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Salud Uninorte
ISSN: 0120-5552
saluduninorte@uninorte.edu.co
Universidad del Norte
Colombia

Cardona Arango, Doris; Pelaez, Enrique

Population ageing in the 21st century: opportunities, challenges and concerns
(Envelhecimento da população no século 21: oportunidades, desafios e
preocupações) Salud Uninorte, vol. 28, no 2, maio-agosto, 2012, pp. 335-348.
Universidad del Norte
Barranquilla, Colômbia

Disponível em:
http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=81724957014
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ARTIGO DE REFLEXÃO / artigo de reflexão

Envelhecimento da população no século XXI:

oportunidades, desafios e preocupações

Envelhecimento da população no século XXI:

oportunidades, desafios e preocupações

Doris Cardona Arango1 , Enrique Peláez2

Resumo

Com um enfoque demográfico, essa reflexão procurou destacar os desafios, as

oportunidades, as transformações e as preocupações que o envelhecimento da
população representa, o que requer uma visão abrangente do fenômeno em diferentes
esferas. Para isso, foi descrito o comportamento das transformações populacionais ao
longo de um século (1950-2050) no mundo, na América Latina e no Caribe e na
Colômbia, destacando as mudanças em alguns indicadores demográficos. Essa reflexão
levou à conclusão de que as oportunidades, os desafios e as preocupações impostas pelo
envelhecimento populacional no século XXI serão um fator determinante no
desenvolvimento dos povos, que terão de enfrentar uma diminuição da fertilidade e um
aumento da expectativa de vida, causando mudanças na estrutura populacional,
aumentando as exigências dos serviços de saúde e dos sistemas econômicos e de
seguridade social para atender a uma demanda maior com novas estruturas familiares e
relações intergeracionais, mas a força de trabalho produtiva, potencialmente contribuinte
para os dois sistemas, aumentará.
Palavras-chave: Envelhecimento da população, fertilidade, mortalidade,
e x p e c t a t i v a d e vida.

Resumo

Esta discussão tenta mostrar os desafios, as oportunidades, as mudanças e as

preocupações de uma população que está envelhecendo, o que exige uma visão holística
do fenômeno a partir de diferentes perspectivas. Para isso, descrevemos o
Data de recebimento: 17 de abril de 2012
Data de aceitação: 14 de junho de 2012

comportamento das mudanças populacionais durante um século (1950-2050) no mundo,

na América Latina e no Caribe e na Colômbia, destacando as mudanças nos
indicadores demográficos. Esse raciocínio levou à conclusão de que as oportunidades,
os desafios e as preocupações apresentados pelo envelhecimento da população no
século XXI serão um fator de desenvolvimento dos povos, que enfrentarão um declínio
na fertilidade e um aumento na expectativa de vida, causando mudanças na estrutura
populacional, aumentando as demandas nos serviços de saúde e nos sistemas
econômicos e de seguridade social para atender ao aumento da demanda com novas
estruturas familiares e relações intergeracionais, mas que aumentarão a força de
trabalho produtiva potencialmente contribuinte dos dois sistemas.
Palavras-chave: Envelhecimento demográfico, fertilidade, mortalidade, expectativa de vida.

1 Professor pesquisador da Universidade CES, Colômbia. 2

2 Professor de pesquisa da Universidade Nacional de Córdoba, Argentina. 6
8
Correspondência: Endereço postal: Calle 10A, 22-04. Telefone (57-4) 4440555, ramal 1445, fax (57-4) 2
Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348 335
 876. doris.cardona@gmail.com

Vol. 28, No. 2, 2012

ISSN 0120-5552

336 Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348

 Envelhecimento da população no século XXI:
OPORTUNIDADES, desafios e PREOCUPAÇÕES

desafio do envelhecimento da população?

INTRODUÇÃO

O crescente envelhecimento da população

que os países estão enfrentando representa
um desafio para os governos e as
instituições adotarem medidas para lidar
com os efeitos do crescimento
populacional e se prepararem para as
necessidades futuras, com soluções
institucionais, sociais, econômicas, políticas
e culturais que respondam à complexidade
do fenômeno.

À já premente lista de problemas não

resolvidos nos países latino-americanos,
como a pobreza, a exclusão social e a
vulnerabilidade, devem agora ser
acrescentados os custos sociais e
econômicos do envelhecimento, em um
contexto de pleno posicionamento de um
padrão de desenvolvimento que, com
algumas nuances, favorece a estabilidade
macroeconômica em detrimento do bem-
estar social das pessoas (1). Essas
considerações tornam oportuno analisar a
vida das populações que enfrentam um
processo de envelhecimento gradual, com
uma redução no número de menores e um
aumento no número de adultos mais
velhos.

