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Brazilian Journal of Development 60594

ISSN: 2525-8761

Uso de Localizadores Apicais: Revisão de Literatura

Use of Apical Locators: Literature Review


DOI:10.34117/bjdv7n6-439
Recebimento dos originais: 18/05/2021
Aceitação para publicação: 18/06/2021

Karina Dutra Pinto Pereira


Graduado em Odontologia
Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO)
Av. Filomeno Gomes, 110 - Jacarecanga, Fortaleza – CE
E-mail: dr.karinadutra@gmail.com

Marília Guerreiro de Almeida


Graduado em Odontologia
Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO)
Av. Filomeno Gomes, 110 - Jacarecanga,
Fortaleza – CE
E-mail: mariliaguerreiro7@gmail.com

Marton de Moura Gondim


Graduado em Odontologia
Universidade de Fortaleza
Av. Washignton Soares, 1321 Fortaleza - CE
E-mail: martongondim@gmail.com

Roberta Carolino Antunes Gondim


Graduado em Odontologia
Universidade de Fortaleza
Av. Washignton Soares, 1321 Fortaleza - CE
E-mail: robertacagondim@gmail.com

Marcelo Paulo Balbino Teixeira Júnior


Especialista em Implantodontia
Graduado em Odontologia
Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL)
Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700 Alfenas - MG
E-mail: marcelopbalbino@gmail.com

Adrielen Henrique Picoli


Especialista em Ortodontia
Graduada em Odontologia
Universidade de Cuiabá (UNIC)
Av. Beira Rio Sul, 3100 - Jardim Europa, Cuiabá – MT
E-mail: adrielenpicoli@hotmail.com

RESUMO
Localizadores apicais eletrônicos (LAE) são aparelhos que determinam o limite apical de
instrumentação. O presente trabalho visou abordar as classificações e o funcionamento

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dos localizadores apicais, algumas desvantagens do método radiográfico para obtenção


da odontometria e as vantagens no uso de locazidadores foraminais. Foram utilizados
artigos publicados entre 2016 e 2020 nas bases de dados Lilacs, PubMed, Scielo e Google
Scholar, sendo selecionados 16 artigos e um livro. Foram relatadas diversas
características dos localizadores apicais eletrônicos, dentre as quais, especificações das
marcas, métodos de funcionamento, aplicações em dentes decíduos e os benefícios desses
instrumentos. Concluiu-se que o uso de localizadores apicais eletrônicos é indispensável
para colaborar no tratamento endodôntico.

Palavras-chave: Odontometria, Tratamento endodôntico, Comprimento de trabalho,


Constrição apical, Localizador apical eletrônico.

ABSTRACT
Electronic Apical Locators (LAE) are devices that determine the apical limit of
instrumentation. The present work aimed to address the classification and functioning of
apical locators, some disadvantages of the radiographic method for obtaining
odontometry and the advantages of using foraminal locators. Articles published between
2016 and 2020 in LILACS, PubMed, Scielo and Google Scholar databases were used,
with 16 articles and one book being selected. Several characteristics of electronic apical
locators have been reported, among which, brand specifications, operating methods,
applications in primary teeth and the benefits of these instruments. It was concluded that
the use of electronic apical locators is essential to collaborate in endodontic treatment.

Keywords: Odontometry, Endodontic treatment, Working length, Apical constriction,


Apical electronic locator.

1 INTRODUÇÃO
O método radiográfico tradicional é um dos mais utilizados no tratamento
endodôntico, porém, tem suas limitações, entre elas, a exposição do paciente ao raio x
ionizante, a cooperação do paciente e a possibilidade de superposição (ARAÚJO; MOHN
NETO, 2018; BERTOLI et al., 2016), o que dificulta a interpretação da imagem
radiográfica (BROON et al., 2019). Para tratar tais limitações, entre outras, especialistas
passaram a estudar a localização apical eletrônica, inclusive, no tratamento de dentes
decíduos (BROON et al., 2019; ARAÚJO; MOHN NETO, 2018; BERTOLI et al., 2016).
Um dos principais objetivos do tratamento endodôntico é eliminar o máximo
possível a infecção instalada no sistema de canais radiculares, bem como, prevenir que
novos microrganismos sejam introduzidos durante e após o tratamento (BERTOLI et al.,
2016). Nesse sentido, para o sucesso do tratamento, é essencial a determinação do
comprimento do canal radicular, principalmente em dentes decíduos, face o risco de dano
permanente (GÜREL; HELVACIOĞLU-KIVAN; EKİCİ, 2017; BERTOLI et al., 2016),

