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Damiana da Rocha Cordeiro

Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse.

Orientações iniciais

1. Esse material foi elaborado de forma estratégica para suprir as


necessidades de uma preparação completa e direcionada para a prova da OAB,
isso porque, diante de tantos assuntos, inúmeras informações disponíveis de
forma isolada e um tempo cada vez menor para dedicarmos a esse Exame
nos faz pensar que a aprovação é algo distante ou até mesmo impossível para
alguns. Sabendo disso, nosso cronograma de estudos é composto por: dicas
de assuntos mais cobrados, roteiro de estudo a ser seguido de acordo com o
dia específico, dispositivos legais (lei seca) mais cobrados e com possibilidade
de cobrança e mapeamento de questões do livro: LINK - 1ª FASE OAB -
MÉTODO INFALÍVEL PARA A SUA APROVAÇÃO - RESOLUÇÃO DE
QUESTÕES (2023). Ou seja, TUDO que você precisa fazer para ser aprovado
(a) nesse próximo Exame de Ordem é consumir essa obra que foi elaborada
por mim de forma mais completa possível.

2. Sugestão de questões diárias. Quantas horas você tem por dia para
estudar?

Horas de
1h-2h 2h-4h 4h-6h 6h ou +
estudos
5-10 10-20 20-30 +30
Questões
questões questões questões questões
Damiana da Rocha Cordeiro
3. Recomendo
LINK - adquirirem
1ª FASE OABo livro: - MÉTODO INFALÍVEL
PARA A SUA APROVAÇÃO - RESOLUÇÃO DE QUESTÕES (2023). Que tenho
a honra de ser a coordenadora, digo que é uma obra para a vida dos
estudantes da área jurídica pois, além de questões da OAB comentadas por
um time de especialistas, possui questões recentes da FGV de concursos
jurídicos (Procurador, Promotor, Magistratura, Defensor, Delegado, etc.) e
também possui o super material de ÉTICA (DESAFIO 8 em 30) que
estudaremos também por aqui no cronograma.

Como usarei o cronograma?

• Passo 01: Ei, sabe aquele amigo que já passou ou aquela livraria
de livros usados perto da sua casa? Perfeito, é com eles que você irá
conseguir seu Vade Mecum. isso mesmo, para quem não quer gastar
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com um Vade Mecum atualizado, super recomendo, pois não vai


extrapolar suas despesas e tem opção te conseguir as atualizações
no site do planalto (http://www4.planalto.gov.br/legislacao/). Para
a 1ª fase recomendo usar o VM por questões didáticas, veja os
próximos passos.
• Passo 02: Leitura do material com os assuntos e dicas e leitura
dos artigos mencionados no caput de cada dia do cronograma.
• Passo 03: Resolver as questões de acordo com o cronograma,
disponíveis no livro de questões sugerido (Método Infalível para sua
Aprovação – Profa Ana Paula Blazute) - Obs.: Todos tem a opção de
utilizarem outros meios para resolverem as questões (app, site, etc.)
contudo, nosso material vai mapear as páginas do livro sugerido, pois,
além de possuir todos os assuntos há também comentários de
professores reconhecidos garantindo assim um ótimo aproveitamento
- mesmo que alguma questão não tenha sido mencionada no
roteiro do material é sugerida a resolução delas, assim você
aprenderá com as questões. Lembre-se de que você fará a
quantidade de questões de acordo com a tabela exposta acima, ou
seja, de acordo com o tempo de estudos que você tem por dia.
• Passo 04: Ao fazer as questões, marque todos os artigos citados
no Vade Mecum com o lápis de cor de acordo com a cor do tema
(você escolherá a cor de cada tema, olha que fantástico). Por exemplo:
Civil (ROSA), marque os artigos e súmulas citadas. Além disso, a
cada artigo citado nas da
Damiana questões, coloque um asterisco * ao lado.
Rocha Cordeiro
• Dica Final: Mas Professora, e se eu falhar um dia? Compense no
outro dia ou então no final de semana! Não desista!

Hora da revisão, e agora?

• Sem dúvida alguma, a revisão é a parte mais importante do


estudo, pois é a hora que você sedimenta tudo aquilo que estudou.
• Importante!! As REVISÕES serão todas em forma de questões
que deverão ser feitas ao final de cada semana (sempre aos sábados
ou domingos) e de acordo com o tema estudado. Indicaremos as
questões do livro sugerido acima para sua revisão e também do E-
BOOK de questões que será disponibilizado em módulo específico.
• Quando chegar o dia da revisão (escolha um dia) você fará a
leitura dos artigos marcados ao longo da semana.
• Dica: ao fazer uma questão, faça um asterisco no artigo que foi
cobrado, pois, quando for fazer a revisão, chamará mais atenção aos
artigos que mais caem em prova e isso facilitará a revisão de véspera
da prova.
• Cuidado! É normal errar questões, ainda mais com a quantidade
de informações que nós vamos adquirir em pouco tempo. O ideal é
que mesmo que você erre, você aprenda com cada questão e depois
de tantos “erros”, você começará a acertar, pois saberá filtrar o que
é necessário para acertar as questões.

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Vamos lá, preparados(as)?

Damiana da Rocha Cordeiro

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Dias Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado

03/07 04/07 05/07 06/07 07/07 08/07

Direito Tributário Direito Penal + Direito Processual Direito Processual


Matéria Civil + ÉTICA
+ ÉTICA ÉTICA Civil + ÉTICA Penal + ÉTICA.

Teoria do Erro:
Espécies de Erro –
ERROS
ESSENCIAIS e
Administração ACIDENTAIS.
Tributária. Concurso de
Ação Civil e Ação
Garantias e Pessoas e Concurso Da ordem dos
de Crimes. Teoria e Penal. Sist. Prob. E
Privilégios do Contratos. Direito processos.
Procedimentos. Ética:
Crédito Tributário. Aplicação da pena. Damiana daÉtica:
das Coisas. Rocha Cordeiro
Recursos.
Assunto Teoria e Execução Dia 26 (RGOAB- Art. 115
Execução Fiscal e Dia 24 (RGOAB- Art. Ética: Dia 25
ao 150). Ética: Dia 27
Processo 74 ao 90).da pena & (RGOAB-
Dos Art. 91 ao
(RGOAB- Art. 151 ao Ótima prova, no
Tributário Ética: Crimes Contra a 114). Domingo!!!
Vida. Das Lesões 156-D).
Dia 22 (RGOAB- Art.
55 ao 61). Corporais. Da
Periclitação da Vida
e da Saúde. Ética:
Dia 23 (RGOAB-
Art. 62 ao 73).
Arts. 24 ao 87 do CPP.
Súmula 146 e 714 do
Arts. 20, 21, 29,
STF.
Arts. 186 a 30, 33, 43, 44, CPC, arts. 926-
Súmula 542 STJ. Arts.
Leitura 193, 194 a 49, 50, 51, 61 a No material. 1.044. CPC, 513 a
155 a 159, 161, 167,
208 a do CTN. 68, 69, 71 a 78, 538 e 771 a 925.
170, 185 a 187, 197,
121 137 do CP.
198, 200, 231 e 245
do CPP.

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Mapeamento do livro: “Método Infalível para sua Aprovação”.

• Segunda-feira: Direito Tributário – “Administração Tributária. Garantias e


Privilégios do Crédito Tributário. Execução Fiscal e Processo Tributário.”.
Livro Método Infalível para sua aprovação: Páginas 602 a 605, questões
87 a 96.
• Terça-feira: Direito Penal - Teoria do Erro. Concurso de Pessoas e de Crimes.
Teoria, Aplicação e Execução da pena:
Livro Método Infalível para sua aprovação: Páginas 322 a 324, questões
33 a 37.
Livro Método Infalível para sua aprovação: Páginas 326 a 336, questões
43 a 60.
Livro Método Infalível para sua aprovação: Páginas 348 a 351, questões
87 a 91.
• Quarta-feira: Direito Civil – Contratos. Direito Civil – Direito das Coisas:
Livro Método Infalível para sua aprovação: Páginas 107 a 113,
questões 106 a 116.
Livro Método Infalível para sua aprovação: Páginas 83 a 102 (questões
57 a 59; 63 a 65; 68 a 70; 75; 80; 86; 89; 92; 93).
• Direito Processual Penal – “Ação Civil e Ação Penal”.
Livro Método Infalível para sua aprovação: Páginas 394 a 405, questões
13 a 36.

Damiana da Rocha Cordeiro

Sumário
SEGUNDA-FEIRA – 03/07 ......................................................................................... 6

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TERÇA-FEIRA – 04/07............................................................................................. 18
QUARTA-FEIRA – 05/07.......................................................................................... 39
QUINTA-FEIRA – 06/07 ........................................................................................... 51
SEXTA-FEIRA – 07/07............................................................................................. 62

Damiana da Rocha Cordeiro

SEGUNDA-FEIRA – 03/07
DIREITO TRIBUTÁRIO.
Ética: Dia 22 (RGOAB- Art. 55 ao 61).

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Administração Tributária. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário.


Execução Fiscal e Processo Tributário.
Questões já cobradas sobre o tema: 33
Arts. 186 a 193, 194 a 208 a do CTN.

1. Administração Tributária : CTN

TÍTULO IV
Administração Tributária
CAPÍTULO I
Fiscalização

CF:
Art. 37. XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado,
exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 145 § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Art. 167. São vedados: Damiana da Rocha Cordeiro
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a
repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e
159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, §
2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por
antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º
deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em


caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar,
a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de
fiscalização da sua aplicação.
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas
naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade
tributária ou de isenção de caráter pessoal.
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias,
livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes
industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os
comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a
prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.
Súmula 439 – STF.
Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais,
limitado o exame aos pontos objeto da investigação. “O Sujeito Passivo não é obrigado
a manter livros opcionais. Assim, se a fiscalização requisita livro opcional e o SP

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informa que não procede a escrituração do livro requisitado, nenhuma punição lhe pode
ser aplicada. Todavia, se mantem o livro – tanto é que o fiscal o viu – não pode se negar
a apresentá-lo, sob pena de configuração de embaraço a fiscalização ou ilícito mais
grave”. (Alexandre, Ricardo, Direito Tributário 13 edição pág. 626)

Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer


diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o
início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo
para a conclusão daquelas.
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre
que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles
se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que
se refere este artigo. (perda da espontaneidade por parte do Sujeito Passivo)

“TERMO DE INÍCIO DE FISCALIZACAO” – Pode:


1 – Antecipar a contagem do prazo decadencial: Regra Geral para o termo inicial
de fluência do prazo decadencial – primeiro dia do exercício seguinte aquele em que
o lançamento poderia ter sido efetuado (CTN art., 173, I). Todavia, se, antes de
atingida tal data, for iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação,
ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento,
o termo inicial e antecipado para a data da notificação (CTN, art. 173, paragrafo
único). Assim, o “TERMO DE INÍCIO DE FISCALIZACAO” regularmente
cientificado ao sujeito passivo produz esse efeito.
2 – Afastar a espontaneidade do sujeito passivo: Ver art. 138 paragrafo único
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(parte final).

Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade


administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens,
negócios ou atividades de terceiros:
I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;
II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições
financeiras;
É possível o fisco requisitar diretamente às instituições financeiras (sem
necessidade de ordem judicial) informações protegidas por sigilo bancário.
LC 105/2001 - Art. 6O As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar
documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a
contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo
administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam
considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.
(Regulamento)
Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se
refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária. STF
– ADI 2390, 2386, 2397 e 2859, considerou legitima a previsão.

III - as empresas de administração de bens;


IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;
V - os inventariantes;
VI - os síndicos, comissários e liquidatários;

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VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu
cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.
Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de
informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a
observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.
Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação,
por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão
do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros
e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.
§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199,
os seguintes:
I – requisição (ordem) de autoridade judiciária no interesse da justiça; CPI’s
podem determinar quebra do sigilo fiscal.
II – solicitações (certo grau de discricionariedade) de autoridade administrativa
no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração
regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o
objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de
infração administrativa.
§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública,
será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita
pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência
e assegure a preservação do sigilo.
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§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a:
I – representações fiscais (pois oriunda de autoridade fiscal) para fins
penais (ao MP, titular exclusivo da AÇÃO PENAL PUBLICA);

1 – Crimes contra a Administração Publica: Formulação da Representação


Fiscal para fins Penais;
2 –

A. Crime contra a Ordem Tributária (art. 1 e 2 Lei 8.137/1990);


B. Apropriação Indébita Previdenciária (art. 168-A CP);
C. Sonegação de Contribuição Previdenciária (art. 337-A do CP).

*Nesses casos, a EXISTÊNCIA DO CRIME DEPENDE DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO


TRIBUTARIO.
- o art. 83 da Lei 9.430/96 vincula a autoridade administrativa, impedindo-a de
formular a representação ao MP antes da constituição definitiva do crédito. O objetivo
e evitar o conflito entre decisões adm. e judiciais. Bem como o oferecimento
prematuro de denuncias criminais contra contribuintes que ainda não tiveram
oportunidade de defesa quanto a matéria estritamente tributária.
- STF – antes de constituído definitivamente o crédito tributário não ha justa causa
para a ação penal (ADI 1.571/UF)

Súmula Vinculante 24

Não se tipifica crime material contra a ORDEM TRIBUTÁRIA, previsto no art.

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1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo. (a


Sumula e mais restrita que o art. 83 da Lei 9.430/96, pois só fala em crime
contra a ordem tributária – letra A))

- a REPRESENTACAO FISCAL não e condição de procedibilidade para a instauração


de ação penal pública (pelo MP), mas a definitividade da constituição do credito e
condição para a configuração do crime.
- STF – Possível a instauração de INQUERITO POLICIAL para apuração de crime
contra a ordem tributária, antes do encerramento do processo administrativo fiscal.
- Art. 6o LC 105/2001 – Não mais se tem como necessária a instauração de
INQUERITO POLICIAL para instrumentalizar o pedido de quebra de sigilo bancário.
- Enquanto não concluído o processo adm. em que se discute o crédito tributário
NAO CORRE PRAZO PRESCRICIONAL, para responsabilização do agente.

II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública;


III - parcelamento ou moratória.
Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos
tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter
geral ou específico, por lei ou convênio. PROVA EMPRESTADA (PRINCÍPIO DA
ECONOMIA PROCESSUAL)
Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em
Damiana da tratados,
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acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados
estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos.
Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio
da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de
embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à
efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato
definido em lei como crime ou contravenção.
CF Art. 37, XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro
de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei;

CAPÍTULO II
Dívida Ativa

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa


natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de
esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em
processo regular.
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste
artigo, a liquidez do crédito.
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade
competente, indicará obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que
possível, o domicílio ou a residência de um e de outros (Não e essencial);
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

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III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em


que seja fundado;
IV - a data em que foi inscrita;
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação
do livro e da folha da inscrição.
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou
o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança
dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira
instância (até o julgamento em primeira instancia dos embargos interpostos que a
Fazenda Pública pode substituir a certidão nula), mediante substituição da certidão
nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que
somente poderá versar sobre a parte modificada.
Súmula 392 STJ - A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa
(CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro
material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução. (Súmula
392, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/09/2009, DJe 07/10/2009)
Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez
e tem o efeito de prova pré-constituída.
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser
ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.

Damiana da Rocha Cordeiro

CAPÍTULO III
Certidões Negativas

Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo,
quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do
interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua
pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se
refere o pedido.
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que
tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do
requerimento na repartição.
STJ – Valida a recusa de CND quando descumprido obrigação acessória,
desde que tal consequência esteja prevista em lei, como o caso da GRFGTS e
GFIP, nos termos previstos pelo art. 32 IV e parag. 10 da Lei 8.212/91 (Resp.
1.042.585-RJ).

Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que
conste a existência de: CERTIDAO POSITIVA COM EFEITO DE NEGATIVA

1- Créditos não vencidos;


2 - em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou;
3 - cuja exigibilidade esteja suspensa. (art. 151 CTN)

Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a


prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de
ato indispensável para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os

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participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades


cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator.
(ex: para participar de LICITACAO)
Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro
contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir,
pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal
e funcional que no caso couber.
STF – O protesto extrajudicial (diferente de protesto judicial, este interrompe a
prescrição art 174 II CTN) das CDA constitui mecanismo constitucional e legitimo, por
não restringir de forma desproporcional quaisquer direitos fundamentais garantidos
aos contribuintes e, assim, não constituir sanção política (interdição de
estabelecimento sumula 70, apreensão de mercadoria sumula 323 e sumula 547)”
(ADI 5235/DF)

2. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário: CTN.

CAPÍTULO VI
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito
Damiana da Rocha
tributário Cordeiro
não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da
natureza ou das características do tributo a que se refiram.
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não
altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda.
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que
sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade
dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu
espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de
inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus
ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare
absolutamente impenhoráveis.
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas,
ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito
tributário regularmente inscrito como dívida ativa.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido
reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida
inscrita.
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar
nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens
penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos,
comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e
entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao
registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do
mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a
ordem judicial.

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§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor


total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade
dos bens ou valores que excederem esse limite.
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput
deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e
direitos cuja indisponibilidade houverem promovido.
SEÇÃO II
Preferências
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza
ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do
trabalho ou do acidente de trabalho.
Parágrafo único. Na falência:
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias
passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com
garantia real, no limite do valor do bem gravado;
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos
decorrentes da legislação do trabalho; e
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de
credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento.
Damiana de
Parágrafo único. O concurso da preferência
Rocha Cordeiro
somente se verifica entre pessoas
jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
I - União;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; III -
Municípios, conjuntamente e pró rata.
Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos
geradores ocorridos no curso do processo de falência.
§ 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo
competente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus
acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma,
ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda
Pública interessada.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se aos processos de concordata.
Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em
inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários
vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso
do processo de inventário ou arrolamento.
Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na forma do
disposto no § 1º do artigo anterior.
Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários
vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação
judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação.
Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos
os tributos.

