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Essa virada discursiva sobre a deficiência teve sua origem nos anos
1980, com a contribuição da primeira geração de teóricos sociais da
deficiência, majoritariamente composta por homens com lesão
medular alinhados à perspectiva marxista. Essa geração apontou a
discriminação socioeconômica como uma das principais formas de
opressão contra as pessoas com deficiência, em sociedades
capitalistas, já que o advento do capitalismo trouxe grande
desvantagem para as pessoas com deficiência a partir da percepção
de que elas não poderiam se adaptar às novas exigências laborais,
por meio do emprego especializado nas fábricas. Ou seja, a
industrialização demandou cada vez mais a separação e distinção do
indivíduo em relação à sociedade à medida que a divisão da mão-de-
obra se especializa e se individualiza crescentemente no mundo do
trabalho, de modo que estar desprovido da capacidade de trabalhar
por causa de um corpo deficiente é estar desprovido da capacidade
de ser um membro “útil”, “ativo” e “pleno” de direitos e deveres da
sociedade.