condições é correto concluir que
a) tg ( a ) = 1 e tg ( b ) = 1
1
b) tg ( a ) = 4 e tg ( b ) =
4
1
c) tg ( a ) = e tg ( b ) = 4
4
2 5
d) tg ( a ) = e tg ( b ) =
5 2
5 2
tg ( a ) = tg ( b ) =
e) 2e 5.

5
Matemática

6. Assinale a alternativa correta:

a) sen (1000)  0

b) sen (1000)  0

c) sen (1000) = cos (1000)

d) sen (1000) = −sen (1000)

e) sen (1000) = − cos (1000)

7. O seno de um arco de medida 2340° é igual a:

a) −1
1
b) −
2
c) 0
1
d)
2
e) 1

 16
8. Sobre os ângulos 150°, e , é correto afirmar que suas tangentes possuem valores,
3 9
respectivamente:
a) negativo, positivo, negativo.
b) positivo, positivo, negativo.
c) negativo, negativo, negativo.
d) negativo, positivo, positivo.
e) positivo, negativo, negativo.

6
Matemática

1
9. Se senx − cos x = , o valor de senx  cos x é igual a:
2

3
a) -
16

3
b) -
8

3
c)
8

3
d)
4

3
e)
2

10. No ciclo trigonométrico da figura abaixo, acrescentou-se as retas r, s, t e z.

Nestas condições, a soma das medidas dos três segmentos em destaque, AT, TP e PB, pode ser
calculado, como função de  , por
a) sec
b) cossec
c) tg + cotg
d) cossec + sec

7
Matemática

Gabarito

1. D
Como 900º = 2 . 360º + 180º, segue que o atleta girou duas voltas e meia.

2. E
Considerando NO a origem e o sentido anti-horário dos arcos positivos, tem-se que inicialmente a
posição da câmera é 45º. Desse moso, após as três mudanças, a câmera estará na posição 45º + 135º
- 60º + 45° = 165º. Em consequência, a reposta é 165º no sentiso horário.

3. C

4. A

Temos que:

Substituindo

Pela relação fundamental temos que:

Então, conluímo que:


X=1

8
Matemática

5. E
𝑠𝑒𝑛𝑏 = 𝑐𝑜𝑠𝑎 𝑒 𝑐𝑜𝑠𝑏 = 𝑠𝑒𝑛𝑎

6. A
Note que 1000º = 2 . 360° + 280º. Por conseguinte, sendo 280° um arco do quarto quadrante, vem que
sen(1000º) = sen(280º) <0;

7. C
2340º = 360º . 6 + 180º
Sem 2340º = sem 180º =
0

8. A
Pelo ciclo trigonométrico temos que os ângulos estão representados respectivamente :
𝜋
150°
3

16𝜋
9

9. C
Elevando os dois lados ao quadrado temos:

Desenvolvendo:

Logo podemos concluir, utilizando do teorema fundamental:

que

9
Matemática

10. A
Sabendo que o raio da circunferência é igual a 1 (ciclo trigonométrico) e considerando F o ponto de
interseção da reta s com o eixo u, pode-se escrever:

10
Matemática

Redução de quadrantes

Resumo

Relembrando: Círculo trigonométrico é um círculo de raio 1 e centro na origem que possui quatro quadrantes.
Em cada um dos quadrantes, temos intervalos iguais, cada um com 90° ou
 radianos (ou rad).
2
y

Ou seja:

• Primeiro quadrante: ângulos entre 0° e 90°( rad);
2

• Segundo quadrante: ângulos entre 90°(



rad) e 180° (  rad);
2

• Terceiro quadrante: ângulos entre 180° (  rad) e 270° ( 3


rad);
2
3
• Quarto quadrante: ângulos entre 270°( rad) e 360°( 2 rad).
2

1
Matemática

Vimos, também, as linhas trigonométricas no ciclo:

Ou seja, o cosseno é representado no eixo X e o seno no eixo Y. Com isso, podemos definir como serão os
sinais nos quadrantes.

Para fazer o sinal da tangente nos quadrantes é só lembrar que tangente =


seno , logo, basta comparar
cosseno
os sinais. No primeiro quadrante, ambos são positivos, então, o sinal da tangente é positivo.
Fazendo essa análise, podemos concluir que a tangente é negativa no 2° e no 4° quadrante e positiva no 1°
e 3° quadrante.

Resumindo:

2
Matemática

Redução de quadrante
A redução de quadrante se refere a reduzir um ângulo que não está no primeiro quadrante (maior que 90°) a
um ângulo que está no primeiro quadrante
• Para reduzir do 2° quadrante para o 1°: Devemos diminuir 180° do ângulo.
• Para reduzir do 3° quadrante para o 1°: Devemos diminuir o ângulo de 180°
• Para reduzir do 4° quadrante para o 1°: Devemos diminuir 360° do ângulo.

Observe o esquema abaixo:

Note que 120° está no segundo quadrante e, para reduzir ao primeiro quadrante, devemos fazer:
180 −120 = 60 .
Já para reduzir o 240° (que está no 3° quadrante), devemos fazer: 240 −180 = 60 .
Para finalizar, a redução do 300° ( que está no 4° quadrante) é feita 360 − 300 = 60 .
Com isso, podemos concluir que esses ângulos estão relacionados com o ângulo de 60°.

Agora que vimos como se reduz o quadrante, podemos calcular seno, cosseno e tangente de alguns outros
ângulo, segundo o procedimento:
1. Analisar em qual quadrante o ângulo está.
2. Ver qual é o sinal da linha trigonométrica no quadrante.
3. Reduzir o quadrante.

Exemplo
a) sen300°
O ângulo de 300° está no 4° quadrante e ,nesse quadrante, o seno é negativo, dessa forma: sen300° =
√3
−sen(360° − 300°) = −sen60° = − .
2

b) cos 2 40°
O ângulo de 240° está no 3° quadrante e, nesse quadrante, o cosseno é negativo, dessa forma: cos 2 40° =
1
− cos( 240° − 180°) = − cos 6 0° = − .
2

c) tg225°
O ângulo de 225° está no 3° quadrante e, nesse quadrante, a tangente é positiva, dessa forma: tg225° =
tg(225° − 180°) = tg45° = 1.

3
Matemática

Exercícios

3cos180°-4sen210°+2tg135°
1. O número N = pertence ao intervalo:
6sen²45°

a) −4, −3
b) −3, −2
c) −2, −1
d) −1,0

sen30°+tg225°
2. O valor da expressão 𝜋 é:
cos -sen(-60°)
2
a) 1.

1
b) 2

c) − 3

d) 3
1

e) 2

3. Considere as afirmativas abaixo:

I. tg 92 = −tg 88


II. tg128 = tg 88
III. tg 268 = tg 88
IV. tg 272 = −tg 88

Quais estão corretas?

a) Apenas I e III.
b) Apenas III e IV.
c) Apenas I, II e IV.
d) Apenas I, III e IV.
e) Apenas II, III e IV.

4
Matemática

4. No círculo trigonométrico de raio unitário indicado na figura, o arco AB mede .

Assim, PM e igual a:
a) −1 − 𝑡𝑔𝛼
b) 1 − cos 
c) 1 + cos 
d) 1 + sen
e) −1 + cotg𝛼

5. Assinale a alternativa correta:


13π 11π 7π 31π
6 cos 2 ( ) − 4 cos 2 ( ) + sen (− ) + tg 2 ( )
6 4 6 3
a) 6
b) 5
9
c)
2
d) 3
23
e)
4

2 3 5
6. O valor da expressão cos + sen + tg é:
3 2 4
√2−3
a)
2
1
b) −2
c) 0.
1
d) .
2
√3
e)
2

5
Matemática

7. O valor de ( cos165 + sen155 + cos145 − sen25 + cos35 + cos15) é:


a) √2
b) –1
c) 0
d) 1.
1
e)
2

8𝜋
𝑠𝑒𝑛 3 −𝑐𝑜𝑠 5𝜋
8. O valor da expressão 13𝜋 é:
𝑡𝑔 6
3+2√3
a)
2
3√2+2√3
b)
2
c) 3 + 2√3
d) 3√2 + 2√3
e) 3(√2 + √3)

9. Na figura, P e Q são pontos da circunferência trigonométrica de centro O e raio unitário.

sen α: ordenada do ponto P


cos α: abscissa do ponto P
sen β: ordenada do ponto Q
cos β: abscissa do ponto Q

O valor de α + β em radianos, e:
a) 2𝜋
11
b) 6
13
c) 6
25
d) 12

6
Matemática

10. O círculo a seguir tem o centro na origem do plano cartesiano xy e raio igual a 1. Nele, AP determina
um arco de 120°. As coordenadas de P são:

 1 3
a)  − , 
 2 2 
 1 2
b)  − , 
 2 2 
 3 1
c)  − , 
 2 2
 2 1
d)  − , 
 2 2
 3 1
e)  , 
 2 2

7
Matemática

Gabarito

1. C

2. D
𝑠𝑒𝑛30°+𝑡𝑔225° 𝑠𝑒𝑛30°+𝑡𝑔 45° 1/2 +1 3 2 3 √3
Calculando: 𝜋 = = =2 . = . = √3
cos −𝑠𝑒𝑛(−60°) 𝑐𝑜𝑠90°−𝑠𝑒𝑛(−60°) 0+ √3/2 √3 √3 √3
2

3. D
I. tan 92° = –tan 88°
Reduzindo o ângulo de 92° ao primeiro quadrante, temos:
180° – 92° = 88°
Os ângulos de 92° e 88° são correspondentes e possuem tangente de mesmo módulo. De acordo
com a figura, podemos constatar que o sinal das duas tangentes é diferente. Logo, a
afirmação I é verdadeira.

II. tan 178° = tan 88°


Reduzindo o ângulo de 178° ao primeiro quadrante, temos:
180° – 178° = 2°
Os ângulos de 178° e 88° não são correspondentes, logo suas tangentes são diferentes. Assim
sendo, a afirmação II é falsa.

III. tan 268° = tan 88°


Reduzindo o ângulo de 268° ao primeiro quadrante, temos:
268° – 180° = 88°
Os ângulos de 268° e 88° são correspondentes e possuem tangente de mesmo módulo. Através da
figura, vemos que é igual o sinal de suas tangentes. Logo, a afirmação III é verdadeira.

IV. tan 272° = –tan 88°


Reduzindo o ângulo de 272° ao primeiro quadrante, temos:
360° – 272° = 88°
Os ângulos de 272° e 88° são correspondentes e suas tangentes possuem o mesmo módulo. Através
da figura, vemos que é diferente o sinal de suas tangentes. Logo, a afirmação III é verdadeira.
São verdadeiras as afirmações I, III e IV. A alternativa correta é a letra d.

4. C

Sendo α um arco do 2° quadrante, a abscissa do ponto M é igual ao cosα < 0 e OC =1, logo, CM = 1 |cosα|
 CM = 1 ( cosα) = 1 + cosα. O triângulo retângulo PMC é isósceles (semelhante ao triângulo COD), logo
PM = CM =1+ cosα.

8
Matemática

5. A
Desde que sem(2𝜋+a) = sena, cos(2𝜋+a) = cosa, sem(-a) = sena, sem(𝜋+a) = -sena e tg(n . 2𝜋+a) = tg a,
com n e ℕ, temos

6. B
Substituindo os respectivos valores das razões trigonométricas temos que:

7. C
(cos165o + sen155o + cos145o – sen25 o + cos35o +cos15o) = -cos15 o + sen25o -cos35o – sen25o + cos35o
+ cos15o = 0

8. A

9. A

10. A
Calculando:

9
Português

Concordância verbal

Resumo

A concordância é o princípio pelo qual certos termos se adaptam a algumas categorias gramaticais de outros.
Em outras palavras, a concordância verbal diz respeito ao acordo do verbo em relação ao sujeito, sendo que
o primeiro deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª) com o segundo.

Regra básica
O verbo deve concordar com o sujeito em número e pessoa.
- Se o sujeito for simples no singular, o verbo ficará no singular.
Ex.: O menino foi ao parque.
- Se o sujeito for simples no plural, o verbo irá para o plural.
Ex.: Os meninos foram ao parque.

Uso do “se”
a) Partícula apassivadora:
Dentro da concordância verbal, o uso da palavra “se” é encontrado como partícula apassivadora, ou seja, faz
com que o objeto direto da frase assuma a função de sujeito numa oração na voz passiva, em que o sujeito
sofre a ação verbal. Assim, a concordância verbal deve ser feita sempre com o sujeito paciente, ou quem
recebe a ação.
Ex.: Venderam-se livros.
Vende-se carro.

b) Partícula de indeterminação do sujeito:


O uso do pronome “se” como indeterminador do sujeito exige que o verbo se mantenha na 3ª pessoa do
singular.
Ex.: Precisa-se de trabalhadores. (Alguém/Algo precisa de trabalhadores)

Número percentual
A concordância é feita com o número que indica a porcentagem, a menos que seja seguido de substantivo.
Ex.: 15% votaram a favor.
1% votou a favor.
15% da população votou a favor.
1% dos indivíduos votaram a favor.

Expressão “um dos que”


Recomenda-se que o verbo fique no plural
Ex.: João foi um dos meninos que tiraram boa nota na prova.

Nome próprio
Se houver artigo no plural, o verbo ficará no plural. Caso não haja, o verbo estará no singular, concordando
com a ideia de “país”.
Ex.: O Estados Unidos declarou guerra aos seus inimigos.
Os Estados Unidos declararam guerra aos seus inimigos.

1
Português

Pronome relativo “quem”


O verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente.
Ex.: Fui eu quem pediu a conta.
Fui eu quem pedi a conta.

Pronome relativo “que”


O verbo deve concordar com o referente do pronome.
Ex.: Essa é a planta que cresce muito rápido.
As plantas que crescem muito rápido pegam sol.

Sujeito composto anteposto ao verbo


O verbo vai para o plural, concordando com os núcleos do sujeito.
Ex.: O gato e o cachorro são animais caseiros.

Sujeito posposto ao verbo


O verbo pode ir para o plural ou concordar com o núcleo mais próximo
Ex.: Foram à praia o pai e os filhos.
Foi à praia o pai e os filhos.

Expressões “um e outro” e “nem um nem outro”


O verbo pode tanto ficar no singular como no plural.
Ex.: Um e outro sabe o que fazer.
Nem um nem outro sabem o que fazer.

Verbo “haver” com sentido de “existir”


Nesse caso, o verbo “haver” é impessoal. Dessa forma, ficará sempre no singular.
Ex.: Haverá muitas pessoas na campanha.

Verbo “fazer” indicando “tempo decorrido” ou “clima”


Nesses casos, o verbo “fazer” é impessoal. Assim, ficará sempre no singular.
Ex.: Faz anos que não nos vemos.
Faz muito calor no verão carioca.

Uso do infinitivo
A concordância verbal correta dos verbos no infinitivo ocorre por dois casos: o infinitivo pessoal sendo
flexionado e o infinitivo impessoal não. Vejamos exemplos:
a) Concordância verbal com infinitivo pessoal: Sempre haverá um sujeito na oração (mesmo que implícito).
Ex.: Isso é para nós comermos durante o filme.

b) Concordância verbal com infinitivo impessoal: Sempre que não houver um sujeito definido, verbo regido
de uma preposição ou casos no imperativo.
Ex.: Ser feliz é muito bom!

Expressões partitivas
As expressões partitivas são aquelas que indicam uma parte ou quantidade de algo, por exemplo, as
expressões: “parte de”, “uma porção de”, “o resto de”, “metade de”, entre outras. Assim, quando o sujeito de
uma frase é estabelecido por uma expressão partitiva e um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode
tanto ir para o singular quanto para o plural.

2
Português

A maior parte dos funcionários votou para a diminuição de carga horária.


A maior parte dos funcionários votaram para a diminuição de carga horária.

Expressões aproximativas
As expressões aproximativas, diferentemente das partitivas, são compostas por palavras númericas ou que
expressem determinado sentido, por exemplo: “mais de”, “menos de”, “cerca de” e similares. Nesses casos,
o verbo vai normalmente para o plural.
Mais de mil pessoas foram ao casamento.

Observação: O sujeito formado pelas expressões “mais de um” ou “mais que um”, seguidas de um
substantivo, o verbo deve permanecer no singular, por exemplo: “Mais de um sujeito correu em busca de
donativos.” Entretanto, quando essas expressões vêm repetidas ou haja sentido de reciprocidade, o verbo
deve ser empregado no plural, por exemplo: “Mais de um homem, mais de uma criança não puderam fugir a
tempo.”