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sendo, ainda, um dos principais fatores que levam ao sucesso da terapia endodôntica
(SANTOS; SCARPARO, 2020; GÜREL; HELVACIOĞLU-KIVAN; EKİCİ, 2017).
Esta medida é obtida através da odontometria, uma das etapas da terapia
endodôntica a qual pode ser realizada por método radiográfico ou por meio do uso de
localizadores apicais eletrônicos. Visando superar as limitações do método radiográfico,
Suzuki et al., no ano de 1942, investigaram as propriedades de resistência elétrica dos
tecidos orais, contribuindo para o surgimento do primeiro aparelho eletrônico foraminal,
desenvolvido por Sunada et al., no ano de 1962 (SANTOS; SILVA, 2018).
Os localizadores apicais são especificados de acordo com o seu princípio de
funcionamento, sendo classificados em quatro gerações, onde, os de primeira geração são
justamente os de princípio da resistência elétrica preconizados por Suzuki et al (1942) e
Sunada (1962); os de segunda geração surgiram no ano de 1980, e partiam do princípio
da corrente alternada; em 1990 surgiram os de terceira geração, similares aos de segunda
geração, diferenciando-se por utilizarem duas frequências para determinar a constrição
apical; e, em 1991, surgiram os localizadores apicais de quarta geração, que partem do
princípio “ratio method”, que é a medição simultânea da impedância de duas ou mais
frequências separadas (EL SAMAN et al., 2016).
Embora a tomada radiográfica seja a técnica mais empregada na determinação do
comprimento de trabalho, a odontometria eletrônica apresenta algumas vantagens em
relação à odontometria radiográfica (EL SAMAN et al., 2016), já que o seu uso é limitado
e impossibilita encontrar a constrição apical, em função da existência de variáveis nas
técnicas, angulações, entre outros fatores influenciadores na produção da imagem
radiográfica, levando ao erro (SANTOS; SCARPARO, 2020; EL SAMAN et al., 2016).
O objetivo desta revisão de literatura foi descrever as classificações dos
localizadores foraminais, suas vantagens e desvantagens do método radiográfico de
determinação do comprimento de trabalho.

2 MÉTODOS
Para a elaboração deste estudo, foi realizada uma busca nas bases de dados
LILACS, PubMed, Scielo e Google Scholar, utilizando as palavras-chave “Odontometria,
Tratamento endodôntico, Comprimento de trabalho, Constrição apical e Localizador
apical eletrônico”, compreendendo artigos publicados entre 2016 e 2020, tendo sido
selecionados 16 artigos e um livro publicado pela Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Como critério de inclusão, foram

