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AGU

1. Ética e moral. .................................................................................................................................. 1


2. Ética, princípios e valores. .............................................................................................................. 9
3. Ética e democracia: exercício da cidadania. ................................................................................. 11
4. Ética e função pública. .................................................................................................................. 15
5. Ética no Setor Público. 5.1. Código de Ética Profissional do Serviço Público – Decreto nº 1.171/1994
e Decreto nº 6.029/2007. ....................................................................................................................... 17
5.2. Lei nº 8.112/90 – regime disciplinar: deveres e proibições; acumulação de cargos;
responsabilidades; penalidades. 5.3. Lei nº 8.429/92: disposições gerais; atos de improbidade
administrativa. ....................................................................................................................................... 43

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1. Ética e moral.

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todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
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ÉTICA E MORAL

Sendo uma palavra de origem grega – ethos – que significa caráter.


Diferentes filósofos tentaram conceituar o termo ética:
Sócrates ligava-o à felicidade de tal sorte que afirmava que a ética conduzia à felicidade, uma vez que
o seu objetivo era preparar o homem para o autoconhecimento, conhecimento esse que constitui a base
do agir ético.
A ética socrática prevê a submissão do homem e da sua ética individual à ética coletiva que pode ser
traduzida como a obediência às leis.
Para Platão a ética está intimamente ligada ao conhecimento dado que somente se pode agir com
ética quando se conhece todos os elementos que caracterizam determinada situação posto que somente
assim, poderá o homem alcançar a justiça.
Para José Renato Nalini1 “ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.2 É
uma ciência, pois tem objeto próprio, leis próprias e método próprio, na singela identificação do caráter
científico de um determinado ramo do conhecimento.3 O objeto da Ética é a moral. A moral é um dos
aspectos do comportamento humano. A expressão moral deriva da palavra romana mores, com o sentido
de costumes, conjunto de normas adquiridas pelo hábito reiterado de sua prática.
Com exatidão maior, o objeto da ética é a moralidade positiva, ou seja, "o conjunto de regras de
comportamento e formas de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do bem".4 A distinção
conceitual não elimina o uso corrente das duas expressões como intercambiáveis. A origem etimológica
de Ética é o vocábulo grego "ethos", a significar "morada", "lugar onde se habita". Mas também quer dizer
"modo de ser" ou "caráter". Esse "modo de ser" é a aquisição de características resultantes da nossa
forma de vida. A reiteração de certos hábitos nos faz virtuosos ou viciados. Dessa forma, "o ethos é o
caráter impresso na alma por hábito".5”
Perla Müller6 explica vários aspectos da ética, quais sejam: ética especulativa que é aquela que busca
responder, de forma não definitiva, indagações acerca da moral e de seus princípios de sorte que,
utilizando-se de investigação teórica é possível à ética explicar algumas realidades sociais.
Para a mesma, a ética é ainda pedagogia do espírito, posto que é o estudo dos ideais da educação
moral. A ética pode ser vista também como a medida que o indivíduo toma de si, portanto, é pessoal e
voluntária.
Em suma: “ser ético significa conhecer e cumprir o dever; a ética é a condição que possibilita o
conhecimento do dever. O ‘dever’ repousa, antes de qualquer coisa, no reconhecimento da necessidade
de respeitar a todos como fins em si mesmos e não como meios para qualquer outro objetivo”.
A ética guarda estreita relação com a moral e os princípios, porém com esses não se confunde.
A ética é a ciência que busca estudar a melhor forma de convívio humano. No convívio social se faz
necessário a obediência de certas normas que visam impedir conflitos e promover a paz social, essas
são as normas éticas.
Toda sociedade possui preceitos éticos e esses baseiam-se nos valores e princípios dessa mesma
sociedade e influenciam a formação do caráter individual do ser humano que nessa convive.
Os valores de uma sociedade são baseados no chamado senso comum, ou seja, nos conceitos aceitos
e sentidos por um número indeterminado de pessoas.

1
NALINI, José Renato. Conceito de Ética. Disponível em: www.aureliano.com.br/downloads/conceito_etica_nalini.doc.
2
ADOLFO SÁNCHEZ V ÁZQUEZ, Ética, p. 12. Para o autor, Ética seria a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.
3
Ciência, recorda MIGUEL REALE, é termo que "pode ser tomado em duas acepções fundamentais distintas: a) como 'todo conjunto de conhecimentos
ordenados coerentemente segundo princípios'; b) como 'todo conjunto de conhecimentos dotados de certeza por se fundar em relações objetivas, confirmadas por
métodos de verificação definida, suscetível de levar quantos os cultivam a conclusões ou resultados concordantes'" (Fílosofia do direito, p. 73, ao citar o Vocabulaire
de Ia phílosophie, de LALANDE).
4
EDUARDO GARCÍA MÁYNEZ, Ética - Ética empírica. Ética de bens. Ética formal. Ética valorativa, p. 12.
5
ADELA CORTINA, Ética aplicada y democracia radical, p. 162.
6
MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Jus Podivm, 2014.

