RESENHA CRÍTICA DO 01º CAPITULO Turma: XV Relações

Livro: Curso de Introdução a Economia Internacionais – 2023

Politica

Alunos: Tiago Henrique de Jesus de Lima e Joice e Joice Sanches Penayo

Turma XV Relações Internacionais 2023

Tema: Resenha crítica do 01º capitulo do livro: Curso de Introdução a Economia Política .

Diante da necessidade de buscar conteúdos relacionados a explicação das ciências

econômicas e seus complementos políticos de maneira acessível e de fácil entendimento, surge
um livro que pode se tornar o próximo grande acompanhante na busca para estabelecer o
conhecimento amplo, ainda que de forma totalmente introdutória ao mundo de economia e
política, trazendo todos os conceitos e pensamentos que transcendem as décadas e ainda se
encontram atuais para as questões modernas. A obra de título “Curso de Introdução a economia
política – 03ª edição” Publicada no ano de 1975 pelo escritor e economista Paul Singer de 186
páginas através da editora Forense Universitária, que originalmente transcreve as aulas
ministradas no Teatro de Arena em São Paulo no ano de 1968 pelo mesmo autor, busca
encontrar um equilibro na explicação entre as dicotomias desta ciência, tão complexa, porém,
tão necessária para o entendimento mínimo de questões financeiras do nosso dia a dia. Este
primeiro capitulo que iremos analisar, traz os grandes conceitos e aborda os principais
pensamentos da economia política.

Antes de estratificarmos o primeiro capitulo em busca de um entendimento simples dos

conceitos de economia, precisamos conhecer o autor da obra. Paul Israel Singer nasceu na
Áustria no ano de 1932, um médio país da porção central do continente europeu que não possui
influência econômica tão forte a ponto de nem entrar no ranking top10 dos países mais ricos da
Europa. Com uma família de comerciantes judeus, decidiram emigrar para o Brasil no ano de
1940 para fugir da perseguição de sua religião logo após a Áustria ser anexada à Alemanha. Foi
no Brasil que Singer teve sua primeira formação na escola técnica de São Paulo no curso de
eletrotécnica. Sempre atuando em movimentos sociais, participou da grande greve dos 300 mil
que ocorreu em são Paulo onde os metalúrgicos buscavam respostas sindicalistas. Aos seus 27
anos se graduou em economia e logo no ano seguinte inicia sua carreira na docência como
professor assistente onde adquiriu experiencia e obteve seu doutorado em Sociologia 6 anos

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depois. Ainda teve experiencias na área de demografia pelos Estados Unidos até que chegou no
ano de 1968 onde ministrou as aulas a qual este livro é baseado. Sua carreira permaneceu na
docência por muitos anos e logo foi se envolvendo em papeis políticos como secretário de
planejamento e posteriormente em alguns projetos no âmbito do ministério do trabalho. Paul
Singer morreu em São Paulo, em 16 de abril de 2018 aos 86 anos.

Este primeiro capitulo, insere o leitor a imaginar-se como se estivesse em uma sala de
aula, da maneira que foi originalmente feito este curso, onde o aluno ou aquele que ainda não
conhece do assunto, mas que, busca pela luz do entendimento, precisa estar receptivo para
entender os conceitos que serão abordados, que são complexos e difíceis de assimilar
rapidamente e que somente em um formato de aula poderia ser ideal.

O primeiro parágrafo do capitulo Teorias de Valor já inicia informando que o conceito

de economia existe um conflito por terem dois entendimentos e escolas totalmente opostas, até
mesmo não tendo uma linguagem comum, que são as Economias Marxistas e a Economia
Marginalista. Uma breve pesquisa faz você entender que a economia dita marxista busca o valor
da mercadoria baseada no custo de produção, enquanto a economia marginalista, neste caso, a
mais recente, busca encontrar a determinação do preço relacionado a oferta e demanda da
mercadoria. Fica claro que estas duas escolas são assumidamente heterogêneas e nem mesmo
fazem questão de pontuar a existência de uma e outra em seus conteúdos. No entanto, o
professor, com sua dedicação em ensinar, já esclarece que o intuito do curso não é rivalizar os
entendimentos, muito menos gerar debates para ver quem ganha, mas sim, levar ao aluno o
entendimento das duas escolas para que, consigam enxergar a utilidade destes dois tipos de
pensamentos na sociedade atual, mesmo que ainda assim, exija a tomada de posição do aluno
para analisar através de uma das duas lentes dispostas.

