Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AULA 10
ANALISADORES CONTÍNUOS DE MONITORAMENTO DE OZÔNIO (03)
E MONÓXIDO DE CARBONO (CO)
3
Gestão da Qualidade do ar
INTRODUÇÃO
O quadro 1 apresenta os poluentes ambientais descritos nesta aula, com seus princípios de
medição, assim como os principais fabricantes de equipamentos e as respectivas agências
certificadoras. O quadro foi desenvolvido tendo como base a apresentação dos principais
fabricantes que possuem equipamentos nas redes de monitoramento da qualidade do ar, com
o objetivo de nortear quanto aos tipos de equipamentos existentes, visto que este curso não
visa apresentar uma lista exaustiva de fabricantes.
Quadro 1: Poluentes-Princípios de Medição-Fabricantes-Certificações
Equipamentos de monitoramento da qualidade do ar
Analisador de Monóxido de .. .. .. ..
Absorção no IF não dispersivo EPA/ CEN/ TUV EPA/ CEN/ TUV EPA/ CEN/ TUV EPA/ CEN/ TUV
Carbono (CO)
Analisador de Oxidos de .. .. .. ..
Quimiluminescência EPA/ CEN/ TUV EPA/ CEN/ TUV EPA/ CEN/ TUV EPA/ CEN/ TUV
Nitrogênio (NO/NO2/NOX)
.. ..
Beta (Atenuação Beta) EPA/ CEN/ TUV EPA/ CEN/ TUV EPA EPA
Principais Certificações
CEN (UE) CEN (Agência Europeia) POLUENTES/ PRINCÍPIOS DE MEDIÇÃO/ PRINCIPAIS FABRICANTES/
PRINCIPAIS AGÊNCIAS CERTIFICADORAS
.. ..
TUV Rheinland (Alemanha) TUV (Alemã)
para um comprimento de onda de 253,7 nm, que corresponde à principal linha de emissão de
lâmpadas de mercúrio no espectro ultravioleta.
5
Gestão da Qualidade do ar
Absorção 253,7
100
O3
Coeficiente de absorção
100
313,2
3 2,6
10
Principais linhas da lâmpada ultravioleta
de vapor de marcúrio de baixa pressão
296,5
0,1
180 200 220 240 260 280 300 320
Comprimento de onda nm
Fonte: Manual O342M Environnement S.A.
Senssores de
vazão,
Bomba Exaustão Amostra
temperatura e
pressão
Válvula
solenóide
Fonte de de ciclo
Purificador
energia
de ozônio
estabilizada
Lâmpada UV
V UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV
Detector UV Detector de
V UV UV UV UV UV UV UV
Bancada
UV UV UV
óptica
UV UV UV UV UV UV UV UV UV
UV UV UV
UV UV UV
de referência UV
UV V
UV
UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV
UV medição UV
V UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV UV
Placa de módulo
Medições de ozônio
Devido à atenuação da luz pelo ozônio, o fotômetro só detecta uma intensidade de luz “i”;
a relação i / io é uma medida da luz absorvida pelo ozônio contida na amostra. A Lei de Beer
Lambert2 estabelece a relação da luz absorvida em um determinado comprimento de onda
com a concentração de ozônio presente na amostra.
No sistema de medição, a radiação emitida pela lâmpada de UV passa pela amostra dentro
da câmara de medição. Por meio de dois espelhos, a luz é refletida duas vezes, atingindo, em
seguida, o sensor. Dentro da célula passam alternadamente a amostra com O3 e a amostra
com O3 removido. De modo a compensar os desvios da lâmpada UV e para realizar as duas
medições iO e i sob as mesmas condições, um detector de “referência UV” integra a energia
emitida pela lâmpada UV. A duração das medições iO (amostra sem O3) e i (amostra com O3)
será verificada usando a “referência UV”, de modo que essas duas medições possam ser feitas
sob as mesmas condições.
