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RESUMO
O presente trabalho visa socializar essa pesquisa, pois cidade de Caxias, para a valorização do
acredita-se na função social da escola como desenvolvimento das potencialidades regionais do
contribuição para valorização do patrimônio histórico e Brasil destacando a sua função na construção da
cultural. A pesquisa objetiva compreender a identidade local.
importância do patrimônio histórico e cultural da
Scientific knowledge and appreciation of local identity through the historical and cultural city
of Caxias/Ma
ABSTRACT
The present work aims to socialize the research, importance of historical and cultural city of Caxias,
in the school, as it is believed in the social function of highlighting their role in the construction of local
the school as contributing to enhancement of heritage identity.
and cultural. The research aims to understand the
INTRODUÇÃO
Pensar a memória de uma cidade a partir daquilo que é considerado seu Patrimônio
Histórico Cultural possibilita, numa sociedade marcada pela velocidade e mudança, perceber que
a identidade é um importante fator de fortalecimento social e que a singularidade de um lugar é
fruto de sua historicidade. Desse modo, passado também é presente quando faz sentido para a
memória coletiva.
A cidade de Caxias torna-se ao longo do século XVIII e XIX a segunda maior cidade do
Maranhão devido, sobretudo, a sua incorporação na grande lavoura de exploração com a
plantação do algodão, os lucros desse momento ajudaram a cidade a tomar ares de grande
cidade colonial, compondo uma paisagem socialmente e culturalmente diversificada,
apresentando também, uma arquitetura urbana com ricos casarões, igrejas, praças e prédios
públicos, muitos ainda hoje compondo a paisagem arquitetônica da cidade.
É muita das vezes criada sobre essa riqueza histórica um ciclo de invisibilidade social, as
pessoas convivem com esse patrimônio e por desconhecimento não dão a devida importância e
valorização, a escola que tem a função de levar conhecimento para os alunos, por sua vez, em
alguns casos, ignora as potencialidades locais, criando-se um ciclo vicioso, onde as riquezas locais
não afloram no cotidiano da população e dos visitantes com sua potencialidade devida, nesse
sentido, entendemos que o conhecimento científico das humanidades pode contribuir para que
ao conhecer esse patrimônio, e desmistificar preconceitos podemos melhorar o trato da
população local para com as riquezas historicamente presentes na comunidade local.
Para essa pesquisa fazemos uso teórico no campo da historiografia da chamada nova
História cultural, que tem por objetivo central, segundo Roger Chartier: entender como em um
determinado lugar a realidade social foi pensada, vivenciada e dada a ler. Esse aporte teórico que
entende cultura como um aspecto tão importante quanto à economia e a política e que tem as
suas especificidades. Dessa forma, perceber como os agentes sociais vivenciam suas práticas,
escutando suas falas torna-se fundamental para saber como contribuir na mudança de postura e
mentalidade perante a valorização do seu patrimônio histórico.
O conhecimento é a chave para sairmos da ignorância, desse modo, a pesquisa objetiva
conhecer o patrimônio local, identificar o olhar de segmentos da população sobre esse
patrimônio para buscar estratégias de ação.
A pesquisa foi realizada no centro de cultura (antiga fábrica têxtil), onde se procurou
saber as condições de determinados patrimônios culturais de Caxias como a Dança do Lili,
Capoeira e Tambor de Crioula, tivemos informações pouco precisas, mas que nos ajudaram com
a pesquisa, falamos com Assistente de cultura popular, Sr. Raimundo Nonato da Silva (Pelé), e
Sr.(a) Maria da Penha Marques Teixeira com o cargo de Assessora na secretaria de cultura, que
nos repassou informações da existência de três grupos de capoeira na cidade, um que o
responsável pelo grupo era Zumbi, o outro era o Pepê, e não souberam nos informar sobre o
terceiro grupo. Estivemos presente nos horários de treino do grupo Guerreiros do Quilombo no
qual o responsável é Delmar Oliveira (Zumbi), perguntamos para ele sobre o grupo como surgiu
quando surgiu, ele respondeu que o grupo surgiu de uma brincadeira em 1988 e só se tornou um
grupo mesmo em 1990, foi criado por ele mesmo, mestre Zumbi, registrado pela secretaria de
cultura como uma Associação independente onde não recebe nenhuma verba do poder público e
que hoje se tornou um projeto social que abrange vários bairros de Caxias cujo nome do projeto
é, “Toda Criança é um guerreiro”, atualmente contendo cerca de 200 capoeiristas, e o projeto se
mantem com dinheiros arrecadados em eventos no qual são chamados para se apresentarem.
No mesmo grupo entrevistamos um capoeirista de 29 anos, que nos conta há quanto tempo joga
capoeira, há dezesseis anos e fala como é importante, é uma terapia, diz ele, num mundo de
sedentarismo sem movimento, a capoeira ajuda no desenvolvimento da musculatura e também
proporciona a cidadania e o bom relacionamento com o próximo.
Para fundamentações teóricas a pesquisa foi executada em arquivos públicos da cidade
como o Memorial da balaiada; Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC), Bibliotecas
públicas: como a Biblioteca da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e Arquivos
particulares de professores da região, nesses locais tivemos contatos com livros que contam a
história de Caxias (Caxias das Aldeias Alta, subsídios para sua história.) de Milson Coutinho e
(Percorrendo becos e Travessas, feitios e olhares das Histórias de Caxias), mapa desenhado a
mão, por um pesquisador não identificado que destacou todo o centro histórico tombado pelo
IPHAN em Caxias, essa fonte de pesquisa contribuiu bastante para que pudéssemos conhecer
melhor os locais nos quais poderíamos pesquisar.