As desigualdades sociais, econômicas e

políticas tecem uma teia de desvantagens
em torno dos idosos que os tornam
vulneráveis em relação a outros grupos
populacionais, levantando questões de
interesse e relevância: haverá capacidade
econômica, organizacional e institucional
para suportar a população idosa cada vez
maior? Além de uma vida mais longa, que
políticas públicas devem ser adotadas hoje
para garantir uma vida de qualidade
amanhã? Que consequências e desafios o
envelhecimento da população traz para o
desenvolvimento dos povos? A sociedade
do futuro estará preparada para enfrentar o
Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348 337
 Doris Cardona Arango,juventude
Enrique Peláeze
se aproxima da morte; é
Para aprofundar essa situação,
este artigo procura mostrar, a sobrecarregado com o estigma social e, por
partir de uma abordagem isso, deve se afastar da sociedade, isolar-se
demográfica, os desafios, as de corpos perfeitos, porque a velhice se
consequências, as torna uma doença incurável. A psicologia
transformações e as tem estudado a dificuldade de adaptação,
preocupações que o que se torna uma situação estressante (3).
envelhecimento da população
representa, o que exige uma
visão abrangente do fenômeno
em diferentes esferas.

Conceitos e definições fundamentais

Etimologicamente, a velhice é
derivada do latim veclus,
vetulus, que significa "pessoa
muito velha". Desde a
antiguidade, a velhice tem sido
dividida em duas visões: uma
completamente negativa,
representada por Aristóteles,
que apontou que a senescência
é sinônimo de deterioração e
ruína, e Sêneca, que afirmou
que a velhice é uma doença
incurável. A outra visão é a
otimista de Platão e Cícero,
que argumentam que a velhice
traz consigo o domínio das
paixões e que o velho é
respeitado desde que mantenha
sua autoridade e o respeito
pelos seus. A relevância dessas
contribuições reside no fato de
que ambas as visões
filosóficas permearam as
representações sociais da
velhice ao longo da história
humana (2).

A imagem da velhice tem um

componente psicossocial
relacionado ao estereótipo
atual, orientado para a
juventude, para o cultivo da
saúde corporal a fim de se
sentir jovem, de parecer
jovem. Ninguém quer
envelhecer,
338
porque se afasta da Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348
 Envelhecimento da população no século XXI:
OPORTUNIDADES, desafios e PREOCUPAÇÕES

A perspectiva do ciclo de vida introduz a idade (4). Embora a idade

noção de que a velhice é apenas mais um pareça ser
estágio no processo total do ciclo de vida.
Em outras palavras, a velhice não implica
necessariamente uma ruptura no tempo ou
a entrada em um estágio terminal, mas faz
parte de um processo no qual o indivíduo
continua a ser integrado à sociedade, assim
como nos estágios anteriores; ela não teria,
por definição, razão para ser um estágio de
exclusão social (1). Em meados da década
de 1960, foi proposto que a idade
inevitavelmente leva à formação de uma
subcultura, que determina e direciona o
comportamento de seus membros; as
sociedades estariam, então, forçando as
pessoas além de uma certa idade a se
tornarem uma minoria (1).

O conceito que cada indivíduo tem de

velhice é uma construção cultural que
invoca formas de parentesco, economia,
saúde, capacidade funcional, modos de
comportamento, educação, religião,
marginalização, ética, política e outras
áreas de organização social e cultural.
Nesse sentido, os elementos predominantes
que caracterizam a vida cotidiana de
muitos adultos mais velhos são a solidão e
a marginalização como consequência da
diferença familiar e social, portanto, a
velhice é muitas vezes interpretada como
sinônimo de doenças indesejáveis, proxi-
midade de morte, pobreza e negligência
(2).

O envelhecimento, por outro lado, é um

processo que se desenvolve gradualmente
entre os indivíduos e no coletivo
demográfico. As pessoas envelhecem à
medida que passam pelo ciclo de vida e o
processo é irreversível; a população
envelhece à medida que as coortes de idade
mais avançada aumentam seu peso na
população como um todo e o processo é
reversível; mas a diferença entre os dois é a
Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348 337
Embora a idade possa ser o critério Dorismais
Cardonaadequado
Arango, Enrique Peláez

para delimitar o envelhecimento, a determinação de

um valor numérico preciso sempre estará sujeita a
arbitrariedades; vários significados são conhecidos,
tais como idade biológica, mediada por fatores
ambientais e traços genéticos individuais; idade
psicológica ou subjetiva, referente à capacidade de
aceitar a si mesmo e de se ajustar ao ambiente; idade
social, que reflete os efeitos das normas que regem o
comportamento dos indivíduos no campo social (4); e
idade cronológica, ou cada um dos períodos
(geralmente anos) em que se considera que a vida está
dividida.

Essas abordagens deixam claras as diferenças entre

velhice e envelhecimento. A velhice é um estágio do
ciclo de vida humano que começa no nascimento e
termina na morte e, embora muito tenha sido feito
para impedi-la, não há tecnologia que possa manter o
corpo humano vivo para sempre, pois o
envelhecimento é resultado do acúmulo de danos às
células e aos tecidos, só pode ser retardado e, quando
é inexoravelmente alcançado, é socialmente chamado
de velhice, idoso, terceira idade, velho, ancião, avô,
avó, idoso, entre outros. O envelhecimento, por outro
lado, é um fenômeno que se evidencia pelo aumento
do número de idosos como proporção da população
total.

