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BIBLIOTECONOMIA BASEADA EM EVIDÊNCIA

Dra. Maria Eduarda dos Santos Puga

GUIA DA
DISCIPLINA
2022
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

1. INTRODUÇÃO E HISTÓRICO

Objetivo:

Compreender o papel do Bibliotecário como usuário e produtor de evidencias.


Aprofundar o conhecimento quanto a metodologia que implica ser um profissional
baseado em evidencias.

Introdução

A escrita, a imprensa, as tecnologias revolucionaram o mundo e principalmente a


informação. A forma com que nos relacionamos com a informação e o quanto essa é
extremamente valiosa ficou claro e acelerado para todos os profissionais.

O valor a que atribuímos a uma informação hoje em cada área do conhecimento


pode: salvar vidas como na medicina, permitir que tenhamos informação e tomemos
decisões antecipadas sobre qualquer coisa que possa causar danos, ou mesmo benefícios,
mas o mais importante delas é que tomemos decisões sabendo que nossa pratica
profissional seja acertável possível e que acarrete o menor dano.

A informação baseada nas melhores evidências (provas cientificas) disponíveis faz


com que tomemos decisões em todos os âmbitos de nossa vida com menor incerteza e que
acertemos sempre o alvo.

Precisamos responder algumas perguntas para que possamos entender o que será
fazer biblioteconomia baseada em evidências:

1. O que são evidências?


2. Como encontro-as e faço uso das evidências?
3. Como profissional Bibliotecário o que preciso saber e o que posso fazer com a
minha pratica baseada em evidências?

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1.1 O que são evidências?


Evidências nas cenas de crimes são qualquer rastro deixado onde o fato ocorreu ou
os objetos que foram utilizados. Podemos observar duas definições oferecidas pelo
dicionário:

https://www.google.com/search?q=evidencias+dicionario

Observando os quadros acima retirados do dicionário online podemos concluir que


a evidencia é a prova de algo ocorreu e que também prova evidente que deixa algo claro
(visível) palpável e viável.

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Como não estamos falando de cometer crimes, vamos falar da evidencia que deixa
claro que algo funciona melhor do que outro, que será mais viável e confiável de se fazer
caso utilizemos a evidencia disponível para o assunto.

Pretende-se elucidar não um crime, mas prover conhecimento quanto ao método e


uso das provas cientificas (evidências) que impactam em melhores decisões.

1.2 A Medicina Baseada em Evidencias – MBE


Quando falamos de evidências precisamos mencionar sua origem na história, bem
como ela é entendida na área da Medicina e na Saúde em geral.

A MBE tem buscado essas provas no transcorrer da história e consegue remontar


aos tempos mais remotos da humanidade, com provas que perduram até os dias de hoje
em que determinados tratamentos e procedimentos são mais efetivos, eficazes e seguros
do que outros.

Apesar de termos a impressão de que a palavra evidência ficou em destaque


recentemente com as questões da pandemia em que a humanidade viveu nos anos de
2019 a 2022. A história nos mostra que não.

1.3 O que nos conta a história sobre a MBE.


O desenvolvimento da Medicina Baseada em Evidências, da forma como é
concebida atualmente no mundo, teve seu início na década de 90, quando o termo foi
utilizado na Universidade de McMaster em 1996 (Sackett et al, 2003). Entretanto é possível
encontrar relatos demonstrando que, desde tempos remotos, a humanidade se utiliza de
elementos fundamentais existentes na MBE para solver questões relativas à prevenção e
tratamento de doenças.

No Velho Testamento, por exemplo, há uma passagem no livro de Daniel 1-16, no


qual o rei Nabucodonosor ordena ao chefe dos serviços que escolhesse entre os
prisioneiros israelitas jovens saudáveis, mandou que durante dez dias lhes fosse servida a
mesma comida e o mesmo vinho que ele bebia. Nesse grupo estavam quatro jovens da
tribo de Judá, entre eles Daniel que, para não ficar impuro recusou-se a comer e beber a

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tal comida. Suplicou então ao encarregado de cuidar das refeições que lhes desse a
oportunidade de fazer a experiência de deixar-lhes comer apenas legumes e beber durante
dez dias para compará-los com aqueles que comiam a comida do rei.

Passados os dez dias os quatro jovens, israelitas estavam mais sadios e mais fortes
do que aqueles que comeram a comida do rei (A Bíblia sagrada, 2006).

Na Dinastia Song, por volta de 1061, Ben Cao Tu Jing estava interessado na possível
eficácia do Ginseng. Para comprová-la, propôs a comparação de duas pessoas, uma
ingerindo-o com rum e outra ingerindo somente rum sem Ginseng. Em seguida, observou
a manifestação precoce de uma respiração curta na pessoa que não fez uso do Ginseng
(Claridge e Fabian, 2005).

Woodhouse (1998), em uma comunicação pessoal, relata que na antiga Medicina


Chinesa, durante o reinado do imperador Qianlong, o método de “Kaozheng” (busca de
evidência prática) foi utilizado para interpretar antigos textos de Confúcio. Depreende-se,
portanto, que há mais de mil anos já havia a necessidade de certo rigor na observação,
antes de algo ser concebido como “bom” ou “ruim” para um determinado propósito, em
relação à saúde do homem.

A necessidade de tal rigor foi exatamente o que motivou a presença dos elementos
fundamentais da MBE ora citados: O caráter experimental que precedia à aprovação de
que algo “funcionava” ou “não funcionava”, ao invés da admissão baseada
exclusivamente na crença (fato presente nos três exemplos citados anteriormente);

1.A natureza comparativa da observação, talvez denunciando a preocupação em


determinar o quanto algo novo poderia ser realmente melhor do que aquilo que era vigente;
2.O aspecto prospectivo da observação, por meio da oferta de determinada
“intervenção” e subsequente apreciação dos fenômenos;
3.A presença de fenômenos de interesse bem-definidos (desfechos de interesse),
como a melhoria da aparência geral dos servos em relação aos mancebos, no caso do
relato que consta no Velho Testamento e a manifestação precoce ou tardia do
encurtamento da respiração, no caso do relato de Ben Cao Tu Jing;

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4.A presença de conceitos implícitos de probabilidade e erro aleatório, intuitivamente


ou não, por meio da inclusão de vários participantes, como demonstra o relato do Velho
Testamento.

Para Claridge e Fabian (2005), os eventos históricos até aqui citados, e


possivelmente outros possuem essência folclórica e, por isso, devem ser analisados e
aceitos com certa reserva.

Os mesmos autores propõem os eventos que precedem o século XVII como


componentes do que eles denominam de “Era Ancestral da Medicina Baseada em
Evidências”. Já os eventos históricos que decorreram a partir do século XVII compõem o
que eles denominam de “Era da Renascença da Medicina Baseada em Evidências”. Esta
última caracteriza-se por eventos com os mesmos elementos fundamentais da “Era
Ancestral”, mas com uma característica-chave: a dificuldade de se traduzir “evidência
disponível” em “prática”.

Nesse sentido, talvez o evento mais alegórico e de muita relevância para a


compreensão de tal dificuldade seja aquele de onde James Lind testa a utilização de
cítricos para o tratamento de escorbuto. A elevada prevalência de hemorragia gengival,
complicações cardíacas, frouxidão articular e outras manifestações próprias do escorbuto,
entre os navegadores ingleses, chamou a atenção para o fato de que a doença poderia
estar associada a dietas pobres em cítricos e alimentos perecíveis, em geral, como havia
sido sugerido por James Lancaster em 1591.

James Lind, em 20 de maio de 1747, testou 12 marinheiros com sintomas de


escorbuto e, segundo suas anotações, “os marinheiros eram muito semelhantes”. Os
participantes foram divididos em seis pares, sendo que a cinco pares foram oferecidos um
dos seguintes tratamentos vigentes na época: sidra, óleo de vitriol, água do mar, vinagre,
rábano picante com alho e mostarda, e apenas um par recebeu duas laranjas e um limão,
todos como complemento à dieta habitual. Foi observado, então, que os marinheiros que
ingeriram sucos de laranja e limão ficaram curados no sexto dia.

Em 1753, foi publicado o resultado deste estudo em um trabalho intitulado “Treatise


of the Scurvy”, mas, somente 40 anos após seu achado, em 1789, a inclusão de cítricos

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nas viagens marítimas foi implantada como rotina pela Marinha Britânica (Chalmers et al.,
2003; Troheler, 2003; Claridge e Fabian, 2005; Doherty, 2005).

Ainda na “Era Renascentista” da Medicina Baseada em Evidências, proposta por


Claridge e Fabian (2005), é possível observar a dificuldade virtualmente onipresente de se
estender a melhor evidência disponível para a prática: a crença em um modelo de
pensamento ou apego a uma conduta dominante (Doherty, 2005).

A sangria (venossecção ou flebotomia), por exemplo, é um procedimento que consta


em registros Egípcios, Gregos e Romanos, e que perdurou até meados do século XIX,
como forma de tratamento para várias doenças. Essa conduta era motivada pela crença
dominante de que as doenças seriam supostamente ocasionadas pela presença de
espíritos do mal ou “demônios” que poderiam ser eliminados juntamente com a drenagem
do sangue.

Alexander Lesassier Hamilton, um cirurgião das Forças Armadas relatou, em 1816,


em sua tese, uma experiência que envolveu 366 soldados doentes em Portugal. Hamilton
e outros cirurgiões do exército geraram dois grupos comparáveis, pela alternância, em
função da admissão dos participantes. Todos receberam acomodações e cuidados iguais,
porém dois terços foram alocados para tratamento sem sangria e a terça parte restante foi
tratada com sangria. Finalmente, foram constatados seis óbitos entre aqueles tratados
sem a flebotomia e 35 óbitos entre aqueles tratados com a flebotomia (Milne e
Chalmers, 2002).

Após a Revolução, em Paris, o Clínico Pierre Charles Alexandre Louis rejeitou o


pronunciamento das autoridades quanto à flebotomia ser a melhor conduta para a cólera,
pneumonia e outras doenças inflamatórias que recebiam o mesmo tratamento na época.
Louis fez uma análise de natureza retrospectiva em um grupo homogêneo de 77 pacientes
com diagnóstico de pneumonia, o qual se pautou pelo sincronismo do início da doença,
duração, frequência de morte e a primeira sangria. Os pacientes considerados na análise
foram divididos em dois grupos de 41 e 36 participantes com idades comparáveis, que
tinham sido sangrados de um a quatro dias do início da doença e outro grupo de cinco a
nove dias, respectivamente. Ele observou que a proporção de óbitos era maior entre os
pacientes que sofreram sangria precocemente (Morabia, 2004).

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Os detalhes do trabalho estão disponíveis em sua monografia intitulada “Recherches


sur les effects de la saignée” (Pesquisa Sobre os Efeitos da Sangria) (Rangachari 1997).
Assim, Pierre Charles Alexandre Louis ficou conhecido pela aplicação de seu método
chamado “o método numérico” que consistia do conhecimento sobre a doença, sua
história, apresentação clínica e tratamento por meio de dados Revisão da Literatura 8
agregados dos pacientes. (Claridge e Fabian, 2005; Doherty, 2005).