Concordância do verbo “ser”


a) Concordância do verbo “ser” com o predicativo do sujeito:

• Orações iniciadas por pronomes interrogativos (“que?” e “quem?”): “Ele quis saber quem eram seus
pais biológicos.”
• Quando o sujeito for um pronome (“isto”, “isso”, “aquilo”, “tudo”) e o predicativo vier expresso por
um substantivo no plural: “Tudo na vida são verdades.” Por outro lado, não é raro aparecer o verbo
no singular, em concordância com o pronome demonstrativo ou com o indefinido, por exemplo:
“Tudo é flores no presente”. Nesse caso, o autor busca realçar um conjunto e não os elementos
que o compõem, é, portanto, um efeito estilístico.
• Quando o sujeito é uma expressão de sentido coletivo (“o resto”, “o mais”): “O resto são qualidades
sem importância.”
• Quando a oração for impessoal: “São duas horas da tarde.”

b) Quando o sujeito for nome próprio (pessoa) ou pronome pessoal, o verbo normalmente concorda com
ele, qualquer que seja o número do predicativo: “Todo eu era olhos e coração.”

c) Quando o sujeito é formado por uma expressão numérica em sua totalidade, o verbo fica no singular:
“Vinte reais? Não será demais?”

3
Português

Exercícios

1. Observe a concordância verbal:


1. Algum de vós conseguirei a bolsa de estudo?
2. Sei que pelo menos um terço dos jogadores estavam dentro do campo naquela hora.
3. Os Estados Unidos são um país muito rico.
4. No relógio do Largo da Matriz bateu cinco horas: era o sinal esperado.
a) Somente a frase 1 está errada.
b) Somente a frase 2 está errada.
c) As frases 2 e 3 estão erradas.
d) As frases 1 e 4 estão erradas.
e) As frases 2 e 4 estão certas.

2. Já ___ anos, ____ neste local árvores e flores. Hoje, só ____ ervas daninhas.

a) fazem; havia; existem


b) fazem; havia; existe
c) fazem; haviam; existem
d) faz; havia; existem
e) faz; havia; existe

3. Cientistas americanos apresentaram ontem resultados preliminares de uma vacina contra o fumo. O
medicamento impede que a nicotina - componente do tabaco que causa dependência - chegue ao
cérebro. Em ratos vacinados, até 64% da nicotina injetada deixou de atingir o sistema nervoso central.
O Globo,18/12/99

Com relação à concordância verbal no último período do texto, é correto afirmar que

a) o verbo teria de ficar no plural concordando com o número percentual, que é núcleo do sujeito e
está no plural.
b) é admissível a concordância no singular, porque o substantivo que especifica o número está no
singular.
c) a concordância só é admitida no singular, haja vista “nicotina” ser o núcleo do sujeito.
d) a concordância no singular está errada, uma vez que o sujeito é “Em ratos vacinados”.
e) o verbo fica necessariamente no plural, independente da flexão do substantivo que o especifique,
se o sujeito é um número percentual acima de 1%.

4
Português

4. No que se refere à concordância verbal, observe as frases abaixo.


I. Espera-se muitas novidades no campo da informática educacional este ano.
II. Em todos os países, faz-se muitas promessas aos fabricantes de mídias digitais.
III. Choveram reclamações sobre o novo celular disponibilizado nas lojas do ramo.
IV. Houveram-se muito bem os expositores da Feira de Tecnologia do Anhembi.

Assinale a opção correta:

a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão de acordo com a norma culta.


b) Apenas as afirmativas II, III e IV estão de acordo com a norma culta.
c) Apenas as afirmativas I, III e IV estão de acordo com a norma culta.
d) Apenas as afirmativas I e II estão de acordo com a norma culta.
e) Apenas as afirmativas III e IV estão de acordo com a norma culta.

5. Em “Há, nesse contexto, dois tipos de ignorância (...).”, a concordância verbal, de acordo com a
variedade padrão da língua, é feita na 3ª pessoa do singular. Em que opção isso também deve ocorrer?
a) Cresce, no mundo, os casos de rejeição à leitura e consequente valorização de outros meios.
b) Nas escolas, assiste-se a mudanças no que diz respeito ao prazer de pensar a partir da
experiência da linguagem.
c) Devia existir mais programas de incentivo à leitura, uma vez que ela ensina a desenvolver
raciocínios.
d) Do lado de fora da sala, ouvia-se os gritos dos alunos, extasiados com a história lida pela
professora.
e) Já é comum, na vida cotidiana, os meios tecnológicos de comunicação.

6. A concordância verbal está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em:

a) O peão e o agricultor, por motivo de força maior, plantará o milho aqui.


b) Falta setenta dias para começar a colheita do café nas encostas.
c) O engenheiro ou arquiteto visitará o loteamento amanhã.
d) São uma hora e quarenta e nove minutos precisamente.
e) Vende-se terras extensas naquelas regiões longínquas.

7. Em relação à norma culta da língua portuguesa, a concordância verbal está incorreta em:
a) Fui eu que pagou a conta.
b) A maioria dos congressistas aprovaram o projeto.
c) Alagoas impressiona pela beleza de suas praias.
d) Tu e teus primos conduzireis a cerimônia.
e) Havia muitas garotas na festa.

5
Português

8. Assinale a opção em que a concordância do verbo ser justifica-se pela mesma regra observada em:
“Tudo são flores e ilusões”.
a) Dez anos velejando sempre será muito tempo de viagem.
b) O que aconteceu de importante na viagem foram os desafios.
c) O navio já atracou, o mais seriam especulações sem sentido.
d) Eram quase vinte horas quando os tripulantes desembarcaram.
e) Durante uma perigosa travessia, todo ele é olhos e ouvidos.

9. De acordo com a norma culta padrão de concordância verbal, está correta a frase da opção.
a) Deve existir outras formas de se conquistar um grande amor.
b) Aqui, precisam-se de vendedoras.
c) Vende-se casas de veraneio em Fortaleza.
d) Cada um de nós derramamos o café no vestido de Laura.
e) Os Estados Unidos ainda são uma nação poderosa.

10. Assinale a alternativa que apresenta uma oração correta quanto à concordância.
a) Sobre os palestrantes tem chovido elogios.
b) Só um ou outro menino usavam sapatos.
c) Mais de um ator criticaram o espetáculo.
d) Vossa Excelência agistes com moderação.
e) Mais de um deles se entreolharam com espanto.

6
Português

Gabarito

1. D
“Quais de vós”, “quantos de nós”, “alguns de nós”, etc. admitem o verbo no plural e no singular. Assim,
o verbo concorda com o pronome indefinido ou interrogativo, ficando na 3ª pessoa do plural ou
concorda com o pronome pessoal. Porém, se o pronome estiver no singular, o verbo ficará na 3ª pessoa
do singular. Na indicação de horas o verbo bater concorda com o número de horas, que normalmente é
o sujeito. O verbo bater pode ter outra palavra como sujeito, com a qual deve concordar.

2. D
O verbo “fazer” e “haver”, quando fazem referência a tempo, são impessoais. Portanto, não são
flexionados de acordo com a pessoa. Já existir é pessoal e concorda, normalmente, com o sujeito.

3. B
Ao retomarmos o último período do texto, nos deparamos com a seguinte estrutura “até 64% da nicotina
injetada deixou de atingir o sistema nervoso central”. O sujeito é, portanto, composto pelo termo “até
64% da nicotina injetada”. Assim, é possível estabelecer a concordância verbal tanto com o percentual
64% e, portanto, com o verbo no plural, quanto com o substantivo que especifica o número, isto é,
“nicotina” e, portanto, com o verbo no singular.

4. E
As afirmativas [I] e [III] deveriam ser, respectivamente: “Esperam-se muitas novidades no campo da
informática educacional este ano”; “Em todos os países, fazem-se muitas promessas aos fabricantes
de mídias digitais”.

5. B
A partícula “se” é um índice de indeterminação do sujeito. Assim, o sujeito é indeterminado, ou seja,
deve-se utilizar o verbo na terceira pessoa do singular. As demais alternativas estão incorretas, pois: a
concordância verbal deveria ser feita na terceira pessoa do plural, pois o sujeito é plural; a concordância
verbal deveria ser feita na terceira pessoa do plural, pois o sujeito é plural (“mais programas de incentivo
à leitura”); a concordância verbal deveria ser feita na terceira pessoa do plural, “se” é partícula
apassivadora e, assim, a frase pode ser lida como “Gritos dos alunos são ouvidos”, portanto, “gritos dos
alunos” é sujeito; a concordância verbal deveria ser feita na terceira pessoa do plural, pois o sujeito é
plural (“os meios tecnológicos de comunicação”).

6. C
O sujeito do verbo “plantar” é plural: “o peão e o agricultor”. Dessa forma, a oração deveria ser: “O peão
e o agricultor, por motivo de força maior, plantarão o milho aqui”; O sujeito do verbo “faltar” é “setenta
dias”, que está no plural, portanto, a oração deveria ser: “Faltam setenta dias para começar a colheita
do café”; O sujeito do verbo “ser” é “uma hora e quarenta e nove minutos”, portanto, a oração deveria
ser: “É uma hora e quarenta e nove minutos precisamente”. O verbo “vender” está na sua forma passiva.
Passando-se para ativa tem-se: Terras extensas são vendidas. Dessa forma, “terras extensas” é sujeito
do verbo “vender” e este deve então ser conjugado no plural: Vendem-se terras extensas naquelas
regiões longínquas.

7. A
Tendo em vista que a frase faz referência a um “eu” e, portanto, está na primeira pessoa, os verbos
deveriam estar em concordância com a primeira pessoa. Assim, a forma “fui” está correta, mas “pagou”
quebra a concordância, pois está conjugado na terceira pessoa. Para manter a concordância seria
necessário produzir o período “Fui eu que paguei a conta”.

8. B
Quando o verbo “ser” está acompanhado por expressões flexionadas no singular e no plural, a segunda
opção tende a ser escolhida. Por esse motivo, no período destacado, o verbo “ser” está conjugado no

7
Português

plural, apesar de o sujeito “tudo” se apresentar no singular. A mesma situação ocorre em “o que
aconteceu de importante na viagem foram os desafios”, em que a concordância se dá no plural, mesmo
que o sujeito esteja no singular.

9. E
Os demais verbos deveriam estar nas seguintes formas verbais, respectivamente: “devem”, “precisa-se”,
“vendem-se”, “derrama”.

10. E
As demais alternativas estão incorretas, pois as formas verbais deveriam ser, respectivamente, “têm”,
“usava”, “criticou”, “agiu”.

8
Português

Regência verbal

Resumo

Conceito
A regência é a relação de dependência entre os verbos e seus complementos. Podendo acontecer direta (sem
preposição) ou indiretamente (com preposição). Em outras palavras, o fundamental consiste em observar se
o verbo pede preposição e qual preposição deve ser utilizada.

A regência é estabelecida, principalmente, pelos elementos:

• Conectivos: preposições;
• Pronomes relativos;
• Transitividade do verbo.

Exemplo: O menino comeu a maçã.


Na oração acima, o verbo “comeu” é transitivo e exige complemento, veja: comeu o quê? A maçã.
Logo, “comeu” é transitivo direto e “a maçã” é objeto direto.

Polissemia
Polissemia é um conceito da área da linguística com origem no termo grego polysemos, que significa "algo
que tem muitos significados". Dessa forma, dentro da estrutura sintática, um verbo pode levar à mudança
de significado e apresentar diversas formas de acordo com a sua regência. Vejamos os principais verbos e
suas colocações:

a) Aspirar
Aspirava o perfume das flores- Sentido de inalar (verbo transitivo direto).
Aspirava ao cargo de professor- Sentido de almejar (verbo transitivo indireto)

b) Assistir
Os médicos assistiram os acidentados naquele dia.- Sentido de ajudar, prestar assistência (Verbo transitivo
direto)
Não pude assistir ao filme “Titanic” porque a sessão estava esgotada. - Sentido de ver, presenciar (verbo
transitivo indireto)

c) Implicar
Infrações de trânsito implicam sérias multas. - Sentido de acarretar (Verbo transitivo direto)
Aquele senhor implicava sempre com os garotos da vizinhança. - Sentido de indispor-se com alguém ou
algo (Verbo transitivo indireto)

d) Precisar
Era difícil precisar a hora em que o ocorreu o roubo. – Sentido de indicar com exatidão (Verbo transitivo
direto)
Precisava de muito dinheiro para pagar a conta. - Sentido de necessitar (Verbo transitivo indireto)

1
Português

e) Visar
Não foi possível visar todas as páginas daquele contrato. - Sentido de dar visto (Verbo transitivo direto)
Sempre visou a um cargo político. - Sentido de pretender (verbo transitivo indireto)

Paralelismo, preposição antes do relativo


Já entendemos o conceito geral de regência verbal e os principais casos de polissemia de verbos.
Seguiremos esta aula, então, aprofundando a temática principal e suas particularidades como o paralelismo
sintático e a preposição antes do pronome relativo “que”.
Um texto necessita de parágrafos organizados com uma devida progressão temática, assim também com
elementos coesivos para uma boa estruturação, dessa forma, alguns mecanismos da gramática são
desenvolvidos para garantir esta coerência, tal como o paralelismo regencial.

Paralelismo
Entende-se que paralelismo tem, por significação semelhança, correspondência entre duas coisas ou entre
ideias e opiniões. Assim, sua definição na sintaxe acontece quando as construções de frases e orações são
semelhantes, sendo feitas, dentro da regência, por verbos que se assemelham.
Veja o exemplo abaixo:

• Vi e gostei do filme.

Na frase acima, há a presença de dois verbos (“Ver” - transitivo direto; “Gostar” - transitivo indireto) que
possuem transitividades diferentes, desse modo, verbos com regências diferentes não podem possuir o
mesmo complemento, quando em comum. A frase, então, ficaria certa deste modo:

• Vi o filme e gostei dele.

Preposição antes do pronome relativo


Até aqui, vimos que a regência exige adequar as conexões entre os termos que se ligam ao verbo a ele mesmo.
Aprofundaremos, agora, a utilização da preposição antes do pronome relativo, dentro da regência verbal.
Primeiramente, um pronome relativo é uma classe de pronomes que substituem um termo da oração anterior
e estabelecem relação entre duas orações.
Os pronomes podem ser variáveis e invariáveis e são os seguintes:

2
Português

É importante lembrar que a preposição deve estar presente em frases complexas, se exigida pelo verbo,
diante dos pronomes relativos, que são aqueles que relacionam uma oração a outra. Vejamos um exemplo:
• As moças as quais você saiu ontem ligaram agora.

Deve-se atentar à transitividade do verbo sair que, apesar de ser intransitivo, possui um complemento
nominal (as moças), dessa forma, quem sai, sai com alguém ou algo. Mostrando a utilização incorreta da
preposição. Se a frase quer dizer que “Você saiu com as moças ontem; as moças ligaram agora”, a forma
certa ficaria:

• As moças com as quais você saiu ontem ligaram agora.

Agora não ficou difícil entender essa parte da gramática, certo? Para fixar o conteúdo apresentado em aula,
resolveremos as questões abaixo.

3
Português

Exercícios

1. Assinale a alternativa incorreta quanto à regência verbal:


a) Ele custará muito para me entender.
b) Hei de querer-lhe como se fosse minha filha.
c) Em todos os recantos do sítio, as crianças sentem-se felizes, porque aspiram o ar puro.
d) O presidente assiste em Brasília há quatro anos.
e) Chamei-lhe sábio, pois sempre soube decifrar os enigmas da vida.

2. Assinale o erro de regência verbal.


a) Ele assistia com carinho os enfermos daquele hospital.
b) Não quero assistir esse espetáculo.
c) Carlos sempre assistiu em Belo Horizonte.
d) Não deixe de assistir àquele jogo.

3. Assinale a alternativa gramaticalmente correta:


a) Não tenho dúvidas que ele vencerá.
b) O escravo ama e obedece a seu senhor.
c) Prefiro estudar de que trabalhar.
d) O livro que te referes é célebre.
e) Se lhe disseram que não o respeito, enganaram-no.

