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PROFª MS.

JOYCE GUADAGNUCI

A ESPECIALIZAÇÃO DO
JORNALISMO

Jornalismo Especializado - ESAMC


01 A especialização pode estar
JORNALISMO associada a meios de comunicação
ESPECIALIZADO específicos (jornalismo televisivo,
radiofônico, ciberjornalismo etc)
Três manifestações empíricas

02 a temas (jornalismo econômico,


científico, esportivo etc)

03 aos produtos resultantes da junção


de ambos (jornalismo esportivo
radiofônico, jornalismo cultural
impresso etc)
Associado ao crescente desenvolvimento
dos meios de comunicação.
JORNALISMO
Nasce, em grande medida, das
ESPECIALIZADO exigências da audiência que se
apresenta cada vez mais diversa e que
procura conteúdos específicos de seu
interesse para se aprofundar.
A segmentação está ligada também ao
processo de globalização.

O acesso à informação está internacionalizado e


JORNALISMO a delimitação de um só tema ou grupo de
informações que contemplem um certo público
ESPECIALIZADO facilita a vida dos indivíduos bombardeados pelo
e a globalização volume imenso de novas notícias.

As publicações segmentadas fazem um papel


de selecionadoras daquilo que pode
interessar, poupando o tempo do consumidor.
(Loose & Girardi, 2001, p.131).
ALGUMAS PERGUNTAS PRECISAM SER FEITAS:
JORNALISMO
ESPECIALIZADO Existe diversidade ou apenas excesso
de informações na sociedade midiática?
e a globalização
As publicações especializadas contribuem para
um aprofundamento das matérias jornalísticas?
Segundo Mattelart apud Abiahy (2000), um
JORNALISMO aparente paradoxo entre as tendências da
sociedade globalizada seria a “diversificação
ESPECIALIZADO na padronização” e a "desmassificação
e a globalização generalizada", expressões que o autor usa
para tratar do processo de fragmentação que
recai sobre a sociedade contemporânea.
CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA

É necessário considerar a tendência da segmentação do público que


ocorre em paralelo às fusões dos conglomerados da área comunicativa.

Um fenômeno paradoxal que traz a monopolização dos meios de


comunicação, porém, utiliza a diversificação nos veículos de informação
como meta.

A diferenciação das produções informativas atende às estratégias


econômicas das empresas comunicativas, mas também democratiza a
escolha do público.

Um esquema que substitui a massificação pela personalização.


CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA

Para Ortiz (1996), deixamos de ser massa para sermos “consumidores”.


Vivemos agora, a “angústia da escolha”, na ótica empresarial.

No consumo de produtos informativos, isso parece bom para o público e


mais lucrativo para as empresas de comunicação.

As grandes corporações se unem para utilizarem todos os meios disponíveis


e, assim, oferecerem uma multiplicidade de conteúdos.
CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA

É um processo esquizofrênico, segundo Ortiz (1996),


que só pode ser compreendido dentro dessa lógica de
aliança entre a fragmentação e a concentração.

O consumidor pode escolher o produto cultural com o


qual mais se identifica, mas o lucro irá, provavelmente
para o mesmo produtor.
CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA
e as escolhas do consumidor

Não é apenas a partir das estratégias econômicas que podemos


compreender este crescimento da segmentação do mercado.

A aceitação das produções segmentadas indica que os indivíduos


necessitam encontrar um fator de união e de identificação entre si.

Nesse estágio em que as escolhas individuais prevalecem sobre o


engajamento com a coletividade, faz sentido que a informação
procure atender às especificidades ao se dirigir aos públicos
diferenciados.
CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA
e as escolhas do consumidor

Vivemos tempos de desintegração das ideologias e de ruptura com


um projeto de modernidade que pregava a unidade.

E o jornalismo especializado, de certa forma, é a expressão destes


tempos.

Na medida em que diferenças e divergências foram afrouxando os


laços da coletividade, os indivíduos foram se fechando em seus
interesses particulares, dividindo a comunidade em nichos diversos.
CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA
e as escolhas do consumidor

O papel do jornalismo especializado seria


o de orientar o indivíduo que se encontra
perdido em meio à proliferação de
informações, ou seria ele próprio um
exemplo, justamente um reflexo desta
proliferação?
CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA
e as escolhas do consumidor

As publicações especializadas servem como um termômetro da


gama de interesses das mais diversas áreas, expondo o nível de
dissociação entre os componentes da Sociedade da Informação.

