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A ORAÇÃO DE DANIEL – DANIEL ORA POR DESPERTAMENTO.

Daniel ora por um despertamento espiritual no capítulo 9 de seu


livro. A oração de Daniel registrada nesse capítulo é umas das
mais notáveis da Bíblia. Antes, porém, o texto bíblico mostra
outros episódios da vida do mesmo profeta em que ele agiu
como um verdadeiro homem de oração.

Logo nos capítulos iniciais de seu livro encontramos o profeta


Daniel orando a respeito do sonho que o rei Nabucodonosor
havia sonhado. Então em resposta à oração de Daniel, Deus lhe
revelou o sonho do rei e sua interpretação (Daniel 2).

Outro momento marcante de oração na vida de Daniel foi


quando o rei Dário emitiu um decreto que basicamente proibia
toda oração que não fosse direcionada ao próprio rei. Contudo, o
profeta Daniel não se abalou com a proibição real e continuou
com sua vida de oração. Nesse ponto a Bíblia diz que Daniel tinha
o costume de orar a Deus três vezes ao dia (Daniel 6:10).

Então finalmente no capítulo 9 o livro de Daniel mostra o profeta


orando a Deus em relação à restauração do povo judeu do
cativeiro na Babilônia. Naquele tempo o profeta já era um idoso
que tinha passado a maior parte de sua vida numa terra
estranha. Então vejamos a seguir alguns pontos interessantes
desse texto bíblico em que Daniel ora por um despertamento do
povo judeu.

O contexto em que Daniel ora por um despertamento


Por causa de sua desobediência para com Deus, o povo judeu foi
levado ao cativeiro. Deus levantou o Império Babilônico sob a
regência do rei Nabucodonosor para ser seu instrumento de
juízo punindo o povo da aliança por seu pecado. O povo não se
arrependeu de seus erros e se negou a dar ouvido à palavra do
Senhor através de seus profetas.

Inclusive, o profeta Jeremias, um contemporâneo do profeta


Daniel durante sua juventude, foi o último profeta que Deus
levantou antes que Jerusalém caísse definitivamente perante o
exército babilônico. Por diversas vezes Deus chamou o povo ao
arrependimento através da mensagem profética de Jeremias e
anunciou as terríveis consequências do pecado que estava
ocorrendo em Judá, mas ninguém ouviu.

Então Jerusalém foi invadida, o templo foi destruído e a grande


parte de sua população acabou sendo deportada. Daniel, um
jovem promissor de Judá, estava entre os deportados. Mas tão
logo que chegou à capital do Império Babilônico Daniel usou
Daniel de forma muito especial. Deus abençoou Daniel de tal
forma na Babilônia que ele continuou numa posição de
proeminência mesmo depois da queda da própria Babilônia
diante do Império Medo-Persa.

Então quando no capítulo 9 Daniel ora por um despertamento,


naquele tempo o Império Babilônico já havia caído. O texto
bíblico localiza a oração de Daniel em 539 a.C., no primeiro ano
do reinado de Dario (Daniel 9:1).

A oração de Daniel
O texto bíblico informa que Daniel fez sua oração a Deus ao ter
entendido, pela profecia do profeta Jeremias, que a duração da
desolação de Jerusalém seria de setenta anos (Daniel 9:2; cf.
Jeremias 25:11,12; 29:1). Então Daniel se humilhou perante o
Senhor, e o buscou com oração, súplicas e jejum (Daniel 9:3).

Em sua oração o profeta Daniel adorou ao Senhor (Daniel 9:4),


confessou o pecado de Judá (Daniel 9:5-11), reconheceu a
legitimidade do julgamento de Deus contra o pecado do povo
(Daniel 9:11-14), e apelou para a manifestação da misericórdia
divina com base na glória do próprio nome de Deus (Daniel
9:15-19).

O mesmo capítulo bíblico mostra que Deus ouviu e respondeu à


oração de Daniel. Deus enviou o anjo Gabriel para falar com
Daniel e lhe anunciou a profecia que ficou conhecida como “a
profecia das setenta semanas de Daniel” (Daniel 9:20-27).

Através dessa profecia maravilhosa com implicações


escatológicas – que também é amplamente discutida entre os
estudiosos –, Deus falou ao profeta não apenas sobre a
restauração de Jerusalém com os remanescentes do cativeiro,
mas principalmente sobre a vinda do Messias prometido.

O que aprendemos com a oração de Daniel?


A oração de Daniel é um exemplo de como um crente deve orar.
Em primeiro lugar, a atitude de oração de Daniel em decorrência
de sua leitura da Palavra de Deus nos ensina muito sobre qual
deve ser a atitude do cristão diante da soberania de Deus.

O texto bíblico diz que Daniel orou fervorosamente ao Senhor


após ler nas Escrituras acerca dos anos de cativeiro que tinham
sido decretados por Deus. Algumas pessoas pensam que o fato
de Deus governar a história soberanamente de acordo com seu
decreto inviolável, é algo que desencoraja a oração.

Mas o profeta Daniel pensava exatamente o contrário. Ele via no


decreto eterno de Deus um motivo irresistível para a oração. Ele
via na soberania de Deus a certeza de que o Senhor é Aquele que
responde a oração do Seu povo.

Consequentemente, em segundo lugar, a oração de Daniel nos


ensina que uma oração eficaz é aquela oração fundamentada nas
promessas de Deus, ou seja, em resposta à Palavra de Deus. A
oração de Daniel foi uma oração pactual. Ele recorreu à aliança
do Senhor.

Daniel compreendeu o decreto de Deus com relação ao tempo


de cativeiro e imediatamente se colocou diante do Senhor em
oração pedindo que Deus agisse em favor do Seu povo escolhido.
Nesse sentido Daniel sabia que sua oração era legitima porque
estava de acordo com a vontade de Deus revelada em Sua
Palavra; estava alicerçada na promessa do Senhor.

Em terceiro lugar, a oração de Daniel nos ensina que uma oração


genuína envolve confissão de pecados. Daniel confessou ao
Senhor que o povo – do qual ele também fazia parte – havia
transgredido a lei de Deus. Ele admitiu que a única coisa que o
povo realmente merecia era a manifestação da justiça divina em
resposta ao seu erro. Algumas pessoas perdem tempo em suas
orações tentando se justificar perante o Senhor, quando
deveriam gastar tempo admitindo seu pecado e se derramando
em contrição diante de Deus.
Por fim, a oração genuína é aquela que coloca, acima de
qualquer outro objetivo, sua preocupação com a glória de Deus.
Daniel orou recorrendo ao caráter misericordioso e perdoador
de Deus. Mas ele não colocou como base para isso um suposto
merecimento humano. Muito pelo contrário! Ele colocou o zelo
do Senhor pela glória do Seu próprio nome como o objetivo
maior pelo qual Ele haveria de agir em favor do Seu povo
escolhido.

Então neste ponto a oração de Daniel nos convida a analisar se


nossas orações buscam, antes de tudo, a glória do Senhor. Isto
está plena harmonia com a oração ensinada pelo Senhor Jesus:
“Pai nosso, que estás no céu. Santificado seja o teu nome […]”
(Mateus 6:9-13).

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