Você está na página 1de 62

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/338115742

Gaiola de Faraday em Ressonância Magnética

Thesis · July 2019


DOI: 10.13140/RG.2.2.19512.90883

CITATIONS READS

0 9,692

2 authors, including:

André Luís da Silva Pinheiro


Federal University of Rio de Janeiro
91 PUBLICATIONS   23 CITATIONS   

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Artigos View project

Trabalhos de Conclusão de Curso -TCC - 2019 View project

All content following this page was uploaded by André Luís da Silva Pinheiro on 23 December 2019.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

GAIOLA DE FARADAY EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Steve Mike Lopes

Rio de Janeiro
JULHO/2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

GAIOLA DE FARADAY EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Steve Mike Lopes

Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de


Engenharia Elétrica do Centro Universitário
Augusto Motta (UNISUAM), como requisito
parcial à obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Elétrica.

Orientador: André Luís da Silva Pinheiro

Rio de Janeiro
JULHO/2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

GAIOLA DE FARADAY EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Steve Mike Lopes

APROVADO EM: _________________________

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________
André Luís da Silva Pinheiro, D.Sc. - Orientador

_______________________________________
Antônio José Dias da Silva, M.Sc.

_______________________________________
Julio Guilherme Gerlach Gutteres, M.Sc.

Rio de Janeiro
JULHO/2019
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, ao meu pai Wilmar de Souza e a minha mãe Marli Lopes.
AGRADECIMENTOS

A todos que contribuíram para que este momento fosse possível.


EPÍGRAFE

“Ninguém explica Deus”


Clóvis Pinho
LOPES, Steve Mike. Gaiola de Faraday em Ressonância Magnética. 2019. 49 p. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Centro Universitário Augusto
Motta, Rio de Janeiro, 2019.

RESUMO

Gaiola de Faraday é uma parte fundamental e essencial de um aparelho de ressonância


magnética. Esta é uma proteção que envolve o ressonador e impede que eles entrem ou saiam
de ondas eletromagnéticas. Com o aumento da requisição de aparelhos de ressonância
magnética no Brasil é preciso pensar formas de reduzir custos na sua produção, pois o mesmo
se mantém elevado. O principal objetivo deste trabalho é analisar a redução dos custos na
construção das gaiolas de Faraday através da redução das espessuras das placas de alumínio,
pois as atuais gaiolas fabricadas no mercado utilizam espessuras que vão além do necessário
para se obter o resultado exigido pelos principais fabricantes de Ressonância Magnética e,
consequentemente, temos um custo um pouco mais elevado para sua construção.

Palavras-chave: Gaiolas de Faraday. Ressonância Magnética. Redução de Custos.


LOPES, Steve Mike. Faraday Cage in Magnetic Resonance Imaging. 2019. 49 p. Monograph
(Graduation in Electrical Engineering) – Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro,
2019.

ABSTRACT

Faraday cages are a fundamental and essential part of an MRI device. This is a protection that
surrounds the resonator and prevents them from entering or leaving electromagnetic waves.
With the increase in the demand for magnetic resonance imaging devices in Brazil, it is
necessary to think of ways to reduce costs in its production, as it remains high. The main
objective of this work is to analyze the reduction of costs in the construction of Faraday cages
by reducing the thickness of aluminum plates, since the current cages manufactured in the
market use thicknesses that go beyond what is necessary to obtain the result required by the
main manufacturers of Magnetic Resonance and, consequently, we have a slightly higher cost
for its construction.

Keywords: Faraday cages. Magnetic Resonance Imaging. Reduction of Costs.


LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1: Calculo do Campo elétrico.......................................................................................9


Equação 2: Profundidade de Penetração ...................................................................................46
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Desenhos do filtro elétrico instalado na parede da blindagem ..................................19


Figura 2: Piso Modular .............................................................................................................20
Figura 3: Painéis de Parede .......................................................................................................21
Figura 4: Foto do Teto da Blindagem .......................................................................................22
Figura 5: Painel Removido na Parede de Fundo.......................................................................23
Figura 6: Porta...........................................................................................................................24
Figura 7: Janela .........................................................................................................................25
Figura 8: Acabamento Interno ..................................................................................................26
Figura 9: Acústica .....................................................................................................................27
Figura 10: Ligação do fio terra no sistema de RM ...................................................................28
Figura 11: Esquema do filtro elétrico para blindagem de RF ...................................................29
Figura 12: Esquema de passagem de ductos de gases medicinais ............................................29
Figura 13: Painel de penetração da sala técnica para a gaiola ..................................................30
Figura 14: Esquema de uma sala de ressonância magnética....................................................31
Figura 15: Piso elevado medindo 60x60 cm .............................................................................36
Figura 16: Corte esquemático da base em alvenaria do compressor ........................................37
Figura 17: Esquema elétrico do quadro da Ressonância ..........................................................38
Figura 18: Quadro elétrico da Ressonância ..............................................................................38
Figura 19: Magnet Monitor......................................................................................................41
Figura 20: Estrutura de madeira e as chapas de alumínio .........................................................43
Figura 21: Ligação do fio terra no sistema de RM ...................................................................44
Figura 22: Esquema do filtro elétrico para blindagem de RF ...................................................45
Figura 23: Esquema de passagem de ductos de gases medicinais ............................................46
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................1
1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................1
1.2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ...........................................................................2
1.3. HIPÓTESE ...........................................................................................................2
1.4. OBJETIVOS .........................................................................................................3
1.5. MOTIVAÇÃO......................................................................................................3
1.6. TRABALHOS RELACIONADOS E CONTEXTUALIZAÇÃO .......................4
1.7. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ...................................................................4
1.8. METODOLOGIA ................................................................................................5
1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ............................................................................5
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..........................................................................................7
2.1. CONCEITO DE UMA GAIOLA DE FARADAY ..............................................7
2.2. AS REGRAS QUE CONSTITUEM O FUNCIONAMENTO DA GAIOLA DE
FARADAY .............................................................................................................................8
2.3. FUNCIONAMENTO .........................................................................................10
2.4. APLICAÇÕES E USO DE UMA GAIOLA DE FARADAY ...........................12
2.5. CONCEITO BÁSICO DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ............................15
3. GAIOLAS DE FARADAY: ESPECIFICAÇÕES ...............................................................16
3.1.BLINDAGENS DE RF E MAGNÉTICA ..........................................................................16
3.2.PERFORMANCE DA BLINDAGEM DE RF ...................................................................17
3.3.A NECESSIDADE DE UMA BLINDAGEM DE RF PARA A MRI ...............................17
3.4. COMO É FEITA UMA BLINDAGEM DE RF ................................................................18
3.5. INTERLIGAÇÕES ENTRE A BLINDAGEM E O AMBIENTE EXTERNO /
INTERFACES (PENETRAÇÕES) EM UMA BLINDAGEM DE RF ....................................19
3.6. SISTEMA DE PAINÉIS DE PAREDE E DE TETO DE RF............................................21
3.7.PAINÉIS REMOVÍVEIS PARA ACESSO DO MAGNETO ............................................22
3.8. PORTA DE RF BLINDAMAIS ........................................................................................23
3.9. VISOR DE RF BLINDAMAIS .........................................................................................24
3.10. TESTE DE VIBRAÇÃO DO SOLO ...............................................................................27
3.11. BLINDAGENS DE RF EM SALAS DE RESSONANCIA MAGNETICA x NORMA
IEEE 299 /2006 .........................................................................................................................31
3.12. ANALISADOR DE ESPECTROS ..................................................................................32
4. O PROJETO .........................................................................................................................35
4.1.ELABORAÇÃO DO SITE PLANNING............................................................................35
4.1.1. Piso Elevado....................................................................................................................35
4.1.2. Base do Compressor .......................................................................................................36
4.1.3.Tensão de Alimentação ....................................................................................................37
4.1.4.Aterramento .....................................................................................................................39
4.1.5.Botão de emergência ........................................................................................................39
4.1.6.Ar condicionado ...............................................................................................................39
4.1.7.Tomadas de energia, dados e voz ....................................................................................40
4.1.8.Exaustão e Botão de emergência .....................................................................................41
4.1.9.Comunicação entre a sala técnica e a sala de comando ...................................................41
4.2. CONSTRUÇÃO DA GAIOLA DE FARADAY ...............................................................42
4.2.1.Teste de vibração do solo.................................................................................................42
4.2.2.Entradas Elétricas.............................................................................................................44
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E TRABALHOS FUTUROS ................................................48
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .....................................................................................49
1.INTRODUÇÃO

1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA

Gaiola de Faraday (também conhecida como blindagem de RF), é uma caixa blindada
contra os ambientes ondas eletromagnéticas, especialmente aqueles cuja frequência é da ordem
das frequências de rádio (radio frequência ou RF) (ROSATTI, 2011). Deve o seu nome ao físico
Michael Faraday, que construiu um em 1836. Eles são usados para proteger de choques
elétricos, já que dentro de um campo elétrico é zero. A operação da gaiola de Farday é baseada
nas propriedades de um condutor em equilíbrio eletrostático. Quando a caixa de metal é
colocada na presença de um campo elétrico externo, as cargas positivas permanecem nas
posições da rede; os elétrons, entretanto, que em um metal estão livres, começam a se mover
desde que uma força inicia uma atuação (PAPOTI, 2011). À medida que a carga do elétron é
negativo, elétrons se movem em direcção oposta para o campo elétrico e, embora a carga total
do condutor é zero, um dos lados da caixa permanece com excesso de carga negativa, enquanto
o outro lado é deixado com maior quantidade de prótons (carga positiva). Esse deslocamento
das cargas faz com que, dentro da caixa, um campo elétrico seja criado em uma direção oposta
ao campo externo (SILVA, 2007). Em laboratórios especiais ou salas de Electromedicina
(particularmente em salas de MRI), essas interferências podem afetar o desempenho e a
qualidade das imagens de algumas equipes, por que a maioria dos fabricantes requer a
construção de uma blindagem nestes quartos garante consistente com os níveis de atenuação
necessária. A gaiola de faraday é essencialmente uma caixa grande de material de alta
condutividade elétrica (geralmente alumínio) montada sobre um esqueleto de madeira, que por
sua vez é baseado em uma estrutura pré-existente (parede de cimento ou gesso) para maior
rigidez (PAPOTI, 2011).
Gaiolas de Faraday são uma parte fundamental e essencial de um aparelho de
ressonância magnética. Esta é uma proteção que envolve o ressonador e impede que eles entrem
ou saiam de ondas eletromagnéticas. Desta forma, gaiola impede ambientais sinais
eletromagnéticos para distorcer o sinal fraco da ressonância magnética (PAPOTI, 2011). Um
projeto de gaiola de faraday requer certas condições prévias de estudos (dimensões das
aberturas, os níveis de piso e teto, insumos e outros), os quais são detalhados em uma pasta
técnica dada ao cliente no início do projeto. Geralmente as gaiolas são montadas no local por
uma equipe de técnicos treinados enviados especialmente para cada instalação a ser feita.

