Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
GOLDSCHMIDT, James. Problemas jurídicos y políticos del proceso penal. In: GOLDSCHMIDT,
James. Derecho, Derecho Penal y proceso I: problemas fundamentales del derecho. Madrid: Marcial Pons,
2010, p. 778 e ss.
2
CUNHA MARTINS, Rui. O ponto cego do Direito: the brazilian lessons. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2010, p. 37.
3
GOLDSCHMIDT, James. Problemas jurídicos y políticos del proceso penal. In: GOLDSCHMIDT,
James. Derecho, Derecho Penal y proceso I: problemas fundamentales del derecho. Madrid: Marcial Pons,
2010, p. 778 e ss.
4
KHALED JR., Salah H. A busca da verdade no processo penal: para além da ambição inquisitorial. 3ª
edição. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
2
5
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
3
6
YOUNG, Jock. A sociedade excludente. Rio de Janeiro: Revan, 2002.
4
7
KHALED JR., Salah H. Discurso de ódio e sistema penal. 2. ed. Grupo Editorial Letramento/Casa do
Direito, 2016.
5
acompanhado com frequência por espectadores como um misto de reality show e seriado,
cujas temporadas são aparentemente inesgotáveis. Afinal, já foi dito que a Lava Jato deve
durar para sempre, frase que evoca um não-tempo típico de contos de fadas e que é
condizente com uma Operação cujos limites são indiscerníveis, sejam eles espaciais ou
temporais, como a super-competência da jurisdição de Sérgio Moro facilmente
demonstra.
O processo penal assim (re)nasce como espetáculo veiculado pela mídia, fonte de
entretenimento, consumo e (des)informação. Sua serventia para certo tipo de controle
social mostra-se, assim, sem igual, operando como elemento essencial dentro da lógica
do capitalismo global e atuando de modo semelhante a outras instâncias, transformando
pessoas em consumidores e emoções em produtos.8 A ideologia assim difundida e
ampliada por meio da grande mídia é um fator decisivo para a massificação do fenômeno
conhecido como empobrecimento da subjetividade.9 Centrado na manipulação do
significado e na sedução da imagem, este é um capitalismo decididamente cultural, que
transforma tudo em objeto de consumo, formatando as subjetividades individuais para a
submissão mercantilizada.10 Em um mundo no qual o poder é cada vez mais exercido
mediante representações mediadas e representações simbólicas, batalhas sobre imagem,
significado e representação cultural emergem como momentos essenciais na negociação
contestada da realidade tardo-moderna.11 Nesse sentido, ainda há espaço para guerrilha
processual e subversão. Os significados são abertamente disputados em espaços públicos
de resistência, que podem redirecionar o processo de sujeição simbólica como subversão
engajada, “operando como contradiscurso sobre crime e justiça criminal, que diminui o
circuito do significado oficial”.12
8
"O capitalismo é essencialmente um empreendimento cultural nos dias de hoje; sua economia é
decididamente de natureza cultural. Talvez mais do ponto de vista da criminologia, o capitalismo
contemporâneo é um sistema de dominação cuja viabilidade econômica e política, seus crimes e seus
controles, descansam precisamente em suas realizações culturais. O capitalismo tardio comercializa estilos
de vida empregando uma máquina publicitária que vende necessidade, afeto e apego muito mais do que os
próprios produtos materiais". HAYWARD, K.; FERRELL, J. Possibilidades insurgentes: as políticas da
criminologia cultural. Sistema Penal & Violência, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 206-218, jul./dez. 2012.
9
CASARA, Rubens R R. O Estado pós-democrático: neo-obscurantismo e gestão dos indesejáveis. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2017; TIBURI, Marcia. Como conversar com um fascista: reflexões sobre
o cotidiano autoritário brasileiro. Rio de Janeiro: Record, 2015.
10
HAYWARD, K.; Ferrell, J. Possibilidades insurgentes: as políticas da criminologia cultural. Sistema
Penal & Violência, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 206-218, jul./dez., 2012.
11
FERRELL, Jeff; HAYWARD, Keith. BROWN, Michelle. Cultural Criminology. In: BROWN, Michelle
(Org.) The Oxford Research Encyclopaedia of Crime, Media, and Popular Culture, Oxford: Oxford
University Press, 2017.
12
HAYWARD, K.; FERRELL, J. Possibilidades insurgentes: as políticas da criminologia cultural. Sistema
Penal & Violência, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 206-218, jul./dez. 2012.
6
13
CASARA, Rubens R R. O Estado pós-democrático: neo-obscurantismo e gestão dos indesejáveis. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.