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Livro Eletrônico

Aula 00

Ética e Conduta Pública (Itens 1 a 4) p/ AGU (Todos os Cargos)

Professor: Paulo Guimarães


ƒTICA E CONDUTA PòBLICA - AGU
Teoria e Quest›es
Aula 00 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

AULA 00
ƒTICA E MORAL. ƒTICA, PRINCêPIOS E VALORES.
ƒTICA E DEMOCRACIA: EXERCêCIO DA CIDADANIA.
ƒTICA E FUN‚ÌO PòBLICA. ƒTICA NO SETOR
PòBLICO.

Sum‡rio
Sum‡rio ................................................................................................. 1!
1 - Considera•›es Iniciais ......................................................................... 2!
2 - ƒtica e moral. ƒtica, princ’pios e valores. ƒtica e democracia: exerc’cio da
cidadania. ƒtica e fun•‹o pœblica. ƒtica no Setor Pœblico. .............................. 4!
2.1 Ð ƒtica e Moral: Origem e diferen•as .................................................. 4!
2.2 Ð Valores e Virtudes ........................................................................ 7!
2.3 Ð ƒtica, Princ’pios e Valores .............................................................. 8!
2.4 Ð ƒtica e Democracia: Exerc’cio da Cidadania .....................................10!
2.5 Ð ƒtica e Fun•‹o Pœblica. ƒtica no Setor Pœblico ..................................12!
3 - Quest›es ..........................................................................................18!
3.1 - Quest›es sem Coment‡rios ...........................................................18!
3.2 Ð Gabarito .....................................................................................26!
3.3 - Quest›es Comentadas ..................................................................27!
4 - Resumo da Aula ................................................................................41!
5 - Considera•›es Finais ..........................................................................42!
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Teoria e Quest›es
Aula 00 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

AULA 00 - ƒTICA E MORAL. ƒTICA, PRINCêPIOS E


VALORES. ƒTICA E DEMOCRACIA: EXERCêCIO DA
CIDADANIA. ƒTICA E FUN‚ÌO PòBLICA. ƒTICA NO
SETOR PòBLICO.
1 - Considera•›es Iniciais
Ol‡, amigo concurseiro! O edital para o concurso da Terracap est‡ no forno! N‹o
temos tempo a perder n‹o Ž mesmo?
Meu nome Ž Paulo Guimar‹es, e estarei junto com voc• na sua jornada rumo ˆ
aprova•‹o. Vamos estudar em detalhes o conteœdo de ƒtica e Conduta Pœblica.
==0==

Teremos quest›es comentadas e trataremos desses temas de forma exaustiva,


de forma que ao final do nosso curso voc• estar‡ plenamente preparado para
fazer a prova!
Antes de colocarmos a Òm‹o na massaÓ, permitam-me uma pequena
apresenta•‹o. Nasci em Recife e sou graduado em Direito pela Universidade
Federal de Pernambuco, com especializa•‹o em Direito Constitucional. Minha vida
de concurseiro come•ou quando, aos 17 anos, fui aprovado no concurso do Banco
do Brasil. Tive que cruzar os dedos para n‹o ser convocado antes de fazer
anivers‡rio. Tomei posse em 2004 e trabalhei como escritur‡rio, caixa executivo
e assistente em diversas ‡reas do BB, incluindo atendimento a governo e
comŽrcio exterior. Fui tambŽm aprovado no concurso da Caixa Econ™mica Federal
em 2004, mas n‹o cheguei a tomar posse.
Mais tarde, deixei o Banco do Brasil para tomar posse no cargo de tŽcnico do
Banco Central, e l‡ trabalhei no Departamento de Liquida•›es Extrajudiciais e na
Secretaria da Diretoria e do Conselho Monet‡rio Nacional.
Em 2012, tive o privilŽgio de ser aprovado no concurso para o cargo de Auditor
Federal de Finan•as e Controle da Controladoria-Geral da Uni‹o, em 2¡ lugar na
‡rea de Preven•‹o da Corrup•‹o e Ouvidoria. Atualmente, desempenho minhas
fun•›es na Ouvidoria-Geral da Uni‹o, que Ž um dos —rg‹os componentes da CGU.
Minha experi•ncia prŽvia como professor em cursos preparat—rios engloba as
‡reas de Direito Constitucional e legisla•‹o especial.
Quanto ao nosso concurso, voc• j‡ deve saber que a remunera•‹o oferecida no
concurso da Terracap Ž muito interessante, e por isso sua concorr•ncia ser‡
ferrenha!
Sua op•‹o por se preparar com o EstratŽgia Ž, sem dœvida, a melhor escolha em
termos de qualidade do material apresentado e de comprometimento dos
professores. Se pecarmos, ser‡ pelo excesso. Vamos exaurir a an‡lise te—rica e
resolver diversas quest›es sobre todo o assunto da sua prova.
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Considerando que o seu concurso dever‡ oferecer um nœmero consider‡vel de


vagas, o pœblico do nosso curso ser‡ bastante variado. Por essa raz‹o pretendo
utilizar uma linguagem acess’vel, para que todos possam compreender bem a
matŽria cobrada.
Garanto que todos os meus esfor•os ser‹o concentrados na tarefa de obter a SUA
aprova•‹o. Esse comprometimento, tanto da minha parte quanto da sua,
resultar‡, sem dœvida, numa prepara•‹o consistente, que vai permitir que voc•
esteja pronto no dia da prova, e tenha motivos para comemorar quando o
resultado for publicado.
Muitas vezes, tomar posse em cargos como esses parece um sonho distante,
mas, acredite em mim, se voc• se esfor•ar ao m‡ximo, ser‡ apenas uma quest‹o
de tempo. E digo mais, quando voc• for aprovado, ficar‡ surpreso em como foi
mais r‡pido do que voc• imaginava.
Nosso cronograma nos permitir‡ cobrir todo o conteœdo de ƒtica no Servi•o
Pœblico atŽ a prova, com as aulas em PDF sendo liberadas nas datas a seguir:

ƒtica e moral. ƒtica, princ’pios e valores. ƒtica


Aula 00 e democracia: exerc’cio da cidadania. ƒtica e
fun•‹o pœblica. ƒtica no Setor Pœblico.

Aula 01 Decreto 1.171/1994. 18/8

Aula 02 Decreto 6.029/2007. 2/9

Encerrada a apresenta•‹o, vamos ˆ matŽria. Lembro a voc• que essa aula


demonstrativa serve para mostrar como o curso funcionar‡, mas isso n‹o quer
dizer que a matŽria explorada nas p‡ginas a seguir n‹o seja importante ou n‹o
fa•a parte do programa.
Analise o material com carinho, fa•a seus esquemas de memoriza•‹o e prepare-
se para a revis‹o final. Se voc• seguir esta f—rmula, o curso ser‡ o suficiente para
que voc• atinja um excelente resultado. Espero que voc• e goste e opte por se
preparar conosco.
Agora vamos ao que interessa. M‹os ˆ obra!
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2 - ƒtica e moral. ƒtica, princ’pios e valores. ƒtica e


democracia: exerc’cio da cidadania. ƒtica e fun•‹o
pœblica. ƒtica no Setor Pœblico.
J‡ estudei esses temas diversas vezes, e vou ser bem honesto com voc•. Os
conceitos n‹o s‹o complicados, mas ˆs vezes as quest›es formuladas pelas
bancas confundem o candidato. Acho que isso acontece porque as bancas tentam
ser ÒcriativasÓ demais, e algumas vezes terminam criando quest›es confusas e
dif’ceis de compreender.
Minha proposta para vencer esse desafio Ž a seguinte: vou dar a explica•‹o
te—rica de forma completa, porŽm o mais simples poss’vel, e ent‹o passaremos
ˆs quest›es comentadas. Se voc• ler a teoria, resolver as quest›es e ler os
coment‡rios com bastante aten•‹o, garanto que ser‡ muito dif’cil se surpreender
na hora da prova, ok!?

2.1 Ð ƒtica e Moral: Origem e diferen•as


Primeiro de tudo: ƒTICA e MORAL s‹o conceitos diferentes, apesar de
frequentemente confundirmos os dois. A palavra Žtica vem do grego ethos, que
significa car‡ter, modo de ser. O voc‡bulo moral se originou da tradu•‹o do
ethos para o latim mos (ou mores, no plural), que significa costume.
O termo ÒmoralÓ n‹o traduz, no entanto, a palavra grega origin‡ria por completo.
O ethos grego possu’a dois sentido diferentes, mas relacionados: o primeiro era
a interioridade do ato humano, ou seja, aquilo que gera uma a•‹o
genuinamente humana e que brota a partir do sujeito moral, ou seja, ethos
remete ao agir, ˆ inten•‹o.
Por outro lado, havia tambŽm o sentido relacionado ˆ quest‹o dos h‡bitos,
costumes, usos e regras, e que se materializa na assimila•‹o social dos valores,
sob uma —tica mais pr‡tica, voltada ˆ prescri•‹o de conduta.
A tradu•‹o latina do termo ethos para mos n‹o contemplou a dimens‹o pessoal
do ato humano, incorporando apenas o sentido comunit‡rio da atitude valorativa.
Por esse motivo confundimos frequentemente os termos Žtica e moral.
Tanto ethos (car‡ter) como mos (costume) indicam um tipo de comportamento
que normalmente consideramos como n‹o natural, adquirido por meio do
exerc’cio consciente e do h‡bito. Portanto, Žtica e moral dizem respeito a uma
realidade humana constru’da hist—rica e socialmente por meio das rela•›es
coletivas dos seres humanos enquanto sociedade.
No nosso dia a dia, dificilmente distinguimos os conceitos de Žtica e moral, mas
v‡rios estudiosos fazem essa distin•‹o. Para ser um pouco mais convincente, eu
diria para voc• que, para as bancas organizadoras, Žtica e moral n‹o s‹o a
mesma coisa, e isso Ž o suficiente para que voc• entenda a import‰ncia de
dominar essas diferen•as, certo? J
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A moral Ž normativa. Ela determina o nosso comportamento por meio de um


sistema de prescri•‹o de conduta. N—s adotamos uma conduta ou outra com
base num sistema de valores enraizado em nossa consci•ncia, notadamente
envolvendo ideias prŽ-concebidas de certo e errado, que v‹o, ao longo da vida,
guiar nossa conduta. Essa Ž a ideia de moral.
Os dicion‡rios definem moral como "conjunto de preceitos ou regras para dirigir
os atos humanos segundo a justi•a e a equidade natural." (Michaelis), ou seja,
regras estabelecidas e aceitas pelas comunidades humanas num determinado
momento hist—rico.
A Žtica, por outro lado, Ž a parte da filosofia que se ocupa do comportamento
moral do homem. Ela engloba um conjunto de regras e preceitos de ordem
valorativa, que est‹o ligados ˆ pr‡tica do bem e da justi•a, aprovando ou
desaprovando a a•‹o do homem, de um grupo social ou de uma sociedade.
A moral Ž normativa. Enquanto a Žtica Ž ci•ncia, voltada para o comportamento
moral, e busca compreender e criticar a moral de uma sociedade. A Žtica Ž
filos—fica e cient’fica.
Para AurŽlio Buarque de Holanda, Žtica Ž "o estudo dos ju’zos de aprecia•‹o que
se referem ˆ conduta humana suscept’vel de qualifica•‹o do ponto de vista do
bem e do mal, seja relativamente ˆ determinada sociedade, seja de modo
absolutoÓ.
Enquanto a Žtica trata o comportamento humano como objeto de estudo,
procurando tom‡-lo da forma mais abrangente poss’vel, a moral se ocupa de
atribuir um valor ˆ a•‹o. Esse valor tem como refer•ncias o bem e o mal, a justi•a
e a injusti•a, o certo e o errado, baseados no senso comum.
A seguir est‡ um pequeno resumo das diferentes vis›es acerca da moral, por
alguns pensadores importantes. Por favor n‹o tente memorizar essas
informa•›es, atŽ porque isso n‹o vai ajudar muito na sua prova. Apenas busque
compreender as diferentes vis›es para ter uma vis‹o mais ampla acerca de como
a moral Ž encarada por diferentes fil—sofos em diferentes momentos da Hist—ria.

