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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
NATAL/RN
2023
SAMUEL ALVES DANTAS
NATAL/RN
2023
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado e aprovado como requisito parcial para
obtenção do Título de bacharel em Engenharia Química, na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.
Natal, __/__/__
_________________________
Profa. Dra. Katherine Carrilho de Oliveira Deus
Orientador - UFRN
________________________
Prof. Dr. Gilson Gomes de Medeiro
Membro interno - UFRN
________________________
Me. Mirian Helene Andrietta
Membro Convidado - UFRJ
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo desenvolver um desodorante natural utilizando
ingredientes sustentáveis, visando oferecer uma alternativa livre de substâncias sintéticas e
potencialmente prejudiciais encontradas nos desodorantes convencionais. O desodorante
natural formulado consiste em uma combinação de óleo essencial, óleo vegetal, manteiga
vegetal, cera de abelha, argila branca e hidróxido de magnésio. O óleo essencial selecionado
possui propriedades antimicrobianas e aromáticas, proporcionando um aroma agradável e
ajudando a combater as bactérias causadoras do odor. O óleo vegetal escolhido possui
propriedades hidratantes e nutritivas para a pele, contribuindo para a suavidade e saúde da
região das axilas. A manteiga vegetal desempenha um papel importante na consistência e na
hidratação do desodorante, fornecendo uma sensação agradável durante a aplicação. A cera de
abelha atua como um agente espessante e emoliente, ajudando a manter a formulação coesa e
proporcionando uma sensação de maciez na pele. A argila branca possui propriedades
absorventes e purificantes, auxiliando na absorção do excesso de umidade e na eliminação de
impurezas. O hidróxido de magnésio, por sua vez, atua como um regulador de pH, criando um
ambiente desfavorável para o crescimento das bactérias causadoras do odor. A análise sensorial
apontou uma preferência a desodorantes com base de argila no momento da aplicação, devido
a sua textura, e uma preferência a cor mais clara dos desodorantes com base de amido.
Palavras-chave: desodorante; cosmético natural; óleo essencial.
ABSTRACT
The present study aimed to develop a natural deodorant using sustainable ingredients,
aiming to offer an alternative free from synthetic and potentially harmful substances found in
conventional deodorants. The formulated natural deodorant consists of a combination of
essential oil, vegetable oil, vegetable butter, beeswax, white clay, and magnesium hydroxide.
The selected essential oil possesses antimicrobial and aromatic properties, providing a pleasant
aroma and helping to combat odor-causing bacteria. The chosen vegetable oil has hydrating and
nourishing properties for the skin, contributing to the softness and health of the underarm area.
Vegetable butter plays an important role in the consistency and hydration of the deodorant,
providing a pleasant sensation during application. Beeswax acts as a thickening and emollient
agent, helping to maintain the formulation cohesive and providing a softness sensation to the
skin. White clay has absorbent and purifying properties, assisting in the absorption of excess
moisture and the elimination of impurities. Magnesium hydroxide, on the other hand, acts as a
pH regulator, creating an unfavorable environment for the growth of odor-causing bacteria.
Sensory analysis indicated a preference for clay-based deodorants during application, due to
their texture, and a preference for a lighter color of starch-based deodorants.
Keywords: deodorant; natural cosmetic; essential oil.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
2 OBJETIVO 15
3.7 Uruçu-Amarela 20
3.8 Anvisa 20
4 PROCESSAMENTO 23
4.1 Fluxograma 23
4.4 Mistura 23
4.5 Resfriamento 23
4.7 Envase 24
4.8 Rotulagem 24
1 INTRODUÇÃO
A pele humana possui uma microflora dividida em três categorias: residente (habita a
pele de forma permanente), transiente (possui uma taxa de crescimento muito lenta
impossibilitando seu desenvolvimento) e temporariamente residente (possui uma taxa de
crescimento que permite o micro-organismo permanecer na pele por um período determinado)
(RICHARD BOJAR, 2002). Os micro-organismos residentes da pele humana mantêm uma
dinâmica de equilíbrio, podendo ser considerados integrantes “normais” que compõem a
estrutura da pele.