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Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da


prova de quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206
desta Lei.
Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será
proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio,
ou às suas rendas.
Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum
departamento da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal,
ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em
concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça prova da quitação de
todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo
exercício contrata ou concorre.
3. Execução Fiscal e Processo Tributário:
• A Execução Fiscal é a ação de rito especial de que dispõe o polo ativo de uma
relação jurídico-tributária para a cobrança de seus créditos, tributários ou não
tributários, desde que previamente inscritos em Dívida Ativa.
• O NCPC é de aplicação subsidiária à LEF (Lei de Execução Fiscal). Assim,
aplica-se à execução fiscal as disposições da Lei Federal nº 6.830/80 – Lei de
Execução Fiscal e, no que for omissa, somente no que for omissa, aplicam-se
as disposições do Código de Processo Civil.
• O processo de execução fiscal tem início com a inscrição do débito em
dívida ativa.
• A inscrição em dívida ativadaéRocha
Damiana um ato administrativo por meio do qual a
Cordeiro
Administração Pública faz o controle de legalidade do débito, necessário à
posterior fase de cobrança. A inscrição é um pressuposto à cobrança do débito
na Execução Fiscal. Caso o débito não seja previamente inscrito na Dívida
Ativa, o Débito não poderá ser cobrado via Execução Fiscal.

EXAME XXVIII - O médico João da Silva está há 4 (quatro) anos sem pagar a
anuidade cobrada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). Diante desse cenário,
o CRM poderá
a) inscrever o débito em dívida ativa de natureza tributária, depois promovendo a
competente ação de execução fiscal, regida pela Lei nº 6.830/80, para cobrança.
b) promover a competente ação de execução fiscal regida pela Lei nº 6.830/80, sem
necessidade de inscrição em dívida ativa, por serem as certidões de
inadimplemento de anuidades expedidas pelos conselhos profissionais dotadas de
natureza de título executivo extrajudicial.
c) promover a competente ação de cobrança das anuidades, regida pelo Código de
Processo Civil, a partir da comprovação do não pagamento das anuidades em atraso.
d) promover a competente ação de execução das anuidades, regida pelo Código de
Processo Civil, por serem as certidões de inadimplemento de anuidades expedidas
pelos conselhos profissionais dotadas de natureza de título executivo extrajudicial.
Resposta: A anuidade devida ao CRM possui natureza tributária (é uma contribuição
de interesse das categorias profissionais ou econômicas) logo, deve seguir o
procedimento de cobrança previsto na Lei de Execução Fiscal (Lei Federal nº
6.830/80), que exige a inscrição do débito em dívida ativa e a conseguinte propositura
da Ação de Execução Fiscal, regida pela referida lei.

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Letra a.

• A CDA é o título executivo extrajudicial que instrui a inicial do processo de


Execução Fiscal.

CPC: Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

(...)

IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na
forma da lei;

EXAME XXVI - Em execução fiscal ajuizada pela União, a contribuinte ABC ofereceu
Damiana
seguro-garantia para garantir da Rocha
a execução, Cordeiro
correspondente ao valor da dívida,
acrescido de juros, multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa.
Por meio de publicação no órgão oficial, a União foi instada a se manifestar quanto à
garantia oferecida pela executada, deixando de se manifestar no prazo que lhe foi
assinalado.
Diante disso, assinale a afirmativa correta.
a) Não é possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal. No
entanto, a intimação da União por meio de publicação no órgão da imprensa oficial
foi regular.
b) É possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal, tendo
sido regular a intimação da União por meio de publicação no órgão da imprensa
oficial.
c) Não é possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal, nem
a intimação da União por meio de publicação no órgão oficial, pois qualquer
intimação ao representante judicial da Fazenda Pública deve ser feita por carta
registrada com aviso de recebimento.
d) É possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal, porém,
na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial da Fazenda Pública
será feita pessoalmente.
Resposta: A primeira parte da afirmativa está correta, pois é legalmente possível o
oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal. A segunda parte da
afirmativa também está correta, pois qualquer intimação ao representante judicial da
Fazenda Pública deve ser feita pessoalmente.
Letra d.

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Súmula 70 do STF: É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio


coercitivo para cobrança de tributo.

Súmula 323 do STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio


coercitivo para pagamento de tributos.

Súmula 547 do STF: Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito
adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas
atividades profissionais.

EXAME XXIV - A pessoa jurídica A declarou débitos de Imposto sobre a Renda (IRPJ)
que, no entanto, deixaram de ser quitados. Diante do inadimplemento da
contribuinte, a União promoveu o protesto da Certidão de Dívida Ativa (CDA)
decorrente da regular constituição definitiva do crédito tributário inadimplido.
Com base em tais informações, no que tange à possibilidade de questionamento por
parte da contribuinte em relação ao protesto realizado pela União, assinale a
afirmativa correta.
a) O protesto da CDA é indevido, uma vez que o crédito tributário somente pode ser
cobrado por meio da execução fiscal.
b) O protesto da CDA é regular, por se tratar de instrumento extrajudicial de
cobrança com expressa previsão legal.
c) O protesto da CDA é regular,
Damianapor
dase tratarCordeiro
Rocha de instrumento judicial de cobrança
com expressa previsão legal.
d) O protesto da CDA é indevido, por se tratar de sanção política sem previsão em
lei.
Resposta: De fato, o protesto da CDA é regular, pois é legalmente previsto no art. 1º
da Lei Federal nº 9.492/97, cuja constitucionalidade já foi declarada pelo STF. Além
da Ação de Execução Fiscal (instrumento judicial de cobrança), a Fazenda Pública
também pode utilizar o protesto (que é um instrumento extrajudicial de cobrança).
Letra b.
Link de Questões
Sugestão: Faça no mínimo 5 questões de cada assunto.
Nº de Questões: Acertos: Erros:

Espaço para anotações:

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Damiana da Rocha Cordeiro

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TERÇA-FEIRA – 04/07
DIREITO PENAL
Ética: Dia 23 (RGOAB- Art. 62 ao 73).
8. Teoria do Erro: Espécies de Erro – ERROS ESSENCIAIS e ACIDENTAIS.
Questões já cobradas sobre o tem: 11.
Arts. 20, 21, 73, 74 do CP
Grupo 1) Erros Essenciais: Ocorre em um elemento essencial do conceito de Crime.
a) Erro do tipo incriminador (art. 20 caput CP). Presente no FATO TÍPICO.
b) Erro de tipo permissivo (art. 20 § 1º CP). Presente na EXCLUDENTE DE
ILICITUDE.
c) Erro de Proibição (art. 21 CP). Presente na CULPABILIDADE.

Grupo 2) Erros Acidentais:

d) Erro sobre a pessoa (art. 20 § 3º CP). VÍTIMA diferente da pretendida.


e) Aberratio Ictus ou erro de execução (art. 73 CP). VÍTIMA diferente da pretendida.
f) Aberratio Criminis (art. 74 CP). BEM JURÍDICO diferente do pretendido.

a) Erro do tipo incriminador (art. 20 caput CP):

Art. 20 CP - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
✓ Evitável – O agente Damiana
respondeda deRocha
formaCordeiro
culposa;
✓ Inevitável
-se o dolo e a culpa.
– Fato atípico, afasta
Ex.: Transportar cocaína na bolsa achando que na verdade se trata de farinha de
trigo.
b) Erro de tipo permissivo (Art. 20, § 1º, do CP):
Art. 20 § 1º CP - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não
há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime
culposo.
✓ Incide sobre elementos integrantes de um tipo penal autorizador;
✓ incide sobre elementos que compõem uma excludente de ilicitude (ex.: agressão
na legítima defesa), gerando a chamada descriminante putativa (ou
imaginárias, presumíveis, só existe na cabeça do agente).
✓ Evitável – Culpa imprópria, pois há dolo na conduta (o agente quer atingir o
suposto agressor), mas esse dolo será afastado para punir “impropriamente” a
forma culposa do crime.
✓ Culpa Imprópria - É a única hipótese no nosso direito penal em que se admite
falar em tentativa de crime “culposo”. Isso porque, por exemplo, quando,
acreditando estar agindo em legítima defesa (legítima defesa putativa), o
agente, com dolo de matar o suposto agressor, erra o disparo e este sobrevive,
ocasionando assim uma tentativa de homicídio doloso, porém afasta-se o dolo
em razão do erro de tipo permissivo, punindo, assim, a tentativa de homicídio
(doloso), mas na forma culposa.
Ex.: Agente mata seu desafeto que só colocou a mão no bolso para pegar o celular,
mas achava-se que pegaria uma arma para matá-lo. Logo, agiu em legítima defesa
putativa (imaginária, só existiu na sua cabeça).
c) Erro de proibição (Art. 21 do CP): Erro sobre a ilicitude do fato. Erro sobre a
valoração sobre o caráter proibido.

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Art. 21 CP - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,


se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou
atingir essa consciência.
✓ Não afeta o DOLO ou CULPA da conduta do agente.
Ex.: Holandês que usa drogas no Brasil.
d) Erro sobre a pessoa (art. 20 § 3º CP): Responde como se tivesse atingido quem
pretendia. Exemplo comum em prova: mãe querendo matar seu filho, sob influência
do estado puerperal (alterações hormonais em virtude do parto), confunde-o com de
outrem e, mesmo cometendo homicídio, responde pelo infanticídio.
• Erro quanto a identidade da pessoa a ser atingida, uma valoração errônea da
vítima.
§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
e) Aberratio Ictus ou erro de execução (art. 73 CP): Responde como se tivesse
atingido quem pretendia. Erro da “bala perdida”.
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao
invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como
se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art.
20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia
ofender, aplica-se a regra Damiana dadeste
do art. 70 Rocha Cordeiro
Código.
• Erro fático na execução, queria matar A e mata B. Não há qualquer dúvida
quanto à identidade da vítima (diferença crucial com relação ao erro sobre a
pessoa).
Erro sobre a pessoa (art. 20 § 3º CP) Aberratio Ictus ou erro de execução
(art. 73 CP)
Erro quanto a identidade da pessoa a Erro fático na execução, o agente
ser atingida. erra o alvo.
Nos dois casos responde como se tivesse atingido quem pretendia
f) Aberratio Criminis (art. 74 CP): Reponde apenas pelo resultado culposo causado
concretamente na pessoa, afastando-se a tentativa do crime doloso contra o
patrimônio. Exemplo: atira uma pedra numa janela do colégio querendo causar dano,
erra e acerta a cabeça do professor causando sua morte. Responde só pelo homicídio
culposo. Se produzisse os dois resultados (dano e homicídio culposo) responde em
concurso formal (art. 70 primeira parte CP).
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução
do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se
o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido,
aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
Link de Questões

9. Concurso de Pessoas e Concurso de Crimes.


Questões já cobradas sobre o tema: 21.
Arts. 29, 30, 69, 71, 124, 126 do CP
9.1 – Concurso de Pessoas:

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• Dois ou mais agentes em acordo de vontades (liame subjetivo) concorrem para


a prática de crime.
• Existe nas formas de COAUTORIA ou PARTICIPAÇÃO.
CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de
um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter
sido previsível o resultado mais grave.

Obs.: TEORIA MONISTA (Mono = 1 único Crime) TEMPERADA (ou mitigada, a


pena não será igual para os agentes) – Autor, Coautor e Partícipe respondem
pelo mesmo crime. Entretanto, a pena será individualizada e calculada
separadamente, na medida de sua culpabilidade.

EXCEÇÃO: Existem exceções à teoria monista previstas na parte especial do


Código Penal, onde se possibilita que coautores respondam por crimes
diferentes, por exemplo, no crime de aborto, em que a mãe realiza o aborto em si
mesma ou autoriza que outrem realize o aborto nela.

A mãe responderá pelo crime de autoaborto (art. 124 do CP), seu coautor,
aquele que realizar a conduta de aborto, não responderá pelo mesmo crime,
mas sim pelo crime de aborto com consentimento da gestante (art. 126
do CP).
CP: Art.
as30 Damiana
- Não se comunicam
circunstâncias da Rocha
e as condições de Cordeiro
caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime.
9.1.1 – Autoria:
• Teoria Restritiva: O autor é aquele que pratica a ação do verbo central do tipo
penal. Sendo o partícipe todo aquele que colaborar com a prática do crime de
qualquer outra forma.
• Teoria do Domínio do Fato: O autor é aquele que possui o domínio final sobre
os fatos. O partícipe será todo aquele que colaborar com o fato principal do
autor, entretanto de forma acessória e não essencial, sem ter o domínio sobre
os fatos. (entendimento do STF).
• Espécies:

A. Autoria DIRETA:
✓ Autor executor:
✓ Autor intelectual: Liame Subjetivo: Coautoria
Obs.: 2 autores executores = coautoria; 1 autor executor + 1 autor intelectual =
coautoria.
B. Autoria INDIRETA: Aquele que possui o domínio do fato se utiliza de um
terceiro (não responde pelo fato), que não possui domínio dos fatos, para
realizar a conduta. Exemplos: Coação Moral Irresistível, Obediência
Hierárquica. Não há Liame Subjetivo. Não há coautoria.

C. Autoria COLATERAL: Dois ou mais agentes atuam ao mesmo tempo,


realizando o mesmo fato em relação à mesma vítima, entretanto um não sabe
da existência do outro, não havendo liame subjetivo, acordo de vontades
entre as partes e, logo, não há concurso de pessoas, coautoria. Ex.: Dois
agentes disparam contra uma pessoa a fim de matá-la, um responderá pelo

20
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homicídio consumando e o outro pela tentativa. Não se aplica a teoria monista,


cada um responderá pelo que tiver feito e o resultado produzido.
9.1.2 – Coautoria:
• Trata-se apenas de uma autoria conjunta.
• Responderão pelo mesmo crime.
• Interligados por um acordo de vontades chamado liame subjetivo.

9.1.3 – Participação:
• Colaboração dolosa no ato principal do autor mediante acordo de vontades
(Liame Subjetivo), entretanto, sem o domínio do fato, apenas de forma
acessória.
• Teoria Monista (art. 29 CP), o partícipe responderá pelo mesmo crime que o
autor do fato.
• Teoria da acessoriedade limitada: A conduta principal do autor deve ser típica
e ilícita. Ex.: Não se aplicará pena ao participe que emprestou a arma para o
agente matar seu desafeto “A”, mas antes disso, no dia anterior, o desafeto “A”
tentou matá-lo primeiro e o agente agiu em legítima defesa para se defender,
logo, excludente de ilicitude, não haverá crime.
• Não há participação em crime culposo. Não há domínio do fato.
• Espécies:
Damiana da Rocha Cordeiro
A. MORAL:
✓ aInduzimento
: Criar a ideia, vontade na cabeça do autor.
✓ Instigação: Ampliar a vontade já existente na cabeça do autor.
✓ Auxílio moral: Dicas, Conselhos.

B. MATERIAL: Através de meios e modos de execução (armas, carro, local etc.).

• Institutos importantes:

I. Participação de menor importância (art. 29, § 1º, do CP): Causa de diminuição


de pena, aplicável apenas na Participação.

II. Cooperação dolosamente distinta (art. 29, § 2º): Aplicável ao Coautor ou


Partícipe. Se o crime mais grave for previsível ocorre aumento de pena.

✓ Ocorre quando o participante (coautor ou o partícipe) quer colaborar


para determinado crime, mas ocorre um desvio na conduta do autor
executor que acaba realizando um crime diferente, mais grave.
✓ O crime diferente realizado pelo autor executor não poderá ser imputado
ao participante, que só responderá pelo crime para o qual quis
colaborar, enquanto o autor responderá por tudo aquilo que realizou.
(Ex.: Passadeira que abre a porta para que se realize um furto pelo
agente, mas acaba gerando uma lesão corporal grave contra os
proprietários que estavam na casa).

9.2 – Concurso de Crimes:


• O concurso de crimes ocorre quando o agente realiza vários crimes, idênticos
ou diferentes, por meio de:

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1) várias condutas:

A. Concurso material: Art. 69 CP.


✓ Cúmulo Material (soma das penas).
CP: Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas
privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de
penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa
de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a
substituição de que trata o art. 44 deste Código.
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá
simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
B. Crime continuado: Art. 71 CP.
✓ Exasperação (uma só pena aumentada).
✓ Ex.: A caixa de supermercado que retira quantia de dinheiro do caixa
por vários dias, nos mesmos horários, onde trabalha. Responde por um
único furto, com sua pena aumentada
✓ Mesma espécie (mesmo artigo – Segundo STF).
CP: Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira
de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas,
ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois
terços.
Parágrafo único - Nos crimes
Damiana da Rocha
dolosos, Cordeiro
contra vítimas diferentes, cometidos com
, poderá
violência o juiz,
ou grave considerando
ameaça à pessoa a culpabilidade,
os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas,
ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único
do art. 70 e do art. 75 deste Código. CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO.
2) uma só conduta:
A. Concurso formal:
✓ Perfeito ou Próprio: Art. 70 primeira parte CP.
➢ Exasperação (uma só pena aumentada).
➢ Possui unidade de desígnio, ou seja, único objetivo.
➢ Pode ser um único dolo, gerando vários resultados, ou mesmo
gerar vários resultados através de uma única conduta
descuidada (culpa).
✓ Imperfeito ou Impróprio: Art. 70 segunda parte CP.
➢ Cúmulo Material (soma das penas).
➢ Ex.: Quer matar o piloto do avião e coloca uma bomba na
aeronave. O agente com uma ação quer mais de um resultado.
➢ Dolos independentes.
CP: Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou,
se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até
metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão
é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art.
69 deste Código.
Obs.: O “pior” que pode acontecer é o Cúmulo Material (soma das penas).

Link de Questões

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10. Teoria e Aplicação da pena. Teoria e Execução da pena.


Questões já cobradas sobre o tema: 29.
Arts. 33, 43, 44, 49, 50, 51, 59, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 68, 75, 77, 78 do CP.
Arts. 112, 118 da LEP.
Súmula 241, 269, 438, 440, 444, 491, 493, 545 do STJ.
Súmula 56, 715, 719 do STF.
SV 56.

➢ Teoria e Aplicação da pena:


10.1 Teorias:
▪ Absoluta – Função retributiva, compensar o mal causado.
▪ Relativa – Função preventiva, necessidade de evitar a prática futura de
delitos.
▪ Unitária – Funções retributivas e preventivas, adotada no nosso Código
Penal.