ADAM SMITH

¥ Os princ’pios morais resultam das experi•ncias


hist—ricas. A Revolu•‹o Industrial, por exemplo, foi
determinada por paix›es sens’veis particulares (apetite
sexual, raiva, inveja, simpatia), amor pr—prio, ego’smo,
benevol•ncia, que se relaciona ˆ inclina•‹o direcionada
para o social e a consci•ncia, ou raz‹o, que orienta as
considera•›es racionais. As regras estabelecidas pela
sociedade passaram a ser aplicadas na medida em que
se tornaram eficientes e œteis.
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DAVID HUME

¥ A moral passou a ser observada de forma emp’rica. Ele


demonstrou que a moral est‡ intimamente ligada ˆ
paix‹o e n‹o ˆ raz‹o, diferentemente do que diziam os
pensadores da Žpoca. N‹o havia um bem superior pelo
qual a humanidade se pautasse. Para Hume, o impulso
b‡sico para as a•›es humanas era obter prazer e
impedir a dor. No que concerne ˆ moral, o fil—sofo
defende que a experi•ncia emp’rica promove o
entendimento humano. O desejo sugere impress‹o,
ideia e, portanto, Ž provocada pela necessidade.

IMMANUEL KANT

¥A raz‹o deve ser encarada como base da moral.


Partindo do princ’pio de identidade, o
comportamento humano est‡ relacionado com a
identifica•‹o no outro, ou seja, a a•‹o das pessoas
influencia o comportamento individual. ƒtica e
moral s‹o os mais importantes valores do homem
livre.

Voc• deve ter percebido que existem diferentes vis›es acerca do conteœdo da
moral, n‹o Ž mesmo!? Pois bem, isso acontece porque as ideias de certo e errado,
de justo e injusto, variam hist—rica e geograficamente.
Para deixar isso mais claro, deixe-me dar alguns exemplos a voc•. A moral varia
no tempo, a depender da conjuntura social. AtŽ o SŽculo XIX, por exemplo,
considerava-se perfeitamente normal que crian•as trabalhassem muitas horas
por dia em f‡bricas. Naquela Žpoca isso era considerado certo, mas hoje Ž
inadmiss’vel fazer crian•as trabalharem.
Por outro lado, a moral tambŽm varia no espa•o. Em alguns pa’ses n‹o se admite,
por exemplo, que mulheres andem com a cabe•a descoberta, enquanto no Brasil
Ž perfeitamente normal e aceit‡vel que mulheres cubram ou n‹o a cabe•a.
Guarde bem essa caracter’stica de varia•‹o da moral, pois isso j‡ foi cobrado em
diversas quest›es de prova!
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A Žtica, por outro lado, tem car‡ter cient’fico, e por isso em geral podemos dizer
que ela n‹o varia. Tome muito cuidado aqui, pois isso n‹o quer dizer que a Žtica,
ou seja, a forma de estudar a moral, n‹o varia de forma alguma. Os pr—prios
critŽrios cient’ficos variam ao longo do tempo, mas n‹o da mesma forma que a
moral.
Para encerrar o nosso estudo da Žtica e da moral, trago um quadro comparativo,
que ajudar‡ voc• a consolidar melhor o entendimento acerca das principais
caracter’sticas desses dois conceitos.

ƒTICA MORAL

ƒ a reflex‹o filos—fica sobre a Tem car‡ter pr‡tico (com for•a


moral (car‡ter te—rico); normativa);

ƒ permanente, pois Ž universal; ƒ tempor‡ria, pois Ž cultural;

ƒ princ’pio; S‹o aspectos de condutas


espec’ficas;

ƒ a Òci•nciaÓ que estuda a moral Est‡ relacionada com os h‡bitos e


(diretamente relacionada ˆ pol’tica e costumes de determinados grupos
ˆ filosofia). sociais.

2.2 Ð Valores e Virtudes


Os valores surgem como parte da no•‹o humana de perfei•‹o. A solidariedade,
a honestidade, a verdade, a lealdade, entre outros, s‹o no•›es de
comportamento ideal, e s‹o adotados pelo homem como parte de um sistema de
orienta•‹o de conduta. Isso n‹o significa que as pessoas se considerem perfeitas,
mas sim que eles sejam orientadas em certo grau por um ideal de perfei•‹o, que
ser‡ por perseguido ao longo da vida.
Apesar de os seres humanos serem incapazes de seguir perfeitamente seu
pr—prio sistema de valores, estes s‹o fundamentais para determinar quais s‹o as
pessoas que agem com a finalidade da realiza•‹o do bem. Em geral, a sociedade
determina o car‡ter de uma pessoa pelas a•›es adotadas por ela.
Kant afirmava que as a•›es consideradas moralmente boas deveriam ser
universais, ou seja, deveriam ser boas independentemente do local ou do
momento hist—rico em que fossem praticadas. Obviamente essa ideia j‡ foi h‡
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muito refutada pelos fil—sofos, pois os aspectos culturais e sociol—gicos conferem


valores diferentes ˆs a•›es, de acordo com a Žpoca e local. Em outras palavras,
a moral varia no tempo e no espa•o, e por isso a valora•‹o conferida ˆs a•›es
tambŽm.
Perceba, por exemplo, que as persegui•›es promovidas pela Santa Inquisi•‹o j‡
foram consideradas como manifesta•‹o da justi•a divina, enquanto hoje a pr—pria
Igreja Cat—lica j‡ se pronunciou oficialmente pedindo desculpas pelas atrocidades
cometidas naquela Žpoca.
A virtude Ž uma ideia que foi muito discutida pelos fil—sofos gregos da
Antiguidade. Ela representa o conjunto ideal de todas as qualidades essenciais
que constituem o homem de bem. Esse homem de bem, portanto, seria o
homem virtuoso.
Arist—teles valorizava bastante a vontade humana. Ele dizia que a virtude era um
Òdisposi•‹o adquirida de fazer o bemÓ, e que ela se aperfei•oa com o h‡bito, pois
mesmo o homem virtuoso poderia buscar a entroniza•‹o de outros valores.
Arist—teles tambŽm fez distin•‹o entre dois tipos de virtude: as intelectuais e as
morais. As virtudes morais, baseadas na vontade, consistiriam no controle das
paix›es, caracter’sticas dos movimentos espont‰neos do car‡ter humano. Ao
contr‡rio do que muitos imaginam, a virtude n‹o seria uma atividade, mas sim
uma maneira habitual de ser. Como exemplos das virtudes morais temos a
coragem, a honra e a justi•a.
A virtude n‹o pode ser adquirida da noite para o dia, porque depende de ser
praticada. Com atos repetitivos, o homem acaba por transform‡-los numa
segunda natureza, numa disposi•‹o para agir sempre da mesma forma.
O processo Ž sempre o mesmo, sejam os atos bons ou maus. Quando bons,
temos a virtude. Quando maus, o v’cio. Como exemplos das virtudes morais
temos a coragem, a generosidade, a magnific•ncia, a do•ura, a amizade e a
justi•a.
As virtudes intelectuais, ou dianoŽticas, fundamentadas na raz‹o, seriam a
sabedoria, a temperan•a, a intelig•ncia e a verdade. Arist—teles tambŽm
acreditava que as virtudes intelectuais seriam superiores ˆs morais, pois mesmo
alguŽm virtuoso por natureza teria que saber como controlar essas virtudes por
meio da raz‹o.
Esse tema n‹o Ž muito cobrado em concursos, como voc• ver‡ pelas quest›es
que resolveremos daqui a pouco.

2.3 Ð ƒtica, Princ’pios e Valores


A ƒtica Ž um ramo da Filosofia, uma ci•ncia, que tem por objeto o estudo da
moral. Esta, por sua vez, est‡ relacionada ˆs ideias de certo e errado, ou ˆ forma
como as pessoas adotam determinadas condutas.
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Essas no•›es de certo ou errado relacionam-se diretamente aos valores e


princ’pios adotados e aceitos em determinado momento e sob um determinado
sistema cultural.
ƒ mais f‡cil exemplificar valores do que defini-los. Eu diria que eles s‹o
manifesta•›es de um ideal voltado para a perfei•‹o, a exemplos dos valores da
honestidade, da virtude, da solidariedade e do altru’smo. Podemos dizer que as
pessoas agem de acordo com seu sistema de valores, que lhes permite
ÒclassificarÓ os atos e condutas em desej‡veis ou n‹o desej‡veis, aceit‡veis e n‹o
aceit‡veis.
Na realidade, essas opera•›es mentais feitas pelas pessoas v‹o muito alŽm de
simplesmente adotar ou deixar de adotar certos valores em determinados
momentos. Diante da complexidade das rela•›es sociais, o mais comum Ž que os
valores sejam adotados ou n‹o em termos comparativos, a depender da situa•‹o.
Deixe-me explicar melhor. O respeito ˆ vida, por exemplo, Ž um dos grandes
valores que norteia a nossa sociedade, certo? A vida Ž inclusive protegida pela
ordem jur’dica como um direito fundamental.
Entretanto, h‡ certos momentos em que o direito ˆ vida pode ser desrespeitado
sem que isso seja considerado indesej‡vel ou conden‡vel. ƒ o caso do agente
policial que, numa situa•‹o extrema, precisa tirar a vida de alguŽm para impedir
que um mal maior aconte•a.
A for•a com que certos valores s‹o defendidos tambŽm varia de acordo com o
contexto sociocultural em que as pessoas est‹o envolvidas. No Brasil atual, por
exemplo, o respeito ˆ vida Ž considerado um valor t‹o importante que a lei pune
severamente quem mata alguŽm, com priva•‹o de liberdade de seis a vinte anos.
A evolu•‹o dos valores de uma sociedade est‡ muito relacionada ao estudo da
norma, que, por usa vez, Ž uma espŽcie de prescri•‹o de conduta, ou um ju’zo
de Òdever serÓ. Deixe-me explicar isso um pouco melhor, ok?
O Direito, enquanto ci•ncia, tem um objeto de estudo, que Ž a norma. Esta, por
sua vez, pode ser definida como uma determina•‹o de conduta. O Direito,
portanto, n‹o estuda algo que existe (como faz, por exemplo, a F’sica ou a
Biologia), mas estuda um mundo ideal: o mundo do Òdever serÓ.
Quando voc• compra uma m‡quina de lavar, por exemplo, ela vem com um
manual, certo? E como voc• definiria esse manual? Ele basicamente Ž um
documento que explica a voc• o que fazer para que o equipamento funcione
adequadamente. Percebeu a’? O manual dita a sua conduta, estabelece um ju’zo
de Òdever serÓ.
Podemos dizer, portanto, que o manual da m‡quina de lavar Ž uma espŽcie de
norma, certo? Exatamente! As normas podem ser divididas em diversas
categorias, de acordo, por exemplo, com a consequ•ncia pelo seu
descumprimento.
A norma do manual da m‡quina de lavar Ž chamada de norma tŽcnica, pois a
consequ•ncia pelo seu descumprimento Ž de car‡ter eminentemente tŽcnico (o
mal funcionamento da m‡quina). Por outro lado, temos as chamadas normas
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Žticas, que est‹o relacionadas diretamente ao sistema de valores adotado por


uma sociedade.
As normas Žticas, por sua vez, podem ser divididas em diversas categorias:
normas jur’dicas, normas religiosas, normas de trato social ou etiqueta, etc.
Para fins de concurso, entretanto, Ž comum o uso da express‹o Ònormas ŽticasÓ
para diferenci‡-las das normas jur’dicas. Podemos dizer que as normas jur’dicas
(Constitui•‹o, leis, decretos, portarias, etc.) incorporam a moral em voga naquele
momento ao ordenamento jur’dico. ƒ o exemplo que dei do homic’dio, que no
Brasil Ž considerado um crime grave.
Por outro lado, outros valores advindos da moral em voga em determinado
momento social n‹o s‹o incorporados pelo ordenamento jur’dico. A’ ent‹o temos
o que as bancas de concursos costumam chamar de normas Žticas, certo?
Basicamente estamos falando de normas n‹o jur’dicas, mas que muitas vezes
terminaram compondo c—digos aplic‡veis a determinadas categorias ou membros
de institui•›es.
Mas e os princ’pios, onde entram nessa hist—ria toda? Basicamente princ’pios
s‹o tipos de normas, ao lado das regras. A diferen•a Ž bem simples: enquanto
as regras s‹o prescri•›es de conduta claras e objetivas (Ž proibido matar alguŽm,
Ž obrigat—rio pagar impostos), os princ’pios s‹o ju’zos abstratos de valor, que
orientam a interpreta•‹o e a aplica•‹o das regras.
Para ficar mais claro, posso dar a voc• um exemplo. Voc• j‡ estudou os princ’pios
da Administra•‹o Pœblica? Eles est‹o no art. 37 da Constitui•‹o de 1988:

Art. 37. A administra•‹o pœblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Uni‹o, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios obedecer‡ aos princ’pios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e efici•ncia e, tambŽm, ao seguinte

Perceba que, quando a Constitui•‹o fala no princ’pio da efici•ncia, por exemplo,


ela n‹o imp›e uma conduta determinada a ninguŽm. Ela apenas nos informa uma
ideia geral que deve orientar a Administra•‹o Pœblica, em especial na aplica•‹o
das regras e demais normas.
Podemos dizer que regras s‹o comandos definitivos, de aplica•‹o ou n‹o
aplica•‹o clara, enquanto princ’pios s‹o requisitos de otimiza•‹o. Se a regra Ž
v‡lida e aplic‡vel, deve ser feito o que ela determina. J‡ os princ’pios s‹o normas
que exigem que algo seja realizado em seu maior n’vel poss’vel, contendo assim
uma ideia de grada•‹o.

