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Discentes:
Gabriel de Souza Araújo;
Maria Isabel Alves Barbosa;
Rachel de Almeida Oliveira;
Willian de Souza Santos.
Professor Orientador:
Saulo Vital Neves Da Paz.
Governador Valadares – MG
2023
RESUMO SIMPLES
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O leite é um alimento de pronto consumo, super nutritivo, acessível e bem aceito pelos
consumidores. É indicado para idosos, gestantes e convalescentes, inclusive em dietas
hospitalares, portanto, a sua inocuidade é de suma importância para que este não cause riscos
à saúde do consumidor (SILVA, 2010).
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alimentares, podem ser evitadas, desde que sejam seguidas boas práticas de higiene durante a
ordenha e no ambiente da ordenha.
Para Santos et al. (2007), além de doenças como brucelose, difteria e salmonelose, que
podem ser transmitidas aos seres humanos pelo consumo do leite contaminado, os
equipamentos de ordenha, quando não devidamente higienizados, podem aumentar
significativamente a contagem de bactérias total no leite. Isso ocorre, pois as máquinas de
ordenha, latões de leite, canalizações, tanque de expansão e outros equipamentos, podem
facilmente acumular resíduos de leite o que constitui um excelente meio de cultura para
multiplicação dos microrganismos (SOUZA, 2017). Coser et al. (2012) afirma que uma das
doenças mais causadoras de prejuízo financeiro e de qualidade do leite é a mastite.
A Embrapa (2008) reforça que a mastite consiste na inflamação da glândula mamária e
pode estar relacionada com microrganismos classificados como ambientais. Dessa forma, a
correta higienização do ambiente de ordenha reduz a possibilidade de multiplicação destes
microrganismos. Ela ainda ressalta a importância do teste da caneca de fundo preto, que deve
ser realizado em todas as ordenhas e em todos os animais, com a finalidade de diagnosticar a
mastite clínica. Outro teste utilizado antes do início da ordenha é o California mastitis test
(CMT) para identificação de mastite subclínica.
Ainda, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, as boas práticas
de ordenha de animais leiteiros envolvem obrigatoriamente três fatores, que devem participar
do processo de forma harmônica:
1) O ordenhador: Deve possuir cursos de treinamento e conscientização sobre sua
importância no processo produtivo do leite, assim como seguir os princípios de
higiene;
2) O ambiente: Deve suportar a permanência dos animais antes, durante e depois da
ordenha, ter um cuidado expandido com todos os parâmetros no que diz respeito a
higiene, ventilação, sombreamento e confortabilidade. No ambiente de ordenha, além
de ser recomendado um ambiente coberto e cimentado, deve-se ter o cuidado de
proteger o leite de agentes nocivos, excrementos e secreções;
3) A rotina de ordenha: realizada de acordo com a “linha de ordenha”.
A sanidade do rebanho leiteiro deve ser periodicamente inspecionada e atestada pelo
profissional médico veterinário, seguindo regulamentos técnicos específicos, sempre que
requisitado por autoridades sanitárias (EMBRAPA, 2008).
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OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
METODOLOGIA
Memorial descritivo
Denominação: Fazenda Córrego Bonito;
Proprietário(s): Sinval Dias de Araújo;
Localização: Fazenda Córrego Bonito, distrito de Brasilândia, na cidade Frei Inocêncio;
Atividade principal: Atividade leiteira;
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Mapa da fazenda:
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir das visitas, foi possível observar pontos positivos e negativos da propriedade,
além de obter uma elucidação de como é a vivência, manejo e impasses enfrentados pelo
produtor em sua jornada de trabalho.
Foi notado, no pátio onde as vacas em lactação aguardam para ordenha, restos ósseos.
De acordo com a Embrapa, restos cadavéricos de animais devem ser enterrados em uma cova
com 1 a 1,2 metros, pois a não retirada pode trazer consequências negativas para o rebanho,
em vista que um bovino pode ingerir este material e sofrer de perfurações em órgãos,
obstruções e até mesmo adoecer.
O ambiente e os utensílios exclusivos de ordenha também foram analisados, dentre
estes, o balde de boca totalmente aberta, o qual segundo a Embrapa, não é o mais indicado,
pois quanto mais contato o leite ordenhado tem com o meio externo, maior chance de
contaminação, causando a perda desse produto. Além disso, a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária também recomenda a higienização de todos os utensílios com detergente
alcalino clorado ou neutro. Porém os latões de armazenamento do leite da propriedade são
higienizados apenas com água corrente, sem a utilização de nenhum composto químico. A má
higienização pode permitir a proliferação de diversos microrganismos que podem ser
prejudiciais à saúde humana, assim como afirma Menezes (2014).