10.2 Espécies de Penas:

A. Penas privativas de liberdades:


• Nosso ordenamento, por meio do Código Penal e da Lei de Execução Penal,
adotou o sistema penitenciário progressivo, em que o detento deve passar
por regimes progressivamente menos severos de cumprimento da pena. Art.
112 da LEP.
Damiana da Rocha Cordeiro
• Caso o indivíduo tenha sido condenado a penas superiores a 40 anos, mesmo
que vá cumprir apenas 40 anos, com base no art.75 do Código Penal, alterado
pela Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime) o valor da progressão incide sobre o
total de pena aplicada, de acordo também com a Súmula 715 do STF.

A.1 Regimes de cumprimento de pena privativa de liberdade (Art. 33 do CP):

A pena será cumprida em


estabelecimento de segurança máxima
FECHADO
ou média, como penitenciária (art. 33 §
1º, a, do CP).
A pena será cumprida em colônia
SEMIABERTO agrícola ou estabelecimento similar
(art. 33 § 1º, b, do CP).
A pena será cumprida em casa de
albergado, fundamentando-se esse
regime no senso de disciplina do
ABERTO condenado, que como regra trabalha
fora durante o dia e se recolhe à noite e
nos dias de folga (art. 33 § 1º, c, do
CP).

A.2 Modalidade de pena privativa de liberdade:

Prevista para crimes mais graves.


RECLUSÃO Admite os três regimes de cumprimento
da pena: fechado, semiaberto e aberto.
Prevista para crimes menos graves. Não
DETENÇÃO
admite o regime fechado.

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Obs.: Diante do descumprimento das regras dos regimes menos rigorosos


(regressão de regime), pode haver detenção cumprida em regime fechado.

A.3 Limite máximo de cumprimento de pena privativa de liberdade:

• O limite máximo de cumprimento de pena admitido em nosso ordenamento foi


alterado pela Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime) agora é de 40 anos (art. 75 do
CP).
• Caso haja outra condenação por fato posterior far-se-á nova unificação,
desprezando o tempo já cumprido, para efeito de um novo limite máximo de
40 anos.
• Por exemplo: Imagine um condenado a 60 anos de reclusão. A pena será
unificada em 40 anos.
Mas se ele, após cumprir 10 anos, cometer outro crime e for condenado a
mais 25 anos?
Deve-se somar o saldo restante (30 anos) com a nova pena (25 anos) e
unificar o valor total nosso Código Penal adotou o Sistema trifásico (Nelson
Hungria) – Art. 68 do CP.
independentemente dos outros 10 anos que já haviam sido cumpridos.

A.4 Dosimetria concreta das penas privativas de liberdade:

• Nosso Código Penal adotou o Sistema trifásico (Nelson Hungria) – Art. 68 do


CP.
Damiana da Rocha Cordeiro
a) 1ª fase: O juiz irá fazer a fixação da pena-base entre o mínimo e o máximo
previstos em lei para o crime, de acordo somente com as circunstâncias judiciais
(art. 59 do CP) - ANTECEDENTES.

Obs.: Para que haja antecedente criminal, e se aumente a pena-base na


primeira fase, é preciso que exista sentença condenatória transitada em julgado
por determinado crime quando o juiz for dar a sentença condenatória do crime
em questão, não importando, para isso, quando este outro crime foi praticado.

Obs.: inquéritos policiais ou ações penais em curso anteriores, não podem gerar
antecedentes criminais e alterar a pena-base na primeira fase da nossa
dosimetria!

Súmula 444 do STJ - “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações


penais em curso para agravar a pena-base”.

b) 2ª fase: O juiz irá aplicar as circunstâncias agravantes e atenuantes de pena


(arts. 61, 62, 65 e 66 do CP) para elevar ou reduzir a pena-base da primeira fase.
• Agravantes (art. 61 e 62 do CP).
• Atenuantes (art. 65 e 66 do CP).

c) 3ª fase: Aqui o juiz fará a aplicação das causas de aumento e de diminuição de


pena previstas nas Partes Geral e Especial do Código Penal, podendo ultrapassar
os limites mínimo e máximo de pena previstos abstratamente na lei para o crime.
• Principais circunstâncias agravantes e atenuantes da pena:

a) Reincidência (art. 61, I, do CP): É principal circunstância agravante da pena,


decorrendo da prática de novo crime pelo agente, desde que essa prática ocorra

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Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse.

depois de transitada em julgado a sentença que no país ou no estrangeiro tenha


condenado o sujeito por um crime anterior (art. 63 do CP).

Obs.: Não haverá reincidência se, entre a data do término do cumprimento da pena
ou de sua extinção (sursis ou livramento condicional) e o novo crime, se passarem
mais de 5 anos (art. 64 do CP).

*Linha do tempo: Professor Cristiano Rodrigues.

• Súmula 241 do STJ:Damiana da Rocha Cordeiro


A reincidência penal não pode ser considerada como
circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.

• Não se considera, para efeitos de reincidência, a prática de crimes militares


próprios e de crimes políticos (art. 64, II, do CP).

b) Atenuantes no concurso de pessoas (art. 62 do CP), da idade do autor (art.


65, I, do CP), confissão espontânea (art. 65, III D, CP) e atenuante genérica
(art. 66 do CP).

B. Pena de Multa:

• A multa por definição é sanção penal de caráter pecuniário, patrimonial, que


consiste no pagamento ao fundo penitenciário de certa quantia fixada na
sentença e calculada em dias-multa (art. 49 do CP).
• O pagamento da pena de multa deverá ser efetuado dentro de dez dias após o
trânsito em julgado da sentença (art. 50 do CP).

Art. 51 CP - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será


executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor,
aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que
concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.

Obs.: Logo, a legitimidade da execução da pena de multa é do Ministério Público.


Somente em caráter subsidiário à Fazenda Pública.
• Critério de dias-multa:
✓ Gravidade do fato + culpabilidade do agente (10 a 360 dias-multa). No
de Dias-Multa
✓ Capacidade econômica do réu (1/30 até 5x o salário-mínimo). VALOR
DA UNIDADE

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✓ Total = No de Dias-Multa X VALOR DA UNIDADE. (art. 60 do CP).

• Formas de penas de multa:


✓ Substitutiva a pena privativa de liberdade (art. 44 § 2o do CP).
✓ Cumulativa a pena privativa de liberdade.
✓ Alternativa a pena privativa de liberdade.

C. Penas Restritivas de Direitos: Artigo 43 do CP.

• São penas substitutivas da privação da liberdade, e por isso autônomas e não


acessórias, sendo inadmissível sua cumulação com penas privativas de
liberdade.

As penas restritivas de direitos previstas em nosso ordenamento (art. 43 do


CP) são:
a) prestação pecuniária;
b) prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
c) perda de bens e valores;
d) limitação de final de semana;
e) interdições temporárias de direitos.

✓ Também são consideradas penas substitutivas da pena privativa de


liberdade, e aplicadas da mesma forma que as penas restritivas de direitos:
a) multa substitutiva (art. 60, § 2º, do CP);
b) prestação de outra natureza (art. 45, § 2º, do CP).
• Hipóteses
para conversão Damiana
da privação
e requisitos deda Rocha Cordeiro
liberdade em
restrição de direitos (Art. 44 do CP):

Penas restritivas de direitos (arts. 43 e 44 do CP) – Requisitos de conversão:


Crimes Culposos Crimes Dolosos
• Sem violência ou grave ameaça;
• Pena concreta de até 4 anos;
Sempre converter a pena, qualquer • Não ser reincidente específico
que seja o valor. (REGRA) (mesmo crime) – art. 44 § 3º do
CP.
• Prestação de serviços, interdição temporária e limitação de final de semana
possuirão a mesma duração da pena privativa de liberdade concreta. Nas
demais não há como fazer essa correlação (ex.: prestação pecuniária).
• Conversão (reversão) da restritiva de direitos de volta em privativa de liberdade
(Art. 44, § 4º, do CP).
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando
ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena
privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena
restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou
reclusão.

➢ Teoria e Execução da pena:

• Onde ocorreram as principais alterações promovidas pelo pacote


anticrime (Lei 13.964/19).
• STF – Crimes hediondos admitem qualquer regime inicial de
cumprimento de pena (podem iniciar com o regime fechado, mas não se
pode generalizar, deve analisar caso a caso).

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10.3 Execução das penas privativas de liberdade:

• Nosso ordenamento adotou o sistema progressivo para cumprimento dessas


penas privativas de liberdade, pelo qual o condenado passará
progressivamente por regimes cada vez menos rigorosos de cumprimento de
pena (fechado, semiaberto e aberto), desde que cumpra certo tempo da pena
no regime em que se encontra (art. 112 da LEP).
• A progressão de regimes em crimes hediondos não é obrigatória, mas apenas
permitida. O cumprimento de pena pelo crime hediondo pode iniciar em qualquer
regime: Fechado, semiaberto, aberto.
• Crimes hediondos cometidos antes da Lei 11.464/2007 terão sua progressão
com base na regra geral da LEP, ou seja, com o cumprimento de 1/6 da pena
(Súmula 471 do STJ e Súmula Vinculante 26 do STF), não incidindo nesses
crimes os novos parâmetros mais severos previstos pela Lei 13.964/19 (Pacote
Anticrime).

Súmula Vinculante 26 – Progressão de regime. Para efeito de progressão de regime


no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução
observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25 de julho de 1990,
sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e
subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado,
a realização de exame criminológico.

Súmula 471 do STJ - Damiana


Os condenados
da Rochapor crimes hediondos ou assemelhados
Cordeiro
cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art.
112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime
prisional.

• Com a edição da Lei 11.464/2007, o regime de cumprimento de pena para os


crimes hediondos passou a ser o inicialmente fechado. Entretanto, foram
estabelecidos valores específicos para a progressão, quais sejam, de 2/5 para
criminosos primários e de 3/5 para os reincidentes em quaisquer crimes
dolosos praticados após esta Lei e até a entrada em vigor do pacote anticrime,
a partir do que vigorarão seus novos parâmetros de progressão de regimes.
• Não existe em nosso ordenamento a chamada progressão “per saltum”, por
salto, ou seja, passar direto do regime fechado para o regime aberto, sem
passar pelo semiaberto. (Súmula 491 do STJ – “É inadmissível a chamada
progressão per saltum de regime prisional”), ou seja, sair do regime fechado
diretamente para o regime aberto, “pulando”, assim, o regime semiaberto
(mesmo já tendo cumprido tempo de pena suficiente para isso).
• Súmula Vinculante 56 - A falta de estabelecimento penal adequado não
autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso,
devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE
641.320/RS. Princípio da individualização da pena.

Obs.: Nesses casos, a prisão domiciliar ou o uso de tornozeleira eletrônica


estão sendo usados para satisfazer tal falta de estabelecimento penal
adequado.

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• Os crimes praticados contra a Administração Pública terão sua progressão


de regime condicionada à reparação do dano ou restituição da coisa (art.
33, § 4º, do CP). Em outros crimes não se exige essa reparação.

10.3.1 Execução das penas privativas de liberdade com a Lei 13.964/19 –


Pacote Anticrime:

A. Progressão de Regime: Art. 112 da LEP.

✓ Crimes Comuns:
I – 16%: primário + crime sem violência ou grave ameaça;
Obs.: Antiga regra geral de 1/6. O que antes era para todas as situações,
atualmente é só pra essa.
II – 20%: reincidente + crime sem violência ou grave ameaça;
III – 25%: primário + crime com violência ou grave ameaça;
IV – 30%: reincidente+ crime com violência ou grave ameaça;

✓ Crimes Específicos:
V – 40%: Crime HEDIONDO ou equiparado, se for primário;
Obs.: Antiga regra dos 2/5. (Lei 11.464/2007).

VI – 50%:
a) Crime HEDIONDO ou equiparado, com resultado morte, se for primário,
vedado o livramento condicional.
Damiana da Rocha Cordeiro
, de organização
b) Exerce o comando, individualcriminosa
ou coletivo
Crime HEDIONDO
estruturada ou equiparado.
para a prática de
c) Crime de constituição de milícia privada.

VII – 60%: reincidente + Crime HEDIONDO ou equiparado;


Obs.: Antiga regra dos 3/5. (Lei 11.464/2007) para todos os reincidentes.
Porém agora exige-se reincidente específico (hediondo + hediondo).

VIII – 70%: reincidente+ Crime HEDIONDO ou equiparado com resultado


morte, vedado o livramento condicional.

LEP: Art. 112 - § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou


responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos para
progressão de regime são, cumulativamente:
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do
estabelecimento;
V - não ter integrado organização criminosa.

§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação


do benefício previsto no § 3º deste artigo.

B. Regressão de Regime: Art. 118 da LEP.

LEP: Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma
regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos,
quando o condenado:

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I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;


II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena
em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses
referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar,
podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido
previamente o condenado.

10.4 Livramento Condicional: arts. 83 e ss do CP.


• É a liberação do condenado após o cumprimento de parte da pena privativa de
liberdade aplicada, preenchidos certos pressupostos e observadas certas
condições impostas, que não implicam em privação da sua liberdade.
• Não é regime de pena, mas um benefício.
I – 1/3 da pena, se for primário (não reincidente – independentemente de ter
bons ou maus antecedentes – STJ/STF).

II – 1/2 da pena, se for reincidente. arts. 63 e 64 do CP.

III – 2/3 da pena, se o crime for hediondo.

Obs.: Reincidente específico em crime hediondo (hediondo + hediondo), com ou


sem resultado morte + Crime hediondo (sem a reincidência) com resultado morte,
não tem livramento condicional.
Damiana da Rocha Cordeiro
Art. 83 CP – O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a
pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
I – cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em
crime doloso e tiver bons antecedentes;
II – cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
III – comprovado:
a) bom comportamento durante a execução da pena;
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
IV – tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela
infração;
V – cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico
de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes
dessa natureza.
Parágrafo único – Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará
a delinquir.”

10.5 Regime inicial de cumprimento de pena (art. 33, § 2º, do CP):

• Categorias de penas privativas de liberdade:

a) Reclusão: prevista para crimes mais graves, já que permite o início de


cumprimento da pena no regime fechado, e nos demais regimes, semiaberto e
aberto.

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b) Detenção: prevista para crimes menos graves, já que não admite o regime
inicial fechado, somente o semiaberto ou o aberto.

• O início de pena em Regime fechado (art. 33 par 2º A do CP) se dá para:


a) Os condenados a pena concreta de reclusão superior a 8 anos.
*b) O reincidente (art. 63 e 64 do CP), seja qual for o valor de sua pena,
condenado a reclusão.

• O início de pena em Regime semiaberto (art. 33 par 2º B do CP) se dá para:


a) Os condenados a uma pena de reclusão ou detenção concreta superior a
4 anos e de até 8 anos, desde que não sejam reincidentes.

*Súmula 269 STJ - É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos


reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as
circunstâncias judiciais.

Obs.: Pena de até 4 anos de Reclusão + Reincidente. O que era para iniciar no
Regime Fechado, inicia-se no semiaberto.
• O início de pena em Regime aberto (art. 33 par 2º C do CP) se dá para:
a) O não reincidente, condenado a uma pena de detenção ou reclusão
concreta de até 4 anos.

• Embora a Lei 11.464/2007 indique regime inicial fechado para crimes


hediondos, o STF entende que crimes hediondos poderão começar a ser
cumpridos em qualquerDamiana regime inicial
da Rocha de pena, de acordo com o caso
Cordeiro
concreto,
princípio daisso com base no das penas
individualização .

10.6 Suspensão condicional da pena (sursis):

• O sursis é a suspensão da execução de pena privativa de liberdade de certa


duração, por prazo determinado, uma vez impostas certas condições e
requisitos ao condenado por crime doloso.
• É um direito público subjetivo do réu; assim, se presentes os pressupostos e
requisitos, o juiz é obrigado a concedê-lo mesmo que de ofício.
• Requisitos para o Sursis (art. 77 do CP):
✓ Pena concreta de até 2 anos;
✓ Não reincidente em crime doloso;
✓ Não haja conversão da pena em restritivas de direitos (art. 44 do CP).
• Espécies de Sursis: (art. 78 do CP):
Regra geral: submete o condenado à
Simples
observação durante a suspensão.
Permite a substituição das condições
Especial do art. 78 § 1o do CP, por outras menos
rigorosas.
Aplicável a condenados com idade
Etário superior a 70 anos na época da
condenação.
Aplicada quando razões de saúde
Humanitário demonstrem necessidade de concessão
de um sursis diferenciado.

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Link de Questões

11. Dos Crimes Contra a Vida. Das Lesões Corporais. Da Periclitação da Vida
e da Saúde.
Questões já cobradas sobre o tema: 34.
Arts. 30, 65, 121, 122, 123, 124, 125, 126, 127, 128, 129, 130, 131, 132,
133, 134, 135, 135-A, 136, 137 do CP.

11.1 Dos Crimes Contra a Vida:


A. Homicídio:
• Homicídio Simples (art. 121 do CP):
Tipo objetivo

Matar alguém.
Pena: reclusão de 6 a 20 anos.
O bem jurídico tutelado é a vida, bem indisponível (não admite consentimento do
ofendido).

Sujeito ativo

Qualquer pessoa (crime comum).


Damiana da Rocha Cordeiro

Sujeito passivo

Qualquer pessoa (ser humano vivo). Somente a partir do início dos procedimentos
de parto. Antes disso, será considerado crime de aborto.

Tipo subjetivo

Dolo de matar (animus necandi ou occidendi), independentemente de qualquer fim


específico (não há especial fim de agir).

Consumação

Com a efetiva morte de alguém (morte encefálica) e, portanto, trata-se de crime


material em que a tentativa é plenamente cabível.

• Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º, do CP – redução da pena de 1/6 a


1/3):

É causa de diminuição de pena, aplicável na terceira fase da dosimetria, sendo


que, em certos casos a pena poderá ficar abaixo do mínimo abstratamente previsto
no tipo, de acordo com as seguintes hipóteses:
a) Relevante valor social: Interesse da coletividade (ex.: matar um conhecido bandido
de uma comunidade).
b) Relevante valor moral: que atenda aos princípios morais e éticos da sociedade (Ex.:
eutanásia).
c) Homicídio emocional (crime de ímpeto), de acordo com os seguintes requisitos:

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✓ logo após injusta provocação da vítima, imediatidade entre a injusta


provocação e a reação.
✓ sob o domínio de violenta emoção: não basta influência da emoção, o agente
deve estar dominado por ela.

