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Escoamentos Compressíveis

Capítulo 03
Escoamento unidimensional

1
3.1 Introdução
• 14 de outubro de 1947: Chuck
Yeager a bordo do Bell XS-1
torna-se o primeiro homem a
voar a velocidade superior à
do som.
• 26 de março de 1948: durante
um mergulho, o capitão Chuck
Yeager atinge Mach 1,45
durante um mergulho com o
Bell XS-1.

2
3.1 Introdução
• Escoamento unidimensional:
– Todas as propriedades do escoamento são
funções de uma única dimensão espacial.

– A área da seção transversal é constante.

– Mecanismos físicos envolvidos:


• Ondas de choque normais.
• Trocas térmicas.
• Atrito.
3
3.1 Introdução

Ondas de choque em um cone de nariz


pontiagudo em ângulo de ataque.
Onda de choque sobre o módulo de comando da
Apollo. Modelo em túnel de vento com α=33º no
túnel de vento Langley (Nasa), para ar ionizado
com densidade variável a Mach 8.

4
3.1 Introdução

Comparação entre os escoamentos


unidimensional e quase-unidimensional.

Ondas de choque em um túnel de vento para


um modelo do ônibus espacial (space shuttle)

5
3.1 Introdução
• Choques normais:
– Propriedades na região do “nariz” de um
corpo rombudo movendo-se a velocidades
supersônicas.
– Tomada de ar do motor de alguns aviões a
jato.

6
3.1 Introdução
• Trocas térmicas:
– Efeito da queima de combustível em um
motor a jato.

• Atrito:
– Análise do escoamento de um gás através de
tubulações longas.

7
3.2 Equações governantes de
escoamentos unidimensionais
• Considerações:
– Área da seção transversal ao escoamento
constante.
– Regime permanente.
– Ausência de forças de corpo.

8
3.2 Equações governantes de
escoamentos unidimensionais
• Equação da continuidade:
r r ∂
− ∫∫ ρV ⋅ d S = ∫∫∫ ρ dV
S
∂t V
r r
∫∫ ρV ⋅ d S = 0
S

− ρ1 u1 A + ρ 2 u 2 A = 0

ρ1 u1 = ρ 2 u2
9
3.2 Equações governantes de
escoamentos unidimensionais
• Equação do momentum:
r
r r r ∂ ρV ( ) r r
∫∫ (
S
)
ρV ⋅ d S V + ∫∫∫
V
∂t
d V = ∫∫∫ ρ f d V − ∫∫ p d S
V S

r r r r
∫∫ (
S
)
ρV ⋅ d S V = − ∫∫ p d S
S

r r
∫∫ (
S
)
ρV ⋅ d S u = − ∫∫ ( p d S )x
S

10
3.2 Equações governantes de
escoamentos unidimensionais
• Equação do momentum:

ρ1 (− u 1 A) u 1 + ρ 2 (u 2 A) u 2 = −( p 1 A + p 2 A)

p 1 + ρ1 u 12 = p 2 + ρ 2 u 22

11
3.2 Equações governantes de
escoamentos unidimensionais
• Equação da energia:
r r r r
(
∫∫∫ q& ρ dV − ∫∫ p V ⋅ d S + ∫∫∫ ρ f ⋅V dV =)
V S V

∂  V2   V2  r r
= ∫∫∫ ρ  u '+  d V + ∫∫ ρ  u '+  V ⋅ d S
∂t V  2  S  2 

r r  V 2
 r r
Q& − ∫∫ p V ⋅ d S = ∫∫ ρ  u '+  V ⋅ d S
S S  2 
12
3.2 Equações governantes de
escoamentos unidimensionais
• Equação da energia:
&
Q  u 2
  u 2

+ p1 u 1 + ρ1  u ' 1 +  u 1 = p 2 u 2 + ρ 2  u '2 +  u 2
1 2

A  2   2 
   
2 2
Q& p 1 u 1 p 2 u 2
+ + u '1 + = + u '2 +
ρ1 u 1 A ρ1 2 ρ2 2

u 12 u 22
h1 + + q = h2 +
2 2
13
3.3 Velocidade do som e número
de Mach

• Equação da continuidade:
ρ a = (ρ + dρ )(a + da )

da
a = −ρ
dρ 14
3.3 Velocidade do som e número
de Mach
• Equação do momentum:
p + ρ a = ( p + dp ) + (ρ + dρ)(a + da )
2 2

dp = −2 a ρ da − a 2 dρ

dp + a 2 dρ
da =
− 2aρ

 dp dρ + a 2 
a = −ρ  
 − 2 a ρ  15
3.3 Velocidade do som e número
de Mach
dp
2
a =

