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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE ENFERMAGEM
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM BÁSICA
DISCIPLINA FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS
DO CUIDAR EM ENFERMAGEM II

Sistema Locomotor

2º Semestre/ 2016
Referências
• DICCINI, S. et al. Exame neurológico. In: BARROS, A.B.L. de.
Anamnese e exame físico. Porto Alegre: Artmed, 2016, Cap. .

• JARVIS, C. Exame físico e avaliação de saúde para


enfermagem. 6ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
• Capítulo 22

• Diagnósticos de Enfermagem da NANDA. Definições e Classificação.


ARTMED Editora SA.
Objetivos

• Recordar aspectos relevantes da anatomia e fisiologia do


Sistema Locomotor

• Proporcionar conhecimento específico necessário para


realização do exame físico locomotor em Enfermagem
Revisão anatomia e fisiologia
Funções do Esqueleto
• Suportar os tecidos subjacentes;

• Proteger os órgãos vitais e os tecidos moles do corpo;

• Auxiliar no movimento do corpo, fornecendo a inserção aos


músculos funcionando como alavanca;

• Fornecer área para armazenamento de sais minerais,


especialmente o fósforo e cálcio, quem suprem as
necessidades do corpo.
Classificação dos ossos

• Os ossos são formados de tecido conjuntivo e suas


células se renovam continuamente.

• Ossos longos: consistem de uma haste ou diáfise e


duas extremidades chamadas de epífises. No interior da
diáfise encontra-se o canal medular.

• Ossos curtos: apresentam forma cuboide, encontrados


no pé e no pulso (ossos do carpo e do tarso).
Classificação dos ossos

• Ossos planos ou laminares: encontrados em locais


onde existe uma necessidade de proteção das partes
moles do corpo ou necessidade de intensa inserção
muscular (costelas e ossos do crânio).

• Ossos irregulares: compreendem ossos de formas


peculiares (vértebras).

• Ossos sesamoides: pequenos e arredondados,


encontrados inclusos em tendões e em tecido facial,
adjacentes às articulações.
Classificação dos ossos
Articulações ou junturas

• Formadas pela relação de dois ou mais ossos em sua região


de contato, permitindo a mobilidade necessária para as
atividades da vida diária.
Músculos
• Perfazem 40 a 50% do peso corporal;

• Produzem movimento através da contração;

• Tipos: esquelético, liso e cardíaco;

• Cada músculo esquelético é formado por feixes de fibras


musculares ou fascículos, encontrando-se preso ao osso
por um tendão;
Músculos
Músculos
Músculos
• Produzem os seguintes movimentos:

Flexão

Outros Extensão

Supinação Abdução

Pronação Adução
Exame físico do sistema locomotor
Considerações iniciais

• O sistema músculoesquelético compreende os ossos, as


articulações e os músculos.

• O esqueleto humano é uma forma rígida de tecido


conjuntivo formado por mais de 200 ossos que constituem
a estrutura de sustentação do corpo.

• O exame físico do sistema musculoesquelético emprega


técnicas de inspeção, palpação óssea, palpação de tecidos,
grau de mobilidade e exame de força motora e
sensibilidade.
Considerações iniciais

• Pode ser dividido em estático (inspeção) e dinâmico


(palpação e movimentos).

• O exame deve ser realizado de forma sistemática,


sempre comparando os lados bilateralmente a cada
achado.
Inspeção

• Inicia-se com o exame estático, pela anatomia da


superfície, comparando cada área bilateralmente, em
sentido céfalocaudal;

• O paciente deve posicionar-se em pé, durante a marcha,


sentado, em decúbito dorsal e ventral;

• Verificar assimetria dos MMSS e MMII, da coluna, da


pelve;
Inspeção

• Observar condições e contornos ao fazer o


reconhecimento de todas as formações anatômicas,
tuberosidades, sulcos, músculos, tendões;

• Observar abaulamentos, edemas, função do membro


(uniformidade, simetria e ritmo do movimento),
coloração da pele, lesões, sustentação da marcha,
deformidade da coluna vertebral (lordose, escoliose,
dorso curvo) e movimentos involuntários.
Inspeção

• Em relação ao sistema muscular deve ser percebida a


capacidade de mudar de posição, sua força e
coordenação motora;

• Verificar o aumento da massa muscular decorrentes de


processos inflamatórios ou traumáticos, contorno
muscular, atrofia, hipertrofia, encurtamento e retrações
musculares;

