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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Projeto Integrador do Curso de Medicina Veterinária

Extensão Rural: Ensinando e aprendendo com


produtores rurais do leste de Minas Gerais

Discentes:
Gabriel de Souza Araújo;
Maria Isabel Alves Barbosa;
Rachel de Almeida Oliveira;
Willian de Souza Santos.
Professor Orientador:
Saulo Vital Neves Da Paz.

Governador Valadares – MG
2023
RESUMO SIMPLES

Introdução: Diante da geração de emprego e renda, ao estabelecer relação com outras


cadeias produtivas do agronegócio, a cadeia produtiva do leite se torna extremamente
importante para a economia. A partir disso, surge a grande necessidade de ofertar um produto
biosseguro e de qualidade para a população, visto que a obtenção deste, quando realizada de
forma inapropriada, oferece um ambiente propício para a proliferação de microrganismos
prejudiciais a saúde humana. Nessa perspectiva, normas higiênico-sanitárias foram criadas
com o intuito de padronizar boas práticas em relação ao ordenhador, ambiente, animais e
materiais utilizados, além de impor requisitos mínimos sobre produção, identidade e
qualidade do leite. Objetivo: Pontuar, sob a ótica profissional, o desempenho da atividade na
fazenda Córrego Bonito, bem como identificar possíveis entraves no manejo produtivo,
sanitário, nutritivo e ambiental na produção leiteira local. Metodologia: Dessa forma,
relacionar a pesquisa bibliográfica a uma pesquisa de campo, através da interdisciplinaridade,
possibilitou estimular uma conexão entre a abordagem teórica e a prática. Assim, também
foram realizadas entrevistas para a construção de um memorial descritivo. Resultados: Com
relação aos aspectos observados, apesar de visualmente os animais apresentarem boas
condições físicas, foi possível destacar um enorme desequilíbrio entre as recomendações
literárias e a realidade diária da instalação analisada. Nessa perspectiva, durante a visitação foi
possível encontrar restos cadavéricos na pastagem, apontar a utilização de utensílios
inadequados na realização da ordenha, bem como inferir, pela estrutura do ambiente, a
ausência de higiene necessária para o processamento do leite de qualidade que se almeja
distribuir. Ainda, segundo ao que foi encontrado, pela qualidade da água que estava sendo
ofertada aos animais e pela falta de organização na disposição dos mesmos, foi possível
destacar a falta de manejo presente na propriedade. Cabe ainda destacar que a propriedade não
apresentou nenhum tipo de controle através de anotações ou arquivos físicos, fator
extremamente importante para a avaliação da produtividade do estabelecimento. Conclusão:
Diante do exposto, entende-se que com o intuito de estimular a produtividade, diversos
pontos, dignos de serem melhorados, precisam ser considerados. Estruturalmente, o espaço
observado tem grande potencial para a produção de leite, visto que, diante da aplicação de
conhecimentos profissionais, o que já trabalha de forma funcional é capaz de desenvolver
novos produtos e movimentar maiores recursos físicos e econômicos.

Palavras - Chave: Produção. Agronegócio. Leite. Sanidade. Manejo.


INTRODUÇÃO

Para Viana (2010), dentre os principais segmentos do agronegócio, a cadeia produtiva