2.4 Ð ƒtica e Democracia: Exerc’cio da Cidadania


Nos œltimos anos, a quest‹o da moralidade tem sido bastante discutida no Brasil.
Na realidade, essa discuss‹o Ž fruto da conclus‹o de que as normas jur’dicas n‹o
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s‹o capazes de prever e regular todas as situa•›es em que as condutas podem


ofender o sistema de valores, ou a moral adotada em nossa sociedade.
Mais uma vez deixe-me dar um exemplo: imagine que um servidor pœblico,
empenhado em seu dever de atender ao pœblico, recebe um presente de um
cidad‹o. Esse presente poderia ser encarado como um oferecimento de propina,
a depender do seu valor e de outras nuances da situa•‹o, n‹o Ž mesmo? S— que
n‹o temos nenhuma norma jur’dica que pro’ba o servidor de receber presentes.
Voc• percebe que a norma jur’dica nesse caso n‹o resolve todos os problemas?
ƒ preciso uma dose de bom senso na discuss‹o do sentido moral de receber um
presente num caso como esses. Para resolver situa•›es como essas hoje h‡
diversos C—digos de ƒtica, dos quais falaremos mais adiante.
Mas qual o motivo dessa mudan•a de comportamento em nosso pa’s? Deve-se
principalmente ˆ reintrodu•‹o do regime democr‡tico a partir da Constitui•‹o de
1988.
A partir da chamada ÒConstitui•‹o Cidad‹Ó, foram conferidas ao cidad‹o diversas
ferramentas para influenciar as decis›es tomadas pela Administra•‹o Pœblica. Por
meio do voto, o povo determina as pessoas que v‹o ocupar os cargos de dire•‹o
do Estado, e obrigatoriamente temos uma renova•‹o peri—dica nesses quadros,
sempre dependendo do sufr‡gio popular c’clico.
AlŽm disso, h‡ as ferramentas de participa•‹o direta do cidad‹o, como o
or•amento participativo, os conselhos de pol’ticas pœblicas, as ouvidorias
pœblicas, as confer•ncias, as audi•ncias e consultas pœblicas, etc.
Essa amplia•‹o da participa•‹o social traz uma consequ•ncia clara: o
empoderamento da popula•‹o e o controle social das pol’ticas pœblicas. O cidad‹o
pode, de forma direta, acompanhar as a•›es dos gestores pœblicos e exigir dos
governantes e agentes pœblicos o comportamento adequado ˆs fun•›es que lhes
foram confiadas quando assumiram cargos pœblicos.
Esse fen™meno leva a uma eleva•‹o no grau de exig•ncia acerca da conduta de
quem ocupa posi•›es dentro do Estado. Um ocupante de cargo pol’tico, ou
mesmo um servidor pœblico, n‹o deve responder apenas pelo desrespeito ˆs
normas jur’dicas, mas tambŽm pela pr‡tica de atos imorais e inid™neos. ƒ
necess‡rio que sua reputa•‹o seja ilibada e sua conduta irrepreens’vel.
Neste contexto podemos verificar a evolu•‹o da no•‹o de cidadania. Essa
palavra em geral Ž usada para referir-se ˆs rela•›es de direitos e deveres que
envolvem o cidad‹o e o Estado, mas podemos dizer que hoje a cidadania est‡
relacionada tambŽm ˆ capacidade de o cidad‹o interferir nas pol’ticas pœblicas.
Quem exerce a cidadania, portanto, n‹o apenas vota a cada quatro anos, mas
acompanha e influencia os rumos do Estado, tomando protagonismo nesse
cen‡rio e, consequentemente, exigindo dos ocupantes de cargos pœblicos
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2.5 Ð ƒtica e Fun•‹o Pœblica. ƒtica no Setor Pœblico


A no•‹o de Žtica no setor pœblico Ž caracterizada por alguns elementos bastante
espec’ficos, relacionadas principalmente aos princ’pios da Administra•‹o Pœblica
trazidos pela Constitui•‹o de 1988, entre eles o princ’pio da moralidade.
O servidor pœblico Ž remunerado com recursos advindos de toda a popula•‹o, e,
alŽm disso, Ž respons‡vel pela presta•‹o de servi•os de interesse coletivo, e por
isso podemos dizer que ele tem um dever Žtico para com a sociedade mais forte
e sŽrio do que outros profissionais.
Podemos dizer que h‡ alguns princ’pios e valores que s‹o pr—prios do servi•o
pœblico, e as bancas organizadoras gostam muito de cit‡-los. Estou falando da
probidade, lealdade, retid‹o, justi•a, impessoalidade, equidade, entre outros.
Os limites Žticos do servi•o pœblico v•m sendo h‡ muito tempo estudados com
bastante profundidade. Em maio de 1994, o professor Romildo Canhim, que ˆ
Žpoca era Ministro Chefe da Secretaria da Administra•‹o Federal da Presid•ncia
da Repœblica, encaminhou ao Presidente a exposi•‹o dos motivos que deram
origem ao C—digo de ƒtica profissional no ‰mbito da Administra•‹o Federal, que
sem dœvida Ž o mais importante C—digo de ƒtica do servi•o pœblico.
A exposi•‹o de motivos n‹o faz parte formalmente do C—digo de ƒtica, mas sugiro
fortemente que voc• leia todo o texto, pois ele traz uma explana•‹o te—rica
bastante interessante sobre o tema.
Leia com aten•‹o a exposi•‹o de motivos, pois ela frequentemente Ž cobrada em
provas, mesmo em concursos estaduais e municipais.

EXPOSI‚ÌO DE MOTIVOS

Excelent’ssimo Senhor Presidente da Repœblica,


Conforme Ž do conhecimento de Vossa Excel•ncia, em sua 2a Reuni‹o
Ordin‡ria, realizada em 4 de mar•o de 1994, decidiu a Comiss‹o Especial criada
pelo Decreto n¡ 1.001, de 6 de dezembro de 1993, constituir um grupo de
trabalho com o fim espec’fico de elaborar proposta de um C—digo de ƒtica
Profissional do Servidor Civil do Poder Executivo Federal, tendo sido designado
para sua coordena•‹o o Professor Modesto Carvalhosa, Membro da Comiss‹o
Especial e Presidente do Tribunal de ƒtica da Ordem dos Advogados do Brasil,
Sec•‹o de S‹o Paulo.
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Ato cont’nuo, contando com a inestim‡vel colabora•‹o do Jurista


Robison Baroni, tambŽm Membro do Tribunal de ƒtica da Ordem dos Advogados
do Brasil, Sec•‹o de S‹o Paulo, e do Doutor Brasilino Pereira dos Santos, Assessor
da Comiss‹o Especial, seguiu-se a elabora•‹o do anexo C—digo de ƒtica
Profissional do Servidor Civil do Poder Executivo Federal, aprovado, por
unanimidade, em Sess‹o Plen‡ria de 6 de abril de 1994.
Na mesma Sess‹o, a Comiss‹o Especial deliberou submeter ˆ
superior considera•‹o de Vossa Excel•ncia a anexa minuta de Decreto que aprova
o C—digo de ƒtica Profissional do Servidor Civil do Poder Executivo Federal. O
referido C—digo de ƒtica Profissional contempla essencialmente duas partes,
sendo a primeira de ordem substancial, sobre os princ’pios morais e Žticos a
serem observados pelo servidor e a segunda de ordem formal, dispondo sobre a
cria•‹o e funcionamento de Comiss›es de ƒtica.
A primeira parte, que constitui o Cap’tulo I, abrange as regras
deontol—gicas (Se•‹o I), os principais deveres do servidor pœblico (Se•‹o II), bem
como as veda•›es (Se•‹o III), e a segunda, que constitui o Cap’tulo II, trata da
cria•‹o e do funcionamento das Comiss›es de ƒtica em todos os —rg‹os do Poder
Executivo Federal.
Entende a Comiss‹o Especial que um C—digo de ƒtica Profissional
desse jaez se faz imprescind’vel, m‡xime num momento em que os atos de
corrup•‹o generalizada s‹o estimulados sobretudo pelo mau exemplo decorrente
da impunidade, tambŽm resultante, quase sempre, da aus•ncia de valores Žticos
e morais.
Por isso, o referido C—digo de ƒtica, ainda no entendimento da
Comiss‹o Especial, dever‡ integrar o compromisso de posse de todo e qualquer
candidato a servidor pœblico, sendo-lhe entregue, no momento de sua posse,
vinculando-se ˆ sua observ‰ncia durante todo o tempo do exerc’cio funcional.
A Escola Nacional de Administra•‹o Pœblica e a imprensa ter‹o papel
de especial relev‰ncia na divulga•‹o do assunto e na colheita de sugest›es, junto
ˆ cidadania, no sentido de adaptar o C—digo de ƒtica Profissional do Servidor
Pœblico Civil a todos os setores do Poder Executivo Federal.
Enfim, o objetivo mais nobre da elabora•‹o do C—digo de ƒtica
Profissional do Servidor Pœblico Civil do Poder Executivo Federal foi proporcionar
uma ampla discuss‹o sobre este assunto, fazendo com que o maior nœmero
poss’vel de pessoas adote-o para reflex‹o e, posteriormente, tome-o como guia
de conduta profissional e pessoal.
Para se aferir a conveni•ncia e a oportunidade de um C—digo de ƒtica,
bastaria lembrar a recomenda•‹o, inscrita no Pre‰mbulo da Constitui•‹o, no
sentido de que incumbe ao Estado assegurar o exerc’cio dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a seguran•a, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justi•a como valores supremos de uma sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na
ordem internacional, com a solu•‹o pac’fica das controvŽrsias", bem assim em
seu artigo 1o, assegurando que a Repœblica Federativa do Brasil "constitui-se em
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Estado Democr‡tico de Direito e tem como fundamentos a soberania, a cidadania


e a dignidade da pessoa humana".
E ainda como corol‡rio dessa posi•‹o assumida pelo Poder
Constituinte, mais adiante, ao lado dos princ’pios doutrin‡rios da legalidade, da
impessoalidade e da publicidade, a Constitui•‹o, no artigo 37, prestigia o princ’pio
da moralidade administrativa atribuindo-lhe foros jur’dicos e, por via de
conseqŸ•ncia, determinando sua imprescind’vel observ‰ncia na pr‡tica de
qualquer ato pela Administra•‹o Pœblica.
Logo, por for•a da pr—pria Constitui•‹o, a Žtica passou a integrar o
pr—prio cerne de qualquer ato estatal como elemento indispens‡vel ˆ sua validade
e efic‡cia.
Isto implica dizer que, sobretudo em respeito ˆ Constitui•‹o de 1988,
que expressamente recomenda a obedi•ncia aos c‰nones da lealdade e da boa
fŽ, a Administra•‹o Pœblica, atravŽs de seus servidores, dever‡ proceder, em
rela•‹o aos administrados, sempre com sinceridade e lhaneza, sendo-lhe
interdito qualquer comportamento astucioso, eivado de mal’cia ou produzido de
maneira a confundir dificultar ou minimizar o exerc’cio de direitos (MELLO, Celso
Antonio Bandeira de. Elementos de Direito Administrativo, 2a edi•‹o, S‹o Paulo,
Editora Revista dos Tribunais, 1990, p. 71).
Como refor•o desse entendimento, a Constitui•‹o de 1988 tambŽm
inovou no artigo 5a, inciso LXXIII, ao incluir a moralidade administrativa entre os
valores b‡sicos da Repœblica a serem protegidos por meio de a•‹o popular.
Segundo esta norma constitucional, mesmo que n‹o haja efetivo preju’zo de
ordem material ao patrim™nio pœblico, se o ato da Administra•‹o for lesivo ˆ
moralidade administrativa dever‡ ser invalidado judicialmente, via a•‹o popular
ou mesmo, antes, revisto administrativamente, conforme o artigo 115 da Lei no
8. 112, de 11 de dezembro de 1990, que consagra posicionamento tradicional da
jurisprud•ncia (Sœmula no 473 do Supremo Tribunal Federal).
A prop—sito, deve ainda ser lembrado que o legislador ordin‡rio,
normatizando sobre o assunto, atravŽs da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de
1990, que disp›e sobre o regime jur’dico dos servidores pœblicos, no artigo 116,
inciso IX, tambŽm determina a obedi•ncia obrigat—ria ao princ’pio da moralidade
administrativa, ao inclu’-lo entre os deveres funcionais dos servidores pœblicos.
Por fim, Ž ainda a pr—pria Lei Maior que disp›e, conforme o par‡grafo
4o de seu artigo 37, que os atos de improbidade administrativa importar‹o a
suspens‹o dos direitos pol’ticos, a perda da fun•‹o pœblica, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao er‡rio, na forma e grada•‹o previstas em lei, sem
preju’zo da a•‹o penal cab’vel".
Cumprindo a norma inscrita nesse dispositivo constitucional, o
legislador ordin‡rio, atravŽs da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, cuidou de
regulamentar minuciosamente as hip—teses de suspens‹o dos direitos pol’ticos,
perda da fun•‹o pœblica, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao er‡rio em
decorr•ncia da pr‡tica de atos de improbidade administrativa, que abrange todos
os atos imorais, improbos ou aŽticos.
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Isso implica, no entendimento da Comiss‹o Especial, a ado•‹o da


