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F/DF 2021
Unidade III
Como para qualquer actividade que se pretende realizar, a aula exige para a sua concretização um
plano (Ismael e Mavanga 2005).
Ainda segundo Ismael e Mavanga (2005) toda a pessoa pensa antes de agir, isto é, ela tenta planificar a sua
vida e as suas actividades particulares e colectivas. Todos pensam no que devem ou no que não devem
fazer. Esta realidade não é apenas um hábito, mas uma necessidade, não se restringindo apenas a alguns
aspectos da vida da pessoa, mas a todos os sectores da vida pessoal e social.
Tudo é sonhado, imaginado, pensado, previsto e planificado para ser executado. De modo especial, as
actividades educacionais e de ensino exercidas pelo professor, na sala de aula, exigem pedagogicamente
uma planificação. Um professor que pensa seriamente e com responsabilidade nas acções que pretende
realizar em aula, planifica com seriedade e consciência essas mesmas acções.
Segundo Fouloquié (1971), planificar é estabelecer um programa que fixa, juntamente com o objectivo a
atingir num futuro determinado, os meios dos quais se espera que permitam realizá-lo, verificando-se as
condições da prospectiva.
Zabalza (1987), citando Clark e Yengs, aborda sobre os resultados de um inquérito a professores sobre a
necessidade da planificação, no qual estes argumentaram ser importante planificar para reduzir a ansiedade
e incerteza que o trabalho cria, definir orientações que dão confiança e segurança, para determinar os
objectivos a alcançar no termo do processo de instrução: que conteúdos deverão ser apreendidos para se
saber que matérias deverão ser preparadas e que actividades terão que ser organizadas, que distribuição do
tempo, etc., para encontrar estratégias de actuação a adoptar durante o processo de instrução: qual a melhor
forma de organizar os alunos, como começar as actividades e que marcos de referência para avaliação.
Planificar e da melhor forma possível, é importante para o professor em todos os aspectos porque:
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ajuda o professor a definir com detalhe os objectivos que atendam os reais interesses dos alunos;
possibilita ao professor seleccionar e organizar os conteúdos mais significativos para seus alunos;
facilita a organização dos conteúdos de forma lógica, obedecendo a estrutura da disciplina;
ajuda o professor a seleccionar os melhores procedimentos e os recursos, para desencadear um
ensino mais eficiente, orientando o professor na condução do processo de ensino e aprendizagem;
ajuda o professor a agir com maior segurança e confiança na sala de aula;
o professor evita a improvisação, a repetição e a rotina no ensino;
facilita uma melhor integração com as mais diversas experiências de aprendizagem;
facilita a integração e a continuidade do ensino;
ajuda a ter uma visão global de toda a acção docente e discente;
ajuda o professor e os alunos a tomarem decisões de forma cooperativa e participativa.
A qualidade de uma aula depende muito da planificação da unidade temática onde esta se encontra inserida.
A unidade temática é parte constituinte do programa de ensino e é composta por todo um conjunto de
matérias que apresentam entre si uma certa relação de dependência cientificamente fundamentada.
A definição dos objectivos é decisiva para a selecção dos conteúdos e estes por sua vez influenciam a
concretização dos objectivos.
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Os objectivos e os conteúdos determinam do outro lado os métodos (com acções concretas e materiais
didácticos) a aplicar.
Seleccionar os conteúdos a serem tratados para a realização dos objectivos da unidade temática;
Preparar os conhecimentos das matérias a tratar, as experiências a realizar (demonstrar), com ajuda do
programa de ensino, do livro escolar e de outra literatura,
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- O programa de ensino da disciplina da classe em causa;
- As normas de avaliação (caso existentes);
- O livro escolar do aluno;
- O manual do professor (caso disponível);
- O manual de exercícios de aplicação (caso disponível).
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Analisar qualitativamente as Associação de resistências Edd.: Demonstração das características dos
18 características dos circuitos eléctricos; eléctricas em série e em paralelo circuitos eléctricos com base na intensidade de
iluminação de lâmpadas.
Explicar a característica da intensidade Associação de resistências -Cartaz(es) com desenho de circuitos em série e
19 e de corrente e da resistência eléctrica eléctricas em série e em paralelo em paralelo com amperímetros e voltímetros.
20 nos circuitos eléctricos. Aparelhos de medição:
voltímetro e o amperímetro..
