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Microscopia Óptica

Técnicas de Caracterização I

Eliria M. J. Agnolon Pallone


Microscopia Óptica

A microscopia óptica se baseia na


possibilidade de formação de imagens
ampliadas reais ou virtuais de objetos que
são colocados diante de lentes esféricas.
MICROSCOPIA ÓPTICA (MO)

Atanásio Kircher (1601-1680) foi o primeiro a usar a palavra


microscopium nome dado ao microscópio daquela época;

Invenção do microscópio Galileu (atribuída) porém Antonie van


Leeuwenhoek, (1632-1723), aperfeiçoou (permitindo um aumento de
até 300 vezes;

Robert Hooke, em 1665 publicou seu livro intitulado “Micrographia”.


Em seu microscópio, Robert Hooke incorporou o ajuste fino e
acrescentou mais uma lente;

Após o aprimoramento, os microscópios ficaram constituídos por 2


sistemas de lentes de cristal (oculares e objetivas) que produzem
ampliações de imagem que vão em geral de 100 a 1000 vezes.
MICROSCOPIA ÓPTICA (MO)
MICROSCOPIA ÓPTICA (MO)
MICROSCOPIA ÓPTICA (MO)

Fonte de luz → Lente condensadora → Lentes objetivas → Lente ocular

O posicionamento estratégico das lentes no microscópio proporcionam a


formação de uma imagem Invertida
Os modelos microscópicos variam na forma e no desenho
Tipos de microscópicos ópticos

•Microscópio simples: uma única lente para ampliar a


imagem da amostra, similar a uma lupa.
•Microscópio de comparação: permite a vista simultânea de
duas amostras diferentes, uma em cada olho.

Uso forense: pode usar a opção de


sobreposição para comparar evidências de
impressão que requerem uma ampliação. Tipo
balas disparadas e marcas de ferramenta.
Impressões de números de série ou caracteres
de uma máquina de escrever, também podem
ser comparadas.
Usado para comparar as camadas de um chip de tinta. Isso pode permitir a
identificação do veículo de onde a tinta se originou.
Comparar cabelos, fibras ou estrias de extrusão de sacolas plásticas.
Isso permite a comparação de fibras encontradas em um assento com as roupas
de um suspeito, por exemplo.
•Microscópio Digitas: pode ter lentes simples ou compostas, mas
usa um computador para visualizar a imagem sem a necessidade
de uma lente ocular para ver a amostra.
•Microscópio composto: uma série de lentes para ampliar a
imagem da amostra com maior resolução, usado geralmente na
pesquisa moderna.

Os microscópios são intensivamente


usados nos mais diversos ramos da
ciência, como biologia, metalurgia,
espectroscopia, medicina, geologia e
pesquisa científica em geral.
Microscópio invertido: vê a amostra de embaixo, que é útil examinar
culturas celulares líquidas.

Aplicações biológicas: são úteis para a


observação de células vivas ou organismos na
parte inferior de um recipiente maior (por
exemplo, um frasco de cultura de tecido, ou
uma placa de petri) sob condições mais
naturais do que numa lâmina de vidro, como
é o caso com um microscópio convencional.

Micromanipulação: são utilizados em aplicações onde é necessário


micromanipulação no espaço acima da amostra, de forma a utilizar
diminutas ferramentas para a manipulação. Já em aplicações metalúrgicas
podem ser usadas amostras polidas onde pode ser colocado em cima da
mesa do microscópio e visto a partir de baixo usando objetivas refletoras.
microscópios estereofónicos: gera imagens tridimensionais,
lateralmente precisas

•Cirurgia - é usado durante a


microcirurgia em muitos hospitais
•Paleontologia – usado na limpeza e
analise análises de fósseis.
•Pesquisa biológica - usado por biólogos
para ajudar nas dissecções.
• Entomologia - usado no estudo dos insetos sem ter que dissecá-los.
•Botânica - usado no estudo de flores e outras estruturas de planta;
•eletrônica – usado na montagem e reparo de placas de circuito;
•Controle da qualidade - usados em todos os tipos de indústria para
verificar a qualidade dos produtos, incluindo a procura microfraturas;
•Patologia - usado para examinar condições de pele, entre outros usos.
MICROSCOPIA ÓPTICA (MO)

➢ Tipicamente, as ampliações das lentes objetivas


situam-se na faixa de 4X a 100X.

➢ As lentes oculares geralmente oferecem aumentos de


8X a12X, sendo 10X as mais comuns.

➢ Portanto, ampliações típicas de microscopia óptica


situam-se na faixa de ~40X a ~1000X.
Tipos de Microscópios
Microscopia de Luz
Microscopia convencional Microscopia eletrônica
Microscopia de contraste Microscopia eletrônica de
Microscopia de campo escuro transmissão
Microscopia de polarização Microscopia eletrônica de
Microscopia de fluorescência varredura
Microscopia confocal a laser

Outros tipos de microscópio


Microscopia de tunelamento quântico
Microscopia de força atômica
INTRODUÇÃO

-Metalografia (até 1970) Microscopia óptica (atualmente)

-Aplicação: análise ou estudo da microestrutura do material (metálico,


cerâmico polimérico, compósito).

