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Uma singular pragmática do escrever: um diário coletivo.


A singular pragmatics of writing: a collective journal.
Una pragmática única del escribir: un diario colectivo.

Gislei Domingas Romanzini Lazzarotto


Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
Margarete Axt
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
Resumo
Este estudo aborda a formação em psicologia em contexto de intervenção num projeto de
extensão acadêmica com jovens em medida socioeducativa e equipes que operam essa política
pública. Esta demanda, enunciada na universidade através da extensão acadêmica, força um
encontro entre a vida destes jovens e os modos de formar-praticar psicologia neste contexto.
A problematização do processo de formação em psicologia nessas práticas é construída com
os conceitos de experimentação, pragmática e enunciação, no diálogo com a esquizoanálise.
Sob orientação da pesquisa-intervenção foi analisada uma ferramenta metodológica
construída na experiência do grupo da psicologia nessas atividades, através de uma
modalidade de escrita em ambiente à distância (lista de discussão) que constitui a proposta de
diário coletivo. O estudo contribui na análise dos saberes pedagógicos e metodológicos, no
uso deste tipo de ferramenta e nos modos de constituir a formação em ensino superior.
Palavras-chave: Formação psicologia, Diário coletivo, Experimentação, Pragmática.

Abstract
This study approaches psychology higher education in the context of an intervention in a
higher academic extension project with youngsters fulfilling social-educative measure and the
workers that operate in this public policy. This demand, enunciated at the university through
the academic extension program, forces a meeting between the life of these youngsters and
the process of forming and practicing psychology in this field. The questioning of the higher
education psychology process in these practices is constructed with the concepts of
experimentation, pragmatics and enunciation, in a dialogue with schizo-analysis. Upon
orientation of the interventional research, a methodological tool was built upon the experience
of the psychology work group on these activities. Through the use of a online writing
environment (discussion lists), it was created a collective journal. This study contributes to
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the analysis of pedagogical and methodological knowledge, the use of type of tool and in
higher educational experience.
Keywords: Psychology Graduation, Collective Journal, Experimentation, Pragmatics

Resumen
Este estudio se ocupa de la formación en psicología en contexto de intervención en un
proyecto de extension académica con jóvenes que cumplen medida socioeducativa y equipos
que llevan a cabo esa política pública. Esa demanda, que se evidencia en la universidadpor la
extensión académica, obliga a un encuentro entre las vidas de estos jóvenes y los modos de
formar-practicar psicologia en ese contexto. La problematización del proceso de formación en
psicología en estas prácticasse construye con los conceptos de experimentación, pragmática y
enunciación, en el diálogo con el esquizoanálisis. Bajo la orientación de la investigación-
intervención se ha analisado una herramienta metodológica construída en la experiência del
grupo de psicología en esas actividades, a través de un modo de escribir en un ambiente a la
distancia (listas de correo) que constituye la propuesta de diário colectivo. El estudio
contribuye en el análisis de los saberes pedagógicos y metodológicos, en la utilización de este
tipo de herramienta y en los modos de constituir la formación en enseñanza superior.
Palabras clave: Formación en psicologia, Diario colectivo, Experimentación, Pragmática.

Apresentamos, neste estudo, o socioeducativa1. A análise dessa demanda


processo de criação de um Diário Coletivo da comunidade, no contexto de extensão,
no percurso de uma pragmática da escrita enuncia uma produção social
na experiência de formação em psicologia, contemporânea que força um encontro com
em atividades que articulam o ensino e a os modos de viver juvenis, modos esses
pesquisa com a extensão acadêmica. As que escapam aos regimes prescritos pelos
atividades de extensão, entre as quais saberes pedagógicos e psicológicos,
emerge nossa pesquisa, tem como convocando docentes e estudantes a pensar
disparador a solicitação ao Departamento outros modos de formar-praticar
de Psicologia Social e Institucional, da psicologia.
Universidade Federal do Rio Grande do A formação em psicologia que
Sul da Universidade, para acompanhar vamos mapeando está conectada a uma
programas de profissionalização e trabalho diretriz das universidades públicas
educativo para adolescentes em medida brasileiras, à medida que é desenvolvida
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nas relações acadêmicas com a trabalho e criam um contraponto em


