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ESTUDO
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Língua Portuguesa
ANOS FINAIS
DO ENSIN
O FUNDAMENTAL
9º A N O
CEFAE
Célula de
Fortalecimento da
Alfabetização e
Ensino Fundamental
CEMUP
Célula de
Fortalecimento da
Gestão Municipal
e Planejamento de Rede
Governador
Camilo Sobreira de Santana
Vice-Governadora
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretária da Educação
Eliana Nunes Estrela
Autora
Cintya Kelly Barroso Olveira
Revisão de Texto
Cintya Kelly Barroso Olveira
Designer Gráfico
Raimundo Elson Mesquita Viana
Habilidades do DCRC
Leia o artigo.
Silvana Conti*
Sul 21 | Porto Alegre |
15 de Junho de 2020 às 13:33
Inicio esta breve reflexão reconhecendo o meu lugar de fala e meus privilégios enquanto uma
mulher cis, lésbica, que tem a cor da pele branca e portanto nunca sofreu racismo.
Quero destacar as palavras de uma grande feminista negra, que nos aponta a urgência de nestes
dias tão tristes, buscarmos formas de potencializarmos as nossas companheiras negras para nos
representarem na política, nos movimentos sociais, na direção de sindicatos, empresas, nas
associações de bairros, enfim, de erguermos a nossa voz enquanto uma sociedade que luta em
defesa da democracia, pela igualdade racial e busca corrigir o crime de leso-humanidade, que
foi a escravatura.
Bell Hooks, afirma que: “Esse ato de fala, de “erguer a voz”, não é um mero gesto de palavras
vazias: é uma expressão de nossa transição de objeto para sujeito – a voz liberta.”
Nós mulheres e homens não negras(os), temos um compromisso histórico de neste contexto de
agudização das desigualdades sociais, e grande expressão do quanto o racismo é cruel, de nos
colocarmos como escudo, e fazermos todas e todos a luta antirracista.
Os assassinatos racistas das últimas semanas de Maio/Junho de 2020, que visibilizaram a perda
das vidas de Miguel Otávio, aos 5 anos, João Pedro, aos 13, e George Floyd um trabalhador
negro que morreu sob o joelho de um policial branco, escancaram que o Brasil tanto quanto os
EUA, são países em que a cor da pele determina quem tem mais oportunidades e direitos e
quem é mais vulnerável e tem menos chances.
Peço licença para citar a Flávia Oliveira, colunista de Opinião do jornal o Globo quando afirma
que: “Foi o racismo estrutural, no qual o Brasil está assentado, que tomou pelas mãos Miguel
Otávio Santana da Silva, levou-o até o elevador, apertou o botão de um andar alto, liberou a
porta e, indiferente, retornou ao lar. Selou assim o destino ao qual crianças negras estão
vinculadas por um projeto desumano e macabro, travestido de fatalidade. Era filho único da
empregada doméstica Mirtes Renata. Morreu porque era filho da empregada. Se herdeiro da
patroa, estaria vivo.”
A população negra é alvo da morte violenta e sistemática. Todo ano, cerca de 45 mil pessoas
negras são assassinadas no Brasil. Infelizmente a maioria das mortes são “invisíveis” e
banalizadas para o Estado que principalmente desde 2016 e agora neste período de pandemia
através do presidente da república, naturaliza as mortes de mais de 40 mil brasileiros e
brasileiras. Portanto a covid-19 mata e o racismo também mata milhões de pessoas negras.
No país em que as mulheres negras compõem a maior parte da população, somando quase 60
milhões de pessoas, o percentual acende uma luz vermelha para a urgência de encararmos e
combatermos o racismo estrutural que se manifesta em forma de segregação, silenciamento e
violência institucional.
Embora os homens representem entre 60% e 80% dos mortos pela Covid-19, as mulheres são
afetadas de maneira mais severa pelo novo coronavírus. Elas estão mais expostas ao risco de
contaminação e às vulnerabilidades sociais decorrentes da pandemia, como desemprego,
violência, falta de acesso aos serviços de saúde e aumento da pobreza.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2018, mais
de 6,24 milhões de mulheres negras estão no serviço doméstico. Os dados revelam que, mesmo
com a implementação da PEC, as domésticas têm uma das piores escalas salariais e a maioria
ainda estão na informalidade, sem carteira assinada.
A ONU Mulheres estima que, dentre a população feminina mundial, as trabalhadoras do setor
de saúde, as domésticas e as trabalhadoras do setor informal serão as mais afetadas pelos efeitos
da pandemia de coronavírus.
Antes da covid-19, mulheres desempenhavam três vezes mais trabalhos não remunerados do
que os homens; com o isolamento, a estimativa é que este número triplique;
Mulheres não estão na esfera de poder de decisão na pandemia: elas são apenas 25% dos
parlamentares em todo o mundo e menos de 10% dos chefes de Estado ou de Governo;
E, no setor têxtil, um dos mais afetados da indústria em todo mundo e paralisado por causa do
trabalho temporário de lojas, as mulheres são três quartos dos trabalhadores no mundo.