21 Inserir o voltímetro e o amperímetro Aparelhos de medição: Eda.: Determinar experimentalmente a a tensão
num circuito eléctrico. voltímetro e o amperímetro.. eléctrica e a corrente eléctrica nos circuitos em
série e em paralelo.
22 Determinar a resistência total ou Exercícios de Aplicação -Fichas de trabalho
equivalente de uma associação de -Trabalho em grupos
resistências em série.
Determinar a resistência total ou
equivalente de uma associação de
resistência em paralelo.
Aplicar a definição da potência Noção de potência eléctrica. Edd.: Demonstração com ajuda de lâmpadas
23 eléctrica na resolução de exercícios Unidade da potência eléctrica incandescentes de potências diferentes a
concretos; transferência de energia.
Explica o funcionamento de alguns -Fichas de trabalho
aparelhos electrodomésticos com a sua -Trabalho em grupos
potência eléctrica -Cartaz(es) com imagens de aparelhos
electrodomésticos.
24 Aplicar a lei de Joule-lenz na Lei de Joule-Lenz. -Fichas de trabalho
resolução de exercícios concretos -Trabalho em grupos
Sumário
Nesta lição que acaba de terminar você estudou qual é o papel da planificação e em que consiste a
planificação de uma unidade temática. Planificar no contexto da educação é um passo importantíssimo, pois
auxilia o professor entre outros aspectos a definir com detalhe os objectivos do ensino, a seleccionar e
organizar os conteúdos mais relevantes para seus alunos e a seleccionar os melhores procedimentos e os
recursos, para desencadear um ensino mais eficiente, orientando o professor na condução do processo de
ensino e aprendizagem. As actividades do professor e do aluno na aula não devem ser fruto de simples
improvisos.
Por sua vez a planificação da unidade temática tem como função permitir a subdivisão preliminar e
adequada da matéria em aulas (horas disponíveis); auxiliar na determinação de cada aula a ser realizada;
facilitar a preparação metodológica e organizacional das aulas, para além de assegura a ligação com as aulas
de outras unidades temáticas e de outras disciplinas.
Exercícios
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Quando um professor entra numa sala de aula, deve sempre ter em mente o que irá leccionar aos seus
alunos, ter domínio do conteúdo, de que maneira vai abordar o assunto, quais os recursos didácticos
necessários para a aula e, acima de tudo, ter uma aula bem preparada. Todo esse preparo tem um nome
específico de plano de aula.
Um plano de aula é um instrumento de trabalho do professor, nele o professor especifica o que será realizado
dentro da sala, buscando com isso aprimorar a sua prática pedagógica, bem como melhorar a aprendizagem
dos seus alunos.
O plano da aula é um instrumento para sistematizar a acção concreta do professor e dos alunos, a fim de
que os objectivos definidos sejam atingidos. É a previsão dos conhecimentos, habilidades e atitudes a
desenvolver e a identificação de conteúdos que serão tratados na sala de aula, a definição dos objectivos
mais importantes, assim como a selecção dos melhores procedimentos, métodos e técnicas de ensino, como
também, dos meios materiais que serão usados para um melhor ensino e aprendizagem. Além disso, o plano
sugere os tipos e instrumentos de avaliação mais adequados para verificar o alcance dos objectivos em
relação à aprendizagem.
Segundo Silva (s.d.) o plano de aula funciona como um instrumento no qual o professor aborda de forma
detalhada as actividades que pretende executar dentro da sala de aula, assim como a relação dos meios que
ele utilizará para realização das mesmas. De maneira bem sintetizada pode-se dizer que o plano de aula é
uma previsão de tudo o que será feito dentro de classe em um período determinado.
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Um plano de aula tem como principal objectivo orientar o professor na condução da sua aula. Contudo,
apesar de se tratar de uma ferramenta que descreve detalhadamente os elementos necessários para o
desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, o professor não tem que ficar escravo dela, ou seja, ele
pode se afastar do plano de aula caso se justifique, sempre com o propósito de o adequar às necessidades
dos alunos. Por exemplo, se o professor de Física está leccionando uma determinada matéria e descobre
lacunas nos pré-requisitos dos alunos para a compreensão de um novo conhecimento, ele pode integrar
esses conhecimentos que não constavam do plano elaborado, pois nem sempre é possível seguir à risca o
plano. É importante ressaltar que o plano de aula deve ser encarado como uma necessidade e não como
exigência ou obrigação imposta por quem quer que seja.
