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MELHORAMENTO ANIMAL

 O ESTUDO DA GENÉTICA E O MELHORAMENTO ANIMAL

Homem
↓ → Melhoramento
Domesticação (a mudança definitiva da humanidade começa com a
domesticação)

EXPLICAÇÃO: 1. Há cerca de 10000 anos atrás começou a domesticação e a


agricultura.
2. No processo de domesticação o homem começou a perceber que do
cruzamento de animais com características diferentes gerava descendentes com
características da mãe e do pai.

 ORIGEM DO MELHORAMENTO

1. Robert Bakewell (fazendeiro/considerado um dos pais da criação


animal moderna) (1725 – 1795): Sociedade de raças: conseguiu,
mesmo sem base científica, fazer a seleção de diferentes raças.
Registro genealógico:
começou a registar quem é filho de quem, anota a produção, vê a
possibilidade de cruzamento.
2. 1º livro genealógico: PSI (1791): (equinos) A raça Puro Sangue Inglês
foi a primeira a ter um livro genealógico/de registro.
Shorthorn (1822): (bovinos) Essa raça foi a
primeira a ter um registro genealógico.
3. Gregor Mendel (1865): chega à conclusão no seu trabalho com ervilhas
de que as ervilhas quando acasaladas demonstravam padrões específicos
de herança. Ervilha lisa ou rugosa. Ele foi ridicularizado pois na época a
sociedade acreditava que Deus era quem admitia se a semente nasceria
lisa ou rugosa.
4. Redescoberta das Leis de Mendel (1900): aceitam que Mendel estava
correto.
5. Galton (1822 – 1911): (matemático francês) principal responsável pela
redescoberta das Leis de Mendel e consegue encontrar os padrões
estatísticos do que Mendel falava, começando aí a união da genética com
a estatística.

MELHORAMENTO X ESTATÍSTICA

 EVOLUÇÃO DA GENÉTICA APLICADA AO MELHORAMENTO


DESDE 1900
1. Comprovação das leis de Mendel em animais
2. Um só gene ou vários?
3. Caracteres quantitativos (características de produção -peso e volume- são
regidas por muitos pares de genes, são chamadas de características
quantitativas pois é preciso quantificar a característica) (características
exteriores são regidas por um gene ou mais pares de genes) x herança
mendeliana (nesse caso a herança mendeliana funciona pois são poucos
pares de genes)
4. Caracteres quantitativos + herança mendeliana (chegou-se a conclusão
de que os caracteres quantitativos também sofrem os parâmetros da
herança mendeliana, mas muda-se a forma de calcular devido a
quantidade de genes).
5. Muitos pares de genes
6. Genética de populações e quantitativa (devido a isso é necessário então a
criação de diferentes genéticas).

→ parâmetros preditivos (permite prever o tipo de


animal que irá nascer e quanto ele irá produzir)
Aplicação prática: → índice de seleção (permite selecionar animais a partir
de alguns princípios, selecionar os genes de maior interesse, etc.)
→ resposta à seleção (trabalha a resposta à seleção)
 EVOLUÇÃO DA GENÉTICA APLICADA AO MELHORAMENTO
(DÉCADA DE 40)

1. Desenvolvimento da genética quantitativa


Teoria matemático-estatística (permite fazer a previsão dos
fluxos dos genes)

EXPERIMENTOS LABORATORIAIS
2. Aves e suínos
3. Variação genética não aditiva (genética que não é passada de pais para
filhos)

 EVOLUÇÃO DA GENÉTICA APLICADA AO MELHORAMENTO


A PARTIR DE 1950

1. Cruzamento → uso da genética não aditiva (responsável pelos


cruzamentos, começa a ter os híbridos das plantas e a partir disso
começou a desenvolver em animais, com ruminantes, suínos e aves)
2. Quantitativa → ruminantes, suínos e aves
3. Empresas → exploração do híbrido
4. Técnicas estatísticas → mérito genético
(modelos lineares)

 LIMITAÇÕES AO MELHORAMENTO

1. Associações e criadores: → Morfologia x Produtividade (A morfologia


não indica a produtividade)
→ Conhecimento Genético (Ilusão de
conhecimento da genética)

Valorização individual (Exemplo: bezerro
nelore. Valorização apenas da raça, desvalorizando raças mais
“inferiores”)
→ Interação genótipo ambiente (A criação de
raças que não se adequam a realidade do ambiente)
2. Melhoristas: → Zootecnia
→ Técnicos excessivamente teóricos
Melhoramento + Genética

Futuro

 Genética Quantitativa

Aplicação

1. Aditividade de outras espécies


2. Técnicas adequadas para cruzamento
3. Associação com a biotecnologia

GENÉTICA QUANTITATIVA
 Ciência que lida com características determinadas por muitos pares de genes e
influenciado pelo ambiente.

Efeito do ambiente: → Fatores externos:


→ Fatores internos:
 CLASSIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS

1. QUALITATIVAS 2. QUANTITATIVAS

Poucos pares de genes Muitos pares de genes


Variação descontínua Variação contínua
Categorias definidas Distribuição normal
↓ Influência do ambiente ↑ Influência do ambiente
Segregação individual, Análise populacional,
Probabilidade de fenótipos média, regressão, etc.

VALOR GENÉTICO

 O dobro dos desvios médios de sua progênie em relação a média da população.

A = 2(média dos filhos – média da população) ²

OBS. O animal pode ter excelente caracterização racial, prêmios em exposições


e até mesmo vencer provas de ganho de peso, entretanto seu desempenho como
reprodutor/reprodutriz depende apenas do seu valor genético.

