Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Departamento de Energia
Força Sustentação e
g Momento Vertical (yaw)
Força Arrasto e
Corpo Momento de Rolagem
genérico
Força Lateral e
Momento Transversal (Pitching)
U
L
Papel lixa
massa
massa
Seção (0)
U0, p0
x
massa (1)
(0) (2)
Fig.9 – Definição das fronteiras da SC: seções (0), (2) e (0-2); dos perfís de
velocidades nas seções (0) , (1) e (2) e; dos tubos de corrente (fundo cinza claro) .
5
medida que o escoamento avança à jusante do seção (0) o fluxo é não perturbado e apresenta
corpo, veja Fig. 8. Aplicando-se um balanço de um perfil uniforme de velocidades. Na seção (2),
massa no VC demarcado por (1-2) verifica-se longe o suficiente do bordo de fuga, o perfil
um influxo de massa do escoamento externo apresenta ainda um déficite de velocidade
para o VC, conforme representado na Fig. 8a. O porém é quase uniforme. Podemos escolher a
perfil de velocidades na esteira também é seção 2 como aquela de saída do túnel, onde a
caracterizado por um escoamento de camada pressão também é po. Assim, pode-se afirmar
limite. Na visualização da Fig. 8b observa-se que tanto na seção (0) como na (2) a pressão
que o gradiente de velocidades na esteira não estática é ‘praticamente’ p0, isto é, a pressão
se estende por mais que duas vezes a atmosférica, uma característica deste túnel de
espessura do aerofólio na direção transversal vento, especificamente, e também a pressão na
ao escoamento. Finalizando, espera-se que, se corrente livre. Nas laterais da SC, seção (0-2),
a seção (2) for posicionada muito afastada da está afastada na direção y do perfil de tal modo
seção (1) - o bordo de fuga, o perfil em (2) será que as linhas de corrente apresentam uma
coincidente com o perfil em (0). Assim, a curvatura quase nula, isto é, são ‘quase’
expulsão de massa na região do perfil será paralelas assim também pode-se afirmar que
igualada ao seu influxo na região da esteira. em (0-2) a pressão estática atuante é
coincidente com p0 . Nesta seção ainda há um
3.1.- MÉTODO INTEGRAL fluxo de massa que cruza a SC(0-2) devido à
desaceleração do fluido pelo perfil.
O arrasto total exercido no perfil pode ser A escolha adotada para SC permite uma
determinado experimentalmente através do simplificação na forma da Eq (7) para a direção
cálculo da variação da quantidade de (x). Observando-se que para a SC escolhida a
movimento linear do escoamento em um volume pressão é uniforme e constante ao longo de
de controle que envolva o escoamento. O VC todo o contorno, vem que a contribuição do
deve compreender desde a região à montante termo de pressão é nula:
até a região da esteira do perfil. As equações
básicas a utilizar são, então, as
p 0ndA =
p 0 d = 0 .
SC Teorema VC 0
correspondentes ao balanço de massa e de Gauss
quantidade de movimento. A equação de
balanço de massa em regime permanente é Já a força de campo é ortogonal è direção
expressa como: x. Consequentemente é nula pois gx = 0:
gx d = 0 . (8)
U ndA = 0 , (6) VC
SC
Isto posto, a componente na direção (x)
onde U é a velocidade do fluido que cruza a SC,
da Eq. (7) é reduzida para dois termos, o
n a sua normal e a densidade do fluido. A balanço de quantidade de movimento e a força
equação integral da quantidade de momento, mecânica:
para regime permanente é:
(
)
U U ndA =
pndA + gd + Fmecânica (7) (
)
U U ndA = Fmecânica, x . (9)
SC
SC
VC
SC
variação força força
momento pressão campo
A força mecânica é uma força que cruza
A equação (7) é de natureza vetorial e, a SC, é a ação do perfil sobre o fluido (ou sobre
portanto, compreende três equações escalares o VC). Fisicamente, é a força mecânica exercida
distintas correspondentes a cada direção de por um suporte onde o perfil está preso, suporte
umsistema de eixos cartesiano. Considerando este que cruza a SC. Ela existe para manter o
que o eixo x seja coincidente com a direção do perfil estacionário, para que não seja carregado
fluxo de ar não perturbado – a corrente livre -, o pela corrente de ar. O arrasto total, D, é a
arrasto total também coincide com esta direção, reação a esta força, isto é, a força que o fluido
por definição. Assim, a idéia central para se exerce no perfil. Assim, a relação entre a força
determinar o arrasto total é determinar as mecânica e o arrasto total é:
componentes x das integrais que constituem o
balanço de quantidade de movimento, Eq. (7). Fmecânica,x = −D , (10)
Para tanto, é necessário determinar
experimentalmente os valores de velocidade e e a forma final da Eq. (9) fica sendo:
pressão que atuam na SC.