4. Assinale a alternativa que contém as respostas corretas.


I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma família.
II. Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a aceitar qualquer ajuda do sogro.
III. Desde criança sempre aspirava a uma posição de destaque, embora fosse tão humilde.
IV. Aspirando o perfume das centenas de flores que enfeitavam a sala, desmaiou.

a) II, III, IV
b) I, II, III
c) I, III, IV
d) I, III
e) I, II

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Português

5. Complete as frases abaixo com as formas corretas dos verbos indicados entre parênteses.
a) Quando eu _________________ os livros, nunca mais os emprestarei. (reaver)
b) Os alienados sempre ______________ neutros. (manter-se)
c) As provas que _____________ mais erros seriam comentadas. (conter)
d) Quando ele _________________ uma canção de paz, poderá descansar. (compor)

6. Assinale as alternativas corretas:


I. Está correto o uso do pronome relativo na frase “A equipe cujo o desempenho foi superior
receberá premiação em dinheiro”.
II. “A desigualdade social é um mal que acomete o Brasil”. Está correto o emprego do pronome
relativo que.
III. Os pronomes relativos representam nomes já mencionados anteriormente, relacionando-se com
eles. Também têm como função introduzir orações subordinadas adjetivas.
IV. O pronome relativo que deve ser evitado. Sempre que possível, a substituição deve ser feita pelos
seguintes pronomes: o qual, a qual, os quais, as quais.
V. Os pronomes relativos são: o qual (a qual, os quais, as quais), cujo (cuja, cujos, cujas), que, quem,
quanto (quanta, quantos, quantas), onde, como, quando.

a) I, III e V.
b) II, III e V.
c) I e IV.
d) IV e V.
e) Todas as alternativas estão corretas.

7. TRECHO A
Pronomes relativos são palavras que representam nomes já referidos, com os quais estão
relacionados. Daí denominarem-se relativos.
[....]
Onde, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a em que: A casa onde moro (= em
que) foi de meu avô.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 20. ed. São Paulo: Nacional, 1979, p. 116-117

Assinale a alternativa em que o uso do pronome em destaque possa ser exemplo da definição de
PRONOME RELATIVO proposta por Cegalla no trecho A.
a) Quero saber onde você guardou as lâminas.
b) Meu lema é: só amo quem me ama.
c) Todos sabem que ele não é feliz com a esposa há muitos anos.
d) Minha mãe me disse que aonde eu vou ninguém mais pode ir.
e) A mulher cuja lembrança me dói nem sabe que existo.

5
Português

8. Sobre o pronome relativo, é correto afirmar apenas:


a) É representado pelos pronomes nos, vos, se, quando esses expressarem a ideia de um ao
outro, reciprocidade. Exemplo: Nós nos abraçamos longamente.
b) Fazem referência às três pessoas do discurso e indicam a ideia de posse de algo. Exemplo: Essa
letra é minha!
c) Indicam a posição dos seres em relação às três pessoas do discurso. Essa localização pode ser
no tempo, no espaço ou no discurso. Exemplo: Estou usando este livro para estudar.
d) Referem-se, normalmente, a um termo anterior chamado antecedente. Exemplo: Eu sou a
funcionária que chega por último na empresa.
e) Aplicam-se à 3ª pessoa quando têm sentido vago ou exprimem quantidade indeterminada.
Exemplo: Alguém me disse que você estava triste.
.

9. Em cada um dos períodos abaixo, há um espaço a ser preenchido. Conforme o sentido da frase,
preencha o espaço exclusivamente com um dos seguintes pronomes: que ou cujo ou cuja para
assinalar a alternativa correta.
Chegou cedo. Aproximou-se da escrivaninha ___ havia feito alusão durante o encontro com Bentinha.
Laurita participa da reunião. Seu interlocutor é pessoa ___ ela desconfia, por isso não se põe a gosto.
O jovem doutor depositou calmamente o instrumento ____ trabalhara durante a breve cirurgia.
a) a que - de que – com que
b) em que – cuja – de que
c) a que – em que – cujo
d) em que – de que – com que
e) cujo – de que – com que

10. Para a questão a seguir, leia os trechos abaixo:


TRECHO A
Pronomes relativos são palavras que representam nomes já referidos, com os quais estão
relacionados. Daí denominarem-se relativos.
[....]
Onde, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a em que: A casa onde moro (= em
que) foi de meu avô.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 20. ed. São Paulo: Nacional, 1979, p. 116-117

TRECHO B
[....] Onde exprime estabilidade; o lugar em que [....] Aonde indica movimento, lugar a que [....]
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática normativa da língua portuguesa 21. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980, p.
301.

Assinale a alternativa em que o pronome ONDE esteja em consonância com as prescrições dos dois
gramáticos:
a) Não sei o setor aonde devo levar a guia de inscrição do vestibular da PUC/Minas.
b) No início do século, houve um desenvolvimento maior do Sudeste, aonde tudo que se plantava
era exportado.

6
Português

c) As mulheres estão cada vez mais modernas, onde eu acho que está a razão para o grande número
de separações.
d) Agindo dessa forma, sem medir as consequências, logo João verá o lugar onde vai chegar – é o
que tenho dito a ele com frequência.
e) A convocação da seleção é onde eu não concordo com o Zagallo, pois ele é muito autoritário, não
aceita opinião.

7
Português

Gabarito

1. A
O verbo, quando no sentido de difícil, custoso, necessita da preposição sobre o sujeito, no caso sendo
“ele”.

2. B
Asissitir, quando no sentido de ver, observar, é verbo transitivo indireto, necessitando de preposição.

3. E
Necessita de preposição antes do pronome relativo. B. necessita de preposição antes do senhor por ser
um verbo transitivo indireto. C. a preposição correta seria “do” ou “à”. D. usar o pronome oblíquo, nesse
caso, traz ao pensamento de que o livro faz referência à pessoa e não que a pessoa se referiu ao livro.

4. A
Visar, no sentido de almejar, deve ter uma preposição por ser verbo transitivo indireto.

5.
a) reouver
b) mantêm / mantiveram
c) contivessem
d) compuser

6. B
I. Embora comum, é errado usar artigos definidos depois do pronome. A equipe cujo o resultado foi o
melhor terá financiamento. (Uso inadequado). IV. Não há problema em utilizar o pronome
relativo que, também conhecido como pronome relativo universal, embora ele possa ser substituído,
para evitar repetição, por outros, como o qual, a qual, os quais, as quais.

7. E
A palavra onde quando exerce função de pronome relativo deve ser empregada apenas para conferir
ideia de lugar fixo, caso contrário, deve-se utilizar outros pronomes relativos, tais quais cujo
(os/a/as), em que, no qual etc.

8. D
a) nos: pronome oblíquo reflexivo recíproco. b) minha: pronome possessivo. c) este: pronome
demonstrativo. e) alguém: pronome indeterminado.

9. A
Chegou cedo. Aproximou-se da escrivaninha a que havia feito alusão durante o encontro com Bentinha.
Laurita participa da reunião. Seu interlocutor é pessoa de que ela desconfia, por isso não se põe a gosto.
O jovem doutor depositou calmamente o instrumento com que trabalhara durante a breve cirurgia.
Há a necessidade de analisar a regência do verbo, assim como sua necessidade de complementos para
que possa ser adicionado o pronome de maneira correta.

10. A
O advérbio aonde transmite a ideia de lugar para o qual se vai, ou seja, destino ou movimento. Deve-se
observar se o verbo com o qual ele se relaciona exige a preposição “a”. Caso haja a necessidade da
preposição, ela deve ser agregada à palavra onde para formar o vocábulo aonde.

8
Química

Diluição de soluções, mistura de soluções e titulação

Resumo

Comumente, em nosso dia-a-dia, realizamos a diluição de soluções, isto é,


acrescentamos a elas um pouco de solvente, geralmente água, a solutos, que
podem ser sucos concentrado, inseticidas, tintas...entre outros. Concluindo:
Diluir uma solução significa adicionar a ela uma porção do próprio solvente
puro.
Numa diluição a massa do soluto não se altera, apenas o volume do solvente.
Partindo disso temos a concentração da solução inicial expressa por:
Ci = mi / Vi → mi = Ci . Vi

E a concentração da solução após a diluição como:


Cf = mi/ Vf → mi = Cf . Vf

Como as massas são iguais antes e depois da diluição chegamos a expressão que:

Ci . Vi = Cf . Vf
Essa fórmula nos mostra que, quando o volume aumenta (de V i para Vf), a concentração diminui (de Ci para
Cf) na mesma proporção, ou seja: o volume e a concentração de uma solução são inversamente
proporcionais.
Exemplo: Para uma solução de 200 ml de NaCl na concentração 0,4 mol/L, qual o volume de água final para
que a concentração caia a metade?
Cf = 0,4/2 = 0,2 mol/L
Ci.Vi = CfVf
0,4.200 = 0,2 . Vf
Vf = 400 mL de água

Misturas de soluções de uma mesmo soluto


Vamos imaginar duas soluções (A e B) de cloreto de sódio (NaCl), como ilustrado abaixo. Na solução final (A
+ B), a massa do soluto é igual à soma das massas dos solutos em A e B.

Portanto: m = 7 + 8 ⇒ m = 15 g de NaCl

1
Química
O volume da solução também é igual à soma dos volumes das soluções A e B. Portanto: V = 100 + 200 ⇒ V
= 300 mL de solução Com esses valores e lembrando a definição de concentração, obtemos, para a solução
final (A + B):
300 mL de solução ---------- 15 g de NaCl C = m = 15 g = 50 g/L
1.000 mL de solução -------- C OU V 0,3 L
Cfinal = 50 g/L
Obs: É interessante notar que a concentração final (50 g/L) terá sempre um valor compreendido entre as
concentrações iniciais (70 g/L > 50 g/L > 40 g/L).
Podemos generalizar esse tipo de problema, da seguinte maneira:
• massa do soluto na solução A: ma = Ca.Va
• massa do soluto na solução B: mb = Cb.Vb
• massa do soluto na solução final: m = CV

Como as massas dos solutos se somam (m = ma + mb ), temos:


𝐂𝐀 𝐕𝐀 + 𝐂𝟖 𝐕𝟖
𝐂=
𝐕𝐀 + 𝐕𝟖
Exemplo:
200 mL de uma solução a 0,2 mol.L de KBr é misturada a 100mL de uma solução de mesmo soluto com
-1

concentração igual a 0,4 mol.L . Qual a concentração da mistura obtida?


-1

Solução 1
V = 200 mL
M = 0,2 mol.L-1
Solução 2
V = 100 mL
M = 0,4 mol.L-1
Solução final
Vf = V1 + V2
Vf = 200 + 100
Vf = 300 mL
M1 . V1 + M2 . V2 = Mf . Vf
0,2 . 200 + 0,4 . 100 = Mf . 300
Mf = 0,27 mol.L-1 de KBr.

Mistura de duas soluções de solutos diferentes que não reagem entre si


Supondo que tenhamos soluções A e B, a primeira, uma solução de NaCl, e a
segunda, de KCl. O volume da solução final (A + B) será: V = V A + VB. Nela
reaparecerão inalterados os solutos NaCl e KCl, pois eles não reagem entre si e
como os solutos não reagem, cada soluto vai ser tratado de forma independente,
logo, podemos aplicar as fórmulas da diluição nesse tipo de mistura.
para o NaCl: VA . CA = V.C’A ⇒ 100 . 70 = 300 . C’A ⇒ C’A ≈ 23,3 g/L
para o KCl: VB . CB = V.C’B ⇒ 200 . 40 = 300 . C’B ⇒ C’B ≈ 26,6 g/L

2
Química
Exemplo:

Frasco 1:
n= 0,1 mol de NaCl
V = 200 mL
Frasco 2:
M = 0,2 mol de CaCl2
V = 300 mL
Qual a concentração final dos íons Na+, Ca+2 e Cl- após misturarmos os conteúdos dos frascos 1 e 2.
Frasco 1: NaCl
NaCl → Na+ + Cl-
1mol 1mol 1mol
0,1mol 0,1mol 0,1mol
Temos então no frasco 1:
0,1 mol de Na+ e 0,1 mol de Cl-
Frasco 2: CaCl2
CaCl2 → Ca+2 + 2Cl-
1mol 1mol 2mol
0,2mol 0,2mol 0,4mol
Temos então no frasco 2:
0,2 mol de Ca+2 e 0,4 mol de Cl-
No frasco final, após a mistura de 1 e 2:
Vfinal = 200mL + 300mL = 500mL = 0,5L
Concentração final:
Para Na+
n = 0,1 mol
V = 0,5L
M = n / V(L) → M = 0,1 / 0,5 → M = 0,2 mol.L-1 de Na+
Para Ca+2
n = 0,2 mol
V = 0,5L
M = n / V(L) → M = 0,2 / 0,5 → M = 0,4 mol.L-1 de Ca+2

Para Cl- (íon comum as duas soluções misturadas)


n1 + n2 = nf → 0,1 + 0,4 = 0,5 mol
V = 0,5L
M = n / V(L) → M = 0,5 / 0,5 → M = 1 mol.L-1 de Cl-

3
Química

Mistura de soluções com reação química


Os casos mais comuns ocorrem quando juntamos um ácido uma base, ou um oxidante e um redutor; ou
soluções de dois sais que reagem entre si.
Quando há reação química, podem ocorrer duas situações:
1ª. Os dois solutos estão em quantidades exatas para reagir (proporção estequiométrica);
2ª. Caso contrário, sobrará um excesso do primeiro ou do segundo soluto. A seguir exemplificamos esses
dois casos.
1º exemplo:
Quando os solutos estão em proporção estequiométrica:
Juntando-se 300mL de HCl 0,4 molar com 200mL de NaOH 0,6 molar, pergunta-se quais serão as molaridades
da solução FINAL com respeito:
a) ao ácido;
b) à base;
c) ao sal formado.
Resolução: Neste exemplo, fala-se de uma mistura de uma solução de HCl com outra, de NaOH. Esses dois
solutos reagem de acordo com a equação:
HCl + NaOH→NaCl + H2O

Pode haver excesso de HCl ou de NaOH, o que somente poderemos determinar por meio do cálculo
estequiométrico. O cálculo estequiométrico fica mais fácil se for efetuado com o auxílio das quantidades de
mols dos reagentes e dos produtos da reação. Ora, a quantidade de mols (n) de cada soluto pode ser calculada
de duas maneiras:
1ª) n = m , em que: m é a massa (gramas), e M.M , a massa molar (g/mol)
M.M

2ª) n = M.V ,em que :M é a molaridade da solução(mol/L),e V ,o seu volume (L).

Como na questão foi dada a molaridade das soluções, calculamos da seguinte forma:
Para o ácido: n = M.V → n = 0,4 mol/L * 0,3 L → n = 0,12 mol de HCl
Para a base: n = M.V → n = 0,6 mol/L * 0,2 L → n = 0,12 mol de NaOH

Como podemos observar as proporções ácido-base da reação (1:1) tendo 0,12 mol de cada chegamos a
conclusão que todo o ácido e toda a base reagiram por completo sem excessos. E se a base e o ácido
reagiram por completo, eles se transforam todo no sal (NaCl) suas concentrações finais são iguais a zero.
Quanto ao sal, podemos dizer que:
Já que a proporção da reação é de 1:1:1, formam-se 0,12mol desse sal, dissolvido em água, na solução final,
cujo volume é: 300 mL + 200 mL = 500 mL. Portanto, a molaridade do NaCl será:

2º exemplo:
Quando os solutos não estão em proporção estequiométrica:
Juntando-se 300mL de HCl 0,4 molar com 200mL de NaOH 0,8 molar, pergunta-se quais serão as molaridades
da solução FINAL com respeito:
a) ao ácido;
b) à base;
c) ao sal formado.