Dessa forma, admite-se que a Medicina Científica Quantitativa foi introduzida na


medicina por Pierre Charles Alexandre Louis (Greenhalgh, 2005).

Em 1861, quando Louis Pasteur publicou a “Teoria Germinativa das Doenças”, Ignatz
Semmelweis teve seus achados rejeitados pela Sociedade Médica de Viena. Semmelweis
(1861) propunha que a febre puerperal possuía natureza contagiosa e realizou um ensaio
de natureza prospectiva em que a conduta de lavagem de mãos com cloreto de cálcio
resultou na redução de mortalidade maternal de 18% para 1,2%. Tal observação era
perfeitamente justificada pela nova teoria proposta por Pasteur. Apesar disso, a recusa de
tal achado pela Sociedade Médica de Viena e a consequente impossibilidade de tornar
aquela evidência disponível para a prática foram motivadas pela Teoria do Humor de
Galeno, uma crença dominante na época.

É importante mencionar que Jan Baptista van Helmont, o pai da bioquímica, propôs
aos seus contemporâneos, terapeutas, que reunissem centenas de pessoas doentes (200
a 500), de forma que, por sorteio, metade fosse tratada por ele sem a sangria e a outra
metade com o tratamento dominante (a sangria). Finalmente, ele propôs que os funerais
fossem contabilizados em ambos os grupos de pacientes. Entretanto não há relatos do
desfecho final de tal história (Silverman e Chalmers, 2002).

Assim, os relatos que estão compreendidos no período denominado por Claridge e


Fabian, (2005) de “Era Renascentista” também possuem outros elementos da “Era
Moderna” da MBE, além daqueles já observados na “Era Ancestral”: 5

A preocupação em comparar grupos de pessoas que fossem semelhantes entre


si (o quanto possível), ganhou consistência como pôde ser observada nos exemplos de
James Lind e, de forma mais sofisticada, por meio da alocação alternada realizada por
Alexander Lesassier Hamilton. Nesse aspecto, Helmont não garantiria que os grupos

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fossem semelhantes, mas, intuitivamente, o sorteio dos grupos previamente formados


aumentaria as chances de que qualquer diferença de mortalidade entre os grupos fosse
gerada por um ou outro tratamento oferecido a cada um deles; 6.

A formalização das observações por meio de números que fora proposto de alguma
forma por Helmont, foi consagrada, mais tarde, por Pierre Charles Alexandre Louis. A
introdução de um novo método de conduzir ensaios clínicos, primeiramente relatado em
1948 (Medical Research Council 1948), é considerada por Richard Doll a maior revolução
metodológica no processo de evolução da medicina clínica (Doll 1998): a alocação aleatória
de participantes de ensaios clínicos para dois ou mais grupos de tratamentos a serem
comparados (randomização).

Entretanto, Bradford Hill já havia manifestado o reconhecimento da utilidade do


método da alocação aleatória na medicina, quando publicou uma série de artigos sobre
os princípios da estatística médica em 1937 (Hill 1963), após observar os experimentos
realizados por Fisher, na agricultura, em 1926 (Fisher 1926).

Outras duas personalidades merecem destaque dentro do cenário do


desenvolvimento e estabelecimento da MBE no século 20: Archie Cochrane, do reino
Unido e David Sackett do Canadá. Archie Cochrane publica seu texto clássico em 1972
“Effectiveness and Eficiency: Random Reflections on Health Services” (“Eficácia e
eficiência: reflexões aleatórias em serviços de saúde”). Tal publicação influenciou
profundamente a prática da medicina a avaliação das intervenções médicas. Este autor
deixou clara a importância vital dos Ensaios Clínicos Randomizados para avaliação
da eficácia dos tratamentos. Seu trabalho inspirou seus alunos a realizar ensaios clínicos
de maneira sistemática, além de ter inspirado a criação do Centro Cochrane que se
transformou, mais tarde, na Colaboração Cochrane (Atallah, Castro, 1998).

Em 1967, na Universidade de McMaster (Canadá), foi iniciado um movimento para


mudança na forma de ensinar ou capacitar alunos para a prática médica. Mais tarde, em
1996, David Sackett, e sua equipe vieram a conceituar MBE. Dessa forma, consolidou-
se a MBE, marcando um novo tempo, com o grupo da McMaster University (Canadá) sob
a liderança de Gordon Guyat. A partir desta data, cresceu o número de publicações sobre
a prática baseada em evidências em relação a todos os outros assuntos, em uma
proporção de 1/1000, no intervalo de seis anos. Logo o interesse internacional crescente

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desencadeou a publicação de seis periódicos sobre o assunto, todos publicados em seis


idiomas e com circulação mundial. Em 1994, criou-se o primeiro encontro mundial da MBE
na Universidade de Oxford.

Definições de Medicina Baseada em Evidências e Saúde Baseada em


Evidências. O que é ser baseado em evidências

Trata-se de uma pergunta de fundamental importância, cuja primeira tentativa de


resposta foi realizada por Sackett (Sackett et al. 2003). Estes autores definiram tal
denominação como sendo: “a integração de três elementos fundamentais para a tomada
de decisão junto ao paciente: a melhor evidência disponível a partir da pesquisa
pragmática, a habilidade e a experiência clínica do terapeuta, e a preferência e
expectativas do paciente”.

Já outros autores propuseram-se a oferecer somente subsídios ideológicos, por meio


de debates que, por sua vez, culminam em muitas polêmicas. Assim, procuramos
responder de modo imparcial à questão, de maneira a corroborar conceitos e definições
que são disseminados na literatura médica mundial atual. A MBE pode ser entendida como
uma atividade que conduz a ações clínicas que dependem do elo entre a experiência
clínica individual do médico e a melhor evidência externa disponível, adquirida a
partir de uma pesquisa exaustiva e sistemática.

Tal prática contribui para a redução do caráter subjetivo do conhecimento que motiva
a tomada de decisão, como também a incerteza do profissional, cuja preocupação é a de
aumentar sua assertiva junto ao paciente (Gomes, 2001).

Segundo Atallah (2002), o termo MBE poderia ter outras nomenclaturas, como
“Medicina Baseada nas Melhores Evidências Existentes”, “Análise de Decisões
Clínicas”, “Tomada de Decisões com Base em Pesquisas Clinicas”, mas continuaria sendo
uma metodologia que auxilia profissionais de saúde e pacientes a tomarem decisões
com menor grau de incerteza.

Na opinião de Friedland (2001), Medicina Baseada em Evidências é um movimento,


um desvio ao paradigma dominante. Este movimento consiste basicamente na tomada de
decisão pautada em regras aplicadas a estudos sistemáticos.

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Essa sistemática da MBE tem sido amplamente reconhecida como o melhor


instrumento para a tomada de decisão em saúde. Nesse aspecto, o autor acima citado
considera que a MBE se opõe à Medicina Tradicional e faz menção a uma carta publicada
no periódico Lancet, na qual a Medicina Tradicional é comparada a um jogo de sorte,
enquanto, a MBE é citada como “uma evolução de ferramentas anteriormente utilizadas
para exercer a Medicina Científica”.

É razoável assumirmos que a MBE é uma espécie de “mínimo múltiplo comum” de


todas as considerações aqui apresentadas. Uma passagem histórica que nos faz refletir
sobre a definição de MBE é aquela ocorrida em 1910, quando Flexner questionou a
qualidade do ensino em 130 faculdades de Medicina nos EUA. Sua nova base era a ciência
biomédica que, naquela época, contribuía para a confecção da melhor evidência disponível.
A tomada de decisão médica da época dependia de conhecimentos como: fisiopatologia e
discernimento clínico. Com tal acontecimento histórico relacionado à educação médica,
Friedland (2001) considera que hoje a MBE não ignora a fisiopatologia e o
discernimento clínico e, além de considerar tais elementos, ele os agrega a uma
estrutura mais explícita e rigorosa. A estrutura proposta pelo autor pode ser ilustrada por
meio de um organograma, como o que segue:

Tal estrutura foi também concebida por Sackett et al (2003), trazendo formas de
capacitação, bem como desenvolvimento de habilidades para a aprendizagem da MBE.
Técnicas de tomada de decisão médica – são métodos quantitativos aplicados à tomada
de decisão, e qualitativos, contribuindo para o diagnóstico e a escolha.

Refinamento de probabilidades – determina a probabilidade de cada processo


mórbido no diagnóstico diferencial – ajuda no diagnóstico.

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a) Análise de decisão – ajuda na escolha das probabilidades de múltiplos desfechos


e no valor relativo de cada um. Também de importância para a terapêutica.
b) Análise do custo – efetividade – auxilia na colocação da decisão dentro de um
contexto maior.

Permite a escolha da melhor intervenção com base no custo e na eficácia da terapia.


Aplicadas as informações à tomada de decisão, consideram-se as preferências do paciente.
Acesso à informação médica – requer manter-se atualizado e isso implica em eficiência
para encontrar os dados relevantes do problema.

A literatura médica é vasta e as ferramentas de busca exigem habilidades para


que o médico não se perca nesse mar de informações. Acresce-se aqui o parecer de
especialistas.

Avaliação da validade das informações médicas – aspectos a serem considerados


neste item: validade da informação, credibilidade da fonte e avaliação da literatura.
Nesta última Friedland (2001) afirma existir várias abordagens estruturais para esta
avaliação, que são aplicadas a artigos, que tratam de prognóstico, teste diagnóstico,
eficácia e risco da terapia, bem como revisões, parâmetros de prática, análise de decisão
e análise econômica. De posse do conhecimento acerca da MBE é possível o exercício
de realizar perguntas apropriadas sobre evidências cientificas, buscar respostas
apropriadas, de modo sistemático, para gerar mudanças na prática clínica e na
formação acadêmica (Greenhalgh, 2005).

Outro tripé no qual a MBE se apoia é constituído pela Epidemiologia Clínica,


Bioestatística e Informática Médica, integrando, dessa forma, o conteúdo cientifico à
realidade.

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2. BIBLIOTECONOMIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS /EVIDENCE


BASED LIBRARIANSHIP – EBL

Conforme pudemos observar no tópico anterior, podemos entender que se trata da


origem e a história da MBE e observamos que quando tratarmos da Biblioteconomia os
fundamentos, os tópicos e etapas metodológicas são todos fundamentados nessa
origem.

As definições que encontramos para a Biblioteconomia Baseada em Evidências


são apresentadas pelos autores como:

“IMPLICA EM ENCONTRAR E UTILIZAR A MELHOR PESQUISA POSSIVEL E


DISPONÍVEL PARA AUXILIAR NA TOMADA DE DECISÃO COMO BIBLIOTECÁRIO”.
(GLYNN, 2006).

“MEIO OU PROCESSO QUE INTEGRA A MELHOR EVIDÊNCIA DISPONÍVEL A


IMPORTANTES TOMADAS DE DECISÕES” (ELDREDGE 2006).

