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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

RAFAELA MOREIRA ALVES


THAYNÁ PEREIRA MORIS

O CONSUMO SEGURO DA SUCRALOSE COMO


SUBSTITUTO DA SACAROSE

Goiânia
2023
RAFAELA MOREIRA ALVES
THAYNÁ PEREIRA MORIS
O CONSUMO SEGURO DA SUCRALOSE COMO
SUBSTITUTO DA SACAROSE

Trabalho apresentado como requisito


para conclusão da disciplina de
Investigação Científica Aplicada à
Nutrição da Faculdade de Nutrição da
Universidade Federal de Goiás.

Orientador(a): Prof.ª Drª Rosana de


Morais

Goiânia
2023

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 4

2 OBJETIVO GERAL ....................................................................... 6


3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................. 7

4 CRONOGRAMA ............................................................................ 8

5 ORÇAMENTOS E RECURSOS .................................................... 9

6 RESULTADOS ESPERADOS ...................................................... 10

REFERÊNCIAS ............................................................................. 11

1 INTRODUÇÃO

Crescentes pesquisas relatam os malefícios advindos pelo elevado consumo


de açúcar para a saúde humana. No Brasil, segundo a Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF 2017-2018), 85,4% da população adiciona açúcar a alimentos e
bebidas. Considerando que esse cenário possui um papel potencial para o
desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), a Organização
Mundial da Saúde (OMS), recomenda limitar o consumo de açúcar a menos de 10%
das calorias diárias. Diante disso, a indústria alimentícia tem desenvolvido
edulcorantes como substitutos, com objetivo de reduzir a utilização do açúcar e
ingestão calórica (Sylvetsky & Rother, 2018).
Os edulcorantes são considerados aditivos alimentares, adicionados
intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar
as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais. São substâncias
diferentes dos açúcares, cuja principal função é conferir sabor doce ao alimento
(Portaria SVS/MS nº 540, de 1997). No Brasil, são regulamentados pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) após avaliação toxicológica pelo Comitê
Científico Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA) (RDC nº18,
24 de março de 2008 – ANVISA).
É comum encontrar na literatura trabalhos que classificam os edulcorantes
em três diferentes formas. A primeira é baseada no fornecimento de calorias pela
ingestão. A segunda se dá pela sua origem, podendo ser natural ou artificial. Por
fim, de acordo com seu potencial de dulçor, sendo considerados os de baixa
intensidade aqueles que possuem capacidade de adoçar igual ou menor que a
sacarose e de alta intensidade com poder adoçante superior a dez vezes a
sacarose (NICOLUCI et al.,2022).
Dentre os edulcorantes artificiais regulamentados no Brasil, a sucralose é
obtida a partir da transformação laboratorial da sacarose. É amplamente utilizada na
forma de adoçante de mesa e em alimentos industrializados, uma vez que seu
poder adoçante chega a ser 600 vezes maior que o da sacarose. Além disso, é
resistente a altas temperaturas e não contribui com calorias. A OMS aponta que sua
ingestão diária aceitável (IDA) é de 15mg/ kg de peso/ dia, valor considerado
seguro, sem o comprometimento a saúde.
O impacto na saúde da constante utilização de edulcorantes, incluindo a
sucralose, vem sendo amplamente estudados. Em 2022, foi realizado um ensaio
clínico randomizado com 47 adultos saudáveis e constatou-se que o consumo
prolongado da sucralose pode causar disbiose intestinal em indivíduos não
resistentes à insulina. Além disso, mostrou associação a elevação dos níveis da
área sob a curva da glicose (AUCG) e insulina sérica (MÉNDEZ García, LA et al).
A Associação Internacional de Adoçantes (ISA) se posicionou referente à
segurança do edulcorante, argumentando que o controle do regime alimentar
habitual não foi considerado e, portanto, pode ter afetado os resultados
encontrados, sendo que no mesmo ano, a OMS publicou que a longo prazo os
adoçantes sem açúcar foram associados ao aumento no risco para obesidade,
diabetes mellitus do tipo 2 e doenças cardiovasculares. Porém, foi enfatizando que é
necessário mais estudo controlado para determinar se as associações observadas
são genuínas ou resultado de causalidade e/ou confusão residual (ISBN: 978-92-4-
004642-9). Diante do que foi descrito, considera-se a hipótese de que há risco para
o consumo do edulcorante sucralose, visto que não são substâncias inócuas e mais
estudos, de qualidade, precisam ser realizados para que investiguem
profundamente seu impacto à saúde.

2 OBJETIVO GERAL

Analisar se existe risco à saúde quanto ao consumo do edulcorante sucralose.


