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Aula#23 - Cap 9, parte B, seção 9.

Força de Sustentação:
Teoria & Exercícios

EM461 Prof. Eugênio Rosa


Forças de arrasto e
sustentação num avião

A sustentação é a componente de força aerodinâmica que é perpendicular


à direção da corrente livre.
O arrasto é a componente de força aerodinâmica que é paralela à direção
original do fluido.
Em voo nivelado o empuxo é igual a força de arrasto enquanto que a
sustentação é igual a força peso.
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Esta aula aborda
a força de Sustentação

(perpendicular à direção do escoamento livre!)

D
D

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Definições: corda, L, D, ângulo de ataque ,
centro de pressão e razão de aspecto

Centro de pressão: (x,y,z) onde


atua L e D. Informação p/ calcular
torques e estabilizar a aeronave.
Ângulo ataque, : ângulo entre a
velocidade livre e a corda.
Corda, c: maior distância do
aerofólio

Non-symmetric &
symmetric airfoils

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Coeficiente de Sustentação, CL
A força de sustentação age ortogonal à direção do escoamento livre.
Ela representa a resultante das forças de origem viscosa e de pressão.
Para um escoamento sem superfície livre e sem efeitos de
compressibilidade, a análise dimensional revela que o coeficiente de
sustentação é uma função de Re e da forma!

L
CL   f  Re, forma 
1 2   U 2r  A
onde :
i. Ur é a vel. relativa : Ur = Ufluido - Ucorpo onde Ufluido representa a velocidade
da corrente livre (longe do corpo).
ii. Re é baseado em Ur

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Força de sustentação é um vetor!
A força de sustentação é invariante. Isto é, o corpo pode estar estacionário e o
fluido se deslocando ou vice-versa que a força de arrasto é a mesma, por isto
ela é expressa em termos da velocidade relativa:
1
L  CL   U rel  U rel  A
2
• A é a área de referência do corpo;
• Urel é o vetor velocidade relativa, (Ufluido - Ucorpo)
• A direção de L é perpendicular a direção do escoamento livre;
• O sentido de L, + ou - , é representado pelo versor n que depende do ângulo
de ataque do aerofólio e da forma do aerofólio.
Aerofólio assimétrico,
ângulo ataque 0o Aerofólio asimétrico,
ângulo ataque15o
L>0 

L<0 L>0

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Como força de sustentação é gerada? Encolhendo a S.C. como sendo a
superfície do aerofólio, não há fluxo de q.
movimento. O balanço de q. movimento
reduz para as forças de superfície:
Pressão (normal à superfície) e Tensão
cisalhamento (tangencial à superfície) :

L  P  n dA
S.C.
y  
S.C.
w  n x dA

Um corpo em equilíbrio, L + Mg = 0 e Torques (L,D e g) = 0

Os aerofólios e hidrofólios possuem a força de pressão normal ao


escoamento muito maior de que a tensão de cisalhamento. Usualmente L
é determinado pela distribuição de pressão no corpo, L = -P.nydA .
Porque isso ocorre? Corpos delgados as linhas de corrente são quase
paralelas ao corpo. A pressão e a tensão agem na normal e paralela ao
corpo. A componente de w na direção normal é muito menor que a
componente da pressão.

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Distribuição de pressão no aerofólio

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Por que pressão face inferior é maior

• A superfície do aerofólio faz com que as linhas de corrente se curvem.


• A camada limite é pequena e a pressão pode ser bem determinada
usando Bernoulli externo à camada limite.
• Na parte inferior o raio de curvatura das linhas de corrente aponta para
o aerofólio. Na parte superior o raio de curvatura aponta para fora do
corpo do aerofólio.
• Bernoulli com curvatura (Volume de controle aula#10) mostra que
pressão é alta na parte inferior e baixa na parte superior.
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Sem movimento relativo, Ur=0, não há sustentação

A sustentação é gerada
pela diferença de
velocidade entre corpo e
o fluido!