Nas definições oferecidas por Glynn e Eldredge estão pautadas na busca das
melhores evidências disponíveis e voltadas para a prática baseadas evidências
e a tomada de decisão pautadas na aplicação dessas evidências na prática do
profissional bibliotecário.

“REFLETE EM CONSUMO DE EVIDÊNCIA E PRODUÇÃO DE EVIDÊNCIA


“(ELDREDGE 2006).

Plutchak (2005) detalhou a sua preocupação com a falta de um corpo de evidências


em biblioteconomia. Apesar de todo o esforço que tem sido feito para desenvolver
programas de biblioteconomia escrever artigos, ainda estamos como a vinte e cinco (25)
anos de atraso.

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A produção de pesquisa cientifica e com desenhos adequados para responder as


perguntas ainda não são suficientes na área da ciência da informação, nós temos muitos
artigos e não temos um corpo de provas.

Nos últimos 25 anos, pesquisas em biblioteconomia foram efetuados e várias


análises desse conteúdo foram feita (Buttlar, 1991; Feehan et al, 1987;. Jarvelin e Vakkari,
1990; Kumpulainen, 1991; Nour, 1985; Peritz, 1980; Williams e Winston , 2003;.
Koufogiannakis et al, 2003) constatou –se que:

 30 % dos artigos classificam-se como pesquisa,

 41 % destes artigos foram simplesmente de natureza descritiva,

 21 % estudos comparativos, estudos de coorte, ensaios.

Haddow (1997) lança um olhar crítico sobre a publicação de biblioteconomia e


ciência da informação “ Os bibliotecários não conseguem construir um corpo de
conhecimento (ou seja, uma base de dados)” e como resposta lança um desafio.

 devem procurar ativamente responder a esta crítica, adicionando suas pesquisas


em um repositório crescente de evidências.

PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS PARA PROFISSIONAIS DA


INFORMAÇÃO / EVIDENCE BASED PRACTICE FOR INFORMATION PROFESSIONALS
– EBPIP

No que consiste a pratica baseada em evidencias?

“ABORDAGEM PARA A PRÁTICA DE INFORMAÇÃO BASEADA EM EVIDÊNCIAS


CONSISTE EM: COLETAR, INTERPRETAR E INTEGRAR A MELHOR
EVIDÊNCIA VÁLIDA DISPONÍVEL PARA A NECESSIDADE E PREFERÊNCIA
DO USUÁRIO PARA MELHORAR A QUALIDADE E O JULGAMENTO DOS
PROFISSIONAIS EM INFORMAÇÃO” (BOOTH & BRICE, 2004).

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Andrew Booth há muito vem promovendo a utilidade de revisões sistemáticas na


EBPIP (Booth, 2004; Booth e Haines, 1998). Ele ilustra a vantagem da utilização de
revisões sistemáticas, colocando a seguinte pergunta aos bibliotecários:

“Imagine se, antes de decidir sobre um treinamento de habilidades de informação para


um grupo de estudantes em um bloco intensivo ou como um programa escalonados ao
longo de um período inteiro, você tivesse acesso aos resultados de todos os estudos de
investigação que tinha em comparação destes dois métodos em um único documento e
de fácil compreensão?.”

Você seria capaz de tomar uma decisão mais informada? (Booth e Haines, 1998).

Andrew Booth desafia os profissionais de informação (bibliotecários) antes de tomar


qualquer decisão até para um simples problema a encontrar as evidencias disponíveis.

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3. COMO ENCONTRO E FAÇO USO DAS EVIDÊNCIAS?

Um grupo de pesquisadores e profissionais bibliotecários especializados em


informação de países de língua inglesa (Reino Unido, Austrália, Canadá e EUA)
compilaram um manual sobre o uso de resultados de pesquisa para melhorar a prática da
informação e resolver problemas neste campo (Andrew Booth, Anne Brice, Jonathan
Eldredge).

A ideia trazida por esses especialistas vem da sua prática na medicina onde
"medicina baseada em evidências" é um termo comum a todos. No trabalho de
informação e biblioteca, o termo, assim como a ideia, não é amplamente utilizado. Ajudando
todos os outros a encontrar material que ajudará a desenvolver diferentes campos de
prática, bibliotecários e profissionais da informação raramente tentam recuperar resultados
de pesquisas para seu próprio uso profissional. É surpreendente? "Casa de ferreiro o
espeto de pau", diz um ditado popular (Casa de ferreiro, espeto de pau é um ditado
popular usado quando se quer dizer que uma pessoa é hábil em determinada coisa, mas
não usa essa habilidade a seu favor)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_de_ferreiro,_espeto_de_pau

Portanto a ideia da Pratica Baseada em Evidências em Informação por Bibliotecários


vem exatamente da expertise desses profissionais no uso dessa metodologia na Medicina.

Trata-se de uma metodologia, como tal existem passos que devem ser seguidos e
e aprendidos e acima de tudo empreender grande rigor em cada etapa.

 Definição do problema (Formular uma Pergunta)


 Encontrar evidências (Busca nas Bases de Dados)
 Seleção dos Estudos e Avaliação da Qualidade das Evidências
 Aplicação dos Resultados da Avaliação
 Avaliar Mudança
 Redefinição do problema

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Quais são as principais características do desenho do estudo de coorte e suas


variadas aplicações, e como esse desenho de pesquisa pode ser utilizado na
biblioteconomia?

 O que é estudo em coorte?



 Estudos de coorte fazem parte do grupo de estudos observacionais de
cunho epidemiológico que se propõem a observar, em uma população
previamente definida, qual será a incidência de determinada doença ou
fenômeno relacionado à saúde ou doença.
http://residenciapediatrica.com.br/detalhes/47/estudos-de-coorte

Os autores empreenderam buscas para entender quais desenhos de estudo os


profissionais bibliotecários de todas as áreas do conhecimento se utilizam para suportar
suas pesquisas e detectou que não foi utilizado nenhum estudo de coorte.

Foram utilizadas como fontes as literaturas das ciências da saúde, sociais,


comportamentais, biológicas, bibliotecárias, da terra e das ciências da
administração. Todos os campos, exceto a biblioteconomia de ciências da saúde, foram
escaneados topicamente para aplicações conhecidas ou diversas do design de coorte. A
literatura da biblioteca de ciências da saúde disponível ao autor principalmente para os
anos de 1990 a 2000, complementada por artigos ou pôsteres apresentados em reuniões
anuais da Medical Library Association.

Uma revisão narrativa para as literaturas de ciências da saúde, sociais,


comportamentais, biológicas, da terra e de gestão e uma revisão sistemática para a
literatura de biblioteconomia de ciências da saúde para os anos de 1990 a 2000, com três
exceções, fomos conduzidos (Eldredge).

O autor realizou principalmente uma busca manual da literatura de biblioteconomia


em ciências da saúde para os anos de 1990 a 2000 como parte desta revisão sistemática. O
desenho de coorte foi aplicado para responder a uma ampla gama de questões de pesquisa

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teóricas ou práticas nas ciências da saúde, sociais, comportamentais, biológicas e de


gestão (Eldredge).

A biblioteconomia de ciências da saúde também oferece várias aplicações


importantes do design de coorte. O desenho de coorte tem grande potencial para responder
a questões de pesquisa no campo da biblioteconomia em ciências da saúde,
particularmente a biblioteconomia baseada em evidências (EBL), embora esse potencial
não tenha sido totalmente explorado (Eldredge).

Para a pratica do profissional Bibliotecário e o desenvolvimento de pesquisa baseada


em evidências para a área de ciência da informação se faz necessário apropriar-se de forma
a desenvolver habilidades em todas as etapas do método para a produção e uso da
evidencia, bem como sua aplicação a pratica.
O quadro abaixo traz as etapas do método para a produção e uso da
evidência, bem como o papel do bibliotecário no desenvolvimento de revisões sistemáticas
e outros desenhos de estudo e sua participação em grupo de pesquisa em todas as etapas
do processo de produção de evidencias.

Quadro 1. etapas do método para a produção e uso da evidência

Etapas
1. DEFINA O PROBLEMA - FORMULAÇÃO DA PERGUNTA PICO /
PECO/ PIROS / SPICE
2. ENCONTRE AS EVIDENCIAS / CONSTRUÇÃO DA ESTRATÉGIA
DE BUSCA / SELECAO DAS BASES DE DADOS

3. SELEÇÃO DOS ESTUDOS A SEREM INCLUIDOS OU


UTILIZADOS PARA A PRATICA

4. AVALIAR AS PROVAS (EVIDENCIAS) ENCONTRADAS /


AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS ESTUDOS

5. EXTRAÇÃO DE DADOS

6. ELABORAÇÃO DO TEXTO DA SINTESE DE EVIDENCIA /


APLICACAO DA EVIDENCIA A PRATICA

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7. AVALIE A MUDANCA / APLICABILIDADE DA EVIDENCIA AO


PROBLEMA PROPOSTO
8. REDEFINA O PROBLEMA / DESENCADEIE NOVAS
PERGUNTAS (PRODUZA EVIDENCIAS)

É necessário antes das etapas que determinam o método para uso e produção
de evidencias que os bibliotecários empreendam esforços no conhecimento dos desenhos
de estudos que são contemplados como evidências (artigos científicos com desenhos de
pesquisa pré-estabelecido).

Como demonstra a figura abaixo temos nos concentrados em produzir provas


cientificas com foco nos desenhos de estudos descritivos e temos como desafio conhecer
os outros desenhos que se apresentam como força de evidência para a tomada de decisão.

Biblioteconomia Baseada em Evidências 18


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Para tal esforço buscar livros de epidemiologia clínica onde

esses desenhos são detalhados. Outros desenhos são encontrados em outros


livros de metodologia ou mesmo no caso da Revisão Sistemática existe por
exemplo o Handbook Cochrane
https://training.cochrane.org/handbook/archive/v6.2.

Que oferece acesso livre para todos os detalhes para a elaboração de um


desses estudos.

Abaixo podemos observar nas ilustrações em forma de pirâmide e identificar


as várias hierarquias de evidência e o que se considera como tal nas respectivas áreas do
conhecimento.

AREA DE SAUDE
Níveis de Evidências para Tomadas de Decisões Clínicas

1. Revisão sistemática
2. Ensaio Clínico Randomizado (alfa beta )
3. Ensaio Clínico Randomizado (alfa beta)
4. Prospectivo-Coorte
5. Casos e controles
6. Série de casos
7. Opinião de especialistas

Biblioteconomia Baseada em Evidências 19


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As ilustrações abaixo mostram a pirâmide de forma as fontes secundarias (Sínteses


e Sinopses de Evidencia), os estudos primários onde concentraremos todos os esforços
para identificação e por último na base da pirâmide os estudos descritivos e
desconsiderados como evidencia.

Biblioteconomia Baseada em Evidências 20


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Nem todas as evidências são iguais! A pirâmide da EBP fornece uma indicação clara
da qualidade da evidência que cada tipo de estudo ou recurso filtrado fornece quando usado
para informar a prática baseada em evidências.

