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O que é normal? O que anormal? O que é saúde? O que é doença? E anomalia?
Pensando essas questões partir de uma leitura psicológica, filosófica e
epistemológica, tendo como base a teoria de Canguilhem e Dejours podemos
desconstruir ou reconstruir conceitos.
Como definir o que é normal? Normal vem de do grego normalis que indica norma,
regra.Para a medicina e demais ciências médicas normal é tudo que segue uma
norma, regra. A filosofia acrescenta a esse conceito a concepção de que normal é
tudo que se conserva em um justo meio termo, aquilo que segue uma média.
Portanto ambos os conceitos tem base estatística. Logo, toma-se esse fato ( a
presença de uma determinada característica em uma maioria ) e se estabelece
esse fato como um ideal. Mas, sendo os seres singulares, como estabelecer o
normal tomando como base uma média estatística. Canguilhem irá criticar essa
forma de se pensar a normalidade e irá estabelecer que o normal deve ser
pensado tomando como referência o corpo subjetivo, o próprio indivíduo. Pois é
ele quem pode delimitar a fronteira entre o normal e o patológico, pois é apenas o
indivíduo que pode comparar-se a um estado anterior e dizer como se sente em
relação a essa nova situação. Se existe a presença de pathos ou seja sofrimento,
dor, sentimento de vida contrariada, restrição, impedimento, o indivíduo encontra-
se no polo da doença. Polo esse que para ele significa ameaça a existência.
Ser normal é diferente de ser sadio. Pois, o normal sendo tudo que segue uma
norma, também pode ser encontrado na doença, sendo que esta por sua vez é
uma norma de vida inferior, não valorizada pelo meio.Que restringe a vida do
indivíduo.