1
Uma das entradas são compradas na praça, o que reduz substancialmente os tempos e custos de
transporte. Juntamente com o esqueleto do escudo, isso inclui muitos outros componentes que
são fornecidos exclusivamente (porta blindada, janela blindada, filtros de potência, interfaces,
entre dezenas de outros pequenos componentes) (ROSATTI, 2011).

1.2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Estudos mostram que há uma grande demanda para a aquisição de aparelhos de


ressonância magnética, mas esses aparelhos ainda são muito caros, o que leva a urgência de
realizar projetos com custos menores para que esse se torne mais acessível para a população.
Ressalta-se que não estamos falando de um material de consumo comum, e sim um aparelho
que é capaz de detectar doenças e salvar vidas (ROSATTI, 2011).
Com o aumento da requisição de aparelhos de ressonância magnética no Brasil é preciso
pensar formas de reduzir custos na sua produção. As gaiolas de Faraday são parte fundamental
e essencial de uma ressonância magnética. Mas, essa redução de custo deve ser feita pensando
principalmente na manutenção da saúde dos pacientes, já que a gaiola é uma cobertura que
envolve o ressonador e impede que as ondas eletromagnéticas entrem ou saiam (SILVA, 2007).
Desta forma, a gaiola evita que os sinais eletromagnéticos ambientais distorçam o fraco sinal
de ressonância magnética.
Os custos para a feitura das Gaiolas de Faraday no mercado atualmente são onerosos
(SILVA, 2007), pois são feitos em alumínios mais espessos do que o que seria necessário para
obter os 100dB de atenuação solicitados pelos principais fabricantes de Ressonância Magnética,
utilizando malhas de 0.4mm de alumínio.

1.3. HIPÓTESE

Tendo em vista que a Gaiola de Faraday é baseada nas propriedades de um condutor em


equilíbrio eletrostático feitas com placas de alumínio, baseadas no princípio que “uma
superfície condutora isola um espaço impedindo descargas elétricas. Isso acontece porque um
condutor carregado espalha cargas por todo o campo elétrico. Mas, em decorrência do efeito da
repulsão das cargas, elas se distanciam entre elas e se alocam nos arredores desse campo
elétrico” (PAPOTI, 2011), uma das maiores preocupações é que a estrutura das gaiolas sejam
seguras e mantenham o seu pleno funcionamento, dessa forma, esse estudo buscará mostrar que

2
a diminuição das placas poderá diminuir os custos de produção sem alterar a efetividade do seu
funcionamento (SILVA, 2007), partindo da hipótese de que é possível obtermos a redução de
custos com a diminuição das espessuras das placas de alumínio de 0.4mm para 0.2mm utilizadas
para a construção das Gaiolas de Faraday em alumínio, sem colocar em risco à sua eficiência.

1.4. OBJETIVOS

O principal objetivo deste trabalho é analisar a redução dos custos na construção das
gaiolas de Faraday, pois as atuais gaiolas fabricadas no mercado utilizam espessuras que vão
além do necessário para se obter o resultado exigido pelos principais fabricantes de Ressonância
Magnética, o que leva a um custo mais elevado para sua construção e, consequentemente, um
desperdício de matéria prima.
Esse estudo tem como objetivo demonstrar como a diminuição das espessuras das placas
de alumínio de 0.4mm para 0.2mm utilizadas para a construção das gaiolas de alumínio podem
ser reduzidas sem colocar em risco à sua eficiência, trazendo como grande benefício o menor
custo para construção da mesma.

1.5. MOTIVAÇÃO

Esse estudo será uma oportunidade para demonstrar como os custos da construção de
gaiolas de Faraday podem ser diminuídos sem afetar sua qualidade, eficiência e,
principalmente, a segurança. As gaiolas de Faraday que serão analisadas nesse estudo se
destinam para o setor de Ressonância Magnética, baratear os custos de produção dessas gaiolas
significa tornar esse produto mais acessível, o que é certamente muito importante para
sociedade, visto que as máquinas de Ressonância Magnética podem prevenir e acompanhar o
tratamento de diversos casos.
Observa-se que não há necessidade de construção das gaiolas possuírem tais espessuras
para terem os 100dB de atenuação solicitados pelos principais fabricantes de Ressonância
Magnética. Esse estudo me motiva, pois buscarei mostrar como essa redução na espessura das
malhas de alumínio podem contribuir para a redução dos custos na construção da Gaiola de
Faraday em Ressonância Magnética.

3
1.6. TRABALHOS RELACIONADOS E CONTEXTUALIZAÇÃO

(ROSA, 2011), realizou um estudo exploratório-descritivo como objetivo de avaliar a


“Avaliação da Adequação da Acústica e Controlo do Ruído em Unidades de Ressonância
Magnética”. A metodologia utilizada para a investigação foi realizada por intermédio de
medições com o sonômetro integrador com capacidade de análise do ruído por bandas de oitava
em diversos pontos da sala de Ressonância Magnética (RM) considerados fulcrais. Estas
medições serão realizadas durante a execução de exames de RM com as sequências mais
ruidosas (Eco Planares, Eco de Gradiente e Fast Spin Eco). Também foram feitas entrevistas
exploratórias a Engenheiros de empresas de equipamentos de RM, a Administradores
Hospitalares e a Técnicos de Radiologia (TR). A consulta de registros e projetos de construção
e o Pedido de Informação Prévia, entre outros documentos, com o objetivo de compreender os
resultados obtidos nas medições. O estudo concluiu que a RM, é uma unidade de elevada
complexidade e especificidades técnicas e tecnológicas, e que deverá ser projetada com regras
próprias e não à luz da regulação de qualquer outro equipamento ou instrumentação clínica
hospitalar.
(SILVA, 2007), teve o objetivo de verificar a presença da Gaiola de Faraday e o grau
de conhecimento do profissional fisioterapeuta sobre a sua função como dispositivo de
segurança nas clínicas e consultórios de Fisioterapia na cidade de Niterói, RJ. Em relação à
metodologia, realizou-se uma entrevista junto aos fisioterapeutas responsáveis pelos
estabelecimentos visitados. Os pesquisadores verificarem que 53% dos entrevistados detinham
conhecimento sobre os perigos potenciais de ondas curtas, mas por outro lado constatou-se que
100% dos estabelecimentos visitados não possuíam a Gaiola de Faraday como medida de
proteção para o paciente e operador.

1.7. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

Reduzir os custos sem ter impacto na eficiência de qualquer sistema é algo almejado por
muitos. No caso da Gaiola de Faraday para Ressonância Magnética, isto tem despertado
interesse de diversos fabricantes de Gaiola de Faraday para Ressonância Magnética, que tem
tentado reduzir os custos para a produção da gaiola sem que haja prejuízo em seu pleno
funcionamento. O objetivo de reduzir os custos para a sua construção tem sido avaliado em
diversos casos, entretanto muitos fatores devem ser levados em consideração ao estudar
4
estratégias para diminuição do custo para construção, e o fato principal é que não haja perda
em sua eficiência.
O pleno funcionamento de uma Gaiola de Faraday em Ressonância Magnética é de
extrema importância para que se obtenha qualidade na imagem do equipamento de Ressonância
Magnética, por esta razão, desenvolver um mecanismo mais barato, mas que tenha perda em
sua eficiência pode não ser uma alternativa interessante. O mecanismo desenvolvido neste
trabalho tem como premissa a redução de custos sem impacto na eficiência e, caso haja sucesso
no seu desenvolvimento, pode ser capaz de reduzir em até 15% do seu custo atual.

1.8. METODOLOGIA

A primeira parte deste trabalho consistirá em uma revisão bibliográfica sobre os


assuntos relevantes para o desenvolvimento do mecanismo proposto, como as principais
características da Gaiola de Faraday em Ressonância Magnética e o seu funcionamento, além
de uma análise dos fatores que podem influenciar em como a diminuição das malhas de
alumínio nos trará uma redução no custo para construção da Gaiola de Faraday para uma
Ressonância Magnética.
Em seguida, serão pesquisados os principais conteúdos sobre Gaiolas de Faraday
presentes na literatura, verificando se as pesquisas encontradas se aplicarão bem as
especificações deste trabalho e como será interessante inseri-la no desenvolvimento do projeto.
Além disso, também como fruto desse estudo será apresentado um projeto de uma
Gaiola de Faraday para Ressonância Magnética que seja menos onerosa do que as que
disponíveis atualmente no mercado.

1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO

Esse trabalho será dividido em 5 capítulos. No primeiro capítulo apresenta-se o projeto,


expondo uma breve contextualização e apresentando a problemática vislumbrada, assim como
os objetivos. No segundo capítulo é realizada uma revisão sobre a Gaiola de Faraday em
Ressonância Magnética, promovendo um maior detalhamento do processo de construção da
Gaiola de Faraday.
No terceiro capítulo é analisado o projeto para a feitura de uma Gaiola de Faraday em
Ressonância Magnética, visando a redução dos custos para a construção da mesma, sem que
ocorra prejuízo ao seu funcionamento.
5
No quarto capítulo conclui-se o projeto mostrando os resultados encontrados com o
projeto da nova Gaiola de Faraday para Ressonância Magnética e finalmente no quinto capítulo
vem a conclusão seguida da apresentada a bibliografia utilizada no trabalho.