OUTRAS AREAS DO CONHECIMENTO (BIBLIOTECONOMIA)

DESENHOS DE ESTUDOS E
NIVEIS DE EVIDENCIAS

ELDEDREGE (2002)
EVIDENCIAS

Biblioteconomia Baseada em Evidências 21


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Biblioteconomia Baseada em Evidências 22


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4. DEFINA O PROBLEMA - FORMULAÇÃO DA PERGUNTA PICO /


PECO/ PIROS / SPICE;

O primeiro passo na metodologia baseada em evidências ‘e a formulação da


pergunta. Essa pergunta nasce de uma definição clara de um problema a que se pretende
resolver.

Dentro dessa etapa do processo utiliza-se de uma estrutura pré-estabelecida para a


formulação da pergunta de pesquisa onde a mais utilizada e principalmente pela área de
saúde e o acrônimo PICO. Quando o profissional bibliotecário entende bem o que cada
uma das letras que completa o PICO ele consegue transpor qualquer pergunta a essa
estrutura.

Além do PICO, temos outros que se direcionam a outros áreas e tipos de perguntas
onde eles são mais adequados: PECO, PIROS, SPICE.

Vamos entender o que representa cada elemento e observar alguns exemplos que
deixam claro os elementos dessas estruturas:

PICO(S/T)
P POPULACAO, PROBLEMA
I INTERVENCAO
C CONTROLE
O OUTCOME/ DESFECHO
S/T STUDY DESINGN/ TIPO DE ESTUDO

PECO
P População: cita qual a população de interesse para o estudo e
sua situação clínica.
E Exposição: fator de risco; fator prognóstico.
C Comparação: situação de não exposição.
O Outcome (desfechos): os desfechos devem ser subdivididos em
primários e secundários.
S Study design: delineamentos de estudos elegíveis.

Biblioteconomia Baseada em Evidências 23


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PIROS
P População: define a população de interesse para o estudo e sua
situação clínica.
I Teste-índice: indica o teste que terá o desempenho avaliado.
R Padrão de referência: indica o melhor teste disponível.
O Outcome (desfechos): os desfechos devem ser subdivididos em
primários e secundários.
S Study design: delineamentos de estudos elegíveis.

SPICE
S SETTING – CENÁRIO / ONDE?

P PERSPECTIVE – PERSPECTIVA / PARA QUEM?

I INTERVENTION – INTERVENÇÃO / O QUE?

C COMPARISON – COMPARAÇÃO / COMPARADO COM O


QUE?

E EVALUATION – AVALIAÇÃO / COM QUE RESULTADO?

Biblioteconomia Baseada em Evidências 24


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5. ENCONTRE AS EVIDENCIAS / CONSTRUÇÃO DA ESTRATÉGIA DE


BUSCA

O segundo passo consiste em transcrever a pergunta acrônimo em uma estratégia


de busca que contemple todos os itens. Neste ponto o profissional bibliotecário investe
tempo suficiente para que sua estratégia de busca tenha a garantia de cobertura suficiente
para que nenhuma evidencia disponível seja perdida.

Veja muitas vezes se faz necessário voltar ao primeiro passo e rever sua pergunta.

A estratégia de busca utilizada para identificação de evidencia ‘e o que chamamos


de estratégia de alta sensibilidade, que consiste na construção de uma string de busca fora
da ferramenta (documento do word).

Contemplamos em cada linha de pesquisa uma alta sensibilidade carregando para


essa expressão de busca os vocabulários oficiais das bases de dados associados a todos
os sinônimos. Esse formato de busca procura burlar qualquer falha de indexação que possa
ter ocorrido na base de dados e garante assim uma alta sensibilidade para identificação
das evidencias.

Após a estruturação da pergunta no formato PICO ou mesmo outro que se adeque


melhor a sua pergunta, entramos na etapa da identificação da terminologia oficial que
representa os assuntos da pergunta estruturada. São eles:

MESH – MEDICAL SUBJECT HEADINGS - https://www.ncbi.nlm.nih.gov/mesh/


DECS – DESCRITORES EM CIENCIAS DA SAUDE - https://decs.bvsalud.org/
EMTREE – EMBASE SUBJECT HEADING (ACESSO RESTRITO)
ERIC – THESAURUS / INSTITUTE OF EDUCATION SCIENCES -
https://eric.ed.gov/

Veja abaixo no quadro 2 exemplos de estratégias de alta sensibilidade:

Biblioteconomia Baseada em Evidências 25


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SAUDE

Ocitocina para prevenção de hemorragia pós-parto (HPP) em mulheres


submetidas à cesáreas.

"Qual é a efetividade e segurança da ocitocina intramuscular versus


ocitocina endovenosa na prevenção da hemorragia pós-parto em
mulheres submetidas à cesárea?"

P: mulheres submetidas à cesárea


I: ocitocina intramuscular (IM)
C: ocitocina endovenosa (EV)
O: hemorragia pós-parto
PUBMED

#1 "Cesarean Section"[Mesh] OR (Cesarean Section*) OR (Delivery,


Abdominal) OR (Abdominal Deliver*) OR (Deliveries, Abdominal) OR (C-
Section (OB)) OR (C Section (OB)) OR (C-Sections (OB)) OR (Postcesarean
Section) OR "Parturition"[Mesh] OR Parturitions OR Birth OR Births OR
Childbirth OR Childbirths OR "Pregnancy"[Mesh]

#2 "Oxytocin"[Mesh] OR Ocytocin OR Syntocinon OR Pitocin OR "Receptors,


Oxytocin"[Mesh] OR (Oxytocin Receptor) OR (Receptor, Oxytocin) OR
(Oxytocin Receptors) OR (alpha hypophamine) OR (atonin o) OR (beta
methyl beta mercaptobutyric acid oxytocin) OR (di sipidin) OR (disipidin) OR
(endopituitrin) OR (fetusin) OR (hypophysin) OR (hypophysine) OR (
intravenous oxytocin) OR (mipareton) OR (neoxyn) OR (ocytocin) OR
(orasthin) OR (orastina) OR (oxitocin) OR (oxiton inj) OR (oxitone) OR
(oxystin) OR (oxytan) OR (oxytocin 10 usp units in dextrose 5%) OR (oxytocin
20 usp units in dextrose 5%) OR (oxytocin 5 usp units in dextrose 5%) OR
(oxytocin dimer) OR (oxytocin pentapeptide) OR (oxytocin s inj) OR
(oxytocine) OR (pareton) OR (partacon) OR (partocon) OR (partocon inj) OR
(partolact) OR (partoxin) OR (physormon) OR (pitocin) OR (pitocin inj) OR
(piton) OR (piton s) OR (piton s inj) OR (pituilobine) OR (pitupartin) OR

Biblioteconomia Baseada em Evidências 26


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(solvoxine) OR (synpitan) OR (synthetic oxytocin inj) OR (syntocinon) OR


(syntocinon inj) OR (syntocinon spray) OR (tranoxy) OR (utedrin) OR
(uteracon) OR (uterason) OR (utron inj) OR (xitocin) OR (Drug Storage) OR
(Drug Stability) OR "Oxytocics"[Mesh] OR (Oxytocic Drugs) OR (Drugs,
Oxytocic) OR (Uterine Stimulants) OR (Stimulants, Uterine) OR (Oxytocic
Agents) OR (Agents, Oxytocic) OR (Oxytocic Effect) OR (Effect, Oxytocic) OR
(Oxytocic Effects) OR (Effects, Oxytocic)

#3 (randomized controlled trial [pt] OR controlled clinical trial [pt] OR


randomized controlled trials [mh] OR random allocation [mh] OR double-blind
method [mh] OR single-blind method [mh] OR clinical trial [pt] OR clinical trials
[mh] OR ("clinical trial" [tw]) OR ((singl* [tw] OR doubl* [tw] OR trebl* [tw] OR
tripl* [tw]) AND (mask* [tw] OR blind* [tw])) OR ( placebos [mh] OR placebo*
[tw] OR random* [tw] OR research design [mh:noexp] OR comparative study
[mh] OR evaluation studies [mh] OR follow-up studies [mh] OR prospective
studies [mh] OR control* [tw] OR prospectiv* [tw] OR volunteer* [tw]) NOT
(animals [mh] NOT humans [mh])

#4 #1 AND #2 AND #3 = 6587

BIBLIOTECONOMIA

“QUAL O CUSTO-BENEFICIO DOS SOFTWARES PARA A GESTÃO DE


BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS OU REDES DE BIBLIOTECAS QUANTO
AO SEU DESEMPENHO E RECURSOS?”

P – BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA

I – SOFTWARES PARA A GESTÃO

C – CONTROLE (O QUE EU USO)

O – DESEMPENHO, RECURSOS DA FERRAMENTA, CUSTO

Biblioteconomia Baseada em Evidências 27


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Importante entendermos que após a estrutura da pergunta precisamos


construir a estratégia de busca respeitando as características adotada pelas bases de
dados. Observe o exemplo abaixo:

P – (BIBLIOTECA$/* UNIVERSITÁRIA $/*) OR (UNIDADE $/* DE


INFORMAÇÃO) OR (REDE $/* DE BIBLIOTECA $/*) OR (SISTEMA $/* S
INTEGRADO $/* DE BIBLIOTECA $/*)
AND
I – PERGAMUM
AND
C – ALEPH (OU O QUE EU USO/ OU NADA)
AND
O – (DESEMPENHO) OR (RECURSOS) OR (CUSTO)

Os símbolos de trucagem utilizados pelas bases de dados como * e $ para termos


que gostaríamos de buscar no singular e no plural. Termos compostos sempre
contemplados entre ( ) parênteses e não podemos esquecer do uso dos operadores
booleanos (AND, OR, NOT).

Importante destacar que quando construímos na estrutura da pergunta sempre entre


um elemento e outro usamos o operador AND.

OPERADORES LÓGICOS BOOLEANOS


AND – encontra documentos que contenha um assunto “e” outro.
Ocorrência simultânea entre os assuntos. (Intercessão, ocorrência
simultânea dos assuntos)

OR– Encontra documentos que contenha um assunto “ou” outro.


Ocorrência de um ou outro termo. (Soma, União).

Biblioteconomia Baseada em Evidências 28


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NOT – retira da estratégia ou mesmo da linha a qual desenhos retirar


algum termo ou mesmo uma condição.

Retira do conjunto
final o que pedimos. Ex.
NOT ANIMAL

Nesta etapa o bibliotecário auxilia na escolha das bases de dados e pensando em


busca de evidências algumas bases de dados são obrigatórias na construção das sínteses
e sinopses de evidências. Após seleção das bases de dados e necessário que façamos a
tradução das expressões de busca da primeira estratégia para cada base de dados
respeitando as características de cada base.

Biblioteconomia Baseada em Evidências 29


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BASES OBRIGATORIAS PARA A SAUDE: PUBMED, COCHRANE, EMBASE E


PORTAL REGIONAL BVS (LILACS);

BASES OBRIGATORIAS PARA AS OUTRAS AREAS DO CONHECIMENTO


ALEEM DAS ESPECIALIZADAS DE CADA AREA: SCOPUS E WEB OF SCIENCE.