comunidade, conjugando ensino e pesquisa relação as expectativas com esses jovens,
com a extensão. Assim, falamos sobre um as quais são centradas de forma
contexto do qual fazemos parte ao hegemônica na vigilância, no perigo e na
praticarmos o processo de formação em violência (Coimbra, 2001). De certa forma,
psicologia no exercício de relações com a esses programas se produzem num “não-
comunidade. Nesse sentido, nossa lugar”, tanto pelo fato de serem efetivados
preocupação está direcionada às práticas para além da função social prevista nestas
que contribuam na elaboração de organizações, como pelo modo como os
metodologias de ensino superior que trabalhadores destes locais passam a
afirmem o caráter estratégico da extensão sustentar essa outra possibilidade de se
na formação e produção de conhecimento, relacionar com o público juvenil atendido
visando a manutenção desta intervenção em medidas socioeducativa e de proteção.
com a comunidade, em especial, no Conforme afirmam Deleuze Guattari
contexto de políticas públicas. (1997), um agenciamento de enunciação
Considerando a noção de molecular que não se explica apenas pelas
agenciamento proposta por Deleuze e razões presentes nas normas, e também não
Guattari (1997) vamos analisando os depende apenas de determinações sociais
elementos que produzem essa experiência, aparentes, pois reúne vários regimes de
pois assim evidenciamos as relações e as signos heterogêneos, portanto uma
circunstâncias que tornam possível enunciação coletiva.
construir estes modos de formar e Na atualidade brasileira, os olhares
pesquisar. A estratégia pedagógica dos silenciosos do medo e do não-
programas que constituem o contexto de pertencimento pousam nas relações com
nossas atividades de extensão envolve a jovens, evidenciando um regime de
oferta de formas de preparação para o visibilidade que diz respeito ao modo de
trabalho articuladas a possibilidade de objetivar e subjetivar a produção social da
relações de convivência e pertencimento violência nestes corpos. O pouso toma
num espaço organizacional, através da forma na expressão de um modo juvenil
interação de jovens com servidores configurado na infração e no abandono que
públicos em seus contextos de trabalho. As vai sendo marcado nas situações de
organizações estatais constituem esse envolvimento com tráfico, o uso droga, a
espaço educativo no seu ambiente de vida na rua, o fracasso escolar, os impasses
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nas relações de cuidado familiar, entre campo individual, ou ainda, a um arquivo


outras manifestações. No trabalho da solitário no computador que aguarda o dia
extensão vamos convivendo com a da reunião presencial, o caminho é
multiplicidade juvenil e os modos de marcado pelo insistente acesso a uma lista
estudar, adoecer, infringir, sofrer, de discussão (ferramenta de comunicação a
trabalhar, enunciando vidas que acontecem distância). Vamos percebendo que este uso
na trama de saberes-poderes em que cada vez tem menos a função de registrar e
psicologia e pedagogia se fazem praticar. de comunicar os fatos ocorridos ou os
Esse encontro com as demandas juvenis eventos previstos; e passamos a discutir de
cria interrogações sobre como a psicologia que se tratava essa modalidade de escrita.
intervém e, ao problematizarmos como os Nessas circunstâncias formulamos as
saberes psicológico e pedagógico seguintes questões para orientar nosso
objetivam as vidas juvenis, movimentamos estudo: Como a ferramenta lista de
também os modos de objetivar e subjetivar discussão se acopla ao processo de
em docentes e estudantes. As questões formação em psicologia e passa a compor
proliferam e indagam: formar, praticar, um modo de escrever no movimento de um
pesquisar para quê? encontro com as políticas juvenis que
O desenvolvimento do trabalho no força-afeta a enunciação de formar-praticar
grupo da psicologia, formado pela psicologia? De que se trata esse contágio
professora e estudantes que realizam a que percorre o movimento da prática de
extensão acadêmica, vai evidenciando a formação em extensão para uma escrita, de
presença da escrita como um modo de uma escrita para uma lista de discussão, de
acolher a produção em curso nesta uma lista de discussão para um modo de
experiência. Entre as atividades de escrever nomeado diário coletivo?
supervisão, seminário, leituras e Considerando essas questões apresentamos
discussões, o escrever numa lista de os três movimentos que constituem o
discussão acontece tanto na imediatez de estudo desta singular pragmática do
fazer algo com o vivido após o trabalho escrever.
com equipes e jovens, como no decorrer de
qualquer hora do dia ou da noite em que o Movimento I – A experimentação de
pensamento insiste. Ao invés de ficarmos uma lista de discussão
sós com nossas perguntas e experiências,
ou nos remetermos somente a um diário de Uma lista de discussão é formada
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por um grupo de pessoas que utiliza a prática da psicologia.