Obs.: É diferente da atenuante genérica “sob a influência de violenta emoção,


provocada por ato injusto da vítima”, em que a reação não precisa ser imediata
e o agente não precisa estar dominado pela emoção, o que apenas atenua a pena
(CP, art. 65, III, c).
• Homicídio qualificado (art. 121, § 2º, do CP – pena: 12 a 30 anos de reclusão):
✓ Ocorre nas seguintes hipóteses expressamente previstas em lei,
estabelecendo novos parâmetros abstratos de pena, e tornando o
homicídio crime hediondo, quando:
I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

II - Por motivo fútil;

III - Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

IV - À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que


dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
Damiana da Rocha Cordeiro
V - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Feminicídio

VI - Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:

VII – Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime


envolver:

I - Violência doméstica e familiar;

II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

• Homicídio culposo (art. 121, § 3º, do CP – Pena detenção de 1 a 3 anos):

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É o homicídio praticado com falta de cuidado do agente, produto de um acidente, em


que o resultado era previsível ao autor que acaba atuando por:
a) Imprudência: uma ação precipitada, descuidada.
b) Negligência: inatividade por ausência de precaução desleixo, descuido.
c) Imperícia: falta de capacidade técnica para o exercício de arte ou profissão (ex.: erro
médico).

Obs.: O homicídio culposo na direção de veículo automotor será tratado pelo Código de
Trânsito Brasileiro (art. 302 da Lei 9.503/1997).
• Causas de aumento de pena (art. 121, § 4º – aumento de 1/3)
✓ No homicídio culposo (§ 4º, 1ª parte):
a) Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício
(para imprudência ou negligência do profissional, não se aplicando a imperícia, que
é a FALTA de capacidade técnica).
b) Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima.
c) Não procura diminuir as consequências do seu ato.
d) Foge para evitar prisão em flagrante.
✓ No homicídio doloso (§ 4º, 2ª parte):
a) menor de 14 (quatorze).
Damiana da Rocha Cordeiro
b) maior de 60 (sessenta) anos.
• Causa especial de aumento de pena (art. 121, § 6º, do CP):
§ 6º: a pena é aumentada de um terço até a metade se o crime for praticado por
milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo
de extermínio.

*Homicídio será considerado crime hediondo (art. 1º, I, da Lei 8.072/1990) nas
seguintes hipóteses:
✓ O homicídio simples (art. 121, caput), quando praticado em atividade típica
de grupo de extermínio.
✓ O homicídio qualificado (art. 121, § 2º, do CP) será sempre crime hediondo
✓ Homicídio e crime continuado: é possível a continuidade delitiva em crimes
de homicídio (Súmula 605 do STF não é mais aplicada).
✓ Homicídio e latrocínio (art. 157, § 3º, do CP):
✓ No crime de latrocínio, a finalidade (dolo) do agente é a subtração da coisa,
mas para isso acaba matando.
✓ A morte no latrocínio pode ser por dolo (direto ou eventual) ou por culpa
(crime preterdoloso).
✓ Transmissão da Aids: para o STF não configura tentativa de homicídio
prática de relação sexual, sem preservativo, por pessoa portadora do vírus
HIV (há divergência no STJ), podendo ser aplicado o art. 131 do CP.

*Professor Cristiano Rodrigues.

B. Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio (art. 122 do CP):

33
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• A partir da nova Lei (PACOTE ANTCRIME), aquele que induz, instiga ou auxilia
outrem a se suicidar ou se automutilar, mesmo que não ocorra nenhum
resultado lesivo oriundo dessa tentativa de suicídio, ou de automutilação, ou
ainda se ocorrerem apenas lesões corporais leves, responderá pelo caput do
Art. 122 do CP.

C. Infanticídio (art. 123 do CP):


• Tipo objetivo: Matar o próprio filho durante ou logo após o parto sob influência
do estado puerperal.
Obs.: Estado puerperal é o conjunto de sintomas fisiológicos, alterações
hormonais, que se iniciam com o parto e permanecem por algum tempo, gerando
perturbações psíquicas e emocionais na mulher, que podem até mesmo fazer
com que esta atente contra a vida do próprio filho.
Sujeito ativo: É a mãe (crime próprio) Estado puerperal, entretanto é relevante
lembrar que pode ocorrer concurso de pessoas (coautoria ou participação), na
medida em que mesmo quem não possua a característica (ser mãe) exigida pelo
tipo responderá pelo infanticídio, de acordo com as regras do art. 30 do CP (ex.:
colega de trabalho que fornece objeto usado para matar a criança também
responderá pelo infanticídio).

Sujeito passivo: O filho nascente (durante o parto) ou neonato (logo após o parto).

Tipo subjetivo: Dolo direto ou eventual de matar o próprio filho.


Damiana da Rocha Cordeiro
Consumação
: Consuma-se come tentativa
a morte do filho nascente. A tentativa
é admissível.

Concurso de pessoas: Possibilidade, isso porque a qualidade de mãe e o estado


puerperal, conquanto sejam condições pessoais, são elementares do crime e, de
acordo com o art. 30 do CP, comunicam-se a todos os participantes do fato, o que
permite que terceiros responda por esse crime mesmo sem ser mãe, como partícipe
ou coautor.

Pena: detenção de 2 a 6 anos de detenção.

Obs.: Não há forma culposa, mas a mãe poderá, em certos casos, responder por
homicídio culposo comum caso a morte ocorra por imprudência ou negligência
produto do puerpério.
D. Aborto (arts. 124, 125 E 126 do CP):
*Tipo objetivo

a) Art. 124 do CP: é a conduta da gestante que provoca a morte do próprio feto
ou autoriza que outrem a provoque, punida com pena de 1 a 3 anos de detenção.

Entretanto, com exceção da teoria monista, aquele (coautor) que praticar o aborto
junto com a mãe, e autorizado por ela (consentir que outrem lhe provoque),
responderá pelo crime do art. 126 do CP (aborto com consentimento), e a mãe
pelo autoaborto (art. 124 do CP).

34
Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse.

b) Art. 125 do CP: Aborto provocado por um terceiro mediante violência, grave
ameaça ou fraude, sem a autorização da gestante que nesse caso também é
vítima, punido com pena de 3 a 10 anos de reclusão.

Aplica-se também a pena do art. 125 do CP mesmo havendo o consentimento da


gestante se esta não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental,
ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.

c) Art. 126 do CP: É o aborto com o consentimento da gestante realizado por


terceiro que pratica o aborto autorizado pela mãe (neste caso a gestante responde
pelo art. 124 do CP), punido com pena de 1 a 4 anos de reclusão.

Sujeitos ativos

No art. 124 é somente a própria gestante;

Nos arts. 125 e 126 será qualquer pessoa que realizar o aborto.

Sujeito passivo

O produto da concepção (ovo, embrião ou feto) após a nidação (14 dias depois da
fecundação) e antes dos procedimentos de parto e no aborto sem o consentimento
da gestante (art. 125), além do feto,
Damiana da também a mãe.
Rocha Cordeiro

Consumação

Interrupção prematura da gravidez e a destruição do produto da concepção


(morte do feto), logo a tentativa é plenamente admissível.

Tipo subjetivo

Dolo, vontade, intenção de interromper a gravidez e matar o feto. Admite-se o dolo


eventual, mas não há previsão de modalidade culposa.

Causas de aumento (art. 127 do CP)

Nos crimes previstos nos arts. 125 e 126 do CP as penas são aumentadas de
1/3 se, do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, resultar lesão
corporal de natureza grave; e são duplicadas se sobrevier a morte da gestante.

*Professor Cristiano Rodrigues.

E. Aborto Autorizado ou Legal (art. 128 do CP):


CP: Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento
da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

11.2 Das Lesões Corporais. Art. 129 do CP:


35
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Lesão corporal leve (art. 129, caput, do CP – pena: 3 meses a 1 ano).


Tipo objetivo
Ofender a integridade física ou a saúde de outrem.

Lesão corporal grave (art. 129, § 1º, do CP – pena: 1 a 5 anos de reclusão).


A lesão corporal será qualificada por ser considerada grave quando resulta em:
I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto (o agente deve conhecer a gravidez).

Lesão corporal gravíssima (art. 129 § 2º do CP – pena: 2 a 8 anos de reclusão).


Quando resultar em:
• Incapacidade permanente para o trabalho;
• Enfermidade incurável;
• Perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
• Deformidade permanente;
• Aborto (a título de culpa).

Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º, do CP – pena: 4 a 12 anos de


reclusão).
Crime preterdoloso em que há dolo em relação ao crime de lesão corporal e culpa
no que se refere à morte. A tentativa é inadmissível!!

Lesão corporal privilegiada (art. 129, § 4º, do CP – redução de 1/6 a 1/3).


Damiana da Rocha Cordeiro
Trata-se de causa de diminuição de pena aplicável quando a lesão corporal for
praticada por motivo de relevante valor social ou moral (ex.: agredir conhecido
ladrão que vem assaltando uma comunidade), ou ainda sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima (ex.: marido traído que
flagra amante com a esposa).

Substituição da pena (multa) na lesão corporal leve (art. 129, § 5º, do CP).
É possível substituir a pena privativa de liberdade pela multa quando na lesão
corporal:
I – ocorrer qualquer das hipóteses de lesão corporal privilegiada;
II – se as lesões corporais são recíprocas.

Lesão corporal culposa (art. 129, § 6º, do CP – pena: 2 meses a 1 ano de detenção).

11.3 Da Periclitação da Vida e da Saúde:


A. Perigo de contágio venéreo (art. 130 do CP):
• Pune aquele que expõe alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está
contaminado.
B. Perigo de contágio de moléstia grave (art. 131 do CP):
• Trata-se de crime de perigo concreto que por isso se consuma com a simples
prática da conduta de expor a perigo (ato capaz de transmitir a moléstia
independentemente da produção do resultado danoso (transmissão da
moléstia grave), logo para a maioria da doutrina não se admite a tentativa.
C. Perigo para a vida ou saúde de outrem (art. 132 do CP):
• Trata-se de crime subsidiário (“soldado de reserva” – Nelson Hungria), que só
incide se não houver crime mais grave, em que se pune a conduta de expor a

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vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente através de uma ação ou


omissão perigosa que recaia sobre uma pessoa ou algumas pessoas
determinadas (ex.: não adotar medidas de segurança do trabalho, expondo os
empregados da empresa a perigo a saúde e a vida).
D. Abandono de incapaz (art. 133 do CP):
• Trata-se de crime próprio, pois o sujeito ativo será somente aquele que possui
o dever de proteção, cuidado ou possui autoridade em relação ao incapaz
abandonado.
E. Exposição ou abandono de recém-nascido (art. 134 do CP):
• Se da conduta de abandono resultar lesão corporal grave ou morte
(modalidades preterdolosas) as penas serão respectivamente de 1 a 3 anos e
de 2 a 6 anos de detenção (art. 134, §§ 1º e 2º, do CP).
F. Omissão de socorro (art. 135 do CP):
• Ocorre nas seguintes hipóteses:
1. à criança abandonada ou extraviada;
2. à pessoa inválida ou ferida;
3. pessoa ao desamparo ou em grave e iminente perigo.
G. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (art. 135-A
do CP):
• Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o
preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o
atendimento médico-hospitalar emergencial.
H. Maus-tratos (art. 136 do CP): da Rocha Cordeiro
Damiana
• Trata-se da conduta de expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou
custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer
sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de
correção ou disciplina, punida com pena de detenção de 2 meses a 1 ano, ou
multa.
I. Rixa (art. 137 do CP):
• Rixa consiste em briga desordenada entre três ou mais pessoas, com agressões
físicas recíprocas entre os participantes, punindo-se este fato com pena de
detenção de 15 dias a 2 meses, ou multa. A doutrina e jurisprudência
dominantes entendem que não há rixa quando a posição dos contendores é
definida, ou seja, quando há grupos definidos e separados (ex.: gangues rivais)
e, neste caso, haverá crime de lesões corporais recíprocas (art. 129 do CP)

Link de Questões
Sugestão: Faça no mínimo 5 questões de cada tema.

Nº de Questões: Acertos: Erros:

Espaço para anotações:

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Damiana da Rocha Cordeiro

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QUARTA-FEIRA – 05/07
DIREITO CIVIL.
Ética: Dia 24 (RGOAB- Art. 74 ao 90).
3. Contratos em Geral e Contratos em Espécie.
Questões: 57.
Arts. 113, 187, 412, 441-446, 447-457, 474, 476, 478-480, 481-532, 533,
534-537. 538-564, 565-578, 579-592, 593-609, 610-626, 627-652, 653-692
do CC.

✓ CONTRATOS EM GERAL:
3.1 Princípios:

A. Autonomia privada e liberdade de contratar:


• A liberdade de contratar será exercida nos limites da função social do contrato.
• É lícito às partes estipular
Damiana dacontratos atípicos, observadas as normas gerais
Rocha Cordeiro
fixadas neste Código.

B. Força obrigatória (pacta sunt servanda): “O contrato faz lei entre as partes”.

IRRETRATABILIDADE: O contrato não pode ser alterado unilateralmente.


INTANGIBILIDADE: Impossibilidade de revisão judicial, salvo para resolver o
contrato ou declarar sua nulidade.

C. Consensualismo: Consentimento basta para a formação do contrato, formas


específicas são desnecessárias.

D. Relatividade dos efeitos: A eficácia do contrato é interna às partes. Proibição de


contrato que tenha por objeto a herança de pessoa viva.

E. Equilíbrio contratual: Proporcionalidade entre a prestação e a contraprestação


dos contratantes.

F. Boa-fé objetiva: Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou


contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. Nos
contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do
aderente a direito resultante da natureza do negócio.

CC: Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e
os usos do lugar de sua celebração.
CC: Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela
boa-fé ou pelos bons costumes.

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G. Função social do contrato:


CC: Art. 412. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da
função social do contrato.

3.2 Classificação:

FORMA OBJETO SUJEITO


Bipartite/Pluripartite;
Consensual/Formal Gratuito/Oneroso;
Unilateral/Bilateral
(solene); Comutativo/Aleatório;
(sinalagmático);
Consensual/Real; Principal/acessório;
Pessoal/Impessoal;
Nominado/Inominado Instantâneo/Duração;
Individual/Coletivo
ou típico/atípico; Execução imediata/Diferida;
(normativo).
Paritário/de Adesão. Determinado/indeterminado.

3.3 Garantias:

A. Vícios redibitórios: arts. 441 a 446 do CC.

Aplicação
Deve ser originado antes da tradição (transferência).
Não importa se o alienante
Damianasabia ou não
da Rocha do vicio, sua responsabilidade
Cordeiro
subsiste. Se sabia responderá também por perdas e danos.
Defeitos ocultos que desvalorizam a coisa ou tornam-na imprestável para o
uso proposto.
Recebida a coisa com vícios, o que fazer? Optar por uma das ações,
inacumuláveis e irrevogáveis.
I. Estimatória (Quanti Minoris):
• Meio para obter abatimento do preço;
• Efeito: redução do preço (não há a resolução).
II. Redibitória:
• Meio para enjeitar a coisa pelos vícios;
• Efeito: resolução do contrato;
• Direito à restituição do preço pago e ao reembolso das despesas pelo
contrato.
Prazos:
A. Bens Móveis: 30 dias (contados a partir da tradição);
B. Bens Imóveis: 1 ano (contado a partir da tradição).

Obs.: Exceções:
1. Se o sujeito já estava na posse do bem o prazo cai pela metade, contado da
conclusão do negócio.
2. Quando o vício se conhece posteriormente, começa a contar o prazo do seu
conhecimento (limita-se o prazo total a 180 dias para bens móveis e 1 ano
bens imóveis).
3. Não corre o prazo na constância da cláusula de garantia.

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B. Evicção: arts. 447 a 457 do CC.

• É a perda judicial da coisa, em virtude de sentença, por quem a possuía como


sua, em favor de terceiro, detentor de direito anterior sobre ela. *Segundo
César Fiuza.
• O STJ tem entendimento de que a evicção não se resume ao art. 450,
• Não é a restituição do preço corrigido, mas o preço da coisa segundo o valor
de mercado.
• Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der,
tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube
do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
• Por isso, terá o adquirente sempre direito a receber de volta, ao menos, o preço
pago, exceto se sabia do risco, ou, se informado dele, o assumiu, o que dota o
contrato de caráter aleatório.

C. Exceção de contrato não cumprido:

• O art. 476 estabelece que nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes
pode exigir o cumprimento da parte do outro, antes de cumprida a sua própria
obrigação. É a chamada exceção de contrato não cumprido (exceptio non
adimpleti contractus).
• Somente aos contratos bilaterais aplica-se a exceção de contrato não
cumprido.

3.4 Extinção: Damiana da Rocha Cordeiro

A. Resolução: ex tunc. É um remédio concedido à parte para romper o vínculo


contratual mediante ação judicial.

• Cláusulas resolutivas expressa e tácita: Segundo prevê o art. 474, todo


contrato bilateral possui implicitamente, em si, a chamada cláusula resolutiva
tácita. Essa cláusula autoriza a parte a requerer a resolução do contrato se a
contraparte deixar de executar sua obrigação.

• Resolução por onerosidade excessiva: arts. 478 a 480 do CC.

• Resolução por inadimplemento antecipado: A contraparte ainda não


descumpriu o contrato – logo, está, a rigor, adimplente –, mas há um grau tão
alto de probabilidade de descumprimento – de inadimplemento – que diremos,
de antemão, que ela descumpriu o contrato.

B. Resilição: ex nunc. A dissolução do contrato por simples declaração de vontade


de uma ou das duas partes contratantes. *Orlando Gomes. A resilição ocorre de dois
modos. Em ambos os casos há extinção com efeitos ex nunc, ou seja, apenas com
efeitos futuros, mas não retroativamente:

• Resilição bilateral: O modo mais comum de resilição bilateral é o distrato,


“negócio jurídico pelo qual as partes, declarando conjuntamente a vontade de
dar cabo do contrato, rompem o vínculo, extinguindo a relação jurídica”,
segundo Orlando Gomes. O distrato é, portanto, um contrato pelo qual as
partes “descontratam” outro contrato.