tradicional doutrina segundo a qual "o agente administrativo, como ser humano
dotado da capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal,
o honesto do desonesto, n‹o podendo desprezar o elemento Žtico de sua conduta.
Assim, n‹o ter‡ que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto,
o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas tambŽm entre
o honesto e o desonesto". (MAURICE HAURIOU, "PrŽcis ƒlŽmentares de Droit
Administratif", Paris, 1926, pp. 197 e ss., "apud" MEIRELLES, Hely Lopes. Direito
Administrativo Brasileiro, 18a edi•‹o, atualizada por Eurico de Andrade Azevedo,
DŽlcio Balestero Aleixo e JosŽ Emmanuel Burle Filho, S‹o Paulo, Malheiros
Editores, 1993, p. 84).
Toda a sociedade, conforme o evidenciam a Constitui•‹o, as leis
emergentes e a tradicional doutrina do Direito Administrativo, vem se
convencendo de que somente se a conduta de seus agentes for pautada por
princ’pios rigorosamente conformes ˆ moralidade administrativa e Žtica, a
Administra•‹o poder‡ estabelecer a solidariedade social, como forma de
fortalecimento do Estado de Direito.
Da’ a necessidade de se proporcionar os meios necess‡rios para que
qualquer setor do poder, em vez do exemplo da falta de solidariedade social e do
descaso pelo ser humano, inspire confian•a e respeito.
Esta necessidade se torna ainda mais premente devido ‡ constata•‹o,
a cada momento, da forma humilhante com que, em geral, Ž tratado o ser
humano, sobretudo aqueles mais necessitados de assist•ncia por parte do
Estado, como Ž o caso dos injusti•ados em geral, dos menores de idade, dos
idosos e, sobretudo, dos enfermos, estes nas longas filas dos hospitais pœblicos,
sem as m’nimas condi•›es materiais e humanas para a presta•‹o de um servi•o,
se n‹o adequado, ao menos razo‡vel.
Com efeito, os atos de desrespeito ao ser humano ˆs vezes chegam
a requintes de perversidade, havendo casos em que o pr—prio servidor pœblico
assume a postura de inimigo ou de advers‡rio frente ao usu‡rio, n‹o lhe
prestando sequer uma informa•‹o de que necessita, dando-lhe as costas como
resposta.
Isto, infelizmente, Ž verdade. Esta Ž a maneira como s‹o, de regra,
operados muitos dos servi•os pœblicos no Brasil, num retrato, sem paralelo nos
Pa’ses industrializados, da opress‹o social, da humilha•‹o, da disfun•‹o social,
do dano moral.
E as pessoas - de tanto sofrerem danos morais, de tanto
contemplarem a esperteza alheia, de tanto serem maltratadas no aguardo da
solu•‹o de seus problemas, uma doen•a, um processo ˆ espera do atendimento
de um direito seu pela Administra•‹o Pœblica, ˆs vezes aguardando apenas um
carimbo ou uma rubrica de um servidor pœblico, o que, muitas vezes, somente
acontece depois da morte - por tudo isso, v‹o perdendo sua fŽ nas institui•›es;
as pessoas, mesmo aquelas mais cultas, quase sempre n‹o t•m consci•ncia de
seus direitos e atŽ sup›em serem normais os maus tratos recebidos da parte de
certos setores do servi•o, pensando que os servidores lotados ali estejam no
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exerc’cio regular de um direito de n‹o serem incomodados pelos problemas que


sup›em alheios, o que, de resto, conduz a um verdadeiro estado que poder’amos
denominar de aliena•‹o social ou de inconsci•ncia coletiva.
Por isso, a Comiss‹o Especial, constatada a triste realidade indicativa
de que o arcabou•o jur’dico vem se mostrando cada vez mais ineficiente para
corrigir certas anomalias de condutas de que padecem diversos setores do servi•o
pœblico, decidiu elaborar um C—digo de ƒtica Profissional do Servidor Civil do
Poder Executivo Federal, tendo por fundamentos b‡sicos a probidade, decoro no
exerc’cio da fun•‹o pœblica e os direitos da cidadania de n‹o sofrer dano moral
enquanto usu‡ria desses mesmos servi•os. Com este C—digo pretende-se, numa
primeira fase de sua implementa•‹o, instalar, na Administra•‹o Pœblica, a
consci•ncia Žtica na conduta do servidor pœblico, com o restaurar da sua
dignidade e da sua honorabilidade, criando assim incentivos ˆ pr‡tica da
solidariedade social.
Isso significa, igualmente, a ades‹o do Estado ao entendimento
doutrin‡rio de que sua conduta conforme ˆ ƒtica consolida efetivamente o Poder,
criando em torno da autoridade a colabora•‹o espont‰nea da cidadania, em
decorr•ncia da conseqŸente obten•‹o de servi•os pœblicos mais satisfat—rios.
A consci•ncia Žtica do servidor pœblico, nesse particular, alŽm de
restaurar a cidadania corrige a disfun•‹o pœblica no Brasil, que decorre n‹o s— da
falta de recursos materiais, mas, principalmente, da conduta muitas vezes
perversa no atendimento aos usu‡rios dos servi•os pœblicos, atentat—ria aos
direitos humanos universalmente declarados.
Um C—digo de ƒtica como o ora submetido a Vossa Excel•ncia, Senhor
Presidente, reflete a constata•‹o de que h‡ muito, na sociedade brasileira, existe
uma demanda difusa n‹o atendida, pelo resgate da Žtica no servi•o pœblico.
Infelizmente, os servi•os pœblicos continuam cada vez mais t‹o
distantes, t‹o indiferentes, t‹o isolados em rela•‹o ˆ popula•‹o, como se o
Estado n‹o tivesse nada a ver com os problemas das pessoas, apenando-as com
a cruel pr‡tica que j‡ se tornou costume, da protela•‹o e do maltrato nas rela•›es
entre os servidores e os destinat‡rios dos servi•os.
Enfim, Senhor Presidente, a Comiss‹o Especial, no cumprimento de
uma das miss›es com as quais entende haver sido criada, busca com o C—digo
de ƒtica ora submetido ˆ superior aprecia•‹o de Vossa Excel•ncia, a cria•‹o de
meios que estimulem em cada servidor pœblico o sentimento Žtico no exerc’cio
da vida pœblica.
O que pretende, enfim, a Comiss‹o Especial Ž, de qualquer forma
contribuir para impedir a continuidade da repetida pr‡tica do desprezo e da
humilha•‹o com que s‹o, em muitos setores da Administra•‹o, tratados os
usu‡rios dos servi•os pœblicos, principalmente aqueles mais desprotegidos e que
por isso mesmo deles mais necessitam.
Se este C—digo de ƒtica tiver o cond‹o de contribuir para o
esclarecimento ˆs pessoas sobre seus direitos de serem tratadas com dignidade
e respeito por todos os agentes do servi•o pœblico j‡ ter‡ alcan•ado em grande
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parte seu objetivo.


Por outro lado, deve ser esclarecido que a efetividade do
cumprimento do C—digo de ƒtica ora apresentado a Vossa Excel•ncia n‹o se
baseia no arcabou•o das leis administrativas e nem com estas se confunde, mas
se ap—ia no sentimento de ades‹o moral e de convic•‹o ’ntima de cada servidor
pœblico.
Reprisa-se que, absolutamente, n‹o se trata de mais uma lei, como
se poderia pensar ˆ primeira vista, mas de um C—digo de ƒtica, que dever‡ ser
cumprido n‹o tanto por sua condi•‹o de ato estatal, aprovado por um Decreto do
Senhor Presidente da Repœblica, na qualidade de titular da "dire•‹o superior da
administra•‹o federal" (Constitui•‹o, artigo 84, inciso II), mas principalmente em
virtude da ades‹o de cada servidor, em seu foro ’ntimo, levando, com isso, o
Estado a assumir o papel que sempre lhe foi incumbido pela Sociedade,
notadamente nas ‡reas mais carentes, como Ž o caso da presta•‹o dos servi•os
de saœde, seguran•a, transporte e educa•‹o.
Portanto, conforme o entendimento da Comiss‹o Especial, expresso
neste C—digo de ƒtica, o princ’pio da obrigatoriedade do procedimento Žtico e
moral no exerc’cio da fun•‹o pœblica n‹o tem por fundamento a coercibilidade
jur’dica. Ali‡s, atŽ mesmo a coercibilidade jur’dica deve buscar seu fundamento
na ƒtica, pois esta, a rigor, n‹o se imp›e por lei. Ao contr‡rio, est‡ acima da lei,
a ditar as diretrizes desta, fazendo-se aceitar mais pelo senso social, pela
educa•‹o, pela vontade ’ntima do pr—prio agente moral, acolhida com liberdade,
em decorr•ncia de sua conscientiza•‹o e de sua convic•‹o interior.
Enfim, o C—digo de ƒtica ora apresentado a Vossa Excel•ncia n‹o se
confunde com o regime disciplinar do servidor pœblico previsto nas leis
administrativas. Antes de tudo, fornece o suporte moral para a sua correta
aplica•‹o e cumprimento por todos os servidores.
Para melhor se compreender a total separa•‹o entre o C—digo de ƒtica
e a lei que institui o regime disciplinar dos servidores pœblicos, basta a evid•ncia
de que o servidor adere ˆ lei por uma simples conformidade exterior, impessoal,
coercitiva, imposta pelo Estado, pois a lei se imp›e por si s—, sem qualquer
consulta prŽvia a cada destinat‡rio, enquanto que, no atinente ao C—digo de
ƒtica, a obrigatoriedade moral inclui a liberdade de escolha e de a•‹o do pr—prio
sujeito, atŽ para discordar das normas que porventura entenda injustas e lutar
por sua adequa•‹o aos princ’pios da Justi•a. Sua finalidade maior Ž produzir na
pessoa do servidor pœblico a consci•ncia de sua ades‹o ˆs normas preexistentes
atravŽs de um esp’rito cr’tico, o que certamente facilitar‡ a pr‡tica do
cumprimento dos deveres legais por parte de cada um e, em conseq٥ncia, o
resgate do respeito aos servi•os pœblicos e ˆ dignidade social de cada servidor.
Por œltimo, o C—digo de ƒtica prev• que o julgamento do servidor em
falta ser‡ feito por uma Comiss‹o de ƒtica, formada por tr•s servidores indicados
conforme seus antecedentes funcionais, passado sem m‡culas, integral
dedica•‹o ao servi•o pœblico, boa forma•‹o Žtica e moral.
As Comiss›es de ƒtica pretendem ser um elo de liga•‹o entre o
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usu‡rio e o servi•o pœblico, encarregadas de orientar e aconselhar sobre a Žtica


na Administra•‹o Pœblica, sobretudo no tratamento das pessoas e na prote•‹o
do patrim™nio moral e material do servi•o pœblico.
Caber‡ ˆs Comiss›es de ƒtica instaurar processo sobre ato, fato ou
conduta pass’vel de infring•ncia a princ’pio ou norma Žtica, de of’cio ou mediante
consulta, denœncia ou representa•‹o, formulada por qualquer pessoa que se
identifique ou entidade associativa de classe regularmente constitu’da, contra
servidor pœblico ou contra o setor ou a reparti•‹o pœblica em que haja ocorrido a
falta. A pena ser‡ a censura, devendo a decis‹o ser registrada nos assentamentos
funcionais do servidor.
Com base no exposto, Senhor Presidente, valho-me da presente para
submeter, em nome da Comiss‹o Especial, ˆ elevada considera•‹o de Vossa
Excel•ncia a anexa proposta de Decreto que aprova o C—digo de ƒtica Profissional
do Servidor Pœblico Civil do Poder Executivo Federal.