• As variações que ocorrem através de uma
onda sonora são pequenas, sendo os
efeitos irreversíveis desprezíveis.
 ∂p 
a =  
2

 ∂ρ  s

16
3.3 Velocidade do som e número
de Mach
 ∂p   ∂p  2 υ υ
a =   = −  υ = −
2
=
 ∂ρ  s  ∂υ  s (1 υ)(∂υ ∂p )s τ s
υ
a=
τs

• Nota-se que para um escoamento


incompressível, a velocidade do som
deveria ser infinita
17
3.3 Velocidade do som e número
de Mach
• Para um gás caloricamente perfeito:
p υ γ = const

 ∂p  γp
  =
 ∂ρ  s ρ

a = γ RT

18
3.4 Definição de parâmetros de
escoamento
• Propriedades características: seriam as
propriedades de dado escoamento se o
mesmo fosse acelerado ou desacelerado
isentropicamente até o número de Mach
unitário.
• Propriedades de estagnação (ou totais):
seriam as propriedades de dado
escoamento desacelerado
isentropicamente até que sua velocidade
seja nula. 19
3.4 Definição de parâmetros de
escoamento
V
• Número de Mach característico: M = *
*

• Velocidade de estagnação do som:

a0 = γ R T0

• Massa específica total:


p0
ρ0 =
R T0
20
3.5 Formas alternativas da
equação da energia
• Considerando-se um gás em que não haja
adição de calor:
2 2
u 1 u 2
h1 + = h2 +
2 2
• Para um gás caloricamente perfeito:
T0 γ −1 2
= 1+ M
T 2

21
3.5 Formas alternativas da
equação da energia
γ ( γ −1)
p0  γ − 1 2 
= 1 + M 
p  2 
1 ( γ −1)
ρ0  γ − 1 2 
= 1 + M 
ρ  2 

• Outras relações úteis:


2
 a  T*
*
2
  = =
 a0  T0 γ + 1
22
3.5 Formas alternativas da
equação da energia
γ ( γ −1)
p*
 2 
=  
p0  γ +1
1 ( γ −1)
ρ  2 
*
=  
ρ0  γ + 1 
• Para o ar em condições padrão ( γ = 1,40) :

T* p* ρ*
= 0,833; = 0,528; = 0,634
T0 p0 ρ0
23
3.5 Formas alternativas da
equação da energia
• Relação entre número de Mach real e
característico:
2 2
M =
[(γ + 1) M ] − (γ − 1)
*2

• Relações:
M * = 1, se M = 1
* γ +1
*
M < 1, se M < 1 M → , se M → ∞
γ −1
*
M > 1, se M > 1
24
3.6 Escoamentos compressíveis
e incompressíveis
• Considere um elemento de fluido
inicialmente em repouso, que seja
acelerado isentropicamente a alguma
velocidade V e número de Mach M. Nesse
caso, a densidade pode ser estimada pela
relação:
1 ( γ −1)
ρ0  γ − 1 2 
= 1 + M 
ρ  2 
25
3.6 Escoamentos compressíveis
e incompressíveis
• Para γ = 1,40:

26
3.7 Relações para choques
normais
• Ocorrem frequentemente como parte de
muitos campos de escoamentos
supersônicos.
• Por definição, uma onda de choque
normal é perpendicular ao escoamento.
• Corresponde a uma região muito fina
(espessura da ordem de poucas vezes o
livre caminho médio molecular, da ordem
de micrômetros).
27
3.7 Relações para choques
normais
• À frente da onda (montante), o
escoamento é supersônico; atrás
(jusante), é subsônico.
• Solução da natureza para um problema
relacionado à propagação de distúrbios no
escoamento.

28
3.7 Relações para choques
normais

29
3.7 Relações para choques
normais

30
3.7 Relações para choques
normais
• A presença de um corpo em um
escoamento é propagada através de
ondas sonoras.
• À montante da onda, o escoamento não
possui nenhum conhecimento da
presença do corpo.
• À jusante, como o escoamento é
subsônico, as linhas de corrente variam
rapidamente para compensar o obstáculo.
31
3.7 Relações para choques
normais
• Hipóteses:
– Considerar as ondas de choque como
descontinuidades através das quais as
propriedades do escoamento rapidamente se
modificam.
– Todas as propriedades a montante (índice 1)
são conhecidas.
– Não há trocas térmicas enquanto o
escoamento atravessa a onda (caso
adiabático).
32
3.7 Relações para choques
normais
• Hipóteses:
– Gás caloricamente perfeito.