Na sua estrutura o plano de aula deixa se dividir em funções didácticas, deixando transparecer os conteúdos,
capacidades, habilidades e comportamentos que devem ser assimilados, as actividades do professor e de
aprendizagem do aluno, o tempo reservado para cada etapa da aula e as experiências a realizar.
A planificação do processo de ensino-aprendizagem para a aula exige uma reflexão sobre quatro aspectos
fundamentais: os objectivos a alcançar, os conteúdos a abordar, as estratégias de trabalho a adoptar e as
formas e instrumentos de avaliação da aprendizagem.
Estes aspectos têm uma ligação de interdependência entre si como ilustra o esquema abaixo e são
determinados pela população a que se destinam.
Você viu na unidade anterior que os objectivos gerais são geralmente matérias dos programas de
ensino em cada unidade temática e é a partir destes que o professor deduz de forma detalhada, os
objectivos específicos de cada aula. Para cada aula os objectivos são subdivididos em cognitivos,
psicomotores e afectivos. Estes objectivos devem ser definidos de forma clara e detalhada,
supondo condições reais da aprendizagem numa sala de aulas.
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É frequente os professores definirem os objectivos cognitivos por exemplo do seguinte modo: O
aluno deve ter conhecimentos sobre (um dado conceito, lei ou fenómeno): Os conhecimentos em
volta de um conceito ou lei podem ser vários e de diferentes níveis de tratamento. Pode-se aqui
questionar: que conhecimentos são esses? Quais e quantos são?
Segundo Ribeiro (1993), a falta de especificidade na formulação dos objectivos dificulta
grandemente o aperfeiçoamento da actuação do formando.
No nosso ponto de vista também os objectivos cognitivos devem ser personalizados e
quantificados. Isso pode ser conquistado por exemplo com a seguinte formulação: No fim desta
aula o aluno sabe que: ou no fim da aula o aluno tem os seguintes conhecimentos: (Ismael e
Mavanga 2005).
É ainda de extrema importância
- avaliar se os alunos atingiram os objectivos da aula anterior;
- decidir se há necessidade de alteração dos objectivos no plano da unidade temática;
- subdividir os objectivos em objectivos cognitivos, psicomotores e afectivos, alcançáveis.
A escolha dos conteúdos deve obedecer aos programas de ensino, caso não haja outra
recomendação especial. O nível de abordagem dos mesmos deve corresponder aos objectivos
programáticos. O professor não se deve limitar à consulta do livro do aluno para a planificação dos
conteúdos, mas sim tem a obrigação de consultar outros livros e materiais que estejam ao seu
alcance, desde que respeite o nível concebido nos manuais escolares.
Na planificação dos conteúdos é de extrema importância tomar decisões em relação os seguintes
aspectos:
partir sempre dos conhecimentos e das experiências (concepções alternativas) dos alunos e não
olhá-los como simples receptores de informação “pré-fabricada”;
garantir os requisitos iniciais para a nova aprendizagem;
estabelecer ligações dos novos conhecimentos com a vida dos alunos, com a técnica e com as outras
ciências;
evidenciar sempre os aspectos fundamentais do conteúdo e reservar apenas estes para o registo do
aluno;
optar por uma abordagem que vai do qualitativo para o quantitativo, dos fenómenos para as leis,
do concreto para o abstracto, do elementar para o complexo, da prática para a teoria, etc.
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As metodologias a seguir no processo de ensino e aprendizagem devem se adequar aos conteúdos
a serem tratados e devem garantir o cumprimento dos objectivos cognitivos, psicomotores e
afectivos definidos para a aula. É deste modo muito imperioso:
definir claramente, de acordo com os objectivos e as condições da turma, as actividades do aluno e
o nível do seu cumprimento;
definir as formas de socialização mais adequadas e as actividades do professor na aula;
escolher uma estrutura da aula que garanta a concretização das funções didácticas e que obedece a
um processo lógico;
determinar outros métodos e formas de organização auxiliares a aplicar;
planificar a aplicação individual dos meios de ensino (exemplo: como usar o quadro, o livro do
aluno, e outros materiais.)
planificar e ensaiar as experiências do aluno e do professor a serem realizadas durante a aula;
planificar o tempo de cada actividade concreta.