3 MATERIAL E MÉTODOS

Será realizada uma revisão integrativa conforme etapas recomendadas por


Mendes et al. 2008 e Souza et al. 2010, considerando a seguinte pergunta
norteadora: Existe risco para o consumo do edulcorante sucralose? As informações
extraídas serão definidas mediante a uma pré -seleção dos artigos, análise crítica
dos estudos incluídos e, por fim, uma síntese dos resultados encontrados.
Serão incluídos artigos científicos com texto completo disponíveis em
amostras nacionais ou internacionais, sem restrição de idiomas. Serão considerados
estudos publicados entre os anos de 2018 e 2023, período de maior número de
divulgações de resultados na temática de edulcorantes. Definiu-se como critério de
exclusão: artigos que abordem outros edulcorantes que não sejam a sucralose.
As buscas serão feitas nas seguintes bases de dados: PubMed
(https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/), Brazil Scientific Electronic Library Online – Scielo
(https://www.scielo.org/), Biblioteca Virtual de Saúde (https://bvsalud.org/) e estudos
da literatura cinzenta na plataforma Google Acadêmico:
(https://scholar.google.com.br/?hl=pt). Para as bases de dados Scielo, PubMed e
BVS, será considerado os seguintes descritores: “edulcorante” OR “adoçante de
mesa” AND “risco à saúde humana”, com seus respectivos termos em inglês “
sweetener” OR “table sweetener” AND “ risk to human health”. Para o Google
Acadêmico será usado o campo de pesquisa avançada “encontrar artigos com todas
as palavras” e os descritores “edulcorante” AND “sucralose”. Em todas as bases de
dados será aplicado o filtro de ano de publicação, a partir do ano de 2018.
Após realizada a busca os artigos serão inseridos no aplicativo Rayyan Web
e excluído as duplicatas e/ou com indisponibilidade de texto completo. Feito isso,
será dado início à primeira seleção mediante a leitura de título e resumo realizada
por dois pesquisadores de forma independente. Em um segundo momento se dará
a próxima etapa de seleção com a leitura do texto completo e adotando-se os
critérios de inclusão e exclusão. A extração de dados será feita com preenchimento
de planilha em Excel com as informações pertinentes à pergunta de pesquisa,
contendo a autoria, o ano de publicação, objetivos, tamanho e nacionalidade da
amostra, e os resultados de cada estudo.

4 CRONOGRAMA

ATIVIDADES 2023 2024

ABR MAI JUN  JUL  AGO  SET OUT  NOV  DEZ  JAN FEV

Revisão da literatura x x x x x x x x
(Busca e definição dos
estudos “TOP 5”)
Padronização da x x x x
Estratégia de Busca

Seleção e Coleta de dados x x x

Tabulação de dados x

Discussão dos resultados x

Redação do TCC x x

Entrega do TCC x

5 ORÇAMENTO E RECURSOS

Para o presente estudo tanto os recursos financeiros quanto humanos serão


de responsabilidade da equipe de pesquisadores.

Tabela 1: Detalhamento do orçamento e recursos


Materiais Fonte do Quantidade Local de Valor
Procedimentos
necessários recurso estimada realização (R$)
Busca por Computador Domicílio do
Próprio 2
artigos com rede de internet investigado
Exclusão de Computador, internet Próprio 2 Domicílio do
duplicatas
e app Ryyan Web investigado

1 resma de
Computador, internet,
Pré-seleção e Próprio folhas e 1 Domicílio do
folhas A4, impressora 85,00
Leitura garrafa de investigado
e tinta preta
tinta
Extração de Computador, internet Próprio Domicílio do
2
dados e App Excel investigado
Domicílio do
Computador e App
Redação Próprio 2 investigado
Word

Total estimado 85,00

6 RESULTADOS ESPERADOS

A partir do presente estudo, almeja-se obter informações atualizadas sobre o


uso do edulcorante sucralose, fomentando a discussão, reflexão e produções
científicas acerca desse tema. Adicionalmente, espera-se que os pesquisadores
ampliem seus conhecimentos sobre a colaboração e/ou impacto do edulcorante à
saúde humana.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária; Portaria nº 540, de


27 de outubro de 1997. Aprova o Regulamento Técnico: Aditivos Alimentares -
definições, classificação e emprego, Brasília, 1997.

Nicoluci, Í. G., Takehara, CT e Bragotto, APA. (2022). Edulcorantes de alta


intensidade: tendências de uso em alimentos e avanços em técnicas analíticas.
Química Nova, 45 (2), 207–217. https://doi.org/10.21577/0100-4042.20170828
Food and agriculture organization of the united nations. Fao.org, 2023. Disponível
em: https://www.fao.org/food/food-safety-quality/scientific-advice/jecfa/en/Acesso
em: 30 de julho de 2023.

Ministério da saúde agência nacional de vigilância sanitária, RESOLUÇÃO - RDC Nº


18, DE 24 DE MARÇO DE 2008. BVSMS.SAUDE.GOV.BR, 2023. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2008/rdc0018_24_03_2008.html.
Acesso em: 30 de julho de 2023.

POF pesquisa de orçamento familiar. Ibge.gov.br, 2023. Disponível em:


https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/24786-pesquisa-de-orcamentos-
familiares-2.html. Acesso em: 30 de julho de 2023.

Sylvetsky AC, Rother KI. Nonnutritive Sweeteners in Weight Management and


Chronic Disease: A Review. Obesity (Silver Spring). 2018 Apr;26(4):635-640. doi:
10.1002/oby.22139. PMID: 29570245; PMCID: PMC5868411.

Chattopadhyay S, Raychaudhuri U, Chakraborty R. Artificial sweeteners - a review. J


Food Sci Technol. 2014 Apr;51(4):611-21. doi: 10.1007/s13197-011-0571-1. Epub
2011 Oct 21. PMID: 24741154; PMCID: PMC3982014.

Edulcorantes e suas características. Inmetro.gov.br, 2023. Disponível em:


http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/adocantes.pdf. Acesso em: 30 de
julho de 2023.

A sucralose não afeta a microbiota intestinal nem provoca alterações metabólicas


ligadas ao diabetes. sweetners.org, 2022. Disponível em:
https://www.sweeteners.org/pt/a-sucralose-nao-afeta-a-microbiota-intestinal-nem-
provoca-alteracoes-metabolicas-ligadas-a-diabetes/. Acesso em: 30 de julho de
2023.

N. Rios-Leyvraz M, Montez J. Health effects of the use of non-sugar sweeteners: a


systematic review and meta-analysis. Geneva: World Health Organization; 2022.
Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.
Use of non-sugar sweeteners: WHO guideline. Geneva: World Health Organization;
2023. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.

Ministério da saúde agência nacional de vigilância sanitária, RESOLUÇÃO-RDC Nº


271, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005. BVSMS.SAUDE.GOV.BR, 2000. Disponível
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