4
Química
Resolução: Seguindo o mesmo raciocínio que fizemos para resolver o exemplo anterior, calculamos as
quantidades, em mols, dos solutos iniciais:
Para o ácido: n = M.V → n = 0,4 mol/L * 0,3 L → n = 0,12 mol de HCl
Para a base: n = M.V → n = 0,8 mol/L * 0,2 L → n = 0,16 mol de NaOH

Perceba que a proporção de numero de mol dessa vez não está de 1:1, temos um excesso de base. Todo o
ácido irá ser consumido, porém 0,4 mol da base irão sobrar no fim da reação (0,16 NaOH - 0,12 HCl = 0,4
NaOH).
Molaridade (base):
𝑛 0,4
M= →M= = 0,08 mol/L de NaOH
𝑉 05
Molaridade (sal):
𝑛 0,12
M= →M= = 0,24 mol/L de NaCl
𝑉 05

Titulação
Quando se precisa saber a concentração em mol/L de alguma solução, costuma-se usar uma técnica
de análise volumétrica chamada titulação, ou, titulação ácido-base. Esse método é feito colocando-se para
reagir uma solução a qual se sabe a concentração, que é denominada de titulante, com a solução a qual não
se sabe a concentração, que é denominada de titulado. Uma dessas soluções é uma base, enquanto a outra
é um ácido, logo elas reagem formando sal e água. O pH costuma ficar neutro ou próximo disso, o que equivale
a um pH igual a 7. É preciso saber equacionar esse tipo de reação para os cálculos usados na titulação,
conforme será mostrado mais adiante.
Com a adição de um indicador ácido-base(fenoftaleína, azul de bromotimol, alaranjado de metila...), observa-
se quando a reação se completa, atingindo o ponto de viragem. É possível saber quando isso ocorre e parar
a reação, porque a cor da solução sofre uma mudança brusca na presença de um indicador ácido-base, em
virtude da variada do pH. No entanto, embora o ponto de equivalência indique o término da titulação, nem
sempre os volumes das soluções que são utilizadas resultam em uma solução final neutra, com pH igual a 7.
Veja o passo a passo de como costuma ser feita uma titulação ácido-base em laboratório:
• Com o auxílio de uma pipeta, transfere-se um volume conhecido do titulado para um erlenmeyer.
• Adicionam-se poucas gotas de algum indicador ácido-base, como a fenolftaleína, ao titulado;
• Completa-se o volume de uma bureta com a solução titulante.
• Inicia-se a reação abrindo vagarosamente a torneira da bureta para que, gota a gota, o titulante caia sobre
o titulado. Enquanto uma das mãos permanece sobre a torneira (para que, se for preciso, ela seja fechada
imediatamente), a outra mão fica agitando o erlenmeyer para que a reação ocorra em toda a extensão
da solução que está sendo titulada.
• Quando a cor do titulado muda bruscamente, fecha-se a torneira da bureta, pois a reação se completou.
• Por exemplo, se o indicador usado foi a fenolftaleína e o titulado era inicialmente uma solução de ácido
clorídrico (HCl), a solução com o indicador estava incolor. Mas, no ponto de viragem, a solução passa
para a cor rosa.
Agora, basta ler o volume de titulante que foi necessário para neutralizar o titulado, equacionar a reação que
ocorreu e, com os outros dados em mãos, fazer as contas para descobrir a concentração do titulado.

5
Química

Esquema de uma titulação

Exemplo: 20 mL de uma solução de NaOH de concentração desconhecida foi titulada com uma solução de
HCl de concentração igual a 0,5 mol/L. Sabendo que 40 mL de ácido foi necessária para que a titulação seja
completa, qual a concentração da solução básica?
Xácido . Mácido . Vácido = Xbase . Mbase . Vbase
1 . 40 mL . 0,5 mol/L = 1 . Mbase . 20 mL
Mbase = 1 mol/L de base

6
Química

Exercícios

1. O álcool comercial (solução de etanol) é vendido na concentração de 96%, em volume. Entretanto,


para que possa ser utilizado como desinfetante, deve-se usar uma solução alcoólica na concentração
de 70%, em volume. Suponha que um hospital recebeu como doação um lote de 1000 litros litros de
álcool comercial a 96%, em volume, e pretende trocá-lo por um lote de álcool desinfetante. Para que
a quantidade total de etanol seja a mesma nos dois lotes, o volume de álcool a 70% fornecido na troca
deve ser mais próximo de
a) 1042 L
b) 1371 L
c) 1425 L
d) 1632 L
e) 1700 L

2. Em uma aula prática de química, o professor forneceu a um grupo de alunos 100 mL de uma solução
aquosa de hidróxido de sódio de concentração 1,25 mol  L−1. Em seguida solicitou que os alunos
realizassem um procedimento de diluição e transformassem essa solução inicial em uma solução final
de concentração 0,05 mol  L−1. Para obtenção da concentração final nessa diluição, o volume de água
destilada que deve ser adicionado é de

a) 2.400 mL

b) 2.000 mL

c) 1.200 mL

d) 700 mL

e)
200 mL

3. O estudo da concentração de soluções aquosas faz-se necessário em muitos ramos da indústria


química onde há necessidade de quantidades exatas de componentes químicos reacionais. Entre os
ramos da indústria química que utilizam conhecimentos de concentrações podem ser citados o de
tratamento de água e efluentes e a indústria cosmética. Um volume de 50,00 mL de uma solução de
MgC 2 a 2,0 mol L é diluído até 1 litro de volume final. Sabendo que soluções diluídas de MgC 2 são
totalmente solúveis e dissociáveis (α = 1), podemos afirmar que a concentração, em mol L, de íons
cloreto na nova solução após a diluição será de:

a) 0,1

b) 0,2

c) 1,0

d) 2,0

e) 4,0

7
Química

4. Analisando quantitativamente um sistema formado por soluções aquosas de cloreto de sódio, sulfato
de sódio e fosfato de sódio, constatou-se a existência de: 0,525 mol/L de íons Na +, 0,02 mol/L de íons
SO42 – e 0,125 mol/L de íons Cl–. Baseado nos dados pode-se concluir que a concentração de PO43 – no
sistema é:
a) 0,525 mol/L
b) 0,12 mol/L
c) 0,36 mol/L
d) 0,24 mol/L
e) 0,04 mol/L

5. Para limpeza de superfícies como concreto, tijolo, dentre outras, geralmente é utilizado um produto
com nome comercial de “ácido muriático”. A substância ativa desse produto é o ácido clorídrico (HC ),
um ácido inorgânico forte, corrosivo e tóxico. O volume de HC em mililitros, que deve ser utilizado
para preparar 50,0 mL de HC 3 mol L, a partir da solução concentrada com densidade de
1,18 g cm3 e 37% (m m) é, aproximadamente:

a) 150 mL

b) 12,5 mL

c) 125 mL

d) 8,7 mL

e) 87 mL

6. Instrução: Responder à questão com base no esquema a seguir, que representa um conjunto de
soluções de sulfato de cobre. As soluções foram obtidas, sempre diluindo-se com água,
sucessivamente, 5 mL da solução anterior para se obter 10 mL da nova solução.

Diminuindo-se a concentração da solução I em dez vezes, por diluição, a solução resultante terá
concentração intermediária às soluções da(s) alternativa(s):
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) IV e V.
e) V e VI.

8
Química

7. 150 mL de ácido clorídrico de molaridade desconhecida são misturados a 350 mL de ácido clorídrico
2M, dando uma solução 2,9M. Qual é a molaridade do ácido inicial?
a) 5 mol/L
b) 0,5 mol/L
c) 2,5 mol/L
d) 25 mol/L
e) 35 mol/L

8. No preparo de 2 L de uma solução de ácido sulfúrico foram gastos 19,6 g do referido ácido. Calcule a
concentração molar obtida pela evaporação dessa solução até que o volume final seja de 800 mL.
a) 2,5 mol/L
b) 0,25 mol/L
c) 25 mol/L
d) 225 mol/L
e) 0,35 mol/L

9. Um dos parâmetros de controle de qualidade de polpas de frutas destinadas ao consumo como bebida
é a acidez total expressa em ácido cítrico, que corresponde à massa dessa substância em 100 gramas
de polpa de fruta. O ácido cítrico é uma molécula orgânica que apresenta três hidrogênios ionizáveis
(ácido triprótico) e massa molar 192 g mol-1. O quadro indica o valor mínimo desse parâmetro de
qualidade para polpas comerciais de algumas frutas.
Valor mínimo da acidez total
Polpa de fruta
expressa em ácido cítrico (g 100 g)
Acerola 0,8
Caju 0,3
Cupuaçu 1,5
Graviola 0,6
Maracujá 2,5
A acidez total expressa em ácido cítrico de uma amostra comercial de polpa de fruta foi determinada.
No procedimento, adicionou-se água destilada a 2,2 g da amostra e, após a solubilização do ácido
cítrico, o sólido remanescente foi filtrado. A solução obtida foi titulada com solução de hidróxido de
sódio 0,01 mol L-1, em que se consumiram 24 mL da solução básica (titulante).
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução normativa n. 1, de 7 de janeiro de 2000. Disponível em:
www.agricultura.gov.br. Acesso em: 9 mai. 2019 (adaptado).

Entre as listadas, a amostra analisada pode ser de qual polpa de fruta?


a) Apenas caju.
b) Apenas maracujá.
c) Caju ou graviola.
d) Acerola ou cupuaçu.
e) Cupuaçu ou graviola.

9
Química

10. Na figura, a curva B foi obtida pela adição gradativa de 20 mL de hidróxido de sódio 0,01 mol L–1 a uma
solução de ácido clorídrico 0,01 mol L–1. A curva A apresenta um procedimento idêntico, porém usando
outra solução.

A solução, com concentração em mol L–1, correspondente ao ácido adicionado na curva A é


a) H2S 0,01
b) HC 0,01
c) HBr 0,01
d) HNO3 0,005
e) CH3COOH 0,05

11. Soluções aquosas de ácido clorídrico, HCℓ (aq), e de ácido acético, H3 CCOOH (aq), ambas de
concentração 0,10 mol/L, apresentam valores de pH iguais a 1,0 e 2,9 respectivamente. Em
experimentos separados, volumes iguais de cada uma dessas soluções foram titulados com uma
solução aquosa de hidróxido de sódio, NaOH (aq), de concentração adequada. Nessas titulações, a
solução de NaOH foi adicionada lentamente ao recipiente contendo a solução ácida, até reação
completa. Sejam V1 o volume da solução de NaOH para reação completa com a solução de HCl e V2
o volume da solução de NaOH para reação completa com a solução de H3 CCOOH. A relação entre V1 e
V2 é

V1 = 10−3,9 V2
a)
V1 = (1,0 2,9 ) V2
b)

c) V1 = V2

d)
V1 = 2,9 V2

V1 = 101,9 V2
e)

10
Química

12. Na neutralização de 30 mL de uma solução de soda cáustica (hidróxido de sódio comercial), foram
gastos 20 mL de uma solução 0,5 mol/L de ácido sulfúrico, até a mudança de coloração de um indicador
ácido-base adequado para a faixa de pH do ponto de viragem desse processo. Desse modo, é correto
afirmar que as concentrações molares da amostra de soda cáustica e do sal formado nessa reação de
neutralização são, respectivamente,
a) 0,01 mol/L e 0,20 mol/L.
b) 0,01 mol/L e 0,02 mol/L.
c) 0,02 mol/L e 0,02 mol/L.
d) 0,66 mol/L e 0,20 mol/L.
e) 0,66 mol/L e 0,02 mol/L.

13. Uma indústria compra soda cáustica com teor de pureza de 80% em NaOH. Antes de mandar o material
para o estoque, chama o Técnico em Química para verificar se a informação procede. No laboratório,
ele dissolve 1g do material em água, obtendo 10 mL de solução. Utilizando um indicador apropriado,
realiza uma titulação, gastando 20 mL de HCl, a 0,5 mol/L;
Dados: Massas Molares (g / mol) : NaOH = 40 e HC = 36,5
Reação: NaOH + HC → NaC + H2O
Sobre o resultado da titulação, é correto afirmar que a informação
a) não procede, pois o grau de pureza é de 40%.
b) não procede, pois o grau de pureza é de 60%.
c) procede, pois o grau de pureza é de 80%.
d) procede, pois o teor de impurezas é de 80%.
e) procede, pois o teor de impurezas é de 40%.

11
Química

Gabarito

1. B
Na diluição, teremos :
τ  V = τ'  V'
0,96  1000 L = 0,70  V '
V ' = 1371,4285 L  1371 L

2. A
Diluição :
[NaOH]inicial  Vinicial = [NaOH]final  Vfinal
[NaOH]inicial  Vinicial = [NaOH]final  (Vágua + Vinicial )

1,25 mol  L−1  100 mL = 0,05 mol  L−1  (Vágua + 100 mL)

1,25 mol  L−1  100 mL


(Vágua + 100 mL) =
0,05 mol  L−1
Vágua = 2.500 mL − 100 mL
Vágua = 2.400 mL

3. B
[MgC 2] = 2,0 mol L
Vincial (solução de MgC 2)
= 50,00 mL
Vfinal = 1L = 1000 mL
[MgC 2 ]inicial  Vinicial = [MgC 2 ]final  Vfinal
2,0 mol / L  50,00 mL = [MgC 2 ]final  1000 mL
2,0 mol L  50,00 mL
[MgC 2 ]final =
1000 mL
[MgC 2 ]final = 0,1mol L
Mg2+ −
α=100%
MgC 2 ⎯⎯⎯⎯⎯ → + 2C
0,1mol L 0,1mol L 2  0,1mol L

[C ] = 2  0,1mol L

[C ] = 0,2 mol L

4. B
NaCl → Na+ + Cl-
1 : 1 : 1
0,125M : 0,125M

Na2SO4 → 2 Na+ + SO42-


1 : 2 : 1
0,04M : 0,02M

Na3PO4 → 3 Na+ + PO43


1 : 3 : 1
0,36 M : 0,12M

12
Química
5. B
Μ  MM = τ  d  1000
Μ  36,5 = 0,37  1,18  1000
Μ = 11,96 mol  L−1

Μ1  V1 = Μ2  V2
11,96  V1 = 3  50
V1 = 12,54 mL

6. D
A solução I possui volume de 10 mL e concentração C, ao diluir a solução I dez vezes, a concentração da
solução final ficará 10 vezes menor (C/10 ou 0,1 C).
Fazendo diluições sucessivas da solução I que possui volume de 10 mL e concentração C teremos:
Solução II: 5 mL da solução I + 5 mL de água = 10 mL solução II → com isso o volume dobrou e a
concentração ficará reduzida à metade, ou seja, C/2.
Sucessivamente, teremos nas soluções subsquentes:
Solução III: C/4, Solução IV: C/8, Solução V: C/16, Solução VI: C/32
Desta forma, ao diluirmos a solução I dez vezes, teremos uma conentração resultante (C/10) entre as
concentrações das soluções IV (C/8)e C(C/16).

7. A
M1V1 + M2V2 = M3V3
150M1 + 350x2 = 500x2,9
M1=5mol/L

8. B

9. C
Mácido cítrico = 192 g  mol−1
m (amostra comercial) = 2,2 g

NaOH = 0,01 mol  L−1 (reage com o ácido cítrico presente na polpa)
V = 24 mL = 24  10−3 L (volume da solução básica; titulante)

nNaOH
NaOH =
V
nNaOH = NaOH  V
nNaOH = 0,01mol  L−1  24  10 −3 L
nNaOH = 2,4  10 −4 mol
1 molécula de ácido cítrico (que reage com NaOH) tem 3 hidrogênios ionizáveis (trióptico), logo reage
com os 3 mol desta base (3 mol de H+ : 3 mol de NaOH).

13
Química

nácido cítrico 2,4  10−4 mol NaOH

1mol  2,4  10 −4 mol


nácido cítrico =
3 mol
nácido cítrico = 8  10−5 mol
mácido cítrico
nácido cítrico =
Mácido cítrico
mácido cítrico
8  10−5 mol =  mácido cítrico = 8  10 −5 mol  192 g  mol−1
−1
192 g  mol
mácido cítrico = 1,536  10−2 g (massa de ácido encontrada em 2,2 g de polpa)

Cálculo para 100 g de polpa:


1,536  10−2 g 2,2 g de polpa
m 100 g de polpa
−2
1,536  10 g  100 g de polpa
m=
2,2 g de polpa
m = 0,698 g
Valores acima de 0,698 (g 100 g) devem ser descartados.
Maracujá: 2,5 (g 100 g)  0,698 (g 100 g) descartado.
Cupuaçu: 1,5 (g 100 g)  0,698 (g 100 g) descartado.
Acerola: 0,8 (g 100 g)  0,698 (g 100 g) descartado.
Restam: caju (0,3 (g 100 g)) e graviola (0,6 (g 100 g)).

10. D
A curva A irá gastar um volume maior de ácido, que indica que ele estará mais diluído que o ácido usado
na primeira titulação, porém, deverá ser ainda, um ácido forte, caso contrário, o volume necessário para
a neutralização completa deveria ser muito maior que o ilustrado pelo gráfico. Assim, o ácido nítrico
(HNO3) 0,005M é o único que satisfaz as duas condições necessárias.