Respeitosamente,
ROMILDO CANHIM

3 - Quest›es
3.1 - Quest›es sem Coment‡rios
QUESTÌO 01 - MPU Ð TŽcnico Ð 2015 Ð Cespe.
A Žtica Ž um ramo da filosofia que estuda a moral, os diferentes sistemas
pœblicos de regras, seus fundamentos e suas caracter’sticas.

QUESTÌO 02 - Depen Ð Agente Ð 2015 Ð Cespe.


ƒtica e moral s‹o termos que t•m ra’zes hist—ricas semelhantes e s‹o
considerados sin™nimos, uma vez que ambos se referem a aspectos legais
da conduta do cidad‹o.

QUESTÌO 03 - MPU Ð TŽcnico Ð 2015 Ð Cespe.


Moral pode ser definida como todo o sistema pœblico de regras pr—prio de
diferentes grupos sociais, que abrange normas e valores que s‹o aceitos e
praticados, como certos e errados.

QUESTÌO 04 - Antaq Ð Analista Administrativo Ð 2014 Ð Cespe.


A Žtica Ž a ci•ncia do comportamento moral dos homens em sociedade.
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QUESTÌO 05 - Suframa Ð Analista Ð 2014 Ð Cespe.


Entre outros aspectos, a moral pessoal Ž formada pela cultura e tradi•‹o do
grupo ao qual o indiv’duo est‡ inserido.

QUESTÌO 06 - INPI Ð Analista Ð 2013 Ð Cespe.


ƒtica Ž a parte da filosofia que estuda os fundamentos da moral e os
princ’pios ideais da conduta humana.

QUESTÌO 07 - PGDF Ð TŽcnico Judici‡rio Ð 2011 Ð IADES.


Assinale a alternativa que estabelece corretamente as caracter’sticas de
moral.
a) A moral resulta do conjunto de leis, costumes e tradi•›es de uma
sociedade e Ž subordinada a Žtica comportamental definida em regras
constitucionais.
b) Entende-se por moral, um conjunto de regras consideradas v‡lidas para
uma maioria absoluta, que valem-se dela para impor conduta Žtica aos
demais cidad‹os.
c) A moral Ž mut‡vel e varia de acordo com o desenvolvimento de cada
sociedade. Ela norteia os valores Žticos na Administra•‹o Pœblica.
d) A moral Ž mais flex’vel do que a lei, por variar de indiv’duo para indiv’duo,
e afeta diretamente a presta•‹o dos servi•os pœblicos por criar condi•›es
para uma Žtica flex’vel no atendimento ˆs necessidades b‡sicas da
popula•‹o.
e) A Žtica confunde-se com a moral como um dos par‰metros para a
avalia•‹o do grau de desenvolvimento de determinada sociedade e,
consequente, padroniza•‹o da presta•‹o dos servi•os pœblicos comunit‡rios.

QUESTÌO 08 - Correios Ð Atendente Comercial Ð 2008 Ð


Consulplan.
Em seu sentido mais amplo, a Žtica tem sido entendida como a ci•ncia da
conduta humana perante o ser e seus semelhantes. Portanto, neste sentido,
a Žtica envolve:
a) Estudos de aprova•‹o ou desaprova•‹o da a•‹o dos homens.
b) A considera•‹o de valor como equivalente de uma medi•‹o do que Ž real
e voluntarioso no campo das a•›es virtuosas.
c) Obriga•‹o de ser humano como œnico mal em seu agir.
d) Realiza•‹o fundamental em situa•‹o espec’fica.
e) As alternativas A e B est‹o corretas.
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QUESTÌO 09 - Nossa Caixa Desenvolvimento Ð Contador Ð


2011 Ð FCC.
A respeito dos conceitos de Žtica, moral e virtude, Ž correto afirmar:
a) A vida Žtica realiza-se no modo de viver daqueles indiv’duos que n‹o
mant•m rela•›es interpessoais.
b) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e significa
comportamento, modo de ser, car‡ter.
c) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qualidade pr—pria da
natureza humana; significa, de modo geral, praticar o bem usando a
liberdade com responsabilidade constantemente.
d) A moral Ž influenciada por v‡rios fatores como, sociais e hist—ricos;
todavia, n‹o h‡ diferen•a entre os conceitos morais de um grupo para outro.
e) Compete ˆ moral chegar, por meio de investiga•›es cient’ficas, ˆ
explica•‹o de determinadas realidades sociais, ou seja, ela investiga o
sentido que o homem d‡ a suas a•›es para ser verdadeiramente feliz.

QUESTÌO 10 - ANEEL Ð TŽcnico Ð çrea 2 Ð 2010 Ð Cespe.


Importante caracter’stica da moral, o que a torna similar ˆ lei, Ž o fato de
ser absoluta e constituir um padr‹o para julgamento dos atos

QUESTÌO 11 - ANEEL Ð TŽcnico Ð çrea 1 Ð 2010 Ð Cespe.


A Žtica tem como objetivo fundamental levar a modifica•›es na moral, com
aplica•‹o universal, guiando e orientando racionalmente e do melhor modo
a vida humana.

QUESTÌO 12 - TRE-BA Ð TŽcnico Judici‡rio Ð 2010 Ð Cespe.


Apesar de estritamente relacionadas, Žtica e moral n‹o se confundem. No
entanto, os princ’pios Žticos pressup›em determinadas regras morais de
comportamento.

QUESTÌO 13 - AGU Ð Contador Ð 2010 Ð Cespe.


Os conceitos e valores tradicionais da moral n‹o s‹o universais nem
estabelecidos objetivamente, mas t•m suas origens em um momento
hist—rico e em uma cultura espec’ficos, servindo a certos interesses que v‹o
sendo esquecidos com o tempo.

QUESTÌO 14 - Caixa Econ™mica Federal Ð TŽcnico Banc‡rio Ð


2010 Ð Cespe (adaptada).
Pessoas s‹o caracterizadas, entre outras coisas, por suas virtudes e pelos
seus v’cios, sendo que ambos pressup›em valores que, se n‹o forem
traduzidos em a•›es, perdem seu sentido.
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QUESTÌO 15 - AGU Ð Agente Administrativo Ð 2010 Ð Cespe.


A Žtica representa uma abordagem sobre as constantes morais, ou seja,
refere-se ˆquele conjunto de valores e costumes mais ou menos permanente
no tempo e no espa•o.

QUESTÌO 16 - AGU Ð Agente Administrativo Ð 2010 Ð Cespe.


A Žtica ocupa-se de quest›es subjetivas, abstratas e essencialmente de
interesse particular do indiv’duo, sem rela•‹o com valores ou condutas
sociais.

QUESTÌO 17 - AGU Ð Contador Ð 2010 Ð Cespe.


A Žtica tem por objetivo a determina•‹o do que Ž certo ou errado, bom ou
mau em rela•‹o ˆs normas e valores adotados por uma sociedade.

QUESTÌO 18 - Caixa Econ™mica Federal Ð TŽcnico Banc‡rio Ð


2010 Ð Cespe.
Acerca da rela•‹o entre Žtica e moral, assinale a op•‹o correta.
a) A partir do estudo da Žtica, pode-se considerar uma vis‹o utilitarista, em
que a verdade de uma proposi•‹o consiste no fato de que ela Ž œtil, tendo
alguma espŽcie de •xito ou satisfa•‹o.
b) A Žtica reflexiva se dedica exclusivamente ˆ reflex‹o sobre os deveres
das pessoas contidos nos c—digos espec’ficos dos grupos sociais.
c) A Žtica Ž equivalente ˆ moral porque ambos os preceitos investigam os
princ’pios fundamentais do comportamento humano.
d) A Žtica Ž temporal, enquanto a moral Ž permanente.
e) A simples exist•ncia da moral significa a presen•a expl’cita de uma Žtica,
entendida como filosofia moral, isto Ž, uma reflex‹o que discute,
problematiza e interpreta o significado dos valores morais.

QUESTÌO 19 - SEGEP-MA - Agente Penitenci‡rio Ð 2016 Ð


FUNCAB.
A Moral:
a) no sentido pr‡tico, tem finalidade divergente da Žtica, mas ambas s‹o
respons‡veis por construir as bases que v‹o guiar a conduta do homem.
b) determina o car‡ter da sociedade e valores como altru’smo e virtudes,
ensina a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade, e capacita
o ser humano a competir com os antiŽticos, utilizando os mesmos meios
destes.
c) diferencia-se da Žtica no sentido de que esta tende a julgar o
comportamento moral de cada indiv’duo no seu meio. No entanto, ambas
buscam o bem-estar social.
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d) Ž o conjunto de regras aplicadas no cotidiano, usadas eventualmente por


cada cidad‹o, que orientam cada indiv’duo, norteando as suas a•›es e os
seus julgamentos sobre o que Ž moral ou imoral, certo ou errado, bom ou
mau.
e) Ž um conjunto de conhecimentos extra’dos da investiga•‹o do
comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma
racional, fundamentada, cient’fica e te—rica.

QUESTÌO 20 - SEGEP-MA - Agente Penitenci‡rio Ð 2016 Ð


FUNCAB.
Em rela•‹o ˆ Žtica, Ž correto afirmar, EXCETO que:
a) Ž constru’da por uma sociedade com base nos valores econ™micos,
financeiros e hist—ricos.
b) serve para que haja um equil’brio e bom funcionamento social,
possibilitando que ninguŽm saia prejudicado.
c) embora n‹o possa ser confundida com as leis, est‡ relacionada com o
sentimento de justi•a social.
d) Ž um conjunto de valores morais e princ’pios que norteiam a conduta
humana na sociedade.
e) do ponto de vista da Filosofia, Ž uma ci•ncia que estuda os valores e
princ’pios morais de uma sociedade e seus grupos.

QUESTÌO 21 - Prefeitura de Belo Horizonte-MG Ð Assistente


Administrativo Ð 2015 Ð FUMARC.
Acerca da Žtica na Administra•‹o Pœblica, Ž correto afirmar, EXCETO:
a) A falta de Žtica e a corrup•‹o existem em grande escala e os meios
convencionais de repress‹o legal na maior parte do mundo t•m apresentado
resultados insatisfat—rios.
b) A falta de Žtica n‹o compromete a capacidade de governan•a, pois n‹o
representa risco ˆ sobreviv•ncia das organiza•›es pœblicas e privadas.
c) A gest‹o da Žtica transita em uma trilha bem definida na qual se
encontram valores Žticos, regras de conduta e administra•‹o.
d) As a•›es de promo•‹o da Žtica tendem a ser vistas, em boa parte, como
a•›es direcionadas a organiza•›es corruptas e indiv’duos sem Žtica.

QUESTÌO 22 - Depen Ð Especialista Ð 2015 Ð Cespe.


Uma equipe que pretende ver seus colaboradores adquirindo novos valores
Žticos deve considerar que a aprendizagem formal deve dar-se por meio das
rela•›es humanas e n‹o apenas pela chamada Ònatureza humanaÓ
preexistente.
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QUESTÌO 23 - Depen Ð Agente Ð 2015 Ð Cespe.


A conduta Žtica do servidor deve basear-se n‹o somente na legalidade, mas
tambŽm em a•›es fundamentadas na dignidade, no decoro, na efic‡cia e na
consci•ncia dos princ’pios morais.

QUESTÌO 24 - SEAP-DF Ð Agente de Atividades Penitenci‡rias


Ð 2015 Ð Universa.
A Constitui•‹o brasileira define com clareza os princ’pios Žticos que devem
balizar a administra•‹o pœblica em todos os n’veis: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e efici•ncia.

QUESTÌO 25 - MPU Ð TŽcnico Ð 2015 Ð Cespe.


Ser honesto e verdadeiro e cumprir promessas s‹o considerados princ’pios
Žticos.

QUESTÌO 26 - MPU Ð TŽcnico Ð 2015 Ð Cespe.


Decoro, por ser uma disposi•‹o interna para agir corretamente, n‹o Ž
pass’vel, para o servidor pœblico, de ser aprendido ao longo de sua carreira.