Como destaca Singh (2004), a coagulação do leite por aquecimento prolongado a altas
temperaturas é uma consequência da perda de estabilidade das micelas de caseína, como
resultado de numerosas mudanças físicas e químicas dos componentes. Nessa perspectiva, foi
possível perceber que o local de armazenamento dos latões possuía exposição direta do sol, o
que pode ocasionar o aumento de temperatura e, consequentemente resultar na perda do
produto.
O mau descarte de materiais pode trazer consequências negativas para os animais e a
contaminação do ambiente como um todo. Existem duas resoluções que estabelecem critérios
para a destinação correta das embalagens de produtos veterinários: a Resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 358/2005 e a RDC nº 306/2004 da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Pôde ser observado que não há um local
adequado para o descarte de resíduos, por isso, eram vistos restos de embalagens e
medicamentos no chão, onde os animais possuíam acesso.
A estrutura existente no local atende as necessidades da propriedade, porém devido à
depreciação ocasionada pelo tempo foram observados alguns aspectos, tais como: a falta de
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cobertura em locais necessários, o tronco sendo segurado por cordas para não ocorrer
desmoronamento, parte do telhado apoiado por pedras e parte inferior das estruturas de
sustentação corroída por cupins. Todos estes pontos trazem inúmeros riscos à integridade
física dos animais e do funcionário do local, que é assegurado pela norma 31 da Segurança e
Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal E Aquicultura
(2005).
Através da Instrução Técnica para o produtor de leite (2006), a Embrapa afirma que a
água é o alimento de maior requisição quantitativa para o gado, visto que o leite possui 87%
de água em sua composição. Além disso, segundo Ana Duque et al., a baixa qualidade da
água pode limitar a saúde e o bem estar, refletindo-se em baixo desempenho produtivo, pois a
água com quantidade excessiva de minerais pode influenciar na disponibilidade de outros
nutrientes na dieta e contribuir para problemas de digestão. Em controversa ao que é indicado,
ao andar pela propriedade foi observado que os bebedouros não possuem uma higienização
adequada, sendo possível observar a presença de resíduos e sujidades dentro da água.
A importância da evolução do rebanho no planejamento zootécnico é o de poder
estabelecer índices, anualmente, à população bovina e à capacidade de suporte das pastagens,
para a exploração eficiente dos recursos disponíveis ao sistema de produção (LOPES et al.,
2000). Nesse sentido, notou-se que a propriedade não possui caderneta para anotações e
controle de natalidade, dessa forma, o proprietário não tem controle dos índices zootécnicos,
como a quantidade de bezerros nascidos e descanso das vacas entre um parto e outro.
Outro fator é a precariedade em relação à suplementação dos animais, visto que os
animais possuem acesso somente ao sal mineral, que além de não ser à vontade, o cocho fica
sujeito às intempéries, pois não possui cobertura. De acordo com Berchielli (2011), o sal
mineral, além de ser disponibilizado em cochos cobertos, deve conter os minerais em
proporções adequadas e estar sempre à disposição para os animais, pois o consumo, para ser
efetivo e suprir as exigências tem que ser contínuo.
Apesar disso, a propriedade traz resultados financeiros positivos e é autossuficiente,
visto que os proveitos mensais são suficientes para quitar as despesas fixas e manter sempre
um saldo positivo ao final de cada mês. Diante do exposto, de forma geral, acredita-se que a
atividade foi bem proveitosa, tanto para a troca de informações, quanto para, de alguma
forma, contribuir com a melhoria dos resultados na propriedade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CÂNDIDO, E. P.; PIMENTA FILHO, E. C.; GONZAGA NETO, S.; SANTOS, E. M.;
MOURA, J. F. P. de. Análise dos Sistemas de Produção de Bovinos Leiteiros do Cariri
Oriental da Paraíba. Revista Científica de Produção Animal, [S. l.], v. 17, n. 1, p. 7–17,
2015. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rcpa/article/view/42762.
Acesso em: 10 abr. 2023.
OLIVEIRA, J.R. et al. Biossegurança e vazio sanitário das instalações zootécnicas. Pubvet,
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https://web.archive.org/web/20180720052413id_/http://www.pubvet.com.br/uploads/aa7ea08
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VIANA, G.; RINALDI, R. N. Principais fatores que influenciam o desempenho da cadeia
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ZAFALON, L.F. Boas práticas de ordenha. Embrapa Pecuária do Sudeste, 2008. Disponível
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