Produtos cosméticos são fabricados com o intuito de atingir efeitos específicos na pele,
podendo, de forma intencional ou não, alterar a microflora presente no local de aplicação. As
informações sobre o possível impacto gerado na pele em níveis microbiológicos ou possíveis
consequências de uso prolongado de determinado produto são limitadas.
A microflora pode variar de pessoa para pessoa e entre diferentes localidades do corpo
(as bactérias presentes nos pés não são as mesmas presentes nas axilas), assim como varia pela
idade, como, por exemplo, a nossa flora intestinal, que muda conforme a idade.
O odor corporal é o resultado da interação entre o suor produzido pelo corpo e a
microflora ali presente. Desde a antiguidade, o ser humano vem inventando formas de inibir ou
mascarar os odores corporais através de perfumes e higiene pessoal. Os egípcios utilizavam
alfarroba e incenso como desodorante, assim como os gregos usavam banhos com óleos
aromáticos (mesmo óleo que passavam posteriormente na roupa) como forma de controlar tais
odores (STEFANIE FONTANEZ, 2008).
O primeiro desodorante criado foi o Mum, em 1888, o qual tinha em sua composição
óxido de zinco e o primeiro antitranspirante criado foi o EveryDry em 1903 (STEFANIE
FONTANEZ, 2008).
A fabricação do desodorante se deu no intuito de eliminar as bactérias que se alimentam
dos elementos presentes no suor, alterando assim a microflora presente nas axilas. Já o
antitranspirante tem como foco principal impedir a sudorese.
Os compostos de alumínio, como o cloridrato de alumínio e o cloridróxido de alumínio,
são frequentemente utilizados em antitranspirantes para reduzir a transpiração. Esses compostos
atuam obstruindo temporariamente as glândulas sudoríparas, diminuindo assim a quantidade de
suor produzida (REXONA, 2023).
Alguns estudos sugeriram uma possível associação entre o uso prolongado de
antitranspirantes contendo compostos de alumínio e certas condições de saúde, como câncer de
mama, e doenças neurodegenerativas, como o mal de Alzheimer. No entanto, as evidências
13
científicas até o momento não estabeleceram uma relação clara e definitiva entre o uso de
antitranspirantes com compostos de alumínio e essas doenças.
Organizações de saúde, como a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC),
a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) e a Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), afirmam que atualmente não há provas
suficientes para confirmar uma ligação direta entre o uso de antitranspirantes contendo
compostos de alumínio e o desenvolvimento de câncer de mama ou doenças
neurodegenerativas.
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OBJETIVOS
15
2 OBJETIVO
2.1 Objetivo geral
Estudo e produção de desodorante artesanal sólido, fazendo uso de matérias-primas
vegetais como óleos essenciais, óleos vegetais, argila, manteigas vegetais e cera de abelha
nativa do Brasil, comparando os diferentes produtos obtidos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Bromidrose axilar
O mau cheiro do corpo humano, principalmente das axilas, tem origem no suor. De
acordo com o Dr. Pedro Pinheiro (2022), especialista em medicina interna e nefrologia, o suor
propriamente dito é um líquido naturalmente sem odor, produzido pelos dois tipos de glândulas
sudoríparas existentes na pele, sendo elas conhecidas como écrinas e apócrinas.
As glândulas écrinas são as mais comuns e estão distribuídas por toda a superfície da
pele. O suor produzido por essas glândulas é composto por 99% de água e 1% de sais minerais,
como cloreto de sódio (sal) e ureia.
Tanto as glândulas écrinas quanto as apócrinas produzem um suor inicialmente sem
odor e, devido à ação de quatro principais grupos de bactérias presentes na região axilar
(Corynebacterium, Staphylococcus, Micrococcus e Propionibacterium), é gerada uma reação
metabólica de decomposição dos vários componentes presentes no suor e restos celulares, o que
ocasiona o mau cheiro.
Manteigas vegetais têm sido utilizados há séculos por seus efeitos terapêuticos e
cosméticos positivos nos cuidados com a pele, e ainda são amplamente utilizados hoje em dia,
funcionando como ingredientes ativos, excipientes e solventes de extração.