De acordo com o documento da ONU, “a pandemia teve e continuará a ter um grande impacto
na saúde e no bem-estar de muitos grupos vulneráveis”. O texto prossegue: “As mulheres estão
entre as mais afetadas.”
Estes dados demonstram a dura realidade que vivemos e que as pessoas mais afetadas pela
covid-19 tem classe, gênero e cor. Nenhuma novidade para a estrutura social do Brasil.
Finalizo está breve reflexão com a palavras do querido professor Silvio Almeida: “Numa
sociedade racista, não basta não ser racista, é preciso ser antirracista.” Na medida que a
população afrodescendente é hoje majoritária no Brasil, a luta contra as discriminações se
transforma em fator de consolidação da democracia”.
GABARITO: alternativa A.
Inicie esta atividade fazendo uma leitura atenta do texto, colhendo informações importantes
para a construção de seu sentido. Em seguida, leia o comando da questão. Ela pede que você
identifique qual parte do texto contém a informação principal. Leia, também, as alternativas.
Observe que as alternativas (b), (c) e (d) apresentam informações que são importantes, porém,
secundárias no texto, pois elas apenas complementam a informação principal, que gira entre
as discussões que envolve o alto número de mortes de mulheres negras. Portanto, a alternativa
correta é (A).
Agora é com você! Resolva as questões a seguir e exercite a sua habilidade de diferenciar partes
principais de partes secundárias em um texto.
Leia o artigo de opinião.
Leninha
Brasil de Fato | Belo Horizonte (BH) |
13 de Fevereiro de 2020 às 22:23
Marcha das Mulheres Negras e Indígenas de São Paulo, em 2017 - Paulo Pinto
O que justifica um país onde 27% da população feminina é negra ter no Congresso Nacional
apenas 2% de mulheres negras? Nada, a não ser o preconceito. As barreiras à participação
política das mulheres negras são múltiplas e interrelacionadas, tendo como pano de fundo a
discriminação que nos levou a níveis mais baixos de educação e capital social, a maior pobreza
e marginalização geográfica. Mas vou resumir nossa baixa representatividade a três fatores que
considero centrais: o racismo estrutural, o machismo e a falta de empenho dos partidos para
corrigir essa distorção.
Mas esse não é o único aspecto que reduz a participação de mulheres negras na política nacional.
Sobre nós incide uma dupla discriminação, a racista e a sexista. Porque não basta vencer o
racismo, temos que ultrapassar outro obstáculo: vencer o machismo. Como a divisão do
trabalho é extremamente desigual – hoje as mulheres chefiam 29 milhões
de lares e ainda assumem as tarefas da casa e o cuidado com os filhos -, falta tempo e
disposição para a participação política.
O menor acesso aos recursos partidários e a falta de uma legislação sobre aspectos étnicos no
âmbito eleitoral também são fatores que levam a esse cenário. Apesar da cota
de 30% para candidaturas femininas, não há cota para candidaturas étnicas como forma de
reduzir a desigualdade na representação. Mesmo com a criação das cotas, nossa presença nos
espaços de poder continua crescendo a passos lentos.
O direito das mulheres de participar da vida política é garantido pela Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, dentre outras. Alguns países
têm adotado medidas importantes. No Reino Unido, o Comitê para a Eliminação da
Discriminação contra a Mulher observou que as mulheres negras representavam 5,8% da
população, mas constituíam menos de 1% dos representantes locais. Mesmo com o aumento na
representação feminina no país, as afrodescendentes continuavam sub-representadas.
Para corrigir essa distorção, o Comitê sugeriu medidas especiais temporárias para alcançar a
igualdade de participação, incluindo o recrutamento, assistência financeira e formação de
mulheres candidatas, além de modificação de procedimentos eleitorais, com definição de
objetivos numéricos e cotas.
A pauta política das mulheres negras têm especificidades e precisa de uma representação
legítima e direta. Por isso precisamos eleger representantes negras, porque só quem vive a
discriminação em suas múltiplas dimensões sabe a dificuldade que é, para que nós que
construímos as cidades, estejamos também no centro da construção de pautas políticas
antirracistas e anti machistas em nosso Estado. Num contexto multicultural e desigual, só
avança quem tem legitimidade. Queremos políticas específicas de proteção social, de saúde e
acesso à justiça, eliminando todas as formas de discriminação enfrentadas pelas mulheres
negras ao acessar os serviços essenciais. Não precisamos ser representadas. Podemos e
queremos falar por nós mesmas.
*Leninha é deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e presidenta da Comissão
de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
As esculturas, músicas, pinturas, literatura, cinema e publicidade colaboraram para construção do nosso
imaginário. E a arte é predominantemente branca.
Artigo de Kenia Maria, Defensora dos Direitos das Mulheres Negras da ONU Mulheres para o Huff Post Brasil.
Uma literatura genuinamente brasileira escrita por Monteiro Lobato eternizou a imagem da
mulher negra na cozinha, que ama servir e cuidar dos filhos dos outros: a tia Anastácia.