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• Resilição unilateral: A resilição é admitida em alguns casos, através da


denúncia. Sua natureza é de direito potestativo.

C. Rescisão: Lesão, Estado de perigo. ex nunc.

3.5 Revisão:
1. Revisão.
• Para que o contrato seja reequilibrado;
• Previsão: art. 479 do CC.
2. Resolução.
• Extinção do contrato, para evitar mais efeitos danosos;
• Previsão: art. 478 do CC.

✓ CONTRATOS EM ESPÉCIE:

3.6 Compra e venda: arts. 481 a 532 do CC.

Retrovenda/Recobro:


Vendedor pode reservar-se o direito de recobrá-la.

Somente bens imóveis.

Prazo: decadencial de 3 anos.

Valor: preço recebido e as despesas do comprador.

Se comprador seDamiana
negar a da
revender ao vendedor, este pode depositar o
Rocha Cordeiro
preço e haver a coisa para si, forçosamente.
Preempção/Preferência:


Comprador tem que oferecer o bem ao anterior vendedor quando for
vender a terceiro.
• Bens móveis e imóveis.
• Prazo: não superior a 180 dias se bem móvel ou 2 anos, se imóvel, se
não estipulado, caducará em 3 dias para bem móvel e 60 dias se imóvel.
• Valor: preço que o terceiro se propõe a pagar.
Venda com reserva de domínio:

• Domínio permanece com o vendedor até o adimplemento final. Ela é


uma venda condicional aperfeiçoada com o pagamento.
• Restringe-se aos bens móveis.
• Se o comprador está em mora, o vendedor tem duas opções: mover ação
de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o que mais lhe for
devido ou reaver a posse da coisa vendida.

3.7 Troca ou permuta:

CC: Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com
as seguintes modificações:
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as
despesas com o instrumento da troca;
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem
consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.

3.8 Estimatório (venda em consignação): art. 534 a 537 do CC.

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3.9 Doação: arts. 538 a 564 do CC.


Contrato Solene: Forma escrita, exceto bens de pequeno valor cuja tradição é
imediata.
Aceitação pelo donatário é elemento indispensável.
Limitações:
• Doação de todos os bens do doador: Nula.
• Doação de parte que caberia à legitima: Nula.
• Doação do cônjuge adúltero a seu cúmplice: Anulável pelo cônjuge e os
herdeiros necessários.
• Doação de ascendente a descendente (desde que sem invasão à legítima,
ou seja, a parte disponível): adiantamento da legítima.

Resolução:

• Doação em contemplação ao casamento, caso não se case.


• Doador sobrevive ao donatário: O domínio do bem volta ao patrimônio do
doador (chamada de cláusula de reversão). Não prevalece cláusula de
reversão em favor de terceiro.

Revogação:

• Descumprimento do encargo: se o donatário não cumprir o encargo no prazo


assinalado pelo doador.
• Ingratidão de donatário:
DamianaAplicam-se as disposições se o ato se dá contra o
da Rocha Cordeiro
próprio doador, cônjuge, companheiro, ascendente, descendent e, ou irmão
dele. Prazo: 1 ano, contado a partir do dia em que o ato foi praticado ou
quando o doador dele tenha tomado conhecimento.
• Doações irrevogáveis: Puramente remuneratórias, oneradas com encargo já
cumprido, as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural e as
feitas para determinado casamento.

3.10 Locação: arts. 565 a 578 do CC.

• A locação é:
✓ um contrato bilateral (presente o sinalagma);
✓ oneroso (se gratuito, torna-se comodato);
✓ consensual (não exige a entrega da coisa);
✓ não solene (sequer exige forma escrita);
✓ de trato sucessivo ou de execução continuada (impossível a execução
instantânea) e
✓ impessoal (morrendo uma das partes, prossegue a avença).
✓ Em regra, o contrato de locação não é personalíssimo, embora possa se
tornar mediante consentimento das partes. Transmite-se aos herdeiros
somente se for por tempo determinado, por aplicação do art. 577.

• O pagamento do aluguel é o que diferencia a locação do comodato (comodato


é gratuito, locação é onerosa).
• Locador é o dono, locatário é quem usa e goza da coisa locada.
• Se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de
vigência em caso de alienação e estiver esse contrato averbado junto à
matrícula do imóvel, não pode o adquirente denunciar o contrato.

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Tem cláusula de vigência averbada e o contrato é por prazo determinado?


Não: O adquirente denunciou o contrato Sim: O adquirente é obrigado a respeitar
em 90 dias? o prazo total.
Sim: o locatário deve sair do imóvel em
90 dias.
Não: presume-se que o adquirente
aceitou a manutenção da locação.

3.11 Empréstimo: arts. 579 a 592 do CC.

• O empréstimo é um gênero do qual se extraem duas espécies, o comodato e o


mútuo. Comodato e mútuo se distinguem pela coisa. Ao passo que o comodato
é o empréstimo de coisas não fungíveis, o mútuo é o empréstimo de coisas
fungíveis.

3.12 Prestação de Serviço: arts. 593 a 609 do CC.

• O prazo limite para a prestação é de 4 anos, mesmo que o contrato tenha por
causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à execução de
certa e determinada obra. Se o serviço ultrapassar esse prazo, dar-se-á por
findo contrato, mesmo que não concluído o serviço.

3.13 Empreitada: arts. 610 a 626 do CC.

• Na empreitada de edifícios
Damiana edaoutras
Rochaconstruções
Cordeiro consideráveis, o empreiteiro
de materiais e execução (empreitada mista) responderá pela solidez e
segurança do trabalho, assim em razão dos materiais como do solo, durante o
prazo de 5 anos,

3.14 Depósito: arts. 627 a 652 do CC.

• O depósito é classificado como um contrato comutativo, real, unilateral,


gratuito ou oneroso. Entende-se que ele é pessoal (intuitu personae), pois tem
por base a confiança que o depositante tem no depositário.
• São duas espécies de depósito reguladas pelo Código Civil, o depósito
voluntário e o depósito necessário.

3.15 Mandato: arts. 653 a 692 do CC.


• Mandato é o contrato por meio do qual uma pessoa (mandatário) recebe
poderes de outra (mandante), para, em nome e por conta desta, praticar atos
ou administrar interesses.

Link de Questões

Sugestão: Faça no mínimo 6 questões.


Nº de Questões: Acertos: Erros:

4. DIREITO DAS COISAS.


Questões: 47
Arts. 504, 505, 513, 521-528, 884, 1196 e ss do CC.
Arts. 555, 556, 558 do CPC.

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Art. 330 do CP.


Art. 183, 191 da CF/88.

4.1 Classificação:

A. Quanto ao domínio da coisa:


1. Jus in re própria:
• Corresponde ao direito de propriedade, o direito real por excelência, por
constituir a síntese de todos os direitos reais (domínio de uma coisa à vontade
de seu titular), segundo a literatura jurídica tradicional. Esse direito está
insculpido no art. 1.225, inc. I, do CC/2002.
• O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

2. Jus in re aliena: Direitos reais limitados em contraposição ao direito de


propriedade.
B. Quanto ao objeto:
• Mobiliários;
• Imobiliários.
4.2 Posse:
Quanto ao vício Quanto ao vício Quanto ao
Objetivo. Subjetivo. Desdobramento.
Damiana da Rocha Cordeiro Posse direta: Aquele que
detém o domínio, detém a
Posse justa: Ela é justa Posse de boa-fé: O
posse direta. Em geral, o
quando não maculada possuidor ignora o
proprietário é também
pela violência, obstáculo que impede a
possuidor direto. Mas
clandestinidade ou aquisição da coisa.
nem sempre.
precariedade. Posse de má-fé: Mesmo
Posse indireta: O
Posse injusta: Ao conhecendo o vício,
proprietário, ainda que
contrário, aquela possui. O estado de
limitadamente, detém a
adquirida de modo dúvida não induz,
posse indireta da coisa,
violento, clandestino ou necessariamente, a má-
mesmo que não a
precário. fé.
detenha, não a tenha
consigo ou não a utilize.

4.2.1 Os modos de aquisição se subdividem em originários e derivados:


1. ORIGINÁRIOS:
• Adquire-se quando não é necessário consentimento do possuidor
precedente;
• Não há mais rol taxativo dos modos originários, mas se pode citar a
apreensão de coisa abandonada.
2. DERIVADO:
• Adquire-se quando há consentimento do possuidor precedente;
• Dá-se com a tradição, seja efetivamente (entrega de fato da coisa, como
na compra de um celular), seja fictamente (como no caso do constituto
possessório).

4.2.2 Pode-se adquirir a posse:


A. Pelo próprio sujeito: Art. 1.205, I do CC.

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B. Por representante ou procurador: Art. 1.205, I do CC. No caso de incapazes.


C. Por terceiro sem procuração: Art. 1.205, II do CC. Necessário ratificar.

4.2.3 Os modos de perda se subdividem em três categorias, a depender da perda do


corpus, do animus ou de ambos, segundo a literatura:
1) Ausentes CORPUS e ANIMUS:
O possuidor, portanto, deixa intencionalmente de deter a coisa. Nesses casos, a
posse se perde por:
A. Abandono (derelictio): Joga fora a coisa, intencionalmente; não é perder, mas,
abandonar.
B. Tradição: Caso em que há perda da posse e, simultaneamente, aquisição da
posse para os contratantes.
2) Ausente CORPUS:
Ocorre quando certos fatos impedem a posse, contra a vontade do possuidor, e
somente quando há impossibilidade de utilização da coisa. Se, ainda que
potencialmente o poder existe, mantém-se a posse:
A. Perda da posse; B. Destruição; C. Posse de outrem; D. Inutilização econômica-
jurídica.
3) Ausente ANIMUS:
O possuidor exerce a posse em nome alheio, pelo que a posse se perde através do
constituto possessório.

4.2.4 Proteção possessória:


I) Direito aos Interditos: Art. 1.210 do CC.
II) Direito à percepção de frutos: Art. 1.214 do CC.
Damiana
III) Direito à indenização da Rocha Cordeiro
por benfeitorias: Arts. 1.219 e 1.220 do CC.
IV) Direito de retenção de valores: Art. 1.219 do CC.
V) Direito de levantamento de benfeitorias: Art. 1.219 do CC.
VI) Direito à usucapião: Art. 1.260 do CC.
VII) Direito à indenização por prejuízos: Art. 884 do CC.

4.2.5 Ações Possessórias:


• As ações possessórias são também chamadas de interditos possessórios ou
mesmo chamadas de ações possessórias diretas.
I) Ampliação do objeto: Art. 555 do CPC.
II) Caráter Dúplice: Art. 556 do CPC.
III. Espécie do rito: Art. 558 do CPC.
IV) Fungibilidade das ações: Art. 556 do CPC.
V) Conteúdo Mandamental: Art. 330 do CP.

GENERALIDADES:
• Não se limitam a discutir a posse (mas também indenização e multa,
mesmo sob rito especial.
• Caráter dúplice (decide de quem é a posse, e não a mera procedência do
pedido.
• Rito especial (
• prazo de ano e dia tem rito mais célere.
INTERDITO POSSESSÓRIO;
• Ação de caráter preventivo (turbação ou esbulho).
MANUTENÇÃO DE POSSE:
• Serve ao possuidor no caso de turbação (ato que embaraça, dificulta,
atrapalha o livre exercício da posse);
REINTEGRAÇÃO DE POSSE:

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• Cabível no caso de esbulho (perda), para o fim de recuperar a coisa


privada por violência, clandestinidade ou precariedade.

4.3 Propriedade:
A. Propriedade imobiliária:
• Regula-se pelos arts. 1.238 a 1.259 do CC/2002. O Código desenha três modos
de aquisição de propriedade imobiliária: usucapião, registro e acessão.
1. Usucapião: A usucapião, modo de aquisição originário da propriedade, faz
predominar a situação de fato, de uso, sobre a situação formal.
1.1 Ordinária: Exige-se 10 anos de posse, considerada de boa-fé, com o chamado
"justo título", sendo tratada no art. 1.242, caput do CC/2002.
1.2 Extraordinária: Chamada assim por ser independente de boa-fé e justo título,
sendo tratada no art. 1.238. Justamente por ser independente desses requisitos, o
tempo de posse é maior (15 anos).
1.3 Especial:
A. Imóveis urbanos:
Artigo 183 da CF/88 e artigo 1.240 do CC.
Se for possuidor de área urbana de até 250 m2 , por 5 anos ininterruptos, sem
oposição, utilizando-se para moradia sua ou de sua família, adquire o domínio,
desde que não seja proprietário de outro imóvel.
B. Imóveis rurais:
Damiana da191
Artigo Rocha Cordeiro
da CF/88 e artigo 1.239 do CC.
Deve haver posse por 5 anos ininterruptos, sem oposição, de área de terra (em
perímetro rural) de até 50 hectares, tornando-se produtiva e tendo nela sua
moradia.

2. Registro:
• Modo de aquisição derivada da propriedade.
• O registro gera uma presunção da propriedade, como determina o art. 1.245,
§2º, do CC/2002.
3. Acessão:
• Modo de aquisição originária da propriedade. Ela, acessão, pode ser entendida
como uma força externa que aumenta a coisa do proprietário, seja construção,
seja plantação.
A. Formação de ilhas: Ocorre quando em um rio forma-se uma ilha naturalmente
(art. 1.249 CC).
B. Aluvião: Acréscimo paulatino de terras do rio na propriedade ribeirinha
(“assoreamento”).
C. Avulsão: Por força violenta da natureza, uma porção de terras desloca-se de
uma propriedade para outra, sem intervenção humana (art. 1.251).
D. Álveo abandonado: Ocorre quando um rio ou lago que dividia duas
propriedades para de correr, seca ou é desviado (art. 1.252).
E. Construções e Plantações: Tudo aquilo que se constrói num imóvel pertence,
presumivelmente, ao proprietário, pelo princípio do superfície solo cedit (art. 1.253).

B. Propriedade Mobiliaria:

1. Usucapião: art. 1.260 a 1.262 do CC.


2. Coisas sem dono: art. 1.263 a 1.266 do CC.
3. Tradição: art. 1.267 e 1.268 do CC.

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4. Acessão: art. 1.269 a 1.274 do CC.


✓ Especificação;
✓ Confusão;
✓ Comissão;
✓ Adjunção.

C. Perda da propriedade imóvel ou móvel:

1. Pessoa: Pela morte natural (real ou presumida).


2. Objeto: Perecimento da coisa ou pela acessão (art. 1.275, IV do CC).
3. Direito: Voluntariamente ou contra a vontade do proprietário.
3.1 Modos voluntários:
• Alienação; art. 1.275, I do CC. Se for bem imóvel, deve o alienante efetuar o
registro do Registro de imóveis para que tenha eficácia (art. 1.275, parágrafo
único).
• Renúncia; art. 1.275, II, parágrafo único.
• Abandono. art. 1.275, III, art. 1.276.
3.2 Modos involuntários:
• Desapropriação; art. 1.275, V.
• Arrematação; Perda judicial da propriedade pela alienação em hasta pública.
• Adjudicação; Perda judicial da propriedade pelo próprio exequente.
• Implemento de Condição Resolutiva;
• Perdimento; Bens que servem para ressarcir dano ao Erário.
• Requisição. Damiana da Rocha Cordeiro

D. Propriedade resolúvel: A propriedade resolúvel é aquela que, pela Lei ou pela


vontade, resolve-se, retornando ao bem ao proprietário anterior (art. 1.359 do
CC/2002).
Exemplos:
✓ Retrovenda: Art. 505 do CC.
✓ Preempção ou preferência: art. 513 do CC.
✓ Compra e venda com reserva de domínio: Arts. 521 a 528 do CC.
✓ Compromisso de Compra e venda: Decreto-Lei 58/1937.
✓ Alienação de fração ideal condominial: Art. 504 do CC.
✓ Preferência do Locatário: arts. 27 e 34 da Lei 8.245/1991.
✓ Preferência do arrendatário/parceiro rural: Lei 4.504/1964.

E. Propriedade fiduciária: arts. 1.361 a 1.368-B do CC.


✓ Exemplo prático: O vendedor, ao me repassar o veículo, não transfere a
propriedade para mim, mas apenas a posse. A propriedade passará a quem o
pagou, o banco. O banco, portanto, é o proprietário (e credor-fiduciário) e tem
a posse indireta da coisa, que está na minha posse direta (devedor-fiduciante).
✓ A vantagem desse instituto é que o credor-fiduciário fica com a propriedade do
bem e, na hipótese da resolução por inadimplemento, pode desfazer o contrato
e retomá-lo.

Devedor é a pessoa – FIDUCIANTE.

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Credor é o banco – FIDUCIÁRIO.

F. Fundo de investimento: arts. 1.368-C e ss do CC.


4.4 Direitos de Vizinhança: arts. 1.277 a 1.313 do CC. O direito de vizinhança é
uma limitação ao direito de propriedade.
Aberturas próximas ao Limite de “invasão” do
Edificações em terreno
terreno vizinho (art. terreno alheio com o
rural (art. 1.303).
1.301). muro (art. 1.305).
Necessidade de muro de Uso temporário do imóvel
Uso do muro divisório
arrimo nas obras (art. alheio para reparos (art.
(arts. 1.306 a 1.308).
1.311). 1.313).

Direitos de vizinhança
Imóvel em ruinas
Árvores limítrofes
Passagem forçada
Canos e tubulações
Águas
Tapagem
Direito de Construir

4.5 Condomínio: arts. 1.314 e ss do CC.


Damiana da Rocha Cordeiro
• O condomínio se verifica quando um objeto é titularizado por mais de um
sujeito, havendo divisão dos sujeitos, mas indivisão do objeto.
4.6 Direitos Reais sobre Coisa alheia:
• Superfície: arts. 1.369 a 1.377 do CC.
• Servidão: arts. 1.378 a 1.388 do CC.
• Usufruto Geral: arts. 1.390 a 1.411 do CC.
• Direitos do promitente comprador: art. 1.417 do CC.
4.7 Direitos Reais de Garantia: arts. 1.419 e ss do CC.
Eficácia Erga Omnes: o titular pode vender o bem, mas a garantia o grava e o
acompanha.
Indivisibilidade da Garantia.
Proibição do pacto comissório: O credor não pode ficar com o bem dado em
garantia.