II. Medição de iO feita através da medição de UV (duração definida pela referência de UV);
Filtro de material
particulado
5μm
Purificador
de ozônio
I 0
Válvula solenoide dos C
ciclos i e i0
Meio de
absorção
Sensor de
temperatura do
meio gasoso
Sensor de
pressão do
meio gasoso
Restritor 34mm
Sensor de Sensor de
temperatura pressão
interna da bomba
Sensor de
pressão Bomba
interna
Ventilação
Fonte: Manual O342e Environnement S.A. (Envea) 8
Gestão da Qualidade do ar
Da equação de Beer Lambert pode ser determinada a concentração (C) na célula A, CA = i (A)
/ io (A) e o mesmo para a célula B, CB = i (B) / io (B). Tomando o valor médio dessas duas leituras,
são eliminadas as flutuações ocasionadas por instabilidades, especialmente da lâmpada de UV.
Onde:
C = Concentrção
C = {C(A) + C(B)}/2
C (A) = Concentração na célula A
C (B) = Concentração na célula B
9
Gestão da Qualidade do ar
Filtro de poeira
Setor de medição
Válvula
solenóide Setor escuro
Setor de referência de CO
Filtro
Zero
Motor
Transmissor
infravermelho
Interruptor
fotográfico
Fitro óptico
Bomba de
ventilação
Restritor
Medição
Os analisadores mais modernos possuem filtros que permitem a passagem apenas de radiação
com comprimento de onda na faixa 4,7 +/- 0,12 nm, trabalhando só na faixa de comprimento
de onda do CO.
Figura 42: Espectros de absorção para vários gases na faixa de Infravermelho
I.R
0.1 1 10 100μm
Comprimento de onda
5000 666
cm
2 5 10 15μm
CO2 CO2 CH4
CH4 CO2
C2H4 C2H4 C2H4
Fonte: Manual CO12M Environnement S.A. (Envea)
No sistema de medição a radiação emitida pela fonte IR é interceptada pelo disco de correlação,
que funciona como obturador3, acionado por motor, numa rotação de 1.300 rpm. Esse disco
possui 6 regiões: 2 opacas, onde a radiação é bloqueada; 2 regiões furadas, onde passa toda
a radiação emitida; e 2 regiões preenchidas por um filtro a gás com CO, que absorve toda a
radiação correspondente ao CO. Nas extremidades do disco existem pinos (simples e duplos)
que, por meio de um sensor óptico, enviam informação ao sistema eletrônico (microprocessador).
A finalidade desses pinos é informar ao sistema microprocessador como deve ser tratado o sinal
que está sendo medido.
3 Obturador - dispositivo mecânico que abre e fecha, controlando o tempo de exposição à luz. É uma espécie de
cortina acionada por um motor.
11
Gestão da Qualidade do ar
Válvula
solenoide
Bomba
Câmara de
Limitador medição
de vazão
(restritor)
SV1 SV2
Para Gás
bomba 2 1 2 1 padrão
3 3
4 Célula foto condutora – Semicondutores, em determinada situação são isolantes e em outra são condutores, neste
caso composta de Chumbo (Pb) e Selênio (Se).
5 Efeito Peltier - Também conhecido como força eletromotriz de Peltier, é a produção de um gradiente de temperatura
na junção de dois condutores (ou semicondutores) de materiais diferentes quando submetidos a uma tensão elétrica
em um circuito fechado.