comunicação mediada por computador em No decorrer das atividades, o grupo
internet através do correio eletrônico via da psicologia participante do projeto de
endereços (e-mail) de seus participantes e extensão passa a utilizar a lista de
envio de mensagens com a utilização de discussão para relatos das práticas,
texto escrito digitalizado. Os grupos de conforme demanda de quem vive essa
discussão, também denominados listas de experiência ou por solicitação de alguém
discussão, têm como característica a deste grupo que quer saber sobre os
distribuição de cada mensagem enviada acontecimentos do trabalho. Não há uma
para todos os integrantes da lista de combinação de que tudo deve ser escrito na
endereços inscrita no grupo. O acesso pode lista, nem uma forma definida de como
ser restrito aos inscritos, sendo que um de escrever. O que vai acontecendo é uma
seus integrantes assume a função de escrita no tom da fala, de quem conta a
moderador para criá-la. Este serviço de alguém o que vive, tanto no que se refere
grupo de discussão é oferecido, ao relato de atividades, como de idéias,
gratuitamente, por provedores de internet, perguntas, dúvidas, incômodos gerados no
incluindo um website, comum aos percurso deste fazer-viver. A escrita
participantes do grupo, que mantém o também acontece de forma “misturada”
registro de todas as mensagens enviadas e com citações teóricas ou comentários de
respectivos arquivos anexados. autores, indicações de leituras relacionadas
A opção pelo uso de uma lista de ao que se está trabalhando. Os projetos de
discussão em nosso grupo de extensão e trabalho, o planejamento de atividades, os
não de outros ambientes a distância, relatórios e os materiais enviados pelas
vinculou-se à facilidade de acesso, ao equipes de organizações com quem se
domínio da ferramenta pelos seus trabalha, também são elementos que vão
integrantes e à rapidez do recebimento de dando forma à matéria que constitui a
mensagens. Inicialmente, a “escolha” da “lista”.
mesma teve um caráter eminentemente No movimento de trocar mensagens
instrumental para manter a comunicação de a respeito da intervenção nas atividades de
agenda e combinações de atividades entre extensão, a interação entre participantes do
os membros do grupo, pois não tínhamos a grupo passa a delimitar menos as posições
noção de que o uso desta ferramenta de quem escreve, e mais o movimento de
poderia compor a problematização da escrever e compartilhar a experiência em
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sua multiplicidade. A conexão em rede produzir seu próprio texto nesta


com a matéria escrita de acesso experiência. A autora destaca a perspectiva
permanente possibilita o contato em de uma interação dialógica (argumentativa,
qualquer tempo com o que está sendo narrativa, expressiva, contratual), de
produzido-escrito. O grupo de trabalho da caráter teórico conceitual-metodológico,
psicologia se forma por estar na em que todos os participantes podem se
universidade, mas para estar fora dela e colocar em posição de interlocução, por
assim mantém com a lista um “lugar” de meio de uma escrita autoral. Mutti e Axt
permanente acesso, que vai sendo (2008) destacam a importância de
constituído neste “espaço mútuo”, feito das observarmos em nossas ações pedagógicas
grafias no fluxo da experiência e do os princípios metodológicos da dinâmica
pensamento. Essa “pedagogia a distância”, destes novos ambientes de aprendizagem
aparentemente sem lugar e em todos os com as ferramentas da tecnologia a
lugares, evidencia uma problematização distância. No estudo de experiências desta
dos modos de formar que passa do uso do natureza, em ensino superior, Axt et cols.
espaço como marca do tempo de aprender, (2003) afirmam que as tecnologias digitais,
para aprender no tempo e na coexistência dentre elas os ambientes a distância,
de movimentos entre espaços. detém especificidades que podem ser
Portanto, fomos percebendo que agenciadas de diferentes modos e, assim,
não tínhamos apenas uma lista de produzir processos de subjetivação
discussão, mas uma pragmática própria de voltados à criação de sentidos
um modo de escrever na formação em diferenciados e à construção autoral de
psicologia que se faz na ressonância da uma rede de conceitos. Esses trabalhos
experiência vivida em atividades de inscrevem-se no plano das aprendizagens,
extensão. das relações éticas, da expressão estética e
Axt (2005), destaca que as da produção de sentido, problematizando
ferramentas de comunicação a distância processos de investigação da invenção.
podem sustentar sua estrutura num Nesta interlocução conceitual e
complexo conceitual que busca privilegiar metodológica para problematizar nossa
o acesso ao ambiente de modo mais experiência associamos os modos de
intuitivo, mantendo o usuário imerso no inventar à noção de experimentação
texto e contexto de intervenções, ao apresentada por Gilles Deleuze. O autor
mesmo tempo em que ele se dedica a considera como ponto de partida da
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experimentação a contingência de um problematização, são condições que