6
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. CONCEITO DE UMA GAIOLA DE FARADAY

A gaiola de Faraday é um composto de um material condutor, como o caso de uma rede


de arame ou mais recipientes de folha de metal, que faz com que a concentração de campos
elétricos seja gerado no seu interior, não há troca de cargas elétricas ocorrendo, servindo como
proteção ou blindagem elétrica e gerando todas as cargas negativas em um lado da gaiola e não
misturadas com cargas positivas. O isolamento ou a prevenção da penetração de cargas
elétricas, conhecido como efeito de Faraday, irradia um saldo nulo condutor que anula o campo
externo e polarizado de modo que seja apenas com cargas positivas na direção que é o campo
eletromagnético, e elétrons (carga negativa), na direção oposta (MESSIAS, 1999).
Este deslocamento de cargas no interior da caixa cria um campo elétrico (representado
em vermelho na animação seguinte) sentido contrário ao campo externo, representada em azul.
O campo elétrico resultante no interior do condutor é zero. Como no interior da caixa, não há
nenhum campo, sem payload pode atravessá-lo; Portanto, é usado para proteger dispositivos de
cargas elétricas (PAPOTI, 2011). O fenômeno é chamado de blindagem elétrica. Muitos
dispositivos que usamos em nossas vidas diárias são fornecidos com uma gaiola de Faraday:
micro-ondas, sensores, cabos, etc. Outros dispositivos, sem ser fornecido com um ato de gaiola
de Faraday como tal: os carros, aviões, elevadores, etc. Por este motivo recomendamos ficar
dentro do carro durante uma tempestade: o chassi de metal atua como uma gaiola de Faraday.
A Gaiola de Faraday faz com que o campo eletromagnético
no interior de uma jaula anule o efeito dos campos externos, isso gera um campo elétrico igual
em magnitude, mas oposto em direção ao campo eletromagnético, então a soma de ambos
campos dentro da jaula será igual a 0 (ROSATTI, 2011).
O condutor polarizado gera um campo elétrico onde as cargas seriam zero. Assim,
dentro de uma gaiola de Faraday, o efeito do campo eletromagnético dentro de um condutor de
equilíbrio é zero, anulando o efeito dos campos externos. Isto porque, quando o condutor está
sujeito a um campo eletromagnético externo é polarizada dessa maneira é carregado
positivamente na direção indo campo eletromagnético, e negativamente carregada na direção
oposta. Como o condutor foi polarizado, ele gera um campo elétrico igual em magnitude, mas
oposto em direção ao campo eletromagnético (MESSIAS, 1999).

7
2.1.1. História da Gaiola de Faraday

No início de 1831, o britânico Michael Faraday, com estudos em física e química,


começou a experimentar chegar a indicações que o levaram à descoberta da indução
eletromagnética; para, então, focar no trabalho da eletricidade estática, que consegue perceber
que o excesso de carga que estava em um único acionador, que estava apenas do lado de fora,
não teve influência. Então, o cientista queria provar ao mundo o que ele havia descoberto. Para
isso, ele começou a condicionar uma sala com folha de alumínio para que as altas descargas de
tensão produzidas por um gerador eletrostático ressoassem para o exterior da sala (HECHT,
2017).
Faraday propõe o uso do eletroscópio para demonstrar que nenhuma carga elétrica
estava presente dentro da sala, mas apenas fora dela. Faraday capaz de demonstrar isto através
da realização de uma experiência que utilizou uma bandeja de gelo e uma esfera de metal e
descendente da esfera é carregado com eletricidade estática a um balde de metal sobre uma
cadeira de madeira que serviu como isolamento para o solo balde. Quando esta área conseguiu
descer e entrar sem tocar balde, cargas encontradas na superfície do balde são redistribuídos de
indução eletrostática, dando origem ao princípio conhecido como Gaiola de Faraday
(LEITGEB, 2001).

2.2. AS REGRAS QUE CONSTITUEM O FUNCIONAMENTO DA GAIOLA DE


FARADAY

A gaiola de Faraday é um recipiente feito de material condutor, tal como malha de arame
ou de folha de metal, que protege encerrando campos elétricos externos. Nas nossas
experiências, com uma gaiola de Faraday pode ser usado para evitar a interferência
eletromagnética externa. No entanto, dependendo do ambiente pode ser emissões
eletromagnéticas, rádio, micro-ondas, ou outros tipos de emissões invisíveis que podem viajar
através do ar e interagir com agulhas de metal e arame usamos como eletrodos. O metal, em
seguida, o sinal de ruído propaga como uma antena para nossas gravações neurais, interferindo,
causando o pior caso, tudo que você ouve é uma estação de rádio! Uma gaiola de Faraday pode
ser usada para bloquear muitas dessas fontes de ruído (SHIELDS N, 2004). Gaiola de Faraday
foi nomeada após um cientista do século XIX Michael Faraday, mas para entender como ele
8
funciona nos referimos gaiola para outro cientista famoso, Charles-Augustin de Coulomb.
Coulomb trabalhou muito na dinâmica das partículas carregadas e nos campos elétricos que
elas geram. Coulomb determinou que o campo elétrico, E, a um raio r de distância a partir de
uma carga estacionária ponto, Q, pode ser calculada pela seguinte Equação 1:

Equação 1: Calculo do Campo elétrico

𝑄
𝐸 𝑟 = ∗𝑒
4𝜋𝜀) 𝑟 * -

(1)

Onde Î0 é a permitividade do espaço livre, Er é o vetor unitário radial. Isso significa


que a intensidade do campo elétrico diminui quanto mais longe a pessoa estiver de uma fonte
elétrica. Se a pessoa está dirigindo na estrada e percebe, por exemplo, como uma estação de
rádio "desvanece" (para de tocar), é porque ela está se afastando da torre de transmissão
(HECHT, 2017).
A mensagem é que esta lei estabelece as bases para um relacionamento matemático que
relaciona a carga e o campo elétrico dentro de um volume fixo de espaço. Uma gaiola de
Faraday inclui um volume fixo de espaço, e se a gaiola é feita de material condutor, a
característica fundamental da gaiola é que ela evite cargas externas para induzir campos
elétricos dentro desse volume. Aqui estão duas das principais regras que governam esse efeito
de barreira: 1. A Lei de Coulomb exige que as cargas em um condutor de equilíbrio sejam tão
amplamente separadas quanto possível e, portanto, a carga elétrica líquida de um condutor
reside inteiramente em sua superfície. Qualquer campo elétrico líquido dentro do condutor
causaria um movimento de carga, já que é abundante e móvel, mas a balança requer que a força
resultante no condutor seja igual a zero. Assim, o campo elétrico dentro do condutor é zero
(TEIXEIRA SR, 2001).
A segunda regra nos diz que o campo elétrico dentro do condutor de equilíbrio é zero, a
regra 1 nos diz que a carga do condutor está completamente na superfície (limite). Em outras
palavras, a superfície do volume condutivo se torna uma barreira onde as cargas se movem em
direção e em torno da superfície para gerar campos exatamente opostos a qualquer carga que
busca cruzar a borda, mantendo assim um interior livre de interferência elétrica externa
(MESSIAS, 1999).