12
Gestão da Qualidade do ar
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ENVIRONNEMENT S.A. Manual CO12M. Poissy, França : s/d. Disponível em: <http://www.envirolab.rs/pdf/
co12m_uk.pdf> Acesso em: 22 set. 2021
13
MÓDULO III – OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE MONITORAMENTO
AULA 11
ANALISADORES CONTÍNUOS DE MONITORAMENTO DE DIÓXIDO
DE ENXOFRE (SO2) E ÓXIDOS DE NITROGÊNIO (NO/NO2/NOx)
14
Gestão da Qualidade do ar
15
Gestão da Qualidade do ar
SO2
Entrada do
gás padrão Câmara de
Lâmpada de
reação
Restritor zinco
ultravioleta
Restritor
Filtro de pó Fonte de
entrada da Bomba energia
amostra estabilizada
Dispositivos de eliminação
Saída da
de hidrocarbonetos aromáticos
bomba
Este filtro consiste em dois tubos concêntricos, sendo o tubo interior confeccionado de um
polímero especial de silicone, que apresenta a propriedade de ser permeável às moléculas
de hidrocarbonetos (HC) se a pressão externa ao tubo for menor. Desta maneira, ao atingir a
célula de medição, a amostra estará livre de contaminantes, como demonstrando na figura 45.
A amostra a ser analisada, isenta das moléculas de HC, é direcionada para a câmara de reação
onde é irradiada com uma radiação Ultravioleta (UV) ajustada em um comprimento de onda 214
nm, específico para absorção das moléculas de SO2.
Figura 45: Carbon Kicker - Filtro para conter os compostos de carbono.
Tubo pata a retirada de carbono
Entrada da
H
H
H
H
H
H
H
C
C
C
C
C
C
C
amostra Câmara
C
C
C
C
C
C
C
H
H
H
H
H
H
H
Restritor
Bomba
Após a passagem pelo Carbon Kicker, um fotodiodo (dispositivo semicondutor que converte
luz em corrente elétrica) mede a radiação UV gerada pela lâmpada e refletida por meio de um
espelho. Esse procedimento ocorre durante o processamento do sinal, de forma a compensar
qualquer variação da energia UV.
L= 260mm
EV1 EV2
SV1 SV2 L= 280mm
Bomba de vácuo
L= 290mm
Revestimento
L= 290mm
Restritor + filtro
de poros
L= 220mm
Filtro de zero/SO2
EV1 EV2
Câmara SV1 SV2 Gás
2 1 2 1
Óptica padrão
3 3
Amostra Zero
1 Zero-Ref - função dos monitores de poluentes que permite realinhar o valor medido para o ponto zero, no valor
teórico do “0”.
17
Gestão da Qualidade do ar
O princípio de medição citado baseia-se na luminescência gerada pela reação química entre
óxido de nitrogênio (NO) e ozônio (O3), resultando em dióxido de nitrogênio excitado (NO2*).
18
Gestão da Qualidade do ar
Quimiluminescência
É a energia luminosa originada de reações químicas de NO (monóxido de nitrogênio), com O3
(ozônio), gerando NO2 (dióxido de nitrogênio) na faixa de 600 a 1200 nm.
Um filtro ótico instalado no monitor é ajustado para faixa menor que 610 nm e tem por objetivo
evitar a interferência de compostos de hidrocarbonetos.
NO + O3 -> NO2* + O2
O retorno do NO2* (estado excitado) para o NO2 (estado fundamental) gera energia luminosa (Qui-
miluminescência) que é medida pelo analisador.
Para ser medido por quimiluminescência, o NO2 deve ser primeiramente transformado em NO.
Molibdênio aquecido em um forno é usado como catalisador para facilitar esta redução, conforme
a reação apresentada a seguir.
Este tipo de analisador utiliza dois canais de medição. Uma parte da amostra é enviada, através de
um dos canais, para a medição na câmera de NO. A outra parte da amostra é enviada primeiramente
para um forno de conversão, para redução do NO2 em NO. O resultado analisado nesta câmara é,
assim, proporcional ao NO + NO2 (reduzidos a NO), que é chamado de NOx.
2 Efeito Peltier - Também conhecido como força eletromotriz de Peltier é a produção de um gradiente de temperatura
na junção de dois condutores (ou semicondutores) de materiais diferentes quando submetidos a uma tensão elétrica
em um circuito fechado.