encontro que instala “a necessidade promovem singulares formas de expressão.
absoluta de um ato de pensar, de uma É neste agenciamento que a lista de
paixão de pensar.” (2000, p. 240). Trata-se discussão torna-se um território de
de ultrapassar o que se coloca como limite acolhimento de matérias de expressão que
entre o sujeito e o objeto, para constroem o movimento da escrita e que
problematizar a relação produzida no passa a constituir um Diário Coletivo. Mas
movimento que força o encontro, princípio do que se trata um diário no âmbito destas
que orienta a pesquisa intervenção (Aguiar; práticas de formação em psicologia?
Rocha, 2007). Portanto, para experimentar,
não basta entregar-se à experiência, é Movimento II - Um diário que dedilha
preciso construir um modo de permanecer forças e subjetividade.
no processo em curso que solicita
invenção, o que implica em construir um A escolha por pensar os
modo de intervir que acolha a experiência movimentos da escrita nas práticas de um
e seus movimentos com a multiplicidade processo de formação emerge de uma
que nos constitui em cada peculiar modo trajetória ligada à análise institucional
de intervenção. O que promove essa (Baremblitt, 1996) no percurso de nosso
demanda por experimentar? A diferença. modo de formar-trabalhar. Encontramos,
Conforme Deleuze (2000) é a diferença na trajetória da psicologia brasileira, um
que invade o pensamento quando a conjunto de produções que criam um
representação não dá conta de responder ao regime de visibilidade para esse fazer
que acontece, e nos leva a criar outros institucional (Nascimento; COimbra, 2007;
modos de pensar, pesquisar, intervir. Benevides, 2007; Santos, 2006). Segundo
Quando problematizamos a as análises de Neves e Heckter (2007), a
experiência num plano conceitual formação pode ser pensada como
orientado pela experimentação, instituição que produz verdades, objetos-
movimentamos tendências de uma saberes e modos de subjetivação. Nessa
pedagogia e de uma psicologia que forçam perspectiva, o conhecimento não é um
novas formas de enunciação. Não saber o dado a priori, pois produz, num mesmo
que fazer diante das demandas produzidas movimento, sujeito e mundo.
no encontro com as políticas juvenis e A escrita contribui na análise destes
ensinar com a matéria que se faz desta processos institucionais, sendo que René
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Lourau (2004a) e Remi Hess (1988) leitores que serão interlocutores de uma
indicam esse fazer com uma ampla prática análise.
diarística. Lourau (2004b) analisa os O caráter da circulação da escrita,
modos como foram sendo construídos os segundo Hess (1988), acaba por determinar
registros de experiência de pesquisa e de maior precisão do que se escreve, o
intervenções, bem como as condições de estabelecimento dos períodos que abrange
publicação e propõe a noção de texto a experiência escrita, bem como as
institucional (TI) - relatório, dissertação, condições de análise, de reflexão e de
tese - e a escritura extratextual (ET), a qual teorização do trabalho em questão. Estes
rompe com a linearidade do texto elementos apontam a dimensão pedagógica
institucional. O extratexto é uma espécie da modalidade de escrita e indicam ,
de escritura diarística e, geralmente, segundo o autor, um certo domínio de
deixado de lado por ser considerado uma como se estabelece a relação com o outro.
fase transitória da própria redação, sendo O autor propõe a seguinte correspondência
raramente publicado. Hess (1988) analisou entre a condição de quem escreve e o tipo
a escrita de um diário na articulação de de escrita: Pessoal/Diário Íntimo;
diferentes dimensões - individual, grupal, Interpessoal/Correspondência;
organizacional, institucional-, sendo sua Grupal/Texto datilografado; Social/Texto
preocupação pensar a passagem de um multigrafado (mimeografado);
diário intimo, de uma escrita para si, a uma Público/Texto editado. De um diário
escrita pública, uma escrita para os outros. íntimo que se restringe ao domínio do
O Diário Institucional, concebido por Remi próprio autor, passando pela
Hess em 1976, busca conduzir essa correspondência em que o autor escolhe
passagem. A técnica consiste da descrição seu interlocutor, Hess (1988) evidencia os
diária dos fatos organizados em torno da diferentes domínios de difusão do que se
relação que se mantém com uma escreve, chegando a publicação de um
instituição (o trabalho, a relação com a artigo, por exemplo, em que o autor
equipe, o processo de uma pesquisa, etc.). desconhece quem são seus leitores. A
A cada dia o registro de algo marcante organização da escrita ocorre, nessa
como um encontro, uma reflexão, uma perspectiva, em função do modo de
leitura, etc., considerando a relação deste difusão, sendo que o fato de se datilografar
registro com o objetivo que se dá para este o diário é um facilitador para uma
diário. Além da releitura, este diário terá circulação mais ampla.
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Em sua experiência docente, Hess diário o uso da datilografia que