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selecionados artigos que abordavam a eficácia dos localizadores apicais, suas vantagens
em relação à odontometria radiográfica e suas classificações.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Endodontia é a área da Odontologia que objetiva encontrar as causas, prevenir
a ocorrência, diagnosticar e tratar doenças da polpa dentária e as possíveis consequências
que exercem nos tecidos periapicais (SANTOS, 2020). Dessa forma, importante ao
profissional odontologista conhecer a anatomia dental interna e externa, o uso de
localizadores apicais eletrônicos (LAE) e tomar radiografias corretas, qualificando o
tratamento endodôntico, por serem mais precisos tecnicamente, durante a fase de
preparação e obturação de canais (MARTINS; RODRIGUES; VINHOLES, 2016). Nesse
sentido, um limite de trabalho deve ser estabelecido, para que não hajam danos aos tecidos
periapicais, ao mesmo tempo que possa haver a regeneração da área (NÓBREGA et al.,
2016).
Para que essa medida seja obtida, deve-se utilizar o procedimento denominado
odontometria, uma etapa do tratamento endodôntico que tem por objetivo determinar o
limite de trabalho no dente do paciente (NÓBREGA et al., 2016), cuja medida é obtida
considerando a distância de uma referência coronária até um ponto no qual a
instrumentação e obturação devem terminar (SANTOS, 2020; SANTOS; SILVA, 2018;
EL SAMAN, 2016), ou seja, a constrição apical (situada na confluência do canal
dentinário com o cementário) e o forame apical (SANTOS; SCARPARO, 2020), o que
se chama de junção cementodentinária (JCD), limite considerado ideal de instrumentação
dos canais radiculares, como também, área de maior constrição do canal (NÓBREGA et
al., 2016). Após a odontometria, ajustes necessários são realizados para que seja atingido
o comprimento de trabalho determinado (SANTOS; SCARPARO, 2020).
Para que a técnica endodôntica seja executada sem agredir os tecidos apicais e
periapicais, contribuindo com o reparo, importante a determinação correta do
comprimento de trabalho, visto que, feito de forma inadequada, pode levar à sobre-
instrumentação ou à sub-instrumentação (SANTOS; SCARPARO, 2020; VENANTE et
al., 2017). A sobre-instrumentação, o resultado pode ser áreas não instrumentadas e nem
limpas (EL SAMAN et al., 2016), o que seria uma injúria aos tecidos periapicais
(SANTOS; SCARPARO, 2020; VENANTE et al., 2017). No segundo caso, a sub-
instrumentação, o resultado pode ser danos aos tecidos periapicais (VENANTE et al.,
2017; EL SAMAN et al., 2016) e esvaziamento e preparo do canal radicular, por ficarem

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abaixo do limite estabelecido para essas manobras (SANTOS; SCARPARO, 2020),


aumentando, dessa forma, as possibilidades de fracasso do tratamento endodôntico (EL
SAMAN et al., 2016).
Nesse sentido, a determinação bem sucedida do comprimento de trabalho
contribui com maior índice de sucesso do tratamento endodôntico (MAREK et al., 2020;
SANTOS; SCARPARO, 2020; BOLAM et al., 2018). O método radiográfico é o mais
utilizado na literatura para a obtenção de informações para determinar a odontometria
(NÓBREGA et al., 2016; MAREK et al., 2020; SANTOS; SCARPARO, 2020; SANTOS;
SILVA, 2018; VENANTE et al., 2017; EL SAMAN, 2016), porém, existe uma
concordância entre pesquisadores que a técnica é limitada, apresentando desvantagens,
como imagem bidimensional com estrutura tridimensional, imagem distorcida,
sobreposição de estruturas anatômicas, exposição do paciente à radiação e induz a falhas
de interpretação do operador (NÓBREGA et al., 2016; MAREK et al., 2020; SANTOS;
SCARPARO, 2020; BOLAM et al., 2018; SANTOS; SILVA, 2018; EL SAMAN, 2016;
VENANTE et al., 2017).
Quanto ao método eletrônico com o uso de localizadores apicais, a maioria dos
dispositivos de medição eletrônicos são baseados na teoria de Suzuki et al (1942), que
determinaram que a resistência elétrica entre a mucosa oral e os tecidos periodontais foi
constante em 6,5 kΩ, independentemente da idade do paciente ou morfologia dentária
(MAREK et al., 2020; SANTOS; SCARPARO, 2020; SANTOS; SILVA, 2018; EL
SAMAN, 2016; VENANTE et al. 2017). Foi a partir desta teoria que Sunada (1962),
construiu o primeiro LAE, que demonstrou imprecisões nas leituras de eletrólitos ou
tecidos pulpares vitais (MAREK et al., 2020), porém, ainda assim, a introdução destes
mecanismos tem sido confiado com o papel fundamental na determinação do
comprimento do canal radicular, mesmo diferindo dos originalmente propostos
(OLIVEIRA et al., 2017).
Mais tarde, os dispositivos se tornaram mais sofisticados e usaram as
características dos gradientes de impedância e dependência de frequência para fornecer
medições mais precisas e confiáveis sob condições clínicas típicas (MAREK et al., 2020;
OLIVEIRA et al., 2017). Os equipamentos evoluíram da primeira até a terceira gerações,
tendo por fundamento o princípio físico da diferença de impedância no interior do canal
radicular, definida através de diferentes sinais de frequência (NÓBREGA et al., 2016).
Os aparelhos de primeira geração foram baseados no princípio da resistência de
corrente elétrica contínua (EL SAMAN et al., 2016), entre o ligamento periodontal e a