19
Gestão da Qualidade do ar
Amostra Direção da
montagem
da bomba
Zero Referência
Direção do
gerador
de ozônio
Restritor Gerador
de amostra de ozônio
Conjunto
de secagem
Válvula solenoide
ciclo #1
Restritor
de ozônio
Válvula solenoide
ciclo #2
Câmara de
pré reação
Câmara de
reação
Bancada de
Gestritor
Restritor de amostra permeação
de
ozõnio
Válvula solenoide
ciclo #1
Restritor
de
ozõnio
Válvula solenoide
ciclo #2
Conjunto
de secagem
Câmara de
pré reação
Fluxo de exaustão
(limpeza)
Câmara de
Reação
20
Gestão da Qualidade do ar
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ENVIRONNEMENT S.A. Manual AC32M. Poissy, França: 2010. Disponível em: <http://www.lisa.u-pec.fr/~formenti/
Tools/Manuals/AC32MA_10-06.pdf> Acesso em: 22 set. 2021
21
MÓDULO III – OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE MONITORAMENTO
AULA 12
PLANO DE GESTÃO BÁSICO DE OPERAÇÃO, CALIBRAÇÃO
MANUTENÇÃO DE UMA ESTAÇÃO DE MONITORAMENTO
DA QUALIDADE DO AR
22
Gestão da Qualidade do ar
Nesta aula será descrito um plano básico de gestão de uma estação de monitoramento da
qualidade do ar apresentando, inicialmente, o princípio geral aplicado aos analisadores, dado
importante para entendimento de uma calibração; as frequências de verificações (checklist); as
frequências das calibrações e manutenções; a rastreabilidade de uma calibração; e as certifica-
ções apresentadas pelos fabricantes dos analisadores.
Precisão; e
Fidelidade.
O Sensor Real possui incertezas/desvios associados, pois ao longo do tempo ele oscila.
Desse modo, deve-se prever esse desvio (Ideal X Real) e, eventualmente, corrigi-lo, por meio
da calibração.
12.2 CALIBRAÇÃO
23
Gestão da Qualidade do ar
Calibração Multiponto
Além da injeção dos pontos de zero e span, são injetados, no mínimo, mais 3 pontos entre eles.
Sensor Ideal
Fenômeno físico
0
0 1
Sinal elétrico
Fonte: Jurandir Brito
0
0 Sinal elétrico 1
Desvio Zero
Sensor Real
Sensor Ideal
Fonte: Jurandir Brito
Injetar ar zero (ar limpo de impurezas), podendo ser usado um cilindro de ar sintético
puro ou um equipamento gerador de ar zero. Pode ser usado também Zero eletrônico
(Zero-Ref), existente em alguns analisadores, como os analisadores de SO2 e CO. Em
alguns casos, pode ser usado um filtro de carvão antes da injeção do ar atmosférico;
Injetar o padrão de referência (Span), que deve ser um padrão gasoso com
concentração de gás do composto a ser analisado, livre de impurezas. As
concentrações devem ser de aproximadamente 80% do valor do fundo de escala ou
do range (faixa de amostragem) do analisador utilizado, de acordo com a orientação
de cada fabricante;
Após a injeção do padrão de referência, uma diferença de até mais ou menos 10%
entre o valor lido no monitor e a concentração real do padrão é considerada aceitável,
devendo-se apenas ajustar o aparelho até obter a concentração real. Desvios
acima de 10% requerem uma intervenção no aparelho para ajustes. Na maioria
dos analisadores o ajuste da calibração é realizado por meio de um coeficiente de
correção (K), chamado de KSPAN.
A calibração deve levar em consideração uma mistura padrão com baixa incerteza
associada, certificada e com rastreabilidade na Rede Brasileira de Calibração (RBC).
A escolha do padrão de ar zero (ar sintético) deve levar em consideração o mesmo
procedimento.
Saiba Mais
A calibração pontual deve ser realizada com a seguinte frequência:
• Ajuste do ZERO – Diária;
• Calibração Pontual (Span) - no mínimo mensal.