É necessário que haja movimento entre o objeto e o fluido, sem


movimento não a sustentação!
1
L  CL   U rel  U rel  A
2

O movimento relativo ocorre se o corpo se desloca num fluido


estático; se o corpo está parado e o fluido que se movimenta ou
mesmo se ambos estão em movimento relativo um ao outro!

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SEM FLUIDO SEM SUSTENTÇÃO
A força sustentação é gerada pela interação do fluido ou com um corpo. Para
gerar sustentação o corpo deve estar em contato com fluido.
Corolário: sustentação não é gerada por uma força de campo tal
qual a gravidade que age sem estar em contato físico!

No espaço é vácuo.
Sem fluido não há
sustentação nas asas!
O Space Shuttle
permanece no espaço
devido a mecânica
orbital relacionada com
sua velocidade e não
devido à sustentação.

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Sustentação negativa (downforce)
‘Downforce’ é uma força para baixo criado pelas
características aerodinâmicas de aerofólios. O
objetivo do ‘downforce’ é permitir que um carro
viaje mais rápido através de uma curva, aumentando
a força de atrito nos pneus pela ação downforce.

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Relações CD/CL para
voo nivelado

i. Peso do corpo = força sustentação; Mg = CL(1/2)V2A.


ii. L depende: , U, área asa, forma asa, ângulo de ataque e CL;
iii. O empuxo das turbinas equilibra o arrasto, E = D.
iv. Por sua vez D depende das mesmas variáveis que L exceto por CD portanto
D = (CD/CL)Mg
v. A potência Pot = V.D = V(CD/CL)Mg onde V é a velocidade de cruzeiro.
vi. A relação entre estas variáveis permite determinar a área da asa, velocidade
de cruzeiro, peso, etc.

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Objetivos de projeto de asas

O projetista de aviões comerciais procura a maior Sustentação com o


menor Arrasto para maximizar a capacidade de carga e minimizar o
consumo de combustível.

Do ponto de vista de manobras (militar ou de acrobacias) o objetivo é


velocidade e fazer curvas com o menor raio e nem sempre o arrasto é
minimizado.

Do slide anterior aprendemos que o menor arrasto ocorre com CD/CL


mínimo porque D = (CD/CL)Mg

Do slide anterior aprendemos que o menor consumo de combustível


também ocorre com CD/CL mínimo porque Pot = V.D = V(CD/CL)Mg
(está implícito as asas sustentam os mesmos Mg).
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Dados parciais aproximados aviões comerciais

W – tons = 1000 kg (massa); S – área das asas; b – comprimento da asa;


Thrust – tons para conververter força multiplique por g.
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NACA 23015 & 662-215
- aumento  aumenta CL e CD
- máximo CL e wing stall

Como pode voar com stall

Porque possui 2 turbinas potentes


similar a um foguete EM461 Prof. Eugênio Rosa
CL versus 

A medida que o ângulo de ataque 


aumenta o CL também aumenta!

CL máximo o escoamento está


prestes da separação (stol)

O aumento em CL vem
acompanhado do aumento em CD!

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CL em função CD para NACA Polar plot CL x CD
23015 e 662-215.
CL/CD máximo define o ponto de
projeto em vôo horizontal. Estes
valores estão indicados na figura.
Observe que o perfil laminar,
NACA 662-215, possui uma razão
CL/CD ótima maior que o perfil
convencional NACA 23015 .
Qual é implicação disto?
O NACA 662-215 possui
capacidade carga maior para a
mesma vel. e pot. se comparado
com NACA 23015. Por que?
Pot = V.D = V(CD/CL)Mg
 Mg = (CL/CD ).(Pot. V)
(está implícito mesma Pot e V)
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Objetivo de projeto para CL e CD
Projetistas de asas procuram perfis aerodinâmicos que produzem a
máxima sustentação com o mínimo arrasto.
Isto se deve porque, em vôo nivelado, a potência (ou o consumo de
combustível) é determinado por P = D.U.