O primeiro passo é a definição da SC. A (
)
U U ndA = - D . (11)
figura 9 ilustra as fronteiras escolhidas para SC
definir a SC. Ela é a forma retangular que
A integral de superfície é avaliada nas
envolve o perfil (linha traço-ponto). As seções
quatro faces do SC:
(0) e (2) são a entrada e a saída da SC. Na
6
(
U0 U0 n 0 dA + ) (
U 2 U 2 n 2 dA ) O método de Jones (Schlichting, 1962)
propõe duas modificações que permitem a
SC( 0 ) SC( 2 )
.(12) determinação do arrasto total, conforme Eq.
+
(
U02 U02 n 02 dA = ) -D (16), porém com os valores experimentais
SC( 0 − 2 ) medidos na seção(1) (1), evitando assim as
incertezas resultantes da diferença (U0- U2). As
O terceiro termo à direita do sinal de modificações são:
igualdade é o fluxo de quantidade de movimento
através de 0-2, isto é, o produto do fluxo de 1) O fluxo de massa(2) ao longo de um tubo de
massa através de 0-2 com a velocidade naquela corrente entre as seções (1) e (2), veja Fig.
face. O fluxo de massa em 0-2 também é a 9, relaciona as velocidades U1 e U2 :
diferença entre os fluxos de massa que entram U1dy 1 = U 2 dy 2 (17)
e saem do VC. Ele é escrito:
2) Segundo Jones, o escoamento ocorre sem
(02) = - (U2 − U0 )dA
M ; (13) perdas entre as seções (1) e (2), isto é, a
pressão total H permanece constante(3) ao
longo de cada tubo de corrente entre as
seções (1) e (2):
Se admitirmos agora que a componente na
H1 = H2, (18)
direção x da velocidade U na seção (0-2)
coincide com a velocidade da corrente livre, isto A pressão total é definida como a soma
é U02x=U0, podemos substituir a Eq. (13) em (12) das pressões estática e dinâmica do
para chegar a: escoamento e, para cada plano, são definidas
por:
1
U02
- U0 (U0 dA ) + U 2 (U 2 dA ) H0 = P0 +
2
SC( 0 ) SC( 2 ) 1
, (14) H1 = P1 + U12 . (19)
+ U0 (U0 − U 2 )dA = -D 2
1
SC( 0 − 2 ) H 2 = P2 + U 22
2
Agrupando-se e simplificando-se os
termos da equação (14) tem-se que: Substituindo-se Eq. (17) na Eq. (16) tem-
se que:
D = U2 (U0 − U2 )dA
(15) +y0
D = b U1 (U0 − U2 )dy1 , (20)
Vale lembrar que, para o perfil bi- −y0
dimensional em questão, o elemento de área,
dA, é o produto do diferencial de altura, dy, e a Sabendo-se que p0=p2 (a pressão
largura b do perfil. O arrasto total fica então atmosférica) e utilizando-se Eqs. (18) e (19)
sendo: pode-se escrever as velocidades U0, U1 e U2
como:
+ y0
D = b U 2 (U 0 − U 2 )dy , (16)
− y0
(1) Ao se adotar a seção (1) para medição tem que se
onde +yo e –yo são as posições verticais assegurar que a vazão expulsa pela face (0-2) do SC na
seção (1) seja coincidente com aquela determinada na
superior e inferior do escoamento na esteira, no seção (2).