do leite é considerada uma das mais importantes, tanto sob a ótica econômica, visto que a sua
representação vem crescendo constantemente, quanto sob a perspectiva social, pois é uma
atividade de extrema importância na geração de emprego e renda diante da população.
Segundo Gomes (2001), a produção de leite alcançou a terceira maior taxa de
crescimento médio na agropecuária nacional, atrás da soja e da carne, além de que nos últimos
anos foi a cadeia produtiva que mais obteve transformações. Diante disso, para que se obtenha
alta produtividade e a capacidade de entregar um produto de qualidade aos consumidores,
além dos parâmetros zootécnicos, diversos outros fatores precisam ser considerados.
De acordo com Oliveira, et al., (2010), é importante se atentar a escolha do animal, a
sua sanidade, controle de zoonoses, manejo nutritivo, limpeza e estruturas adequadas, práticas
que devem ser rigidamente monitoradas por profissionais qualificados. Cândido (2012)
reafirma essa colocação e acrescenta que o sucesso dos sistemas de produção de leite depende
da eficiência do gerenciamento do empreendimento.
Recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU), além de ser bastante
acessível, o leite é uma das principais fontes de nutrientes para os seres humanos. Sendo
assim, boas práticas se fazem necessárias, porque quando produtos de origem animal não são
biosseguros, podem atuar como veículo potencial para uma série de agentes infecciosos de
caráter zoonótico, ocasionando grande impacto na saúde pública (PORTES, 2016).
De acordo com o Governo Federal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) tem a finalidade de garantir, através do controle sanitário, a distribuição de um
produto consideravelmente adequado ao consumo humano. Essa garantia se baseia em fatores
científicos e ocorre por meio da fiscalização periódica, notificação, aplicação de multas e até
mesmo pela proibição da comercialização do produto. Diante da preocupação com a saúde
humana e animal, mesmo com vários estudos disponíveis, Sachet et al. (2013) pontua que,
muitas das vezes, cuidados básicos com a sanidade do rebanho ainda são negligenciados.
Nessa perspectiva, com o intuito de analisar o manejo produtivo, ambiental e
higiênico-sanitário de uma propriedade, foi escolhida, na cidade de Frei Inocêncio, a fazenda
Córrego Bonito, com enfoque na produção leiteira. A partir disso, a realização da atividade
proposta evidenciou extrema importância, não somente para o profissionalismo dos discentes
envolvidos, mas principalmente no que tange a construção comunicativa entre a universidade
e a comunidade externa através da disseminação de conhecimentos técnicos.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A evolução da economia e do mercado proporcionou importantes modificações na


cadeia agroindustrial do leite, ocasionando, dessa forma, maior investimento no setor e na
capacitação de funcionários para a manipulação adequada do produto e seus derivados. Dessa
forma, o controle higiênico-sanitário das matérias-primas tornou-se um aspecto fundamental
para a industrialização de produtos. (VISOTTO et al., 2011).

O leite é um alimento de pronto consumo, super nutritivo, acessível e bem aceito pelos
consumidores. É indicado para idosos, gestantes e convalescentes, inclusive em dietas
hospitalares, portanto, a sua inocuidade é de suma importância para que este não cause riscos
à saúde do consumidor (SILVA, 2010).

A fim de padronizar e melhorar a qualidade do leite, no país, foi criada a instrução


normativa 51/2002 (BRASIL, 2002), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), composta por regulamentos técnicos sobre produção, identidade e qualidade dos
diversos tipos de leite no país, bem como a coleta e o transporte a granel do leite cru
refrigerado. Para fins de otimização, os regulamentos foram atualizados pela Instrução
Normativa 62/2011 (BRASIL, 2011).
Segundo Porto (1998), a finalidade da ordenha higiênica é obter leite com a menor
carga bacteriana possível, garantindo um produto de boa qualidade ao consumidor e uma
matéria-prima livre de contaminação para a indústria láctea. Oliveira et al., ainda destaca
sobre como a qualidade e composição do leite são influenciadas por diversas variáveis, como
fatores zootécnicos relacionados com potencial genético do rebanho, manejo nutricional e
obtenção, manipulação e armazenamento do leite.
No que se refere às boas práticas no manejo sanitário do rebanho, se aplicam ações
como controle de entrada de novos animais na propriedade, acompanhamento sanitário do
rebanho, realização dos programas para erradicação de brucelose e tuberculose, controle de
mastite e de doenças reprodutivas e a erradicação tanto de endo, quanto de ectoparasitas.
Além dessas medidas, também deve ser realizada a vacinação contra brucelose em todas as
fêmeas leiteiras e contra febre aftosa em todo o rebanho acima de três meses, entre outras
coisas (SOUZA, 2017).
Como citado por Menezes (2014), o leite pode ser um veículo de transmissão de
microrganismos causadores de várias doenças aos seres humanos. As doenças provocadas por
microrganismos, que se multiplicam e são responsáveis por intoxicações e infecções