Os perfis de asas possuem este ponto ótimo. Ele é conhecido como


ponto de projeto ou ponto operacional da aeronave.

NACA 23015 p/  ~ 1o, CL = 0.2 & CD = 0.006 CL/CD = 33,3


NACA 662-215 p/  ~ 1o, CL = 0.2 & CD = 0.0035 CL/CD = 57,1

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Exemplo 1 - Avião com uma área efetiva de sustentação igual a 25 m2, é
equipado com aerofólios de seção NACA 23012. O ajuste máximo de flap que
pode ser usado na decolagem corresponde à condição (2) na Fig. 9.23. A
velocidade de decolagem é de 150 km/h no ar padrão. Despreze a
sustentação adicional devida ao efeito de solo. Determine:
(i) a massa máxima possível na decolagem no ar padrão 15oC & Patm;
(ii) a velocidade Denver (z = 1,61 km) p decolar carga item (i).

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Dados da Asa: Área = 25 m2; Uo = 150 km/h;
NACA 23012 & flap (Fig. 9.23) -> CL = 2.67
Atmosfera padrão: 15oC & 0 = 1,23 kg/m3

(1) Na decolagem a força de sustentação deve ser igual a força peso! Para a
atmosfera padrão e z = 0 km então 0 = 1,23 kg/m3
1 C L 0 U 2 A
Mg  CL 0 U A  M 
2
 7260 kg
2 2g

(2) Em Denver, z = 1,61 km, /o = 0,855 (Tab. A.3). Neste caso para uma
velocidade de 150 km/h a máxima massa para decolagem passa a ser de:

C L 0 U 2 A   
M    7260  0,855  6207 kg
2g  0 

(3) Para decolar com a mesma massa seria então necessário aumentar a
velocidade, o que requer uma pista mais longa!
2Mg U 0
0 U     U  162 km/h
A U0 
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Exercício 1 – Usando os dados da tabela dos fabricantes de
avião determine a relação CL/CD para vôo nivevlado para z = 12
km de altitude para o 747-400, Airbus 310 e Fokker F-28

Resp.:
W – tons = 1000 kg (massa); S – área das asas; b – comprimento 747-400 CL/CD = 65,1
da asa; Thrust – tons para conververter força multiplique por g. Airbus ?
Fokker ?
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Porque o avião inclina para fazer uma curva?
Manobra de rolagem

Diagrama de forças nas asas


Componente A figura mostra o diagrama de
L L na vertical
total forças numa curva. As forcas
envolvidas são: sustentação
(normal às asas), força
Componente Força centrífuga e força peso.
L na horizontal centrífuga
O arrasto não aparece na figura
porque é normal ao plano do
Peso Resultante
desenho.
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Exemplo 2 – O piloto suporta uma aceleração de 5g
quando um F16 realiza uma curva em vôo nivelado com as
asas inclinadas. Determine a velocidade mínima do F16
para produzir 5g e o raio da curva no nível do mar.
Considere atmosfera padrão.
Dados: A = 27,9 m2; CL = 1,6 , M = 11600 kg e  = 1,23 kg/m3.

L Lcosb
z
90b b b
R 90b MV 2 R

5xMg Lsinb
5xMg
Mg Mg

1 2  M  5g
máx vel.  M  5g  CL U 2 A  U   144m / s
L
2 C L   A

Mg
ang. b  M  g  L  cos b  cos b   b  78.5 graus
M  5g

V2 M  V2
raio R  M   L  sin b  R   R  431m
R L  sin b
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Exercício 2 (continuação exemplo 2) – Avalie o efeito da altitude,
considere z = 15 km.
i) Avalie a velocidade para uma curva com 5g!
ii) Avalie o ângulo da asa com a horizontal, b;
iii) Avalie o raio de curvatura;

Reposta:
(i) U = 361 m/s ou 1300 km/h (supersônico)
(ii) b = 78,5º.
(iii) R = 2710 m
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Photo: This US navy hydrofoil has one foil
Hidrofólio at the front and two at the back. Note how
the entire hull lifts clear of the water as
O barco com hidrofólio é como um the boat picks up speed. Patrol missile
cruzamento entre um barco e um ship, shot in 1990, courtesy of Defense
avião. Visual Information Center.