QUESTÌO 27 - SAPeJUS-GO Ð Agente de Seguran•a Prisional Ð


2015 Ð Universa.
Com rela•‹o ˆs obriga•›es Žticas do servidor pœblico, assinale a alternativa
incorreta.
a) Os servidores pœblicos dever‹o tratar seus concidad‹os com urbanidade,
cordialidade e educa•‹o.
b) Os servidores pœblicos dever‹o satisfazer suas obriga•›es perante os
cidad‹os de boa-fŽ.
c) Os servidores pœblicos n‹o podem incidir em conflitos de interesse que
afetem o desempenho de sua fun•‹o
d) Os mandamentos da Žtica e do direito n‹o se confundem. A œnica
diferen•a entre eles consiste na coercibilidade. Logo, os servidores pœblicos
vinculam-se ˆs leis, n‹o podendo ser responsabilizados por condutas imorais
que n‹o lhes sejam expressamente vedadas.
e) Os servidores pœblicos est‹o eticamente obrigados a guardar sigilo de
informa•›es obtidas por meio da fun•‹o, n‹o lhes sendo permitido utilizar
dessas informa•›es para seu pr—prio interesse.

QUESTÌO 28 - Pol’cia Federal Ð Agente Ð 2014 Ð Cespe.


De acordo com o C—digo de ƒtica Profissional do Servidor Pœblico Civil do
Poder Executivo Federal, tratar mal um cidad‹o significa causar-lhe dano
moral.
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QUESTÌO 29 - Antaq Ð Especialista Ð 2014 Ð Cespe.


Os atos administrativos praticados por —rg‹os do Poder Executivo, do Poder
Legislativo e do Poder Judici‡rio devem observar os princ’pios da legalidade,
da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da efici•ncia.

QUESTÌO 30 - IBAMA Ð Analista Ambiental Ð 2013 Ð Cespe.


Quando um servidor define fins, prioriza valores e delimita regras de conduta
conforme sua concep•‹o particular de bem, ele age em conson‰ncia com
princ’pios da Žtica pœblica.

QUESTÌO 31 - TJ-RR Ð TŽcnico de N’vel MŽdio Ð 2012 Ð Cespe.


Os dirigentes de organiza•›es pœblicas que estabelecem regras claramente
explicitadas, consistentes e que sejam imparcialmente executadas
manifestam conduta Žtica baseada nos princ’pios de justi•a, equidade e
imparcialidade.

QUESTÌO 32 - TJ-RR Ð Analista Ð 2012 Ð Cespe.


Adota conduta Žtica, no exerc’cio de seu cargo, o servidor pœblico que
preserva seus valores pessoais bem como os da organiza•‹o onde atua.

QUESTÌO 33 - Anvisa Ð TŽcnico Administrativo Ð 2007 Ð Cespe.


O servidor pœblico jamais pode desprezar o elemento Žtico de sua conduta,

QUESTÌO 34 - MDIC Ð Analista TŽcnico Administrativo Ð 2009


Ð Funrio.
O servidor pœblico n‹o poder‡ jamais desprezar o elemento Žtico de sua
conduta. Assim ter‡ que decidir principalmente entre
a) o oportuno e o inoportuno.
b) o conveniente e o inconveniente.
c) o justo e o injusto.
d) o ilegal e o legal.
e) o honesto e o desonesto.

QUESTÌO 35 - Caixa Ð TŽcnico Banc‡rio Ð 2006 Ð Cespe.


O servidor pœblico n‹o pode desprezar o elemento Žtico de sua conduta.
Assim, o servidor pœblico tem que decidir entre o legal e o ilegal, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, bem como entre
o honesto e o desonesto.
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QUESTÌO 36 - MTur Ð Agente Administrativo Ð 2010 Ð


Universa (adaptada).
Se um servidor houver de avaliar a pr‡tica de ato inerente ˆ sua fun•‹o e
verificar que se trata de ato legal e oportuno, saber‡ que, automaticamente,
ter‡ sido atendido o elemento Žtico do ato.

QUESTÌO 37 - MTur Ð Agente Administrativo Ð 2010 Ð


Universa (adaptada).
Para que um ato atenda aos princ’pios Žticos, n‹o basta levar em conta o
aspecto da economicidade.

QUESTÌO 38 - CGU Ð Analista de Finan•as e Controle Ð 2006 Ð


ESAF.
De acordo com o C—digo de ƒtica Profi ssional do Servidor Pœblico Civil do
Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto n. 1.171, de 22.6.1994
"o servidor pœblico n‹o poder‡ jamais desprezar o elemento Žtico de sua
conduta. Assim, n‹o ter‡ que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo
e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas
no art. 37, caput, e ¤ 4o, da Constitui•‹o Federal". Esse enunciado expressa
a) o princ’pio da legalidade na Administra•‹o Pœblica.
b) a regra da discricionariedade dos atos administrativos.
c) a impossibilidade de um ato administrativo, praticado de acordo com a
lei, ser impugnado sob o aspecto da moralidade.
d) um valor Žtico destinado a orientar a pr‡tica dos atos administrativos.
e) que todo ato legal Ž tambŽm justo.
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3.2 Ð Gabarito
C 20. A
1.

E 21. B
2.

C 22. C
3.

C 23. C
4.

C 24. C
5.

C 25. C
6.

C 26. E
7.

E 27. D
8.

C 28. C
9.

E 29. C
10.

C 30. E
11.

E 31. C
12.

C 32. C
13.

C 33. C
14.

C 34. E
15.

E 35. C
16.

E 36. E
17.

A 37. C
18.

C 38. D
19.
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3.3 - Quest›es Comentadas


QUESTÌO 01 - MPU Ð TŽcnico Ð 2015 Ð Cespe.
A Žtica Ž um ramo da filosofia que estuda a moral, os diferentes sistemas
pœblicos de regras, seus fundamentos e suas caracter’sticas.

Coment‡rios
Esta Ž uma precisa defini•‹o do que Ž a ƒtica, seu ramo de estudo e sua rela•‹o
com a moral.
GABARITO: C

QUESTÌO 02 - Depen Ð Agente Ð 2015 Ð Cespe.


ƒtica e moral s‹o termos que t•m ra’zes hist—ricas semelhantes e s‹o
considerados sin™nimos, uma vez que ambos se referem a aspectos legais
da conduta do cidad‹o.

Coment‡rios
Depois do que voc• leu hoje, j‡ deve ter a certeza de que ƒtica e Moral n‹o
s‹o a mesma coisa, n‹o Ž mesmo!? J
GABARITO: E

QUESTÌO 03 - MPU Ð TŽcnico Ð 2015 Ð Cespe.


Moral pode ser definida como todo o sistema pœblico de regras pr—prio de
diferentes grupos sociais, que abrange normas e valores que s‹o aceitos e
praticados, como certos e errados.

Coment‡rios
Esta Ž uma perfeita defini•‹o de moral, que trata das regras observadas por
um determinado grupo social, num dado momento hist—rico.
GABARITO: C

QUESTÌO 04 - Antaq Ð Analista Administrativo Ð 2014 Ð Cespe.


A Žtica Ž a ci•ncia do comportamento moral dos homens em sociedade.

Coment‡rios
Perfeito! ƒtica Ž ci•ncia, e seu objeto de estudo Ž a moral.
GABARITO: C

QUESTÌO 05 - Suframa Ð Analista Ð 2014 Ð Cespe.


Entre outros aspectos, a moral pessoal Ž formada pela cultura e tradi•‹o do
grupo ao qual o indiv’duo est‡ inserido.
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Coment‡rios
Mais uma defini•‹o correta. A moral est‡ diretamente relacionada com a
cultura e a tradi•‹o, num determinado grupo, num dado momento hist—rico.
GABARITO: C

QUESTÌO 06 - INPI Ð Analista Ð 2013 Ð Cespe.


ƒtica Ž a parte da filosofia que estuda os fundamentos da moral e os
princ’pios ideais da conduta humana.

Coment‡rios
Esta Ž uma defini•‹o perfeita de ƒtica. Trata-se de uma parte da filosofia que se
ocupa de estudar a moral.
GABARITO: C

QUESTÌO 07 - PGDF Ð TŽcnico Judici‡rio Ð 2011 Ð IADES.


Assinale a alternativa que estabelece corretamente as caracter’sticas de
moral.
a) A moral resulta do conjunto de leis, costumes e tradi•›es de uma
sociedade e Ž subordinada a Žtica comportamental definida em regras
constitucionais.
b) Entende-se por moral, um conjunto de regras consideradas v‡lidas para
uma maioria absoluta, que valem-se dela para impor conduta Žtica aos
demais cidad‹os.
c) A moral Ž mut‡vel e varia de acordo com o desenvolvimento de cada
sociedade. Ela norteia os valores Žticos na Administra•‹o Pœblica.
d) A moral Ž mais flex’vel do que a lei, por variar de indiv’duo para indiv’duo,
e afeta diretamente a presta•‹o dos servi•os pœblicos por criar condi•›es
para uma Žtica flex’vel no atendimento ˆs necessidades b‡sicas da
popula•‹o.
e) A Žtica confunde-se com a moral como um dos par‰metros para a
avalia•‹o do grau de desenvolvimento de determinada sociedade e,
consequente, padroniza•‹o da presta•‹o dos servi•os pœblicos comunit‡rios.

Coment‡rios
Esta quest‹o j‡ foi um pouco mais dif’cil, n‹o Ž mesmo? Vamos ver quais os
problemas em cada uma das alternativas erradas. A alternativa A est‡ incorreta
porque a moral n‹o se subordina ˆ Žtica, e nem est‡ necessariamente relacionada
ˆs normas constitucionais. A alternativa B est‡ incorreta porque a moral n‹o pode
ser imposta pela maioria absoluta. Essa fun•‹o Ž desempenhada pela norma
jur’dica. A alternativa D est‡ incorreta porque a moral n‹o Ž a culpada pela
flexibilidade Žtica que muitas vezes observamos no servi•o pœblico. A alternativa
E est‡ incorreta porque Žtica e moral n‹o se confundem.
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GABARITO: C

QUESTÌO 08 - Correios Ð Atendente Comercial Ð 2008 Ð


Consulplan.
Em seu sentido mais amplo, a Žtica tem sido entendida como a ci•ncia da
conduta humana perante o ser e seus semelhantes. Portanto, neste sentido,
a Žtica envolve:
a) Estudos de aprova•‹o ou desaprova•‹o da a•‹o dos homens.
b) A considera•‹o de valor como equivalente de uma medi•‹o do que Ž real
e voluntarioso no campo das a•›es virtuosas.
c) Obriga•‹o de ser humano como œnico mal em seu agir.
d) Realiza•‹o fundamental em situa•‹o espec’fica.
e) As alternativas A e B est‹o corretas.

Coment‡rios
O objeto de estudo da ƒtica Ž justamente o sistema de valores humano,
relacionado ˆ maneira como as pessoas tomam decis›es e aquilo que elas
consideram certo ou errado. Por isso podemos dizer que tanto a alternativa A
quanto a B est‹o corretas.
GABARITO: E

QUESTÌO 09 - Nossa Caixa Desenvolvimento Ð Contador Ð


2011 Ð FCC.
A respeito dos conceitos de Žtica, moral e virtude, Ž correto afirmar:
a) A vida Žtica realiza-se no modo de viver daqueles indiv’duos que n‹o
mant•m rela•›es interpessoais.
b) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e significa
comportamento, modo de ser, car‡ter.
c) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qualidade pr—pria da
natureza humana; significa, de modo geral, praticar o bem usando a
liberdade com responsabilidade constantemente.
d) A moral Ž influenciada por v‡rios fatores como, sociais e hist—ricos;
todavia, n‹o h‡ diferen•a entre os conceitos morais de um grupo para outro.
e) Compete ˆ moral chegar, por meio de investiga•›es cient’ficas, ˆ
explica•‹o de determinadas realidades sociais, ou seja, ela investiga o
sentido que o homem d‡ a suas a•›es para ser verdadeiramente feliz.

Coment‡rios
A alterativa A fala que a conduta Žtica apenas pode ser vivida quando as pessoas
n‹o mant•m rela•›es sociais. Isso Ž meio bizarro, n‹o Ž mesmo? Um dos
principais fundamentos tanto da Žtica quanto da moral Ž o conv’vio social.
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Na alterativa B podemos ver o erro claramente, pois mos Ž um termo latino,


resultante da tradu•‹o do grego ethos, que significa car‡ter.
A alternativa D diz que n‹o h‡ diferen•as morais entre um grupo e outro. ƒ
importante que voc• entenda que o conteœdo na moral n‹o Ž o mesmo em todas
as Žpocas e em todas as sociedades.
A alternativa E tenta confundir voc• trocando a moral pela Žtica. Apenas Žtica
tem car‡ter cient’fico e busca investigar o comportamento moral do homem.
A alternativa C est‡ correta. Como vimos anteriormente, a virtude congrega todos
os aspectos do Òhomem de bemÓ.
GABARITO: C

QUESTÌO 10 - ANEEL Ð TŽcnico Ð çrea 2 Ð 2010 Ð Cespe.