São compostos por triglicerídeos (tipicamente em torno de 99%) e matéria
insaponificável (tipicamente em torno de 1%). Os triglicerídeos são derivados esterificados de
glicerol e ácidos graxos, e dependendo do número de ligações duplas, os ácidos graxos são
classificados em saturados e mono e poli-insaturados, o que define sua suscetibilidade a
alterações induzidas por luz, calor ou oxigênio (NINA POLJSAK, 2022).
Em termos de composição nativa e complexa, as manteigas vegetais e os óleos de
melhor qualidade são obtidos por meio de prensagem a frio e extração por CO2, sem
refinamento subsequente, pois não são expostos a alterações dependentes de temperatura ou
oxidação (NINA KOCEVAR GLAVAC, 2022).
tempo para se dissolver completamente e absorver o suor, o que não altera tão drasticamente o
pH natural da pele das axilas, tendo uma probabilidade menor de causar irritação em
comparação com o bicarbonato de sódio (THE FILTERY STAFF, 2022).
Para muitas pessoas, desodorantes naturais que utilizam bicarbonato de sódio e/ou
hidróxido de magnésio como ingredientes ativos são tão eficazes quanto os desodorantes
"convencionais" ou quase tão eficazes, pois elas precisam passar por um "período de transição"
se livrando das bactérias acumuladas, células mortas da pele, silicones e outros ingredientes
que podem obstruir os poros e causar mau odor.
3.7 Uruçu-Amarela
Uruçu é uma palavra que vem do tupi “eiru su”, que na linguagem indígena significa
“abelha grande”. Abelhas Uruçu (Uruçu Nordestina, Uruçu Amarela, Uruçu Preta, Uruçu
Cinzenta, Tiúba e Uruçu Boca de Renda) são uma das maiores abelhas da espécie melípona,
sendo a Uruçu Nordestina (Melipona scutellaris) a maior produtora de mel.
3.8 Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por regular e
fiscalizar a produção e comercialização de produtos no Brasil, incluindo produtos naturais,
como desodorantes, estabelecendo diretrizes e regulamentos para garantir a segurança, eficácia
e qualidade desses produtos.
No caso dos desodorantes, a Anvisa exige que sejam registrados como produtos de
higiene pessoal, cosméticos ou perfumes, de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC) nº 7/2015. Essa resolução estabelece os requisitos técnicos e administrativos para o
21
registro desses produtos e incluem diretrizes sobre boas práticas de fabricação, rotulagem,
alegações de produtos e ingredientes permitidos.
Definições: A RDC nº 7/2015 define o desodorante como um produto utilizado para
reduzir ou eliminar o odor corporal indesejável, podendo conter substâncias que inibem a
proliferação de bactérias responsáveis pelo odor.
Classificação: Os desodorantes são classificados como produtos de higiene pessoal e
devem atender aos requisitos de segurança, eficácia e qualidade estabelecidos na resolução da
Anvisa.
Registro: Os fabricantes de desodorantes devem realizar o registro do produto na Anvisa
antes de sua comercialização, seguindo os procedimentos e requisitos estabelecidos.
Rotulagem: A RDC nº 7/2015 estabelece os requisitos para a rotulagem dos
desodorantes. Isso inclui a obrigatoriedade de apresentar a lista de ingredientes, modo de uso,
precauções de segurança e demais informações essenciais para os consumidores.
Boas Práticas de Fabricação: Os fabricantes de desodorantes devem adotar as Boas
Práticas de Fabricação (BPF) estabelecidas pela Anvisa. Essas práticas visam garantir a
qualidade, segurança e eficácia dos produtos durante todo o processo de fabricação.
Além disso, a Anvisa possui uma lista de substâncias proibidas ou restritas para uso em
cosméticos, que inclui ingredientes considerados prejudiciais à saúde. Essa lista é atualizada
regularmente com base em evidências científicas e informações de segurança.
Ao seguir essas diretrizes e regulamentos, a produção e comercialização de
desodorantes estão em conformidade com as normas da Anvisa, assegurando a segurança dos
consumidores e a qualidade dos produtos disponíveis no mercado.