CARACTERISTICAS DAS BASES DE DADOS

Para consultas de Overview, Revisões Sistemáticas, pesquisas baseadas em


evidências, e/ou análises econômicas
Base Link Conteúdo da Base Acesso
Overviews, Revisões
PubMed via https://www.ncbi.nlm.nih.g
sistemáticas, ensaios Livre
Medline ov/pubmed
clínicos, estudos primários.
Revisões sistemáticas,
Centre of Review www.crd.york.ac.uk/CRDW avaliações econômicas e
Livre
Disseminations eb/ estudos de avaliação de
tecnologia em saúde
Revisões, revisões
sistemáticas, protocolos de Livre
revisão sistemática, estudos Restrito
www.thecochranelibrary.co
Cochrane Library que avaliam a precisão de somente
m
teste de diagnóstico para alguns full
uma determinada condição, text
etc.
Revisões Sistemáticas para
decisões médicas baseadas
https://www.embase.com/#
Embase em evidências e estudos de Pago
search
eficácia de medicamentos e
dispositivos médicos
Revisões sistemáticas e
http://www.campbellcollab
Campbell protocolos de Revisões Livre
oration.org/
Sistemáticas
Revisões sistemáticas,
Health System https://www.healthsystems overviews de revisões
Livre
Evidence evidence.org/ sistemáticas e resumos de
evidencias para politicas

Biblioteconomia Baseada em Evidências 30


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Revisões sistemáticas
https://www.healthevidenc avaliando a efetividade de
Health Evidence Livre
e.org/ intervenções na saúde
pública
Overviews, Revisões
sistemáticas, grandes
sínteses de comentários
https://www.pdq-
PDQ-Evidence (incluindo resumos de Livre
evidence.org/
políticas baseadas em
evidências), estudos
primários.
Parecer técnico científicos,
Rede Brasileira de Revisões sistemáticas,
Avaliação de www.saude.gov.br/rebrats avaliação econômica, Livre
Tecnologia estudo de gestão e
avaliação de tecnologia
Evidências científicas
relevantes para a tomada
de decisões em saúde.
https://www.epistemonikos
Epistemonikos Contém Revisões Livre
.org/en/
Sistemáticas, Sínteses de
evidências, estudos
primários.

Para consultar Estudos Primários


Base Link Conteúdo da Base Acesso
Overviews, Revisões
PubMed via https://www.ncbi.nlm.nih.g
sistemáticas, ensaios Livre
Medline ov/pubmed
clínicos, estudos primários
Revisões Sistemáticas para
decisões médicas baseadas
https://www.embase.com/#
Embase em evidências e estudos de Restrito
search
eficácia de medicamentos e
dispositivos médicos
banco de dados de resumo
e citações de literatura
revisada por pares com
revistas científicas, livros e
Via Portal
trabalhos de conferência.
Scopus www.scopus.com Periódico
Apresenta uma visão
s Capes
abrangente do resultado da
pesquisa mundial nos
campos da ciência,
tecnologia, medicina,

Biblioteconomia Baseada em Evidências 31


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ciências sociais e artes e


humanidades, a Scopus.
Artigos, relatórios de anais
Acesso
de confêrencias
http://www.sciencedirect.c via Portal
Science direct internacionais, simpósios,
om/ Periódico
seminários, colóquios,
s Capes
oficinas e convenções.
Acesso
www.periodicos.capes.gov Estudos primários, revisões, via Portal
Web of Science
.br/ editoriais, livros. Periódico
s Capes
TripDatabase Evidências rápidas, vídeos,
(Turning Research www.tripdatabase.com bulas, cursos de formação e Restrito
into practice) notícias.
Evidências científicas
relevantes para a tomada
de decisões em saúde.
https://www.epistemonikos
Epistemonikos Contém Revisões Livre
.org/en/
Sistemáticas, Sínteses de
evidências, estudos
primários.
Índice da literatura científica
e técnica da América Latina
Lillacs http://lilacs.bvsalud.org/ e Caribe. Estudos primários, Livre
teses, monografias, artigos
originais, etc.

Para Consultar Pareceres Técnicos Científicos


Base Link Conteúdo da Base Acesso
Parecer técnico científicos,
Rede Brasileira de Revisões sistemáticas,
Avaliação de www.saude.gov.br/rebrats avaliação econômica, Livre
Tecnologia estudo de gestão e
avaliação de tecnologia

Para Consultar Guias Clínicos Informados por Evidências / Sinopses Baseadas em


Evidências
Base Link Conteúdo da Base Acesso
Agency for
www.guidelines.gov Consulta de guias clínicos
Healthcare Livre
informados por evidências
Research and

Biblioteconomia Baseada em Evidências 32


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Quality
AHRQ/EUA
Recurso de conhecimento
médico no ponto de
atendimento. Oferece
www.uptodate.com síntese abrangente da
Up to date Restrito
evidência, seguido de
recomendações que podem
ser executadas no ponto de
atendimento.
https://dynamed.ebscohost Informações clínicas
Dynamed .com/ baseadas em evidências Restrito
para organizações de saúde
Inclui orientação, análises
sistemáticas, resumos de
NICE www.evidence.nhs.uk Livre
evidências e informações do
paciente
Livre e
TripDatabase Evidências rápidas, vídeos,
Restrito a
(Turning Research www.tripdatabase.com bulas, cursos de formação e
alguns
into practice) notícias.
textos

Para Consultar Sínteses de Evidências em Políticas Públicas


Base Link Conteúdo da Base Acesso
Acesso as melhores
evidências disponíveis para
http://www.pdq-
decisões sobre sistemas de
PDQ evidence evidence.org/ Livre
saúde, propicia conexão
entre diferentes artigos no
banco de dados
Evidências de pesquisa
sobre estratégias de
https://www.cadth.ca/rx- intervenção usadas para
Rx for change Livre
change alterar comportamentos de
prescrição, prática e uso de
tecnologia da saúde
Bases de dados utilizada
para localizar revisões
The Cochrane www.thecochranelibrary.co sistemáticas relacionadas
Restrito
Library m de efetividade de programa
de serviço de saúde
especifico
http://www.healthevidence. Banco de dados que realiza
Health Evidence Livre
org/ buscas na literatura para

Biblioteconomia Baseada em Evidências 33


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revisões sistemáticas sobre


efetividade de intervenções
no campo da saúde pública.

https://www.mcmasterhealt Para Revisões Temáticas e


Health System
hforum.org/hse/ sínteses para políticas de Livre
Evidence
saúde

Para Consultar Plataformas de Informação para Temas Específicos


Base Link Conteúdo da Base Acesso
Contém produções técnico-
http://economia.saude.bvs.
BVS Ecos científica em Economia da Livre
br/
Saúde no Brasil.
Artigos, livros eletrônicos de
BVS Saúde
Saúde Pública de acesso Livre
Pública
aberto
Artigos, livros eletrônicos de
psicologia de acesso aberto,
http://www.bvs- vídeos, bases em ciências
BVS Psico Livre
psi.org.br/php/index.php da saúde e áreas correlatas
e terminologias em
psicologia.
Teses e dissertações em
enfermagem, enfermagem
baseada em evidências
BDENF – banco
(Revisões sistemáticas,
de dados de http://enfermagem.bvs.br Livre
Ensaios clínicos, diretrizes e
Enfermagem
protocolos), divulgação de
eventos e literatura cientifica
e técnica
Texto completos, revistas
CINAHL – Índice
de enfermagem, folhas de
cumulativo em
www.cinahl.com cuidados baseados em Livre
Enfermagem e
evidências e acesso a
Ciências Afins
bases de dados da Medline.
PEDro - Estudos randomizados,
Physiotherapy revisões sistemáticas e
http://www.pedro.org.au Livre
Evidence diretrizes de prática clínica
Database em fisioterapia.
ADOLEC – Base Informações científica e
de dados de técnica relevante para a
http://www.adolec.br Livre
adolescentes e saúde de adolescente e
Jovens jovens no Brasil.

Biblioteconomia Baseada em Evidências 34


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Contém resumos e
referências bibliográficas
ASSIA (Applied
das ciências sociais
Social Sciences http://www.proquest.com/L
aplicadas a diversos temas Livre
Index and ATAM-PT
como geriatria, abusos
Abstracts)
infantis, desemprego ou
reformas sanitárias.
Literatura Internacional em
psicologia e disciplinas
http://www.apa.org/pubs/d relacionadas com medicina,
PsycINFO Livre
atabases/psycinfo/ psiquiatria, educação,
trabalho social e ciências
sociais
Indexação e resumo para
https://www.ebscohost.co
Social Science uma ampla variedade de
m/academic/social- Livre
Abstracts revistas de ciências sociais
sciences-abstracts
do idioma inglês.
TripDatabase Evidências rápidas, vídeos,
http://www.tripdatabase.co
(Turning Research bulas, cursos de formação e Restrito
m
into practice) notícias.

Para Consultar Registros de Ensaios Clínicos


Base Link Conteúdo da Base Acesso
Registro de estudos
experimentais e não-
experimentais realizados
http://www.ensaiosclinicos. em seres humanos e
ReBEC Livre
gov.br/ conduzidos em território
brasileiro, por
pesquisadores brasileiros e
estrangeiros
Registro e resultados de
estudos clínicos de
participantes humanos
Clinical Trials www.clinicaltrials.gov Livre
conduzidos em todo o
mundo de forma pública e
privada

Para consultar Teses e dissertações e Literatura cinza


Base Link Conteúdo da Base Acesso
Banco de teses Teses e dissertações da
http://www.teses.usp.br/ Livre
USP Universidade de São Paulo

Biblioteconomia Baseada em Evidências 35


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Banco de teses e Banco de teses e


http://bancodeteses.capes.
dissertações – dissertações das principais Livre
gov.br/banco-teses/#!/
portal Capes universidades do país.
Dedicada à pesquisa,
publicação, acesso aberto e
Greynet http://www.greynet.org/ Livre
educação no campo da
Literatura Cinza
Registros bibliográficos da
antiga base de dados
Open Sigle http://www.opengrey.eu/ Livre
SIGLE. Divulgação de
literatura cinzenta europeia.

BASES DE DADOS EM BIBLIOTECONOMIA

 Library, Information Science & Technology Abstracts with Full Text;


 Library and Information Science Abstracts - LISA (ProQuest) ;
 SCOPUS;
 WEB OF SCIENCE

Procure conhecer melhor as bases de dados da área de Biblioteconomia e as gerais


obrigatórias para identificação de estudos (evidencias).

