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PSICANÁLISE E

INTERSECCIONALIDADE

POR UMA PRÁTICA


CLÍNICA
TRANSFEMINISTA
AFRO-LATINO-
AMERÍNDIA
Késia Rodrigues
"PRECISAMOS LUTAR CONTRA AQUELE
PEDAÇO DO OPRESSOR QUE ESTÁ
PROFUNDAMENTE PLANTADO EM CADA
UM DE NÓS!"
Trecho retirado citado por Patrícia Hill Collins do livro Irmã Outsider (Audre Lorde)
EM DIREÇÃO A UMA NOVA VISÃO: RAÇA,
CLASSE E GÊNERO COMO CATEGORIAS
DE ANÁLISE E CONEXÃO
Crítica a visão
somatória de
Estruturas opressões Cada um de nós
de opressão vive em um
sistema que nos
distintas, concede variados
mas graus de poder e
imbricadas! privilégio.
Raça, classe ou gênero
podem estruturar uma Os privilegiados se tornam
situação, mas podem “voyeurs", espectadores
não ser igualmente passivos, que não se
visíveis e/ou importante relacionam com os menos
nas autodefinições das poderosos, mas que estão
pessoas interessados em observar
como o “diferente” vive!
MESMO QUE UM PEDAÇO DO OPRESSOR ESTEJA
PLANTADO PROFUNDAMENTE DENTRO DE NÓS, CADA
UM DE NÓS TEM A ESCOLHA DE ACEITAR ESSE PEDAÇO
OU DESAFIÁ-LO COMO PARTE DO “VERDADEIRO FOCO
DA MUDANÇA REVOLUCIONÁRIA”
EM DIREÇÃO A UMA NOVA VISÃO: raça, classe e gênero como categorias de análise e conexão, p.29
Lélia Gonzalez
CUME É QUE
INTERSSECIONA?
Uma intelectual negra que transa com a
psicanálise, samba e candomblé
O conceito de maioria silenciadas
.O petroguês como linguagem
Relação do colonizado e colonizador
podeser explicadas com categorias
lacanianas de infans e sujeito de
suposto saber
CUME É QUE
INTERSSECIONA?
"Precisamente porque esse sistema
transforma diferenças em
desigualdade, a discriminação que
sofrem assume um caráter triplo, dada
a sua
.
posição de classe: as mulheres
ameríndias e amefricanas são, na sua
maioria, parte do imenso proletariado
afro-latino-amercino"
Por um feminismo afro-latino-amercino, p. 146
Aníbal Quijano
COLONIALIDADE DO
PODER
''Aqui a tragédia é que todos fomos conduzidos,
sabendo ou não, querendo ou não, a ver e aceitar
aquela imagem como nossa e como pertencente
unicamente a nós. Dessa maneira seguimos sendo
o que não somos. E como resultado não podemos
.
nunca identificar nossos verdadeiros problemas,
muito menos resolvê-los, a não ser de uma
maneira parcial e distorcida''
Audre Lorde "Com muita frequência,
desperdiçamos a energia
necessária para reconhecer as
diferenças fazendo de conta
que são barreiras
intransponíveis ou que nem ao
menos existem. O resultado
disso é um isolamento
voluntário ou conexões,
artificiais e traiçoeiras "
Idade, raça, classe e sexo : as mulheres redefinem a diferença, p 143
Irmã Outsaider
Audre Lorde
"Quando se compartilha
uma opressão, acaba-se
tendo acesso a mais armas
para usar contra os seus ,
porque vocês as forjaram
juntos, em segredo, contra
um inimigo em comum "
Irmã Outsaider, p. 123
TRANSFEMINISMO
O transfeminismo reconhece a interseção entre as
variadas identidades e identificações dos sujeitos e o Jaqueline Gomes de Jesus
caráter de opressão sobre corpos que não estejam
conforme os ideais racistas e sexistas da sociedade, de
modo que busca empoderar os corpos das pessoas
como eles são (incluindo as trans), idealizados ou não,
deficientes ou não, independentemente de
intervenções de qualquer natureza; ele também busca
empoderar todas as expressões sexuais das pessoas
transgênero, sejam elas assexuais,
bissexuais, heterossexuais, homossexuais ou com
qualquer outra identidade sexual possível

Feminismo transgênero e movimentos de mulheres transexuais


Psicologia uma profissão de muitas e
diferentes mulheres. Será?
Cabe ressaltar que na pesquisa “Uma profissão
de muitas e diferentes mulheres”,
realizada em 2012, pelo Conselho Federal de
Potential
Psicologia,Market
constatou-se que a maioria dos 1.331
profissionais que responderam à pesquisa era do
sexo feminino (89%), com idade
entre 30 e
59 anos (76%) e de cor da pele branca (67%),
evidenciando a Psicologia como
predominantemente branca e feminina.
Na época da produção da pesquisa, outros
marcadores como terrítório, identidade de
gênero, classe e orientação sexual não foram
mencionados. Mas fica o questionamento seria a
psicologia brasileira outra coisa senão: sudestina,
classe média, cis e heterossexual?
Uma Psicanálise neutro,
asséptica , inodoro, incolor e
insípido: é possível?

REFERÊNCIAS

Collins, P. H. (2015). Em direção a uma nova visão: raça, classe e gênero como categorias de análise e conexão.
Reflexões e práticas de transformação feminista. São Paulo: SOF, 13-42.
De Jesus, J. G., & Alves, H. (2010). Feminismo transgênero e movimentos de mulheres transexuais.
Revista Cronos, 11(2).
Gonzalez, L. (2020). Por um feminismo afro-latino-americano. Editora Schwarcz-Companhia das Letras.

Ignacio, K.M.R (2019) O que a Psicologia brasileira tem a contribuir com discussões de raça e gêrero?

LORDE, Audre. Irmã Outsider: Ensaios e Conferências. 1. ed. 1 reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.

QUIjANO, A. (2000). Colonialidade do poder, eurocentrismo e américa latina. 1. Ed. Buenos Aires: Consejo
Latinoamericano de Ciencias Sociales.

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