Modelo A:
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1. Objectivos cognitivos:
No fim desta aula o aluno sabe que:
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………………………………………………………………………………………………
2. Competências a serem desenvolvidas:
No fim desta aula o aluno é capaz de:
................................................................................................................................................
................................................................................................................................................
3.Objectivos afectivos:
Durante esta aula o aluno desenvolve as seguintes atitudes:
................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................
4. Meios de ensino:
...............................................................................................................................................
...............................................................................................................................................
5. Formas de Avaliação:
................................................................................................................................................
6. Desenvolvimento
Modelo B:
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Aqui entram os objectivos estipulados pelo praticante a serem alcançados pelos alunos no
fim da aula.
CONTEÚDO
Aqui entra o conteúdo a ser trabalhado durante a aula com descrição dos subtópicos.
METODOLOGIA
Aqui entra todas as actividades que serão executadas passo-a-passo na aula. As actividades
devem estar em ordem cronológica de execução.
RECURSOS
Aqui entram todos os recursos materiais que serão necessários para o desenvolvimento
das actividades a serem realizadas. Devem estar em ordem cronológica de utilização.
AVALIAÇÃO
Aqui entra o como será feita a avaliação e controle do sucesso da aula pelo professor.
OBSERVAÇÕES: ..................................................................................................................
Modelo C:
A primeira parte do modelo C é a mesma que a do modelo A.
1) Fases da aula
Primeira fase: (Em que consiste a cada uma das fases)
Segunda fase:
Terceira fase:
Quarta fase:
- Duração da fase;
- Formas de socialização
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- Actividade do Professor;
- Actividade dos alunos;
- Estratégias metodológicas a seguir;
- Conteúdos científicos a serem assimilados;
- Descrição das experiências a serem realizadas;
- Especificação dos meios didácticos a serem aplicados;
- Formulação de tarefas de consolidação (Ficha de trabalho do aluno).
Quinta fase:
Sexta fase:
Sétima
2) Sujestão para a imagem do quadro
Exemplo
1) Fases da aula
Qualquer uma destas formas tem as suas vantagens e desvantagens. A apresentação em forma de
tabela, permite quando a coluna dos conteúdos é suficientemente larga e se obedece ao
alinhamento horizontal dos acontecimentos correspondentes, ter uma visão clara do que, em cada
momento da aula, vai acontecer com todos os intervenientes. Porém isso é difícil de garantir pelo
facto de geralmente a coluna dos conteúdos conter muita informação comparativamente as outras,
que mesmo usando a folha na posição “landscape” esta acaba transpondo para várias páginas
seguintes, perdendo-se o fio dos acontecimentos e gastando muito papel.
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A apresentação na forma de texto corrido permite reduzir os gastos em papel mas leva
desvantagem no que respeita a visualização da correspondência entre as actividades do aluno e do
professor e os conteúdos por função didáctica, devido a apresentação sequencial.
Neste módulo o autor sugere o uso do modelo C.
A imagem do quadro deve conter, de forma resumida, o essencial do conteúdo da matéria a ser
abordada na aula, que contempla os seguintes aspectos: tema da aula, figuras, definições de
conceitos e leis, tabelas, gráficos, fórmulas, esquemas de arranjos de experiências, deduções
matemáticas, formulações de conclusões, etc.
A imagem do quadro representa exactamente os aspectos essenciais da aula que devem ser
registado pelos alunos nos seus cadernos.
Sumário
O plano da aula é importante porque ajuda o professor a organizar melhor a sua aula, a fim de que
os objectivos definidos sejam atingidos. Permite ao professor fazer previsões sobre os
conhecimentos, habilidades e atitudes a desenvolver, os conteúdos que devem ser tratados na sala
de aula. É na planificação da aula que o professor define os objectivos mais importantes, assim
como faz a selecção dos melhores procedimentos, métodos e técnicas de ensino, como também,
dos meios materiais a usar para um melhor ensino e aprendizagem. A articulação entre os
objectivos, os conteúdos, os métodos e as formas de avaliação joga um papel importante na
planificação da aula, tendo sempre no ponto central o aluno como sujeito da aprendizagem.
Existem vários modelos de aula diferindo entre si essencialmente na sua forma estrutural. Na
opinião do autor o modelo C apresenta-se adequado para o plano de aula de Física.
Exercícios
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