OUTROS PERIÓDICOS DE BIBLIOTECONOMIA QUE PUBLICAM REVISÕES


SISTEMÁTICAS E OUTROS DESENHOS DE ESTUDOS

 Health Libraries and Information Journal;


 Journal of the Medical Library Association /
 Bulletin of the Medical Library Association;
 Information Research;
 Journal of Academic Librarianship;
 Reference Services Review

Biblioteconomia Baseada em Evidências 36


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6. SELEÇÃO DOS ESTUDOS A SEREM INCLUIDOS EM SINOPSES OU


SINTESES DE EVIDENCIA OU UTILIZADOS PARA A PRATICA

O processo de seleção dos estudos também segue critérios rigorosos e que


podemos observar abaixo:

 Depois te ter rodado as estratégias em todas as bases de dados salva-se os


resultados em formato para uso nos gerenciadores de referência (ENDNOTE,
MENDENLEY). Podemos ainda utilizar um sistema preparado para o tipo de
seleção que nos pede os critérios de seleção com peer -review. Ryyan -
https://www.rayyan.ai/

O sistema permite que você transcreva o seu PICO e identifique os termos do seu
PICO no título e nos resumos dos hits salvos, além disso permite que seu par revisor faca
também a seleção com você e quando houver discordância e possível fazer as
concordâncias e registrar (documentar) esse processo. E possível no sistema eliminar os
hits (resultados) duplicados.

Alguns sistemas para o desenvolvimento de Revisões Sistemáticas também


permitem o uso do PICO na seleção dos estudos. Ex. Parsifal https://parsif.al/

Biblioteconomia Baseada em Evidências 37


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Biblioteconomia Baseada em Evidências 38


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7. AVALIAR AS PROVAS (EVIDÊNCIAS) ENCONTRADAS /


AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS ESTUDOS;

Avaliação da qualidade dos estudos encontrados e uma etapa de suma importância,


sendo que o mesmo deve ser feito para cada desenho de estudo. E importante que
tenhamos conhecimento dos desenhos e dos elementos que caracterizam esses estudos
para que possamos avaliar de forma adequada cada estudo encontrado.

Avaliar e Interpretar a literatura identificada e que deverá compor a síntese ou


sinopse para o uso dessa evidencia para a pratica e uma habilidade indispensável para que
o profissional que vem a fazer uso dessa evidencia possa discernir entre a conduta
adequada e a que não tem sustentação cientifica. Drumont &Silva.

Devemos observar o artigo identificado quanto alguns elementos que vamos fazer a
avaliação:

1. Tem uma pergunta (questão) clara bem definida


2. Foi elaborado uma pesquisa ampla (estratégia de busca) e comtemplada as
bases de dados mínimas obrigatórias para aquela área do conhecimento.
3. Quais são os resultados
4. Os resultados do estudo ajudam na mudança da pratica. (validade do estudo,
aplicabilidade dos resultados a pratica).

O que devemos observar no estudo identificado:

ESTUDOS PRIMARIOS
Os pacientes (clientes) foram randomizados
para o tratamento/ intervenção?
TERAPIA / INTERVENCAO Todos os pacientes (clientes) que foram
incluídos no estudo contribuíram para as
conclusões?
Houve uma comparação cega e independente
com uma referência padrão-ouro? A amostra
inclui um tamanho apropriado de pacientes
DIAGNOSTICO
(clientes), onde o teste sera aplicado na
pratica?

Biblioteconomia Baseada em Evidências 39


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Houve comparações claramente identificadas


entre os grupos que foram similares, com
respeito a determinantes importantes do
RISCO resultado (outros que não aquele pesquisado)?
Os resultados e as exposições foram
mensurados da mesma forma nos grupos que
estão sendo comparados?
Houve uma amostra de pacientes
representativa num ponto bem definido, no
PROGNOSTICO curso da doença?
O tempo de acompanhamento foi adequado e
completo?
Tem por objetivo a caracterização inicial do
EXPLORACAO problema e constitui a primeira etapa de toda a
pesquisa científica.
ESTUDOS SECUNDARIOS
A revisão enfocou com clareza uma questão
especifica?
REVISOES SISTEMATICAS
Os critérios utilizados para selecionar os artigos
foram apropriados?
As opções e os resultados foram claramente
especificados?
DIRETRIZES
O guia utilizou um processo explicito para
selecionar, identificar e combinar evidencias?

As ferramentas e Instrumentos Validos para Avaliação da Qualidade Metodológica


dos Estudos ajudam nesse processo. Ex de alguns instrumentos abaixo:

 AMSTAR-2 para Revisão Sistemática; https://amstar.ca/Amstar-2.php


 risco de viés da Cochrane (RoB 2.0) para Ensaios Clínicos Randomizados;
 QUADAS-2 para estudos de acurácia diagnóstica;
 Newcastle-Ottawa para estudos observacionais comparativos (coortes e caso-
controle);
 ROBINS-I para estudos comparativos não randomizados que se propõem a
avaliar os efeitos de uma intervenção (incluindo coorte, caso-controle, ensaios
clínicos não randomizados ou quasi-randomizados)
https://sites.google.com/site/riskofbiastool/welcome/rob-2-0-tool
 AGREE-II para diretrizes clínicas
 CASP - https://casp-uk.net/casp-tools-checklists/

Biblioteconomia Baseada em Evidências 40


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 PRISMA - TRANSPARENT REPORTING of SYSTEMATIC REVIEWS


and META-ANALYSES - http://prisma-
statement.org/PRISMAStatement/PRISMAStatement

 MECIR - Methodological Expectations of Cochrane Intervention Reviews -


https://community.cochrane.org/mecir-manual
 GRADE - From evidence to recommendations – transparent and sensible -
https://www.gradeworkinggroup.org/

NECESSÁRIO OBSERVAR E IDENTIFICAR NOS ESTUDOS:

 Utilizou percentagens amostrais como percentagens populacionais amostras


muito pequenas.

 A escolha de grupos de comparação inadequados e grupos de controle que não


estão no sentido estatístico.Ex. Mistura de pacientes (indivíduos não
comparáveis (homens e mulheres, jovens e idosos, etc.,.).

 Natureza tendenciosa da amostra de pacientes (indivíduos) que recebem o


tratamento.

 Violação de condições de análise, problemas de emparelhamento e técnicas


muito simples.

 Confirmação de diferenças ou associações muito fracas como se fossem muito


maiores.

 Interpretação errônea do grau de significância P nos testes e confusão entre


significância importância estatística e clínica.

Biblioteconomia Baseada em Evidências 41


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8. EXTRAÇÃO DE DADOS ELABORAÇÃO DO TEXTO DA SINTESE DE


EVIDÊNCIA

A análise feita nessa etapa dos trabalhos encontrados e que serão utilizados para
gerar a síntese respondera algumas perguntas:

1. Os resultados do estudo são validos?


2. Quais são estes resultados?
3. Os resultados me ajudarão nos cuidados deste paciente ou no atendimento
ao usuário?

Importante conhecimentos de estatística e cálculos para esta etapa do


desenvolvimento e analise.

Heterogeneidade A magnitude da heterogeneidade é averiguada


principalmente pelo cálculo do i-quadrado, que varia
de 0 a 100%. Um I-quadrado superior a 50%
indica heterogeneidade substancial e, acima de
75%, heterogeneidade considerável. 4 Quanto
maior a heterogeneidade, maior o questionamento
sobre a validade de combinar resultados.
Intervalo de O que significa intervalo de confiança de 95 %?
Confiança O intervalo de confiança com nível de confiança
de 95% é o mais comum e significa que o resultado
está dentro do intervalo de 95 dos 100 estudos
hipoteticamente realizados (a leitura correta é que o
resultado está dentro do intervalo de
confiança em 95 das 100 amostras realizadas).

Risco Relativo O Risco Relativo (RR) e a probabilidade que um


indivíduo do grupo exposto desenvolver a doença
relativa a probabilidade de ` um indivíduo do grupo
não-exposto desenvolver a mesma ˜ doença.
RR = P (doença |exposto) / P(doença| não-exposto)

Biblioteconomia Baseada em Evidências 42


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Risco Absoluto O risco absoluto é a probabilidade de um evento


ocorrer em uma população sob estudo e pode ser
traduzido como o risco basal de um indivíduo
desenvolver um desfecho.
Número Necessário O número necessário para tratar (NNT) é uma
para Tratar medida usada para descrever a eficácia de uma
intervenção, como o tratamento com um
medicamento. O NNT é o número de participantes
que precisarão de ser tratados para que uma pessoa
recupere, ou mostre a redução dos sintomas, ou
qualquer resultado que seja medido no estudo.
Valor Preditivo Valor preditivo positivo (VPP): é a probabilidade de
Positivo um indivíduo avaliado e com resultado positivo ser
realmente doente. O valor de predição positiva é
obtido dividindo-se a frequência de pacientes
doentes pelo total dos testes positivos. Portanto,
o VPP é baixo enquanto que o VPN é bastante alto.
Se o resultado da tomografia é negativo, a chance de
não haver metástase é de 99%.
Valor Preditivo Valor preditivo negativo (VPN): é a probabilidade
Negativo de um indivíduo avaliado e com
resultado negativo ser realmente normal. Esta
"poluição de números" é indigesta para quem não
gosta de matemática, mas é fundamental para o
entendimento do raciocínio.
Sensibilidade A sensibilidade de um teste diagnóstico
corresponde ao percentual de resultados positivos
dentre as pessoas que tem uma determinada doença
ou condição clínica.
Especificidade A especificidade é a capacidade do mesmo teste
ser negativo nos indivíduos que não apresentam a
doença que está sendo investigada.
Como se calcular VPP e VPN
Relação e descrição dos testes diagnósticos

Biblioteconomia Baseada em Evidências 43


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1. Sensibilidade (taxa de verdadeiros positivos) = (a /


(a + c)) ...
Especificidade (taxa de verdadeiros negativos) = (d
/ ( b + d)) ...
2. Acurácia= (a + d) / (a + b + c + d) ...
3. Valor preditivo positivo (VPP) = (a / ( a + b)) ...
4. Valor preditivo negativo (VPN) = (d / ( c + d ))

Procure livros de epidemiologia clínica e também de estatística para entender melhor


todos esses cálculos e aprofundar o conhecimento.

8.3 Elaboração do Texto da Síntese de Evidencia


Na elaboração do texto final da síntese ou sinopse e possível seguir todos as etapas
que os instrumentos de avaliação citados no texto acima oferecem.

Procure relatar tudo de forma detalhada da metodologia utilizada, não esqueça da


pergunta PICO, documente as estratégias de busca, as bases de dados utilizadas, seus
resultados.

Os resultados a serem discutidos são das evidencias encontradas e que devem ser
apresentadas de acordo com seu desenho de estudo.

Conclua o texto com a interpretação dos dados obtidos (extraídos) pela evidencia
analisada.

8.4 Aplicabilidade da Evidência ao Problema Proposto / Avalie a Mudança /


Implementar a evidência a pratica depende de várias iniciativas e políticas, sempre
e muito mais difícil esta etapa devido à resistência na mudança de hábitos e cultura que
muitas vezes implica essa evidencia na pratica.

A avaliação dessa mudança também se faz importante para que em surgindo novos
problemas ou ajustes outras evidencias possam sanar.

Nessa etapa você - REDEFINA O PROBLEMA / DESENCADEIE NOVAS


PERGUNTAS (PRODUZA NOVAS EVIDÊNCIAS)

Biblioteconomia Baseada em Evidências 44


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9. RODUTOR DE EVIDENCIA / USUÁRIO DE EVIDÊNCIA PRÁTICA


BASEADA EM EVIDÊNCIAS PARA PROFISSIONAIS DA
INFORMAÇÃO / EBLIP – EVIDENCE BASED LIBRARIAN
INFORMATION PRACTICE USANDO EVIDENCIA NA PRATICA –
EBLIP

O Bibliotecário como produtor de evidência. Nessa modalidade o Bibliotecário tem


domínio sob o método participa em todas as etapas que descrevemos e consegue contribuir
no desenvolvimento da produção dos estudos.