Importante caracter’stica da moral, o que a torna similar ˆ lei, Ž o fato de
ser absoluta e constituir um padr‹o para julgamento dos atos

Coment‡rios
Observe que temos mais uma quest‹o, agora de outra banca, dizendo que a
moral Ž absoluta. Isso n‹o Ž verdade! A moral n‹o Ž universal, e n‹o tem os
mesmos valores em todos os lugares e Žpocas.
GABARITO: E

QUESTÌO 11 - ANEEL Ð TŽcnico Ð çrea 1 Ð 2010 Ð Cespe.


A Žtica tem como objetivo fundamental levar a modifica•›es na moral, com
aplica•‹o universal, guiando e orientando racionalmente e do melhor modo
a vida humana.

Coment‡rios
Vimos que a Žtica pretende ter um car‡ter cient’fico, e seu objeto de estudo s‹o
as ideias e atitudes humanas relacionadas ˆ moral e, de uma forma mais ampla,
ˆ busca da felicidade.
GABARITO: C

QUESTÌO 12 - TRE-BA Ð TŽcnico Judici‡rio Ð 2010 Ð Cespe.


Apesar de estritamente relacionadas, Žtica e moral n‹o se confundem. No
entanto, os princ’pios Žticos pressup›em determinadas regras morais de
comportamento.

Coment‡rios
O objetivo principal da moral Ž a prescri•‹o de conduta, enquanto a Žtica busca
compreender o comportamento humano relacionado ˆ moral e ˆ busca pela
felicidade. Os princ’pios morais s‹o regras, enquanto os princ’pios Žticos s‹o
apenas orientadores para essas regras.
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GABARITO: E

QUESTÌO 13 - AGU Ð Contador Ð 2010 Ð Cespe.


Os conceitos e valores tradicionais da moral n‹o s‹o universais nem
estabelecidos objetivamente, mas t•m suas origens em um momento
hist—rico e em uma cultura espec’ficos, servindo a certos interesses que v‹o
sendo esquecidos com o tempo.

Coment‡rios
Vimos e revimos que os conceitos relativos ˆ moral n‹o s‹o universais e nem
objetivos, mas mudam de acordo com a Žpoca e local em que s‹o aplicados. Acho
que a quest‹o ficou mal formulada na parte que diz que os interesses que pautam
o estabelecimento dos valores da moral Òv‹o sendo esquecidos com o tempoÓ.
Acredito que podemos pensar em alguns que sejam universais ou que estejam
muito ligados ao senso comum. De qualquer forma, pelo gabarito oficial a quest‹o
est‡ correta.
GABARITO: C

QUESTÌO 14 - Caixa Econ™mica Federal Ð TŽcnico Banc‡rio Ð


2010 Ð Cespe (adaptada).
Pessoas s‹o caracterizadas, entre outras coisas, por suas virtudes e pelos
seus v’cios, sendo que ambos pressup›em valores que, se n‹o forem
traduzidos em a•›es, perdem seu sentido.

Coment‡rios
O v’cio Ž o contr‡rio da virtude, segundo Arist—teles. Por outro lado, a virtude
est‡ relacionada ao agir, ao modo de ser. Por essa raz‹o, n‹o Ž errado dizer que
tanto os v’cios quanto as virtudes perdem sentido se n‹o forem transformados
em a•‹o.
GABARITO: C

QUESTÌO 15 - AGU Ð Agente Administrativo Ð 2010 Ð Cespe.


A Žtica representa uma abordagem sobre as constantes morais, ou seja,
refere-se ˆquele conjunto de valores e costumes mais ou menos permanente
no tempo e no espa•o.

Coment‡rios
A Žtica Ž uma reflex‹o filos—fica sobre a moral, e tambŽm tem por fun•‹o
influenciar o estabelecimento do sistema de valores humano. Apenas chamo sua
aten•‹o para a utiliza•‹o da express‹o Òconstantes moraisÓ. Eu n‹o gosto muito
de como o termo foi aplicado, mas aqui ele n‹o significa exatamente algo
imut‡vel, mas diz respeito aos enunciados, aos princ’pios.
GABARITO: C
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QUESTÌO 16 - AGU Ð Agente Administrativo Ð 2010 Ð Cespe.


A Žtica ocupa-se de quest›es subjetivas, abstratas e essencialmente de
interesse particular do indiv’duo, sem rela•‹o com valores ou condutas
sociais.

Coment‡rios
Como voc• j‡ sabe muito bem, tanto a Žtica quanto a moral ocupam-se da
conduta humana: enquanto a moral prescreve a conduta, a Žtica busca
compreend•-la. Da’ soa absurdo dizer que a Žtica se ocupa de quest›es de
interesse particular do indiv’duo, n‹o relacionadas aos valores e condutas, n‹o Ž
mesmo?
GABARITO: E

QUESTÌO 17 - AGU Ð Contador Ð 2010 Ð Cespe.


A Žtica tem por objetivo a determina•‹o do que Ž certo ou errado, bom ou
mau em rela•‹o ˆs normas e valores adotados por uma sociedade.

Coment‡rios
Estabelecer o que Ž certo e o que Ž errado, e qual conduta deve ser praticada ou
n‹o, Ž a atividade de prescri•‹o da conduta. J‡ vimos e revimos que a Žtica n‹o
prescreve conduta, mas apenas busca compreend•-la. O papel prescritivo Ž da
moral.
GABARITO: E

QUESTÌO 18 - Caixa Econ™mica Federal Ð TŽcnico Banc‡rio Ð


2010 Ð Cespe.
Acerca da rela•‹o entre Žtica e moral, assinale a op•‹o correta.
a) A partir do estudo da Žtica, pode-se considerar uma vis‹o utilitarista, em
que a verdade de uma proposi•‹o consiste no fato de que ela Ž œtil, tendo
alguma espŽcie de •xito ou satisfa•‹o.
b) A Žtica reflexiva se dedica exclusivamente ˆ reflex‹o sobre os deveres
das pessoas contidos nos c—digos espec’ficos dos grupos sociais.
c) A Žtica Ž equivalente ˆ moral porque ambos os preceitos investigam os
princ’pios fundamentais do comportamento humano.
d) A Žtica Ž temporal, enquanto a moral Ž permanente.
e) A simples exist•ncia da moral significa a presen•a expl’cita de uma Žtica,
entendida como filosofia moral, isto Ž, uma reflex‹o que discute,
problematiza e interpreta o significado dos valores morais.

Coment‡rios
Esta foi um pouco mais dif’cil, n‹o Ž mesmo?
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A alternativa A trata do utilitarismo, que Ž uma doutrina Žtica que encara a a•‹o
como forma de busca do bem estar. O utilitarismo tem fundamento em Arist—teles
e na import‰ncia que ele d‡ ˆ a•‹o humana. Esta Ž a alternativa correta.
A alterativa B trata de c—digos de conduta e grupos sociais, e na realidade se
refere ˆ moral. A Žtica reflexiva, por outro lado, diz respeito ao julgamento
interno e individual, ˆ auto-avalia•‹o de cada pessoa acerca de sua pr—pria
conduta.
Quanto ˆ alternativa C, ela est‡ errada porque a Žtica e a moral s‹o conceitos
diferentes.
A alternativa D diz que a moral Ž permanente, mas na realidade ela se modifica
com o tempo e de acordo com o sistema de valores de cada grupo social.
A alternativa E diz que quando existe moral deve existir necessariamente Žtica,
mas isso n‹o Ž verdade, pois Ž perfeitamente poss’vel haver moral e n‹o existir
a reflex‹o sobre a conduta e o sistema de valores adotados.
GABARITO: A

QUESTÌO 19 - SEGEP-MA - Agente Penitenci‡rio Ð 2016 Ð


FUNCAB.
A Moral:
a) no sentido pr‡tico, tem finalidade divergente da Žtica, mas ambas s‹o
respons‡veis por construir as bases que v‹o guiar a conduta do homem.
b) determina o car‡ter da sociedade e valores como altru’smo e virtudes,
ensina a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade, e capacita
o ser humano a competir com os antiŽticos, utilizando os mesmos meios
destes.
c) diferencia-se da Žtica no sentido de que esta tende a julgar o
comportamento moral de cada indiv’duo no seu meio. No entanto, ambas
buscam o bem-estar social.
d) Ž o conjunto de regras aplicadas no cotidiano, usadas eventualmente por
cada cidad‹o, que orientam cada indiv’duo, norteando as suas a•›es e os
seus julgamentos sobre o que Ž moral ou imoral, certo ou errado, bom ou
mau.
e) Ž um conjunto de conhecimentos extra’dos da investiga•‹o do
comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma
racional, fundamentada, cient’fica e te—rica.

Coment‡rios
A nossa resposta Ž a alternativa C, que traduz perfeitamente os principais
aspectos que diferenciam a Žtica da moral. Voc• poderia se confundir em rela•‹o
ˆ alternativa D, mas o erro est‡ em dizer que as regras morais s‹o usadas
eventualmente pelas pessoas. Isso n‹o Ž verdade. Todo mundo usa a moral,
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levando-a em considera•‹o mesmo quando decide por desobedecer seus


preceitos.
GABARITO:C

QUESTÌO 20 - SEGEP-MA - Agente Penitenci‡rio Ð 2016 Ð


FUNCAB.
Em rela•‹o ˆ Žtica, Ž correto afirmar, EXCETO que:
a) Ž constru’da por uma sociedade com base nos valores econ™micos,
financeiros e hist—ricos.
b) serve para que haja um equil’brio e bom funcionamento social,
possibilitando que ninguŽm saia prejudicado.
c) embora n‹o possa ser confundida com as leis, est‡ relacionada com o
sentimento de justi•a social.
d) Ž um conjunto de valores morais e princ’pios que norteiam a conduta
humana na sociedade.
e) do ponto de vista da Filosofia, Ž uma ci•ncia que estuda os valores e
princ’pios morais de uma sociedade e seus grupos.

Coment‡rios
Nosso erro aqui est‡ na alternativa A, pois a Žtica n‹o tem rela•‹o (ao menos
n‹o diretamente) com os valores econ™micos e financeiros de uma sociedade,
mas sim com os valores morais, sociais, antropol—gicos, etc. Chamo sua aten•‹o
tambŽm para a alternativa D, que traz uma vis‹o de Žtica um pouco diferente do
que estudamos na aula de hoje, mas que eventualmente aparece em quest›es e
de prova. Essa vis‹o relaciona a Žtica com os valores, que nada mais s‹o do que
os princ’pios que regem o sistema moral de uma sociedade. A Žtica estuda a
moral justamente com base nos valores.
GABARITO: A

QUESTÌO 21 - Prefeitura de Belo Horizonte-MG Ð Assistente


Administrativo Ð 2015 Ð FUMARC.
Acerca da Žtica na Administra•‹o Pœblica, Ž correto afirmar, EXCETO:
a) A falta de Žtica e a corrup•‹o existem em grande escala e os meios
convencionais de repress‹o legal na maior parte do mundo t•m apresentado
resultados insatisfat—rios.
b) A falta de Žtica n‹o compromete a capacidade de governan•a, pois n‹o
representa risco ˆ sobreviv•ncia das organiza•›es pœblicas e privadas.
c) A gest‹o da Žtica transita em uma trilha bem definida na qual se
encontram valores Žticos, regras de conduta e administra•‹o.
d) As a•›es de promo•‹o da Žtica tendem a ser vistas, em boa parte, como
a•›es direcionadas a organiza•›es corruptas e indiv’duos sem Žtica.
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Coment‡rios
Perceba que a banca nos pede para marcar a alternativa errada. A letra B Ž
claramente nossa resposta, pois diz algo bem absurdo: a falta de Žtica n‹o
compromete a capacidade de governan•a. Na realidade as crises pol’ticas
geralmente se iniciam com problemas Žticos, que levam os governos e gestores
ao descrŽdito perante seus apoiadores e perante a popula•‹o. A’ temos
claramente um exemplo em que a falta de Žtica compromete a governan•a.
GABARITO: B

QUESTÌO 22 - Depen Ð Especialista Ð 2015 Ð Cespe.