9
2.3. FUNCIONAMENTO

O funcionamento apropriado de uma gaiola de Faraday é baseado nas propriedades


encontradas na eletrostática desde a caixa de metal colocada ou de alumínio, na presença de um
campo elétrico externo, as cargas positivas são presas na rede; os elétrons, por sua vez, movem-
se na direção oposta do campo elétrico. Embora a carga total do condutor é zero, um lado da
caixa é mantido com um excesso de carga negativa, enquanto a geração do outro lado de
execução de elétrons, produzindo apenas carga positiva. O metal (ou, em alternativa, alumínio),
a caixa pode repelir a carga positiva encontrado na sua posição original, enquanto elétrons (com
carga negativa), estão dispostas em frente para a direção do campo magnético gerado (repele),
formando assim um dos lados do recipiente com excesso de carga negativa, enquanto o outro
lado fica sem carga (LEITGEB, 2001).
A gaiola de Faraday é uma blindagem elétrica, uma superfície condutora em torno de
um espaço oco, que é um circuito fechado formado por capuzes metálicos ou uma malha
apertada estrutura que impedem a influência dentro ou interferências causadas por campos
elétricos externos. O efeito de gaiola de Faraday faz com que o campo eletromagnético dentro
de um condutor de equilíbrio seja zero e, portanto, todos os efeitos dos campos são anulados.
Este efeito de gaiola é evidente em muitas situações da vida diária. Por exemplo, é responsável
pelo fato de os celulares não funcionarem bem dentro de muitos elevadores ou dentro de um
edifício com estrutura de grade de aço. Uma "gaiola de Faraday" é um invólucro fechado feito
de tampas metálicas ou uma rede de malhas apertadas que impede a influência de campos
elétricos externos no interior (MESSIAS, 1999).
Em outras palavras, é um volume fechado projetado para excluir campos magnéticos,
sendo usado como uma aplicação da lei de Gauss. A lei de Gauss descreve as distribuições de
carga em um volume condutivo, como uma esfera, um cilindro, um toro etc. Intuitivamente, à
medida que as acusações do mesmo sinal se repelem, elas migrarão para a superfície. Para
demonstrar essa aplicação, o físico Michael Faraday construiu a famosa caixa em 1836 para
demonstrar a lei de Gauss, sendo o cientista quem descreveu os conceitos envolvidos nas
equações de Maxwell. O postulado de Faraday sustenta que as cargas em um condutor, só se
colocam na superfície deste, não tendo influência no interior do corpo. Para demonstrar o
postulado, ele construiu uma sala coberta com uma camada de metal (que é conhecida como a
caixa de Faraday), permitindo que descargas de alta voltagem de um gerador eletrostático
10
afetassem o exterior da sala. Dentro da sala foi introduzido um eletroscópio (que é um
dispositivo usado para medir a carga elétrica), para mostrar que não havia carga elétrica no
interior. efeito estipulado no postulado de Faraday, que diz que o fluxo de campo eletrostático
afravieza uma superfície fechada sendo proporcional à carga líquida localizada dentro da
superfície (MESSIAS, 1999).
A aplicação desta caixa é usada para eliminar os efeitos de campos elétricos nos
volumes, por exemplo, para proteger equipamentos eletrônicos de cortes de energia, bem como
de outras descargas eletrostáticas. Uma caixa de Faraday também é conhecida como escudo de
Faraday, que é usado para se referir a qualquer tipo de escudo eletrostático. Sua operação na
vida cotidiana está, por exemplo, no uso de micro-ondas para aquecimento de alimentos. Ao
mesmo tempo, invenções como o automóvel, capaz de proteger seus ocupantes de um impacto
elétrico causado por raios; como dispositivos eletrônicos, como telefones celulares, dispositivos
de áudio, entre outros; dado que eles usam o princípio da gaiola de Faraday, a fim de evitar
interferências e ruídos entre outros alto-falantes e microfones (GUIDELINES FOR LIMITING
EXPOSURE TO TIMEVARYNG ELECTRIC, 1998).
A operação da gaiola de Faraday é baseada nas propriedades de um condutor em
equilíbrio eletrostático. Quando a caixa de metal é colocada na presença de um campo elétrico
externo, as cargas positivas permanecem nas posições da rede; elétrons, no entanto, que são um
metal livre move-se em sentido oposto ao campo elétrico e, embora a carga total do condutor é
zero, um dos lados da caixa (na qual os elétrons são acumulados) permanece com um excesso
de carga negativa, enquanto o outro lado fica sem elétrons (carga positiva) (TEIXEIRA SR,
2001).
O efeito de gaiola de Faraday faz com que o campo eletromagnético dentro de um
condutor em equilíbrio é zero, anulando o efeito de campos externos. Isto porque, quando o
condutor está sujeito a um campo eletromagnético externo está polarizado, de modo que é
carregado positivamente na direção indo campo eletromagnético, e negativamente carregada na
direção oposta. Como o condutor foi polarizado, ele gera um campo elétrico igual em
magnitude, mas oposto em direção ao campo eletromagnético, então a soma de ambos os
campos dentro do condutor será igual a 0. (LEITGEB, 2001)
Ele se manifesta em muitas situações cotidianas, por exemplo, o mau funcionamento de
telefones celulares dentro de elevadores ou edifícios com estrutura de grade de aço. Uma
maneira de verificar isso é com um rádio ligado a uma estação do Media Wave. Quando você
o envolve com um jornal, o som é ouvido corretamente. No entanto, se o papel é substituído
11
por uma folha de alumínio deixa de emitir os sons de rádio: O alumínio é um condutor elétrico
e faz com que o efeito de gaiola de Faraday. Este fenômeno, descoberto por Michael Faraday,
tem uma importante aplicação em aviões ou na proteção de aparelhos sensíveis tais como
repetidores de rádio, discos rígidos e televisão localizada no topo de montanhas e expostos a
perturbações eletromagnéticas causadas por tempestades equipamentos eletrônicos
(GUIDELINES FOR LIMITING EXPOSURE TO TIMEVARYNG ELECTRIC, 1998).
A operação da gaiola de Faraday é baseada nas propriedades de um condutor em
equilíbrio eletrostático. Quando a caixa de metal é colocada na presença de um campo elétrico
externo, as cargas positivas permanecem nas posições da rede; os elétrons, entretanto, que em
um metal estão livres, começam a se mover desde que uma força dada por eles atua (MESSIAS,
1999).
Como a carga do elétron é negativa, os elétrons se movem na direção oposta ao campo
elétrico e, embora a carga total do condutor seja zero, um dos lados da caixa (na qual os elétrons
se acumulam) permanece com um excesso de carga negativa, enquanto o outro lado é deixado
com um defeito de elétrons (carga positiva). Esse deslocamento das cargas faz com que, dentro
da caixa, um campo elétrico seja criado em uma direção oposta ao campo externo
(GUIDELINES FOR LIMITING EXPOSURE TO TIMEVARYNG ELECTRIC, 1998).
O campo elétrico resultante dentro do condutor é, portanto, zero.
Como não há campo dentro da caixa, nenhuma carga pode passar por ela, e é por isso que é
usada para proteger dispositivos com cargas elétricas. O fenômeno é chamado de blindagem
elétrica. Muitos dispositivos que usamos em nossa vida diária são fornecidos com uma gaiola
de Faraday: micro-ondas, scanners, cabos, etc. Outros dispositivos, sem ser fornecido com uma
gaiola de Faraday, funcionam como tal: elevadores, carros, aviões, etc. Por esta razão,
recomenda-se permanecer dentro do carro durante uma tempestade: seu corpo de metal age
como uma gaiola de Faraday (MESSIAS, 1999).

2.4. APLICAÇÕES E USO DE UMA GAIOLA DE FARADAY

Ele se manifesta em muitas situações cotidianas, por exemplo, o mau funcionamento de


telefones celulares dentro de elevadores ou edifícios com estrutura de grade de aço. Uma
maneira de verificar isso é com um rádio ligado a uma estação. Quando você o envolve com
um jornal, o som é ouvido corretamente. No entanto, se o jornal for substituído por uma folha

12
de alumínio, o rádio para de produzir sons: o alumínio é um condutor elétrico e causa o efeito
da gaiola de Faraday (SHIELDS N, 2004).
Esse fenômeno, descoberto por Michael Faraday, tem importante aplicação em aviões
ou na proteção de equipamentos eletrônicos delicados, como discos rígidos ou repetidores de
rádio e televisão localizados no topo de montanhas e expostos a perturbações eletromagnéticas
causadas por tempestades. Apresentar segurança contra relâmpagos: Tanto quanto carros e
aviões estão sujeitos ao clima de uma tempestade com carga elétrica, estes meios de transporte
devem proteger sua tripulação, por isso, sua estrutura é condicionada como uma gaiola de
Faraday, fornecendo segurança dentro. Tanto os técnicos quanto os especialistas que trabalham
com materiais de alta tensão e cargas de eletricidade estão expostos a serem afetados pelo
ambiente em que trabalham, portanto, roupas de proteção são feitas, que atuam como gaiolas
de Faraday quando repelem cargas de alta tensão, protegendo o usuário de receber um impacto
elétrico (SHIELDS N, 2004).
O motor protótipo Faraday serviu como um ponto de partida para motores elétricos.
Quase todas as instalações enfrentam problemas potenciais de campos eletromagnéticos ou
interferência eletromagnética, que variam de acordo com o tipo de instalação. Por exemplo,
instalações de pesquisa médica que tenham equipamentos que sejam muito sensíveis à
interferência eletromagnética devem ser protegidos nas áreas circundantes. Edifícios
comerciais e escolas podem ter problemas com interferência eletromagnética e problemas
relacionados à saúde (MESSIAS, 1999).
Em edifícios comerciais, as preocupações mais frequentes são sobre os problemas de
interferência com o equipamento ou possíveis efeitos na saúde. fontes de campos magnéticos
produzidos por sistemas elétricos incluem quadros de distribuição de energia, transformadores,
cabos, etc. Não é incomum encontrar equipes com várias áreas em edifícios com altos campos
magnéticos de corrente alternada. As linhas de alta tensão que passam perto dos edifícios
também podem causar campos magnéticos altos dentro dos edifícios adjacentes. Embora raro,
alguns edifícios pode ter problemas devido ao aço estrutural interferência eletromagnética que
tem sido permanentemente magnetizadas durante o processo de soldagem ou por qualquer outro
meio, resultando em altos campos magnéticos (HECHT, 2017).
A presença de RF (Rádio Frequência) ou campos eletromagnéticos de radiofrequências
no interior de alguns edifícios sendo antenas de comunicação próximos podem causar
interferências com redes sem fio, equipamentos de comunicação e outros eletrônicos sensíveis.
Sinais de RF externos podem ser especialmente problemáticos em edifícios de propósito
13
especial, como data centers, hospitais, laboratórios de pesquisa, estúdios de radiodifusão, onde
eles podem causar graves interferências com a investigação, equipamento de gravação, etc ...
O aumento no uso de equipamentos de diagnóstico baseados no uso de microprocessadores e o
monitoramento terapêutico do paciente dentro de hospitais também aumentaram as taxas de
falhas desses dispositivos devido à interferência de radio frequência. Existem muitas fontes de
RF em hospitais, incluindo transmissores de localização de rádio, walkie-talkies usados por
unidades de manutenção e pessoal de segurança, televisões, telefones celulares, etc. Os sinais
de RF desses dispositivos podem causar interferência em consequências catastróficas nos
sistemas de telemetria sem fio de monitoramento, ultrassom e equipamentos de imagem
utilizados nos cuidados e cuidados com a saúde do paciente. (MESSIAS, 1999).
Dispositivos médicos, como eletrocardiógrafos, eletroencefalogramas e outros, são
sensíveis a campos magnéticos de corrente alternada porque usam sensores bioelétricos
sensíveis. Quando equipamentos de Ressonância Magnética são instalados em prédios
existentes, dispositivos de vigilância em áreas adjacentes podem sofrer interferência devido à
sua proximidade do ímã usado para gerar as imagens. (MESSIAS, 1999).
Como o equipamento de Ressonância Magnética não pode ser visível, a distorção da
imagem é erroneamente atribuída a alguns problemas de qualidade de energia, fontes de
alimentação, placas de vídeo incompatíveis, linhas de energia próximas ou outras fontes. Na
verdade, os culpados são os campos magnéticos são produzidos a partir da ressonância
magnética. (MESSIAS, 1999).
Nos laboratórios de pesquisa genética farmacêutica, de bioengenharia, de
nanotecnologia avançada e outros, é comum o uso de equipamentos altamente especializados
que podem ser extremamente sensíveis aos campos magnéticos de corrente alternada e corrente
alternada e à radiação de uma ampla faixa de frequência de rádio, incluindo micro-ondas.
(GUIDELINES FOR LIMITING EXPOSURE TO TIMEVARYNG ELECTRIC, 1998) .
Se o projeto ou a renovação de uma nova instalação abriga esse tipo de laboratório, seus
instrumentos exigem requisitos ambientais rigorosos, que exigem os serviços de um consultor
especialista em campos eletromagnéticos e a atenuação dos mesmos. (SHAH SG, 2007).
A ressonância magnética e as investigações realizadas em diferentes laboratórios podem
sofrer interferências, tanto de campos produzidos por corrente alternada quanto por corrente
contínua. Laboratórios de pesquisa de todos os tipos contêm certos tipos de equipamentos ou
sistemas cuja imunidade à Interferência da eletromagnética é desconhecida. (GUIDELINES
FOR LIMITING EXPOSURE TO TIMEVARYNG ELECTRIC, 1998).
14
Como medida de precaução, as empresas geralmente investem em medidas de
blindagem para atenuar o campo magnético, a fim de garantir que esses equipamentos ou
sistemas que foram desenvolvidos, construídos e operados para ambientes com baixa
Interferência eletromagnética funcionem corretamente contra qualquer possível problema de
interferência. (MESSIAS, 1999).