• Nos MMII deve-se observar a postura, massa muscular e


simetria.
Exame da força muscular

• Aperto de mão: fornece indicação da capacidade de


preensão;
• Bíceps pode ser testado através da flexão do braço,
aplicando resistência;
• Os MMII podem ser testados aplicando resistência na
altura do tornozelo durante a elevação da perna;
• Palpar o músculo passivamente para determinar o tônus
muscular.
Avaliação da Coluna Cervical
• Colocar o paciente sentado, observar deformidades e
palpar todos os processos espinhosos;
• A flexão da coluna cervical permite que o paciente
encoste o queixo na face anterior do tórax;
• Na extensão deve mover a cabeça como que olhando
para o teto;
• Rotação lateral: o paciente deve rodar a cabeça de um
lado para o outro, fazendo com que o queixo se alinhe
em sua quase totalidade com o ombro;
• Inclinação lateral: o paciente deve tentar tocar o ombro
com a orelha, formando um ângulo de 45º.
Avaliação da Coluna Cervical

Flexão; Extensão Inclinação lateral

Rotação lateral
Movimentos da cabeça e do tronco

• Solicitar movimentos com a cabeça e o tronco: flexão,


extensão, rotação e inclinação lateral;
• Observar e registrar: movimentos alterados, limitações
da coluna cervical, dor provocada, localização e
irradiação.
Inspeção e palpação das mãos

• Solicitar ao paciente que estenda e abra os dedos de ambas


as mãos;
• Feche e abra as mãos;
• Palpar as faces internas e externas das articulações
interfalangianas com o polegar e o indicador;
• Com os polegares, palpar as articulações
metacarpofalangianas na região dorsal de cada articulação;
• Palpar as articulações do punho com os polegares no dorso
do punho e os dedos na região ventral das articulaçãoes
• Observar e registrar: edema, hipertrofia e hipersensibilidade.
Inspeção e palpação das mãos
Inspeção e palpação do quadril

• Orientar o paciente a deitar, com os membros inferiores


estendidos;
• Girar a perna para dentro e para fora: rotação interna e
externa;
• Pedir ao paciente para fletir o quadril e tracionar seu joelho
contra o tórax;
• Observar se ocorre flexão do lado oposto e se a coxa oposta
se mantém sobre a cama;
• Observar e registrar: limitação do movimento, dor, crepitação,
deformidade do quadril.
Inspeção e palpação do quadril

Rotação interna Rotação externa


Inspeção e palpação do quadril
Inspeção e palpação dos joelhos

• Palpar bimanualmente, com os dedos indicadores, as faces


laterais da patela;
• Pesquisar dor da cápsula articular ou membrana sinovial;
• Pedir ao paciente para fletir o joelho;
• Observar: alinhamento, deformidade, hipersensibilidade e
fluido intra-articular.
Inspeção e palpação dos tornozelos e pés

• Pedir ao paciente para fazer movimentos de dorsiflexão e


flexão plantar dos tornozelos;
• Fazer movimentos de rotação interna e externa com os pés;
• Solicitar ao paciente que ande na ponta dos dedos para testar
a flexão plantar e a movimentação dos dedos;
• Andar sobre os calcanhares para testar a dorsiflexão;
• Andar sobre as bordas laterais do pé para testar a inversão;
• Andar apoiando as bordas mediais do pé para testar a
eversão
Inspeção e palpação dos tornozelos e pés
Inspeção e palpação dos tornozelos e pés
Achados anormais nos ossos

• Deformação dos ossos com angulação para dentro: geno


valgo, coxa valga, hálux valgo;

• Deformação com angulação para fora: geno varo, coxa


vara, perna vara, pé varo, hálux varo;

• Deformações localizadas acompanhadas de sinais


flogísticos: abscesso, tumor, fratura;
Anormalidades de angulação óssea
Exame físico do sistema locomotor

• Rarefação anormal do osso: osteoporose;

• Defeitos congênitos: pé plano ou cavo, pé torto congênito;

• Dor: periósteo comprometido por fratura, degeneração,


neoplasia ou inflamação;

• Desvio lateral da coluna vertebral: escoliose;

• Acentuação da concavidade lombar: lordose;

• Acentuação arredondada da concavidade torácica: cifose.


Desvios da coluna vertebral

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