À medida que o barco começa a


ganhar velocidade, a água viaja mais
rapidamente sobre a superfície
superior curva do hidrofólio do que
sob a superfície inferior. Isso reduz a
pressão acima das asas e produz
sustentação forte o suficiente para
elevar o barco inteiro acima das
ondas.

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A propulsão dá uma velocidade ao barco que causa uma
força de sustenção no hidrofólio capaz de retirar uma fração da
área do barco fora da água.
Diminuindo a área molhada o arrasto do barco diminui e
aumenta sua velocidade de cruzeiro.

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Uso de hidrofólios para surf!

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Exercício 3 - Dados: um barco anfíbio cuja massa é de 1800 kg
possui hidrofólios com área total efetiva A = 0,7 m2. Seus
coeficientes de sustentação e de arrasto são, respectivamente,
CL = 1,6 e CD = 0,5. Despreze o arrasto induzido.

Determine:
(i) A velocidade p/ suportar embarcação sobre hidrofólios;
(ii) A potência requerida nessa velocidade.

Resposta:
i. U = 5,62 m/s ou 20,2 km/h
ii. P = 31 kW

Comentário: um hidrofólio com área de apenas 0,7 m2 é capaz de


sustentar um barco com 1800 kg! Se comparado com asas em
aviões, estas possuem uma área e velocidade muito maiores. Isto se
deve a razão de densidades água/ar padrão ~ 860:1
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Planadores: o grande Albatroz

Planadores: outros exemplos da natureza

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Ícaro – Mitologia Grega
Artefatos feitos pelo
homem

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Voo planado D  Mg  Sin     0

L  Mg  Cos     0

D CD
Tg     
L CL
 w

L
mín   min CD/CL
 Similaridade geométrica
D/W = w/V ou
V.D = w.W
D
W
• Planador empuxo é zero (s/ motor). As componentes Mg resultam D e L.
• O triângulo de forças L, D e W é similar ao triângulo de velocidades U,
w e V. Portanto, D/W = w/V onde w é a velocidade descendente.
• A diminuição da E. Potencial, w.W é igual a energia dissipada em atrito:
D.V. Tennekes, The simple Science of Flight, 1997.
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Planadores e
‘finesse’
Velocidade descendente, w (m/s)

(2)

(1)
(3)

(4)

(4) (4’)
Quanto maior for a ‘finesse’ F,
para uma dada variação
vertical, o planador percorre,
uma maior distância horizontal.
V L 1
F  
Velocidade resultante, V (m/s) w D tg

O eixo x mostra a velocidade resultante do planador. A taxa de descida é


mostrada no eixo y. As linhas diagonais são linhas onde razão V/w é constante;
esta razão é <chamada de ‘finesse’, F. O limite inferior para o vôo planado é
estabelecido para w 1 m/s e mostrado na linha horizontal.
Tennekes, The simple Science of Flight, 1997. EM461 Prof. Eugênio Rosa
Asa finita e os vórtices de ponta de asa

Jato executivo Avião agrícola

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Vórtices de ponta de asa introduz um efeito 3D
• Até o momento tratamos asas com razão de aspecto AR →∞, isto é,
asas muito longas com efeitos de bordas são desprezíveis
• Na prática AR é finita e os efeitos de borda devem ser avaliados
• Na ponta da asa há um ‘vazamento’ de ar devido ao lado inferior
que está a uma pressão alta em direção ao lado superior onde está a
uma pressão menor!
• A criação dos vórtices de extremidade da asa diminui a força de
sustentação e aumenta o arrasto!

O efeito de ponta de asa 3D, arrasto induzido e velocidade induzida


que reduz sustentação são assuntos que estão no apêndice I, EM461 Prof. Eugênio Rosa
Exemplo 3 – Um automóvel trafega numa
estrada com uma bicicleta fixada
transversalmente na sua traseira. As rodas da
bicicleta giram lentamente. Explique por que
e em que sentido a rotação ocorre.