Ainda que existam dicotomias neste conceito, algo é único e totalmente mensurado nesta
ciência social, o valor. Singer destaca que o valor é o ponto particular e único desta ciência que
comparada a outras ciências sociais, quase nunca se podem quantificar, apenas qualificar ou
categorizar.

E o valor, por sua vez, pode ser definido de duas maneiras, como a relação entre homem
e natureza, ou seja, definimos o valor baseado nas nossas necessidades e vontades e agregamos

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o valor aplicado com o grau de satisfação que ele pode representar. Nós atribuímos o valor dos
serviços ou objetos de acordo com o quanto aquilo pode nos satisfazer. Já a outra lente que
podemos enxergar o valor, se refere as questões sociais, ser humano com ser humano, que pode
ser medido como tempo de serviço empenhado e de trabalho produtivo. Com isso, é apresentado
ao aluno duas teorias extremamente importantes na ciência econômica: a teoria do valor-
utilidade e a teoria do valor-trabalho.

Para Singer, o valor-utilidade é um tipo de valor totalmente subjetivo e individual, que

não existe uma razão racional para se tê-lo, nele, o professor cita o exemplo a fome, para
justificar seu ponto, quando por exemplo, só iremos buscar a satisfação, quando sentíssemos
fome, ficando totalmente valorizado a partir do momento que desejamos o objeto da vontade,
no caso, a comida. No entanto, este valor é ponderado, pois, ele identifica que a publicidade
consegue condicionar o homem, mesmo que de maneira irracional, a adquirir um serviço ou
objeto. Ou seja, a utilidade do produto pode ser valorizada também pelo poder de persuasão
que as empresas tem para convencer o consumidor de realizar a sua satisfação, e não, de forma
espontânea, como se faria. Já o valor-trabalho, surge da interação social e é totalmente
dependente dos diferentes nichos de trabalho de cada ser humano, cada função da sociedade é
interligada para gerar determinado valor, sendo impossível, criar valor em algum produto ou
serviço sem que existisse esta cadeia coletiva e diferente do valor-utilidade, neste caso torna-se
totalmente objetivo, pois podemos quantificar e equiparar cada produto ou serviço prestado,
baseado no tempo de trabalho dedicado para a produção. O professor também destaca que
dentre as duas teorias de valor, a que predomina e evoluiu para acompanhar o tempo e a
modernidade do mundo foi a teoria de valor-trabalho, devido as novas divisões de trabalho e a
evolução do pensamento do ser humano que ao invés de buscar somente a realização das
necessidades individuais, se organiza hoje para viver em sociedade onde todos desempenham
um papel.

Vale destacar também o ponto dentro da teoria de valor-utilidade algo comum para a
sociedade que é o conceito de excedente social. Os seres humanos tendem a preferir o consumo
imediato de bens e serviços, mas, a partir do momento que escolhem poupar, isso gera a
valorização, que pode ser traduzido como o juros quando guardamos dinheiro, por exemplo.

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Singer acaba identificando que as duas teorias existem e operam continuamente na
sociedade, embora a teoria de valor-trabalho seja macroeconômica, isto é, que o peso dela seja
mais importante para analises de grandes processos, e que também o resultado seja a longo

prazo, enquanto a teoria de valor-utilidade seja mais focada no ser humano individual, ambas
podem complementar os pensamentos e entendimentos.

Neste primeiro capitulo, o aluno que esteve presente nos anos 60 vendo pessoalmente a
aula ministrada, ou o leitor de gerações vindouras, consegue visualizar de uma maneira mais
técnica, o dia a dia da sociedade, ainda que, de forma vislumbrada e sem muito aprofundamento
dos conceitos, também conseguir imaginar toda a engenhosidade e complexidade da formação
de uma sociedade, se tratando especificamente das questões socioeconômicas. Citando nomes
importantes como Marx, Lange e Keynes, Paul Singer soube como introduzir este universo de
pensadores e cientistas para os interessados que estão adentrando a estes planos. A leitura vale
a pena e graças a modernidade dos tempos atuais e ao nível de informação que não teríamos há
60 anos atrás para buscar além do livro, outros dados e explicações que complementem todos
os conceitos abordados.