11. C
[HC ] = [CH3 COOH] = 0,10 mol / L
VHC = VCH3COOH = V
1 HC + 1 NaOH → 1 H2O + 1 NaC
nHC = nNaOH
[HC ]  V = [NaOH]  V1
0,10  V = [NaOH]  V1 (I)
1 CH3 COOH + 1 NaOH → 1 H2O + 1 CH3 COONa
nCH3COOH = nNaOH
[CH3 COOH]  V = [NaOH]  V2
0,10  V = [NaOH]  V2 (II)
Comparando (I) e (II), vem :
[NaOH]  V1 = [NaOH]  V2
V1 = V2

14
Química
12. D
(H2SO4 ; 0,5 mol / L)
0,5 mol 1000 mL
nH2SO4 20 mL
nH2SO4 = 0,01 mol

Vsolução de NaOH = 30 mL = 30  10 −3 L

Vtotal = 20 + 30 = 50 mL = 50  10 −3 L
H2SO4 + 2NaOH → Na2SO 4 + 2H2O
1 mol 2 mol 1 mol
0,01 mol 0,02mol 0,01 mol
0,02mol
[NaOH] = = 0,67 mol / L
30  10 −3 L
0,01 mol
[Na2SO4 ] = = 0,20 mol / L
50  10 −3 L

13. A
Utilizando um indicador apropriado, é realizada uma titulação com gasto de 20 mL de HC , a 0,5 mol / L.
Então:
1.000 mL 0,5 mol (HC )
20 mL nHC
nHC = 0,01 mol
NaOH + HC → NaC + H2O
1 mol 1 mol
0,01 mol 0,01 mol
0,01 mol (NaOH) = 0,01 40 g = 0,4 g
1g 100 %
0,4 g p
p = 40 % (grau de pureza)

15
Química

Propriedades coligativas: pressão de vapor, pressão osmótica,


ponto de ebulição e ponto de congelamento

Resumo

Quando adicionamos soluto não volátil a um solvente, o sistema resultante passa a ter um conjunto
específico de propriedades diferentes das do composto puro inicial, as quais chamamos de propriedades
coligativas.

Mas o que são solutos não voláteis (SNV)?

Volatilidade é uma propriedade física de líquidos que pode ser definida como a capacidade de ele virar vapor.
É perceptível para nós que a acetona e o álcool etílico viram vapor com facilidade muito maior que a da água,
por isso dizemos que são mais voláteis.
Sendo assim, SNVs são aqueles que não viram vapor ou gás com facilidade, à temperatura ambiente. Os
sais e as bases cujos cátions são metais (hidróxidos metálicos), por exemplo, são solutos não voláteis.
É muito importante saber que, quanto maior for o número de espécies dissolvidas no sistema, mais intensa
será a forma como essas propriedades irão ocorrer.

Obs: espécie é um termo genérico para designar todo e qualquer tipo de substância ou partícula presente na
natureza, bem como nas diversas reações que nela ocorrem. Por exemplo, um recipiente com NaCl dissolvido
em água não possui uma só espécie dissolvida, embora possua apenas um composto químico dissolvido.
Na verdade, este sistema possui duas espécies dissolvidas: um Na + e um Cl-.
Veja:

NaCl(aq) ⟶ Na+(aq) + Cl−


(aq)
1 composto 1 espécie 1 espécie

Antes de estudarmos cada propriedade coligativa, é importante sabermos distinguir dois tipos de solução:

a) Solução iônica: obtemos ao dissolvermos um composto iônico no solvente. Assim, as partículas


presentes serão íons. Exemplos: NaCl, Ca(OH)2, NH4Cl, etc.
b) Solução molecular: obtemos ao dissolvermos um composto molecular/covalente no solvente. Assim,
as partículas presentes serão moléculas. Exemplos: C 6H12O6, C2H22O11, etc.

A diferença de comportamento de cada um desses tipos de soluto influi nos efeitos coligativos, uma vez que
compostos iônicos se dissociam no solvente, gerando mais espécies dissolvidas do que os compostos
moleculares, que não se dissociam.
Tomemos como exemplos o NaCl e a C12H22O11:

NaCl(s) ⟶ Na+(aq) + Cl− (aq) C12 H22 O11(s) ⟶ C12 H22 O11(aq)
1 mol 1 mol 1 mol

Total de 2 mol

1
Química

Dessa forma, no caso ilustrado, as propriedades coligativas na solução de cloreto de sódio serão mais
intensas do que na solução de sacarose.

Obs: Os ácidos, embora sejam compostos moleculares e não sofram dissociação iônica, eles sofrem
ionização em meio aquoso. Ou seja, o composto não é iônico, mas em água ele gera íons.

+
H2 SO4(aq) ⇌ 2 H(aq) + SO2−
4(aq)

A propriedades coligativas
Tonoscopia (Pv)
É a propriedade coligativa que estuda a DIMINUIÇÃO da pressão máxima de vapor de um solvente, quando
se adiciona soluto não volátil (SNV).
A pressão de vapor é aquela que o vapor de um solvente exerce sobre o meio onde está inserido. Se temos
uma panela tampada com água, mesmo à temperatura ambiente (digamos 30°C), parte da água líquida
vaporiza, por ser volátil. Esse vapor d’água, ao atingir um nível de saturação para aquele meio, condensa-se,
formando água líquida novamente, que vaporiza, e depois condensa, sucessivamente, gerando um sistema
em equilíbrio. Dessa forma, chega-se a um ponto em que a quantidade de água condensada e vaporizada
permanecem constantes. Nesse ponto, a agitação das moléculas de água vaporizadas no recipiente exerce
a chamada pressão máxima de vapor ali dentro (pelo número de moléculas em forma de vapor ser o maior
possível, já que o sistema já se encontra equilibrado).
Quando adicionamos SNV a esse sistema, no entanto, as partículas do tal soluto, dissolvidas, interagem
entre si e com as moléculas do solvente (água) com uma força de atração (explicada pela polaridade das
substâncias) que dificulta o desprendimento de moléculas deste último da fase líquida para a fase de vapor.
Com isso, o número de moléculas de água vaporizadas no recipiente é menor, e, portanto, exerce menor
pressão naquele meio, mesmo quando alcança uma situação de equilíbrio entre as fases.
Neste caso, então, dizemos que a pressão máxima de vapor (Pv) da água pura é maior que a de uma solução
de NaCl. Mas e uma solução de sacarose (C12H22O11) em relação à de NaCl (quantidades iguais dos solutos)?
Bem, neste caso, como a solução de NaCl possui maior número de espécies dissolvidas, a Pv será menor
que a da solução de C12H22O11.

Importante à beça:

a) Cada líquido possui um valor próprio de pressão de vapor, que pode variar somente com a alteração da
temperatura.
b) Quanto mais volátil for um líquido, maior será sua pressão máxima de vapor. Se os líquidos A e B estão
dentro de recipientes separados sob a mesma temperatura, e o B é mais volátil que o A, então ele libera
mais moléculas de vapor para o recipiente do que o A. Sendo assim, a pressão exercida por suas
moléculas vaporizadas será maior que a exercida pelas moléculas vaporizadas do A.

2
Química

Osmometria (Po)
Estuda o AUMENTO da pressão osmótica das soluções, ao adicionarmos SNV.
• Tipos de solução quanto à concentração de soluto:

Quanto mais soluto há em uma solução, mais concentrada ela é. Quanto menos soluto, mais diluída é a
solução. Ao compararmos duas soluções, surgem algumas classificações importantes para entendermos a
osmometria. São elas:
• Solução hipotônica: É a solução menos concentrada, ou seja, a que tem menos soluto por quantidade
de solvente, como sugere o prefixo “hipo”.
• Solução hipertônica: É a solução mais concentrada, ou seja, a que tem mais soluto por quantidade de
solvente, como sugere o prefixo “hiper”.
• Soluções isotônicas: São soluções que possuem concentrações iguais, ou seja, tem a mesma
quantidade de soluto pela mesma quantidade de solvente.

Se temos um recipiente dividido por uma membrana semipermeável (através da qual o solvente pode
atravessar, mas o soluto não), e os dois lados da solução possuem concentrações diferentes, o solvente
tende a se difundir para o lado HIPERTÔNICO, a fim de igualar as concentrações dos dois lados. A esse
processo damos o nome de osmose.

3
Química

A pressão osmótica é aquela que exercemos artificialmente para impedir a passagem natural de solvente do
meio hipotônico para o meio hipertônico. Se o acréscimo de soluto a um dos lados da membrana
semipermeável aumenta a tendência de o solvente se difundir para o meio hipotônico, então a pressão
osmótica que precisamos aplicar para impedir essa passagem também aumenta. Ou seja, quanto mais SNV,
maior é a Po da solução.

É bom saber:

A osmose reversa é um método usado para transformar água salobra em água potável; para dessalinizar
água de mar. Consiste na aplicação de pressão superior à pressão osmótica da água do mar, para
impulsionar o solvente (água pura) a passar para a solução mais diluída, sem levar junto os sais que havia
no conteúdo. Por ser contra o caminho natural da osmose, esse processo é caro e, portanto, difícil de ser
utilizado por países mais pobres, que geralmente são os que mais sofrem com a falta de água potável.

Ebulioscopia (Pe)
Estuda o AUMENTO do ponto de ebulição de um sistema aquoso ao acrescentarmos SNV.
O ponto de ebulição é a temperatura em que a pressão de vapor de um líquido se iguala à pressão do
ambiente em que está, fazendo com que a vaporização do mesmo ocorra de forma mais rápida e turbulenta.
Sendo assim, a temperatura de ebulição de uma substância varia sob diferentes valores de pressão
atmosférica: quanto menor for a pressão externa ao líquido, menor será sua temperatura de ebulição. A água,
por exemplo, ferve a menos de 100°C em altitudes mais elevadas.
Como vimos na tonoscopia, ao adicionarmos SNV a certa quantidade de água, suas partículas dissolvidas
interagem quimicamente com as moléculas de água, atrapalhando a vaporização dela. Com isso, além de a
Pv diminuir, o ponto de ebulição desse solvente aumenta. E quanto maior for a quantidade de soluto
adicionado e dissolvido, maior ficará o ponto de ebulição da solução.
Exemplo: Quando adicionamos 1 mol de NaCl em 1L de água, a solução final contém 2 mol de espécies
dissolvidas, segundo a proporção analisada na reação de dissolução acima. Mas se acrescentarmos a
mesma quantidade (1 mol) de MgCl2 a 1L de água, a solução final conterá 3 mol de espécies dissolvidas.

NaCl(s) ⟶ Na+(aq) + Cl−


(aq) MgCl2 (s) ⟶ Mg 2+ (aq) + 2 Cl− (aq)
1 mol 1 mol + 1 mol = 2 mol 1 mol 1 mol + 2 mol = 3 mol

Importante à beça: Cada composto químico possui seu próprio valor de temperatura de ebulição.

É bom saber:

Quando cozinhamos algo na panela de pressão, o tempo de cozimento é menor do que quando usamos a
panela normal, e quem explica isso é a ebulioscopia. Como a pressão dentro da panela é superior à pressão
atmosférica normal, o ponto de ebulição da água aumenta e, assim, a água líquida que está em contato com
o alimento alcança temperaturas mais elevadas, acelerando a velocidade de cozimento (OBS: como
aprendemos em cinética química, a temperatura é um dos fatores que intervêm na velocidade das reações).
Crioscopia (Pc)

4
Química

Estuda a DIMINUIÇÃO do ponto de congelamento das soluções, ao adicionarmos SNV.


O ponto de congelamento é a temperatura em que um líquido passa para a fase sólida, ou seja, o ponto em
que as moléculas do líquido interagem entre si de maneira mais intensa, aproximando-se e assumindo uma
forma menos “espalhada” que a líquida, uma forma cristalizada.
Quando adicionamos SNV à água, por exemplo, seu ponto de congelamento se torna inferior a 0°C (o normal
à pressão de 1 atm). Isso ocorre porque as partículas dissolvidas de soluto se interpõem entre as moléculas
do solvente, dificultando a interação – aproximação – entre elas. Assim, faz-se necessária uma temperatura
mais baixa para que a água se cristalize.

É bom saber:

Algumas pessoas, para resfriarem mais rapidamente garrafas de bebida mantidas em recipientes com gelo,
jogam sal de cozinha no recipiente. Dessa forma, a temperatura de congelamento daquele gelo abaixa,
levando ao seu derretimento. Com isso, expõem as áreas mais internas (mais frias) do gelo ao contato com
as garrafas, resfriando-as.

Resumindo:

Ao adicionarmos solutos não voláteis a um solvente,


• Sua pressão de vapor diminui;
• Sua pressão osmótica aumenta;
• Seu ponto de ebulição aumenta;
• Seu ponto de congelamento diminui.

PSIUUUU!!

MACETE

P/ V O C Ê

V → pressão de vapor
O → pressão osmótica
C → ponto de congelamento
E → ponto de ebulição

5
Química

Exercícios

1. Em regiões desérticas, a obtenção de água potável não pode depender apenas da precipitação. Nesse
sentido, portanto, sistemas para dessalinização da água do mar têm sido uma solução. Alguns desses
sistemas consistem basicamente de duas câmaras (uma contendo água doce e outra contendo água
salgada) separadas por uma membrana semipermeável. Aplicando-se pressão na câmara com água
salgada, a água pura é forçada a passar através da membrana para a câmara contendo água doce.
O processo descrito para a purificação da água é denominado
a) filtração.
b) adsorção.
c) destilação.
d) troca iônica.
e) osmose reversa.

2. Ebulioscopia é a propriedade coligativa, relacionada ao aumento da temperatura de ebulição de um


líquido, quando se acrescenta a ele um soluto não volátil.
Considere as três soluções aquosas a seguir:
𝑚𝑜𝑙
Solução 𝐴 = 𝑁𝑎𝐶ℓ 0,1 
𝐿
𝑚𝑜𝑙
Solução 𝐵 = 𝑠𝑎𝑐𝑎𝑟𝑜𝑠𝑒 0,1 
𝐿
𝑚𝑜𝑙
Solução 𝐶 = 𝐶𝑎𝐶ℓ2  0,1 
𝐿

As soluções foram colocadas em ordem crescente de temperatura de ebulição em


a) C, A, B.
b) B, A, C.
c) A, B, C.
d) C, B, A.
e) B, C, A.

3. A concentração de cloreto de sódio no soro fisiológico é 0,15 mol L. Esse soro apresenta a mesma
pressão osmótica que uma solução aquosa 0,15 mol L de

a) sacarose,
C12H22O11

b) sulfato de sódio, Na2SO4


c) sulfato de alumínio, A 2 (SO4 )3

d) glicose, C6H12O6
e) cloreto de potássio, KC

6
Química

4. Bebidas podem ser refrigeradas de modo mais rápido utilizando-se caixas de isopor contendo gelo e
um pouco de sal grosso comercial. Nesse processo ocorre o derretimento do gelo com consequente
formação de líquido e resfriamento das bebidas. Uma interpretação equivocada, baseada no senso
comum, relaciona esse efeito à grande capacidade do sal grosso de remover calor do gelo.
Do ponto de vista científico, o resfriamento rápido ocorre em razão da
a) variação da solubilidade do sal.
b) alteração da polaridade da água.
c) elevação da densidade do líquido.
d) modificação da viscosidade do líquido.
e) diminuição da temperatura de fusão do líquido.

5. O etilenoglicol é uma substância muito solúvel em água, largamente utilizado como aditivo em
radiadores de motores de automóveis, tanto em países frios como em países quentes.
Considerando a função principal de um radiador, pode-se inferir corretamente que

a) a solidificação de uma solução aquosa de etilenoglicol deve começar a uma temperatura mais
elevada que a da água pura e sua ebulição, a uma temperatura mais baixa que a da água pura.
b) a solidificação de uma solução aquosa de etilenoglicol deve começar a uma temperatura mais
baixa que a da água pura e sua ebulição, a uma temperatura mais elevada que a da água pura.
c) tanto a solidificação de uma solução aquosa de etilenoglicol quanto a sua ebulição devem
começar em temperaturas mais baixas que as da água pura.
d) tanto a solidificação de uma solução aquosa de etilenoglicol quanto a sua ebulição devem
começar em temperaturas mais altas que as da água pura.
e) a solidificação e a ebulição de uma solução aquosa de etilenoglicol devem começar às mesmas
temperaturas que as da água.

6. Alguns tipos de dessalinizadores usam o processo de osmose reversa para obtenção de água potável
a partir da água salgada. Nesse método, utiliza-se um recipiente contendo dois compartimentos
separados por uma membrana semipermeável: em um deles coloca-se água salgada e no outro
recolhe-se a água potável. A aplicação de pressão mecânica no sistema faz a água fluir de um
compartimento para o outro. O movimento das moléculas de água através da membrana é controlado
pela pressão osmótica e pela pressão mecânica aplicada.

Para que ocorra esse processo é necessário que as resultantes das pressões osmótica e mecânica
apresentem
a) mesmo sentido e mesma intensidade.
b) sentidos opostos e mesma intensidade.
c) sentidos opostos e maior intensidade da pressão osmótica.
d) mesmo sentido e maior intensidade da pressão osmótica.
e) sentidos opostos e maior intensidade da pressão mecânica.