Pode haver força de


sustentação num carro?

Sim. Os automóveis estão


sujeitos a uma força de
sustentação que gera vórtices
na extremidade do carro e
são responsáveis pelo giro
anti-horário da roda da
bicicleta.
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Vórtice de ponta de asa e a migração
de gansos e a formação de aviões

Qual é a razão para haver uma


formação com um lider e os outros
virem atrás tanto para pássaros quanto
para aviões?
Resp.: para poupar energia no vôo!
Quem vem atrás pega uma corrente
ascendente que favorece a sustentação.

See bird mechanics of flight in Nature and come fly wih me movie. EM461 Prof. Eugênio Rosa
Efeito magnus (homenagem físico alemão Henrich Magnus)
O efeito magnus é o fenômeno pelo qual a rotação de um objeto altera
sua trajetória em um fluido- (líquido ou gás).

Excelente vídeo magnus


https://youtu.be/QtP_bh2lMXc

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Aplicação efeito Magnus Aplicação efeito
no esporte Magnus naval

Top spin faz a bola curvar para


baixo deixando o batedor sem
ação.

Roberto Carlos - O chute de bola


parada, cobrança de falta, foi de
muito longe, a 35 metros das traves.
A curva foi tamanha que saiu do
quadro da câmera de televisão que
focalizava a cena de frente.
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Exercícios recomendados
(1) The Cessna Citation executive jet weighs 67 kN and has a wing area of 32 m2. It cruises at 10 km
standard altitude with a lift coefficient of 0,21 and a drag coefficient of 0,015. Estimate (a) the cruise speed
in km/h and (b) the power in kW required to maintain cruise velocity.
(2) Um avião está em voo de cruzeiro a 225 km/h no ar padrão. O coeficiente de sustentação para esta
velocidade é 0,45 e o coeficiente de arrasto é 0,065. A massa do avião é 900 kg. Calcule a área efetiva de
sustentação para o avião, assim como o empuxo e potência requeridos do motor. Resp.: A=8,30m3;
E=8826 N e P=79,7 kN.
(3) Testes rodoviários realizados em uma estrada plana, em um dia calmo, podem ser usados para medir os
coeficientes de arrasto aerodinâmico e de resistência de rolamento para um veículo em escala real. A
resistência de rolamento é estimada a partir de dV/dt medido em baixa velocidade, em que o arrasto
aerodinâmico é pequeno. A resistência de rolamento é então deduzida de dV/dt medido em alta velocidade
a fim de determinar o arrasto aerodinâmico. Os seguintes dados foram obtidos durante um teste com um
veículo de peso W = 111.250 N e área frontal A = 7,34 m2 V (km/h) 8 88
dV/dt [(km/h)/s] 0,24 0,76

(4) Os carros de corrida Chaparral 2F de Jim Hall foram pioneiros, na década de


1960, no emprego de aerofólios montados acima da suspensão traseira para
aumentar a estabilidade e melhorar o desempenho dos freios. O aerofólio tinha
largura efetiva (envergadura) de 1,8 m e corda de 0,3 m. Seu ângulo de ataque
variava entre 0° e – 12°. Use para os coeficientes de sustentação e arrasto os
dados do NACA 23016 no livro texto. Considere uma velocidade do automóvel
de 192 km/h em um dia meteorologicamente calmo. Para uma deflexão do aerofólio de 12 graus p/ baixo
calcule (a) a força para baixo e (b) o aumento na força de desaceleração produzida pelo aerofólio.
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Apêndice I

Vórtices sobre ponta de asa, arrasto induzido


e redução da sustentação.

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Vórtice de ponta de asa e a redução da sustentação
Os vórtices de ponta de asa induzem uma velocidade descendente a
frente da asa, wi, tal que o ângulo de ataque  é reduzido por .