O anexo 1 apresenta um modelo de registro de calibração pontual.
25
Gestão da Qualidade do ar
Calibração Pontual
Se um analisador de SO2 está configurado com o fundo de escala/range de 1.000 ppb, deve
ser feito o ajuste do Ø (Zero) e utilizar uma concentração de padrão gasoso de SO2 de 800 ppb
para calibrar o Span.
Calibração Multiponto
O procedimento consiste na injeção de mais 3 concentrações entre o Zero e o Span. Por
exemplo:
Ø (Zero)
200 ppb
400 ppb
600 ppb
A calibração Multiponto requer a utilização de um gás padrão de alta concentração, que será
diluído com ar sintético puro através de um Multicalibrador Gasoso Digital (MGC).
MFC 2
gás padrão
Display
Entrada
de gás
Microprocessador
Entrada de MFC 1
ar zero ar zero
Orifício
crítoco
26
Gestão da Qualidade do ar
O padrão gasoso de alta concentração será diluído na câmera de mistura do MGC com a
adição de ar zero. O analisador é calibrado com a concentração diluída gerada.
Os analisadores de ozônio (O3) precisam ser calibrados através do gerador de ozônio do MGC
ou de outro gerador externo, visto que o gás ozônio só é produzido através da exposição do
oxigênio em uma excitação elétrica.
1 Cálculo Estequiométrico - Determina a quantidade de reagentes que se deve utilizar numa reação e a quantidade de
produtos que serão obtidos na análise de parâmetros como: vibração, ruído, inspeção visual, análise de calibração,
dentre outras.
27
Gestão da Qualidade do ar
12.3 MANUTENÇÃO
Manutenção Preditiva
É o acompanhamento periódico dos equipamentos. O procedimento é baseado na análise de
dados coletados através de monitoração ou inspeções. Ela se baseia na análise de parâmetros
como: vibração, ruído, inspeção visual, análise de calibração, dentre outras.
Manutenção Preventiva
Ocorre em um horário pré-determinado com o objetivo de aumentar a eficiência dos
equipamentos, reduzindo a quantidade de retrabalhos e garantindo a disponibilidade dos
equipamentos. Ela permite a identificação precoce de problemas, aumentando significativamente
a vida útil dos equipamentos, reduzindo custos com a manutenção corretiva, permitindo um
melhor planejamento do orçamento. As manutenções preventivas são estabelecidas pelos
fabricantes nos manuais específicos de cada analisador.
Manutenção corretiva
É a manutenção não planejada. Ela é realizada quando algo impede o funcionamento da
máquina ou equipamento. As manutenções preditiva e preventiva têm o objetivo de evitar a
manutenção corretiva, uma vez que esta gera retrabalho e indisponibilidade dos equipamentos.
28
Gestão da Qualidade do ar
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ENVIRONNEMENT S.A. Manual AC32M. Poissy, França: 2010. Disponível em: <http://www.lisa.u-pec.fr/~formenti/
Tools/Manuals/AC32MA_10-06.pdf> Acesso em: 22 set. 2021
_____. Manual MGC 101. Seregno, Itália: s.d. Disponível em: <https://www.environnement.it/public/articoli/244/
Files/mgc101_multi-gas-calibrator_envea.pdf> Acesso em: 22 set. 2021
29
MÓDULO III – OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE MONITORAMENTO
AULA 13
EQUIPAMENTOS PARA MEDIÇÃO AUTOMÁTICA
DE MATERIAL PARTICULADO
30
Gestão da Qualidade do ar
Tome nota
Atualmente, além dessas metodologias, outras foram desenvolvidas, como o
monitoramento de partículas no ambiente através de dispersão de luz, já certificada
junto à Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA, 2021) e os micro
sensores ópticos, através da difração de raio laser, que são certificadas apenas pela
União Europeia (European Directive 2008/50/EC).