7
Química

7. Em um laboratório, são preparadas três soluções A, B e C, contendo todas elas a mesma quantidade
de um único solvente e cada uma delas, diferentes quantidades de um único soluto não volátil.
Considerando que as quantidades de soluto, totalmente dissolvidas no solvente, em A, B e C, sejam
crescentes, a partir do gráfico abaixo, que mostra a variação da pressão de vapor para cada uma das
soluções em função da temperatura, é correto afirmar que, a uma dada temperatura “T”,

a) a solução C corresponde à curva I, pois quanto maior a quantidade de soluto não volátil dissolvido
em um solvente, menor é a pressão de vapor dessa solução.
b) solução A corresponde à curva III, pois quanto menor a quantidade de soluto não volátil dissolvido
em um solvente, maior é a pressão de vapor dessa solução.
c) as soluções A, B e C correspondem respectivamente às curvas III, II e I, pois quanto maior a
quantidade de um soluto não volátil dissolvido em um solvente, maior a pressão de vapor da
solução.
d) as soluções A, B e C correspondem respectivamente às curvas I, II e III, pois quanto menor a
quantidade de um soluto não volátil dissolvido em um solvente, maior a pressão de vapor da
solução.
e) a solução B é a mais volátil, que é representada pela curva II.

8. A adição de um soluto à água altera a temperatura de ebulição desse solvente. Para quantificar essa
variação em função da concentração e da natureza do soluto, foram feitos experimentos, cujos
resultados são apresentados abaixo. Analisando a tabela, observa-se que a variação de temperatura
de ebulição é função da concentração de moléculas ou íons de soluto dispersos na solução.

Volume Quantidade de Temperatura


de matéria de de
Soluto
água soluto ebulição
(L) (mol) (°C)
1 - - 100,00
1 𝑁𝑎𝐶ℓ 0,5 100,50
1 𝑁𝑎𝐶ℓ 1,0 101,00
1 sacarose 0,5 100,25
1 𝐶𝑎𝐶ℓ2 0,5 100,75

Dois novos experimentos foram realizados, adicionando-se 1,0 mol de Na2SO4 a 1 L de água
(experimento A) e 1,0 mol de glicose a 0,5 L de água (experimento B). Considere que os resultados

8
Química

desses novos experimentos tenham sido consistentes com os experimentos descritos na tabela.
Assim sendo, as temperaturas de ebulição da água, em °C, nas soluções dos experimentos A e B,
foram, respectivamente, de
a) 100,25 e 100,25.
b) 100,75 e 100,25.
c) 100,75 e 100,50.
d) 101,50 e 101,00.
e) 101,50 e 100,50.

9. O Mar Morto corresponde a uma grande extensão de águas localizadas entre Israel e a Jordânia e
apresenta alto teor salino, em torno de 300𝑔 de sal por litro de água, inviabilizando a vida marinha.
Essa característica é responsável pelo fato de suas propriedades serem distintas daquelas
pertencentes à água pura, como, por exemplo,
a) maior pressão de vapor.
b) menor pressão osmótica.
c) maior temperatura de fusão.
d) menor condutibilidade elétrica.
e) maior temperatura de ebulição.

10. Quando se compara a água do mar com a água destilada, pode-se afirmar que a primeira, em relação
à segunda, tem menor __________, mas maior __________.
a) densidade – ponto de ebulição
b) condutividade elétrica – densidade
c) pressão de vapor – condutividade elétrica
d) concentração de íons – ponto de ebulição
e) ponto de congelação – facilidade de vaporização do solvente

9
Química

Gabarito

1. E
O processo descrito para a purificação da água é denominado osmose reversa na qual o solvente
atravessa a membrana semipermeável (impermeável ao soluto e permeável ao solvente), ou seja, migra
do meio mais concentrado para o meio menos concentrado de maneira não espontânea.

2. B
Quanto maior o número de partículas, maior o efeito coligativo, ou seja, maior a temperatura de ebulição.
𝑚𝑜𝑙
𝐴 = 𝑁𝑎𝐶ℓ 0,1 
𝐿
0,1 𝑁𝑎𝐶ℓ → ⏟0,1 𝑁𝑎 + + 0,1 𝐶ℓ−
0,2 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠
𝑚𝑜𝑙
𝐵 = 𝑠𝑎𝑐𝑎𝑟𝑜𝑠𝑒 0,1 
𝐿
(𝐶12 𝐻22 𝑂11 )0,1 → 0,1 𝐶12 𝐻22 𝑂11

0,1 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠
𝑚𝑜𝑙
𝐶 = 𝐶𝑎𝐶ℓ2  0,1 
𝐿
0,1 𝐶𝑎𝐶ℓ2 → ⏟ 0,1 𝐶𝑎2+ + 0,2 𝐶ℓ−
0,3 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠
0,1 𝑚𝑜𝑙 < 0,2 𝑚𝑜𝑙 < 0,3 𝑚𝑜𝑙
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑠ã𝑜: 𝑇. 𝐸𝐵 < 𝑇. 𝐸𝐴 < 𝑇. 𝐸𝐶 .

3. E
→ 1Na+ + 1C −
1L
1NaC ⎯⎯⎯
1mol (1mol + 1mol = 2 mol )
0,15 mol ( 0,15 mol + 0,15 mol = 0,30 mol)
ou
→ 0,15 mol Na+ + 0,15 mol C −
1L
0,15 mol NaC ⎯⎯⎯
0,30 mol
Para uma solução apresentar a mesma pressão osmótica do soro fisiológico, ela deverá ter a mesma
quantidade de partículas (íons, moléculas, etc.) por litro, ou seja, 0,30 mol.
( C12H22O11 )0,15 mol 1L
⎯⎯⎯
→ 0,15 mol C12H22O11
0,15 mol

→ 2  0,15 mol Na + + 0,15 mol SO 24−


1L
0,15 mol Na2SO 4 ⎯⎯⎯
0,45 mol
3+
+ 3  0,15 mol SO 24−
1L
0,15 mol A 2 (SO 4 )3 ⎯⎯⎯
→ 2  0,15 mol A
0,75 mol

( C6H12O6 )0,15 mol 1L


⎯⎯⎯
→ 0,15 mol C6H12O6
0,15 mol

→ 0,15 mol K + + 0,15 mol C −


1L
0,15 mol KC ⎯⎯⎯  Resposta
0,30 mol

4. E

10
Química

Do ponto de vista científico, o resfriamento rápido ocorre em razão da diminuição da temperatura de


fusão ou solidificação do líquido (efeito crioscópico), pois a temperatura de fusão ou solidificação do
líquido diminui com a elevação do número de partículas dispersas (íons liberados pelo sal).

5. B
A elevação do número de partículas de soluto provoca a diminuição da temperatura de solidificação e a
elevação da temperatura de ebulição como consequência do efeito coligativo.

6. E
Para que ocorra esse processo é necessário que as resultantes das pressões osmótica e mecânica
apresentem sentidos opostos e maior intensidade da pressão mecânica, assim o solvente migrará do
meio mais concentrado para o meio menos concentrado num processo não espontâneo.

7. D
Teremos:

8. D

11
Química

Adição de 1,0 mol de Na2SO4 a 1 L de água (experimento A):


2−
⏟ + + 1𝑆𝑂4
1𝑁𝑎2 𝑆𝑂4 → 2𝑁𝑎
3𝑚𝑜𝑙𝑠𝑑𝑒𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠

A partir da tabela percebe-se que:


Volume Quantidade de Temperatura
de matéria de de
Soluto
água soluto ebulição
(L) (mol) (°C)
1 𝐶𝑎𝐶ℓ2 0,5 100,75

0,5𝐶𝑎2+ + 1𝐶ℓ−
0,5𝐶𝑎𝐶ℓ2 → ⏟
1,5𝑚𝑜𝑙𝑑𝑒𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠

1,5𝑚𝑜𝑙𝑑𝑒𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 = 0,75°𝐶
3𝑚𝑜𝑙𝑑𝑒𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 = 𝛥𝑇
𝛥𝑇 = 1,50°𝐶

Conclusão: no experimento A ocorre uma elevação de 1,50°𝐶 na temperatura de ebulição.


Temperatura de ebulição da solução = 101,50°𝐶(100°𝐶 + 1,50°𝐶).

Adição de 1,0 mol de glicose a 0,5 L de água (experimento B).

1𝑚𝑜𝑙𝑔𝑙𝑖 𝑐𝑜𝑠 𝑒 (𝐶6 𝐻12 𝑂6 ) = 0,5𝐿𝑑𝑒á𝑔𝑢𝑎


𝑛𝑔𝑙𝑖 𝑐𝑜𝑠 𝑒 = 1𝐿𝑑𝑒á𝑔𝑢𝑎
𝑛𝑔𝑙𝑖 𝑐𝑜𝑠 𝑒 = 2𝑚𝑜𝑙𝑠𝑑𝑒𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠𝑑𝑒𝑔𝑙𝑖 𝑐𝑜𝑠 𝑒

A partir da tabela percebe-se que:

Volume Quantidade de Temperatura


de matéria de de
Soluto
água soluto ebulição
(L) (mol) (°C)
1 𝑁𝑎𝐶ℓ 1,0 101,00

1𝑁𝑎 + + 1𝐶ℓ−
1𝑁𝑎𝐶ℓ → ⏟
2𝑚𝑜𝑙𝑠𝑑𝑒𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠

Conclusão: no experimento B ocorre uma elevação de 1,00°𝐶 na temperatura de ebulição.


Temperatura de ebulição da solução = 101,00°𝐶(100°𝐶 + 1,00°𝐶).

9. E
Quanto maior o número de partículas presente na solução, maior sua temperatura de ebulição, ou efeito
coligativo.

12
Química

10. C
Quando se compara a água do mar com a água destilada, pode-se afirmar que a primeira, em relação à
segunda, tem menor pressão de vapor (apresenta maior quantidade de partículas, maior efeito
coligativo) e maior condutividade elétrica (maior quantidade de íons).

13
Redação

Análise da banca do ENEM

Resumo

Agora que já conhecemos a estrutura e alguns detalhes importantes sobre a produção textual, cabe analisar,
de maneira bem aprofundada, a banca do maior exame que vamos enfrentar, neste ano: o ENEM. Um
conhecimento completo de cada um dos critérios e suas especificidades é essencial para uma produção
coerente com o que o corretor precisa ver no seu texto e, por isso, é importantíssimo entender cada uma das
competências analisadas pela banca. Vamos lá?

Os critérios de correção do ENEM


Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.
No primeiro critério, verifica-se, basicamente, correção gramatical e escolha de registro no texto. Isso
significa que, na produção, é importante que haja uma revisão atenta do texto, de forma que você, aluno, evite
problemas de acentuação, pontuação, construção dos períodos, ortografia e, é claro, as famosas letras e
palavras "comidas". Na mesma análise, é crucial que a redação mantenha um mesmo registro, um mesmo
nível de linguagem – que, no caso do ENEM, será necessariamente o culto –, evitando misturas e desvios.
Observe os níveis que são avaliados na Competência 1:

Observação: Como já falamos na aula de planejamento textual, é essencial que separe um tempinho para
uma revisão atenta dos erros que você mais cometeu durante o ano. Como a nossa leitura fica, de certa
maneira, viciada depois de algumas repetições, o ideal é voltar ao texto, para a revisão, depois de algumas
questões objetivas. Isso, certamente, facilitará o foco e, consequentemente, a identificação de erros.
Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento
para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
Aqui, os objetivos são três: em primeiro lugar, é importante que o leitor, na sua redação, deixe claro o
entendimento do tema e seus comandos. Isso leva em consideração, é claro, a interpretação dos textos
motivadores.

1
Redação

Além disso, espera-se que o texto esteja dentro dos limites da dissertação argumentativa - com introdução,
desenvolvimento e conclusão, além de, é claro, a defesa de uma tese clara. Por fim, a utilização de outras
áreas do conhecimento – como aquelas que você aprende no Ensino Médio – é bem interessante, aqui, e dá
os pontos necessários para chegar ao 1000. Observe os níveis que são avaliados na Competência 2:

Critério 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em


defesa de um ponto de vista.
A ideia aqui é, basicamente, trabalhar a argumentação do texto. Isso envolve, é claro, a coerência, o sentido
que as informações passam - tanto com relação à própria construção do texto quanto o mundo em que ele
está inserido. É essencial, então, trabalhar bastante a comprovação das ideias, da tese, com exemplos, dados
estatísticos, argumentos de autoridade, explicações, saindo sempre do senso-comum, ou seja, trazendo
referências e argumentos além dos apresentados nos textos motivadores (configurando a famosa autoria).
Observe os níveis que são avaliados na Competência 3:

Critério 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da


argumentação.
O foco, nesta competência, está em duas ideias: evitar repetições e trabalhar ligações no texto. Isso significa
que este é o momento de investir em sinônimos, hipônimos, hiperônimos, pronomes demonstrativos,
advérbios e outras ferramentas, a fim de evitar repetir palavras na redação e trabalhar referências, além de
variar o uso de conectivos e de ganchos no texto, trabalhando a conexão entre as orações, períodos e
parágrafos.

2
Redação

É importante lembrar que a construção dos períodos também é muito avaliada aqui. Isso significa que frases
muito longas não são bem-vindas no seu texto, pois podem prejudicar a clareza das ideias. Observe os níveis
que são avaliados na Competência 4:

Critério 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanosA
última competência ataca, basicamente, a produção de propostas de intervenção. Isso significa que, na
redação do ENEM, criar medidas para resolver um problema é uma exigência. Portanto, não deixe de
apresentá-las, ok? Essas soluções precisam ter três características importantes: em primeiro lugar, é
importante que estejam ligadas ao tema, ou seja, que falem sobre a temática apresentada pela prova, levando
em consideração todas as suas especificidades. Além disso, precisam estar ligadas à discussão apresentada
na redação - suas causas, consequências, argumentos apresentados. Por fim, é essencial que sejam
detalhadas, ou seja, que falem não só do que pode ser feito, mas de como as medidas podem ser tomadas e,
é claro, quem pode colocar isso em prática.
O detalhamento da proposta de intervenção deve ser feito a partir de algumas perguntas:
1. O que é possível apresentar como proposta de intervenção para o problema?
2. Quem deve executá-la?
3. Como viabilizar essa proposta?
4. Qual efeito ela pode alcançar?
5. Que outra informação pode ser acrescentada para detalhar a proposta?

Observe os níveis que são avaliados na Competência 4:

3
Redação

Como as partes do texto são avaliadas na prova?


Na introdução, a contextualização dá ao aluno a chance de utilizar outras áreas do conhecimento na
construção do parágrafo. Isso significa que a competência três, de coerência argumentativa, é diretamente
impactada aqui. Além disso, a apresentação de uma tese clara e consistente - bem defendida, é claro - é
essencial para que haja boas notas nos critérios de tema/tipo de texto e coerência, também.
O desenvolvimento, por trabalhar a parte argumentativa, tem influência direta na competência três. Porém,
por indicar a produção de uma dissertação, também tem impacto no critério dois e por sua construção formal,
na quarta competência (referente a coesão textual). O uso de argumentos de autoridade e referências
externas ao texto, resultantes do seu conhecimento de mundo, podem ajudar, também, na construção da
autoria exigida no critério três.
A conclusão, por retomar a tese, trabalha diretamente a coesão textual, avaliada na competência quatro, e a
coerência interna - uma vez que mantém o mesmo raciocínio durante todo o texto -, presente no critério três.
Além disso, por tratar de propostas, tem consequência direta na competência cinco, que trata apenas dessas
intervenções.

4
Redação

Exercícios

Texto para as questões de 1 a 6.