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mucosa oral. Entre as desvantagens desses LAE, podem ser citadas a necessidade de se
ter um canal radicular seco e livre de sangue, pus ou tecido pulpar, pois, quando a ponta
do instrumento toca a substância irrigadora, sangue ou fluídos no interior do canal, estas
modificam a resistência elétrica, fechando o circuito, indicando erroneamente que a
contrição apical foi atingida. Os principais representantes eram: Exact-A-Pex,
Endometer, Neosono D, Neosono M, Foramatron (SANTOS; SILVA, 2018).
Os localizadores de vértice de segunda geração qualificados usam frequências
únicas (MAREK et al., 2020). São aparelhos que se basearam na utilização da oposição
ao fluxo de corrente alternada, isto é, a impedância como forma de mensurar o
comprimento do canal radicular (EL SHAMAN et al., 2016). Estes localizadores
reconhecem a constrição apical como o ponto de maior impedância, porém, à exemplo
dos aparelhos de primeira geração, havia a necessidade de uso de material isolante, além
de, em diversas situações, promover erros no momento da mensuração. O principal
representante dessa geração foi o Endocater (SANTOS; SILVA, 2018).
Portanto, os localizadores de primeira e segunda gerações apresentavam como
desvantagens limitações, como resultados imprecisos quando na presença de polpa vital,
exsudato, hemorragia e umidade excessiva (ARAÚJO; MOHN NETO, 2018), pequena
efetividade de leitura na presença de fluidos e tecido pulpar, além da necessidade de
calibração (EL SHAMAN et al., 2016).
Os localizadores foraminais de terceira geração usam frequências múltiplas
(MAREK et al., 2020), são similares aos de segunda geração e capazes de detectar a
constrição apical, condição essa que as radiografias não possibilitam. (MAREK et al.,
2020; SANTOS; SILVA, 2018). Com esse tipo de localizador, os índices de sucesso
obtidos na determinação do comprimento real de trabalho são satisfatórios, sendo
comparáveis ou superiores às técnicas radiográficas (VENANTE et al. 2017). São
capazes de detectar medições consideradas precisas, porém, uma desvantagem, é a
necessidade de um ajuste inicial, ou seja, a calibração do dispositivo, independente das
condições de umidade do canal a cada utilização. Esta geração foi representada pelos
aparelhos Apit, Endex, Bingo1020, Root Zx e Novapex (SANTOS; SILVA, 2018).
Os localizadores de vértice de quarta geração usam duas frequências separadas
(MAREK et al., 2020). Em outro estudo, fala-se de até cinco frequências de medições
(SANTOS; SILVA, 2018). Estes localizadores de quarta geração são confiáveis em suas
medições, mesmo na presença de fluidos e tecido pulpar e não necessitam de calibração.
Os aparelhos mais modernos apresentam as medidas obtidas por meio de gráficos em