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alimentares, podem ser evitadas, desde que sejam seguidas boas práticas de higiene durante a
ordenha e no ambiente da ordenha.
Para Santos et al. (2007), além de doenças como brucelose, difteria e salmonelose, que
podem ser transmitidas aos seres humanos pelo consumo do leite contaminado, os
equipamentos de ordenha, quando não devidamente higienizados, podem aumentar
significativamente a contagem de bactérias total no leite. Isso ocorre, pois as máquinas de
ordenha, latões de leite, canalizações, tanque de expansão e outros equipamentos, podem
facilmente acumular resíduos de leite o que constitui um excelente meio de cultura para
multiplicação dos microrganismos (SOUZA, 2017). Coser et al. (2012) afirma que uma das
doenças mais causadoras de prejuízo financeiro e de qualidade do leite é a mastite.
A Embrapa (2008) reforça que a mastite consiste na inflamação da glândula mamária e
pode estar relacionada com microrganismos classificados como ambientais. Dessa forma, a
correta higienização do ambiente de ordenha reduz a possibilidade de multiplicação destes
microrganismos. Ela ainda ressalta a importância do teste da caneca de fundo preto, que deve
ser realizado em todas as ordenhas e em todos os animais, com a finalidade de diagnosticar a
mastite clínica. Outro teste utilizado antes do início da ordenha é o California mastitis test
(CMT) para identificação de mastite subclínica.
Ainda, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, as boas práticas
de ordenha de animais leiteiros envolvem obrigatoriamente três fatores, que devem participar
do processo de forma harmônica:
1) O ordenhador: Deve possuir cursos de treinamento e conscientização sobre sua
importância no processo produtivo do leite, assim como seguir os princípios de
higiene;
2) O ambiente: Deve suportar a permanência dos animais antes, durante e depois da
ordenha, ter um cuidado expandido com todos os parâmetros no que diz respeito a
higiene, ventilação, sombreamento e confortabilidade. No ambiente de ordenha, além
de ser recomendado um ambiente coberto e cimentado, deve-se ter o cuidado de
proteger o leite de agentes nocivos, excrementos e secreções;
3) A rotina de ordenha: realizada de acordo com a “linha de ordenha”.
A sanidade do rebanho leiteiro deve ser periodicamente inspecionada e atestada pelo
profissional médico veterinário, seguindo regulamentos técnicos específicos, sempre que
requisitado por autoridades sanitárias (EMBRAPA, 2008).

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OBJETIVO GERAL

Analisar, sob a ótica profissional, o desempenho da atividade de produção de leite na fazenda


Córrego Bonito.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Examinar o histórico da propriedade, bem como as informações pertinentes a ela;


• Visitar a fazenda e avaliar o manejo produtivo, sanitário, nutritivo e ambiental;
• Observar as condições morfológicas dos animais de acordo com a sua aptidão;
• Pontuar, descrever e notificar as adversidades encontradas.

METODOLOGIA

De forma minuciosa, com o intuito de aprimorar conhecimentos já adquiridos durante


a graduação, o presente trabalho foi fundamentado em artigos científicos. Estes foram
desenvolvidos a partir de 1998, com foco em biosseguridade, manejo e produção de leite, para
que fosse possível realizar, com eficiência, a identificação e discussão de adversidades na
propriedade.
Assim, durante a primeira etapa foram realizadas duas visitas à fazenda Córrego
Bonito, com o intuito de observar e avaliar, além do processo produtivo, o ambiente no qual
os animais estavam inseridos, o manejo nutricional e sanitário da instalação.
Dessa forma, durante as visitações, todas as informações foram repassadas de forma
oral, para a construção do memorial descritivo fornecido pela instituição, visto que a
propriedade não realiza os registros higiênico-sanitários por escrito, tampouco o controle
através dos índices zootécnicos.