(1988) propõe o diário institucional e a possibilitava a cópia e um modo de
estratégia da passagem progressiva de uma compartilhar com outros.
escrita íntima para uma escrita social, a Considerando que mais de 20 anos
partir de uma de suas experiências se passaram, desde esta publicação de
docentes universitárias. Ao perceber a Remi Hess (1988), evidenciamos as
dificuldade para desenvolver a escrita mudanças nas modalidades de escritas e os
acadêmica, em trabalhadores sociais que meios de difusão. Aqui podemos destacar o
buscavam a formação em caráter de lugar de ferramentas e de tecnologias de
especialização, o autor pensou em cada época construindo nossas práticas.
diferentes técnicas para operar a escrita Hoje temos o e.mail, as listas de discussão,
que resultaria numa monografia. As os fóruns, os chats, os blogs, etc.,
técnicas elaboradas por Hess (1988) foram: elaborados por uma escrita registrada e
a monografia de estabelecimento disseminada no tempo vivido, sem a espera
(descrição do funcionamento do local a de uma reprodução em papel e de
que pertencia o trabalhador/estudante); a encontros presenciais para circulação entre
correspondência institucional com trocas indivíduos e mãos. É o envio instantâneo e
regulares entre duas pessoas que o recebimento num olhar que tateia
trabalhavam em estabelecimentos com rapidamente as palavras na tela. Estas
problemas institucionais comparáveis; o condições trazem outras repercussões para
romance institucional (história de vida a difusão da escrita e interagem com a
centrada no trabalho, num dado momento, noção de Diário Institucional para
ou sobre uma inserção num pensarmos o acesso ao registro e o modo
estabelecimento). As técnicas visavam a como se escreve no processo de pesquisar
elaboração de uma Análise Institucional e intervir.
sobre o lugar onde se desenvolvia a prática A variação do Diário Coletivo em
profissional, constituindo ferramentas de relação ao Diário Institucional de Hess
análise interna daqueles que buscavam (1988) inicia com a possibilidade de uma
utilizar os conceitos da referida escrita compartilhada num tempo
abordagem. A organização da escrita instantâneo, com acesso de tudo que é
ocorre, nessa perspectiva, em função do escrito para todos os participantes da lista,
modo de difusão, sendo que se tinha como conforme possibilita a ferramenta lista de
ferramenta de circulação mais ampla do discussão em rede. Essa condição produz a
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expansão da escritura pela interação que elemento processual da intervenção.


convoca de modo permanente pelo uso em Analisamos este modo de escrever
internet, bem como pela possibilidade de afirmando o caráter necessariamente
conectar os participantes do grupo que coletivo da linguagem, conforme destacam
compartilham um trabalho comum. Cabe Deleuze e Guattari (1995), cujo discurso
destacar que esta lista de discussão, que se indireto referenciado em Mikhail Bakhtin
torna um diário, é um elemento agenciado evidencia que a unidade de uma língua é
nas relações de um grupo de extensão com antes de tudo política, pois existem todos
as políticas públicas juvenis e com a os tipos de voz em uma voz e que mesmo
formação em psicologia. Portanto, essa uma escrita “individual” carrega muitas
escrita só acontece à medida que o este vozes.
grupo está no processo de intervenção com No âmbito da orientação
alguém que força essa enunciação, ou seja, etnográfica, também, encontramos algumas
esse modo de expressão é criado no formulações neste sentido. Clifford (2002)
contágio de experimentações com o discute as articulações atuais da escrita
processo de formação e com a vida juvenil etnográfica com a obra de Mikhail Bakhtin
que vai forçando variações nos modos de no que diz respeito a um estilo polifônico2
escrever-viver uma psicologia que forma e da escrita considerando a abertura do que
se forma. se escreve para diferentes leituras. O autor
Deleuze e Guattari (1995), destaca a preocupação com o rompimento
evidenciam o caráter coletivo e político da de uma autoridade monofônica do
linguagem, deixando de ser um sistema de etnógrafo e suas citações que buscam
representação, para se tornar uma prática servir como exemplos ou testemunhos. A
que exprime um regime de linguagem, uma busca de uma autoria plural que atribui aos
língua própria ao contexto em que se colaboradores não apenas o status de
produz. Assim, a língua é composta tanto enunciadores independentes, mas de
pelo ordenamento que mantém a escritores (Clifford, 2002).
constância e reprodução do que se diz, Alves (2006) em estudo sobre
como pela variação que faz surgir novas letramento com uso de ferramentas de
distinções. A problematização que faz do informática na Educação, afirma que as
Diário Coletivo uma questão de pesquisa implicações teórico-metodológicas de uma
refere-se a função que essa prática assume proposta de analítica dos agenciamentos,
no próprio movimento que a produz como com suas linhas de territorialização e
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desterritorialização, não objetivam se produz no entre sujeitos, objetos,