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Quando se fala em valores, necessariamente deve-se tratar de juízo de aprovação ou reprovação, ou
seja, para determinada sociedade um comportamento pode ser tido como bom e, portanto, aprovado,
enquanto outro é reprovado por ser considerado ruim.
O ser humano é influenciado por esses valores estabelecidos no meio social em que convive de sorte
que passa a adotá-los ainda que inconscientemente. Contudo, para agir com ética é preciso que o homem
reflita sobre seus passos, de forma a adotar determinado comportamento porque, após a devida reflexão,
considerou-o justo. Não existe ética onde há ausência de pensamento.
Tem-se como valores éticos aqueles sobre os quais o homem exerceu atividade intelectual. Ao
estabelecer juízo de valores sobre determinadas situações ou coisas o homem está atribuindo a essas
conceitos morais.
Moral, portanto, é o fator que determina se algo é bom ou ruim. Pertence à ética mas, com essa não
se confunde, haja vista que a ética tem como objeto de estudo o comportamento humano em sua forma
mais abrangente e a moral é uma expressão dos valores humanos, ou seja, quando o homem classifica
algo como bom ou como ruim, está expressando seus valores. São esses valores que vão pautar seu
comportamento.
Os atos morais possuem dois aspectos, quais sejam: o aspecto normativo que se traduz nas normas
e imperativos que revelam o dever ser e o aspecto factual que é a aplicação dessas normas no convívio
social.
Os princípios são as regras de boa conduta, ou seja, são os conceitos estabelecidos que regem o
comportamento humano por serem aceitos como bons, portanto, refletem a moral social.

Características da Ética:

Imutabilidade: a mesma ética de séculos atrás está vigente hoje;

Validade universal: no sentido de delimitar a diretriz do agir humano para todos os que vivem no
mundo. Não há uma ética conforme cada época, cultura ou civilização. A ética é uma só, válida para todos
eternamente, de forma imutável e definitiva, por mais que possam surgir novas perspectivas a respeito
de sua aplicação prática.

Para melhor compreensão, elencamos demais definições de Ética:


- Ciência do comportamento adequado dos homens em sociedade, em consonância com a virtude.
- Disciplina normativa, não por criar normas, mas por descobri-las e elucidá-las. Seu conteúdo mostra
às pessoas os valores e princípios que devem nortear sua existência.
- Doutrina do valor do bem e da conduta humana que tem por objetivo realizar este valor.
- Saber discernir entre o devido e o indevido, o bom e o mau, o bem e o mal, o correto e o incorreto, o
certo e o errado.
- Fornece as regras fundamentais da conduta humana. Delimita o exercício da atividade livre. Fixa os
usos e abusos da liberdade.
- Doutrina do valor do bem e da conduta humana que o visa realizar.

“Em seu sentido de maior amplitude, a Ética tem sido entendida como a ciência da conduta humana
perante o ser e seus semelhantes. Envolve, pois, os estudos de aprovação ou desaprovação da ação dos
homens e a consideração de valor como equivalente de uma medição do que é real e voluntarioso no
campo das ações virtuosas”7.
Podemos dizer, de um modo geral, que ética é o conhecimento que oferta ao homem critérios para
a eleição da melhor conduta, tendo em conta o interesse de toda a comunidade humana.8
Perla Müller disponibilizou um quadro – resumo sobre Ética:9

ÉTICA
Ethos (grego): caráter, morada do ser;
Disciplina filosófica (parte da filosofia);
Os fundamentos da moralidade e princípios ideais da ação humana;
Ponderação da ação, intenção e circunstâncias sob o manto da liberdade;
Teórica, universal (geral), especulativa, investigativa;
Fornece os critérios para eleição da melhor conduta.
7
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
8
ALMEIDA, Guilherme de Assis; CHRISTMANN, Martha Ochsenhofer. Ética e direito: uma perspectiva integrada. 3ª edição, São Paulo: Atlas, 2009, p.4.
9
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 15.