33
3.7 Relações para choques
normais
• Sistema de equações:
ρ1 u1 = ρ 2 u2
p 1 + ρ1 u 12 = p 2 + ρ 2 u 22
2 2
u 1 u 2
h1 + = h2 +
2 2

p = ρ RT h = cp T

34
3.7 Relações para choques
normais
• Relação de Prandtl:
a* = u 1 u 2
da qual se obtém:
* 1
M = *
2
M1

2
M2 =
1 + [(γ − 1) 2 ] M 1
2

γ M 1 − (γ − 1) 2
2

35
3.7 Relações para choques
normais
• O número de Mach a jusante de um
choque é função apenas do número de
Mach a montante.
• Quando M 1 = 1, tem-se M 2 = 1.Nesse caso,
o choque normal é infinitamente fraco,
sendo denominado Onda de Mach.

M 1 → ∞; M 2 → (γ − 1) (2 γ )
36
3.7 Relações para choques
normais
• As propriedades do escoamento podem
ser obtidas a partir do número de Mach a
montante do choque:
ρ2
=
u1
=
( )
γ + 1 M12

ρ1 u 2 2 + (γ − 1) M 12

p2 2γ
p1
= 1+
γ +1
(
M 12 − 1 )
37
3.7 Relações para choques
normais
T2 h2 
= = 1 +

(  
M 1 − 1) 
2 2 + ( γ − 1) M 1
2


  (γ + 1) M 1 
2
T1 h1  γ + 1
• Para gases termicamente perfeitos, as
relações apresentadas não são válidas,
pois as propriedades a jusante dependem
também da temperatura a montante.
• No caso de um gás quimicamente reativo,
também é necessário o conhecimento da
pressão a montante.
38
3.7 Relações para choques
normais
• Casos-limite para gás caloricamente
perfeito, γ = 1,40
γ −1
lim M 2 = = 0,378
M 1 →∞ 2γ
ρ2 γ + 1
lim = =6
M 1 →∞ ρ γ −1
1

p2 T2
lim = ∞; lim =∞
M 1 →∞ p M 1 →∞ T1
1
39
3.7 Relações para choques
normais
• Matematicamente, as relações obtidas
são válidas para qualquer regime de
velocidades; fisicamente, apenas no caso
de escoamentos supersônicos tais
relações podem ser empregadas. Para
mostrar tal fato, é necessário utilizar a
segunda lei da termodinâmica, que origina
a seguinte expressão:

40
3.7 Relações para choques
normais
 2γ   2 + (γ − 1) M 2

s2 − s1 = c p ln 1 + (2
M1 −1   ) 1

  (γ − 1) M 1  
2
 γ + 1
 2γ 
− R ln 1 + ( 2
M1 −1 )
 γ +1 

• Nesse caso, a variação de entropia só


será positiva se o escoamento a montante
for supersônico.
41
3.7 Relações para choques
normais
• O aumento de entropia é originado pelos
efeitos viscosos (atrito e condução de
calor).
• Como as variações de propriedades
ocorrem em distâncias muito pequenas,
os gradientes originados são elevados e
os efeitos viscosos se tornam importantes.

42
3.7 Relações para choques
normais
• Propriedades totais ou de estagnação:

43
3.7 Relações para choques
normais
• Propriedades totais ou de estagnação:
T01 = T02
– A temperatura total é constante através da
onda de choque
p2  (s2 − s1 ) 
= exp − 
p1  R 
– A pressão total diminui ao se atravessar a
onda de choque
44
3.7 Relações para choques
normais

45
3.7 Relações para choques
normais
• Medição da velocidade em um
escoamento compressível:
– Como no caso de escoamentos
incompressíveis, são necessárias as
pressões estática e obtida através de um tubo
de Pitot.
– As fórmulas empregadas para a obtenção da
velocidade, contudo, diferem de acordo com
o regime de velocidades.

46
3.7 Relações para choques
normais
• Medição da velocidade em um
escoamento compressível:
– Escoamento subsônico.

47
3.7 Relações para choques
normais
• Medição da velocidade em um
escoamento compressível:
– Escoamento subsônico.
γ ( γ −1) ( γ −1) γ
p0,1 γ −1 2    p
2  0,1   
= 1 + M1  2
M1 = − 1
p1  2  γ − 1  p1  
 
( γ −1) γ

2 
p
2 a1  0,1   
2
u1 = − 1
γ − 1  p1  
  48
3.7 Relações para choques
normais
• Medição da velocidade em um
escoamento compressível:
– Escoamento supersônico.