Nesse tipo de monitor é usada uma fonte radioativa de baixa energia, equipada com uma
fonte de Carbono 14 com atividade de 3.66 mBq. Conforme definido pela Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN, 2011), a atividade limite para isenção de requisitos de proteção
radiológica de C14 é de 10 mBq. Portanto, esse tipo de fonte é isenta dos requisitos de proteção
radiológica, mas não de controle regulatório, sendo necessário seguir os trâmites junto à CNEN.
Essa isenção deve ser solicitada por meio de requerimento eletrônico no Portal de Instalações
Radiativas da CNEN. O ofício de isenção deve ser emitido em nome do usuário final. Caso essas
fontes radioativas mudem de responsável, a nova instituição deve solicitar as devidas alterações
junto à CNEN.
Raios Beta de baixa energia são absorvidos por colisão com elétrons, cujo número é
proporcional à densidade. Dessa forma, a absorção é uma função da massa do material irradiado,
independentemente de sua natureza físico-química.
Tome nota
A diferença entre a leitura original, feita com o filtro limpo, e a leitura final (filtro +
partículas) é diretamente proporcional à massa de partículas coletada no filtro. À
medida que as partículas são coletadas e se depositam no filtro, a leitura diferencial
muda e o sinal resultante é convertido pelo microprocessador do sistema para se
obter as concentrações de Material Particulado. Os resultados do instrumento podem
ser vistos no display digital do mesmo e impressos em uma pequena impressora
acoplada na parte frontal do aparelho (caso de alguns fabricantes).
O monitor Beta possui os modelos para amostragem de partículas MP10, MP2,5 e sequencial,
onde ambas as granulometrias são medidas consecutivamente. A figura 52 apresenta a visão
frontal de um monitor contínuo de material particulado tipo Beta e a figura 53, o desenho
esquemático de seu funcionamento.
Figura 52: Face frontal, visão geral do conjunto do coletor e monitor Beta
Entrada da Amostra
Fita de Filtro
Fonte: www.manualslib.com/manual/2079357/Environnement-Mp101m.html?page=25#manual
32
Gestão da Qualidade do ar
Filtro da
Depósito
fita
particulado
Bobina de Bobina de
fornecimento recolhimento
O contador Beta é verificado por dois testes específicos: o teste do contador e o teste de
densidade.
O teste do contador é usado para verificar a influência do ruído do contador Geiger nas
medições e corresponde a medições repetidas e sucessivas no papel de filtro em branco com
a bomba de fluxo desligada.
• Calibração;
Essas checagens devem ser realizadas a cada seis meses ou após a manutenção do
equipamento. Em áreas urbanas com altas concentrações de partículas, deve-se verificar e
limpar a cabeça amostradora em frequência menor que seis meses. O reservatório de água de
chuva também deve ser esvaziado periodicamente. Se necessário, recipientes maiores estão
disponíveis para substituição.
Alguns monitores incorporam uma balança inercial que mede diretamente a massa
correspondente às partículas coletadas. A amostra passa através do filtro, onde as partículas se
depositam, o que gera a necessidade da troca periódica desse filtro quando saturado.
34
Gestão da Qualidade do ar
Importante
No monitor TEOM o elemento de amostragem deve ser mantido a elevada
temperatura - acima de 50 °C, o que provoca a eliminação de compostos voláteis.
O equipamento também apresenta alta sensibilidade às mudanças na umidade
relativa e alta sensibilidade à vibração. Por esse motivo, o sistema de amostragem
gera algumas interferências durante o monitoramento. O valor medido não é uma
leitura direta do instrumento, pois o aparelho mede as alterações na frequência
vibratória do elemento sensor e então as converte para uma estimativa de massa,
com base em um modelo teórico ideal.