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Ética e moral

Entre os elementos que compõem a Ética, destacam-se a Moral e o Direito. Assim, a Moral não é a
Ética, mas apenas parte dela. Neste sentido, Moral vem do grego Mos ou Morus, referindo-se
exclusivamente ao regramento que determina a ação do indivíduo.
Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas pela Moral ser apenas uma parte da Ética,
mas principalmente porque enquanto a Moral é entendida como a prática, como a realização efetiva e
cotidiana dos valores; a Ética é entendida como uma “filosofia moral”, ou seja, como a reflexão sobre a
moral. Moral é ação, Ética é reflexão.
Em resumo:
- Ética - mais ampla - filosofia moral – reflexão;
- Moral - parte da Ética - realização efetiva e cotidiana dos valores – ação.

No início do pensamento filosófico não prevalecia real distinção entre Direito e Moral, as discussões
sobre o agir ético envolviam essencialmente as noções de virtude e de justiça, constituindo esta uma das
dimensões da virtude. Por exemplo, na Grécia antiga, berço do pensamento filosófico, embora com
variações de abordagem, o conceito de ética aparece sempre ligado ao de virtude.
O descumprimento das diretivas morais gera sanção, e caso ele se encontre transposto para uma
norma jurídica, gera coação (espécie de sanção aplicada pelo Estado). Assim, violar uma lei ética não
significa excluir a sua validade. Por exemplo, matar alguém não torna matar uma ação correta, apenas
gera a punição daquele que cometeu a violação. Neste sentido, explica Reale10: “No plano das normas
éticas, a contradição dos fatos não anula a validez dos preceitos: ao contrário, exatamente porque a
normatividade não se compreende sem fins de validez objetiva e estes têm sua fonte na liberdade
espiritual, os insucessos e as violações das normas conduzem à responsabilidade e à sanção, ou seja, à
concreta afirmação da ordenação normativa”.
Como se percebe, Ética e Moral são conceitos interligados, mas a primeira é mais abrangente que a
segunda, porque pode abarcar outros elementos, como o Direito e os costumes. Todas as regras éticas
são passíveis de alguma sanção, sendo que as incorporadas pelo Direito aceitam a coação, que é a
sanção aplicada pelo Estado. Sob o aspecto do conteúdo, muitas das regras jurídicas são compostas por
postulados morais, isto é, envolvem os mesmos valores e exteriorizam os mesmos princípios.

Sobre o tema Ética e Moral concordamos com Perla Müller:11


Enquanto a ética está contida na reflexão, a moral está contida na ação. A moral, verificada na
ação reiterada no tempo e espaço (costume, hábito), é tida como particular. A ética, de cunho
filosófico, é tida como universal.12
A palavra ‘moral’ vem do latim mos (cujo plural é mores) e significa costume, ou seja, uma longa e
inveterada repetição de atos consagrados como necessários ao bom conviver, como muito bem lembrado
por Elcias Ferreira da Costa ao citar Ulpiano.13
Enquanto a ética, como disciplina filosófica, é especulativa, a moral, seu objeto de estudo, é
normativa.
A moral, portanto, é influenciada por fatores sociais e históricos (espaço – temporais), havendo
diferenças entre os conceitos morais de um grupo para outro (relativismo), diferentemente da ética que,
como dito linhas acima, pauta-se pela universalidade (absolutismo), valendo seus princípios e valores
para todo e qualquer local, em todo e qualquer tempo.
A moral constitui-se como conjunto de normas de conduta que se apresentam como boas,
corretas, ou seja, como expressão do ‘bem’.
A experiência humana cotidiana, responsável pela construção do hábito e do costume, é fonte das
normas morais. A moral é, portanto, pragmática. As normas morais são fórmulas elaboradas pelo
homem para ordenar, regular seu comportamento.
Moral é a característica do comportamento que é conforme as normas morais, assim como legal é
p comportamento que é conforme as normas legais jurídicas.
Observe que a simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética (...), isto é,
uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais.14

10
REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
11
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, páginas 16 – 17.
12
A ética tem a pretensão de ser universal, já que quer estabelecer valores e princípios que possam ser considerados universais. Mas sua universalidade não
ultrapassa esta pretensão de encontro de valores e princípios universais, ou seja, válidos e obrigatórios para todo ser racional. Isto porque, como fonte perene,
incessante de investigação e indagação, a ética transforma-se a cada crítica e reflexão posta a si mesmo.
13
In Deontologia Jurídica: ética das profissões jurídicas. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 04.
14
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2012, p. 386.