49
3.7 Relações para choques
normais
• Medição da velocidade em um
escoamento compressível:
– Escoamento supersônico: fórmula de
Rayleigh para tubo de Pitot.
γ ( γ −1)
 (γ + 1) M
p0 , 2 2
1
2
 1 − γ + 2 γ M 12
= 
p 1  4 γ M 1 − 2 (γ − 1) 
2
γ +1

50
3.8 Equação de Hugoniot
• Comparação entre a onda de choque e
um dispositivo termodinâmico para
compressão de um gás.
• As variações através de uma onda de
choque são expressas apenas em termos
de variáveis puramente termodinâmicas,
sem referências a velocidades ou a
números de Mach.

51
3.8 Equação de Hugoniot

u '2 −u ' 1 =
( p1 + p2 )
(υ − υ2 )
1
2
• Relação geral que vale para todos os tipos
de gases (perfeitos, reativos...).

• Relação funcional:
p2 = f ( p1 , υ1 , υ2 )

52
3.8 Equação de Hugoniot
• Curva de Hugoniot:
2
p2 − p1  u1 
= − 
υ2 − υ1  υ1 

Para gás caloricamente perfeito:


 γ + 1  υ1
  − 1
p2  γ − 1  υ 2
=
p1  γ + 1  υ1
  −
 γ − 1  υ2 53
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Exemplos:
– turbojatos (ou turborreatores), durante o
processo de combustão.
– escoamentos supersônicos em cavidades da
dinâmica de gases moderna.
– lasers químicos (calor efetivamente fornecido
por reações químicas e desativação da
energia vibracional molecular).
– gás que absorve um intenso raio de radiação
(túneis de vento aquecidos por laser).
54
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Hipóteses:
– Gás caloricamente perfeito.

55
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Equações governantes:
ρ1 u1 = ρ 2 u2
p 1 + ρ1 u 12 = p 2 + ρ 2 u 22
2 2
u 1 u 2
h1 + + q = h2 +
2 2

p = ρ RT h = cp T

56
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Utilizando o conceito de temperatura de
estagnação:
q = c p (T02 − T01 )
outras relações:
p2 1 + γ M 12
= 2
p1 1 + γ M 2
2 2
T2 1+ γ M 2
  M2 
=  1
2
  
T1  1 + γ M 2   M1 
57
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
2 2
ρ 2  1 + γ M 22   M1 
=  
2 
 
ρ1  1 + γ M 1   M2 
γ ( γ −1)
 γ −1 2 
2 1+ M2 
p02 1 + γ M 1 2
=  
p01 1 + γ M 2  1 + γ − 1 M 2 
2
 1 
 2 
 γ −1 2 
T 02  1 + γ M 12   M 2   M2 
2 2 1+

=      2 
T 01  1 + γ M 22   M 1   1 + γ − 1 M 2 
 1 
 2  58
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Empregando as condições para M=1:
p 1+ γ
=
p 1+ γ M 2
*

ρ 1 1+ γ M 2 
*
= 2  
ρ M  1+ γ 
2
T 2 1+ γ 
*
= M  
2 
T 1+ γ M  59
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Empregando condições para M=1 e de
estagnação:
γ ( γ −1)
p0 1+ γ  2 + (γ − 1) M  2
=  
p0 1 + γ M 2
*
 γ +1 

T0
=
(1 + γ ) M 2
[2 + (γ − 1) M ]2

T 0* (1 + γ M )
2 2

60
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Nota-se que para um dado escoamento,
não importando as propriedades locais de
escoamento, as condições para M=1 são
constantes. Deve-se observar que nesse
caso, supõe-se que a quantidade de calor
fornecida seja suficiente para que o
escoamento passe a ser sônico.