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PROCESSAMENTO
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4 PROCESSAMENTO
4.1 Fluxograma
O processo de produção do desodorante é composto por 8 etapas, sendo estas a pesagem
dos ingredientes, aquecimento e fusão, mistura, resfriamento, adição de ingredientes sensíveis
ao calor, envase, rotulagem e controle de qualidade, conforme ilustrado no fluxograma
apresentado pela figura 1.
Figura 1: Fluxograma de produção de desodorante sólido
Fonte: Autor.
4.4 Mistura
Os ingredientes derretidos e os demais ingredientes não afetados pelo calor são
combinados e misturados até obter uma mistura homogênea. Isso pode ser feito utilizando um
misturador em alta velocidade para garantir a dispersão uniforme de todos os componentes.
4.5 Resfriamento
A mistura é resfriada gradualmente para atingir a temperatura adequada para a adição
dos demais componentes sem que estes percam suas propriedades físico-químicas. Isso pode
ser feito em um tanque de resfriamento com agitação suave para evitar a formação de grumos
ou sedimentação dos ingredientes.
4.7 Envase
A mistura é transferida para recipientes adequados, como frascos ou potes, utilizando
equipamentos de envase. É importante garantir que o envase seja realizado de forma higiênica
para evitar contaminação.
4.8 Rotulagem
Os recipientes são rotulados com informações como a marca, ingredientes, instruções
de uso e data de validade. Em seguida, são embalados em caixas ou embalagens apropriadas
para proteção durante o transporte e armazenamento.
MATERIAIS E MÉTODOS
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5 MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 Produção do desodorante
5.1.1 Materiais e equipamentos
• Manteiga de karité;
• Manteiga de cupuaçu;
• Óleo de abacate;
• Óleo de gergelim;
• Cera de Uruçu-Amarela;
• Hidróxido de Magnésio;
• Amido de Milho;
• Argila Branca;
• Óleos essenciais;
• Balança;
• Pote de vidro;
• Panela para banho maria;
• Recipiente de envase;
• Termómetro;
• 4 colheres;
• 1 faca;
• 1 copo;
• 1 espátula.
5.1.2 Proporções
A formulação do desodorante segue as porcentagens apresentadas na figura 2.
Figura 2: Porcentagens equivalente de cada matéria-prima utilizada
Fonte: Autor.
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5.1.3 Procedimento
Após separar os materiais em uma bancada, será necessário realizar a pesagem de todas
as matérias-primas. Com as colheres separar e pesar o hidróxido de magnésio, a manteiga
vegetal, o óleo vegetal e a argila. Como a cera de abelha em temperatura ambiente é sólida e
um pouco dura, será necessário o uso de uma faca para separar pequenas lascas e pesá-las. O
hidróxido de magnésio e a argila podem ser armazenados no copo enquanto a manteiga vegetal,
a cera de abelha e o óleo vegetal devem ser colocados no recipiente de vidro que irá para o
banho maria, que deve estar em 60 ºC para que a cera possa derreter completamente e se
misturar com os demais materiais.
Posteriormente ao derretimento completo dos componentes no banho maria, acrescentar
a matéria-prima que estava armazenada no copo, lembrando de mexer constantemente para que
se obtenha uma mistura homogênea. Ao atingir o ponto de homogeneidade, resfriar a mistura
até 30 ºC para que os óleos essenciais possam ser acrescentados sem perderem suas
propriedades.
Finalizado o processo de homogeneização, colocar o produto obtido no recipiente de
armazenamento, rotular e estocar.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.1 Resultados experimentais
Para o presente trabalho, foram consideradas 5 amostras distintas, conforme ilustrado
na tabela 1 a seguir.
Tabela 1: Descrição dos ingredientes de cada amostra.
A B C D E
Manteiga de Karité Manteiga de Cupuaçu Manteiga de Karité Manteiga de Cupuaçu Manteiga de Karité
Óleo de Abacate Óleo de Gergelim Óleo de Gergelim Óleo de Abacate Óleo de Abacate
Cera de Uruçu-Amarela Cera de Uruçu-Amarela Cera de Uruçu-Amarela Cera de Uruçu-Amarela Cera de Uruçu-Amarela
Hidróxido de Magnésio Hidróxido de Magnésio Hidróxido de Magnésio Hidróxido de Magnésio Hidróxido de Magnésio
Argila branca Argila branca Argila branca Argila branca Amido de milho
Fonte: Autor.