Tema: Desastres ambientais: qual o preço do desenvolvimento?
José de Alencar e outros autores do romance indianista nos fizeram conhecer e entender a relação do índio
com a natureza: subsistência, exploração saudável e freada, cooperação. Esse modo de se utilizar da fauna e
da flora, no entanto, não é mais o que prevalece no mundo, já que o homem, desde muito antes de essas
histórias serem contadas, tem para si duas únicas palavras-chave: desenvolvimento e lucro. A fim de satisfazer
essas necessidades inventadas, viemos explorando, desenfreada e irresponsavelmente, o meio ambiente, sem
pensar que – um dia – a humanidade pode ser engolida por essas ações, como recentes acontecimentos vêm
sugerindo.
Primeiramente, é preciso compreender de que maneira ocorre a exploração de bens naturais.
Constantemente retiramos do meio ambiente muito mais do que necessitamos, do que o imprescindível para a
vida, isso porque nosso modo de viver está intimamente associado ao que é supérfluo. Exemplo disso são as
queimadas e desmatamento da Floresta Amazônica que cresceram cerca de 20% desde 2008 devido à
exploração ilegal de madeira e cortes de árvores para formação de pasto somados à falta de investimento para
fiscalizar e combater essa extração e sem a preocupação do reflorestamento das áreas devastadas. Essas são,
então, explorações totalmente irresponsáveis.
Nada disso, porém, seria tão prejudicial se tivéssemos consciência e o mínimo de preocupação com
a prevenção de desastres. Falta-nos entender que a natureza não é totalmente autor renovável e que, mesmo
se fosse, ela não teria uma força de regeneração diretamente proporcional à nossa capacidade de degradação.
Precisamos extrair menos, de forma consciente, para ajudar esse processo natural e agir ativamente para
reparar os danos que fazemos. Além disso, é necessário que tenhamos discernimento e que sejamos
consequentes ao nos utilizarmos do meio ambiente, para que verdadeiras tragédias, como o recente
rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais, não voltem a acontecer. Isso
é possível com um planejamento de prevenção.
Fica evidente, portanto, que o jeito com que conduzimos as coisas até agora precisa ser mudado. Já
que o caminho mais certo – o de mudar nosso modo de vida e, por consequência, de consumo – é, também, o
mais árduo e demorado, deveríamos, pelo menos, nos preocupar com a extração consciente e com preparo
contra desastres. Para isso, instituições internacionais, como a ONU, deveriam, juntamente a organizações
como a União Europeia e os BRICS, pensar em políticas públicas de regulamentação sobre a utilização dos
recursos naturais, além de desenvolver medidas punitivas aplicáveis a empresas ou Estados responsáveis por
acidentes. A responsabilidade é a palavra-chave que, de fato, devemos seguir.

1. O autor procura um mecanismo para chamar a atenção do corretor à leitura, essencial para apresentar
o tema e as ideias seguintes. Qual seria? Exemplifique.

2. É evidente que esta contextualização, mencionada no exercício 1, promove ao texto um


encaminhamento para a tese. Apresentar esse recorte temático importantíssimo para o
desenvolvimento restante da redação.

3. O autor, no segundo parágrafo, utiliza uma forma de reforçar sua argumentação seguinte (encontrada
no terceiro parágrafo), qual seria ela?

5
Redação

4. Por que o autor utilizou os termos sublinhados no terceiro parágrafo? Qual competência no ENEM ele
contemplou?

5. Quanto à argumentação de um modo geral, como podemos observar que o autor atingiu às
expectativas da banca?

6. Finalizando o texto e, assim, a conclusão, sabemos que é esperada uma proposta de intervenção clara
e que não infrinja os direitos humanos. O autor contemplou esta competência? De que forma?

Texto para as questões 7, 8 e 9.


Tema: A importância da humanização no atendimento ao paciente no Brasil
Com o avanço tecnológico ao longo dos anos, as relações interpessoais têm se tornado cada vez mais
líquidas. Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, vivemos em uma época de artificialidade nas relações
humanas e dessa forma, a lógica do imediatismo atinge até mesmo a questão da saúde. Com essa falta de
empatia pelo outro, a desumanização no atendimento médico de pacientes tanto de redes públicas quanto
particulares tem se tornado frequente.
Em primeiro lugar, cabe ressaltar a perda dos médicos ditos da “família”. Em grandes clássicos da
literatura nacional e estrangeira, o exercício da medicina era retratado e reconhecido não só pelo seu “status”
social, mas também pelo cuidado e atenção que o profissional tinha com as pessoas que precisavam de
assistência e as respectivas famílias, tanto por analisar o contexto do enfermo quanto pela cura de sua doença,
por exemplo, o marido de Madame Bovary na obra de Flaubert.
A medicina, porém, tomou um caminho técnico e frio. À medida que os recursos avançam no tratamento
de doenças, os pacientes são cada vez mais tratados apenas como registros de identificação. A atenção
individual que os profissionais dedicavam foi perdida ao acompanhar o ritmo da sociedade que busca rapidez
e soluções impacientes. Logo, o médico deve saber aproveitar as altas tecnologias, mas também não se
esquecer dos valores humanísticos e filosóficos da profissão.
Fica claro, portanto, que se deve investir em recuperar valores passados nos quais o paciente era
tratado de forma mais humana, cuidar dele como uma vida única e respeitá-lo como um todo para poder tratar
sua doença, também analisando o contexto de vida, cultural, psicológico e religioso em que aquela pessoa está
inserida. O governo, dessa forma, aliado à iniciativa privada, pode trabalhar novas formas de abordagem e
atendimento tanto no setor público quanto no privado, refletindo, diretamente, o que a mídia mostra como
essencial - e resolvendo os problemas denunciados. Só assim, pode-se trazer de volta a visão de que médicos
lidam com vidas e mostrar a Bauman que podemos recuperar valores perdidos no passado.

7. Quanto à Competência 1 da banca de redação do ENEM, como pode ser avaliado o texto?

8. Através da análise e da compreensão do texto, se torna mais fácil para o vestibulando entender o que
se pede na hora da prova. Quanto à utilização dos conhecimentos gerais para trazer mais comprovação
dos argumentos, qual foi a abordagem do autor? Dê exemplos.

9. Em um texto dissertativo-argumentativo, o objetivo principal é defender um ponto de vista, de modo a


organizar suas ideias, fato que compreende a competência 3. O autor atingiu a meta? Como pode ser
exemplificado?

6
Redação

Leia o fragmento abaixo e responda à questão 10:


Tema: A imparcialidade da imprensa brasileira em discussão no século XXI
Em primeiro lugar, é importante destacar o problema da parcialidade midiática no Brasil. O quarto poder,
no nosso país, não está longe dessa realidade alarmante. Assim como no resto do mundo, a imprensa vem
exercendo um papel bastante contrário ao original, mostrando-se extremamente tendenciosa e manipuladora.
Exemplo disso foi a cobertura jornalística das manifestações contra o aumento das passagens em 2013, em
que muito pouco se via a real situação das ruas pelo Brasil, o que foi uma clara tentativa de esconder a repressão
vivida pelos manifestantes.
Nesse panorama, cabe avaliar de que maneira essa parcialidade se dá na sociedade brasileira e sua
respectiva consequência. É comum que liguemos a televisão ou abramos um jornal e vejamos somente um lado
da moeda, principalmente quando a notícia ou reportagem é de cunho político. Isso gera não só uma população
desinformada, mas acrítica e manipulada. Por isso, é importante refletir que, embora a imparcialidade seja difícil
de ser alcançada, deve ser amplamente buscada, especialmente por aqueles que assumem a grande
responsabilidade desse papel social.

10. Descreva os mecanismos utilizados nos parágrafos de desenvolvimento para garantir a progressão
textual e de ideias.

7
Redação

Gabarito

1. O autor utiliza de um conhecimento geral, sendo este o resumo de um livro, para conectar o corretor com
a contextualização do tema, aproximando o que irá ser dito. “José de Alencar e outros autores do romance
indianista nos fizeram conhecer e entender a relação do índio com a natureza: subsistência, exploração
saudável e freada, cooperação.”

2. Após a contextualização do livro com a utilização da fauna e flora, o autor introduz a sua tese, levando
em consideração de que o ser humano não possui essa mesma visão indianista sobre a natureza, mas
sim uma visão lucrativa.

3. O autor aborda seu argumento no segundo parágrafo e, posteriormente utiliza de dados estatísticos para
comprovar o que ele está trabalhando, reforçando sua ideia.

4. O autor utilizou os termos sublinhados em azul no terceiro parágrafo para ser o que chamamos de
“gancho de ideias” entre os parágrafos, contemplando a competência de coesão textual, os argumentos
entre os dois parágrafos fazem uma conexão sobre o texto.

5. É imprescindível que, ao trabalhar um texto, os exemplos trazidos, tanto da coletânea quanto de autoria,
devem haver uma relação entre si. Dessa forma, a utilização dos dados estatísticos com o acontecimento
da atualidade sobre Mariana, culminam para um entendimento de que o ser humano está utilizando de
modo exacerbado a sua força sobre a natureza em prol do lucro.

6. Para um bom desenvolvimento textual, é necessário que a síntese possua uma conclusão final do
problema em prol de uma proposta de solução, assim, vemos que o autor propõe uma regulamentação
das questões em prol da natureza muito bem exemplificados e caracterizados com suas determinadas
organizações.

7. Quanto à competência 1, o autor não possui desvios gramaticais e erros de concordância.

8. O vestibulando trabalha com conhecimentos gerais como a teoria de Bauman e Madame Bovary para
aprofundar as relações mais líquidas e efêmeras, caracterizando a falta de humanização nos
atendimentos do Brasil.

9. O autor contempla a competência 3 por trazer a comprovação de ideias a partir de exemplos trazidos pelo
próprio vestibulando. Além disso, é importante ressaltar o entendimento do tema e a seleção dos
argumentos de modo linear, relacionando os parágrafos de desenvolvimento.

10. Os mecanismos utilizados que contribuem para a progressão textual dos parágrafos de desenvolvimento
podem ser vistos no primeiro período, a partir da expressão “Em primeiro lugar” que indica a enumeração
do primeiro argumento; a expressão “Exemplo disso” serve para comprovar o que foi dito no período
anterior a partir da apresentação de um exemplo; a expressão “Nesse panorama” funciona como um
gancho semântico em relação ao final do primeiro parágrafo de desenvolvimento, visto que conecta as
ideias; e o pronome “isso” e o conectivo “por fim”, fazem, respectivamente uma retomada em relação ao
que foi dito anteriormente e a apresentação do último elemento a ser debatido, apresentando um sentido
conclusivo do parágrafo.

8
Sociolgia

Cidadania

Resumo

Etimologicamente, o termo “cidadão” significa “morador de uma cidade”.


Assim, se fôssemos levar a coisa literalmente, cidadania seria apenas a
circunstância de morar em um determinado local e o bom cidadão seria o
mesmo que um habitante boa-praça. Há, no entanto, um significado mais
profundo em jogo aqui. O conceito de cidadania vem originalmente da língua
grega e, como já vimos em outras aulas, as cidades gregas antigas viviam
no sistema de pólis. Neste modelo, além de cada cidade gozar de grande
autonomia, sendo como que um Estado independente, os cidadãos, isto é,
os moradores de cada pólis, tinham notável capacidade de participação
política, pois os gregos foram o primeiro povo a entender que a política
deriva sua autoridade não dos deuses, mas dos homens.
Vemos assim que cidadania não é apenas moradia e que o cidadão não é o simples habitante de um
determinado país. Muito mais do que isso, o cidadão é aquele que participa politicamente dos destinos de
sua nação, que influi nos rumos do Estado. Os escravos brasileiros na época do Império, por exemplo, eram
habitantes do Brasil, mas não cidadãos, pois não tinham direito de participar politicamente, votando,
protestando, etc. O mesmo vale para as mulheres brasileiras antes da legalização do voto feminino e para os
analfabetos antes da Constituição Cidadã de 1988. Mesmo hoje, nenhum brasileiro que não possua título de
eleitor pode ser considerado, formalmente, um cidadão de nosso país, uma vez que não pode participar dos
processos decisórios da política nacional nem influenciar nos rumos das políticas públicas. Este sim é um
simples habitante ou morador do Brasil.

Cidadania clássica X Cidadania moderna


Obviamente, do fato de que o conceito de cidadania guarde hoje as mesmas raízes que tinha na antiguidade
grega, disto não se pode deduzir que ela sempre foi exercida do mesmo modo ao longo do tempo. Ao contrário,
cada sociedade humana desenvolveu ao longo do tempo formas muito concretas e específicas de exercícios
da cidadania, isto é, de participação política dos seus membros. Tradicionalmente, para fins didáticos e de
resumo, costuma-se dizer que há duas grandes concepções de cidadania ao longo da história: a concepção
clássica de cidadania, dominante desde a antiguidade grega até as revoluções liberais dos séculos XVI e XVII,
e a concepção moderna de cidadania, vigente desde então.
A concepção clássica de cidadania caracteriza-se por ser essencialmente comunitária. Assim, para o homem
grego e medieval, ser um cidadão significava, acima de tudo, pertencer a uma comunidade e ter obrigações
para com ela. A ênfase aqui está na noção de dever, de modo que o bom cidadão é fundamentalmente o
sujeito abnegado, capaz de sacrificar seus próprios desejos e interesses individuais pelo bem comum. Por
sua vez, nesta visão, o papel do Estado, como poder público, consiste precisamente em coordenar as ações
dos indivíduos na concretização do interesse geral, premiando aqueles que cumprem seus deveres e punindo
os que não o fazem. É o indivíduo que deve estar a serviço da comunidade e do Estado, não o contrário.
A concepção moderna de cidadania, instaurada pelo liberalismo político e típica de nosso tempo, é bastante
diferente. Nela, a ênfase não está na noção de dever, mas na de direito. Entende-se que não é o indivíduo que
deve estar a serviço da comunidade e do Estado, mas, ao contrário, é a comunidade e o Estado que devem
estar a serviço do indivíduo.

1
Sociolgia

Com efeito, na visão moderna, compreende-se que nenhum interesse coletivo tem o interesse de sobrepor-se
à liberdade dos indivíduos. O papel do Estado não é tanto garantir a felicidade geral, mas sim impedir que os
direitos individuais sejam desrespeitados e que uns se imponham violentamente sobre os outros. Em suma,
o que cabe ao poder público não é promover a cooperação entre os indivíduos, mas sim impedir seu conflito
e o bom cidadão é aquele que, consciente dos seus próprios direitos, exerce-os livremente, sem, porém, tolher
a liberdade do outro.
Benjamin Constant, o famoso autor liberal do começo XIX, sintetizou esta diferença em seu famoso texto A
liberdade dos antigos comparada à liberdade dos modernos: O objetivo dos antigos era a partilha do poder
social entre todos os cidadãos de uma mesma pátria. Era isso o que eles denominavam liberdade. O objetivo
dos modernos é a segurança dos privilégios privados; e eles chamam liberdade as garantias concedidas pelas
instituições a esses privilégios”.

Cidadania substancial x cidadania formal


Mas Como o Estado reconhece ou não um cidadão? Como ocorre a garantia disso da cidadania? Bom,
primeiro precisamos relembrar o que é Estado. O Estado é uma instituição que reclama para si o poder político
de uma dada sociedade, circunscrita num determinado território. Nele, todos os indivíduos devem seguir sua
determinações (leis) e entidades externas devem respeitar sua soberania. O Estado, comumente, reconhece
como cidadão o indivíduo que nasce no seu território. Também há a possibilidade de reconhecer como
cidadão o indivíduo que é descendente de cidadãos desse lugar. Há outras formas, mas essas são as mais
comuns. Essa é a cidadania formal. Mas isso não significa que está tudo bem. Reconhecer a cidadania é o
primeiro passo. O Estado deve, efetivamente, ofertar condições de exercício dessa cidadania. Ou seja, prover
aos seus cidadãos condições para alcançar todos os direitos que citamos acima, dentre outros mais. Essa é
a cidadania substantiva. Quando o Estado não consegue garantir a cidadania, a condição é chamada de
subcidadania.

Direitos e cidadania
A ênfase moderna na cidadania como posse de direitos e no papel do Estado como garantidor desses direitos
deu origem e força à ideia de direitos humanos, isto é, de que existem determinados direitos, determinadas
prerrogativas básicas, que todo ser humano tem simplesmente por ser humano, apenas por sua natureza e
não por uma condição específica do sujeito. Tais direitos seriam, assim, universais, além de inalienáveis.
Valeriam para negros, brancos, indígenas e mestiços, gordos e magros, altos e baixos, homens e mulheres,
ocidentais e orientais, europeus, africanos, americanos e asiáticos, cristãos e muçulmanos, ateus e
agnósticos, umbandistas e hindus, bandidos e homens honestos. Todos, sem exceção, cabendo ao Estado,
como sua tarefa máxima, promover e defender esses direitos.
Formulada originalmente por John Locke ainda no século XVII e encampada por toda a tradição liberal desde
cedo, a ideia de direitos humanos foi sendo conduzida ao status de padrão da ordem política por meio de
sucessivos processos revolucionários em todo o mundo. São testemunhas disso a Bill of Rights, documento
da Revolução Gloriosa, a Declaração de Independência dos Estados Unidos, fruto da Revolução Americana e a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, forjada na Revolução Francesa. Finalmente, com a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU em 1945, após o trauma do nazismo, os
direitos humanos tornaram-se parâmetro oficial de funcionamento para todos os países do mundo: ainda que
muitas vezes não cumpridos na prática, são ao menos admitidos em teoria.
Naturalmente, em todo este longo processo, o conceito de direitos humanos não ficou imune a mudanças e
a lista de direitos reconhecidos como básicos e essenciais aumentou bastante desde Locke. Sistematizando
um tanto as coisas, tal como fez o sociólogo britânico Marshall, poderíamos dizer, inclusive, que há três tipos
ou gerações de direitos humanos: os direitos civis, os direitos políticos e os direitos sociais.