61
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas

62
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh:
– Da segunda lei da termodinâmica:
s − s1 T (γ − 1) p
= ln − ln
cp T1 γ p1
– E da expressão para a determinação da
pressão:
1 2 p1 
2
(
M =  1 + γ M1
γ
)
p 
− 1

63
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh:
– Combinando-se as expressões para a
determinação da pressão e da temperatura:
p1 M 1 T
=
p M T1

– ou seja,

p1 1 2 p1  T
p 
γ
(1 + γ M1) p 
− 1 = M 1
T1 64
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh:
– Elevando-se a expressão anterior ao
quadrado: 2
T  p  2 p1 
γM 1
T1  p1  
(
=    1 + γ M 1
2

p 
)
− 1

– que pode ser simplificada originando


2
 p  p 2 T 
(
  − 1 + γ M 12 )
  + γ M 1   = 0
 p1   p1   T1 
65
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh:
– Ao se solucionar a equação anterior para a
razão entre pressões obtém-se:
(
p 1+ γ M
= 1
2
) ± (1 + γ M )
1
2 2
− 4 γ M 12 (T T1 )
p1 2 2
– Assim, a segunda lei da termodinâmica pode
ser escrita como
 (1 + γ M ) − 4 γ M 12 (T T1 ) 
s − s1
= ln − ln
(
T γ − 1  1 + γ M 12
±
) 1
2 2

cp T1 γ  2 2 
 66

3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh:
– Da expressão anterior, para que a raiz não
seja negativa é necessário que:
(
T 1+ γ M
≤ 1 )
2 2

2
T1 4γ M1

– A plotagem da expressão anterior dá origem


à chamada curva de Rayleigh, apresentada a
seguir.

67
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh:

68
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh:
– Ponto de tangência (ponto A):
• Da equação da conservação da massa:
dρ du
+ =0
ρ u
• Associada à equação do momentum:

dp + ρ u du = 0

• Tem-se:
2 dp
u =

69
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh:
– Ponto de tangência (ponto A):
• A expressão anterior é válida para qualquer ponto
do escoamento. Sabe-se ainda que:
 ∂p 
  = a 2
 ∂ρ  s
• Como o ponto A apresenta :
ds
=0
dT
• Então o escoamento é sônico em tal ponto.
70
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh:
– Ponto de máximo (ponto B):
• Como o ponto B é um ponto de máximo, tem-se
que:
d (T T1 )
=0
dM
• Deste modo,

(
d (T T1 )  1 + γ M 12
=
) (
2
) ( )
 1 + γ M 2 2 2M − M 2 2 1 + γ M 2 2γ M 2
 =0
dM  M 1
2
 (1+ γ M 2 2
)
71
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh:
– Ponto de máximo (ponto B):
• A expressão anterior pode ser simplificada para:

1 + γ M 2 = 2γ M 2
• ou seja, 2 1
M =
γ
• Isto significa que
1
MB =
γ
72
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh:
– Ponto de máximo (ponto B):
• Aplicando-se o número de Mach obtido na
expressão da razão entre temperaturas, obtém-se:

T 
  =
(
1 1+ γ M 1 )
2 2

2
T
 1  max 4 γ M 1

73
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh (adição de calor):
• Para escoamentos supersônicos:
– O número de Mach diminui.
– A pressão aumenta.
– A temperatura aumenta.
– A temperatura total diminui.
– A pressão total diminui.
– A velocidade diminui.

74
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Curva de Rayleigh (adição de calor):
• Para escoamentos subsônicos:
– O número de Mach aumenta.
– A pressão diminui.
– A temperatura aumenta para M 1 < γ −1 2 e
−1 2
diminui para M 1 > γ .
– A temperatura total aumenta.
– A pressão total diminui.
– A velocidade aumenta.
75
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• No caso de um escoamento supersônico,
o fornecimento de calor move o ponto
referente às condições de saída do gás
para mais próximas do ponto de
escoamento sônico na curva de Rayleigh.
• Quando o fornecimento de calor é tal que
o escoamento na saída do gás é sônico,
tem-se um escoamento bloqueado.

76
3.9 Escoamento unidimensional
com trocas térmicas
• Qualquer fornecimento de calor acima do
esperado para as condições de
escoamento bloqueado farão com que
haja uma revisão drástica do escoamento
a montante da região de trocas térmicas.
Caso o escoamento a montante fosse
supersônico, será transformado em
subsônico.

77
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Hipóteses:
– Escoamento unidimensional de fluido viscoso
compressível em duto de área transversal
constante.
– Regime permanente.
– Escoamento adiabático.
– Ausência de ondas de choque.