A. Penhor: Ocorre quando o devedor entrega a posse efetiva da coisa ao credor, para
a garantia de seu débito. Só pode ser empenhada coisa móvel. Como em regra o bem
fica na posse do credor, terá ele direito aos frutos.

A.1 Penhor rural.


A.2 Penhor industrial e mercantil.
A.3 Penhor de direitos e títulos de créditos.
A.4 Penhor de Veículos.
A.5 Penhor legal.

B. Hipoteca: incidirá sobre bem imóvel, atual, futuro ou condicionado, e poderá ter
por objeto: imóveis e os acessórios; domínio direto; domínio útil; estradas de ferro;

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recursos naturais; navios; aeronaves; direito de uso especial para fins de moradia;
direito real de uso; propriedade superficiária.

B.1 Convencional.
B.2 Legal.
B.3 Judicial.
B.4 Vias Férreas.

C. Anticrese: diferentemente da hipoteca e do penhor, não se volta a bens móveis ou


imóveis, mas à renda de um imóvel, ou seja, os frutos. O credor anticrético, na posse
do bem, administra os rendimentos e presta contas ao devedor.

Link de Questões
Sugestão: Faça no mínimo 6 questões.
Nº de Questões: Acertos: Erros:

Espaço para anotações:

Damiana da Rocha Cordeiro

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QUINTA-FEIRA – 06/07
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Ética: Dia 25 (RGOAB- Art. 91 ao 114).

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Link de Questões.

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Sugestão: Faça no mínimo 6 questões.


Nº de Questões: Acertos: Erros:

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61
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Link para Questões

Sugestão: Faça no mínimo 6 questões.


Nº de Questões: Acertos: Erros:
Damiana da Rocha Cordeiro

Espaço para anotações:

SEXTA-FEIRA – 07/07
DIREITO PROCESSUAL PENAL.

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Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse.

Ética: Dia 26 (RGOAB- Art. 115 ao 150).


Dia 27 (RGOAB- Art. 151 ao 156-D).
Ação Civil e Ação Penal.
Questões já cobradas sobre o tema: 21.

Leitura obrigatória: Art. 24 ao 87 do CPP.


Súmula 146 e 714 do STF.
Súmula 542 STJ.
Principais artigos – CPP.
Art.24 Art.25 Art.28 Art.29 Art.38 Art.39 Art.42
Art.45 Art.46 Art.48 Art.49 Art.50 Art.51 Art.60

A ação penal serve para examinar a ocorrência de uma infração penal. Pode ser
pública ou privada.
• Pública: quando a infração causa reflexos na sociedade, por isso o próprio
Estado tem interesse na sua punição. Neste caso o MP é o detentor da ação.
• Privada: quando é o próprio ofendido é quem pede a punição do ofensor, pois
o bem violado é exclusivamente privado, como no caso do crime de calúnia
(crime contra a honra).

Existem os seguintes tipos de ação penal:

✓ Ação Penal Pública Incondicionada.


✓ Ação Penal Pública Condicionada à Representação.
Damiana da Rocha Cordeiro
✓ Ação Penal Pública Condicionada à Requisição.
✓ Ação Penal Privada Exclusiva.
✓ Ação Penal Privada Personalíssima.
✓ Ação Penal Privada Subsidiária da Pública.

1. AÇÃO PENAL PÚBLICA.


É a ação cujo titular é o próprio Estado, por meio do Ministério Público. O promotor
de justiça exerce o direito de ação por meio da denúncia. Ela pode ser incondicionada
ou condicionada.
Ação pública incondicionada: o Ministério Público a promove independente da
vontade ou interferência de quem quer que seja. Ou seja, mesmo que a vítima não
queira que haja uma ação, o promotor de justiça irá oferecer a denúncia.
Ação pública condicionada a representação ou requisição: Ação pública
condicionada: também é de titularidade do Ministério Público, mas aqui o promotor
de justiça fica condicionado à representação do ofendido ou requisição do Ministro
da Justiça, ou seja, são crimes em que o interesse público existe, mas fica em
segundo plano.
Na ação pública condicionada basicamente o ofendido autoriza o Estado a promovê-
la, ou seja, o promotor tem a titularidade da ação, mas só pode exercê-la mediante
“autorização do ofendido”.

Quando se tratar de ação pública condicionada, a lei dirá expressamente. Em regra,


ao final de cada artigo estará expresso que a ação somente proceder-se-á mediante
representação.
2. AÇÃO PENAL PRIVADA.

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A regra é que a iniciativa da ação penal seja pública, pois cabe ao Estado tutelar e
pacificar a sociedade diante das infrações penais cometidas.

Assim, ao dar ao ofendido a titularidade para propor a ação penal, o Estado passa a
abrir mão de tutelar os bens jurídicos protegidos pelo Direito Penal, pois o início da
ação se dará apenas se a vítima o fizer.

Resumindo, a ação penal privada é aquela em que o Estado concede a legitimidade


para a propositura da ação penal à vítima ou a seu representante legal.

Art. 100, § 2º do CP – A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do


ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.

Art. 30 do CPP - Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá


intentar a ação privada.

A distinção básica que se faz entre ação penal privada e ação penal pública reside na
legitimidade ativa. Nesta a legitimidade é do MP e naquela é do ofendido ou
representante legal.

Há a ação privada EXCLUSIVA e PERSONALÍSSIMA.

Exclusiva: É a Ação Penal Privada propriamente dita. É a que a vítima ou seu


representante legal a exerce diretamente.
Damiana da Rocha Cordeiro
Personalíssima: Somente poderá ser proposta pela vítima. Não há representante
legal nem a possibilidade dos legitimados no Artigo 31 do CPP (o CADI). Atualmente,
a única hipótese de cabimento é no crime de induzimento a erro essencial e ocultação
de impedimento ao casamento, tipificado no Art. 236 no CP.

Art. 236 do CP – Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente,


ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único – A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode
ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro
ou impedimento, anule o casamento.

Neste o prazo decadencial é também seis meses.

Subsidiária da pública: É proposta pelo titular da ação penal privada exclusiva,


através de uma queixa – crime subsidiária, QUANDO ocorrer a inércia do direito de
ação do Ministério Público (cinco dias para acusado preso ou quinze dias para
acusado solto), Art. 5º, LIX, CF/88.

Aqui o promotor de justiça deixa de exercer sua titularidade, ou seja, ele fica inerte,
não faz nada, e por isso o ofendido pode fazer a sua vez para que o processo corra.
Passados os 5 dias no caso de acusado preso, ou 15 dias no caso de acusado solto,
inicia-se o prazo de 6 meses para que o ofendido inicie a ação. Perceba que é o mesmo
prazo que o ofendido possui na ação privada.

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Na hipótese de morte ou de declaração de ausência por decisão judicial, quanto


ao direito do cônjuge, ascendente, descendente e irmão, de entrar ou dar
prosseguimento com a queixa, a possibilidade de companheiro de união estável ser
considerado cônjuge só existirá quando esta união tiver sido reconhecida
judicialmente.

Na Ação Privada Personalíssima NÃO aplica o CADI. Titular morreu = ação


morreu.

PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA E PRIVADA

PÚBLICA PRIVADA
Obrigatoriedade Disponibilidade (perdão e perempção)
Divisibilidade Oportunidade (pode renunciar)
Indisponibilidade Indivisibilidade
Oficialidade

Macete: lembre-se que na ação penal pública o promotor fica com ÓDIO, e a ação
Damiana
penal privada DÓI na vítima, da Rocha
pois ela Cordeiro
tem que dar início a ação.

AÇÃO PENAL PÚBLICA AÇÃO PENAL PRIVADA


Art.100 CP: Ofendido ou representante
legal.
Art.129, I: Ministério Público
Pode ser exclusivamente privada;
Pode ser condicionada ou
privada subsidiária da pública e
incondicionada
privada personalíssima.

Princípios: Oficialidade;
Princípios: Conveniência ou
Obrigatoriedade;
oportunidade; disponibilidade,
Indisponibilidade; instranscedência.
indivisibilidade; instranscedência.
Obs.: Na ação pública condicionada à
representação, esta deve ser oferecida
Obs.: A queixa deve ser oferecida no
no prazo de 06 meses a contar da data
prazo de 06 meses, a contar do
do conhecimento da autoria do fato.
conhecimento da autoria do fato – Art.
É possível a retratação da
38 CPP + Art.103 CPP
representação – art. 25 CPP + 102,
CPP.

3. RENÚNCIA, PERDÃO E PEREMPÇÃO:

A renúncia, o perdão e a perempção impedem a punição do autor da infração penal,


ou seja, possuem a mesma natureza jurídica, pois são causas de extinção da
punibilidade, de acordo com o artigo 107 do CP.

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RENÚNCIA

A renúncia retira o direito de representação e o direito de apresentar queixa crime. A


renúncia faz com que o ofendido sequer permita que o processo penal se inicie,
evitando que o autor do crime seja punido. Poderá, então, ter efeitos tanto na ação
penal pública condicionada à representação quanto na ação penal privada.

Se a renúncia faz com que o processo sequer inicie, significa que ela é pré-processual.
Essa característica é a principal diferença entre a renúncia e o perdão.

PERDÃO

Demonstra que o ofendido superou o ocorrido e por isso não quer mais que o autor
da infração seja punido. Porém, o perdão somente é cabível nos casos ação penal
privada.

Tanto a renúncia quanto o perdão poderão ser expressos ou tácitos. Se expressos,


não existirão dúvidas de sua existência, pois o ofendido ou seu representante legal
se manifestaram expressamente acerca do desejo de não representar ou de não
ajuizar a queixa crime.

Por outro lado, serão tácitos quando o ofendido ou seu representante legal
praticarem atos incompatíveis com o desejo de que o autor do crime seja punido. É
o exemplo clássico do ofendido que convida o autor do crime para ser seu padrinho
de casamento. Se o autor Damiana
foi convidado para Cordeiro
da Rocha ser padrinho de casamento do ofendido,
é razoável imaginar que houve um perdão? Claro que sim! Mesmo que não tenha
havido qualquer manifestação expressa acerca disso, estaremos diante de um perdão
tácito.

Sobre a sua aceitação pelo autor do crime, a renúncia é um ato unilateral, ainda
que não personalíssimo. Logo, o autor do crime não será intimado para se manifestar
sobre a renúncia, visto que sua manifestação não é considerada.

Já o perdão é um ato bilateral, o qual exige a intimação do autor do crime para que
ele aceite ou recuse, no prazo de 3 dias. Caso não se manifeste, a lei presume a
aceitação do perdão.

Mas por qual motivo o perdão exige a aceitação do ofendido? Por se tratar de um ato
processual, ou seja, o processo já nasceu, o autor pode optar por querer seguir com
a ação penal até o fim, com o intuito de provar sua inocência, por exemplo, e por isso
não aceitar o perdão do ofendido.

PEREMPÇÃO:

A perempção também extingue a punibilidade, servindo como uma espécie de


punição à inércia do querelante em um processo que envolva ações penais privadas,
exceto no caso da ação penal privada subsidiária da pública. Nesta, se o querelante
restar inerte, o MP reassumirá a titularidade da ação impedindo a perempção.

Visto que a perempção ocorre em razão da desídia do autor da ação, ela só existirá
durante o processo penal, ou seja, após o oferecimento da queixa crime. Existem
quatro causas para sua ocorrência.

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A primeira hipótese de perempção ocorrerá quando, após o início da ação penal


privada, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30
dias seguidos. Também haverá perempção quando, falecendo o querelante ou
sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo para prosseguir no processo
dentro do prazo de 60 dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo. E quem são
essas pessoas? É o famoso CADI: Cônjuge, Companheiro, Ascendente, Descendente
ou Irmão.

Haverá a perempção, ainda, se o querelante deixar de comparecer, sem motivo


justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente ou deixar de
formular o pedido de condenação nas alegações finais. Por fim, outra causa de
perempção é a extinção da pessoa jurídica, se for o caso de querelante que seja
pessoa jurídica, sem que seja deixado sucessor.

PRINCIPAIS PONTOS:

RENÚNCIA: PERDÃO:
Antes da queixa (Pré- processual) Após iniciada a ação penal (Processual)
Unilateral Bilateral (deve haver a aceitação da
outra parte)
Art. 49 CPP
Até o trânsito em julgado de sentença
condenatória.
Damiana da Rocha Cordeiro
Art. 51 CPP

No caso de concurso de agente: O perdão segue a mesma regra para


renúncia, oferecida a um dos agentes a todos aproveita. Todavia, aquele que se recusa
a aceitar o perdão, a ação penal correrá normalmente!
Exemplo: Gabriel, nascido em 31 de maio 1999, filho de Eliete, demonstrava sua
irritação em razão do tratamento conferido por Jorge, namorado de sua mãe, para
com esta. Insatisfeito, Jorge, no dia 1º de maio de 2017, profere injúria verbal
contra Gabriel. Após a vítima contar para sua mãe sobre a ofensa sofrida, Eliete

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comparece, em 27 de maio de 2017, em sede policial e, na condição de


representante do seu filho, renuncia ao direito de queixa. No dia 02 de agosto de
2017, porém, Gabriel, contra a vontade da mãe, procura auxílio de advogado,
informando que tem interesse em ver Jorge responsabilizado criminalmente pela
ofensa realizada.
Diante da situação narrada, o(a) advogado(a) de Gabriel deverá esclarecer que
Resposta: poderá ser proposta queixa-crime em face de Jorge, mas, para que
o patrono assim atue, precisa de procuração com poderes especiais.

Obs.: Art. 50 CPP A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo


ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver
completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia
do último excluirá o direito do primeiro.

Art. 48 do CPP: A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo
de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49 do CPP: A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um
dos autores do crime, a todos se estenderá.
Exemplo:
OAB XIV - Fábio, vítima de calúnia realizada por Renato e Abel, decide mover ação
penal privada em face de ambos. Após o ajuizamento da ação, os autos são
encaminhados ao Ministério Público, pois Fábio pretende desistir da ação penal
privada movida apenas emDamiana
face dedaRenato
Rochapara
Cordeiro
prosseguir em face de Abel.
Diante dos fatos narrados, assinale a opção correta.
Resposta: A ação penal privada é indivisível; logo, Fábio não poderá desistir da ação
penal apenas em face de Renato.

Súmula 542 STJ - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. (Súmula 542,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 26/08/2015, DJe 31/08/2015)
Art. 51 do CPP: O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem
que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Sobre o PERDÃO:
- É bilateral. Logo, pode ser recusado pelo querelado.
- Pode ser expresso ou tácito.
- Se concedido a um, a todos aproveita (que aceitarem), pois a ação privada é regida
pelo princípio da indivisibilidade. Não é meio para vinganças e perseguições.
- Extingue a punibilidade.

Súmula 714, STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do


ministério público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por
crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.

Exemplo: Tiago, funcionário público, foi vítima de crime de difamação em razão de


suas funções. Após Tiago narrar os fatos em sede policial e demonstrar interesse
em ver o autor do fato responsabilizado, é instaurado inquérito policial para
investigar a notícia de crime. Quando da elaboração do relatório conclusivo, a
autoridade policial conclui pela prática delitiva da difamação, majorada por ser
contra funcionário público em razão de suas funções, bem como identifica João

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como autor do delito. Tiago, então, procura seu advogado e informa a este as
conclusões 1 (um) mês após os fatos.

Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tiago, de acordo


com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, deverá esclarecer que Tiago
poderá optar por oferecer queixa-crime, assistido por advogado, ou oferecer
representação ao Ministério Público, para que seja analisada a possibilidade
de oferecimento de denúncia.

Perempção da ação penal: Art. 60 CPP – “Desistência da vítima”.


Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á
perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto
no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido
de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar
sucessor.

Exemplo: Damiana da Rocha Cordeiro


OAB- XIII - Em determinada ação penal privada, na qual se apura a prática dos
delitos de calúnia e difamação, a parte não apresenta, em alegações finais, pedido
de condenação em relação ao delito de calúnia, fazendo-o tão somente em relação
ao delito de difamação.
Com relação ao caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
Resposta: Ocorreu a perempção em relação ao delito de calúnia.

4. ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL.


Art. 28-A CPP – Acordo de não persecução penal. – Introduzido pelo Anticrime.
O acordo é tratado com Ministério Público + Advogado + Investigado -> Juiz
homologa.
Se o Juiz não participa da formulação do acordo é nulo!
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado
formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave
ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá
propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas
cumulativa e alternativamente:
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de
fazê-lo;
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério
Público como instrumentos, produto ou proveito do crime;
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período
correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços,
em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);

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IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do


Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública
ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha,
preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
aparentemente lesados pelo delito;
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério
Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada.

OAB- XXXIII Carlos, em relatório final conclusivo de inquérito policial, foi indiciado
pela prática do crime de receptação qualificada (Art. 180, §1º, CP – pena: 3 a 8 anos
de reclusão e multa). Recebido o procedimento investigatório, o Promotor de Justiça
verificou, na Folha de Antecedentes Criminais, que Carlos possuía uma única
anotação e era tecnicamente primário, mas que teria sido beneficiado, oito anos
antes da suposta nova prática delitiva, por proposta de suspensão condicional do
processo em relação a crime de estelionato. Considerando as informações expostas,
você, como advogado(a) de Carlos, deverá esclarecer que, de acordo com o Código
de Processo Penal,

Resposta: poderá ser proposto acordo de não persecução penal, considerando a


pena e natureza do crime, mas Carlos necessariamente deverá confessar a prática
delitiva.

O acordo de não persecução, não é um direito subjetivo do


investigado, portanto, cabe ao M.P da
Damiana decidir
Rochaquando deverá ser aplicado!
Cordeiro
• O Acordo de não persecução penal não gera maus antecedentes!

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Damiana da Rocha Cordeiro

Não esquecer:
✓ Reparação do dano deverá ser feita se for possível fazer!
✓ Prestação de serviços à comunidade será pelo prazo da pena mínima diminuída
de 1 a 2 terços. Não é o prazo da pena mínima!! A pena mínima deverá ser
diminuída de 1 a 2 terços!!!
✓ Sobre a pena mínima de 4 anos, considera-se as majorantes e atenuantes, ou
seja, não se trata da pena abstrata, mas a pena imposta na condenação.