2.5. CONCEITO BÁSICO DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

O conceito de Ressonância Magnética está ligado a alguns conhecimentos básicos da


Física, e podemos citar que na natureza temos pequenas unidades chamado de átomos, os
mesmos são constituídos por um núcleo e elétrons que giram em órbitas específicas ao seu
redor. A carga elétrica positiva que é chamada de prótons, é encontrada no núcleo atômico,
onde nele também se encontram os nêutrons. No nosso organismo o átomo de hidrogênio é o
mais abundante e contendo um único próton. Como temos o hidrogênio em abundância em
nosso organismo e sua alta sensibilidade, a técnica no qual é utilizada para Ressonância
Magnética é limitada, praticamente exclusiva no estudo do átomo de hidrogênio. Com isso,
conseguimos verificar que esses átomos são utilizados para geração das imagens dos órgãos
interno do corpo e analisamos o comportamento magnético do seu núcleo. (ROSATTI, 2011).

15
3. GAIOLAS DE FARADAY: ESPECIFICAÇÕES

As Gaiolas de Faraday são uma parte fundamental e essencial de um aparelho de


ressonância magnética. Esta é uma proteção que envolve o ressonador e impede que eles entrem
ou saiam de ondas eletromagnéticas.
Para a construção da gaiola de Faraday de acordo com a norma NBR5419, é necessário
um estudo detalhado tanto do ambiente externo e interno possibilitando o levantamento de
dados para analisar a viabilidade de ter uma RM no local. No levantamento é avaliado qualquer
tipo de interferência que possa prejudicar que esta gaiola de Faraday seja violada por algum
sinal.
• Proximidade de linhas férreas e de metrô perto do local onde se deseja instalar, a
recomendação é que seja no mínimo de 60m de distância por motivos das ondas de
atenuação que geram quando os trens passam naquele certo ponto.
• Levantamento de campo se no local escolhido não passa nenhuma eletro calha com
cabos elétricos em baixo ou cima da laje, se caso tenha alguma é necessário à remoção
daquele trecho para não houver interferências nas imagens, não pode ter nenhum tipo
de motor elétrico de potência elevada tais como, ar condicionado e geradores a área
deve estar totalmente livre.

3.1. BLINDAGENS DE RF E MAGNÉTICA

Blindagem de Rádio Frequência pode ser fabricada com painéis que se modulam
cobertos com materiais altamente condutivo, mais comum que seja o alumínio. Painéis como
estes são parafusados entre si, pela parte interna da sala, tendo assim uma completa e continua
blindagem. Dentro da blindagem são colocadas colunas na vertical de madeira para serem
instaladas nelas o acabamento do interior da sala, para não correr o risco de prejudicar a
blindagem. Toda a madeira utilizada na fabricação da blindagem é de reflorestamento e tratada
a vácuo contra cupins e pragas. Blindagem Magnética é realizada para garantia de
funcionamento do magneto da ressonância, bem como a qualidade de suas imagens. Aço que
tem teor baixo de carbono e magnésio, além do específico tratamento térmico, confirmam a
performance e qualidade de uma blindagem, porém, a atual utilização de Aço Silício GNO M36
é predominante, devido ao seu leve peso e condutibilidade.
16
3.2. PERFORMANCE DA BLINDAGEM DE RF

É comum que para os equipamentos de ressonância magnética, o valor de atenuação


solicitados seja de 100dB. Sendo assim, correspondente a redução 100.000:1, em um sinal de
rádio frequência. Em equipamentos de ressonância magnética é importante que a blindagem
seja isolada eletricamente da estrutura do prédio. Geralmente, pede-se uma isolação mínima de
1.000 ohms.

3.3. A NECESSIDADE DE UMA BLINDAGEM DE RF PARA A MRI

A Ressonância Magnética é um equipamento que faz imagens da anatomia humana


utilizando de um alto campo magnético e rádio frequências altas, sem que tenha necessidade de
algum tipo de cirurgia. Ressonância Magnética utiliza vários pulsos de rádio frequência para
mexer com o núcleo de hidrogênio que há dentro de um corpo humano. Portanto, esses núcleos
mandam sinais baixos de rádio frequência quando se alinham com um campo magnético. Estes
baixos sinais de rádio frequência são tratados pelo computador de comando da ressonância, que
assim realiza uma imagem anatômica de um corpo humano. Com intuito de proteger o pleno
funcionamento do equipamento de ressonância e proteger o ambiente externo, a blindagem de
rádio frequência tem que ser feita ao redor da sala. (PAPOTI, 2011).
• A finalidade de uma blindagem de RF:
Conter os pulsos de rádio frequência que são feitos pelo equipamento. Estes pulsos não
podem sair da sala de exames, pois podem danificar outras transmissões nas proximidades,
como por exemplo, a TV, emissoras de rádio, celulares e outros. Além, de uma possível
interrupção em outros equipamentos, como por exemplo, o Ultrassom, Tomógrafo e outros.
Permanecer com os ruídos de rádio frequência de um ambiente, como por exemplo, a
TV, emissoras de Rádio, celulares, e outros que ficam do lado de fora da sala que se realiza os
exames. Quando a ressonância capta sinais baixos de rádio frequência de um corpo, as imagens
são corrompidas com outro sinal de rádio frequência que está presente no ambiente.

17
Frequência dos sinais que são produzidos e captados pela ressonância são proporcionais
à força de um campo magnético e mudam de acordo com o fabricante.
• A finalidade da blindagem magnética:
Isolar o ambiente que estão em volta dos efeitos de um campo magnético gerado pelo
próprio magneto. O campo magnético poderá interferir em monitores de imagens,
intensificadores e com mais ênfase, prejudicar o funcionamento de um Marca Passos, por
exemplo.
Manter a homogeneidade de um campo magnético do ambiente de fora. Todo o mover
de massas metálicas que estejam perto do campo, pode ocorrer a flutuação deste e influenciar
as imagens médicas que estarão sendo coletadas. Onde o campo irá atuar, depende do
equipamento de ressonância, o tamanho de seu magneto e onde está localizado dentro da sala.

3.4. COMO É FEITA UMA BLINDAGEM DE RF

A blindagem de rádio frequência em um equipamento de ressonância magnética é


geralmente feita cobrindo toda a sala de realização de exames com um material que é
eletricamente condutivo (que para este caso, utilizamos o alumínio liga 1200 H14). Este
alumínio tem por objetivo captar o sinal e o conduzir o mesmo à “terra”. Em sua grande maioria,
as ressonâncias, é solicitado que tenha 100dB de efetividade na blindagem. Essa blindagem se
realiza blindando o seu magneto ou a sala de exames, esta blindagem é realizada pelo próprio
fabricante e poderá ser ativa ou passiva. Tal blindagem é realizada em uma posição estratégica,
visando a quantidade de material magnética necessário para conter o campo na posição que se
deseja. Deve-se ter muito cuidado quando determinar a posição do metal fazendo com que o
mesmo minimize o impacto da homogeneização do campo ou poderemos ter o risco da
dissipação total de corrente. O desenho da blindagem é feito em específico para cada sala.

18
3.5. INTERLIGAÇÕES ENTRE A BLINDAGEM E O AMBIENTE EXTERNO /
INTERFACES (PENETRAÇÕES) EM UMA BLINDAGEM DE RF

Existindo a necessidade de comunicação as salas, tanto em eletrônica (interligação entre


todos os módulos que envolvem computadores), quanto ao de passagem de pessoas (operadores
e pacientes) e do sistema de ar condicionado, é necessário que as blindagens sejam perfuradas.
Penetrações como estas em uma blindagem, Figura 1, são feitas para permitirem a função que
se deseja e permitir que todos os sinais não entrem nestes pontos. Geralmente, essas penetrações
são:
Entradas Elétricas:
- Energia elétrica para iluminar a sala.
- Energia elétrica em tomadas elétricas dentro da sala.
- Os próprios cabos que são interligados entre a máquina e o console da mesma.
- Botão de Emergência. Todas as entradas elétricas deverão ter passagem por filtros de
rádio frequência. Caso isto não aconteça, vão funcionar como antenas e levarão ondas
de rádio frequência a blindagem, afetando assim o funcionamento da ressonância.
(PAPOTI, 2011).

Figura 1: Desenhos do filtro elétrico instalado na parede da blindagem

Fonte: (PAPOTI, 2011)

19
Entrada e saída de Ar-Condicionado, Gases Médicos e Exaustão:
- Ar condicionado em geral.
- Sistema de exaustão de gás hélio e exaustão forçada.
- Todos os tipos de gases medicinais.
Para os casos de cabos de ligação entre o magneto e a sala, a empresa deverá realizar
uma preparação para recebimento do mesmo, denominado Painel de Penetração. Justo este
painel fará estas interligações.
Piso de RF: Para os pisos de rádio frequência, Figura 2, é produzido com painéis de
MDF de 18 mm, envoltos com alumínio em um de seus lados e aço galvanizado em outro. A
junção destes módulos é realizada com um sistema de travamento feito em alumínio e aço.
Processo este que com os seus perfis, garantem a boa qualidade de um piso com o passar do
tempo, logo, manterá sua integridade por anos.

Figura 2: Piso Modular

Fonte: (PAPOTI, 2011)

É de caráter obrigatório que o contra piso da sala do equipamento seja isento de


umidade, pois a mesma traz prejuízos. Pensando nisto, é utilizado uma barreira contra umidade
que funcionará como uma proteção extra, mas este controle é de responsabilidade do cliente.

20
3.6. SISTEMA DE PAINÉIS DE PAREDE E DE TETO DE RF

Painéis da parede, Figura 3, e os do são produzidos com quadros em madeira de


reflorestamento, que são tratas contra possíveis cupins e são envoltos de alumínio, tais painéis
são parafusados entre si, na parte interna para perfazer toda a sala. Essa construção leve, tem
diversas variações de níveis na construção que já existe e permite um movimento mediano
devido as imperfeições da estrutura local. Tais painéis são feitas de material leve e resistente.

Figura 3: Painéis de Parede

Fonte: (PAPOTI, 2011)

21
dentro das especificações solicitadas pelos fabricantes de ressonância magnética. Utiliza-se
para este caso 02 camadas de telas. Tem sua abertura de 75% com camadas orientadas visando
a diminuição de ruídos, sendo a tela preta, evitando danos causados pelos reflexos.