Como usuário de evidencia de evidencia ele consegue, fazer pergunta, identificar o


estudo, avaliar a qualidade e também aplicar esse dado encontrado a sua pratica de
informação.

9.1 PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS PARA PROFISSIONAIS DA


INFORMAÇÃO / EBLIP – EVIDENCE BASED LIBRARIAN INFORMATION PRACTICE

Como profissional Bibliotecário o que preciso saber e o que posso fazer com a
minha pratica baseada em evidências?

A proposta de pratica sugerida pelos autores e que se apresentam abaixo torna-se


um desafio para os novos Bibliotecários e também os mais experientes e que possuem
domínio no método a praticar o que sugerem.

Em 2009, Booth propôs para o EBLIP concentrar se mais na colaboração. O modelo


de representação do processo EBLIP como aplica-se a bibliotecários e se encaixa muito
bem é responsável por múltiplas fontes de evidência; centra-se no grupo tomador de uma
decisão e coloca as provas para resolver o problema abrangente. Incentiva a construção
de consenso e a adaptação como parte de um processo cíclico rumo ao sucesso na
implementação.

Este é então um novo modelo para evidências baseadas em biblioteca e prática


da informação:

Biblioteconomia Baseada em Evidências 45


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1) Articular – chegar a uma compreensão de o problema e articulá-lo. Perguntas:


O que eu/nós já sei sobre este problema? Esclarecer conhecimento existente e ser honesto
sobre suposições ou dificuldades que podem ser obstáculos. Isso pode envolver o
compartilhamento dos documentos de fundo, tendo uma discussão honesta e determinando
prioridades. Considere a urgência da situação, restrições financeiras e metas.

Ações: Estabeleça limites e articular o problema que requer uma decisão.

2) Reunir - reunir evidências de várias fontes que são mais adequados ao problema
em questão.

Perguntas: Que tipos de evidência seria melhor para ajudar a resolver esse
problema? O que diz a literatura?

O que fazem aqueles que serão impactados? Que informações e dados nós temos
localmente? Os colegas de outras instituições têm experiências semelhantes eles podem
compartilhar? Qual é as evidências mais importantes a serem obtidas à luz do problema
anteriormente articulado?
Ações: Reunir evidências de fontes apropriadas.

3) Avaliar – colocar as evidências contra todos componentes do conjunto mais


amplo problema. Avalie as evidências em sua quantidade e qualidade. Perguntas: Das
provas reunidas, quais são as evidências mais importantes e peso? Por quê? Que
evidências parecem ser mais confiável e válido? O que a evidência é mais aplicável ao
problema atual? Que partes dessas evidências podem ser aplicadas ao meu contexto?
Ações: Avaliar e pesar as evidências e fontes. Determine quais são as evidências como
um todo.

4) Concordância – determine o melhor caminho a seguir e se estiver trabalhando


com um grupo, tente chegar a um consenso com base na evidências e objetivos
organizacionais. Perguntas: Eu/nós olhei para as provas abertamente e sem preconceitos?
Qual é a melhor decisão baseada em tudo o que sabemos do problema, o contexto e as
evidências? Nós consideramos todas as alternativas razoáveis? Como essa decisão afetará

Biblioteconomia Baseada em Evidências 46


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a biblioteca? A decisão está de acordo com os objetivos e valores da nossa organização?


Posso explicar esta decisão com confiança? Que perguntas ainda permanecem?
Ações: Determinar uma linha de ação e iniciar a implementação da decisão.

5) Adaptar – revisitar metas e necessidades. Refletir sobre o sucesso da


implementação. Perguntas: Agora que começamos a implementar a decisão O que mais
precisa ser feito? Há novas perguntas ou problemas decorrentes?
Ação: Avalie a decisão e como ela tem funcionado na prática. Reflita sobre o seu papel e
ações. Discuta a situação com os outros e determine quaisquer alterações requeridas.

O modelo para a pratica apresentado nessas cinco etapas para EBLIP exige que se
analise todas as evidências, incluindo evidências orientadas pela prática, bem como
pesquisa. Os bibliotecários precisam ter uma visão diferente de como a evidência pode ser
usada na prática, e amarrar pesquisa e prática em conjunto.

Os praticantes trazem evidências para a própria ação de suas práticas. O praticante


pode usar essa pesquisa para informar -se, mas lembrando que outros componentes
também são importantes. Conceitos relacionados com a teoria e prática, centrando-se no
profissional e no seu conhecimento na prática – tanto evidências locais quanto
conhecimento profissional – ajudam a fornecer uma imagem mais completa da tomada de
decisão dentro da profissão de bibliotecário.

9.2 USANDO EVIDÊNCIA NA Prática – EBLIP

O autor revisitou os 10 anos de pratica baseada em evidências e fortalecido por força


das evidencias encontradas propõe:

1. Integrar o EBLIP no recrutamento e desenvolvimento


2. Pratique o gerenciamento de projetos baseado em evidências
3. Incorporar a revisão de evidências em reuniões existentes
4. Utilize padrões e diretrizes baseados em evidências
5. Implementar páginas da web baseadas em evidências
6. Desenvolver questionários baseados em evidências
7. Pratique o gerenciamento de coleção baseado em evidências
8. Avaliar a instrução de alfabetização da informação

Biblioteconomia Baseada em Evidências 47


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9. Gerenciar mudanças usando métodos baseados em evidências


10. Avaliar estratégias baseadas em evidências

O Bibliotecário precisa urgente se apropriar do método para bem atuar e


trabalhar de forma inteligente, onde inteligente significa usar seu tempo e
outros recursos com mais eficiência, eficácia e economia. Com isso o
Bibliotecário deve ser mais assertivo, produzir evidencias que respondam as
necessidades do seu dia a dia como os profissionais da saúde as usam em sua
tomada de decisão. Esse será um grande desafio aos Bibliotecários do Brasil.

Booth, A. (1998), “Testing the lore of research”, Library Association Record,


Vol. 100 No. 12, p. 654

Booth, A. and Haines, M. (1998), “Room for a review?”, Library Association


Record, Vol. 100 No. 8, pp. 411‐2.

Booth A, Barreiras e facilitadores para a prática de biblioteca e informação


baseada em evidências: uma perspectiva internacional , Perspectives in
International Librarianship , 10.5339/pil.2011.1 , 2011 , (1) , (2011) .

Booth, A. uma ponte longe demais? Stepping Stones for Evidence Based
Practice in an Academic Context , New Review of Academic Librarianship ,
10.1080/13614530903123534 , 15 , 1 , (3-34) , (2009) .

Denise Koufogiannakis, Ellen Crumley, (2006in librarianship: issues to


consider", Library Hi Tech, Vol. 24 Iss: 3, pp.324 – 340

DRUMMOND, José Paulo; SILVA, Eliézer. Medicina baseada em evidências:


novo paradigma assistencial e pedagógico. In: Medicina baseada em
evidências: novo paradigma assistêncial e pedagógico. 1998. p. 158-158.

Eldredge, J.D. (2000a), “Evidence‐based librarianship: formulating EBL


questions”, Bibliotheca Medica Canadiana, Vol. 22 No. 2, pp. 74‐7.
[Infotrieve]

Eldredge, J.D. (2000b), “Evidence‐based librarianship: searching for the


needed EBL evidence”, Medical Reference Services Quarterly, Vol. 19 No. 3,
pp. 1‐18. [CrossRef] [Infotrieve]

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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Eldredge, J.D. (2000c), “Evidence‐based librarianship: an overview”, Bulletin of


the Medical Library Association, Vol. 88 No. 4, pp. 289‐302. [Infotrieve]

Eldredge, J.D. (2002), “Evidence‐based librarianship: levels of evidence”,


Hypothesis, Vol. 16 No. 3, pp. 10‐13, available at: http://research.mlanet.org
(accessed 20 October 2004). [Infotrieve]

Eldredge, J.D. (2004a), “Inventory of research methods for librarianship and


informatics”, Journal of the Medical Association, Vol. 92 No. 1, pp. 83‐90. [ISI]
[Infotrieve]

Eldredge, J.D. (2004b), “How good is the evidence base?”, in Booth, A. and
Brice, A. (Eds), Evidence‐Based Practice for Information Professionals, Facet
Publishing, London, pp. 36‐48.

Lindsay Glynn, (2006) "A critical appraisal tool for library and information
research", Library Hi Tech, Vol. 24 Iss: 3, pp.387 – 399.

Anexo 1. Conhecendo as principais bases de dados em saúde PubMed, Cochrane


Library e LiLACS – Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde via Portal Regional
BVS.

PubMed – www.pubmed.gov

PubMed é um recurso gratuito que apoia a busca e recuperação de literatura


biomédica e de ciências da vida com o objetivo de melhorar a saúde global e pessoal.

A base de dados PubMed contém mais de 34 milhões de citações e resumos de


literatura biomédica. Não inclui artigos de periódicos em texto completo; no entanto, links
para o texto completo geralmente estão presentes quando disponíveis em outras fontes,
como o site do editor ou o PubMed Central (PMC).

Disponível ao público online desde 1996, o PubMed foi desenvolvido e é mantido


pelo National Center for Biotechnology Information (NCBI) , na Biblioteca Nacional de
Medicina (NLM) dos Estados Unidos , localizada no National Institutes of Health (NIH).

Biblioteconomia Baseada em Evidências 49


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Sobre o conteúdo

As citações no PubMed derivam principalmente das áreas de biomedicina e saúde e


disciplinas relacionadas, como ciências da vida, ciências comportamentais, ciências
químicas e bioengenharia.

PubMed facilita a pesquisa em vários recursos de literatura NLM:

MEDLINE

MEDLINE é o maior componente do PubMed e consiste principalmente em citações


de periódicos selecionados para MEDLINE; artigos indexados com MeSH (Medical Subject
Headings) e curadoria com financiamento, genética, química e outros metadados.

PubMed Central (PMC)

As citações de artigos do PubMed Central (PMC) constituem o segundo maior


componente do PubMed.

O PMC é um arquivo de texto completo que inclui artigos de periódicos revisados e


selecionados pelo NLM para arquivamento (atual e histórico), bem como artigos individuais
coletados para arquivamento em conformidade com as políticas do financiador.

O componente final do PubMed são as citações de livros e alguns capítulos


individuais disponíveis no Bookshelf .

Bookshelf é um arquivo de texto completo de livros, relatórios, bancos de dados e outros


documentos relacionados às ciências biomédicas, de saúde e da vida.