Período Depurador: 5 anos sem ter sido beneficiado por algum instituto de
barganha (ANPP, Transação, Sursis, Delação).

71
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ANPP é incompatível nos casos de Justiça Militar, Maria da Penha, Hediondos e


equiparados.
Art. 29 CPP: Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa,
repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência
do querelante, retomar a ação como parte principal.

Ação penal privada ajuizada quando não intentada a ação penal é


também chamada de subsidiária da pública.

OAB XXVII
Carlos foi indiciado pela prática de um crime de lesão corporal grave, que teria
como vítima Jorge. Após o prazo de 30 dias, a autoridade policial elaborou relatório
conclusivo e encaminhou o procedimento para o Ministério Público. O promotor
com atribuição concluiu que não existiam indícios de autoria e materialidade, razão
pela qual requereu o arquivamento. Inconformado com a manifestação, Jorge
contratou advogado e propôs ação penal privada subsidiária da pública.
Resposta: Nesse caso, é correto afirmar que a queixa proposta deve ser rejeitada
pelo magistrado, pois não houve inércia do Ministério Público.

Art. 44 do CPP: A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais,
devendo constar do instrumento
Damianadodamandato o nome do querelante e a menção do
Rocha Cordeiro
fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que
devem ser previamente requeridas no juízo criminal.

O silêncio no que tange ao processo penal sob a égide do instituto do


perdão é anuência, ou seja, cientificado o réu, o seu silêncio importa aceitação!

5. EMENDATIO LIBELLI X MUTATIO LIBELLI.


Durante o decorrer dos atos processuais podem surgir informações novas (fatos
novos ou tipificação jurídica nova). ENTENDA:

72
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Emendatio Libelli:

Assim como a mutatio libellis, a Emendatio Libelli é um instituto do Direito


Processual Penal incidentes na inicial acusatória. Em termos gerais, trata-se da
alteração do crime classificado na inicial acusatória pelo magistrado, quando houver
erro de classificação do delito. Neste sentido, não há alteração dos fatos imputados,
pois estes foram corretamente descritos pela acusação, mas há alteração da
classificação jurídica da conduta.

EX: MP denuncia três pessoas por envolvimento no crime de associação criminosa.


No decorrer do processo o juiz verifica que essas três pessoas estavam associadas
para cometerem especificamente o crime de tráfico. Sendo assim, o juiz pode mudar
a tipificação de associação criminosa para associação para o tráfico? Sim! Isso é a
Emendatio Libelli.
O juiz emendou/corrigiu a tipificação penal.

Tal instituto deve ser aplicado no momento da sentença, sendo possível ser utilizada
em grau de recurso, desde que não se viole o princípio da vedação a reformatio in
pejus.

Está consignado no Art. 383 do Código de Processo Penal, que: “O juiz, sem modificar
a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição
jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008)”.
§ 1º - Se, em consequência de definição
Damiana da Rochajurídica diversa, houver possibilidade de
Cordeiro
proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o
disposto na lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2º - Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão
encaminhados os autos. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Logo, se depreende que é possível a alteração da classificação delitiva pelo


magistrado, de ofício ou a requerimento da parte, pois o réu não se defende da
classificação, mas apenas dos fatos descritos na inicial acusatória.

Nas palavras do professor Aury Lopes Jr (2020, pag. 1490):

“A emendatio libelli não se ocupa de fatos novos, surgidos


na instrução, mas sim de fatos que integram a acusação e
que devem ser objeto de uma mutação na definição
jurídica.”

Mutatio Libelli:

Descrição nova dos fatos. No decorrer do processo verifica-se que os fatos narrados
na denúncia não estão de acordo com o que realmente aconteceu.

EX: O MP oferece denúncia tipificando o acusado no crime de furto, pois, segundo os


fatos narrados, o autor subtraiu para si um telefone celular da vítima. Ocorre que,
no decorrer do processo a vítima ao contar sua versão afirma que o autor, no
momento da subtração, a ameaçou com uma faca.

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Você percebeu, no exemplo, que houve uma mudança nos fatos narrados? Os fatos
mudaram, logo não se trata mais de furto, mas de roubo, por ter havido violência e
grave ameaça.

Na Emendatio o juiz apenas muda a tipificação, mantendo os mesmos fatos, ou


seja, o erro da denúncia foi somente quanto à tipificação dada ao fato narrado. Já na
Mutatio Libelli muda-se os fatos, que por consequência altera a tipificação penal.

Na Mutatio Libelli o juiz não edita os fatos nem a tipificação como na Emendatio,
aqui o juiz dá um prazo para o próprio Ministério Público retificar estes FATOS.

Se os fatos mudaram, significa que o acusado deve ter a oportunidade de se


defender desses novos fatos, por isso o juiz não pode simplesmente retificá-lo e
sentenciar como no caso da Emendatio.

MP irá aditar a denúncia, modificando os fatos, e o autor irá se defender desses


novos fatos, em seguida o juiz decidirá.

O momento para utilizar tal instituto é quando encerrada a instrução probatória,


ou seja, antes da sentença.

Damiana da Rocha Cordeiro

74
Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse.

Dispõe o Código de Processo Penal:

“Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender


cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de
prova existente nos autos de elemento ou circunstância da
infração penal não contida na acusação, o Ministério
Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5
(cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o
processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o
aditamento, quando feito oralmente.”

É importante citar que caso o haja recusa do membro do MP a aditar a


denúncia, em caso de mutatio libelli, o juiz fará remessa dos autos ao procurador-
geral, ou a órgão competente do MP, e este promoverá o aditamento, designará outro
órgão do MP para fazê-lo ou insistirá na recusa, a qual só então estará o juiz obrigado
a atender (art. 28 do CPP).

Emendatio Libelli Mutatio Libelli


Art. 384. Encerrada a instrução
probatória, se entender cabível nova
definição jurídica do fato, em
conseqüência de prova existente nos
Art. 383. O juiz, sem modificar a
autos de elemento ou circunstância da
descrição do fato contida na denúncia
infração penal não contida na
ou queixa, poderá atribuir-lhe definição
acusação, o Ministério Público deverá
jurídica diversa, ainda que, em
Damiana da Rocha aditar
Cordeiroa denúncia ou queixa, no prazo
conseqüência, tenha de aplicar pena
de 5 (cinco) dias, se em virtude desta
mais grave.
houver sido instaurado o processo em
crime de ação pública, reduzindo-se a
termo o aditamento, quando feito
oralmente.

6. AÇÃO CIVIL EX DELICTO.

A Ação Civil “Ex Delicto” pode ser definida simploriamente como uma ação ajuizada
na esfera cível, requerendo a indenização de dano moral ou material juridicamente
reconhecido em infração penal.

Essa ação somente será cabível nas hipóteses em que a repercussão da infração penal
também atingir a esfera da responsabilidade civil.

Apesar da legislação penal não tratar o tema de acordo com sua amplitude e
relevância, o Código Penal prevê em seu artigo 91 a obrigação de reparação do dano
quando houver condenação.

Ação civil ajuizada pelo ofendido, objetiva a reparação pelo dano


causado pelo crime.

Nesse sentido, a legislação inclusive incentiva, através de concessão de


benefícios aos agentes, a reparação dos ofendidos, conforme hipóteses citadas
abaixo:

75
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✓ Causa de diminuição da pena quando o agente repara o dano ou restitua a coisa


ao ofendido (artigo 16);
✓ Reparação de dano como atenuante genérica (artigo 65, III, b);
✓ Substituição das condições genéricas da suspensão condicional da pena por
condições específicas (artigo 78, § 2º);
✓ Reparação do dano como condição para a concessão do livramento condicional,
salvo impossibilidade efetiva (artigo 83, IV);
✓ Condição para a reabilitação (artigo 94, III);
✓ Extinção de punibilidade no caso de peculato culposo, quando o dano é ressarcido
(artigo 312, § 3º).

É importante lembrar que o CPP ao tratar deste tipo de ação prevê meios mais eficazes
para a vítima buscar a reparação, além de prever a utilização do sequestro, da busca
e apreensão, do arresto e da hipoteca legal.

Espécies de Reparação

Apesar de os artigos 63 e 64 do CPP remeterem-se aos termos “reparação” e


“ressarcimento”, a satisfação do dano causado pode ocorrer através de 4 formas:
restituição, ressarcimento, reparação e indenização:

Restituição

A restituição é a espécie de reparação mais simples. É a restituição da coisa, caso a


lesão do bem jurídico se constitua na privação de um objeto, como em casos de furtos.
Damiana da Rocha Cordeiro
O pedido de restituição de bem pode ser feito na própria instância criminal, por meio
de incidente de restituição de coisas apreendidas, na hipótese de o bem já ter sido
apreendido e de não haver dúvida quanto à sua propriedade.

Ressarcimento

É o pagamento do dano patrimonial, isto é, do prejuízo emergente e do lucro cessante,


do principal e dos frutos que lhe adviriam com o tempo e com o empregado da coisa.

Reparação

Será cabível quando não for possível ressarcir o dano em espécie, ou seja, quando
não puder ser valorado em dinheiro, por sua natureza não patrimonial, com o intuito
de confortar a dor sofrida pelo ofendido.

Indenização

É um meio de compensação por dano causado por ato ilícito praticado pelo Estado.
É o caso da absolvição em revisão, em que o Estado tem o dever de indenizar o
interessado pelos danos sofridos.

Art. 83
Art. 91,
Art.63 Art.64 Art.65 Art.66 Art.67 Art.68, IV do
I do CP.
CP.

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Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a


execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu
representante legal ou seus herdeiros.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução
poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso iv do caput do art. 387
deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente
sofrido.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do
dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso,
contra o responsável civil. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o
curso desta, até o julgamento definitivo daquela.

Na ação civil “ex delicto” o ofendido visa reparar os danos sofridos em decorrência
do ilícito penal. Para ter jus a indenização deve a vítima demonstrar o dano moral
ou patrimonial sofrido.

A ação civil ex delicto pode ser ajuizada concomitante a ação penal OU após o
trânsito em julgado!
Damiana da Rocha Cordeiro

Link para questões

Sugestão: Faça no mínimo 6 questões.

Nº de Questões: Acertos: Erros:

Processo Penal: Sistema Probatório e Procedimentos.

Leitura atenta aos artigos modificados pelo pacote Anticrime: Art. 157, 158-A ao 158-
F, do CPP.
Art.
Art.155 Art.156 Art.158 Art.159 Art.161 Art.167 Art.170
157
Art. Art.
Art. 186 Art. 197 Art. 198 Art. 200 Art. 231 Art. 245
185 187
*CPP.
1. ÔNUS DA PROVA:
O ônus da prova nada mais é do que o encargo que alguém tem de sustentar as suas
afirmações e pedidos por meio de documentos ou testemunhas que justifiquem e
verifiquem o que ela apresenta. É basicamente o seguinte: quem alega é quem tem
que provar.

Alguns pontos importantes a serem memorizados:

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Ônus da prova é um encargo da parte e não uma obrigação;


A prova da alegação incumbe a quem a fizer. O ônus da prova, no processo
penal, sempre é da acusação!
A obrigação de provar sempre recairá sobre a acusação, ou seja, sobre o MP
(nos casos de ação pública) e sobre o ofendido (nos casos de ação privada).

Uma vez que a acusação consegue comprovar que o autor praticou um fato típico,
haverá a presunção de que este fato também é ilícito e culpável. Provando isso, aí sim
caberá à defesa comprovar o contrário.
Ou seja, a partir da comprovação de que houve um fato típico, a defesa, caso alegue
o contrário, aí sim terá que provar a não existência do fato típico, ilícito e culpável.
EX: um homem foi encontrado morto em uma rua qualquer e um desafeto deste
homem é o principal suspeito. A investigação apura que de fato o principal suspeito
é o autor do homicídio, o MP oferece a denúncia que é recebida pelo juiz, e a ação
penal é iniciada. O acusado, diante das provas, não nega a autoria do homicídio, mas
alega tê-lo cometido em legítima defesa. Segundo ele, no momento do fato, a vítima
tentou matá-lo com uma faca, e para não ser morto, pegou uma pedra e bateu com
ela na cabeça do homem, que caiu morto.
Perceba que neste exemplo a acusação acusou e provou. Caso contrário o acusado
não poderia ser considerado autor do crime. Mas o acusado afirma ter cometido a
conduta para se defender.Damiana
Neste caso, aí sim,Cordeiro
da Rocha o acusado terá que provar a excludente
alegada.
Resumindo:
Caberá a acusação: provar a autoria, materialidade, causas de exasperação da
pena e dolo ou culpa.
Caberá à defesa: provar se há excludentes de ilicitude, de culpabilidade, elementos
de mitigação da pena e causas extintivas de punibilidade.

Princípio da identidade física do Juiz: O Juiz que conduziu a instrução deve


julgar!

QUESTÃO 01: A partir das disposições do ordenamento processual penal em vigor,


julgue o próximo item.
Nos termos do Código de Processo Penal, o ônus da prova caberá integralmente à
acusação, incluindo-se fatos alegados pela defesa, ainda que esta não tenha trazido
aos autos qualquer elemento de informação que embase essa alegação. Certo ou
Errado?

O erro da questão está na afirmação de que o ônus da prova caberá integralmente à


acusação.

O ônus de provar cabe a quem fizer a alegação, ou seja, o MP acusa e tem que provar
suas alegações, o réu se defende e também tem que provar as alegações de sua defesa.
O ônus cabe à ambas as partes, não integralmente à acusação.

78
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QUESTÃO 02: cerca dos princípios aplicáveis ao direito processual penal e da


aplicação da lei processual no tempo e no espaço, julgue o item seguinte.

O princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade subsiste durante todo


o processo e tem o objetivo de garantir o ônus da prova à acusação até declaração
final de responsabilidade por sentença penal condenatória transitada em julgado.
Certo ou Errado?

QUESTÃO 03: Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito processual


penal.

Os efeitos causados pelo princípio constitucional da presunção de inocência no


ordenamento jurídico nacional incluem a imposição, no processo penal, do ônus da
prova para o acusador. Certo ou Errado?

Gabarito: 01 – Errado; 02 – Certo; 03 – Certo.


2. PROVAS:
Só pode ser considerada como prova aquilo que foi produzido no curso do processo,
por isso, o artigo 155 do CPP diz que o juiz formará sua convicção pela livre
apreciação da prova produzida em CONTRADITÓRIO JUDICIAL. Ou seja, elementos
produzidos no curso da investigação, se não passarem pelo contraditório judicial, não
serão considerados como provas.
O juiz não pode condenar alguémdacom
Damiana base
Rocha apenas em elementos de informação
Cordeiro
colhidos na fase investigatória.
EX: Um delegado ouviu testemunhas as quais afirmaram em seus depoimentos que
viram o acusado praticando o crime. Se, ao chegar na fase processual, essas
testemunhas tiverem sumido, o juiz poderia condenar o réu com base nas declarações
dadas por elas na fase de inquérito policial? Não! Para que que os depoimentos fossem
considerados prova, eles deveriam passar pelo contraditório e ampla defesa, ou seja,
o acusado deveria ter tido a oportunidade de se defender do que foi dito por essas
testemunhas, e isso só é possível na fase processual, visto que a fase de inquérito
possui caráter inquisitivo, ou seja, não há contraditório nem ampla defesa.

Havendo uma só prova o juiz já pode usá-la para condenar, mas nunca poderá
com base somente em elementos que não passaram pelo crivo do contraditório e
ampla defesa.
Então, provas são aqueles elementos que estão sujeitos ao contraditório e ampla
defesa, certo? Logo, se há contraditório e ampla defesa estamos falando de ação penal
iniciada, pois a fase investigativa possui caráter inquisitivo. Diante disso, podemos
chegar à conclusão de que provas só existem na AÇÃO PENAL, ou seja, no decorrer
do PROCESSO JUDICIAL. Mas, como quase tudo no Direito Penal, há exceções.

Existem 3 tipos de provas que são admitidas antes da ação penal, são elas:

Provas Cautelares: há risco de desaparecimento. É o exemplo da


interceptação telefônica. As provas cautelares dependem de autorização judicial.
Haverá o contraditório diferido ou postergado.

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Provas não repetíveis: não pode ser produzida novamente, ou seja, ela só
pode ser produzida naquele momento ou irá se perder. É o exemplo do exame de
corpo de delito, que deve ser feito o quanto antes. Não depende de autorização
judicial.
Provas antecipadas: essa prova já seria colhida no processo, ela só será
antecipada. É o exemplo clássico da testemunha que está doente em estado terminal.
Esta testemunha já está arrolada para ser ouvida no momento certo, mas pelo fato
dela estar sofrendo de uma doença em estágio terminal, o depoimento dela poderá
ser realizado antes, pois ela pode falecer no decorrer do processo. Precisa de
autorização judicial.

Damiana da Rocha Cordeiro

PROVAS ILEGAIS:
As provas ilegais são divididas em ilícitas e ilegítimas. Vamos relembrar alguns
aspectos importantes sobre elas.
ILICITAS: ofendem o direito material, uma garantia do cidadão (vida, liberdade,
dignidade da pessoa humana).
Exemplos de provas ilícitas: uma prova obtida por meio de tortura; um juiz que não
informa o acusado sobre seu direito ao silêncio, e este acusado, na ocasião, confessa
a autoria do crime. São provas obtidas por meio de violação de direitos e garantias.
Essas provas serão desentranhadas do processo, segundo o CPP em seu artigo 157.
ILEGÍTIMAS: Ofendem direito PROCESSUAL. Exemplo: Advogado que apresenta
documentos fora do prazo; uma testemunha que prestou depoimento sem ter jurado
compromisso de dizer a verdade. Ambos são casos que feriram procedimento.
Nem sempre essas provas serão desentranhadas pois, em regra, podem ser
corrigidas.

Provas ilícitas são admitidas apenas quando beneficiarem o acusado, segundo o


STF.

Teoria dos frutos da arvore envenenada: se uma arvore está estragada, tudo que
tem nela também estará contaminada.

80
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Quando a infração deixar vestígios (não transeunte), será INDISPENSÁVEL o


exame de corpo de delito, direto ou indireto, NÃO podendo supri-lo a confissão do
acusado.