MATERIAIS E MÉTODOS

Com base na abordagem empírico-analítica, foi

elaborado um estudo descritivo e prospectivo para
projetar o envelhecimento da população de 1950 a 2050,
a f i m d e analisar seus desafios e implicações, do
ponto de vista demográfico, devido à velocidade com
que a população adulta está aumentando.

338 Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348

 Envelhecimento da população no século XXI:
OPORTUNIDADES,
na América Latina e no Caribe.
Caribe, e na Colômbia em particular.
As informações sobre as populações foram
retiradas das Nações Unidas: Population
Di- vision of the Department of Economic
and Social Affairs. Foram preparadas tabelas
e gráficos comparativos, e alguns
indicadores demográficos foram
calculados, como idade média (MA), índice
de envelhecimento (AI), taxa de fertilidade
total (TFR), expectativa de vida (LE) (6),
índice ou escala de Madri (MI) e índice de
apoio dos pais (7), a fim de determinar o
grau de demandas e apoio recebido pelos
idosos.
RESULTADOS
A natureza sociodemográfica do processo
de envelhecimento é evidente em suas
causas e consequências, originadas em
diferentes esferas: social, econômica,
política e cultural. Em muitos países da
América Latina e do Caribe, a consciência
das tendências atuais está aumentando,
exigindo o reajuste das instituições
econômicas e sociais para atender a
demandas anteriormente desconhecidas.
O envelhecimento da população é uma
questão importante nos países em
desenvolvimento, que, segundo as
projeções, crescerão de 8% dos adultos
com mais de 60 anos de idade em 1950
para 22% em 2050, enquanto os menores
de 15 anos aumentarão de 34% em meados
do século XX para 20% cem anos depois.
Essa mudança demográfica representa um
grande desafio de recursos: os países
desenvolvidos estão envelhecendo
dramaticamente e enfrentam problemas
relacionados ao desemprego e à
sustentabilidade de suas economias.
Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348
desafios e PREOCUPAÇÕES
sistemas previdenciários, enquanto os
países em desenvolvimento são
confrontados com os problemas de
desenvolvimento ao mesmo tempo em que
suas populações estão envelhecendo (8).
Globalmente, o índice de envelhecimento
(IE) aumentará de 15 pessoas com mais de
65 anos de idade para cada 100 jovens com
menos de 15 anos em 1950 para 83 em 2050;
na América Latina e no Caribe, esse índice
aumentará de 9 para 114 idosos para cada
100 jovens e, na Colômbia, de 8 para 96,
quase igualando esses dois grupos
populacionais. De acordo com o
Departamento de Assuntos Econômicos e
Sociais das Nações Unidas, estima-se que
em 2006 havia 688 milhões de pessoas
com mais de 60 anos no mundo, e projeta-
se que em 2050 haverá 2 bilhões,
ultrapassando, pela primeira vez na história
da humanidade, os menores de 15 anos (9).
Oportunidades, desafios e preocupações
As oportunidades, os desafios e as
preocupações impostas pelo
envelhecimento populacional no século
XXI serão um fator determinante para o
desenvolvimento dos povos, uma vez que
eles terão de enfrentar uma diminuição dos
componentes demográficos (fecundidade e
mortalidade), com a consequente mudança
na estrutura populacional por idade, o que
criará demandas nos serviços de saúde e
nos sistemas econômicos e de seguridade
social para atender a um volume maior de
população idosa, novas estruturas
familiares e mudanças nas redes sociais
que dão suporte afetivo a grupos
homogêneos de indivíduos.
1. Declínio da fertilidade e da
mortalidade
A queda acentuada nas taxas de fertilidade
339
e a melhoria na saúde dos Doris Cardona Arango, Enrique Peláez

adultos na UE levaram a um
declínio acentuado na taxa de
fertilidade e a uma melhoria
na saúde da população adulta.

340 Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348

 Envelhecimento da população no século XXI:
OPORTUNIDADES, desafios e PREOCUPAÇÕES