Figura 7: Janela

Fonte: (TEIXEIRA SR, 2001)

25
cobre aterrada para conduzir e eliminar os sinais. O equipamento de ressonância magnética tem
o valor de atenuação estabelecido de 100dB, onde corresponde a uma redução de 100,000:1 o
sinal de rádio frequência, portanto, é muito importante que a blindagem seja eletricamente
isolada da estrutura predial existente.
O aterramento é preciso ter bastante cuidado para que não ocorram erros. Caso o
executante da gaiola não tiver o devido cuidado, não irá fazer sentido algum a blindagem. A
foto a seguir mostra um esquema geral de como é feito o aterramento em sistema de RM,
observa-se que tanto a sala técnica e do magneto o aterramento é ligado a uma única barra de
aterramento no qual está ligado a uma barra de cobre que se encontra no solo, Figura 100.

Figura 10: Ligação do fio terra no sistema de RM

Fonte: (PAPOTI, 2011)

As interligações entre a blindagem e área externa também é necessário um cuidado


específico, a comunicação entre a sala do magneto para as salas de comando e técnica e o ar
condicionado dentro da gaiola de Faraday é preciso realizar furações na blindagem, essas
furações são especificadas a ponto de não interferir na blindagem. Algumas perfurações são:
• Entradas Elétricas - Energia elétrica para iluminação da sala, energia elétrica para
pontos de tomadas elétricas na sala e com tensão de 220 v, cabos que interligam o
magneto a sala de equipamentos e console e botão Soco de Parada de Emergência.
Todos os cabos elétricos passam por um filtro para entrar na gaiola, senão, eles agem
como antenas e levarão ondas de rádio frequência para dentro da blindagem, Figura 11,
comprometendo o funcionamento da Ressonância.

28
Figura 11: Esquema do filtro elétrico para blindagem de RF

Fonte: (PAPOTI, 2011)

Entrada e saída de ar condicionado, gases médicos e gás hélio serão usados para a
dissipação dos gases provenientes. Serão estudadas e feitas com guias de ondas que permitirão
a passagem dos gases, mas não a da RF, Figura 1212. Todas essas guias de onda necessitam de
isoladores elétricos perto do ponto onde serão alocados, sem contato com a blindagem. Estes
isoladores têm como objetivo não aterrar estes encanamentos juntos a blindagem e carregar
ondas de RF para dentro da sala.

Figura 12: Esquema de passagem de ductos de gases medicinais

Fonte: (PAPOTI, 2011)

Para a passagem dos cabos da sala técnica para a sala do magneto passam por um painel
de penetração onde todos os cabos são conectados em filtros de RF, no qual passando para a
29
sala do magneto ficam totalmente blindados para qualquer tipo de sinal de RF que possa
prejudicar, para diminuir esse problema de ruído, hoje em dia 90% dos cabos que são
conectados a este painel são de fibra óptica, Figura 1313.

Figura 13: Painel de penetração da sala técnica para a gaiola

A janela é um item indispensável, pois é por ela que o técnico observa se no decorrer do
exame está tudo certo com o paciente. As janelas blindadas de RF são fabricadas com telas
condutivas e o tamanho da tela e seu padrão de construção proporcionam uma ótima visibilidade
e estão de acordo com as especificações dos fabricantes de RM, são usadas duas camadas de
telas para a maioria dos casos. A tela é 75% aberta e suas camadas orientadas para minimizar
distorções, e tem como cor de tela o preto, evitando assim distorções pôr reflexos. O tamanho
padrão é 1,5m x 1m, mas qualquer tamanho pode ser construído.
A porta é o item mais crítico de uma blindagem com um peso de 4,5 Kg quando instalada
se torna leve em seu uso diário, uma vez que está sujeita a forças mecânicas de uso diário como
abrir e fechar. Na fabricação da porta também será feita a blindagem, como acontece com o
piso e paredes da sala. Sendo assim, estará pronta para receber o magneto que vai se adentrar
na sala por uma parede removível, que será colocada de volta após a entrada do mesmo, assim
a sala estará pronta para uso.
Em muitos casos a sala de comando é construída de maneira errada, por isso vale
ressaltar que o correto é sempre a gaiola estar perpendicular à sala de comando, Figura 1414,
pois ele terá a visão total da sala do magneto, até mesmo para quando houver uma emergência
o operador tem a nítida visão da situação de sinistro. Outro fator relevante é a iluminação dentro

30
da sala do magneto que não pode ser de lâmpadas eletrônicas pelo fato de ter um circuito
eletrônico que não está blindado e nem lâmpadas de filamentos, pois ao gerar o exame a
atenuação desses filamentos geram artefatos na imagem.

Figura 14: Esquema de uma sala de ressonância magnética

Fonte: (PAPOTI, 2011; TEIXEIRA SR, 2001)

3.11. BLINDAGENS DE RF EM SALAS DE RESSONANCIA MAGNETICA x NORMA


IEEE 299 /2006

Norma técnica é o resultado de um processo de consenso estabelecido por um organismo


reconhecido onde todas as partes interessadas podem participar e contribuir. As Normas se
baseiam em estudos consolidados da ciência, tecnologia e experiência acumulada, visando a
benefícios para a comunidade. Proporcionam maior facilidade e segurança nas trocas de
informações entre o fornecedor e o consumidor, eliminando ruídos na comunicação. Além
disso, cria padrões de qualidade, em respeito ao seu consumidor, aos novos mercados que
pretende alcançar e, ainda, à imagem de sua empresa e setor industrial. A Norma Técnica
promove a difusão tecnológica, consolidando e estabelecendo parâmetros consensuais entre
todas as partes envolvidas. As comissões de estudos a ela relacionadas reúnem agentes
especializados nas mais diferentes matérias, que interagem continuamente na troca do
conhecimento. Um de seus grandes méritos é exatamente a atualização tecnológica, para a
busca de melhoria do produto e dos processos, além da melhor adequação da mão-de-obra e
dos centros e institutos de pesquisa (ABNT ISO/IEC GUIA 2).

31
Esta Norma não foi feita para o mercado de MRI especificamente, mas sim para se
padronizar como se “testar” qualquer Blindagem de RF para qualquer segmento, e dentro das
frequências de 9Khz até 18GHz. Aliás, a Norma nem determina se a Blindagem de RF “passou
ou não passou no teste”, e muito menos o valor de atenuação que deve ser considerado
“aprovado”. Estas coisas ficam a cargo do fabricante e do usuário. Mas então, porque se usa
esta norma? Simples, os fabricantes de MRI escolheram esta norma para serem utilizadas em
suas instalações, e cada fabricante determina suas frequências que devem ser testadas e seus
valores de atenuação que devem ser seguidos.

3.12. ANALISADOR DE ESPECTROS

O analisador de espectros é um instrumento utilizado para a análise de sinais alternados


no domínio da frequência. Possui certa semelhança com um osciloscópio, uma vez que o
resultado da medida é apresentado em uma tela, tendo a amplitude na vértice e a frequência na
horizontal. Um analisador de espectros é essencialmente um receptor de rádio passivo, com
uma interface gráfica (display) para a análise e medida do sinal no domínio da frequência. Os
analisadores de espectros indicam geralmente a informação contida no sinal de forma direta,
tais como a tensão, a potência, o período e a frequência.
A análise espectral de um sinal fornece informação adicional difícil de ser obtida numa
análise temporal (osciloscópio). Por exemplo, ao analisarmos um sinal senoidal levemente
distorcido em função do tempo, dificilmente percebemos essa imperfeição. Na análise no
domínio da frequência, pequenas distorções e imperfeições (que implicam em componentes de
frequência diferentes) são facilmente identificadas, pois cada componente de frequência é
visualizada separadamente. As escalas vertical (amplitude) e horizontal (frequência) de um
analisador de espectros são em geral logarítmicas, o que facilita a leitura de sinais de baixa
amplitude. Assim, a amplitude pode ser diretamente lida em dB (unidade mais usual em
sistemas de comunicação) e na escala horizontal um amplo espectro de frequências pode ser
visualizado simultaneamente.
As principais medidas efetuadas com um analisador de espectro são:
• Modulação: em sistemas de comunicação via rádio, é fundamental a análise dos níveis
de potência relativos à cada frequência, do grau e da qualidade de modulação, da largura
de banda ocupada no espectro, etc.
32
• Distorção: sistemas supostamente lineares (amplificadores, transmissores e receptores
de rádio, filtros, etc) apresentam sempre um certo grau de não linearidade gerando
consequentemente distorções no sinal (harmônica, intermodulação, emissões espúrias).
• Ruído: todo circuito ou elemento ativo gera ruído tipicamente em uma faixa larga de
frequências. Medidas como figura de ruído e relação sinal/ruído são importantes na
caracterização de sistemas eletrônicos ou dispositivos.

Tipos de analisadores de espectro:

• Banco de filtros
• Analisador por varredura
• FFT (transformada rápida de fourier) Analisador de espectros com banco de filtros:
Consiste num conjunto de filtros seletivos em frequência cuja entrada é o sinal a ser
analisado, sendo que cada filtro possui uma frequência central e uma largura de banda
de modo a cobrir uma determinada faixa do espectro de frequências. A saída de cada
filtro é retificada e filtrada, sendo o nível DC resultante aplicado à um indicador visual
(display de LED, LCD, CRT). A medida é feita em paralelo.

• Diagrama em blocos:
Uma vez projetados os filtros, a frequência central e a largura de banda permanecem
fixos, o que limita a faixa de frequências a ser analisada. Seu custo e implementação torna-se
inviável quando uma alta resolução de frequência faz-se necessária, pelo grande número de
filtros com uma largura de banda estreita. Esta topologia de analisador de espectros é
largamente utilizada em indicadores de potência de áudio, onde a faixa de frequências é fixa
(tipicamente 20Hz – 20kHz) e o número de bandas é relativamente pequeno (baixa resolução
em frequência).

• Analisador de espectros por varredura:


Uma forma de minimizar o número de filtros usados na topologia anterior, seria a
utilização de um único filtro sintonizável em frequência através de um sinal de controle (rampa
de tensão, controle digital) de modo a variar a frequência central ao longo da faixa espectral a
ser analisada, fazendo-se uma varredura temporal. Dessa forma, o mesmo sinal de controle seria

33
utilizado para indicar a frequência, podendo ser usado como eixo horizontal. Tal filtro
sintonizável é realizável mas de difícil implementação, principalmente em se tratando de altas
frequências (sinais de comunicação via rádio).