 FATORES QUE AFETAM O VALOR GENÉTICO

1. Frequências gênicas
2. Modo de ação gênica
3. Ação gênica → O genótipo é um conjunto de genes que atuam como se
fosse uma unidade induzindo a expressão fenotípica das características.

a) Ação aditiva dos genes


b) Ação não aditiva dos genes

GENÉTICA DE POPULAÇÕES
 População: → Conjunto de indivíduos que reproduzem entre si

→ Comunidade reprodutiva que compartilha um patrimônio genético


→ População de animais = População de genes

GENE X ANIMAL

Indivíduos
Fase diplóide

Seleção Meiose
Fertilidade migração Segregação
Viabilidade Mutação
Recombinação Acaso Acaso

Gametas
Fase haplóide

 Definição da população em níveis


 Indivíduo

Frequência do alelo aa Aa AA
A 0 0,5 1

0/2 1/2 2/2


Grupo A

Total de gene

 Tamanho da população: A qualidade sai da quantidade!


 Número de animais da população: Indivíduos que chegam à idade de
reprodução.

FREQUÊNCIA GÊNICA EM POPULAÇÕES


“Escassez ou abundância do gene na população”
p+q=1

 Frequência gênica (A) = AA + ½ Aa


 Frequência gênica (a) = aa + ½ Aa
 Frequência genotípica: Proporção dos genótipos existentes na população

FATORES QUE INFLUENCIAM A FREQUÊNCIA GÊNICA

 Tamanho da população
 Acasalamentos ao acaso
 Ausência de seleção

Equilíbrio de Hardy-Welmberg: “... em uma população de tamanho grande,


sujeita ao regime de acasalamentos ao acaso, e em ausência de seleção, mutação e
migração, as frequências gênicas e genotípicas permanecem constantes de geração
em geração.”

SELEÇÃO

“Processo de reprodução diferencial entre os indivíduos da população”

RESULTADO DA SELEÇÃO:
 Desaparecimento do alelo indesejável (e/ou)
 Fixação do alelo favorável
Variância genética
Modo de ação gênica
Intensidade da seleção

MUTAÇÕES

“Mudança ou erro de processo de autoduplicação de um gene”

 Frequência média = 10 (elevado a -4) a 10 (elevado a 8)


SELEÇÃO X MUTAÇÃO
MIGRAÇÃO

 Absorção de uma raça por outra


 Venda de reprodutor ou sêmen
 Importação de animais ou sêmen

DERIVA GENÉTICA

 Previsão de magnitude, não de direção


 População de tamanho pequeno

POPULAÇÃO EM EQUILÍBRIO

P²:2pq:q²

GENÉTICA DAS POPULAÇÕES

Tipos de acasalamentos Frequências AA Aa aa


AAXAA p (elev. a 4) p (elev. a 4) - -
AAXAa 4p³q 2p³q 2p³q -
AAXaa 2p²q² - 2p²q² -
AaXAa 4p²q² p²q² 2p²q² p²q²
AaXaa 4pq³ - 2pq³ 2pq³
aaXaa q³ - - q4

Total P² 2pq q²

HERDABILIDADE
h² → A herdabilidade representa a fração das diferenças fenotípicas que
é transmitida de pais para filhos.

(Regressão do valor genético sobre o valor fenotípico)

CONSIDERAÇÕES

 Parâmetro estatístico-genético específico para a população em


estudo naquele momento.
 Pode ser classificada em: Alta
Média
Baixa

Fenótipo (P) = Herança (H) + Meio (M) + Herança x Meio


(HM)

DIVISÃO DAS VARIÂNCIAS

Em termos de variância, tem-se que:

a²P = a²H + a²M + a²HM,

onde: a²P = variância fenotípica


a²H = variância devido às diferenças de herança entre
indivíduos
a²M = variância devido às diferenças de meio ambiente
entre indivíduos
a²HM = variância devido à interação entre herança e meio
ambiente.

Se não há interação herança x meio, a variância fenotípica passa a


ser:
a²P = a²H + a²M

A variância herdável pode ser desdobrada em:

a²H = a²A + a²D + a²1,

onde: a²H = variância herdável


a²A = variância devida aos efeitos aditivos dos genes
a²D = variância devida aos efeitos da dominância
a²1 = variância devida aos efeitos epistáticos

 Entre os componentes de variância herdável a mais importante é


aquela devida aos efeitos aditivos dos genes (a²A).
 A relação desta variância com a variância total ou fenotípica (a²P)
chama-se herdabilidade no sentido restrito (h²R).

Logo, pode-se escrever:


h² R = a²A/a²P = a²A/a²H + a²M, desde que a²P = a²H + a²M
INTERAÇÃO GENÓTIPO X AMBIENTE

 Para melhor confiabilidade um programa de seleção deve-se procurar testar os


animais no ambiente em que sua progênie irá produzir.

Ex: Temperado ou Tropical


Pasto ou Confinamento

AVALIAÇÃO DA INTERAÇÃO GENÓTIPO X AMBIENTE ENTRE


BRASIL E EUA

Para testar a existência da IGA, foram identificados 149 touros da raça Holandesa, em
IA, com filhas em produção no Brasil e nos EUA, adotando-se o modelo animal para as
análises genéticas.
Foram utilizadas informações sobre a produção de leite à primeira lactação de 21.515
vacas holandesas no Brasil e 266..764 vacas nos EUA.
A correlação genética entre as produções de leite nos dois países foi de 0,60;
Esta diferença de comportamento provocou mudança no rank dos touros;
24% dos touros com valor negativo nos EUA foram positivos no Brasil;
6% dos touros comportaram-se ao inverso
CONCLUSÕES: A utilização de sémen importado de outros países deve considerar
uma reavaliação do valor dos reprodutores, sob as condições locais de produção.
Para amenizar o risco buscar utilizar reprodutores de valores medianos!

CÁLCULOS ESTATÍSTICOS

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