O processo de envelhecimento está local, enfrentando a coexistência de todos

ocorrendo mais rapidamente nos países que os grupos populacionais, com maior
registraram os declínios mais acentuados expectativa de vida e a coabitação de
nas taxas de fertilidade; entre 2000 e 2050, várias gerações (avós, pais, filhos e netos)
a porcentagem da população com 65 anos (11).
ou mais aumentará para 65 anos ou mais.
O processo de envelhecimento está De acordo com as Nações Unidas, está
ocorrendo mais rapidamente nos países ocorrendo uma transição com a redução
q u e r e g i s t r a r a m os declínios dos níveis de fertilidade no mundo, cuja
mais acentuados nas taxas de fertilidade; taxa de fertilidade total (TFR) passou de
entre 2000 e 2050, a porcentagem da 4,95 para 2,17 filhos por mulher entre
população com 65 anos ou mais 1950-1955 e 2005-2010, e o nível de
aumentará, por exemplo, de 10 para quase substituição geracional, se as tendências
27% em Cuba e de 5 para 18% no Brasil continuarem, será alcançado entre 2065-2070
(10). (TFR=2,09) (5). Na América Latina e no
Caribe, a taxa de fertilidade foi a que mais
O aumento de nascimentos durante a era diminuiu, passando de 5,86 no período de
do "baby boom" na América Latina 1950-1955 para 2,16 filhos por mulher
significa que a região está enfrentando uma entre 2010-2015, e nos próximos cinco
onda de crescimento na faixa etária acima anos terá ultrapassado o nível de reposição
de 60 anos e, desde 2000, a população de (TFR=2,05). A Colômbia caiu de 6,76 filhos por
idosos dobrou em apenas duas décadas, mulher entre 1950-1955 para 2,29 em 2010-
atingindo aproximadamente 80 milhões de 2015, e atingirá o nível de reposição
pessoas. Essa mudança demográfica afeta (TFR=2,04) no período de cinco anos 2020-
toda a humanidade, mas as condições de 2025, para 1,77 filhos por mulher em 2045-
vida e desenvolvimento de cada país farão 2050, semelhante à taxa de fertilidade total
com que os desafios sejam diferentes, na América Latina e no Caribe (TFR=1,79)
dependendo do estágio de transição pelo (5) (Figura 1).
qual estão passando.

TGF
7

Mundo
América Latina
Colômbia
5

0
1950- 1955- 1960- 1965- 1970- 1975- 1980- 1985- 1990- 1995- 2000- 2005- 2010- 2015- 2020- 2025- 2030- 2035- 2040- 2045-
1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050
Ano

Fonte: Nações Unidas, World Population Prospects: The 2008 Revision (2009).

Figura 1. Taxa de fertilidade total (filhos por mulher). Mundo,

Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348 341
 América
Doris Cardona Latina e Caribe
Arango, Enrique e Colômbia, 1950-2050.
Peláez

342 Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348

 Envelhecimento da população no século XXI:
OPORTUNIDADES, desafios e PREOCUPAÇÕES

O declínio da mortalidade nos países ganhos no futuro. Nos primeiros anos do

desenvolvidos dependeu de p r o g r a m a s século XXI, será alcançada uma taxa de
de saúde pública, avanços tecnológicos, mortalidade bruta mais baixa, que
desenvolvimento de tecnologia médica, aumentará novamente devido ao crescente
acesso a serviços de saúde, entre outros. envelhecimento das estruturas
Nos países da América Latina, foram populacionais, com mais mortes ocorrendo
adotadas medidas de saúde pública em grupos etários mais velhos e, nas
(programas de nutrição, condições de vida, próximas décadas, a maior porcentagem de
tecnologias médicas, novos medicamentos, mortes ocorrerá após os 75 anos de idade
equipamentos médicos etc.), (13).
principalmente nos países mais
desenvolvidos, independentemente do Em termos globais, a expectativa de vida
sistema econômico nacional, o que levou a ao nascer aumentará de 46,6 anos em
uma redução mais rápida da mortalidade 1950-1955 para 75,5 anos entre 2045-
(12) e, portanto, a um aumento da 2050; na América Latina e no Caribe,
expectativa de vida da população. aumentará de 51,4 para 79,6 anos para
ambos os sexos, e na Colômbia aumentará
A expectativa de vida (EV) ao nascer e em de 51,3 para 79,8 anos em 2045-2050; ou seja,
todas as idades aumentou a vida será prolongada, em média, em 28,4
consideravelmente, e a projeção é de que anos ao longo de apenas 100 anos (Figura
seja maior nos próximos anos. 2).

90
anos

80

70

50

40

30

Mundo
América Latina
10 Colômbia

0
1950- 1955- 1960- 1965- 1970- 1975- 1980- 1985- 1990- 1995- 2000- 2005- 2010- 2015- 2020- 2025- 2030- 2035- 2040- 2045-
1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050
Ano

Fonte: Nações Unidas, World Population Prospects: The 2008 Revision (2009).