34
4. O PROJETO

4.1.ELABORAÇÃO DO SITE PLANNING

Para a construção de toda a estrutura que receberá a ressonância é necessário seguirmos


alguns quesitos de padronização em relação à parte civil, elétrica e mecânica. Tendo em vista
que a sala dos armários é a área mais importante do equipamento, onde a temperatura e a
humidade precisa ser controlado, pois é nela que está o controle da ressonância, contendo os
armários dos gradientes e o armário de comunicação do magneto até a sala de comando. Para
termos um site completo consiste na construção das três salas (técnica, magneto e comando).
A primeira a ser construída é a sala técnica que constitui de vários seguimentos que
precisa ser seguido no qual serão citados e explicado abaixo.

4.1.1. Piso Elevado

O piso, Figura 15, deve ser nivelado e resistente para receber o piso elevado. A função
do piso elevado e facilitar a instalação de todo o cabeamento dos armários e permitir o trabalho
de manutenção, se utiliza piso elevado comercial ou confeccionado no local utilizando-se perfil
de ferro “T” invertido de ½” com placas de compensado de 40,0 cm x 40,0 cm x 2,50cm. O
piso, seja qual for o tipo utilizado, deve suportar 1.100 kg/m². Caso seja utilizado piso elevado
comercial, os suportes devem ser aparafusados ao piso da sala e devem ser interligados por
barras de segurança reforçadas conforme figura a seguir. A altura recomendada para o piso
elevado é de 25 cm. No entanto, se for necessário, pode-se diminuir essa altura para permitir o
pé direito mínimo recomendado para a sala técnica que é de 2,45 m.

35
Figura 15: Piso elevado medindo 60x60 cm

Fonte: (Guia de Instalação Interno da General Electric, 2017)

4.1.2. Base do Compressor

O Compressor, Figura 16, de Hélio é alimentado com água gelada proveniente do


chiller, para isso este compressor é necessário uma base em alvenaria de 1,5 cm (máx) mais
baixa que a altura do piso elevado dotada de ralo para escoamento da água. Esta base tem uma
medida de 80 cm x 80 cm, onde deverá ser feita uma contenção nas bordas, pois se caso tenha
algum vazamentos nas conexões do compressor não escoar para o piso elevado. A base deve
ser revestida com algum tipo de material impermeabilizante.

36
Figura 16: Corte esquemático da base em alvenaria do compressor

4.1.3.Tensão de Alimentação

O quadro elétrico, Figura 17, tem a função de efetuar a operação liga/desliga, bem como
prover todas as seguranças de sobre tensão e sobre corrente do equipamento, e comandado
através de botões na porta do quadro elétrico, pode ser confeccionado pelo próprio cliente ou
alguma empresa especializada, sendo de responsabilidade da empresa do equipamento de RM
fornecer o esquema elétrico para a construção do quadro. A alimentação elétrica que deve
chegar ao quadro é de 380 V – Trifásico – 80 KVA +Neutro + Terra. A bitola dos cabos depende
da distância onde se encontra o transformador ou subestação. Os cabos (3 fases +Terra) que
saem da contatora principal, devem ser flexíveis com espessura de 35mm², fornecidos e
instalados pelo Cliente. Estes cabos passam abaixo do piso elevado e devem chegar até a parede
oposta mais distante do quadro elétrico, onde serão ligados na PDU que se localiza no armário
da RM. Por questão de segurança, a porta do quadro deve ser provida de trava para cadeado (do
tipo usado em caixas de ferramentas ou similar), em caso de alguma manutenção que seja
necessária. Tomando cuidado que todos os cabos devem seguir juntos em eletro calhas ou em
eletro dutos, seguindo a norma NBR5410 e a NR 10. As tomadas elétricas, Figura 18, da sala
técnica também segue um padrão, onde em cada parede a 30 cm do chão é preciso ter uma

37
tomada de 110 v e outra de 220 v ambas com terra. A iluminação recomenda-se ser nas laterais
ou no teto, mas sem hipótese alguma ser em cima dos armários, pois dificulta a manutenção
dos armários em alguns momentos.

Figura 17: Esquema elétrico do quadro da Ressonância

Figura 18: Quadro elétrico da Ressonância

O compressor de hélio necessita de um transformador isolador elevador trifásico de


entrada em 380 V e saída em 480 V, e com potência de 15 KVA, na configuração DELTA /
38
ESTRELA, a seco. É preciso que neutro do secundário esteja aterrado e a alimentação para esse
transformador vem do quadro elétrico (380 V) e volta ao mesmo (480 V), onde fica disponível
para conexão do cabo de alimentação do compressor.

4.1.4. Aterramento

O aterramento para a instalação é um item muito importante para um bom


funcionamento do equipamento. O valor solicitado pela empresa que fabrica a RM é de no
máximo 2 Ohms, sendo que é quase impossível manter esse valor, com isso o que fazemos e
medir no barramento do cliente e ver se está dentro da norma brasileira. Caso seja encontrado
um valor entre 2 e 10 Ohms, deve-se consultar a empresa para poder ser avaliado, pois afeta
fortemente o funcionamento da Ressonância. De acordo com a NBR 5410, o fio terra da
instalação deve ser unificado na subestação até o quadro elétrico e a partir desde ponto, os cabos
de fase e neutro seguem juntos no mesmo conduíte, até o quadro elétrico sem ter alguma
derivação no percurso. O que também é fundamental que o cabeamento de aterramento seja um
único condutor para este sistema de RM.

4.1.5. Botão de emergência

O botão de emergência tem a função de desligar toda a alimentação elétrica em caso de


alguma situação que coloque em risco o paciente ou outras pessoas presentes no recinto. Na
Sala Técnica o botão de emergência deve ficar próximo à porta da sala, a 1,60 m do piso
considerando o piso elevado, é necessário ser do tipo sem retenção e os fios condutores vão até
a barra de conexão no quadro elétrico.

4.1.6. Ar condicionado

O insuflamento do ar condicionado jamais pode ser no centro da sala técnica.


Normalmente os armários eletrônicos ficam localizados nessa área e o armário dos gradientes
possui um ventilador no seu topo que joga o ar quente para cima. Geralmente o insuflamento
fica em uma lateral do teto da sala, direcionando o ar para baixo, e o retorno que também pode
ser pleno no lado oposto, só necessário à informação a dissipação proporcionada por cada
componente. Cabe ao site que o projetista do ar deve utilizar esses dados para dimensionar o
39
equipamento de ar condicionado e jamais se deve utilizar sistema de ar pelo piso, é importante
atentar para os requisitos referentes à temperatura, umidade e gradientes de variação. É
obrigatório o controle da humidade e temperatura da sala técnica, o que geralmente se usa são
controles eletrônicos da humidade com resistências no qual proporciona melhores resultados, a
temperatura adequada para a sala técnica é entre 18°C a 22°C e a humidade de 58% a 62%.
A segunda parte a ser construída é a sala de comando, é onde ficam todos os módulos
de comando e monitoramento do equipamento. Nessa sala ficam o técnico operador do
equipamento, eventuais auxiliares, médicos ou outras pessoas que sejam convidadas a
acompanhar o exame e em alguns casos também pode ser compartilhada e utilizada como sala
de laudos, onde segue alguns requisitos para atender o padrão, mas muito mais simples do que
a sala técnica, onde é explicado abaixo.

4.1.7.Tomadas de energia, dados e voz

Na sala de comando temos a necessidade de 2 tomadas de energia, 2 de Rede (dados) e


1 de Telefone (voz) na parede do visor, centralizadas com o mesmo e a 60 cm do piso. As
tomadas de energia, Figura 19, devem ser na tensão local (110 ou 220 V + terra) e devem ser
alimentadas pelo quadro geral de tomadas do Hospital/Clínica. Temos também o monitor do
magneto que controla tudo o que acontece, como por exemplo, a pressão, o nível de hélio e
temperaturas internas do magneto, sendo necessário uma tomada e um ponto de rede somente
para o mesmo. Todas essas tomadas terão que ser ligadas no quadro elétrico da sala técnica em
um disjuntor independente.

40
Figura 19: Magnet Monitor

4.1.8.Exaustão e Botão de emergência

Na sala do magneto é instalado um sistema de exaustão forçado onde o interruptor


liga/desliga do exaustor da sala do magneto deve ficar na parede do visor a 1,60 m de altura e
tendo um indicador luminoso para informar que está ligado, e para questão de informação ter a
inscrição abaixo do interruptor de "EXAUSTOR". Já o botão de emergência o mesmo princípio
da sala técnica é instalado na parede do visor da sala do magneto a uma altura de 1,60m.

4.1.9.Comunicação entre a sala técnica e a sala de comando

A comunicação entre essas salas, são feitas através de uma calha de tubo de PVC por
onde passam os cabos de comunicação dos armários de gradiente e de sinal para o console. Na
sala de comando é exigida uma calha de 20 cm de altura e 10 cm de largura para a passagem
dos cabos. Precisamos sempre nos alertar que esse tudo de PVC não pode passar nem por cima
e nem por baixo da sala do magneto, pois pode acarretar problemas de geração de imagem,
causando artefatos durante o exame.

41
4.2. CONSTRUÇÃO DA GAIOLA DE FARADAY

Para a construção da gaiola de Faraday de acordo com a norma NBR5419, é necessário


um estudo detalhado tanto do ambiente externo e interno possibilitando o levantamento de
dados para analisar a viabilidade de ter uma RM no local. No levantamento é avaliado qualquer
tipo de interferência que possa prejudicar que esta gaiola de Faraday seja violada por algum
sinal.
• Proximidade de linhas férreas e de metrô perto do local onde se deseja
instalar, a recomendação é que seja no mínimo de 60m de distância por
motivos das ondas de atenuação que geram quando os trens passam naquele
certo ponto.
• Levantamento de campo se no local escolhido não passa nenhuma eletro-
calha com cabos elétricos em baixo ou cima da laje, se caso tenha alguma é
necessário à remoção daquele trecho para não houver interferências nas
imagens, não pode ter nenhum tipo de motor elétrico de potência elevada
tais como, ar condicionado e geradores a área deve estar totalmente livre.

