Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE AGRONOMIA

CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS E ANÁLISE DE IMPACTOS


AMBIENTAIS

RESENHA ACADÊMICA CRÍTICA

Autora: Jaqueline dos Santos Viana

Goiânia, 2022
Resenha acadêmica : Os desafios do processo de licenciamento ambiental no Brasil, por
Jaqueline Viana.

O artigo base para esta resenha apresenta as legislações que definem o licenciamento
ambiental no Brasil, bem como o seu processo e quais os desafios enfrentados por ele que
inviabilizam a proteção ambiental, de autoria da dupla Maria Sarajane Farias da Costa,
licenciada em Ciências Biológicas e Helder Neves de Albuquerque, biólogo. Prof. Dr.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão de Recursos Naturais pela
Universidade Federal da Paraíba. O objetivo dos autores foi proporcionar de forma clara e
facilitada o entendimento de como o licenciamento ambiental é articulado no Brasil por meio
da legislação existente e da funcionalidade dos órgãos ambientais, apresentando as
dificuldades que o impede de ser eficiente na proteção do meio ambiente.

A metodologia utilizada pelos autores foi a pesquisa bibliográfica a partir da análise de


materiais já publicados como leis, resoluções, cartilhas, manuais e artigos científicos
publicados no meio eletrônico, procurando nas referências pesquisadas o conceito de
licenciamento ambiental, sua importância para o meio ambiente e os seus desafios. Na parte
introdutória os autores pontuam que o que se tem nas literaturas são relatos de como o
licenciamento ambiental é conceituado na legislação, as suas modalidades, ou seja, elementos
mais teóricos que de fato auxiliam no entendimento acerca do licenciamento, porém para um
leitor leigo torna-se complexo e justifica assim o objetivo do artigo.

No desenvolvimento do artigo se fala expressivamente sobre a Política Nacional do Meio


Ambiente - PNMA e o seu papel inicial no surgimento do direito ambiental. Os mesmos
usam os acontecimentos que foram marcos históricos para que se possa entender como a
legislação referente ao licenciamento ambiental começou a ser aplicada no Brasil, onde
pontuam que para regulamentar a Lei 6.938/81 foi editado o Decreto Federal 99.274, de 6 de
junho de 1990, que figura como uma das principais normas legais a dispor sobre
licenciamento ambiental. Porém, tanto a Lei 6.938/81 quanto o Decreto 99.274/90 atribuem
ao Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA a competência para estabelecer
normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras.
Isto é elas dão linhas gerais de como deve ser o licenciamento ambiental no Brasil. A criação
de regras específicas para o licenciamento através de resoluções foi necessária, pois era
perceptível que uma regra geral não iria comportar uma infinidade de atividades
desenvolvidas no Brasil.

Somente após falar sobre a legislação e sua aplicação no Brasil é que os autores apresentam
os órgãos ambientais e as competências para licenciar no país. Os autores explicam nessa
parte que as competências são repartidas em materiais/administrativas e legislativas . As
primeiras concedem legitimidade para a prática de atos administrativos, ao passo que as
segundas permitem que as pessoas políticas editem atos jurídicos primários sobre
determinadas matérias. Na federação brasileira os municípios são pessoas políticas e não
meramente administrativas, sendo imprescindível analisar a repartição de competências
ambientais entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Ainda na Constituição Federal de 1988, em seu art. 225, impôs ao poder público e à
coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado
como bem comum do povo para as presentes e futuras gerações. As competências da União
estão bem definidas no artigo 4 da resolução 237/97, já a competência dos Estados e do
Distrito Federal para o licenciamento é determinada pelo art. 5º da Resolução CONAMA
237, de 1997.

Em seguida os autores falam expressivamente sobre o licenciamento ambiental e os desafios


da aplicação do mesmo no Brasil, e é neste momento que ao meu ver o objetivo do artigo
acaba saindo do seu segmento, pois os termos utilizados e a forma como se descreve poderá
ser consumida de forma confusa quando acessada por leitores leigos, que são o real foco do
artigo. Por fim na etapa de conclusão os autores expressam suas opiniões quanto aos desafios
do licenciamento ambiental no país e reforçam a importância dessa ação para as ameaças de
danos ambientais, ainda expressando que além dos órgãos oficiais que promovem o
licenciamento ambiental, outros órgãos como o Tribunal de Contas da União, Universidades e
outras instituições que promovem o conhecimento buscam através de cartilhas, manuais e
dissertações tornar o licenciamento entendível, já que, para maioria ele é complexo por
possuir várias etapas, e neste ponto concordo plenamente, pois o licenciamento ambiental é
complexo para profissionais da área e principalmente para os leigos, não sendo tão fácil
chegar ao alcance total do entendimento de determinados leitores sobre o assunto.
Referências

Costa, M. S. F. da; Albuquerque, H. N. de . O Licenciamento Ambiental no Brasil e os seus


Desafios na Proteção do Meio Ambiente. Revista Saúde e Meio Ambiente –
RESMA-UFMS. Três Lagoas/MS, v. 12, n. 02, p.101-115, janeiro/julho. 2021, Edição
Especial. ISSN: 2447-8822. Disponível em:
<https://periodicos.ufms.br/index.php/sameamb/article/view/10171/9016#:~:text=Portanto%2
C%20concluiu%2D%20se%20que%20o,a%20percep%C3%A7%C3%A3o%20de%20que%2
0o>. Acesso em: 08 out. de 2022.

Brasil.. Ministério do Meio Ambiente. Programa Nacional de Capacitação de gestores


ambientais: licenciamento ambiental. Brasília: MMA, 2009. 9.

Brasil. Lei Complementar n° 140, de 8 de dezembro de 2011. Brasília. 2011.

Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal.1988.

Brasil. Resolução CONAMA n° 237 de 19 de dezembro de 1997. Disposição Sobre o


Licenciamento Ambiental. LEX: Legislação Ambiental, Rio de Janeiro, 1997.

Brasil. Lei n° 11.516, de 28 de agosto de 2007. Dispõe sobre a criação do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade. Brasília. 007.

Você também pode gostar