A velocidade resultante V é a soma vetorial: V  U 2  w i2

V
wi 

Uma diminuição na sustentação é esperada devido ao ‘vazamento’


de pressão na ponta da asa e também pela diminuição do ângulo de
ataque, 
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Redução ângulo de ataque e o arrasto induzido
Para asas finitas ocorrem dois fenômenos:
i) Surge a velocidade induzida, wi, que na ´prática reduz o ângulo
de ataque e portanto reduz a sustentação.

Redução efetiva do ângulo de ataque

ii) Também devido a wi, surge uma componente da sustentação na


direção do arrasto, criando o arrasto induzido.

Coef. Arrasto
para asa finita

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Asa com AR  (vermelha) e AR finita (verde)
• Os vórtices de ponta de asa induzem uma velocidade descendente a
frente da asa, wi, tal que o ângulo de ataque  é reduzido por .
• L e D passam a ser ortogonais a velocidade resultante (cor verde)
• Em comparação com asa AR (vermelho) surge o arrasto induzido
e a redução da sustentação, veja representação vetorial

Lift, L,
AR=∞ Resultant Lift,
AR finite
U
Lift reduction
Drag, D, AR=∞

wi


D e L resultantes para AR finita

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Arrasto
Separação em corpos sem efeito de
sustentação e em corpos com sustentação

Observe que os corpos sem sustentação o arrasto


possui duas componentes enquanto aqueles com
sustentação possuem três componentes
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CL e CD com AR  e AR finita

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Forma de
redução o
efeito do
vórtice de
ponta de asa

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Exemplo 5 – Estime o ângulo mínimo de vôo planado
para um Boeing 727-200 e a distância horizontal
máxima que esse avião poderia planar a partir de uma
altitude inicial de 10 km em uma atm padrão?
Dados: W = 667500 N, area = 149 m2, AR = 6.5 e
CD = 0,0182.

(1) Para vôo planado, tg  CD CL

(2) Coef. arrasto asa finita: CD  CD,  C2L AR

(3)  mínimo  (CD/CL) mínimo d  CD CL 


 CD,  CL2  1 AR  0  C L    AR  CD,   0, 610
dCL

(4) Cálculo (CD/CL)min  0,0182 0,61  0,61 6.5  0,597

(5) Cálculo ângulo planagem,   a tan  0,597   3, 42o

(6) Distância do voo planado z = 10km -> L = 10/tan = 168 km


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FIM

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Como força de sustentação é gerada? A força de sustentação aparece quando o escoamento muda de
direção devido a presença de uma corpo rígido ou deformável.
A força de sustentação, normal à direção do escoamento livre surge
devido a variação de quantidade de movimento (veja cap. 4) .

Mudança direção Q.Mov curva,


gera uma força vertical y > 0

mV1 m  V2 

Variação Q. Mov. fluido


mV1  m  V2     P  n dA  F
y y
S.C.

F  m  V1  V2   P1A1 F p/ manter
estacionário mas L  Fy
L  F Sustentação L  m  V1  V2    P  n dA y
S.C.

Como calcular P?
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Para Re elevados podemos usar Bernoulli.
Se há curvatura nas linhas de corrente Bernoulli transversal às
linhas de corrente mostra que há gradiente de pressão, normal às
Como calcular a pressão ?

linhas de corrente!

Vs2 dP  P()  Patm


  
R c dn P()  Patm

A partir de Bernoulli sabe-se que a


pressão acima da asa é menor que a
pressão abaixo da asa. Portanto, há
uma força de pressão resultante
apontando para y > 0

L  m  V1  V2    P  n dA
y 0
S.C.

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Aerofólio simétrico com ângulo de ataque zero não apresenta
sustentação. Isto deve-se ao fato de que as linhas de corrente são
defletidas simetricamente e apresentam o mesmo raio de curvatura em
ambos os lados , porém em sentido contrários gerando distribuições de
pressão simétricas!

O aerofólio simétrico apresenta sustentação somente para ângulos de


ataque diferente de zero!
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