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E assim Müller conclui:15
Quer isto dizer que a ética, enquanto disciplina filosófica, pode modificar, refinar ou aprimorar valores
morais, ou seja, pode incidir para alterar as regras morais enraizadas na sociedade através da avaliação
que faz de princípios e valores morais até então estabelecidos.
A moral, no serviço público, aplica-se às relações de comando e obediência, já que é normativa.
E finaliza com o quadro – resumo de Moral:

MORAL
Mos (latim, plural mores): costume;
Regulação (normatização), comportamentos considerados como adequados a determinado grupo
social;
Prática (pragmática), particular;
Dependência espaço – temporal (relativa); caráter histórico e social.

Questões

01. (SEGEP/MA – Agente Penitenciário – FUNCAB/2016) A Moral:


(A) no sentido prático, tem finalidade divergente da ética, mas ambas são responsáveis por construir
as bases que vão guiar a conduta do homem.
(B) determina o caráter da sociedade e valores como altruísmo e virtudes, ensina a melhor forma de
agir e de se comportar em sociedade, e capacita o ser humano a competir com os antiéticos, utilizando
os mesmos meios destes.
(C) diferencia-se da ética no sentido de que esta tende a julgar o comportamento moral de cada
indivíduo no seu meio. No entanto, ambas buscam o bem-estar social.
(D) é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano, usadas eventualmente por cada cidadão, que
orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral,
certo ou errado, bom ou mau.
(E) é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar
explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica.

02. (FUNPRESP/EXE – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016) Acerca da ética e da função pública


e da ética e da moral, julgue o item que se segue.
Os termos moral e ética têm sentidos distintos, embora sejam frequente e erroneamente empregados
como sinônimos.
(....) Certo (....) Errado

03. (SEDUC/PI – Professor de Filosofia – NUCEPE) Sobre as éticas deontológicas, marque a


alternativa INCORRETA.
(A) Para uma ética deontológica, o conceito central é o de Dever.
(B) Em sua formulação contemporânea, uma ética deontológica assume a prioridade do justo sobre o
bem.
(C) Em Kant, a ética deontológica preconiza uma razão prática autônoma em relação às inclinações
naturais, de caráter universal.
(D) Para uma ética deontológica, o único sentimento apropriado é o de respeito à lei moral, dada a
precedência das normas sobre os desejos.
(E) Para uma ética deontológica, o conteúdo do dever universal é configurado a partir das
consequências do curso de ação escolhido.

04. (TCE/RN – Conhecimentos Básicos – CESPE) Com relação à ética e à moral, julgue o item
seguinte.
A ética é um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo
social ou de uma sociedade.
(....) Certo (....) Errado

05. (TCE/RN – Conhecimentos Básicos – CESPE) Com relação à ética e à moral, julgue o item
seguinte.

15
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 17.

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A efetivação da cidadania e a consciência coletiva da cidadania são indicadores do desenvolvimento
moral e ético de uma sociedade.
(....) Certo (....) Errado

06. (MPU – Técnico do MPU – CESPE) Com relação a moral e ética, julgue o item a seguir.
A ética é um ramo da filosofia que estuda a moral, os diferentes sistemas públicos de regras, seus
fundamentos e suas características
(....) Certo (....) Errado

07. (DEPEN – Agente e Técnico – CESPE) Acerca da ética e da moralidade no serviço público, julgue
o item subsecutivo.
Ética e moral são termos que têm raízes históricas semelhantes e são considerados sinônimos, uma
vez que ambos se referem a aspectos legais da conduta do cidadão.
(....) Certo (....) Errado

08. (CRN/3R/SP e MS – Assistente Administrativo – Quadrix) O ramo da filosofia que trata dos
costumes ou dos deveres do homem para com seus semelhantes e para consigo, sobre como se deve
viver e, portanto, sobre a natureza de certo e errado, bem e mal, dever e obrigação, faz parte dos
conceitos da:
(A) dialética
(B) estética.
(C) essência.
(D) ética.
(E) teologia.

09. (CNEN – Assistente Administrativo – IDECAN) “A ética é o campo do conhecimento que trata
da definição e avaliação do comportamento das pessoas e organizações. A ética lida com a aprovação
ou reprovação do comportamento observado em relação ao comportamento ideal, sendo este definido
por meio de um código de conduta, implícito ou explícito.” Segundo o conceito de Maximiano, a afirmativa
anterior é
(A) verdadeira.
(B) falsa, pois o código de conduta é sempre explícito.
(C) falsa, pois a ética limita-se ao comportamento das pessoas.
(D) falsa, pois a ética restringe-se à reprovação do comportamento.
(E) falsa, pois a ética limita-se ao comportamento das organizações.