Todas as amostras foram preparadas seguindo o procedimento descrito no item 5.1.3 e
mantendo as porcentagens ilustradas na figura 2.
Todas as 5 amostras possuem quantidades equivalentes de óleo essencial de lavanda,
melaleuca e pinheiro siberiano (10 gotas de cada) para que a principal característica divergente
seja a textura e não o aroma, tendo em vista que o hidróxido de magnésio é o principal
componente controlador dos mal odores e não os óleos essenciais.
Dessa forma, pode-se ter uma percepção melhor de como os diferentes óleos vegetais e
manteigas vegetais influenciam na textura do desodorante.
6.1.1 Amostras A e C
As duas amostras possuem uma formulação semelhante, diferenciadas apenas pelo óleo
vegetal utilizado. Na Tabela 2 abaixo, seguem as gramaturas utilizadas de matéria-prima nas
duas amostras para comparação.
Tabela 2: Quantidade de ingredientes das Amostras A e C.
A C
Ingredientes Quantidade (g) Ingredientes Quantidade (g)
Manteiga de Karité 9,9 Manteiga de Karité 9,9
Óleo de Abacate 7,5 Óleo de Gergelim 7,4
Cera de Uruçu-Amarela 3,0 Cera de Uruçu-Amarela 3,0
Hidróxido de Magnésio 4,0 Hidróxido de Magnésio 3,9
Argila branca 22,7 Argila branca 22,4
Fonte: Autor.
Não puderam ser observadas diferenças quanta a textura do produto nem quanto a sua
espalhabilidade e não foram identificadas diferenças na cor.
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6.1.2 Amostras B e D
As duas amostras possuem uma formulação semelhante, diferenciadas apenas pelo óleo
vegetal utilizado. Na Tabela 3 abaixo, seguem as gramaturas utilizadas de matéria-prima nas
duas amostras para comparação.
Tabela 3: Quantidade de ingredientes das Amostras B e D.
B D
Ingredientes Quantidade (g) Ingredientes Quantidade (g)
Manteiga de Cupuaçu 9,9 Manteiga de Cupuaçu 10,0
Óleo de Abacate 7,6 Óleo de Gergelim 7,5
Cera de Uruçu-Amarela 3,0 Cera de Uruçu-Amarela 3,0
Hidróxido de Magnésio 4,1 Hidróxido de Magnésio 4,0
Argila branca 22,6 Argila branca 22,4
Fonte: Autor.
Não puderam ser observadas diferenças quanta a textura do produto nem quanto a sua
espalhabilidade e não foram identificadas diferenças na cor.
6.1.3 Amostras A e D
As duas amostras possuem uma formulação semelhante, diferenciadas apenas pela
manteiga vegetal utilizada. Na Tabela 4 abaixo, seguem as gramaturas utilizadas de matéria-
prima nas duas amostras para comparação.
Tabela 4: Quantidade de ingredientes das Amostras A e D.
A D
Ingredientes Quantidade (g) Ingredientes Quantidade (g)
Manteiga de Karité 9,9 Manteiga de Cupuaçu 10,0
Óleo de Abacate 7,5 Óleo de Abacate 7,5
Cera de Uruçu-Amarela 3,0 Cera de Uruçu-Amarela 3,0
Hidróxido de Magnésio 4,0 Hidróxido de Magnésio 4,0
Argila branca 22,7 Argila branca 22,4
Fonte: Autor.
Não puderam ser observadas diferenças quanta a textura do produto nem quanto a sua
espalhabilidade e não foram identificadas diferenças na cor.
6.1.4 Amostras B e C
As duas amostras possuem uma formulação semelhante, diferenciadas apenas pela
manteiga vegetal utilizada. Na Tabela 5 abaixo, seguem as gramaturas utilizadas de matéria-
prima nas duas amostras para comparação.
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6.1.5 Amostras A e E
As duas amostras possuem uma formulação semelhante, utilizando o mesmo óleo
vegetal e a mesma manteiga vegetal com a diferença de na amostra A conter argila branca e na
amostra E conter amido de milho. Na Tabela 6 abaixo, seguem as gramaturas utilizadas de
matéria-prima nas duas amostras para comparação.