O monitor tipo TEOM é calibrado por meio de kit específico que contém um filtro de massa
conhecida, fornecido pelo fabricante. O procedimento altera entre um ciclo base e um ciclo de
referência, que mede a perda de massa do filtro quando o ar limpo passa por ele. A circulação
de ar causa interferência nessa operação. A figura 54 apresenta o desenho esquemático de um
monitor TEOM.
Figura 54: Desenho esquemático de um monitor TEOM
MP10
Microbalança Oscilante Entrada de
de Elemento Cônico amostragem
(TEOM) (TSP, PM2,5)
Divisor de fluxo
Unidade de
sensor aquecido
Desvio de
Transdutor de
linha de fluxo
massa
Amplificador e
contador de
frequência
Filtros
em linha
Controlador
de fluxo de
massa
Exaustão
Bomba de vácuo
3 Transdutor é um dispositivo que transforma um tipo de energia em outro. Pode converter, por exemplo, uma magnitude física,
como posição, velocidade, temperatura, luz, entre outras, em um sinal elétrico normalizado. Essa propriedade é utilizada
principalmente por sensores.
36
Gestão da Qualidade do ar
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
THERMO FISHER SCIENTIFIC. Manual TEOM. Franklin, MA, EUA: 2007. Disponível em: <https://tools.thermofisher.
com/content/sfs/manuals/EPM-TEOM1405-Manual.pdf> Acesso em: 22 set. 2021.
US EPA. List of Designated Reference and Equivalent Methods, 2021. Disponível em: https://www.epa.gov/sites/
default/files/2021-06/documents/designated_reference_and_equivalent_methods_-_07152021.pdf. Acesso em
23 set 2021.’
37
MÓDULO III – OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE MONITORAMENTO
AULA 14
AMOSTRADORES DE GRANDE VOLUME (AGV)
38
Gestão da Qualidade do ar
Os Amostradores de Grande Volume (AGV) MP10 e MP2.5 têm como princípio de medição
a sucção de uma quantidade de ar ambiente, que passa através de um filtro de papel de
microquartzo ou de fibra de vidro, A amostragem tem duração de 24 horas com vazão constante
de 1,13 m3/min. A concentração de partículas em suspensão no ar ambiente é computada
dividindo-se a massa de partículas coletada pelo volume de ar amostrado, e é expressa em
microgramas por metro cúbico (vg/m³). A figuras 54 apresenta exemplo de amostrador de MP10
e a figura 55 apresenta um desenho esquemático de funcionamento de um amostrador AGV.
Pelo princípio de medição, uma amostra de ar passa por uma cabeça de separação, configurada
com um conjunto de boqueiras que aceleram o ar para dentro de uma câmara de impactação,
onde partículas maiores que 10 μm - para o amostrador MP10, e maiores que 2,5 μm - para o
amostrador MP2,5, ficam retidas em uma camada oleosa. A vazão de amostragem é constante
e obtida através da passagem do ar pelo Controlador Volumétrico de Vazão (CVV) tipo Venturi1.
Figura 55 - Amostrador de Grande Figura 56 - Desenho de funcionamento de
volume (AGV) - MP10 um amostrador AVG
Jato aceleração
DOMO
Entrada
Fluxo
Placa de
Tubo de saída
coleta
Zona de
Filtro
Fracionamento
Tela de insetos
Tomada de
pressão
CVV
Motoaspirador
39
Gestão da Qualidade do ar
Fluxo
Filtro
P T
ª ª
Po
P
ª
Área de
estrangulamento
Manômetro de
coluna d’água Motoaspirador
P - Pressão atmosférica
ª
T - Temperatura ambiente Exaustão
ª
Po - Pressão de estagnação
1 O efeito Venturi ocorre quando, num sistema fechado, o fluido em movimento constante dentro de um duto
uniforme se comprime momentaneamente ao encontrar uma zona de estreitamento, diminuindo sua pressão.
41
Gestão da Qualidade do ar
Tome nota
A cada 12 meses, o PTV deve ser calibrado (através de um túnel de vento) por
empresa cadastrada junto à Rede Brasileira de Calibração (RBC). Os anexos 3, 4 e 5
apresentam um modelo de ensaio de calibração do PTV.