10. (SEDS/TO – Assistente Socioeducativo – FUNCB) Em busca do comprometimento com o


cidadão usuário e com a eficiência, a Administração Pública vem realizando esforços para que seus
agentes conheçam a ciência que teoriza sobre as condutas humanas e sobre o conjunto de valores que
devem orientar o comportamento dos homens em relação aos seus semelhantes. Tal ciência denomina-
se:
(A) moral
(B) ética
(C) reflexologia.
(D) principiologia.

11. (SEDS/TO – Assistente Socioeducativo – FUNCB) A ética se apresenta como uma reflexão
crítica sobre:
(A) política.
(B) moralidade.
(C) ação.
(D) trabalho.

12. (ANTAQ – Conhecimentos Básicos – CESPE) Considerando os conceitos de ética e moral,


julgue o item abaixo.
A ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.
(....) Certo (....) Errado

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13. (Prefeitura de Paranaguá/PR – Economista – FAFIPA/2016) Sobre a ética, assinale a alternativa
INCORRETA.
(A) O objeto principal da ética, como ramo da filosofia, é a reflexão do comportamento humano através
da análise dos valores e normas sociais vigentes em determinado lugar.
(B) Ética e moral nem sempre são sinônimos; a moral seria um conjunto de normas que podem variar
com o momento histórico e cultural de cada sociedade, sendo, na verdade, o objeto de estudo da ética.
(C) Ética vem da palavra romana ethos, que vem de mos ou mores do grego, que significa moral,
caráter ou costumes.
(D) Muitos dividem a ética didaticamente em dois campos: o primeiro cuida dos problemas gerais e
fundamentais relacionados aos valores e normas da sociedade e o segundo, de áreas específicas, como
a ética profissional etc.

14. (SEJUC/RN – Agente Penitenciário – IDECAN/2017) “Toda cultura e cada sociedade institui uma
moral, isto é, valores concernentes ao bem e ao mal, ao permitido e ao proibido, e à conduta correta. No
entanto, a simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética, entendida como
filosofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores
morais.”
(CHAUI, Marilena – Convite à filosofia.)
A partir do trecho anterior, pode-se concluir que:
(A) Ética é o estudo dos valores morais.
(B) Ética e moral são conceitos sinônimos.
(C) Tanto a moral quanto a ética são universais.
(D) Moral é uma ciência, enquanto ética é a conduta humana.

Gabarito

01. C/ 02. Certo. / 03. E./ 04: Certo. / 05. Certo. / 06. Certo. /
07. Errado. / 08. D./ 09. A./ 10. B./ 11. B./ 12. Certo. / 13. C./ 14. A.

Comentários

01. Resposta: C.
Moral - é o conjunto de regras que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade. As
regras definidas pela moral regulam o modo de agir das pessoas. Está associada aos valores e
convenções estabelecidos coletivamente por cada cultura ou por cada sociedade a partir da consciência
individual, que distingue o bem do mal, ou a violência dos atos de paz e harmonia. A moral orienta o
comportamento do homem diante das normas instituídas pela sociedade ou por determinado grupo social.
Diferencia-se da ética no sentido de que esta tende a julgar o comportamento moral de cada indivíduo no
seu meio. No entanto, ambas buscam o bem-estar social.

02. Resposta: Certo.


A moral incorpora as regras que temos de seguir para vivermos em sociedade, regras estas
determinadas pela própria sociedade. Quem segue as regras é uma pessoa moral; quem as desobedece,
uma pessoa imoral.
A ética, por sua vez, é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, que reflete sobre as regras morais.
A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as, por exemplo,
ultrapassadas.

03. Resposta: E.
A deontologia também se refere ao conjunto de princípios e regras de conduta — os deveres —
inerentes a uma determinada profissão. Assim, cada profissional está sujeito a uma deontologia própria
a regular o exercício de sua profissão, conforme o Código de Ética de sua categoria.

04. Resposta: Certo.


A ética é a parte da filosofia que se ocupa do comportamento moral do homem. Ela engloba um
conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa, que estão ligados à prática do bem e da justiça,
aprovando ou desaprovando a ação do homem, de um grupo social ou de uma sociedade.
Para Aurélio Buarque de Holanda, ética é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta
humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada

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sociedade, seja de modo absoluto”. Enquanto a ética trata o comportamento humano como objeto de
estudo, procurando tomá-lo o mais abrangente possível, a moral se ocupa de atribuir um valor à ação.
Esse valor tem como referências o bem e o mal, baseados no senso comum.