Uma equipe que pretende ver seus colaboradores adquirindo novos valores
Žticos deve considerar que a aprendizagem formal deve dar-se por meio das
rela•›es humanas e n‹o apenas pela chamada Ònatureza humanaÓ
preexistente.

Coment‡rios
Os valores Žticos s‹o adquiridos de acordo com o contexto social no qual cada
ser humano est‡ inserido. A quest‹o ficou um pouco estranha porque fala em
Òaprendizagem formalÓ, mas realmente as rela•›es humanas s‹o fundamentais
para a aquisi•‹o de valores. A natureza humana preexistente Ž apenas um fator,
mas n‹o o œnico nesse processo.
GABARITO: C

QUESTÌO 23 - Depen Ð Agente Ð 2015 Ð Cespe.


A conduta Žtica do servidor deve basear-se n‹o somente na legalidade, mas
tambŽm em a•›es fundamentadas na dignidade, no decoro, na efic‡cia e na
consci•ncia dos princ’pios morais.

Coment‡rios
A dignidade, o decoro e a efic‡cia nada mais s‹o do que um conjunto de
princ’pios, que, alŽm dos demais princ’pios morais, devem guiar a conduta do
servidor pœblico, n‹o Ž mesmo!? Essa foi f‡cil! J
GABARITO: C

QUESTÌO 24 - SEAP-DF Ð Agente de Atividades Penitenci‡rias


Ð 2015 Ð Universa.
A Constitui•‹o brasileira define com clareza os princ’pios Žticos que devem
balizar a administra•‹o pœblica em todos os n’veis: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e efici•ncia.

Coment‡rios
Esses s‹o os princ’pios trazidos expressamente pelo art. 37 da Constitui•‹o
Federal, e, portanto, aplic‡veis a toda a Administra•‹o Pœblica. Apesar de haver
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outros, esses princ’pios s‹o definidos com clareza pela Constitui•‹o.


GABARITO: C

QUESTÌO 25 - MPU Ð TŽcnico Ð 2015 Ð Cespe.


Ser honesto e verdadeiro e cumprir promessas s‹o considerados princ’pios
Žticos.

Coment‡rios
A assertiva Ž meio genŽrica, mas realmente honestidade e verdade s‹o princ’pios
Žticos. N‹o podemos duvidar disso, n‹o Ž mesmo!? J
GABARITO: C

QUESTÌO 26 - MPU Ð TŽcnico Ð 2015 Ð Cespe.


Decoro, por ser uma disposi•‹o interna para agir corretamente, n‹o Ž
pass’vel, para o servidor pœblico, de ser aprendido ao longo de sua carreira.

Coment‡rios
Dizer que esta assertiva est‡ correta significaria condenar a pessoa a nunca poder
aprender algo, e isso realmente n‹o faz sentido. Tudo pode ser aprendido,
inclusive o decoro.
GABARITO: E

QUESTÌO 27 - SAPeJUS-GO Ð Agente de Seguran•a Prisional Ð


2015 Ð Universa.
Com rela•‹o ˆs obriga•›es Žticas do servidor pœblico, assinale a alternativa
incorreta.
a) Os servidores pœblicos dever‹o tratar seus concidad‹os com urbanidade,
cordialidade e educa•‹o.
b) Os servidores pœblicos dever‹o satisfazer suas obriga•›es perante os
cidad‹os de boa-fŽ.
c) Os servidores pœblicos n‹o podem incidir em conflitos de interesse que
afetem o desempenho de sua fun•‹o
d) Os mandamentos da Žtica e do direito n‹o se confundem. A œnica
diferen•a entre eles consiste na coercibilidade. Logo, os servidores pœblicos
vinculam-se ˆs leis, n‹o podendo ser responsabilizados por condutas imorais
que n‹o lhes sejam expressamente vedadas.
e) Os servidores pœblicos est‹o eticamente obrigados a guardar sigilo de
informa•›es obtidas por meio da fun•‹o, n‹o lhes sendo permitido utilizar
dessas informa•›es para seu pr—prio interesse.
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Coment‡rios
Aqui precisamos encontrar a alternativa incorreta, que neste caso Ž a letra D,
pois, apesar de haver diferen•as entre normas jur’dicas e Žticas, os servidores
podem ser responsabilizados por condutas imorais, na esfera Žtica, bem como
por condutas ilegais, na esfera disciplinar.
GABARITO: D

QUESTÌO 28 - Pol’cia Federal Ð Agente Ð 2014 Ð Cespe.


De acordo com o C—digo de ƒtica Profissional do Servidor Pœblico Civil do
Poder Executivo Federal, tratar mal um cidad‹o significa causar-lhe dano
moral.

Coment‡rios
Exato! A no•‹o de dano moral est‡ na exposi•‹o de motivos, segundo a qual o
C—digo de ƒtica tem por fundamentos b‡sicos a probidade, decoro no exerc’cio
da fun•‹o pœblica e os direitos da cidadania de n‹o sofrer dano moral enquanto
usu‡ria desses mesmos servi•os.
GABARITO: C

QUESTÌO 29 - Antaq Ð Especialista Ð 2014 Ð Cespe.


Os atos administrativos praticados por —rg‹os do Poder Executivo, do Poder
Legislativo e do Poder Judici‡rio devem observar os princ’pios da legalidade,
da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da efici•ncia.

Coment‡rios
Estes s‹o os cinco princ’pios previstos expressamente na Constitui•‹o de 1988,
e voc• precisa conhece-los bem.
GABARITO: C

QUESTÌO 30 - IBAMA Ð Analista Ambiental Ð 2013 Ð Cespe.


Quando um servidor define fins, prioriza valores e delimita regras de conduta
conforme sua concep•‹o particular de bem, ele age em conson‰ncia com
princ’pios da Žtica pœblica.

Coment‡rios
O servidor n‹o pode definir seus par‰metros de conduta apenas pela sua
concep•‹o particular de bem, mas de acordo com os princ’pios e regras Žticas
adotadas no servi•o pœblico.
GABARITO: E
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QUESTÌO 31 - TJ-RR Ð TŽcnico de N’vel MŽdio Ð 2012 Ð Cespe.


Os dirigentes de organiza•›es pœblicas que estabelecem regras claramente
explicitadas, consistentes e que sejam imparcialmente executadas
manifestam conduta Žtica baseada nos princ’pios de justi•a, equidade e
imparcialidade.

Coment‡rios
Perceba que a justi•a, a equidade e a imparcialidade s‹o princ’pios, e n‹o regras,
n‹o Ž mesmo?
GABARITO: C

QUESTÌO 32 - TJ-RR Ð Analista Ð 2012 Ð Cespe.


Adota conduta Žtica, no exerc’cio de seu cargo, o servidor pœblico que
preserva seus valores pessoais bem como os da organiza•‹o onde atua.

Coment‡rios
Agora sim! O respeito aos valores pessoais do servidor Ž importante, mas ele
deve observar os valores e preceitos Žticos da organiza•‹o.
GABARITO: C

QUESTÌO 33 - Anvisa Ð TŽcnico Administrativo Ð 2007 Ð Cespe.


O servidor pœblico jamais pode desprezar o elemento Žtico de sua conduta,
embora, em algumas situa•›es, tenha de decidir entre o que Ž legal e ilegal.

Coment‡rios
Esse trecho da exposi•‹o de motivos do C—digo de ƒtica j‡ cobrado em diversas
provas de concursos. Vamos relembrar?
Isso implica, no entendimento da Comiss‹o Especial, a ado•‹o da tradicional
doutrina segundo a qual "o agente administrativo, como ser humano dotado da
capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o honesto
do desonesto, n‹o podendo desprezar o elemento Žtico de sua conduta. Assim,
n‹o ter‡ que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas tambŽm entre o
honesto e o desonesto".
GABARITO: C

QUESTÌO 34 - MDIC Ð Analista TŽcnico Administrativo Ð 2009


Ð Funrio.
O servidor pœblico n‹o poder‡ jamais desprezar o elemento Žtico de sua
conduta. Assim ter‡ que decidir principalmente entre
a) o oportuno e o inoportuno.
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b) o conveniente e o inconveniente.
c) o justo e o injusto.
d) o ilegal e o legal.
e) o honesto e o desonesto.

Coment‡rios
Mais uma vez surge o mesmo trecho da exposi•‹o de motivos.
GABARITO: E

QUESTÌO 35 - Caixa Ð TŽcnico Banc‡rio Ð 2006 Ð Cespe.


O servidor pœblico n‹o pode desprezar o elemento Žtico de sua conduta.
Assim, o servidor pœblico tem que decidir entre o legal e o ilegal, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, bem como entre
o honesto e o desonesto.

Coment‡rios
Agora temos a senten•a completa! Mais uma vez basta o conhecimento do texto
da exposi•‹o de motivos para responder corretamente ˆ quest‹o.
GABARITO: C

QUESTÌO 36 - MTur Ð Agente Administrativo Ð 2010 Ð


Universa (adaptada).
Se um servidor houver de avaliar a pr‡tica de ato inerente ˆ sua fun•‹o e
verificar que se trata de ato legal e oportuno, saber‡ que, automaticamente,
ter‡ sido atendido o elemento Žtico do ato.

Coment‡rios
Como voc• j‡ est‡ cansado de saber, o servidor tem que decidir n‹o apenas entre
o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e o inoportuno, mas tambŽm entre o honesto e o desonesto.
GABARITO: E

QUESTÌO 37 - MTur Ð Agente Administrativo Ð 2010 Ð


Universa (adaptada).
Para que um ato atenda aos princ’pios Žticos, n‹o basta levar em conta o
aspecto da economicidade.

Coment‡rios
Isso mesmo! Ao avaliar os aspectos Žticos de um ato, o servidor deve ir muito
alŽm da legalidade ou mesmo da economicidade, sempre buscando a realiza•‹o
do bem comum.
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GABARITO: C

QUESTÌO 38 - CGU Ð Analista de Finan•as e Controle Ð 2006 Ð


ESAF.
De acordo com o C—digo de ƒtica Profi ssional do Servidor Pœblico Civil do
Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto n. 1.171, de 22.6.1994
"o servidor pœblico n‹o poder‡ jamais desprezar o elemento Žtico de sua
conduta. Assim, n‹o ter‡ que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo
e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas
no art. 37, caput, e ¤ 4o, da Constitui•‹o Federal". Esse enunciado expressa
a) o princ’pio da legalidade na Administra•‹o Pœblica.
b) a regra da discricionariedade dos atos administrativos.
c) a impossibilidade de um ato administrativo, praticado de acordo com a
lei, ser impugnado sob o aspecto da moralidade.
d) um valor Žtico destinado a orientar a pr‡tica dos atos administrativos.
e) que todo ato legal Ž tambŽm justo.

Coment‡rios
O enunciado mencionado, que Ž parte da exposi•‹o de motivos do C—digo de
ƒtica, traz um valor Žtico, e n‹o outros aspectos relacionados ˆ legalidade ou
discricionariedade dos atos administrativos.
GABARITO: D
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4 - Resumo da Aula
Para finalizar o estudo da matŽria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugest‹o Ž a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao in’cio da aula seguinte, como forma de
ÒrefrescarÓ a mem—ria. AlŽm disso, segundo a organiza•‹o
de estudos de voc•s, a cada ciclo de estudos Ž fundamental
retomar esses resumos. Na aula de hoje decidi colocar no
resumo apenas os crimes tipificados pela Lei do Racismo.
Definitivamente este Ž o conteœdo mais importante da lei.

ƒTICA MORAL

ƒ a reflex‹o filos—fica sobre a Tem car‡ter pr‡tico (com for•a


moral (car‡ter te—rico); normativa);

ƒ permanente, pois Ž universal; ƒ tempor‡ria, pois Ž cultural;

ƒ princ’pio; S‹o aspectos de condutas


espec’ficas;

ƒ a Òci•nciaÓ que estuda a moral Est‡ relacionada com os h‡bitos e


(diretamente relacionada ˆ pol’tica e costumes de determinados grupos
ˆ filosofia). sociais.
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5 - Considera•›es Finais
Caro amigo, chegamos ao final desta nossa aula demonstrativa! Estudamos hoje
temas de f‡cil compreens‹o, que s‹o muito cobrados em provas de ƒtica.
Espero que voc• tenha gostado deste aperitivo e decida preparar-se com o
EstratŽgia! Se tiver ficado alguma dœvida por favor me procure no f—rum. Estou
tambŽm dispon’vel no e-mail e nas redes sociais.

Grande abra•o!

Paulo Guimar‹es

professorpauloguimaraes@gmail.com

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