42
Gestão da Qualidade do ar
Em campo
Substituir a tampa do porta filtro de MP10 ou MP2.5 pela placa adaptadora do kit de ensaio,
colocar um filtro limpo, ajustar e apertar suavemente as 4 porcas borboleta;
Instalar a placa de menor resistência, contendo 18 furos, sobre a sede circular da placa
adaptadora. A seguir, montar o orifício de calibração sobre a placa de resistência,
apertando-a suavemente com a rosca de acoplamento;
Instalar o manômetro em “U” na casinhola. Afrouxar a porca que prende a escala, abrir
ambas as torneiras do manômetro e ajustar o zero com o nível do líquido;
No manômetro em “U” fixado na lateral do amostrador, soltar a porca que prende a escala,
abrir ambas as torneiras do manômetro e ajustar o zero com o nível do líquido;
Instalar uma nova carta gráfica no registrador se o equipamento ainda usar registrador
analógico;
Ajustar o zero na carta gráfica registradora através do parafuso central, sempre no sentido
horário;
Desligar o motor;
Repetir as operações para as quatro placas restantes (nº 13, nº 10, nº 8 e nº 9 );e
No laboratório
Após a coleta de dados em campo, o cálculo deverá ser feito por meio da equação da reta,
método de regressão, usando as leituras anotadas, que representam as vazões medidas.
A equação é usada como referência direta para se obter a vazão real.
43
Gestão da Qualidade do ar
Frequência de Ensaio
Os amostradores devem ser verificados: I) após 600 horas de operação ou 25 amostragens
no local onde o AGV estiver operando; II) quando houver deslocamento do amostrador de um
local para outro; III) após paradas para manutenção (trocas de escovas e motor); ou IV) quando
ocorrer qualquer outra alteração significativa no sistema.
Identificar o filtro com uma numeração que deve ser feita próxima à margem do filtro, de
forma cuidadosa, para evitar seu rompimento;
Instalação do Filtro
Levantar a tampa superior do equipamento, abrir a porta dianteira, limpar qualquer
acúmulo de poeira ao redor do porta filtro com um pincel ou pano;
Soltar as porcas de acionamento manual da parte superior do porta filtro e retirar a tampa
de alumínio; colocar cuidadosamente o filtro previamente pesado, diretamente sobre a
tela de arame, em sua parte central, e com o lado rugoso voltado para cima;
Primeiramente, abrir a tampa superior, retirar a tampa de alumínio do porta filtro, soltando
os 4 parafusos; remover o filtro, dobrar o filtro ao meio com o material coletado para
dentro; colocar o filtro em um envelope de papel ou saco plástico identificado com o
nome da estação e a data da coleta;
Levar o filtro para o laboratório, deixando-o no dessecador durante 24 horas, pesar o filtro
e fazer os cálculos de amostragem.
44
Gestão da Qualidade do ar
14.4 MANUTENÇÃO
Manutenção do Motoaspirador
As condições
Controleoperacionais
dos produtosdode
motoaspirador devem sercom
combustão incompleta, verificadas a cada 300
o uso adequado daataxa
400dehoras
de uso. Os procedimentos
injeção do ar; e de manutenção e substituição de peças devem seguir as orientações
do manual de operação do equipamento.
Uso de combustíveis mais limpos, que reduzem as emissões de partículas.
45
Gestão da Qualidade do ar
Anexos
46
Gestão da Qualidade do ar
47
Gestão da Qualidade do ar
48
Gestão da Qualidade do ar
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ENERGÉTICA IND. E COM. LTDA. Manual de Operação AGV MP10. Disponível em: <https://www.energetica.ind.br/
wp-content/uploads/2016/01/env1_manual-mp10_rev_11.pdf> Acesso em: 22 set. 2021a
49