enfatizar percursos individuais, mas formas, constituindo processos relativos
evidenciar um agenciamento maquínico do aos modos de subjetivação e distribuições
desejo, indissociado de um agenciamento moventes na enunciação, conforme
coletivo de enunciação sobre a escrita, bem destacam Deleuze e Guattari (1997).
como sobre a oralidade e a informática, Nesta circunstância, escrever é um
entendidas enquanto máquinas sociais. prolongamento do agenciamento do qual
Neste diálogo com Deleuze e Guattari fazemos parte, cujo movimento de dedilhar
(1997), o autor afirma que os enunciados percorre a duração do processo de
são remetidos ao agenciamento, maquínico formação em psicologia no contexto de
e coletivo de enunciação, não havendo uma extensão. Diferente de digitar, que nos
face sem a outra pela indissociabilidade remete a uma datilografia no computador,
dos enunciados com as coisas. destacamos que é mais que digitar,
A análise do caráter dedilhar implica em fazer vibrar com os
necessariamente social da enunciação na dedos como num instrumento de cordas
concepção de um diário, evidencia que o (Bueno, 2000). A pragmática do dedilhar,
Diário Coletivo pode operar como segundo Lazzarotto (2009), indica algo
elemento de um agenciamento coletivo de mais que o digitar, pois as letras do teclado
enunciação, cuja conseqüência é são gravadas com vibrações enunciativas
desterritorializar os sujeitos que estariam de uma prática, cuja matéria de expressão é
associados a uma escrita pessoal, grupal, territorializada no entre relações de uma
social, pública conforme apresenta Hess lista-diário. Nessa direção, pensamos que o
(1988). Portanto, podemos dizer que a lista movimento de escrita abre possibilidades
de discussão em análise, não desconsidera de constituir grafias inventivas e estéticas
o plano de organização com as dimensões para expressar a multiplicidade dos modos
de escrita conforme apresenta Hess (1988), de aprender e de praticar psicologia.Um
bem como as modalidades de texto conjunto de matérias de expressão que
institucional (TI) e de extratexto ( ET), traçam territórios e vão tomando
como destaca Lourau (2000b).O que consistência num conjunto vago e discreto
analisamos como variação e que nos leva a de elementos heterogêneos, reagrupando
analisar a noção de Diário Coletivo, diz forças e reorganizando funções para
respeito a coexistência dessas dimensões e constituir um lugar de passagem e
modalidades com um plano de forças que produção de sentido (Deleuze; Guattari,
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1997, 1995). Neste sentido, encontramos que transbordam o regime de saber