78
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Equação da consevação do momentum:
r r
∫∫ (
S
)
ρV ⋅ d S u = − ∫∫ (ρ d S )x − ∫∫ τ w d S
S S

• Aplicando ao volume de controle cilíndrico


a seguir:

79
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Como resultado da integração para o
volume de controle, tem-se:
M2
  
x2 4 f dx  1 γ +1  M2 
∫x 1 D = − γ M 2 − 2 γ ln γ − 1 2  
1+ M 
  2   M1

80
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Outras relações:
T2 T 0 T1 2 + (γ − 1) M 1
2
= =
T1 T 0 T 2 2 + (γ − 1) M 2
2

12
p2 M 1  2 + (γ − 1) M 
1
2
=  
p1 M 2  2 + (γ − 1) M 
2
2

−1 2
ρ 2 M 1  2 + (γ − 1) M 
1
2
=  
ρ1 M 2  2 + (γ − 1) M 
2
2

81
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Relações com propriedades de
estagnação e/ou para M = 1:
( γ +1) [2 ( γ −1)]
p02 M 1  2 + (γ − 1) M 
2
2
=  
p01 M 2  2 + (γ − 1) M 
1
2

T γ +1
=
T *
2 + (γ − 1) M 2

82
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
12
p 1  γ +1 
=  ( 2
p *
M  2 + γ − 1) M 
12
ρ 1  2 + (γ − 1) M 
2

*
=  
ρ M γ +1 
( γ +1) [2 ( γ −1)]
p0 1  γ +1 
=  ( 2
p0 M  2 + γ − 1) M 
*

83
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Considerando-se x = L para M = 1
*

4 f L* 1 − M 2 γ + 1  (γ + 1) M 2 
= + ln  2
D γM 2
( )
2 γ  2 + γ −1 M 

sendo o coeficiente de atrito dado por:


1 L*
f = *
L ∫
0
f dx

84
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:
– Uma vez que, por hipótese, o escoamento é
adiabático, tem-se da equação da energia
que:
u2
h+ = const = h0
2
– E da equação da continuidade:
ρ u = const

85
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:
– A partir da segunda lei da termodinâmica,
sabe-se que:
dp p
T ds = dh − = du '− 2 dρ
ρ ρ
– Que, no caso de um gás perfeito, pode ser
expressa como:
du ' dρ
ds = −R
T ρ
86
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:
– Mas, sabe-se também que:

du ' = cv dT

– E, dessa forma, ao se integrar a equação da


segunda lei da termodinâmica, obtém-se:
T ρ
s − s1 = cv ln − R ln
T1 ρ1

87
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:
– Empregando-se a equação da continuidade:

T u
s − s1 = cv ln + R ln
T1 u1
– Da equação da energia tem-se:

u = 2 (h0 − h ) = 2 c p (T0 − T )

88
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:
– De modo que:
s − s1  T  γ − 1  T0 − T 
= ln  + ln 
cv  T1  2  T0 − T1 
– Uma vez que:

c p = γ cv

89
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:
– Tem-se que a segunda lei da termodinâmica
pode ser expressa como:
s − s1 1  T  γ − 1  T0 − T 
= ln  + ln 
cp γ  T1  2 γ  T0 − T1 

– Ou seja,
s − s1 1 γ −1
= ln T + ln (T0 − T ) + const
cp γ 2γ
90
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:

91
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:
– Ponto de tangência:
d ∆s
=0
dT
– Logo:
1 d ∆s 1 γ −1
= − =0
cv d T T 2 (T0 − T )

92
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:
– Contudo, da equação da energia:
u2
c p (T0 − T ) =
2
– E, dessa forma:
u 2 = c p (γ − 1)T
– Uma vez que:
γR
cp =
γ −1
93
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:
– Tem-se que:
u2 = γ RT
– Ou seja,
2 2
u =a
– Quando
ds = 0

94
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:
• Para escoamento supersônico:
– O número de Mach diminui.
– A pressão aumenta.
– A temperatura aumenta.
– A pressão total diminui.
– A velocidade diminui.

95
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Curva de Fanno:
• Para escoamento subsônico:
– O número de Mach aumenta.
– A pressão diminui.
– A temperatura diminui.
– A pressão total diminui.
– A velocidade aumenta.

96
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• No caso de um escoamento supersônico,
o crescimento do comprimento da região
com atrito move o ponto referente às
condições de saída do gás para mais
próximas do ponto de escoamento sônico
na curva de Fanno.
• Quando o comprimento da região com
atrito é tal que o escoamento na saída do
gás é sônico, tem-se um escoamento
bloqueado.
97
3.10 Escoamento unidimensional
com atrito
• Qualquer aumento do comprimento do
duto com atrito, acima do esperado para
as condições de escoamento bloqueado
farão com que haja uma revisão drástica
do escoamento a montante da região de
atrito. Caso o escoamento a montante
fosse supersônico, será transformado em
subsônico.

98

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