4.2.1.Teste de vibração do solo

Teste realizado para analisar a estrutura na geração de ondulação e vibração, onde será
analisada toda variação no entorno do local, até mesmo a batida de uma porta é analisado a
quantidade de vibração que é gerado.
Neste caso geralmente é feito uma blindagem de rádio frequência (RF), estas blindagens
de RF são montadas em painéis modulares que são cobertos com um material altamente
condutivo, na maioria dos casos essa blindagem é feita de alumínio, onde esses painéis são
parafusados entre si, que estão dentro da sala fazendo uma completa e contínua blindagem,
contendo também colunas verticais de madeira com espaçamento de 50 cm entre elas para que
nelas seja instalado o acabamento da sala sem que danifique a blindagem. A blindagem do chão
será feita com alumínio e revestido por mdf.
Neste tipo de blindagem, Figura 20, o objetivo é para conter os sinais de RF gerado pelo
equipamento de RM, se esses sinais saírem da sala do magneto podem danificar outros
equipamentos que utilizam RF, por exemplo, TV, emissoras de Rádio, celulares, aparelhos
42
médicos como ultrassom e tomógrafos que também são suscetíveis a sinais de RF. E também
podem ocorrer essa transferência de fora para dentro da sala do magneto prejudicando na
qualidade de imagem, pois o sinal que detecta vindo do interior do paciente é muito baixo. É
feito um aterramento nesse material metálico para captar todos os sinais de RF vindo de fora e
de dentro da sala onde irá ser conduzido para o terra, onde existe uma barra de cobre aterrada
para conduzir e eliminar os sinais. O equipamento de ressonância magnética tem o valor de
atenuação estabelecido de 100dB, onde corresponde a uma redução de 100,000:1 o sinal de
rádio frequência, portanto, é muito importante que a blindagem seja eletricamente isolada da
estrutura predial existente.

Figura 20: Estrutura de madeira e as chapas de alumínio

Fonte: (Guia de Instalação Interno da General Electric, 2018)

O aterramento, Figura 21, é preciso ter bastante cuidado para que não ocorram erros.
Caso o executante da gaiola não tiver o devido cuidado, não irá fazer sentido algum a
blindagem. A foto a seguir mostra um esquema geral de como é feito o aterramento em sistema
de RM, observa-se que tanto a sala técnica e do magneto o aterramento é ligado a uma única
barra de aterramento no qual está ligado a uma barra de cobre que se encontra no solo.

43
Figura 21: Ligação do fio terra no sistema de RM

Fonte: (Guia de instalação interno da General Electric, 2018)

As interligações entre a blindagem e área externa também é necessário um cuidado


específico, a comunicação entre a sala do magneto para as salas de comando e técnica e o ar
condicionado dentro da gaiola de Faraday é preciso realizar furações na blindagem, essas
furações são especificadas a ponto de não interferir na blindagem. Algumas perfurações são:

4.2.2.Entradas Elétricas

Energia elétrica para iluminação da sala, energia elétrica para pontos de tomadas
elétricas na sala e com tensão de 220 v, cabos que interligam o magneto a sala de equipamentos
e console e botão Soco de Parada de Emergência. Todos os cabos elétricos passam por um filtro
para entrar na gaiola, senão, eles agem como antenas e levarão ondas de rádio frequência para
dentro da blindagem, Figura 22, comprometendo o funcionamento da Ressonância.
.

44
Figura 22: Esquema do filtro elétrico para blindagem de RF

Fonte: (Guia de instalação interno da General Electric, 2018)

Entrada e saída de ar condicionado, gases médicos e gás hélio serão usados para a
dissipação dos gases provenientes. Serão estudadas e feitas com guias de ondas que permitirão
a passagem dos gases, mas não a da RF. Todas essas guias de onda necessitam de isoladores
elétricos perto do ponto onde serão alocados, sem contato com a blindagem. Estes isoladores
têm como objetivo não aterrar estes encanamentos juntos a blindagem, Figura 23, e carregar
ondas de RF para dentro da sala.

45
Figura 23: Esquema de passagem de ductos de gases medicinais

Fonte: (Guia de instalação interno da General Electric, 2018)

Para a passagem dos cabos da sala técnica para a sala do magneto passam por um painel
de penetração onde todos os cabos são conectados em filtros de RF, no qual passando para a
sala do magneto ficam totalmente blindados para qualquer tipo de sinal de RF que possa
prejudicar, para diminuir esse problema de ruído, hoje em dia 90% dos cabos que são
conectados a este painel são de fibra óptica.

4.2.3.Profundidade de Penetração

Desenvolvendo a teoria um pouco mais perceberá que os metais (principalmente os bem


polidos) refletem a luz de uma forma coerente porque a estrutura atômica condutora da
superfície metálica funciona como uma Gaiola de Faraday de malha muito apertada, de
dimensões atômicas. O efeito de penetração da onda no material é denominado skin depht, o
qual se refere à distância de penetração característica no material, que é dada por Equação 2:

Equação 2: Profundidade de Penetração

/
𝛿 =
√1234

(2)
46
σ = condutividade do material
µ = permeabilidade

f = frequência

Baseado nas informações acima são calculados os resultados para o campo magnético
mais utilizado, que é o de 1,5T com uma frequência de 63,87MHz.

Condutividade do alumínio = 3,54x10e7


Permeabilidade do alumínio = 1,000021
Frequência = 63,87MHz (campo de 1,5T)

δ= 0,0000119 mm.

Com este resultado temos a profundidade de penetração a uma frequência de 63,87MHz


(dentro da sala do magneto). Levando em consideração o pior caso de frequência fora da sala,
no caso 1Hz, foi feito novamente o cálculo para dimensionar as placas de alumínio e temos o
seguinte resultado:

δ= 0,1mm.

Baseado nos resultados, se observa que a profundidade de penetração da onda nos


materiais depende da condutividade elétrica dos materiais e das frequências das ondas
eletromagnéticas, ou seja, quanto maior a condutividade e maior a frequência, menor será a
penetração. Portando, a redução da espessura de 0.4mm para 0.2mm diminuirá os custos para
construção da Gaiola de Faraday, mantendo sua eficiência. A Tabela 1 abaixo exemplifica a
realidade atual e a proposta pelo projeto.

Tabela 1: Gaiola Atual x Projeto

Comparações Gaiola Atual Gaiola Proposta


Quantidade de Alumínio 350 kg 175 kg
Valor (R$) R$ 8750,00 R$4375,00
Eficiência >= 100dB >=100dB

47
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E TRABALHOS FUTUROS

Ao longo das pesquisas para realizar esse trabalho, foi observado que os estudos
mostram que há uma grande demanda para a aquisição de aparelhos de ressonância magnética,
mas esses aparelhos ainda são muito caros, o que leva a urgência de realizar projetos com custos
menores para que esse se torne mais acessível para a população. Ressalta-se que não estamos
falando de um material de consumo comum, e sim um aparelho que é capaz de detectar doenças
e salvar vidas. Tendo em vista que a Gaiola de Faraday é baseada nas propriedades de um
condutor em equilíbrio eletrostático, temos o princípio de que uma superfície condutora isola
um espaço impedindo descargas elétricas.
O principal objetivo deste trabalho foi analisar a redução dos custos na construção das
gaiolas de Faraday, pois as atuais gaiolas fabricadas no mercado utilizam espessuras que vão
além do necessário para se obter o resultado exigido pelos principais fabricantes de Ressonância
Magnética, o que leva a um custo mais elevado para sua construção e, consequentemente, um
desperdício de matéria prima. E atualmente a Gaiola de Faraday utiliza em média 350kg de
quantidade aproximada de alumínio e isso tem o custo de R$ 8.750,00 para a sua produção. E
a Gaiola proposta nesse estudo utilizará em média a quantidade de 175kg de alumínio e custará
R$ 4375,00 para sua produção. O mais importante é que tal redução de alumínio implica na
redução direta de custos e não na eficiência da gaiola.
Para trabalhos futuros fica a ideia de trabalhar a possibilidade de redução de custos e
dada à importância do assunto, torna-se necessário o desenvolvimento do formato do projeto
afim de agilizar as partes mais burocratizada, para que o resultado seja conquistado e
comprovado. Podendo economizar não só o tempo como recursos naturais que são necessários
para serem concluídas.

48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

GUIDELINES FOR LIMITING EXPOSURE TO TIMEVARYNG ELECTRIC, M. A.


E. F. International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection, 1998.
HECHT, E. Physics in Perspective, 2017.
LEITGEB, 2001.
MESSIAS IA, O. E. C. S. Exposição ocupacional em fisioterapeutas ao campo
eletromagnético provenientes de equipamentos de diatermia de ondas curtas. Em: Vidal MC,
Moreno MP, Neves JCB (editores). Anais do X Congresso Brasileiro de Ergonomia e I
Encontro Pan-Americano de Ergonomia, Rio de Janeiro, 2000.
MESSIAS, I. O ambiente de trabalho e sintomas de um grupo de fisioterapeutas da
cidade de São Paulo, Sao Paulo, 1999.
PAPOTI, D. Desenvolvimento de bobinas de RF transmissoras e receptoras do tipo
phasedarrays para experimentos de imagens por ressonância magnética em ratos, São Carlos,
2011.
ROSA. Adequação da acústica e controlo do ruído em unidades de ressonância
magnética, Lisboa, 2011.
ROSATTI, S. F. C. Ressonância magnética de tórax em portadores de dispositivos
cardíacos eletrônicos implantáveis condicionais para RM: contraindicação clássica ou exame
seguro? , São Carlos, 2011.
SHAH SG, F. A. Investigation of practices and procedures in the use of therapeutic
diathermy: a study from the physiotherapists' health and safety perspective, 2007.
SHIELDS N, O. N. G. J. An evaluation of safety guidelines to restrict exposure to stray
radiofrequency radiation from shortwave diathermy units, 2004.
SILVA. Análise da presença da Gaiola de Faraday nos estabelecimentos de fisioterapia
na cidade de Niterói , Niteroi, 2007.
TEIXEIRA SR, M. I. P. A. M. M. C. M. Campos eletromagnéticos produzidos por
equipamentos de ondas curtas usados em Fisioterapia: Uma avaliação em Presidente Prudente,
SP. Rev. Brasileira de Fisioterapia, 2001.

49

View publication stats

Você também pode gostar