línguas menores, como agentes potenciais psicológico e pedagógico. Em nossas
que fazem a língua maior entrar em um práticas a escrita vai compondo um modo
devir minoritário de todos os seus de acolher esse processo de produção
elementos e dimensões, e ao conectarmos e coletiva à medida que uma tecnologia, uma
conjugarmos elementos deste devir metodologia e uma rede de relações
minoritário, inventamos um devir macro-micropolítica configuram essa
específico imprevisto e próprio da possibilidade.
intervenção. Neste percurso, conforme propõe
Barros (2000), a pesquisa surge da
Movimento III – Cartografando um afirmação de um pensamento que se
modo de escrever-intervir apresenta como problema, como
multiplicidade dispersa, onde a pergunta
Como pragmática de uma língua não cessa o movimento interrogante e as
menor nos interessa neste estudo respostas se transformam, incessantemente,
cartografar as variações que são operadas em novas perguntas. Essa dimensão de
nessas funções, conforme uma política da pesquisa, segundo a autora, envolve a
língua (Deleuze; Guattari, 1995). Passamos reflexão sobre a utilização de ferramentas
a perceber que habitávamos uma teórico-metodológicas que se expressem
pragmática. Ao sermos solicitados para por meio de certas formas de interrogação
desenvolver uma atividade de extensão e estratégias analíticas, quando os
acadêmica fomos vivendo o agenciamento pesquisadores são cartógrafos e “[ ... ] não
da formação em psicologia com as se preocupam em transmitir o puro
políticas públicas juvenis. Uma face acontecimento, mas incorporam os fatos à
maquinando um currículo, um estágio, um própria vida, para comunicá-los como sua
projeto de extensão, professores e própria experiência, deixando na pesquisa
estudantes, organizações públicas, teorias, seu traço [ . . . ]” (Barros, 2000, p. 33).
legislações; a outra face enunciando modos Esse modo de escrever cria um
de formar-praticar da psicologia com as regime de visibilidade daquilo que se
ressonâncias das políticas juvenis, palavras inventa ao formar-praticar, colocando em
de ordem nas prescrições do que se deve análise os efeitos de prescrição em relação
fazer, palavras passagem de interrogações ao que se deve fazer e os efeitos de
sobre como fazer ao afetar-se por relações codificação em relação ao que se deve
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saber no sentido abordado por Foucault de um agenciamento coletivo de


(2003). Ao operarmos as práticas com enunciação. Ao escrever encontramos
políticas públicas juvenis, experimentamos entre palavras de ordem componentes de
a tensão do fazer profissional que escapa passagem que fazem a linguagem entrar
ao saberes prescritos. A feitura desse diário em um devir minoritário conforme
em atividades de extensão compartilhadas analisam Deleuze e Guattari (1995). A
num grupo de psicologia e com práticas palavra de ordem remete aos comandos e a
que se fazem a partir do exercício de todos os atos que estão ligados aos
análise com jovens e equipes, são enunciados por uma obrigação social.
condições importantes para compor a Enquanto as palavras de ordem marcam
pragmática do Diário Coletivo que paradas, composições estratificadas, a
operamos. mesma palavra, tem uma dupla natureza:
No diálogo com essas análises se “é preciso extrair uma da outra –
produzem nossas questões éticas: ao andar transformar as composições de ordem em
com os dizeres do outro que passagens as componentes de passagens.” (Deleuze;
palavras carregam que permitem essa Guattari, 1995, p. 59) O cartógrafo
escrita? Que compromisso consigo, com o experimenta, entre as palavras de ordem, a
outro e com a vida compartilhada pode ser tensão de novas distinções de suas práticas
produzido nesta vizinhança que nos que são expressas nos trajetos e nas
constitui? Deleuze e Parnet (1998) intensidades do escrever. Um território
enfatizam que manter a heterogeneidade existencial está em questão, pois segundo
envolve falar com, escrever com: com o Guattari (1992), a polifonia dos modos de
mundo, com uma porção do mundo, com subjetivação envolve uma multiplicidade
pessoas. Os autores afirmam que a objeção de maneiras de ser que buscam marcar o
de que se estaria se servindo do outro e tempo, os ritmos de nossas afetações e
depois deixando-o de lado, implica em expressões no percurso das
pensar sobre o que produz uma escrita, experimentações.
pois não se escreve pelo outro ou do outro. Os modos de criar uma morada
Escrevemos daquilo que agenciamos entre para uma desterritorialização na língua,
um e outro na tentativa de manter o fluxo através do Diário Coletivo, afirma tanto
de um processo onde a vida prolifera. Esta outros modos de praticar, como outros
é nossa direção ao analisarmos a modos de formar-se que buscam um
constituição do Diário Coletivo no plano estética da existência. A escrita constitui-se
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como modo de manter o movimento de essa psicologia se forma; aprender as