Apesar do STF entender que as provas ilícitas são inadmissíveis para a


condenação, podendo apenas serem consideradas se for para motivar eventual
absolvição, a lei considera como inadmissível TODAS as provas ilícitas. A lei não fala
sobre a prova ilícita ser admitida em favor do réu, ou seja, se atente ao comando da
questão, pois o examinador pode cobrar de acordo com a lei e você poderá responder
de acordo com o entendimento do STF, e errar!
STF: Provas ilícitas são admitidas apenas quando beneficiarem o acusado.
LEI: TODAS as provas ilícitas serão inadmissíveis e desentranhadas do processo.
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites
típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de
conduzir ao fato objeto da prova.
§ 3o Preclusa a decisão deDamiana
desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta
da Rocha Cordeiro
será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá
proferir a sentença ou acórdão.

No Direito Penal brasileiro vigora o princípio da LIVRE MOTIVAÇÃO DO


CONVENCIMENTO. Com base neste princípio o juiz analisa o conjunto de provas
apresentado nos autos e decide se é culpado ou inocente.

Memorize esses artigos:


Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito
quando se tratar de crime que envolva:
I – Violência doméstica e familiar contra mulher;
II – Violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.

Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido
os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento
da verdade.

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: Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem
Unificado XXXIV - Primeira Fase
José, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pela prática do crime de
receptação simples (pena: 01 a 04 anos de reclusão e multa). Após ser certificado
que o denunciado estava em local incerto e não sabido, foi publicado edital com
objetivo de citá-lo. Mesmo após passado o prazo do edital, José não compareceu
em juízo nem constituiu advogado.

O magistrado, informado sobre o fato, determinou a suspensão do processo e do


curso do prazo prescricional. Na mesma decisão, decretou a prisão preventiva de
José, exatamente por ele não ter sido localizado para citação, além da produção de
duas provas, antecipadamente: oitiva de Maria, senhora de 90 anos de idade, que
se encontrava internada e com risco de falecer, e da vítima, Bruno, jovem de 22
anos, sob o fundamento de que o decurso do tempo poderia prejudicar essa oitiva
e gerar esquecimento. José, dez dias após a decisão, veio a tomar conhecimento
dos fatos e entrou em contato com seu advogado.

Considerando apenas as informações expostas, o advogado de José deverá buscar


o reconhecimento de que:
Resposta: Pode o magistrado de ofício produzir a prova antecipada em relação
a Maria, não em relação a Bruno.
Súmula 455, STJ: A decisão que determina a produção antecipada de provas
com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a
Damiana da Rochaunicamente
justificando Cordeiro o mero decurso do tempo.

Inovação do pacote Anticrime: Juiz que teve contato com a prova


ilícita está impedido de proferir a sentença ou acórdão.

Não é necessário provar os fatos notórios- aqueles que todos sabem; os fatos
autoexplicativos ou axiomáticos, bem como os fatos inúteis ao processo.

Dicas sobre a prova no processo penal:


Art. 157, § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
Provas derivadas da ilícitas são desconsideradas pela Teoria da Árvore
Envenenada. Exceção: Para condenar ou absolver, quando não evidenciado o nexo
de causalidade entre elas ou quando for possível a obtenção por fonte
independente.
STJ tem entendimento- Prova emprestada é admissível no Processo Penal, mas
para que seja possível juntar aos autos basta que o réu esteja presente na prova,
não carecendo que os mesmos sujeitos estejam presentes!
Atenção: Exame de corpo de delito- É indispensável nos crimes que deixam
vestígios (crimes não transeuntes) não supre o exame nem mesmo a confissão do
acusado.
É condição de procedibilidade para os crimes que deixam vestígios este tipo de
prova, vide artigo 158, CPP.
Se os vestígios não podem ser colhidos porque houve perecimento, supre a prova
testemunhal.

82
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Alteração legislativa (Lei 13.721/2018) – Prioridade a realização do exame de corpo


de delito quando envolver violência doméstica e familiar contra mulher, idoso,
criança ou ainda pessoa com deficiência.

CADEIA DE CUSTÓDIA:

Cadeia de custódia vem sendo cobrada com frequência em provas, e sobre este tema
é importante levar para a prova NO MÍNIMO a sua definição e as etapas. Mas leia os
artigos 158 ao 169 para estar ciente de todos os detalhes sobre este tema.

Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados


para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou
em vítimas de crimes.

ART.158 – A, § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local


de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a
existência de vestígio.

São etapas da cadeia de custódia:

1º RECONHECIMENTO: Considerar como sendo algo de interesse;

2º ISOLAMENTO: Impede e evita que alterem o estado da cena do crime;


Damiana da Rocha Cordeiro
3º FIXAÇÃO: Descreve detalhadamente o vestígio;

4º COLETA: Recolhe o vestígio;

5º ACONDICIONAMENTO: Embala em condições adequadas;

6º TRANSPORTE: Transferência de local;

7º RECEBIMENTO: Transferência da posse após o transporte;

8º PROCESSAMENTO: Exame feito pelo perito;

9º ARMAZENAMENTO: Guarda em condições adequadas;

10º DESCARTE: Liberação do vestígio.

QUESTÃO 01: No que se refere ao processo penal brasileiro, julgue o item


subsequente.

O juiz não poderá fundamentar sua decisão em elementos informativos não


produzidos mediante o contraditório judicial. Certo ou Errado?

O CPP dispõe que a decisão não pode ser fundamentada exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação.

“Os elementos do inquérito podem influir na formação do livre convencimento do


juiz para a decisão da causa quando complementam outros indícios e provas que
passam pelo crivo do contraditório em juízo”.

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QUESTÃO 02: Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos


utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em
locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
reconhecimento até o descarte. O início da cadeia de custódia dá-se com a
preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais
seja detectada a existência de vestígio. Certo ou Errado?

QUESTÃO 03: Com base nas disposições do Código de Processo Penal (CPP) acerca
de provas, julgue o seguinte item.

Durante a instrução processual, é admissível que o juiz, de ofício, determine a


realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante da causa. Certo
ou Errado?

QUESTÃO 04: Com base nas disposições do Código de Processo Penal (CPP) acerca
de provas, julgue o seguinte item.

Se a infração penal deixar vestígios, a confissão do acusado torna dispensável a


confecção de exame de corpo de delito.
Damiana CertoCordeiro
da Rocha ou Errado?

QUESTÃO 05: Com relação ao processo penal, julgue o item a seguir.

A existência de denúncia anônima dando notícia da prática de tráfico de drogas


somada à fuga do acusado ao avistar a polícia bastam para configurar fundadas
razões para o ingresso policial no domicílio do acusado sem seu consentimento ou
sem determinação judicial. Certo ou Errado?

Segundo o STJ, a existência de denúncia anônima da prática de tráfico de drogas


somada à fuga do acusado ao avistar a polícia, por si sós, não configuram fundadas
razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu
consentimento ou sem determinação judicial.
GABARITO: 01 – Errado; 02 – Certo; 03 – Certo; 04 – Errado; 05 – Errado.
3. PROCEDIMENTOS:
Art. Art. Art.
Art. 396 Art. 397 Art. 399 Art. 401 Art. 402
394 394-A 396-A
Art.
Art. 404 Art. 406 Art. 413 Art. 414 Art. 415 Art. 416 Art. 427
403
Art.
Art. 473 Art. 476 Art. 478 Art. 482 Art. 483 Art. 490 Art. 492
438
*CPP.
Os procedimentos são analisados a depender do quantum da pena e são divididos
em comum e especial.
O procedimento comum é a regra geral a ser utilizada, é dividido em ORDINÁRIO,
SUMÁRIO e SUMARÍSSIMO.

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Leve para a prova os pontos mais relevantes sobre estes procedimentos. São
eles:
ORDINÁRIO:
Seguirá o procedimento ordinário quando se tratar de infração penal
que tenha pena máxima igual ou superior a 4 anos. Um exemplo é o
crime de roubo.
Neste procedimento serão admitidas até 8 testemunhas.
Audiência será realizada em no máximo 60 dias, contados do art. 399,
ou seja, após recebida a denúncia ou queixa.

O juiz rejeitará a peça inicial caso esta seja inepta, falte condição ou
pressuposto processual ou haja falta de justa causa.

Para esta decisão cabe Recurso em sentido estrito (RESE).

Após citado, o réu irá dispor de 10 dias para apresentar a sua resposta
à acusação.

SUMÁRIO:
Seguirá o procedimento Sumário quando se tratar de infração penal que
tenha pena máxima menor de 4 anos.
Damiana da Rocha Cordeiro
5 testemunhas
Neste procedimento serão admitidas até .
Audiência será realizada em no máximo 30 dias, contados do art. 399,
ou seja, após recebida a denúncia ou queixa.

SUMARÍSSIMO:
O procedimento sumaríssimo está na lei dos juizados especiais 9.099,
não no CPP, e servirá nos casos de contravenções ou crimes com penas
de até 2 anos.
O número de testemunhas não está estipulado em lei, sendo adotado
de modo geral até 5 testemunhas e em casos mais complexos pode ser
aceito até 8 testemunhas. Existem, ainda, correntes que dizem que o
número máximo deva ser 3 testemunhas, por se tratar de um
procedimento mais célere.
Lembre-se que, se o procedimento sumário ou sumaríssimo não fixarem uma
determinada regra, será aplicado o procedimento ordinário. Isso fixa a ideia de que o
procedimento comum é a base de todos os outros.

Macete: grave que no procedimento SUMÁRIO entra os casos em que as infrações


penais possuírem penas maiores de 2 e menores de 4. Depois é só lembrar que os
crimes com pena máxima de até 2 anos serão do sumaríssimo, e com pena máxima
de 4 anos em diante serão do ordinário.

SUMARÍSSIMO SUMÁRIO ORDINÁRIO

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Até 2 maior de 2 e menor de 4 de 4 em diante

CRIME HEDIONDO: terão seus processos com prioridade na tramitação em


TODAS as instâncias.

O processo penal tem início com o RECEBIMENTO da denúncia.


CASOS DE REJEIÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA:
Haverá a rejeição quando:
For manifestadamente inepta
Faltar pressuposto processual ou condição para a ação
Caso não seja rejeitada a denúncia ou queixa, o juiz ordenará a citação do acusado
para RESPONDER À ACUSAÇÃO, por escrito, no prazo de 10 dias.

Damiana da Rocha Cordeiro

Entenda cada passo:

Após a ocorrência da infração penal o juiz receberá a denúncia ou a


rejeitará. Caso a receba, citará o acusado para responder em até 10
dias.
No caso de citação por EDITAL não é possível determinar o momento
exato que o acusado tomou ciência, por isso o prazo de 10 dias para
defesa se iniciará a partir do comparecimento do acusado ou defensor.
Na resposta à acusação o acusado poderá alegar TUDO o que
interessar à sua defesa.
Não apresentada a resposta no prazo legal ou se o acusado não
constituir defensor: juiz nomeará defensor para oferecer a resposta
também no prazo de 10 dias.

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AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO:

Na audiência de instrução e julgamento há uma sequência de atos que são realizados


na seguinte ordem:

Tomada de declarações do ofendido


Oitiva das testemunhas acusação
Oitiva das testemunhas da defesa
Realização dos esclarecimentos a serem prestados pelos peritos
Acariação e reconhecimento de pessoas ou coisas
Interrogatório do acusado (último ato, em respeito ao contraditório e ampla
defesa).
Após o interrogatório se iniciará os debates (20 minutos para defesa e
acusação, podendo ser concedido mais 10 minutos). Assistente de acusação
10 minutos.

Os debates, em regra, Damiana da Rocha


serão feitos Cordeiro EXCEÇÃO: requerimento de
ORALMENTE.
diligencias imprescindíveis após interrogatório do réu ou em virtude da complexidade
da causa. Nessas duas circunstâncias poderão ser realizadas alegações finais na
forma de memoriais, e após isso chegaremos à sentença.

Todas as provas serão produzidas em uma mesma audiência.

Principais diferenças entre o rito Ordinário e Sumário:


✓ Audiência em até 60 dias
✓ Até 8 testemunhas
✓ Audiência em até 30 dias
✓ Até 5 testemunhas

Atenção: Resposta a acusação é peça obrigatória!


Art. 396, do CPP: Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou
queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação para
responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

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Tem prioridade de tramitação os processos que figurem crimes hediondos em


todas as instâncias. Processos que figurem idosos (60 ou + anos) terão prioridade
também em qualquer instância.

Princípio da identidade física do Juiz: Juiz que conduziu a instrução


deve julgar (não é absoluto) possível sua substituição em caso de férias ou até mesmo
aposentadoria.
Dicas sobre a audiência de instrução e julgamento
Atenção: A testemunha por carta precatória pode ser ouvida fora da ordem legal
Na lei de drogas, competência originária de tribunais e nos crimes militares, o
interrogatório consta como sendo o primeiro ato. No entanto, o STJ entende que
INDEPENDENTE da legislação especial o interrogatório será sempre o último ato.
Alegações finais: Regra de 20 minutos para cada parte prorrogáveis por mais 10
minutos. Poderá ser escrita ou oral desde que o juiz entenda como complexa a
causa.
Art. 404, CPP-. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a
requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais.
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes
apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por
memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença
Damiana da Rocha Cordeiro

PROCEDIMENTO ESPECIAL:

Já vimos que o procedimento comum se desdobra nos ritos ordinário, sumário ou


sumaríssimo. Já os procedimentos especiais estão previstos no Código de Processo
Penal vigente e em leis penais extravagantes.

São exemplos de casos de procedimento especial: Crimes dolosos contra a vida (júri),
Crimes praticados por servidores públicos contra a administração em geral, crimes
da lei de drogas, crimes falimentares e crimes contra a propriedade imaterial.

Júri: (procedimento especial) primeira fase até 8 testemunhas e na segunda fase


até 5 testemunhas.

: Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem
Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA)
Hugo foi denunciado pela prática de um crime de furto qualificado praticado contra
Rosa. Na audiência de instrução e julgamento, Rosa confirmou a autoria delitiva,
mas apresentou versão repleta de contradições, inovando ao afirmar que estava
junto com Lúcia quando foi vítima do crime. O Ministério Público ouve os policiais
que participaram apenas, posteriormente, da prisão de Hugo e não deseja ouvir
novas testemunhas. A defesa requer a oitiva de Lúcia, mencionada por Rosa em
seu testemunho, já que antes não tinha conhecimento sobre a mesma, mas o juiz
indefere afirmando que o advogado já havia arrolado o número máximo de
testemunhas em sua resposta à acusação.

Diante dessa situação, o advogado de Hugo deve alegar que

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Resposta: As testemunhas referidas não devem ser computadas para fins do


número máximo de testemunhas a serem ouvidas. Conforme o art. 209, CPP. O
juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das
indicadas pelas partes. § 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as
pessoas a que as testemunhas se referirem.

Art. 401, CPP. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas
arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa. § 1º Nesse número não se
compreendem as que não prestem compromisso e as referidas.

Justiça Federal não julga contravenção, nem em casos de conexão.

Militares não respondem no Juizado Especial Criminal.


Tribunal do Júri: Julga crimes dolosos contra vida.

Atenção.: Não é competência exclusiva do júri, se a legislação assim dispuser


outro tribunal poderá (Já caiu em questão da FGV)!
Damiana da Rocha Cordeiro
Dicas sobre o Tribunal do Júri
São de competência do Júri: Homicídio, indiciamento, instigação ao suicídio ou
automutilação (consumados ou tentados).
2) A primeira fase do júri é igual ao procedimento comum. A diferença está na
sentença que apesar de ter cunho de sentença é uma DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
MISTA NÃO TERMINATIVA.
3) Da decisão da primeira fase cabe recurso? Sim.
Se a sentença for de absolvição sumária – salvo se a única tese de defesa. Caberá
Apelação.
Desclassificação caberá Recurso em sentido estrito – Rese;
Impronúncia: Caberá apelação
Pronúncia: Caberá Recurso em Sentido Estrito.
4) Dica importante: Para os recursos (macete) Vogal com vogal (Apelação combina
com absolvição sumária) consoante com consoante (Recurso em sentido estrito
combina com Desclassificação).
5) A 2ª fase do júri tem início com a decisão de pronúncia
6) É possível retirar o Júri de determinada comarca? Sim! Desde que tenha
interesse de ordem pública, dúvida sobre a parcialidade do júri ou excesso de
serviço (vide artigo 427, CPP).
Atenção: Os jurados (os sete) compõem o conselho de sentença.
É obrigatório o comparecimento do jurado sob pena de multa e até mesmo
suspensão dos direitos políticos (salvo motivo de religião- CPP denomina escusa de
consciência)
Alteração legislativa Pacote anticrime – A apelação interposta contra decisão
condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 anos de
reclusão não terá efeito suspensivo!
Vide artigo 492, § 4º, CPP- A apelação interposta contra decisão condenatória do
Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não
terá efeito suspensivo.

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§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de


que trata o § 4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso: I -
não tem propósito meramente protelatório; e
II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da
sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze)
anos de reclusão.

QUESTÃO 01 - Julgue o item seguinte em relação à sentença e ao procedimento


comum.

O procedimento comum será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção
máxima cominada for igual ou superior a quatro anos de pena privativa de
liberdade. Certo ou Errado?

QUESTÃO 02 - Ainda com relação ao processo penal brasileiro, julgue o item que se
segue.
Os prazos no processo penal são contados em dias úteis, haja vista a aplicação
analógica do disposto no Código de Processo Civil de 2015. Certo ou Errado?

Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios,


não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
Damiana da Rocha Cordeiro
§ 1: Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo -se, porém, o do
vencimento.

QUESTÃO 03 - Em relação ao processo penal e ao disposto na Lei n.º 9.099/1995,


julgue o item subsequente.

A aplicação de pena restritiva de direitos ou multa em proposta de transação penal


importa reincidência pelo prazo de cinco anos. Certo ou Errado?

No caso de transação penal o autor não é considerado culpado, não gera


reincidência nem mau antecedente. Dentro do período de 5 anos não poderá
beneficiado novamente.

GABARITO: 01 – Certo; 02 – Errado; 03 - Errado

Link para questões:

Sugestão: Faça no mínimo 6 questões.

Nº de Questões: Acertos: Erros:

Espaço para anotações

90
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Damiana da Rocha Cordeiro

91

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