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Andréa Guerra, Professora e Coordenadora do núcleo de psicanálise da

UFMG.

 Fazer psicanalítico diante da não silenciação do racismo diante do sujeito,


assim como o processo de decolonização.
 Recalque e negação aparecendo de modos variados nas experiências
clínicas, atravessadas também pelo processo de invisibilizado.
 Raça, classe e gênero atravessam o sofrimento do sujeito.
 Se aliam ao tripé freudiano, o passe, vindo da estruturalização lacaniana, e o
cartel, sendo um dispositivo de estudo que desprende do mestre ou tema de
estudo, ou campo de interesse; na formação psicanalítica.
 Não se faz uma psicanálise sem uma Sankofa Adrinkra1.
 Quando um supervisor assume um caso, ele busca o embaraço do sujeito.
 No interior da escuta e no caso particular que entendemos a entrada da
supervisão. Seja nela, que aprendemos pela equivocidade, os elementos de
determinação que do significante ressoa em um ponto de gozo, pois a
interpretação ressoa-o junto ao ato analítico.

Fábio Bispo, professor da UFES.

 Intervisão, para falar de uma forma de supervisão que se dá relatando os


casos, entre os psicanalistas. Pensada no projeto Ocupação, como diferentes
experiências e trajetórias que seja num sentido que vai além do supor e
posição e lugar de sujeito de saber.
 População quilombola e religiões de matrizes africanas, conhecia-se algo
além do racismo e da negritude, pois trazia uma certa complexidade, diante
dos âmbitos e espaços físicos que o sujeito transita e está incluso, e outras
cosmologias.
 Intervisão com leituras e conteúdos que vão além da psicanálise, mas que
possam contribuir no entendimento dos sofrimentos alheios, no que tangue à
ordem do racismo, negritude, matrizes africanas, indígenas e religiões.

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Sankofa é um símbolo de lembrança da história afro-americana e afro-brasileira, que
recorda os erros do passado para que eles não sejam cometidos novamente no futuro. Isto é,
representa o retorno ao passado para que seja possível adquirir conhecimento e sabedoria.
 A branquitude e as dominações de razão na escuta e interpretação de
contextos no âmbito psicanalítico.
 Uma certa ideia de estarmos autorizados a falar sobre tudo, sendo da
academia, intelectual... relacionado ao lugar de fala na branquitude e sua
invisibilização. Se atendo um pouco mais nos detalhes e nas nuances tanto
do território quanto da própria relação do sujeito com o território.

Mariana Mollica, professora de pós graduação psicanalítica da UFRJ.

 Embora hajam discrições a outras classes sociais, uma comunidade se une


por uma impedição de um gozo, ou repetição, ligada a rejeição racista, que
aparece a uma não identificação com um líder. Para Lacan, é um gozo não
representável.
 Epidermização da inferioridade, junto a segregação social (FRANTZ FANON).
 Hegemonia da cultura da internet que impede que os jovens indígenas (3
mais vítimas de suicido do que outros) transmitam e vivenciem os seus traços
culturais, exercendo seu lugar de sujeito social diante da própria cultura que é
calada.
 A segregação mais radical se funda na negação da palavra, também da
denegação, que retorna como estranho por ser primeiramente tratado com
repulsa, como não aceitação e identificação enquanto próprio ao/do sujeito.
 Ser lido com certa estranheza, para fazer o saber circular, inclusive diante da
supervisão, para que descentralize um pouco o saber da branquitude.
 Caso clínico contado sobre uma mulher negra, moradora da uma periferia,
que perdeu um dos filhos para a luta do Estado marcando corpos específicos,
que de alguma forma trouxe seus significantes, também sua forma
impedimentosa de entrar em contato com seu luto.
 O caso clínico nunca é o sujeito, sempre outras instâncias, poderes, família,
outras instituições que vão além dele.
 Tomar o racismo como caso a ser construído coletivamente? Pois um
caso é aquilo que cai! Faria existir uma escuta entre os pares, inédita,
pois é entre os pares de acordo com Freud, compartilhando experiência,
sem um suposto lugar de saber.
Gisele da Hora, mestranda em estudos sociais na UFRJ.

 Arquitetura perversa. (portal favela)


 Trabalha na Saída Lar.

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