Figura 2. Expectativa de vida ao nascer. Mundo,

América Latina e Caribe, e Colômbia, 1950-2050

Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348 343

 Doris Cardona Arango, Enrique Peláez

2. Mudança na estrutura da população 100+

1950 2050
90 a 94

A estrutura etária de uma população 80 a 84

depende principalmente da fertilidade; 70 a 74

mudanças moderadas na mortalidade não a 60 a 64

alteram substancialmente (14). As 50 a 54

tendências históricas mostram que as 40 a 44

populações são muito mais afetadas pelo 30 a 34

declínio da fertilidade do que pelo declínio 20 a 24

gradual da mortalidade, mas se a 10 a 14

mortalidade diminuir repentina e 0a4

700.000 500.000 300.000 100.000 100.000 300.000 500.000 700.000
continuamente, a estrutura etária é afetada, Milhares de pessoas

levando a um aumento nos grupos extremos População mundial

de expectativa de vida (14).
100+
1950 2050
Junto com a mudança absoluta devido ao 90 a 94

aumento de sua população, a população 80 a 84

mundial está caminhando para o 70 a 74

envelhecimento de sua estrutura etária, com 60 a 64

uma diminuição nos grupos mais jovens e 50 a 54

40 a 44
um aumento na população de adultos mais
30 a 34
velhos, que em 1950 era de 2.529.345.000 e
20 a 24
5,2% (130.543.000) com 65 anos ou mais, 10 a 14
e em 2050 está projetada para 0a4
9.149.983.000 habitantes, triplicando a 60.000 40.000 20.000 0 20.000 40.000 60.000
Milhares de
participação de adultos mais velhos para pessoas

16,3% (1.486.861.000). A América Latina e Caribe

e x p e c t a t i v a d e vida mais longa
das mulheres também é evidente, tanto em 100+

1950 2050
números quanto no peso relativo desse 90 a 94

80 a 84
grupo etário em particular (5).
70 a 74

60 a 64
A estrutura etária da população da América 50 a 54
Latina e do Caribe passará por uma 40 a 44
evidente mudança absoluta, com um 30 a 34

aumento da população no final da vida e 20 a 24

uma diminuição do número de jovens; uma 10 a 14

mudança que é relativamente evidente no 0a4

final da população de 167.307.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 1 .000 2.000 3.000 4.000 5.000
Milhares de pessoas

habitantes na região, onde os adultos mais

Colômbia
velhos representavam 3,5% (5.873.000) em
Fonte: Nações Unidas, World Population Prospects: The
1950 e está projetado para aumentar para 2008 Revision (2009).
729.184.000 habitantes em 2050, subindo
Figura 3. estrutura populacional. Mundo,
para 19,5% (142.078.000) (5) (figura 3).
América Latina e Caribe e Colômbia, 1950-
2050.

344 Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348

 Envelhecimento da população no século XXI:
OPORTUNIDADES,
A idade média (IM) da população mundial
aumentou de 24 anos em 1950 para 27
anos em 2000, e aumentará para 38 anos
em 2050; a América Latina e o Caribe
aumentaram de 20 anos em 1950 para 25
anos em 2000, e a projeção é de 42 anos
em 2050, e a Colômbia aumentará de 19
anos em 1950 para 39 anos em meados do
século XXI; ou seja, passou de uma idade
média de jovem para adulto.
3. Novos relacionamentos intergeracionais
O envelhecimento da população no século
XXI traz mudanças profundas nas
estruturas sociais, econômicas e culturais
dos países, uma situação já vivenciada nos
países desenvolvidos (1). Esse fenômeno
tem repercussões consideráveis sobre o
funcionamento das estruturas sociais, nesse
caso, as redes de apoio social,
principalmente as redes informais
(compostas por membros da família e
coabitantes), que provaram ser um recurso
formidável para as pessoas otimizarem sua
saúde e bem-estar (15).
A família é a principal provedora de
cuidados para adultos mais velhos,
geralmente com capacidade funcional e
cognitiva reduzida, o que leva à
dependência. Em muitos casos, a família
do idoso fornece apoio social, funcional,
financeiro ou material, afeto e assistência
de várias formas, embora a grande maioria
dos idosos seja relativamente independente
e fisicamente apta e funcional, o grupo de
pessoas com mais de 80 anos é mais
dependente, ainda mais se sua condição
socioeconômica e de saúde for limitada
(16); além disso, há dúvidas sobre a
capacidade da família de absorver um
número maior de idosos (17).
Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348
desafios e PREOCUPAÇÕES
Na família, o envelhecimento de seus
membros repercute na economia familiar,
na atenção e nos cuidados que devem ser
dispensados às crianças e aos idosos, e no
tecido social em geral, que vê como seus
recursos devem ser distribuídos em
diferentes direções. A longevidade
possibilita que membros de três ou quatro
gerações vivam juntos, força mudanças no
ciclo de trabalho e aposentadoria e obriga
as instituições a investirem em equipar os
prestadores de serviços sociais e de saúde
com o conhecimento e as habilidades
necessárias para prestar assistência em um
ciclo de vida cada vez mais longo (18).
Da mesma forma, a proporção de apoio aos
pais, considerando a população de 50 a 64
anos que poderia cuidar de seus pais com
mais de 80 anos, cai globalmente de 18,7
pessoas por idoso registrado em 1950 para
4,1 em 2050; na América Latina, cai de
19,5 para 3,5 e, na Colômbia, de 19,5
adultos por idoso para 3,6.
Vale a pena observar que, em muitos
casos, são os idosos que contribuem
significativamente para a renda familiar,
mas a incidência de pobreza é maior nos
lares em que os idosos contribuem com
mais de 50%. Essa situação pode ser
devida à dificuldade dos jovens de
contribuir para a economia familiar ou de
depender economicamente dos idosos,
como ocorre no Brasil, Chile, El Salvador,
Guatemala, Honduras, Panamá,
Argentina, Peru e República Dominicana.
Em países como Colômbia, Bolívia,
Equador, México, Paraguai e Uruguai, os
idosos contribuem com menos de 25% e,
portanto, dependem economicamente de
outros (19).
345
 Doris Cardona Arango, Enrique Peláez