Pesquisar no PubMed

Biblioteconomia Baseada em Evidências 50


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1. Identifique os conceitos-chave para sua pesquisa (procure no DeCS primeiro


para identificar o termo em inglês).
2. Insira os termos (ou conceitos-chave) na caixa de pesquisa.
3. Pressione a tecla Enter ou clique em Pesquisar.
4. Para muitas pesquisas, não é necessário usar tags ou sintaxes especiais. O
PubMed usa várias ferramentas para ajudá-lo a encontrar resultados relevantes:
5. A ordem de classificação da melhor correspondência usa um algoritmo de
aprendizado de máquina de última geração para colocar as citações mais
relevantes no topo dos resultados.
6. Um recurso de preenchimento automático exibe sugestões à medida que você
digita seus termos de pesquisa. Esse recurso é baseado na análise de log de
consulta PubMed descrita em " Encontrando sugestões de consulta para
PubMed “
7. Um recurso de verificação ortográfica sugere grafias alternativas para termos de
pesquisa que podem incluir erros de ortografia.
8. Um sensor de citação exibe resultados sugeridos para pesquisas que incluem
termos característicos da pesquisa de citações, por exemplo, nomes de autores,
títulos de periódicos, datas de publicação e títulos de artigos.

Pesquisar Cochrane Library -

Biblioteconomia Baseada em Evidências 51


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Sobre a Biblioteca Cochrane


A Biblioteca Cochrane (ISSN 1465-1858) é uma coleção de bancos de dados que
contém diferentes tipos de evidências independentes de alta qualidade para informar a
tomada de decisões em saúde. A Biblioteca Cochrane é de propriedade da Cochrane e
publicada pela Wiley . .

A Biblioteca Cochrane está disponível na versão em espanhol . Mais informações


sobre traduções.

Bancos de dados

Banco de Dados Cochrane de Revisões Sistemáticas

O Cochrane Database of Systematic Reviews (CDSR) é o principal recurso para


revisões sistemáticas em saúde. (ISSN: 1469-493X)

O CDSR inclui todas as Revisões Cochrane (e protocolos) preparadas pelos Grupos


de Revisão Cochrane . Cada Revisão Cochrane é uma revisão sistemática revisada por
pares que foi preparada e supervisionada por um Grupo de Revisão Cochrane (equipe
editorial), de acordo com o Cochrane Handbook for Systematic Reviews of
Interventions ou Cochrane Handbook for Diagnostic Test Accuracy
Reviews . O CDSR também inclui Editoriais e Suplementos .

Biblioteconomia Baseada em Evidências 52


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O CDSR é construído ao longo do mês, com revisões e protocolos novos e


atualizados sendo publicados continuamente quando estiverem prontos.

Registro Central Cochrane de Ensaios Controlados (CENTRAL)

O Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) é uma fonte


altamente concentrada de relatórios de ensaios controlados randomizados e quase
randomizados. Além dos detalhes bibliográficos (autor, título, fonte, ano, etc), os registros
CENTRAIS geralmente incluem um resumo (um resumo do artigo). Eles não contêm o texto
completo do artigo.

CENTRAL é publicado mensalmente.

Respostas Clínicas Cochrane

O Cochrane Clinical Answers (CCAs) fornece um ponto de entrada legível,


digerível e com foco clínico para pesquisas rigorosas da Cochrane Reviews. Eles são
projetados para serem acionáveis e para informar a tomada de decisões no ponto de
atendimento. Cada CCA contém uma pergunta clínica, uma resposta curta e dados para os
resultados da Cochrane Review considerados mais relevantes para os profissionais de
saúde, nosso público-alvo. A evidência é exibida em um formato tabulado amigável que
inclui narrativas, dados e links para gráficos. As respostas clínicas da Cochrane foram
desenvolvidas pela Cochrane Innovations e pela Wiley.

Conteúdo em destaque

Coleções especiais

Coleções especiais são coleções de conteúdo com curadoria sobre um tópico


específico de saúde.

Procurar coleções especiais

Pesquisar conteúdo hospedado por Epistemonikos

Biblioteconomia Baseada em Evidências 53


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O recurso de pesquisa federada permite que os usuários da Biblioteca Cochrane


pesquisem revisões sistemáticas no banco de dados de evidências de saúde
Epistemonikos. Esse recurso está disponível na caixa Pesquisar na página inicial e na guia
Pesquisar na Pesquisa avançada, mas não está disponível nas guias BETA do Gerenciador
de pesquisa, MeSH ou PICO.

Pesquisar conteúdo hospedado pelo McMaster Health Forum

O recurso de pesquisa federada também permite que os usuários da Biblioteca


Cochrane pesquisem revisões sistemáticas nos repositórios do McMaster Health Forum:
Health Systems Evidence (HSE) e Social Systems Evidence (SSE). Esse recurso está
disponível na caixa Pesquisar na página inicial, mas não nas guias Pesquisa avançada.

COMO ACESSAR?
O endereço de acesso é livre necessitando somente uma conexão de internet.
https://www.cochranelibrary.com/

COMO BUSCAR?

A Cochrane Library tem toda a sua produção indexada pela terminologia controlado
do MeSH – Medical Subject Headings. Portanto siga a dica e procure organizar sua
pergunta segundo o anacrônimo PICO isso irá ajudar na hora de buscar.

P – Problema / População I – Intervenção C – Controle O – Outcome / desfecho


Identifique o vocabulário oficial no DECS – Descritor em Ciências da saúde
disponível em https://decs.bvsalud.org/ em português e copie o termo inglês para cada
elemento do PICO.

Na Cochrane não se faz necessário a utilização T – Tipo de estudo ou em alguns


anacrônimos S- Study Desing já que nela encontramos Revisões Sistemáticas, Protocolos
de Revisão e Ensaios Clínicos. A Cochrane já é filtrada pelos dois níveis e sínteses de
evidência.

BUSCA SIMPLES

Biblioteconomia Baseada em Evidências 54


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fig.1. Interface inicial de busca Cochrane

Você poderá digitar uma ou mais palavras que representem seu assunto e o resultado
será da identificação da palavra digitada encontrada no título, resumo ou palavras-chave.
Ex. Dor Lombar e Acupuntura (P - Low Back Pain I - Acupuncture) fig.2

fig.2 Busca simples somente palavras

RESULTADO

Fig.3 Resultado busca simples

Biblioteconomia Baseada em Evidências 55


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O resultado obtido é apresentado por diretórios (filtros) como Cochrane Reviews


(Revisões Cochrane) na sequência Cochrane Protocols (Protocolos Cochrane) revisões
registradas na Cochrane e em andamento e Trials (Ensaios) diretório com ensaios clínicos
coletados nas principais bases de dados e por handsearch pelos Centros e Grupos
Cochrane. Para visualizar é preciso clicar em cada aba do resultado.

BUSCA AVANÇADA

Fig.4 Busca utilizando MeSH terms

A Cochrane Library tem toda sua coleção indexada pelo vocabulário MeSH – Medical
Subject Headings e já que você localizou o termo em inglês lá no DECS para o PICO você

Biblioteconomia Baseada em Evidências 56


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agora vai clicar na aba Medical Terms (MeSH) conforme indicado na fig.4 e digitar o termo
em inglês.

Fig.5 Busca avançada seleção do termo MeSH

Neste formato de busca avançada você vai localizar o termo MeSH conforme a fig.
6 Localizara e selecionará para que a busca agora seja feita pelo termo oficial e fara isso
para todos os termos do seu PICO. Clique em selecionar (botão select) e depois no botão
Add search manager

Fig.6 Identificando os termos Mesh e carregando para a estratégia.

Biblioteconomia Baseada em Evidências 57


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Importante fazer isso para todos os termos de seu PICO. Depois clique na aba
Search Manager e lá você terá o resultado para cada termo Mesh identificado e então neste
local você fará a intersecção entre os termos para obter o resultado. As bases de dados
utilizam os operadores Booleanos (OR, AND e NOT) logo na sua estratégia de busca
avançada você deverá indicar quais conjuntos se interseccionarão. Veja a figura 7.

Fig.7 Estratégia de busca avançada.

Na figura acima podemos observar o resultado para cada conjunto (#) pesquisados e
da intersecção dos conjuntos (#). No conjunto #3 houve então a intersecção (AND) #1 AND
#2. Fig.8

Fig.8 Resultado da busca avançada

Clicando em quaisquer um dos resultados aparecerá a tela com os recuperados.fig.9

Biblioteconomia Baseada em Evidências 58


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Fig. 9 Resultado de busca avançada

A Cochrane Library em suas coleções especiais tem contribuído para a publicação de


uma série de coleções robustas e dar acesso aberto as revisões sistemáticas de apoio
prevenção e ao tratamento a Covid-19 fig.10. Ë possível encontrar as coleções traduzidas
em várias línguas inclusive em português. Fig.11

Fig.10 Coleção especial Covid – 19 cuidados críticos traduzida para o português

Biblioteconomia Baseada em Evidências 59


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O aplicativo Cochrane Library é um Instrumento ou recurso para todo profissional de


saúde acompanhar de forma fácil e rápida as evidências mais recentes das Revisões
Cochrane e conteúdo também para leitura off-line. Para que o profissional possa criar sua
coleção de evidências e tomar decisões de maneira assertiva com a mais alta qualidade de
evidência disponível na literatura.

Pesquisar LiLACS – Via portal regional BVS -

Sobre a BVS

Biblioteconomia Baseada em Evidências 60


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A Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) foi estabelecida em 1998 como modelo,


estratégia e plataforma operacional de cooperação técnica da Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS) para gestão da informação e conhecimento em saúde na Região AL&C.

A BVS é uma Rede de Redes construída coletivamente e coordenada pela BIREME.


É desenvolvida, por princípio, de modo descentralizado, por meio de instâncias nacionais
(BVS Argentina, BVS Brasil etc.) e redes temáticas de instituições relacionadas à pesquisa,
ensino ou serviços (BVS Enfermagem, BVS Ministério da Saúde etc.).

Para saber mais sobre o Modelo BVS acesse http://red.bvsalud.org

Sobre o Portal

O Portal Regional da BVS é o espaço de integração de fontes de informação em


saúde que promove a democratização e ampliação do acesso à informação científica e
técnica em saúde na América Latina e Caribe (AL&C). É desenvolvido e operado pela
BIREME em 3 idiomas (inglês, português e espanhol).

Aplica a interface integrada de busca IAHx com recursos de filtros, exportação de


resultados, busca avançada e interoperação com o DeCS/MeSH .

Sobre a Coleção

A coleção de fontes de informação do Portal está composta de bases de dados


bibliográficas produzidas pela Rede BVS, como LILACS, além da base de dados Medline e
outros tipos de fontes de informação tais como recursos educacionais abertos, sites de
internet e eventos científicos.

As fontes de informação são selecionadas de acordo com critérios aprovados pela


Rede. O índice é atualizado semanalmente a partir da coleta de metadados das fontes de
informação da coleção.

Sobre BIREME

Biblioteconomia Baseada em Evidências 61


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O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde é um


centro especializado da OPAS (BIREME/OPAS/OMS) com a missão de contribuir para o
desenvolvimento da saúde nos países da AL&C por meio da democratização do acesso,
publicação e uso de informação, conhecimento e evidência científica.

Para saber mais sobre a BIREME acesse http://www.paho.org/bireme

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