-Microscopia óptica:
Análise qualitativa dos materiais - microscópio óptico
Análise quantitativa dos materiais - analisador de imagens
IMPORTÂNCIA DA MICROSCOPIA ÓPTICA

-Estimar as características mecânicas do material em análise;

-Avaliar a composição de uma liga binária, distribuição de fases,


tamanho de grão, distribuição de tamanho e de fases, defeitos
(trincas e microtrincas, poros, ímpurezas, etc.);

-Utilização: controle de qualidade, pesquisa e desenvolvimento,


solução de possíveis problemas na produção, melhorar as
característica do produto e ou processo;

-Equipamento de fácil instalação, versátil, simples de ser operado


(normalmente é necessário outras técnicas para obter resultados
conclusivos).
Níveis de Estrutura do Material

(a) (b) (c) (d)

(a) e ( b) equipamentos : Raio-X, MET, AFM


(c) equipamentos: MEV e MO
(d) equipamentos: lupa ou estereomicroscópio
PREPARAÇÃO DE AMOSTRA

Fatores importantes: composição química; tratamento


térmico; fases presentes e material (aço, alumínio, etc...)

Objetivo: superfície plana, paralela e isenta de


deformação, trinca, riscos e outras irregularidades
proveniente da etapa de preparação.
PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA
MICROSCOPIA ÓPTICA

A) Corte: local da análise; secção a ser analisada;


deformação mínima; aquecimento mínimo; retirar rebarbas.

B) Embutimento (a quente ou resina): aquecimento


controlado; deformação mínima; superfície a ser analisada;

C) Lixamento: girar de 90º a cada mudança de lixa; utilizar


as lixas 240, 320, 400 e 600.
- evitar contaminação;
- controlar a pressão;
- lavagem da amostra e das mãos.
PREPARAÇÃO DE AMOSTRA

D) Polimento
- Óxido de cromo
- Alumina
- Diamante

E) Ataque Químico e/ou térmico


- imersão da amostra com reagente;
- ter a tabela de reagentes para ataque;
- controle do tempo (por tentativa e erro);
- ataque térmico em forno (depende da temperatura que
o material foi sinterizado)
PREPARAÇÃO DE AMOSTRA

F) Observação Estrutural
- tempo de ataque (insuficiente, ideal e queimado);
- observação com aumento menor até chegar no máximo;
- ajuste de foco (grosseiro e fino);
- análise da estrutura do material;
- guardar a amostra em lugar seco (dissecador).

G) Documentação Fotográfica
MICROSCOPIA ÓPTICA QUANTITATIVA

Medidas do Tamanho de Grão

A- Ocular calibrada

Para o método ASTM de medida de tamanho de grão


Corte padrões de tamanho de grão
ASTM com Aumento de 100x
B- Método Planimétrico (Jefferies)
ASTM E-112-88

neq = 0,5nc + ni
onde:
neq= número total de grãos equivalente
dentro do circulo
nc = número de grãos cortados pela
circunferência;
ni = número de grãos totalmente no interior
do círculo

O número de grãos por unidade de área (Na)


Na=neq/A
onde:
A= área real do espécime investigado
C- Método de Interceptos (Henry)
ASTM E-112-88

O número de contornos de grão


interceptados por unidade de
comprimento de uma linha teste (Nl).
MICROSCOPIA ÓPTICA QUANTITATIVA

Medida da Porcentagem de Fase

Métodos usados para determinar as quantidades


relativas de fases constituintes:

a) análise de áreas;

b) análise de linhas;

c) contagem de pontos.
Método da análise das áreas

Pesar toda a região. A simples


relação de pesos dará
aproximadamente a porcentagem
de fases em estudo.
Deve-se considerar que o
papel fotográfico tem uma
densidade uniforme.

Amostra mostrando a fase escura


numa matriz clara
Método de análise das linhas
ASTM E-562-76

Linhas aleatórias traçadas em


micrografia bifásica para estimar
as quantidades relativas das fases

%fases= li\lt x100

li = linha interceptada por uma


fase
lt = comprimento total das linhas
Método de Contagem de Pontos
ASTM E-562-76

A fração em uma área de


uma fase (fi) é então dada
pela razão de nós que ficam
naquele constituinte (ni) para
o número total de nós (nt)

fi = ni/nt
Analisador de Imagem
ASTM E112-95

Representação esquemática de um analisador de


imagem
Aplicações

Principais caracterizações de materiais de Engenharia:

-Controle da qualidade através do controle de parâmetro estruturais;


- Medida das quantidades e distribuição de fases em metais e
cerâmicas;
- Medida de tamanhos de grãos dos materiais policristalinos;
- Medida da espessura de camada depositadas, modificadas ou
tratadas;
-Identificação de materiais e de seu processo de fabricação;
- Caracterização dos reforços e cargas minerais em materiais
compósitos.
Exemplos
Exemplos
Exemplos
Exemplos

Microscopia óptica da cerâmica dentária

a) b)

Imagens do tecido cubcutâneo cobaias (ratos) (a) após 21 dias (b) após 60 dias já com um tecido
conjuntivo organizado
Exemplos

a) b)

Imagens das tíbias do grupo experimental (a) após 7 dias, HE.125X; (b) após 14 dias, HE.63X.
Exemplos

As setas indicam a loja cirúrgica


aberta na região óssea próxima
à medula óssea.
Aumento de 64X.

As setas indicam o local do


implante no tecido conjuntivo
após 14 dias.
Aumento de 64X.
Exemplos

células sanguíneas
de serpentes
Exemplos
Fibras naturais

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