Memorial descritivo
Denominação: Fazenda Córrego Bonito;
Proprietário(s): Sinval Dias de Araújo;
Localização: Fazenda Córrego Bonito, distrito de Brasilândia, na cidade Frei Inocêncio;
Atividade principal: Atividade leiteira;

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Mapa da fazenda:

• Área total: 90,85 ha;


• Área útil: 80,99 ha;
• Áreas de reserva legal: 4,19 ha;
• Preservação permanente: 5,67 ha;
• Número de divisões de piquetes/pastos: 10 divisões;
• Tipo de instalações: curral com tronco, cercas de arame liso e farpado, bebedouros
pré-moldados, cochos de madeira para suplementação.
Aspectos produtivos: Por ser direcionado para grande produção de leite, o gado possui
musculatura desenvolvida, bons aprumos, úberes médios e bem colocados. As vacas são
girolandas e guzolandas e o reprodutor é guzerá. Possui uma média de 3,16kg de
leite/dia/animal e 0,740kg de leite/dia/ha.
Aspectos nutricionais: A alimentação é de volumoso com a utilização de brachiaria
brizantha, capim-colonião e brachiaria mutica, além de contar com a disponibilização de sal
branco e mineral. O escore corporal dos animais é de 3 a 4.
Aspectos reprodutivos: Ocorre monta natural e não existe nenhum dado de intervalo de parto
e nem de taxa de prenhez. A taxa de natalidade estimada do local é de 60%, a de mortalidade
de 4% e a idade de reprodução é de aproximadamente 2 anos.
Aspectos epidemiológicos: Na fazenda há 114 animais, sendo 55 vacas entre 3 e 9 anos, 19
bezerros menores de 9 meses, 11 novilhas de até 2 anos, 15 bezerros apartados de até 1 ano e
6 meses, 12 bezerras apartadas de até 1 ano e 6 meses, 1 reprodutor de 5 anos e 1 garrote de 2
anos. Possui natalidade estimada de 60% e 40% de mortalidade geral. Ocorre manejo
higiênico sanitário com antiparasitários e vacinação apenas de raiva, brucelose e febre aftosa.
Atividade(s) secundária(s): Venda de bezerros apartados e o manejo é apenas de volumoso
em pastagem e sal mineral e branco no cocho.
Caracterização social: Sem acesso à tecnologia, sem acesso a crédito rural. A estrada é de
chão e o local é afastado, mas não impede o escoamento da produção para laticínios vizinhos
e do gado para fazendeiros vizinhos.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir das visitas, foi possível observar pontos positivos e negativos da propriedade,
além de obter uma elucidação de como é a vivência, manejo e impasses enfrentados pelo
produtor em sua jornada de trabalho.
Foi notado, no pátio onde as vacas em lactação aguardam para ordenha, restos ósseos.
De acordo com a Embrapa, restos cadavéricos de animais devem ser enterrados em uma cova
com 1 a 1,2 metros, pois a não retirada pode trazer consequências negativas para o rebanho,
em vista que um bovino pode ingerir este material e sofrer de perfurações em órgãos,
obstruções e até mesmo adoecer.
O ambiente e os utensílios exclusivos de ordenha também foram analisados, dentre
estes, o balde de boca totalmente aberta, o qual segundo a Embrapa, não é o mais indicado,
pois quanto mais contato o leite ordenhado tem com o meio externo, maior chance de
contaminação, causando a perda desse produto. Além disso, a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária também recomenda a higienização de todos os utensílios com detergente
alcalino clorado ou neutro. Porém os latões de armazenamento do leite da propriedade são
higienizados apenas com água corrente, sem a utilização de nenhum composto químico. A má
higienização pode permitir a proliferação de diversos microrganismos que podem ser
prejudiciais à saúde humana, assim como afirma Menezes (2014).
Como destaca Singh (2004), a coagulação do leite por aquecimento prolongado a altas
temperaturas é uma consequência da perda de estabilidade das micelas de caseína, como
resultado de numerosas mudanças físicas e químicas dos componentes. Nessa perspectiva, foi
possível perceber que o local de armazenamento dos latões possuía exposição direta do sol, o
que pode ocasionar o aumento de temperatura e, consequentemente resultar na perda do
produto.
O mau descarte de materiais pode trazer consequências negativas para os animais e a
contaminação do ambiente como um todo. Existem duas resoluções que estabelecem critérios