A entrevista foi realizada com 12 alunos do IFMA campus-Caxias com uma faixa etária
entre 16 a 18 anos de idade, na qual a entrevista se deu no campus do IFMA Caxias, algumas
foram realizadas na sala do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indiodescendente NEABI, e as
demais foram realizadas na biblioteca do campus e nas salas de aula, onde no decorrer das
entrevistas fomos observando várias dificuldades, que alguns alunos são mais tímidos e
respondem as perguntas de modo muito objetivo tendo o pesquisador que ter habilidades no
interrogatório para fazer com que o entrevistado se expresse o melhor possível.
Metodologia
IPHAN em Caxias, essa fonte de pesquisa contribuiu bastante para que pudéssemos conhecer
melhor os locais nos quais poderíamos pesquisar.
A entrevista foi realizada com 12 alunos do IFMA campus-Caxias com uma faixa etária
entre 16 a 18 anos de idade, na qual a entrevista se deu no campus do IFMA Caxias, algumas
foram realizadas na sala do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indiodescendente NEABI, e as
demais foram realizadas na biblioteca do campus e nas salas de aula, onde no decorrer das
entrevistas fomos observando várias dificuldades, que alguns alunos são mais tímidos e
respondem as perguntas de modo muito objetivo tendo o pesquisador que ter habilidades no
interrogatório para fazer com que o entrevistado se expresse o melhor possível.
Resultados e Discursões
não foi trabalhado. Um ponto interessante da entrevista ‘F’, é a expectativa de o assunto ser
trabalhado de forma interessante pelos professores “Eu esperava que eles trabalhassem de
forma mais interessante e que chame atenção, pois não é um tema muito conhecido e é para
muitos muito chato”. O tema apesar de ser importante não é trabalhado de forma que chame a
atenção do aluno, pois é dado principalmente para adolescentes e para muitos é realmente
chato e sem importância. Em outras quatro entrevistas os alunos citam como foi bom e agradável
à forma como os docentes trabalharam esse assunto, “Talvez esse conhecimento que eu tive eu
possa tá passando para outras pessoas ou até quando eu tiver meu filho posso ensina-lo”. Ou
seja, um conhecimento passado de forma adequada desperta no aluno uma curiosidade de saber
mais o que aprendeu e até repassar o conteúdo que lhe foi ensinado, fazendo assim com que a
história do patrimônio não morra na mente da comunidade caxiense, sendo passada de pai para
filho por gerações.
Levando em consideração a pergunta cinco do questionário, Se você pudesse criar uma lei
para valorização do patrimônio histórico, qual seria essa lei? , pode-se observar também que
quase 50% dos entrevistados falam a mesma coisa, ou seja, que o patrimônio está danificado e
não está havendo uma fiscalização necessária para que se possa mantê-lo preservado, como por
exemplo, cita na entrevista C, “tipo uma lei que qualquer dano sofrido no patrimônio a pessoa
deveria pagar, fazendo trabalhos voluntários, é importante para evitar que esse patrimônio se
acabe, eu criaria, pois mesmo que essa lei exista ou ela não está sendo posta em prática ou ela de
fato não existe”, em suma o patrimônio precisa ser valorizado e está faltando um interesse, ou
um descaso por órgãos responsáveis, punição ou pena e qualquer tipo de detenção, que se
aplique de fato e que se possa ver resultados.
Conclusão
Observamos com a pesquisa que a apesar dos alunos terem tido contato com disciplinas
que trabalhem a questão do patrimônio histórico essas ainda se apresentam de forma
insuficiente para que a conhecimento do aluno sobre o assunto e fundamentalmente para a
mudança de postura em relação à valorização desse patrimônio. De acordo com as descrições
dadas nas entrevistas percebe-se um tratamento diferenciado em relação ao Patrimônio da
cidade, alguns locais como as Ruinas da Balaiada, e Centro de Cultura (antiga fábrica têxtil e umas
das primeiras fábricas têxtil do Estado), e algumas Igrejas, apresentam um relativo cuidado de
preservação. Pela pesquisa podemos destacar que um dos motivos dessa preferência possa ser o
fato desses prédios serem usados pela prefeitura local e as igrejas preservadas serem aquelas
frequentadas pela elite local. Podemos perceber essa diferença em relação a outros patrimônios
materiais e imateriais que mesmo de significação histórica, porém quando mais ligados às
camadas populares não recebem o mesmo reconhecimento para preservação. Isso é perceptível
com a pouca valorização do patrimônio imaterial da cidade, como a dança do Lili, Reisado,
Tambor de Crioula e a Capoeira que a população deixa de vivenciar muitas das vezes por puro
preconceito e falta de conhecimento. A pesquisa também tem constatado o pouco conhecimento
da população em relação ao patrimônio histórico da cidade, passando muitas vezes pelo local
sem se dar conta de sua importância, estando inclusive prédios históricos abandonados e em
ruínas, sendo usados como local de abrigos para mendigos e uso de drogas, mostrando a
necessidade de intervenção também no sentido de políticas públicas.
REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, E. S. O patrimônio edificado do centro histórico de Caxias-MA como lugar de
memória: entre a materialidade e a imaterialidade. Dissertação de mestrado em Políticas
Públicas. Teresina: UFPI, 2009.
2. LEMOS. Carlos A. C. O que é patrimônio histórico. São Paulo: Brasiliens, 2004 (Coleção
primeiros passos,51)
3. PERCORRENDO BECOS E TRAVESSAS feitios e olhares da História de Caxias. Teresina: EDUFPI,
2010.