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INTERSECCIONALIDADES

PISCITELLI, Adriana. Interseccionalidades, categorias de


articulação e experiências de migrantes brasileiras. Sociedade
e Cultura, v.11, n.2, jul/dez. 2008. p. 263-274.
ADRIANA PISCITELLI

Pesquisadora no Núcleo de Estudos de Gênero (PAGU) da


Universidade Estadual de Campinas e professora plena no
Departamento de Antropologia Social. Linhas de pesquisa: gênero,
memória, parentesco, sexualidade, turismo sexual, prostituição,
migrações, tráfico internacional de pessoas, teoria feminista e
teoria antropológica.
INTERSECCIONALIDADES
Categorias que aludem à multiplicidade de diferenciações que,
articulando-se a gênero, permeiam o social. Assim como o conceito de
gênero, adquirem conteúdos diferentes de acordo com a abordagem
teórica das autoras que com elas trabalham.
FINAL DOS Scott (1988), Strathern (1988), Haraway

ANOS 80: (1991) e Butler (1990);


Problematizaram a base biológica imutável
que dividiria a humanidade em dois
TEXTOS sexos/gêneros;
Crítica à centralidade do gênero como
CRÍTICOS força social opressora;
Contestaram a universalidade da

SOBRE subordinação feminina;


Tendência a trabalhar com uma noção
pulverizada de poder, como Foucault (1977).
GÊNERO
OUTRAS
DIFERENÇAS
Leituras críticas de gênero,
formuladas no plano teórico,
coincidem com reivindicações
DIFERENÇA formuladas por mulheres negras, do
Terceiro Mundo e LBT+;

DE GÊNERO Entretanto, essas reelaborações


teóricas não incorporaram a exigência
daqueles grupos para que o gênero
E OUTRAS fosse articulado às outras diferenças
de maneira homogênea.
DIFERENÇAS Categorias de articulação oferecem
ferramentas analíticas para
apreender múltiplas diferenças e
desigualdades.
Os questionamentos presentes nas formulações dessas autoras
continuaram sendo elaborados com intensidade durante a década de
1990, sob a intensa pressão dos movimentos políticos. No bojo desse
movimento, na procura de categorias analíticas alternativas, surge a
formulação dos conceitos categorias de articulação e/ou
interseccionalidades.

Adriana Piscitelli
DIVERSAS ABORDAGENS
INTERSECCIONAIS
1 2 3
Diferença Poder Agência
kimberlé crenshaw anne mcClintock avtar brah

Leituras sistêmicas e
construcionistas
Interação vs. Superposição
“avenidas que se cruzam”

Diferença = Desigualdade
KIMBERLÉ
CRENSHAW Poder = Propriedade Estática

Limitações para o Sujeito


gênero, raça e classe são pensados como
sistemas de dominação que determinam
identidades exclusivamente vinculadas
aos efeitos da subordinação social
Diferença não= Desigualdade

Poder = Dinâmico e Relacional


ANNE
MCCLINTOCK Possibilidades para o Sujeito

Várias Políticas de Agência


gênero, raça e classe não são âmbitos
diferentes de experiência que existem
isoladamente uns dos outros, mas existem
em e por meio das relações entre si
Subjetividade + Identidade

Contextual e Contingente
avtar
brah Diferença como Diversidade

Foco na Experiência
suA proposta não é trabalhar com gênero
como categoria analítica (como, por
exemplo, Scott), mas com “diferença”
como categoria analítica
Imbricação entre sexualidade,
gênero, raça e nacionalidade;

A MIGRANTE As intersecções dotam de sentido a


percepção que se tem das brasileiras
e as ações dessas mulheres;
BRASILEIRA A princípio, as articulações situam as
migrantes em posições inferiorizadas;
NO CENÁRIO Ao mesmo tempo, abrem brechas
para as negociações em contextos

GLOBAL migratórios.
Abordagens interseccionais oferecem
recursos para analisar a produção de
sujeitos na nova ordem global.
ObrigadA!
FLS5938 - Raça, Gênero e Sexualidade:
Interseccionalidade e Marcadores Sociais da
Diferença

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