Feche os olhos e imagine uma rainha, um anjo, uma boneca e uma babá. Quais dessas
personagens são negras? A babá, na maioria das vezes, toma o imaginário das pessoas que
participam dessa dinâmica em minhas palestras pelo Brasil. Por que será?
Uma literatura genuinamente brasileira escrita por Monteiro Lobato eternizou a imagem da
mulher negra na cozinha, que ama servir e cuidar dos filhos dos outros, enquanto é insultada
pela única criança que poderia ser seu filho, o Saci. Que, aliás, também é um menino negro
mutilado.
Seria apropriação cultural Dona Benta registrar todos os livros de história e receitas em seu
nome? Dona Benta cozinhava?
Certa vez, no aeroporto, uma mulher branca, do sul do País, conversava comigo sobre sua “mãe
preta”. Ela me dizia, emocionada, que sua “mãe preta”, que na verdade era sua babá e apenas
três anos mais velha que ela, nunca tinha sido tocada por um homem e que era virgem.
Na sua conclusão de “filha branca”, a mãe preta tinha nascido para cuidar dela e dos irmãos. E
que o sexo e casamento não lhe interessavam. Me disse tudo isso com a mão no peito e
emocionada. Tia Nastácia não saía da minha cabeça. Parei para pensar, durante o voo indo a
Salvador, por que aquela mulher não conseguia ver mulheres negras como humanas. Sim,
humanas!
Sempre achei a arte fundamental para a educação e a formação de um povo e percebi que quase
toda arte que o Brasil produziu foi racista e machista na maioria das vezes. E cheguei a essa
conclusão depois de uma aula sobre Grécia Antiga na faculdade… A arte é, por si, educação.
Certa vez, um renomado carnavalesco tentou colocar em seu desfile esculturas que reproduziam
a imagem de cadáveres de judeus assassinadas, vítimas do nazismo, e aquilo foi um choque. As
pessoas ficaram indignadas, a comunidade judaica (com toda a razão) achou aquilo
inadmissível e a alegoria foi proibida e censurada.
Na época, eu me perguntei por que as alegorias de negros escravizados não chocavam da mesma
forma. Afinal, estamos falando de um dos maiores crimes contra humanidade: a escravidão.
Posso, num mesmo dia, ver um desfile com esculturas de escravos e pessoas se divertindo sem
parar para pensar que a escravidão foi uma das maiores crises de humanidade, enquanto nas
ruas toca a marchinha “o seu cabelo não nega mulata…”. E Claudia, arrastada pelas ruas do
subúrbio do Rio de Janeiro, é esquecida.
Ora, aqui quase 80% dos jovens que morrem na idade mais produtiva são negros! A morte
desses homens condena as mulheres negras para o resto da vida. Eles são nossos filhos, pais,
irmãos e maridos.
A violência contra a mulher aumenta. Onde os direitos humanos e o Estado não entram.
Glamurizar a favela é muito conveniente. Não existe charme nenhum em acordar às quatro da
manhã, deixar seus filhos com outras pessoas, atravessar a cidade para um trabalho e cuidar de
outras crianças que serão ensinadas a odiar negros, na maioria das vezes.
Sim, o racismo se aprende. Ninguém nasce odiando ninguém. O racismo no Brasil é um
comportamento. Portanto, eu estou sendo ácida sim.
Não quero falar de amor. Não agora. Agora, quero falar de justiça e direitos humanos.
Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/noticias/o-racismo-deu-certo-no-brasil/. Acesso em: 10 de nov.
2020.
HABILIDADES DO DCRC
(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e
estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos
gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas,
romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção
científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto,
ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo
preferências por gêneros, temas, autores.
Leia o poema.
Defendendo a senhora
Que muitas histórias têm
Se a nossa mãe morre
Iremos morrer também.
Link: http://www.thydewa.org/wp-content/uploads/2014/12/livro-mae-terra-web.pdf
1.Os versos “O capitalismo no mundo E a culpa é de quem?” tem como mensagem implícita
a) a mãe terra é respeitada.
b) da mãe terra tudo se colhe.
c) o homem explora a mãe terra sem cuidar dela.
d) o homem cuida da mãe terra mesmo explorando-a.
GABARITO: alternativa C.
Inicie esta atividade lendo o texto com atenção. Em seguida, leia o comando da questão.
Observe que ela solicita que você identifique a mensagem que não está aparente no texto, aquela
que está implícita. Nesse caso, você deve ser capaz de compreender que o texto fala que a mãe
terra ou natureza dá ao homem todas as riquezas, dela ele pode retirar tudo, porém o capitalismo
e os valores financeiros que movem o ser humano fazem com que o homem maltrate a terra
com sua exploração indiscriminada.
Após a leitura do texto, leia as alternativas, verificando se a informação que a alternativa
apresenta está de acordo com o que a questão solicita. Você perceberá que a alternativa correta
é a (C), pois o capitalismo a que o texto se refere diz respeito à exploração financeira do homem
sobre a terra sem cuidar da natureza. Agora é com você! Resolva as questões a seguir e exercite
a sua habilidade de identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.
ATIVIDADE 40
2. alternativa D
3. alternativa C
ATIVIDADE 41
2. alternativa B
3. alternativa A