percorrer a prática e perdurá-la em análise, práticas ao mesmo tempo em que tais
acolhendo o que se vive através de um práticas estão sendo criadas; estar no
modo próprio de escrever. Rolnik (1993) encontro com a multiplicidade de um
evidencia que é assim que se faz o trabalho jovem, quando ele é apresentado apenas
do pensamento, pois dá para dizer que só como efeito de uma justa medida, seja pela
se pensa porque se é forçado a fazê-lo. O sua infração, seja pela situação de
pensamento, nesta perspectiva, não é fruto abandono.
da vontade de um sujeito já dado que quer Ao cartografarmos a pragmática do
conhecer um objeto já dado. Descobrir sua escrever que produziu este Diário Coletivo,
verdade, ou adquirir o saber onde jaz esta encontramos um modo de expressão que
verdade; o pensamento é fruto da violência percorre as passagens de sentido dessa
de uma diferença posta em circuito, e é experiência, ao invés de prender-se nas
através do que ele cria que nascem, tanto constantes de uma linguagem guiada pelo
verdades quanto sujeitos e objetos. padrão. Como cartógrafos, não buscamos
Quando o escrever se dá na algo já dado, desejamos exatamente o que
eminência de uma prática entre a está sendo inventado, seguindo na abertura
prescrição e o acontecer, estamos para acolher as diferenciações que o
produzindo mais um movimento que pensamento produz com essa
compõe uma cartografia. A enunciação de experimentação.
algo que se produz no processo de afetar e Uma vida está em toda parte, em todos
ser afetado numa escrita compartilhada. os momentos que este ou aquele sujeito
Nessa concepção, não nos centramos na vivo atravessa e que esses objetos vivos
análise do autor, do estudante, do jovem, medem: vida imanente que transporta os
do técnico ou da equipe, mas nos trajetos acontecimentos ou singularidades que
dos movimentos que cartografam as não fazem mais do que se atualizar nos
práticas que emergem numa enunciação. sujeitos e nos objetos. Essa vida
Nesse sentido, problematizamos a autoria indefinida não tem, ela própria,
como relação, um estilo a ser criado momentos, por mais próximos que
“entre” signos que circulam, insistem, estejam uns dos outros, mas apenas
afetam, e nos forçam a percorrer outras entre-tempos, entre-momentos
possibilidades de formar-praticar. Formar (Deleuze, 2002, p. 14).
em psicologia ao mesmo tempo em que
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Nota Aguiar, K. F.; Rocha, M. L. (2007).


Micropolítica e o Exercício da
1
Conforme artigo 103 do Estatuto da Pesquisa-intervenção: referenciais e
Criança e do Adolescente (ECA), dispositivos em análise. Psicologia
verificada a prática de ato infracional Ciência e Profissão, Brasília, v. 27,
(contravenção penal praticado por sujeitos n. 4, 648-663.
menores de 18 anos), será determinado Axt, M. (2008). Do Pressuposto Dialógico
pela autoridade competente medidas na Pesquisa: o lugar da
socioeducativas que, conforme o tipo de multiplicidade na formação (docente)
infração, envolve desde a advertência até em rede. Informática na Educação:
internação com privação de liberdade.). teoria & prática, Porto Alegre, v. 11,
2
A partir dos estudos literários e do estilo n.1, 92-104.
do romance Bakhtin (2000) situa o Axt, M.; Elias, C.R; Martinez, D. F.;
monologismo e a polifonia. No Alves, F.; Hartmann, F.; Lazzarotto,
monologismo o autor concentra em si G.; Leite, S. M. (2003). Rede de
mesmo todo processo de criação, coisifica Desassossegos: problematizações
o objeto, as vozes se tornam simples acerca de uma experiência
indício de uma coisa, excluindo uma pedagógica no ensino superior na
discussão. Já a polifonia se define pela interseção com ambientes virtuais.
interação de personagens no autor, uma Contrapontos, Itajaí, v. 3, n. 2, 243-
multiplicidade de vozes numa relação 254.
dialógica. Bakhtin, M. (2000) Estética da Criação
Verbal. São Paulo: Martins Fontes.
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PINHEIRO, R. et al. (Org.). de Educação/UFRGS); Psicóloga; Mestre
Trabalho em Equipe sob o Eixo da em Psicologia Social; Doutora em
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ABRASCO. Margarete Axt: Professora Titular do
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Paradigma Institucionalista: na Faculdade de Educação da UFRGS, dos
preâmbulo político-conceitual às Programas de Pós-Graduação em
aventuras históricas de “socios” e Educação (PPGEDU/UFRGS) e em
“esquizos” no Rio de Janeiro. Informática na Educação (PPGIE/
Transversões: periódico de pesquisa UFRGS); Coordenadora do Laboratório de
do Programa de Pós-Graduação da Estudos em Linguagem, Interação e
Escola de Serviço Social da UFRJ. v. Cognição (LELIC); Doutora em
1, n. 1, 169-199. Linguística.
Rolnik, S. (1993). Pensamento, Corpo e E-mail: maaxt@ufrgs.br
Devir: uma perspectiva

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