4. Mudanças nas necessidades de saúde (22).

A demanda por serviços de saúde é o

resultado de uma necessidade sentida que
não pode ser definida apenas do ponto de
vista do médico, mas deve levar em
conta os aspectos pessoais e socioculturais
dos indivíduos que procuram os serviços
de saúde.
(20). E m g e r a l , a necessidade excede a
demanda, às vezes as pessoas não
percebem que precisam de cuidados ou os
custos dos cuidados as impedem de
procurá-los (20).

Paradoxalmente, um dos objetivos dos

sistemas de saúde e, especificamente, das
instituições de saúde, é fazer com que as
demandas e as necessidades dos usuários
coincidam, mas muito poucas medidas
foram tomadas para eliminar as barreiras
de acesso que os sistemas de saúde
colocam no caminho das pessoas,
especialmente as menos favorecidas e
onde, infelizmente, os problemas de saúde
são mais graves. Mas a grande lacuna entre
a demanda por serviços e as necessidades
da população também indica a existência
de problemas culturais ou a falta de
conhecimento dos problemas
epidemiológicos (21).

Existe uma relação entre a saúde dos

idosos, as condições de vida e o uso de
serviços de saúde e estilo de vida. Não há
coerência entre a atenção à saúde da
população com mais de 60 anos e sua
caracterização como grupo vulnerável
devido à baixa cobertura dos serviços, à
sua má qualidade, à gestão inadequada, à
escassez de recursos humanos capacitados,
à falta de conscientização sobre o
autocuidado e de programas específicos de
promoção, prevenção, diagnóstico,
tratamento e reabilitação, que para esse
grupo não tem sido considerado prioritário
346 Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348
 Envelhecimento da população no século XXI:
Com o envelhecimento da população, OPORTUNIDADES
estamos , desafios e PREOCUPAÇÕES
e n t r a n d o e m novos estágios da transição ou
polarização epidemiológica, passando da demanda por
doenças infecciosas e parasitárias para o aumento das
doenças crônicas e degenerativas, que exigem maior
intervenção multissetorial, uma vez que a saúde não
depende apenas do setor de saúde, pois necessita de
outros, como educação, transporte etc.

De acordo com a Organização Pan-Americana da

Saúde (OPAS), os desafios de saúde impostos à
sociedade por uma população que está envelhecendo
são: carga dupla de doenças, aumento do risco de
incapacidade, atendimento a populações que estão
envelhecendo, feminização do envelhecimento, ética,
desigualdades e economia populacional (23).

A deterioração do estado de saúde da população idosa

exige mais cuidados, que em muitos casos não podem
ser prestados pela família, transferindo a obrigação
para o sistema ou para a sociedade (voluntários) (7).
De acordo com o Índice de Madri (IM), supõe-se que
uma pessoa com idade entre 18 e 64 anos necessite de
apenas uma unidade de atendimento por pessoa,
enquanto os adultos com idade entre 65 e 74 anos e
aqueles com idade entre 15 e 17 anos necessitem de
1,2 unidade; aqueles com idade entre 5 e 14 anos
necessitem de 1,5 unidade; aqueles com idade entre
75 e 84 anos necessitem de 1,7 unidade e aqueles com
mais de 85 anos necessitem de duas unidades per
capita, assim como aqueles com menos de 4 anos de
idade (24).

Em 1950, eram necessários 35,3 cuidadores para cada

100 pessoas com mais de 65 anos de idade no mundo
naquela época, com taxas muito semelhantes na
América Latina e no Caribe (35,5% de cuidadores) e
na Colômbia (36,1% de cuidadores). Até o ano de
2050, essa demanda aumentará para 46,9% (11,6%
pontos percentuais) na América Latina e no Caribe.

Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348 347

 Doris Cardona Arango, Enrique Peláez
Na Colômbia, as unidades necessárias
aumentarão para 48,1% (aumento de 12,6%)
e na Colômbia será de 47,6% (aumento de
11,5%).
5. Aumento das demandas do Sistema
Geral de Previdência Social
Com o aumento da população adulta,
principalmente dos aposentados, e a
mudança na carga geral de doenças para
doenças crônicas, o modelo de seguridade
social dos países deve garantir um
atendimento coordenado e eficiente. Isso
exigirá uma reorientação dos sistemas de
saúde que atualmente estão organizados
em torno de experiências de doenças
agudas e episódicas, que são inadequadas
para atender às necessidades de saúde das
populações que estão envelhecendo (25).
As condições econômicas e sociais dos
idosos dependem não apenas dos
mecanismos oferecidos pelos sistemas de
seguridade social, sejam eles estatais ou
privados, mas também do papel da família
e das relações entre seus membros.
Tradicionalmente, as famílias com muitos
filhos eram vistas como uma garantia de
segurança para os idosos, tanto em termos
de sustento econômico e condições de vida
quanto para sua integração na sociedade.
Entretanto, a mudança demográfica
provocará uma grande transformação na
estrutura familiar, que se tornará menor,
com menos filhos e composta por várias
gerações simultaneamente (11).
Os sistemas de previdência social e de
saúde se tornaram as redes de serviços
mais importantes para os idosos (26),
fornecendo cobertura, acesso e qualidade
nos serviços de saúde, permitindo o
"subsídio" intergeracional, em que as
pessoas em idade economicamente ativa
348
Isso é de vital importância, pois os
sistemas de pensão se tornam o principal
mecanismo de renda econômica para esse
grupo populacional.
As aposentadorias são um mecanismo para
melhorar a qualidade de vida na velhice, o
que torna necessário um sistema de bem-
estar social adequado que incorpore não
apenas uma renda, mas também cobertura
total (universal) de saúde e serviços sociais
exigidos pelos idosos. O aumento da
longevidade determina os níveis de
prevenção para uma qualidade de vida
digna, respeitável, pacífica e tranquila. O
aspecto previdenciário contribui para
melhorar a qualidade de vida em termos de
garantia de uma renda monetária que reduz
a dependência dos idosos de suas famílias
ou da sociedade (11).
6. No sistema econômico
O aumento da proporção de adultos mais
velhos ocorre em um contexto econômico
em que o desenvolvimento das populações
é afetado por: insegurança econômica,
desvinculação do trabalho em idades mais
avançadas, aumento das populações
vulneráveis com maiores necessidades não
atendidas, mudanças na estrutura familiar,
aumento da urbanização, feminização de
alguns fenômenos e participação
econômica sem poupança e pensões etc.
Os efeitos dessas tendências sobre o
consumo, a poupança, o investimento, a
distribuição de renda, a flexibilidade da
mão de obra, a oferta de serviços de vários
tipos, as relações intergeracionais, a
igualdade social e de gênero, a gestão
econômica e sociopolítica, entre outros,
são desafios e preocupações.
Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348
 Envelhecimento da população no século XXI:
OPORTUNIDADES,
O impacto do envelhecimento da
população sobre a estrutura, as funções e o
desenvolvimento das sociedades é de longo
alcance. Esse impacto multifacetado do
envelhecimento populacional motiva a
exploração de suas tendências e de seus
antecedentes mais próximos (4), mas é
preciso mais amplitude e profundidade no
estudo do envelhecimento populacional
para explicar suas causas e avaliar suas
consequências (13).
Pressão sobre os sistemas de saúde, devido
à alta demanda por atendimento em
serviços para tratar problemas crônicos;
menor produtividade e maior demanda por
aposentadorias, porque aumenta a demanda
por pagamentos às economias em
desenvolvimento; juntamente com a carga
sobre os sistemas informais de apoio,
devido ao número crescente de pessoas
divorciadas, viúvas ou sem filhos que
demandarão institucionalização; e a
feminização do envelhecimento, devido à
maior probabilidade de ser deficiente,
viúvo ou com menos recursos financeiros,
são os principais problemas que os países
enfrentarão devido ao envelhecimento de
suas populações, devido às dificuldades de
estabelecer políticas que atendam às
necessidades dessa população (27).
CONCLUSÕES
A mudança demográfica que ocorrerá em
mais algumas décadas impõe desafios e
preocupações sobre a velocidade da
mudança, a capacidade do sistema de
seguridade social de lidar com as
demandas de saúde e previdência, o papel
da família no cuidado com os idosos, as
combinações nas transferências
econômicas familiares, a discriminação no
emprego e a necessidade de planejar uma
sociedade envelhecida e orientar as funções
do sistema de seguridade social.
Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348
desafios e PREOCUPAÇÕES
e serviços de saúde para atender às
necessidades de uma população que está
envelhecendo.
O envelhecimento da população e o
aumento da população adulta idosa são
caracterizados por uma alta incidência de
pobreza, desigualdade social aguda, baixa
cobertura de seguridade social e uma
provável tendência à deterioração das redes
de apoio familiar (17).