05. Resposta: Certo.


"A cidadania nem sempre é uma realidade efetiva, nem para todos. A efetivação da cidadania e a
consciência coletiva dessa condição são indicadores do desenvolvimento moral e ético de uma
sociedade. Para a ética não basta que exista um elenco de princípios fundamentais e direitos definidos
nas Constituições. O desafio ético para uma nação é o de universalizar os direitos reais, permitindo a
todos as cidadanias plenas, cotidianas e ativas".

06. Resposta: Certo.


A ética é uma ciência de estudo da filosofia. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom
funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não
possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.
A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais, ou seja, antecede
qualquer lei ou código. Do ponto de vista da Filosofia, Ética é a parte da filosofia que estuda os
fundamentos da moral e os princípios ideais da conduta humana, ou seja, tem como objeto de estudo o
estímulo que guia a ação: os motivos, as causas, os princípios, as máximas, as circunstâncias.
Sócrates, considerado o pai da filosofia, dizia que a obediência à lei era o divisor entre a civilização e
a barbárie. Segundo ele, as ideias de ordem e coesão garantem a promoção da ordem política. A ética
deve respeitar às leis, portanto, à coletividade.
A ética refere-se a um conjunto de conhecimentos advindos da análise do comportamento humano e
dos valores morais, enquanto a moral tem por base as regras, a cultura e os costumes seguidos
ordinariamente pelo homem. Assim, podemos concluir que a ética é uma ciência sobre o comportamento
moral dos homens em sociedade e está relacionada a filosofia. Além disso, A ética pode levar a
modificações na moral, com aplicação universal, guiando e orientando racionalmente e do melhor modo
a vida humana.
Podemos concluir que a ética pode ser normativa, em uma tentativa de alcançar padrões morais que
guiam as nossas atuações da vida. Estuda o certo e o errado, os deveres e assim, propõe códigos morais
ou regras de comportamento.

07. Resposta: Errado.


Da análise do discurso das pessoas participantes da enquete e de alguns formadores de opinião no
Brasil, depreende-se que as palavras ética e moral frequentemente são usadas como sinônimos. Esse
fato igualmente se comprova na revisão bibliográfica.
GOLDIM, J.R., citando Robert Veatch, diz que esse dá uma boa definição operacional da ética ao
propor que ela é a “realização de uma reflexão disciplinada das intuições morais e das escolhas morais
que as pessoas fazem”.
Em realidade, Ética e Moral são duas posturas do pensamento metafórico (LAKOFF & JONHSON)
humano. Ambas são geradoras de comportamentos, os quais em determinados momentos se sobrepõem
e que, em outros, atuam em campos opostos.
A Ética está a serviço do pensamento metafórico (predominantemente inconsciente) e do
comportamento de todos os humanos; desde o ateu ou agnóstico até o mais convicto religioso. A laicidade
confere para a Ética um caráter de unicidade.
Por outro lado, a Moral é uma escala dinâmica de valores psicossociais (costumes) interligados e
fundamentados em raízes psicológicas e religiosas. Prova desse fato está na inexistência de uma moral
dos ateus ou dos agnósticos, pois esses devem se orientar por parâmetros éticos.

08. Resposta: D.
Dialética - Dialética é uma palavra com origem no termo em grego dialektiké e significa a arte do
diálogo, a arte de debater, de persuadir ou raciocinar.
Estética - Estética é uma palavra com origem no termo grego aisthetiké, que significa “aquele que nota,
que percebe”. Estética é conhecida como a filosofia da arte, ou estudo do que é belo nas manifestações
artísticas e naturais.]
Essência - Essência é o substantivo feminino com origem no latim essentia e que indica a natureza,
substância ou característica essencial de uma pessoa ou coisa. Também pode se referir a um aroma ou
perfume.

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CORRETA - ÉTICA - Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A
palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter.
Teologia - Teologia é o estudo da existência de Deus, das questões referentes ao conhecimento da
divindade, assim como de sua relação com o mundo e com os homens. Do grego “theos” (deus, termo
usado no mundo antigo para nominar seres com poderes além da capacidade humana) + “logos” (palavra
que revela), por extensão “logia” (estudo).