limite da ocorrência do escoamento não (2) A escolha da SC indicada na Fig. 9 garante que a vazão
perturbado. A Equação (16) mostra que o mássica expulsa na seção (2) possa ser calculada por meio
produto entre a diferença de velocidade (U0- U2) das medidas na seção (1), a Eq. (13) modifica-se para:
+ y0
com o fluxo de massa na seção (2) resulta no M02 = M01 = −b (U1 − U0 )dy1
arrasto total exercido pelo perfil no corpo. −y0
e a Eq. (14) para:
+ y0 + y0 + y0
3.2.- MÉTODO DE JONES - U0 (U0dy ) + U2 (U1dy ) + U0 (U0 − U1 )dA = - D b
Apesar da equação (16) ser correta, ela - y0 - y0 - y0
não é factível de aplicação para se determinar deve-se destacar que o fluxo de momento na seção (2) é
experimentalmente o arrasto (pelo menos com a calculado a partir da vazão mássica em (1) pela velociade
em (2). A equação acima tem a mesma forma da Eq. (20).
instrumentação de que dispomos). Na seção (2)
o perfil de velocidades já se recompôs e a (3)A equação de Euler ao longo de uma linha de corrente
velocidade U2 já é muito próxima de Uo, assegura que para cada linha de corrente H se conserva,
induzindo uma elevada incerteza na medição da H1=H2. Assim sendo, a velocidade U2 é determinada pela
Eq. (21).
diferença (U0- U2).
7
U0 = 2
(H0 − P0 ) pressão estática da corrente livre, p1=p0.
U1 = 2
(H1 − P1 ) (21)
3.3.-IMPLEMENTAÇÃO NUMÉRICA
A equação (23) é a equação de trabalho
U2 =
(H − P0 )
2 1 que permitirá calcular o coeficiente de arrasto
do perfil. Para diferentes posições ao longo do
eixo y, deverão ser determinadas as diferenças
Utilizando-se Eq. (21) pode-se escrever a de pressão indicadas na equação. Depois será
Eq. (20) em função das pressões manométricas calculado o integrando da equação para cada
lidas diretamente pelo tubo de Prandtl, isto é, ponto de medida. Teremos assim um conjunto
de n pares de valores [i,(y/c)] onde i é dado pela
Eq. (24):
c = corda
( )
+ y0
(22) H1 − P1 H1 − P0
D = 2b H1 − P1 H0 − P0 − H1 − P0 dy1 i=2 1 − (24)
− y0 H 0 − P0 H 0 − P0
.
(H - P)
.
direção do
escoamento
tomada de pressão total
8
Fig. 11 - Tubo de Prandtl
PARTNERS, de seção quadrada de 18” e o lidas na sonda Prandtl. Estas pequenas
aerofólio NACA 0012, de seção simétrica diferenças são devidas a efeitos aerodinâmicos
(Fig.10). Serão também utilizados dois que aparecem por causa da diferença de
manômetros de coluna de líquido afixados na tamanhos dos orifícios das tomadas de pressão,
lateral do próprio túnel, além de um de coluna posição dos mesmos, alinhamento da sonda,
de álcool (marca MERIAM) e uma sonda de etc.
velocidades tipo Prandtl. Para a determinação da velocidade da
A sonda Prandtl têm o mesmo princípio corrente livre do túnel, medindo a diferença de
de funcionamento que um tubo Pitot, pressões com as tomadas na lateral do mesmo,
diferenciando-se apenas no formato (ver Fig. deve ser então utilizada uma equação ajustada:
10
[2] - Schlichting, H.; “Boundary Layer Theory” ,
McGraw-Hill, 1968. Cap. 9 e Cap. 25.
[3] - Japan Society of Mechanical Engineers,
“Visualized Flow”, Pergamon Press, 1989.
[4] – F.M. White, “Fluid Mechanics’, 2nd Ed.
McGraw Hill, 1986.
APÊNDICE
T
(oC) (N.s/m2)
0 1.71x10-5
10 1.76x10-5
20 1.81x10-5
30 1.86x10-5
60 2.00x10-5
100 2.18x10-5
11