2
Sociolgia

1ª Geração
Também conhecidos como direitos de primeira geração, os direitos civis tornaram-se vigentes no mundo a
partir do século XVIII. Seu principal propósito é garantir a liberdade. Em outras palavras, os direitos civis são
aqueles que têm como principal objetivo proteger a autonomia do indivíduo, garantindo-lhe o seu domínio
sobre si mesmo, sobre suas escolhas e sobre seus bens, defendendo-o das agressões por parte de outros.
Exemplos de direitos civis são o direito à vida, o direito à livre expressão, a liberdade religiosa, o direito de ir e
vir e o direito de propriedade privada.

2ª Geração
Chamados igualmente de direitos de segunda geração, os direitos políticos foram implementados de modo
sistemático a partir do século XIX e seu principal objetivo é a valorização da igualdade. Dito de outro modo,
os direitos políticos têm por propósito garantir que, por mais socialmente desiguais que os homens sejam,
politicamente todos tenham as mesmas possibilidades de interferir nos rumos do Estado e decidir os rumos
do país. Seu objetivo é promover a participação política de todos. Exemplos de direitos políticos são o direito
ao voto, o direito de ocupar cargos públicos, o direito de formação de partidos políticos, etc.

3ª Geração
Por fim, há os direitos sociais, também conhecidos como direitos de terceira geração. Vigentes formalmente
na maior parte do mundo apenas a partir do século XX, tais direitos têm por propósito garantir a fraternidade.
Assim, o objetivo dos direitos sociais é garantir que todos os cidadãos tenham acesso a um mínimo de
qualidade de vida e bem-estar material. O direito ao trabalho, o direito à educação, o direito à saúde, o direito
ao transporte, o direito à moradia, o direito à alimentação e o direito à cultura são exemplos desta categoria
de direitos. Há, é verdade, intelectuais hoje que falam ainda de uma quarta, quinta e até sexta geração de
direitos. Como, porém, essas novas gerações de direitos não são ainda amplamente consensuais nos meios
acadêmicos e nem cobradas nos concursos vestibulares, pararemos por aqui.

3
Sociolgia

Exercícios

1.

A imagem retrata a jovem paquistanesa Malala Yousafzai em discurso na ONU, em julho de 2013,
trajando o véu e o xale da ex-premiê do Paquistão Benazir Bhutto, assassinada em 2007 em um
atentado político.
Leia trechos do discurso de Malala:
Queridos amigos, em 09 de outubro de 2012, o Talibã atirou no lado esquerdo da minha testa. Atiraram
nos meus amigos também. Eles acharam que aquelas balas nos silenciariam. Mas falharam e, então,
do silêncio vieram milhares de vozes. (...) O sábio ditado que diz A caneta é mais poderosa que a espada
é verdadeiro. Os extremistas têm medo dos livros e das canetas. O poder da educação os assusta e
eles têm medo das mulheres. (...) É por isto que eles mataram 14 estudantes inocentes no recente
ataque em Quetta. E é por isto que eles matam professoras. É por isto que eles atacam escolas todos
os dias: porque tiveram e têm medo da mudança, da igualdade que vamos trazer para a nossa
sociedade. (...) Deixem-nos pegar nossos livros e Canetas porque estas são as nossas armas mais
poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.
Disponível em: http://www.ikmr.org.br/dia-malala-discurso-onu/
Com base no texto, o apelo lançado por Malala
a) simboliza a luta das meninas para frequentarem a escola em países com restrições religiosas,
culturais e políticas à instrução feminina, como no caso do Paquistão, sob domínio Talibã, e da
Índia, submetida à lei oficial da Sharia.
b) advoga o princípio da educação como arma contra a discriminação muçulmana das minorias
étnico-religiosas curda e pachtun e como meio para pacificar a guerra civil em seu país.
c) apoia a formação militar feminina, inspirando-se no programa de Benazir Bhutto, a primeira mulher
a ocupar um cargo de chefe de governo de um estado muçulmano moderno.
d) defende a educação como um dos direitos humanos básicos e como um meio para a libertação
dos indivíduos de regimes e crenças excludentes e discriminatórios.
e) sustenta o protagonismo feminino de todas as mulheres e condena todas as religiões, em nome
da adoção de um sistema de educação laico e igualitário no Paquistão.

4
Sociolgia

2. “Historicamente, a cidadania foi concedida a restritos grupos de elites – homens ricos de Atenas e
barões ingleses do século XIII – e posteriormente estendida a uma grande porção dos residentes de
um país.”
VIEIRA, Liszt. Os argonautas da cidadania. A sociedade civil na globalização. Rio de Janeiro: Record, 2001, pp. 34-35.

Assinale a alternativa incorreta sobre o tema tratado pelo autor.


a) O estabelecimento dos deveres e dos direitos da cidadania moderna esteve intimamente vinculado
ao processo de construção e de consolidação dos Estados nacionais.
b) A cidadania é um conceito que está associado à Grécia Antiga, já que a democracia passou a
ser implementada a partir desse período, mesmo que com limitações de alcance da população.
c) Considerando o processo histórico dos últimos 200 anos, podemos afirmar que a incorporação de
novos grupos ao estatuto da cidadania foi realizada não apenas por concessões, mas também
pelas lutas sociais que reivindicaram novos direitos.
d) Nos diferentes períodos históricos, os direitos de cidadania constituíram-se, invariavelmente,
como privilégio exclusivo das elites econômicas.
e) A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Organização das Nações Unidas,
representou um marco importante no processo de consolidação da cidadania no século XX.

3. A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) como uma política para todos constitui-se uma das mais
importantes conquistas da sociedade brasileira no século XX. O SUS deve ser valorizado e defendido
como um marco para a cidadania e o avanço civilizatório. A democracia envolve um modelo de Estado
no qual políticas protegem os cidadãos e reduzem as desigualdades. O SUS é uma diretriz que fortalece
a cidadania e contribui para assegurar o exercício de direitos, o pluralismo político e o bem-estar como
valores de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, conforme prevê a Constituição
Federal de 1988.
RIZZOTO,M.L.F.et at. Justiça social, democracia com direitos sociais e saúde: a luta do Cebes.
Revista Saúde em Debate, n. 16, jan-mar. 2018 (adaptado).
Segundo o texto, duas características da concepção da política pública analisada são:
a) Paternalismo e filantropia.
b) Liberalismo e meritocracia.
c) Universalismo e igualitarismo.
d) Nacionalismo e individualismo.
e) Revolucionarismo e coparticipação.

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4. Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII — em 1789,
precisamente — que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão. Essa declaração se impôs como necessária para um grupo de
revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o
iluminismo.
FORTES, L. R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado).

Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem
como uma de suas bases a
a) modernização da educação escolar.
b) atualização da disciplina moral cristã.
c) divulgação de costumes aristocráticos.
d) socialização do conhecimento científico.
e) universalização do princípio da igualdade civil.

5. A política de pacificação não resolve todos os problemas da favela carioca, ela é apenas um primeiro
e indispensável passo para que seus moradores sejam tratados como cidadãos. As Unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs) recuperaram um território que estava ocupado por bandidos com armas de guerra,
substituíram a opressão de criminosos pela justiça formal do Estado. [Mas] se a UPP não for seguida
por escola, hospital, saneamento, defensoria pública, emprego, daqui a pouco a polícia de ocupação
terá que ir embora das favelas por inútil. Ou será obrigada a exercer a mesma opressão que o tráfico
exercia para se proteger.
CACÁ DIEGUES. A contrapartida do lucro. O Globo, 28 jul. 2012.
Para o autor, a consolidação da cidadania nas comunidades carentes está condicionada à
a) efetivação de direitos sociais.
b) continuidade da ação ofensiva.
c) superação dos conflitos de classe.
d) interferência de entidades religiosas.
e) integração das forças de segurança.

6. Considerando que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 60 anos em 2008 e
utilizando seus conhecimentos sobre o tema “cidadania: direitos sociais, civis e políticos”, assinale a
alternativa incorreta.
a) Os artigos que integram a Declaração Universal dos Direitos Humanos expressam a vontade de
assegurar os valores de justiça, solidariedade, igualdade e tolerância a todos os povos.
b) A existência de regimes democráticos é, em si, uma garantia de que a cidadania pode ser
amplamente exercida e os direitos humanos assegurados aos diferentes grupos sociais.
c) Há uma relação direta entre grau de instrução e garantia de direitos sociais, civis e políticos; por
isso, a luta por educação pública, gratuita e de qualidade é uma bandeira permanente para diversos
movimentos sociais.
d) Em países nos quais uma pequena parcela da população concentra a riqueza nacional, a grande
maioria não tem acesso a bens de cidadania como saúde, educação e habitação.
e) No Brasil, durante o regime militar, a luta pela afirmação dos direitos civis e políticos foi duramente
reprimida por um Estado que, mesmo autoritário, criou instituições que asseguraram, por exemplo,
o direito social à aposentadoria.

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7. O cartum evidencia um desafio que o tema de inclusão social impõe às democracias contemporâneas.

Esse desafio exige a combinação entre


a) participação política e formação profissional diferenciada.
b) exercício da cidadania e políticas de transferência de renda.
c) modernização das leis e ampliação do mercado de trabalho.
d) universalização de direitos e reconhecimento das diferenças.
e) crescimento econômico e flexibilização dos processos seletivos.

8. Temos vivido, como nação, atormentados pelos males modernos e pelos males do passado, pelo velho
e pelo novo, sem termos podido conhecer uma história de rupturas revolucionárias. Não que não
tenhamos nos modernizado e chegado ao desenvolvimento. Mas não eliminamos relações, estruturas
e procedimentos contrários ao espírito do tempo. Nossa modernização tem sido conservadora.,
NOGUEIRA, M. As possibilidades da política: ideias para a reforma democrática do Estado. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1998
O texto apresenta uma análise recorrente sobre o processo de modernização do Brasil na segunda
metade do século XX. De acordo com a análise, uma característica desse processo reside na(s)
a) uniformização técnica dos espaços de produção.
b) construção municipalista do regime representativo.
c) organização estadual das agremiações partidárias.
d) limitações políticas no estabelecimento de reformas sociais.
e) restrições financeiras no encaminhamento das demandas ruralistas.

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9. Ser cidadão é ter a garantia de todos os direitos civis, políticos e sociais que asseguram a possibilidade
de uma vida plena. Esses direitos não foram conferidos, mas exigidos, integrados e assumidos pelas
leis, pelas autoridades e pela população em geral. A cidadania também não é dada, mas construída em
um processo de organização, participação e intervenção social de indivíduos ou de grupos sociais.
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 139.

Ele enumera os principais direitos que compõem a cidadania e como essa se forma. Sobre o assunto
contido no texto, assinale a alternativa incorreta.
a) A participação da população em movimentos sociais é um aspecto importante para o surgimento
da cidadania.
b) O direito à educação básica e à saúde são exemplos de direito social, pois permitem ao cidadão
ter acesso aos aspectos essenciais de convivência social.
c) Os direitos citados no texto têm como base o princípio da igualdade entre os membros de um
grupo, mas não podem ser considerados universais, pois cada sociedade os interpreta de modo
diferente.
d) Os direitos políticos se referem ao acesso do cidadão à representação política, escolhida pelo
grupo mais privilegiado da sociedade.
e) A constituição é um conjunto de leis e normas que devem ser seguidas pela população com o
objetivo de organizar a sociedade. Esse tipo de cidadania é denominado de formal.

10. Tenho 44 anos e presenciei uma transformação impressionante na condição de homens e mulheres
gays nos Estados Unidos. Quando nasci, relações homossexuais eram ilegais em todos os Estados
Unidos, menos Illinois. Gays e lésbicas não podiam trabalhar no governo federal. Não havia nenhum
político abertamente gay. Alguns homossexuais não assumidos ocupavam posições de poder, mas a
tendência era eles tornarem as coisas ainda piores para seus semelhantes.
ROSS, A. “Na máquina do tempo”. Época, ed. 766, 28 jan. 2013.
A dimensão política da transformação sugerida no texto teve como condição necessária a
a) ampliação da noção de cidadania.
b) reformulação de concepções religiosas.
c) manutenção de ideologias conservadoras.
d) implantação de cotas nas listas partidárias.
e) alteração da composição étnica da população.

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Gabarito

1. D
A fala de Malala não é somente uma crítica ao Talibã, mas a todas as formas de discriminação e controle
sobre os indivíduos. Segundo ela, a educação tem o papel de funcionar como arma de resistência contra
esse tipo de dominação, que não ocorre somente em países islâmicos, mas também em tantos outros
contextos sociais.

2. D
A alternativa D é incorreta, pois apesar de em vários momentos a cidadania estar associada ao poder
econômico, isto começa a mudar a partir das revoluções liberais, que iriam introduzir conceitos basilares
para a criação dos modernos estados democráticos e de direitos iguais para todos.

3. C
O SUS é um avanço na estrutura social do Estado brasileiro. O sistema está baseado em princípios que
baseiam a cidadania, como universalismo e igualitarismo, mostrando como o sistema é fundamental
pelo seu potencial de garantir uma parte importante do pleno exercício da cidadania que é o acesso ao
direito à saúde.

4. E
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
O pensamento citado no comando da questão pertence ao Iluminismo, filosofia na qual racionalismo,
liberalismo, naturalismo e igualdade civil eram exaltados e defendidos, em oposição clara ao Antigo
Regime.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
Podemos dividir os direitos de cidadania em três tipos: civis, políticos e sociais. No contexto europeu,
podemos dizer que os primeiros a serem universalizados foram os civis, e isso se iniciou justamente no
período histórico que o texto da questão analisa. Assim, os legisladores da época se preocupavam com
a questão da propriedade, da liberdade e da igualdade, mas ainda não com o sufrágio universal (direitos
políticos) nem com a universalização do ensino (direitos sociais).

5. A
Os problemas de segurança pública não podem, segundo o argumento do texto, ser resolvidos somente
por intervenção da polícia. É necessário também que a população tenha acesso aos demais serviços
públicos, para terem seus direitos de cidadania respeitados.

6. B
A afirmativa B está errada, pois a existência de regimes democráticos não garante o amplo exercício da
cidadania e dos direitos humanos. A democracia é um processo que se constrói na própria sociedade,
na esfera das relações sociais e culturais. Deve ser assimilada, não bastando apenas instituí-la por
ordenamento legal.

7. D
A democracia contemporânea vive o dilema da igualdade: como propiciar a igualdade de condições e, ao
mesmo tempo, reconhecer a diversidade? Esse tipo de dilema está expresso na charge. Sendo assim,
para que a pessoa com deficiência tenha o seu direito ao trabalho garantido, ela precisa que a sua
diferença também seja reconhecida pela sociedade.

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8. D
A cidadania depende tanto do reconhecimento quanto da efetiva oferta de condições para seu pleno
gozo. Na trajetória histórica do Esdado brasileiro, apesar das inovações jurídico-legais, pouco se realizou
para o alcance de condições do exercício substancial da cidadania.

9. D
a) Correta. No processo cidadão todos os membros da sociedade devem se articular, exigindo direitos
e assumindo deveres, como se dá nos grupos sociais.
b) Correta. Os direitos sociais são aqueles que o Estado deve oferecer para a garantia do bem-estar do
indivíduo. É uma prestação estatal.
c) Correta. Os direitos sociais e individuais são resultados de processos históricos e sociais, e cada
sociedade os articula de uma maneira própria.
d) Incorreta. Os direitos políticos são de todos e não apenas dos mais privilegiados, e envolvem
representar e ser representado no processo político.
e) Correta. A constituição é um documento que um determinado povo cria e que dá base ao sistema
jurídico de um país, definindo direitos e deveres de maneira formal.

10.
a) CORRETA - Essa transformação só foi possível porque a noção de cidadania foi estendida aos
homossexuais.
b) O texto não fala de valores religiosos.
c) Foi justamente a queda de ideologias conservadoras que propiciou a ampliação da cidadania.
d) O texto não trata de cotas.
e) Não houve alteração étnica da população

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