para a destinação correta das embalagens de produtos veterinários: a Resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 358/2005 e a RDC nº 306/2004 da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Pôde ser observado que não há um local
adequado para o descarte de resíduos, por isso, eram vistos restos de embalagens e
medicamentos no chão, onde os animais possuíam acesso.
A estrutura existente no local atende as necessidades da propriedade, porém devido à
depreciação ocasionada pelo tempo foram observados alguns aspectos, tais como: a falta de
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cobertura em locais necessários, o tronco sendo segurado por cordas para não ocorrer
desmoronamento, parte do telhado apoiado por pedras e parte inferior das estruturas de
sustentação corroída por cupins. Todos estes pontos trazem inúmeros riscos à integridade
física dos animais e do funcionário do local, que é assegurado pela norma 31 da Segurança e
Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal E Aquicultura
(2005).
Através da Instrução Técnica para o produtor de leite (2006), a Embrapa afirma que a
água é o alimento de maior requisição quantitativa para o gado, visto que o leite possui 87%
de água em sua composição. Além disso, segundo Ana Duque et al., a baixa qualidade da
água pode limitar a saúde e o bem estar, refletindo-se em baixo desempenho produtivo, pois a
água com quantidade excessiva de minerais pode influenciar na disponibilidade de outros
nutrientes na dieta e contribuir para problemas de digestão. Em controversa ao que é indicado,
ao andar pela propriedade foi observado que os bebedouros não possuem uma higienização
adequada, sendo possível observar a presença de resíduos e sujidades dentro da água.
A importância da evolução do rebanho no planejamento zootécnico é o de poder
estabelecer índices, anualmente, à população bovina e à capacidade de suporte das pastagens,
para a exploração eficiente dos recursos disponíveis ao sistema de produção (LOPES et al.,
2000). Nesse sentido, notou-se que a propriedade não possui caderneta para anotações e
controle de natalidade, dessa forma, o proprietário não tem controle dos índices zootécnicos,
como a quantidade de bezerros nascidos e descanso das vacas entre um parto e outro.
Outro fator é a precariedade em relação à suplementação dos animais, visto que os
animais possuem acesso somente ao sal mineral, que além de não ser à vontade, o cocho fica
sujeito às intempéries, pois não possui cobertura. De acordo com Berchielli (2011), o sal
mineral, além de ser disponibilizado em cochos cobertos, deve conter os minerais em
proporções adequadas e estar sempre à disposição para os animais, pois o consumo, para ser
efetivo e suprir as exigências tem que ser contínuo.
Apesar disso, a propriedade traz resultados financeiros positivos e é autossuficiente,
visto que os proveitos mensais são suficientes para quitar as despesas fixas e manter sempre
um saldo positivo ao final de cada mês. Diante do exposto, de forma geral, acredita-se que a
atividade foi bem proveitosa, tanto para a troca de informações, quanto para, de alguma
forma, contribuir com a melhoria dos resultados na propriedade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do objetivo de analisar o desempenho da atividade de produção de leite da


propriedade sob uma ótica profissional, foi possível entender que um grande impasse para o
produtor, além da falta de conhecimento, de planejamento e controle, é a falta de capital de
giro e investimento para fazer correções e melhorias na propriedade a fim de ter uma alta na
produção.
Com essa análise, conclui-se que a execução deste trabalho obteve grande êxito ao
atingir os objetivos impostos. A atividade foi bastante proveitosa, tanto para contribuir com a
melhoria dos resultados obtidos pela propriedade, quanto para a troca de informações entre
discentes e proprietário, que a todo o momento esteve bastante receptivo.
Além disso, pode-se ressaltar a importância dessa interação entre produtor e alunos,
visto que os discentes podem vivenciar na prática alguns entraves comuns na rotina do
profissional médico veterinário.

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