09. Resposta: A.
O dicionário de Sérgio Ximenes (2002, pg. 409), define ética como ciência que estuda os juízos moral
referente à conduta humana, virtude caracterizada pela orientação dos atos pessoais segundo os valores
do bem e da decência pública, e a moral conjunto de regras de conduta baseadas nas noções de bem e
de mal, Os estudos de Maximiano (1974, p.294) demonstram que a ética tem sido entendida sob várias
concepções. Assim, a concepção de ética tratada pelo autor afirma que.
“A ética é como a disciplina ou campo do conhecimento que trata da definição e avaliação de pessoas
e organização, e a disciplina que dispõe sobre o comportamento adequado e os meios de implementá-lo
levando-se em consideração os entendimentos presentes na sociedade ou em agrupamentos sociais
particulares”.
Na interpretação de Maximiano (1974, p.371) os valores éticos podem ser absolutos, baseia-se na
premissa de que as normas de conduta são válidas em todas as situações, ou relativa, que as normas
dependem da situação.
Para melhor entender, fez-se um estudo mais aprofundado onde os orientais entendem a ética relativa
de forma que os indivíduos devem dedicar-se inteiramente à empresa, que constitui uma família à qual
pertence à vida dos trabalhadores. Já, para os ocidentais, o entendimento é de que há diferença entre a
vida pessoal e a vida profissional. Assim, encerrado o horário normal do trabalho, o restante do tempo é
do trabalhador e não do patrão. Em relação à ética absoluta, parte-se do princípio de que determinadas
condutas são intrinsecamente erradas ou certas, qualquer que seja a situação, e, dessa maneira, devem
ser apresentadas e difundidas como tal.16

10. Resposta: B.
A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento
humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas
por cada sociedade.
Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas
regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou
imoral, certo ou errado, bom ou mau.
No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por
construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes,
e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.

11. Resposta: B.
Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar
explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica.
A Ética é a parte da filosofia que estuda a moralidade das ações humanas, isto é, se são boas ou más.
É uma reflexão crítica sobre a moralidade.

12. Resposta: Certo.


A Ética é um ramo de estudo que tem por objetivo o estudo do comportamento humano dentro de cada
sociedade.
Ética - é uma ciência sobre o comportamento moral dos homens em sociedade e está relacionada à
filosofia.
Moral - um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento
individual do homem.

13. Resposta: C.
Ética é uma palavra de origem grega – ethos – que significa caráter.

16
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 1974, p. 371; MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da
administração. São Paulo: Atlas, 1974, p. 294. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/etica-etica-empresarial-moral-e-responsabilidade-social/1700/.

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14. Resposta: A.
A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento
humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas
por cada sociedade. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”.

2. Ética, princípios e valores.

ÉTICA, VALORES E PRINCÍPIOS

Se a ética é disciplina filosófica que lança esforço e olhares, de forma reflexiva e profundamente crítica,
sobre o comportamento humano, afim de valorá-lo como bom, justo (ou mau, injusto), fazendo-o através
da tentativa, perene, de compreensão do sentido da vida e da existência humana, buscando, inclusive,
fornece elementos para correção moral da ação, de imperiosa necessidade o entendimento do que sejam
virtudes, princípios e valores.
Aristóteles, já na Grécia antiga (por volta do século V a. C.), dedicou um livro inteiro ao problema ético:
sua filosofia, em especial no plano da ética, tentou aliar o horizonte teórico-filosófico à dimensão prática
expressa no agir. Em Aristóteles, não é suficiente apenas conhecer, compreender e contemplar a verdade
sobre o bom, o justo, o correto; é necessário fazê-la atuar, agir segundo a verdade conhecida.
A ética – e toda a filosofia, deve expressar-se no agir humano. Por exemplo, de nada adianta saber
fazer fogo, se não se sabe para que e como usá-lo! Quer isto dizer que, nada adianta saber o que é bom,
justo, certo não significa que seremos, em nossas ações, bons, justos, corretos se assim não agirmos. A
ciência nos ensinou a fazer o fogo; mas é nossa consciência moral que nos orientará a como devemos
usá-lo: se para saciar adequada e dignamente a fome aquecendo o alimento, ou para causar dano a
integridade física ou patrimonial alheia incendiando deliberadamente!
O comportamento ético, já dizia Aristóteles, é o agir repetido em conformidade com as respectivas
virtudes (do grego areté). Mas o que são virtudes? Virtudes são excelências, são, no campo ético,
disposições do caráter, ou seja, a propensão (inclinação) a nos comportarmos bem relativamente
àquilo que nos afeta. Ora, as disposições do caráter podem nos levar a comportamentos bem ou mal
diante um sentimento que nos afeta, por exemplo. Mas este comportamento só será virtuoso, se for o
bem comportar-se. Assim, as disposições do caráter podem constituir virtudes ou perversões: se nos
comportarmos bem diante determinada situação, praticamos a virtude (excelência); se nos comportarmos
mal, praticamos a perversão (vício).
Apenas para melhor elucidação: quando somos magoados ou maltratados por uma pessoa, somos
tomados por um sentimento de raiva ou mesmo de ira. Imaginemos que somos um servidor público
responsável pela expedição de certidões que comprovam a existência ou inexistência de ações ajuizadas
em face dos cidadãos. Imaginemos então que aquela pessoa que nos magoou ou maltratou dias antes
vá até a repartição pública onde servimos e precise, com urgência, de uma certidão comprobatória de
inexistência de ações contra ela ajuizadas, para que consiga, rapidamente, vender um imóvel para
levantar dinheiro para fazer frente a despesas com sua saúde debilitada, diante deste quadro podemos
agir de duas formas: ou demoramos, deliberadamente, par expedir a dita certidão, como forma de causar-
lhe dor e sofrimento, e assim irmos à forra com quem nos magoou ou maltratou e neste caso nos
inclinaremos a um comportamento mau (viciado); ou atuaremos com presteza e agilidade, fornecendo-
lhe quanto antes a certidão buscada, tornado eficaz o serviço público e excelente nosso labor, inclinando-
os, assim, a um comportamento bom ,(virtuoso). Veja que nossas disposições de caráter podem pender
para a virtude ou para o vício, sendo que a escolha ´tica que devemos fazer!
O comportamento ético é, por essência, virtuoso. A virtude, assim, é a potência moral do homem, a
realização mais perfeita de um modo de agir; e o hábito é que torna o homem virtuoso pela prática
reiterada de virtudes, de modo que a virtude é a disposição firme e constante para o que tem valor.
Em um sentido vulgar, “valor” é o preço (ou utilidade) dos bens materiais ou a dignidade (ou mérito)
das pessoas (o valor de um carro ou o mérito de um servidor público).
No campo ético, valores são objetos da escolham oral, os fins da ação ética; é o predicado, a
qualidade que torna algo estimável; é o preferível, o objeto de uma antecipação ou de uma
expectativa normativa (de um dever ser); é, enfim, possibilidade de escolha, já que nem sempre é
escolhido. Ora, a vida é um bem a que atribuímos altíssima estima; desta forma, a vida é um valor!
Ora, vimos acima que as disposições de caráter do homem podem orienta-lo para a prática do bem
(do que tem valor moral) ou para o mal (do que não tem valor moral); desta forma, de fato o valor é