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display digital, facilitando a determinação do comprimento ideal de ação dos


instrumentos durante o tratamento dos canais radiculares (EL SHAMAN et al., 2016). A
medição simultânea da impedância de duas ou mais frequências separadas, calcula o
quociente das impedâncias e expressa esse quociente como uma posição do eletrodo
(lima) no interior do canal radicular. Alguns nomes comerciais desses localizadores são:
Root Zx II, Root Zx Mini, Propex II e Romiapex A-15 (SANTOS; SILVA, 2018).
Em síntese, os dispositivos de quinta e sexta geração usam múltiplas frequências
medindo a resistência e a capacitância, separadamente. Pode haver uma combinação
diferente de valores de capacitância e resistência que fornecem a mesma impedância,
portanto, a mesma leitura foraminal. Assim, os LAE de quinta geração resolveram o
problema dos LAE de quarta geração, que devem ser operados em canais relativamente
secos ou parcialmente secos (MAREK et al., 2020).
Esse estudo identificou que a determinação do limite apical é um dos fatores mais
importantes no sucesso da terapia endodôntica, para evitar sub ou sobre-instrumentação.
Nesse sentido, novos métodos eletrônicos foram desenvolvidos, a fim de superar
dificuldades na medição exata do canal radicular (ARAÚJO; OLIVEIRA; BORGES,
2020; BERTOLI et al., 2016), tendo sido evidenciado que o método eletrônico, na
obtenção do comprimento de trabalho, tem se mostrado seguro e eficaz, possibilitando
uma correta mensuração do dente (BENVEGNÚ et al., 2019; BOLAM et al., 2018; CRUZ
et al., 2016; EL SAMAN et al., 2016), porém, a radiografia periapical não pode ser
dispensada e deve ser utilizada como forma complementar de mensuração (BOLAM et
al., 2018; VENANTE et al., 2017).
A literatura atual aponta a alta eficiência na correta determinação do comprimento
do canal radicular por meio de diferentes marcas de localizadores apicais (EL SAMAN
et al., 2016), sendo que os mais modernos funcionam por meio de uma corrente elétrica
alternada em duas ou mais frequências e determinam, por meio de diferentes métodos, a
posição dos instrumentos endodônticos no interior dos canais radiculares de forma
independente ou dinâmica, acoplados ao motor (ARAÚJO; OLIVEIRA; BORGES,
2020). É um método auxiliar possível de ser aplicado durante a terapia endodôntica em
dentes decíduos mesmo em alguns níveis de reabsorção radicular, em dentes vitais e não
vitais e em retratamento (SANTOS; SILVA, 2018).
Muitos estudos avaliaram a precisão das medidas endométricas realizadas com
diferentes equipamentos, demonstrando que a utilização dos LAE possui algumas
vantagens, tais como redução das tomadas radiográficas e, portanto, da radiação, além da

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diminuição do tempo clínico, reduzindo o período e o custo do tratamento para o paciente


(MAREK et al., 2020; ARAÚJO; MOHN NETO, 2018; SANTOS; SILVA, 2018;
OLIVEIRA et al., 2017; VENANTE et al., 2017; EL SAMAN et al., 2016). Outras
vantagens é que possuem índice de acerto bastante elevado, independente da solução
irrigadora utilizada durante a instrumentação ou da presença de outros fluídos no interior
do canal (ARAÚJO; MOHN NETO, 2018; MARTINS; RODRIGUES; VINHOLES,
2016). Como desvantagens do uso de LAE, pode-se citar o alto custo do aparelho e o
treinamento para utilização com precisão dos resultados (EL SAMAN et al., 2016).
A odontometria, ao estabelecer os limites da ação mecânica do endodontista,
colabora decisivamente para que o preparo e a obturação do canal sejam realizados dentro
de limites adequados. Para ser obtida eficácia da odontometria, ela deve ser integrada às
etapas de esvaziamento do canal e preparo cervical, tendo em vista variações técnicas
relacionadas à situação clínica do dente a ser tratado. (SANTOS; SCARPARO, 2020).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nesta revisão de literatura pode-se concluir que os localizadores
foraminais foram fabricados de maneira a gerar aparelhos confiáveis e precisos, assim, o
seu uso nos tratamentos endodônticos promove maior rapidez e confiabilidade durante o
procedimento e reduz a necessidade de diversas tomadas radiográficas.

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