Por outro lado, podemos considerar que as produções


segmentadas são uma resposta para determinados grupos que
buscavam, anteriormente, uma linguagem e/ou uma temática
apropriada ao seu interesse e/ou contexto.
CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA
e as escolhas do consumidor

Na contemporaneidade, a identidade dos indivíduos encontra-se


definida não essencialmente por padrões socioculturais enraizados em
sua comunidade, inseridos num contexto histórico, mas vem tornando-
se desterritorializada quando determinada por escolhas subjetivas,
baseadas em opiniões ou atitudes isoladas.

O padrão de consumo é o que define o perfil sociocultural dos grupos


sociais: pessoas em lugares diferentes do globo partilham dos mesmos
produtos de consumo, dependendo obviamente de seu poder aquisitivo.
CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA
e as escolhas do consumidor

É por isso que cada vez mais o lema das corporações:

O DEVER PRIMEIRO DE TODO CIDADÃO É SER UM BOM CONSUMIDOR

vem conseguindo, ao menos têm tentado com bastante êxito, ofuscar a


memória nacional em nome de uma memória popular internacional.
CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA
e as escolhas do consumidor
Mas a busca pela identidade é um fator presente em ambos os extremos dessa
situação, os consumidores com as suas expectativas atendidas na nova política de
personalização dos produtos empreendida pelas companhias e os indivíduos formando
suas tribos ou focos de resistência à uniformização.

Seguem dois exemplos:

ALMA PRETA

PONTE
JORNALISMO Ao abordar temas que anteriormente não eram focados
pelos meios de comunicação, o jornalismo
ESPECIALIZADO especializado coopera assim para que estes ganhem
uma maior importância e visibilidade deixando também
e a convergência a hierarquização mais flexível.

midiática Esta maior pluralidade de temáticas deve-se não só à


especialização jornalística, mas também a própria
multiplicação das mídias.

"Requerendo do público novas habilitações e competências para absorver a informação,


este novo panorama simplificou a acessibilidade da produção e tornou mais horizontal e
menos seletivo o acesso ao conhecimento (Coutinho e Lisbôa, 2011)."
O processo de massificação da rede que
JORNALISMO caracteriza a sociedade de informação,
determina quando uma tendência acaba
ESPECIALIZADO por se tornar algo de massas e origina uma
nova era que não só se carateriza pela
e a convergência democratização do acesso à informação,
midiática mas que revela também que nunca
possuímos tanta informação disponível
quanto agora.
A convergência midiática se faz pelas
multifuncionalidades dos variados aparelhos
eletrônicos que são oferecidos no mercado.

JORNALISMO Os consumidores ganharam mais autonomia e se


ESPECIALIZADO acostumaram a acessar conteúdos de vários meios
de comunicação num único lugar e a qualquer
e a convergência momento.
midiática
Segundo Jenkins (2006, p.43),“graças à proliferação
de canais e à portabilidade das novas tecnologias
de informática e telecomunicações, estamos
entrando numa era em que haverá mídias em todos
os lugares”.
No entanto, para o autor, a convergência não
ocorre somente por meio de aparelhos, ela se dá
JORNALISMO dentro dos cérebros de consumidores individuais
ESPECIALIZADO e em suas interações sociais.

e a convergência "Cada um constrói a própria mitologia pessoal,


a partir de pedaços e fragmentos de
midiática
informações extraídos do fluxo midiático e
transformados em recursos através dos quais
compreendemos nossa vida cotidiana. "
(JENKINS, 2006, p. 30)
JORNALISMO ESPECIALIZADO
e os critérios de noticiabilidade
Quando se pensa na relação do jornalismo com segmentos e publicações
(ou programas audiovisuais) por ele criados para um público específico, os critérios de
noticiabilidade devem ultrapassar a superfície “puramente” noticiosa do jornalismo e
levar em conta outras questões como:

- o tratamento de uma identidade;


- o julgamento de valores;
- a prestação de serviços,;
- novas preocupações estéticas e visuais (uma programação gráfica distinta).

Ou seja, um novo olhar em relação “à forma e ao sentido”, e também à própria realidade social.
JORNALISMO ESPECIALIZADO
e os critérios de noticiabilidade
A informação no jornalismo especializado visa não apenas o objetivo de manter as
pessoas informadas, mas também o de situá-las no mundo, oferecendo, tematicamente,
tópicos que permitem um reconhecimento, uma identificação, um posicionamento frente
à realidade.

É muito mais importante, nesse tipo de comunicação, o desenvolvimento e o


aprofundamento do fato noticiado, o que torna a atualidade um fator secundário, ao
contrário do status que este valor-notícia tem no jornalismo de informação geral.

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