As implicações econômicas e sociais do
envelhecimento decorrem mais do número
crescente de pessoas idosas do que do
envelhecimento da população em si, mas o
envelhecimento da população não faz parte
da maioria das agendas governamentais da
região. O envelhecimento na pobreza está
ocorrendo atualmente, pois o aumento da
expectativa de vida oferece novas
oportunidades; em um mundo em
desenvolvimento, as populações estão
envelhecendo a uma taxa sem precedentes,
enquanto a maioria permanece na pobreza,
mas os adultos mais velhos continuam
sendo uma população invisível para
aqueles que promovem o desenvolvimento
econômico, a assistência médica e a
educação, pois são considerados
economicamente dependentes e passivos,
portanto irrelevantes para o
desenvolvimento e, em alguns casos, uma
barreira para a prosperidade, de acordo
com o relatório sobre envelhecimento e
desenvolvimento (28).
O declínio da mortalidade e da fertilidade é
a principal causa do envelhecimento na
América Latina e no Caribe (19), como
resultado da redução da mortalidade na
década de 1950 e da fertilidade na década
de 1960, alterando a estrutura etária com
uma redução no nível de reemergência dos
diferentes grupos.
349
 Doris Cardona Arango, Enrique Peláez
Na previdência social, as repercussões se
expressam principalmente nos
sistemas de pensão e oportunidade demográfica" que forneça
aposentadoria, maior necessidade de
assistência médica, psicológica e trabalho ativa que, se adequadamente
socioeconômica, devido ao aumento da
apresentação de doenças crônicas,
incapacitantes e degenerativas que exigem
serviços especializados, de alto custo e
atendimento multidisciplinar (29).
A Colômbia está passando por uma fase
moderada de envelhecimento, com uma
taxa de fertilidade entre 3 e 2,3 filhos por
mulher (TFR=2,29 no quinquênio 2010-
2015) e um índice de envelhecimento entre
20 e 32% (EI=20% em 2010) (19); Isso
contrasta com a baixa cobertura de adultos
mais velhos que recebem aposentadoria ou
pensão (23%); a situação é mais grave
entre as mulheres adultas, em que 41% não
têm renda própria (30), exigindo mais dos
sistemas de proteção social, da sociedade e
da família.
Espera-se que o processo de
envelhecimento da população do país se
torne mais evidente em mais alguns anos,
com uma taxa de envelhecimento estimada
em 101 pessoas com mais de 65 anos para
cada 100 jovens com menos de 15 anos de
idade, uma taxa de fertilidade abaixo do
nível de reposição e uma expectativa de
vida de 79,2 anos ao nascer, com as
mulheres atingindo 82 anos de idade até
2050.
Os desafios e as oportunidades gerados
pelo envelhecimento da população já
foram documentados várias vezes (31),
pois, embora haja uma diminuição no
comportamento da fertilidade e da
mortalidade, levando a uma mudança na
estrutura da população, as demandas sobre
o Sistema Geral de Previdência Social e
novas formas de apoio
350
A oportunidade de ter um "bônus
demográfico" ou uma "janela de
uma força de trabalho e uma força de
direcionada, poderia servir para aliviar o
sistema previdenciário, não foi explicitada,
No entanto, a tendência é considerar o
envelhecimento da população não como
um fator de desenvolvimento, mas como
uma barreira ao desenvolvimento de
comunidades, que desperdiçam o
patrimônio intelectual dos adultos mais
velhos acumulado de geração em geração.
Esses desafios tornam necessário pensar na
construção de sociedades para todas as
idades, com mudanças no papel do Estado
diante do envelhecimento da população,
adaptando seus sistemas e políticas
públicas ao comportamento das variações
demográficas, atribuindo novas
responsabilidades ao indivíduo, à família e
à sociedade, de acordo com o processo de
velhice e envelhecimento, sem criar
subculturas ou minorias e entendendo que
o desenvolvimento das sociedades deve ser
semelhante ou superior ao
desenvolvimento de seu povo; Isso implica
a satisfação das necessidades crescentes de
toda a população e a consequente melhoria
dos padrões de vida, sem hipotecar as
condições de vida das gerações futuras.
Essas políticas incluem: melhorar as
condições de vida de uma população que
está envelhecendo, manter a autonomia
para evitar a dependência, reavaliar todos
os estágios do ciclo de vida de acordo com
suas diferenças, adotar estilos de vida
saudáveis desde cedo, aumentar a
cobertura de saúde e melhorar a qualidade
de vida dos idosos.
Salud Uninorte. Barranquilla (Col.) 2012; 28 (2): 335-348
 Envelhecimento da população no século XXI:
OPORTUNIDADES, desafios e PREOCUPAÇÕES

com cuidados familiares primários, Sociais.

planejamento de moradias para adultos, já
que serão sociedades em transição,
programas de assistência social que
superem a ideia de mendicância, incentivo
à participação dos idosos nas decisões
sociais e familiares, promulgação de
normas de segurança para pedestres para
idosos, novos projetos de veículos e
adaptações de estradas e maior uso do
capital intelectual e cultural depositado nos
idosos (32).

Agradecimentos: Os pesquisadores gostariam

de agradecer à Universidad Nacional de
Córdoba (Argentina) por ter permitido o
desenvolvimento desse processo de pesquisa.

Financiado por: CES University, Faculty of

Medicine, Medellín (Colômbia).

Conflito de interesses: Nenhum.

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