Tabela 6: Quantidade de ingredientes das Amostras A e E.
A E
Ingredientes Quantidade (g) Ingredientes Quantidade (g)
Manteiga de Karité 9,9 Manteiga de Karité 9,9
Óleo de Abacate 7,5 Óleo de Abacate 7,3
Cera de Uruçu-Amarela 3,0 Cera de Uruçu-Amarela 3,0
Hidróxido de Magnésio 4,0 Hidróxido de Magnésio 4,0
Argila branca 22,7 Amido de Milho 22,5
Fonte: Autor.
Houve entre as duas amostras analisadas, uma diferença de coloração, onde a amostra
E teve uma coloração um pouco mais clara e ocorreu uma divergência de espalhabilidade, pois
a amostra E possui um toque mais seco, semelhante ao talco de bebê.
Fonte: Autor.
Além disso, tivemos um grande equilíbrio entre as percepções das pessoas com relação
as duas amostras, o que era esperado, tendo em vista que as amostras se diferem apenas por 1
ingrediente.
Fazendo o comparativo agora utilizando o sentido de tato da pele, 34 pessoas acharam
a opção 1 feita com argila mais confortável na pele e 36 pessoas afirmaram que a opção 1 tem
uma melhor textura durante a sua aplicação.
Agora, olhando para o resultado geral, temos uma inversão de preferência, onde 32
pessoas preferem a amostra 2 versus 29 pessoas preferindo a amostra 1, nesse ponto em
específico devem ser considerados pontos como cor e cheiro além da textura abordada nos
pontos anteriores.
Nas imagens a seguir, será detalhado o gosto dos analisadores com relação a textura e
cor em uma escala de 7 níveis, conforme descrito abaixo.
• Gostei extremamente;
• Gostei moderadamente;
• Gostei ligeiramente;
• Indiferente;
• Desgostei ligeiramente;
• Desgostei moderadamente;
• Desgostei extremamente.
34
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
35
Fonte: Autor.
Custos Indiretos
Total R$ 126.581,90
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
38
CONCLUSÕES
40
7 CONCLUSÕES
A produção de desodorantes naturais utilizando ingredientes como óleo vegetal,
manteiga vegetal, óleo essencial, cera de abelha e argila branca apresenta uma alternativa
interessante e promissora para aqueles que buscam opções mais sustentáveis e saudáveis para
o cuidado pessoal.
Ao longo deste trabalho de TCC, exploramos os benefícios desses ingredientes naturais
na formulação de desodorantes, considerando suas propriedades antimicrobianas, hidratantes e
absorventes de odores. Além disso, destacamos a importância de evitar o uso de substâncias
químicas agressivas e potencialmente prejudiciais presentes em desodorantes convencionais.
O desodorante baseado em argila tem uma aceitação maior com relação a textura, e o
desodorante com base de amido é mais cativante pela sensação da pele no longo prazo e cor
mais clara, logo, caso seja possível uma fusão entre as duas amostras, será o ideal, pois teremos
a textura de creme que a argila proporciona e uma sensação de “talco” na pele proporcionada
pelo amido da amostra 2.
No contexto atual, em que há uma busca crescente por produtos naturais e sustentáveis,
a produção de desodorantes naturais apresenta oportunidades de negócio promissoras, desde
que haja um cuidado adequado com a seleção de ingredientes, boas práticas de fabricação e um
foco constante na satisfação e segurança do consumidor.
Uma melhoria no produto percebida após a aplicação da análise sensorial é a
possibilidade de moer e clarear mais as matérias primas antes da formulação do desodorante,
sendo necessária uma análise de viabilidade para um entendimento mais profundo, assim
teremos um produto mais próximo ao que as pessoas estão acostumadas a encontrar no
mercado, facilitando a aceitação de mercado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Disponível em: https://www.mentalfloss.com/article/18081/body-odor-through-ages-brief-
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APÊNDICE A
ANÁLISE SENSORIAL
Qual o seu nome?
e) Desgostei ligeiramente
f) Desgostei moderadamente
g) Desgostei extremamente