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preferível e uma possibilidade de escolha nem sempre escolhida, já que, como dito, o homem pode
inclinar-se para a perversão, para o vício. Portanto, o valor é objeto de uma escolha moral, de uma escolha
positivamente moral.
No exemplo anterior, do “servidor magoado”, se escolher o caminho virtuoso”, ou seja, cumprir com
presteza e agilidade seu labor ainda que em favor de quem lhe tenha magoado e maltratado, resta
evidente que escolheu o que tem valor positivo, o que deve ser moralmente estimado, já que escolheu
como valores a eficiência e excelência do serviço público em detrimento de qualquer interesse eu pessoal.
E a escolha do que tem valor, deve ser uma constante, deve orientar toda e qualquer de nossas ações,
porque só assim implementaremos o que de fato nos exige a ética.
É o habito, dessa forma, que, orientando o comportamento para a prática de virtudes, nos leva à
observância o valor.
Mas como fazer a escolha entre valores ou entre o que tem e o que não tem valor? O processo de
escolha, como todo processo, se faz por princípios. Princípios, assim, são, de forma geral, pontos de
partida ou fundamentos de um processo. Do ponto de vista filosófico, princípio é o fundamento do
ser, do devir (do vir a ser), do conhecer. Sob a perspectiva especificamente ética, princípio é a fonte, o
substrato em que se funda a ação.
Deste modo, por princípio, deve-se optar pela prática de virtudes, ou seja, inclinar-se para o que tem
valor moral, como forma de implementar o comportamento ético.
Os princípios que pomos, estabelecemos para nós mesmos, como vetores, guias do nosso
comportamento, nos são dados por nosso senso moral, ou seja, “pela maneira como avaliamos nossa
situação e a de nossos semelhantes segundo ideias como as de justiça e injustiça” e eleitos por nossa
consciência moral, ou seja, por nossa faculdade de estabelecer julgamento morais acerca de nossas
próprias escolhas.
Assim, o senso moral nos permite distinguir o justo do injusto, o certo do errado, o bom do mau; mas
é nossa consciência moral que nos torna responsável, perante nós mesmos e os outros, por nossas
escolhas. Nosso senso e nossa consciência moral nos auxiliam a definir, para nós mesmos, os valores
que iremos salvaguardar através de nosso comportamento individual e social.
Finalmente, parece desnecessário destacar que, do servidor público, espera-se a prática de virtudes,
a escolha do que vale moralmente, a orientação do comportamento segundo princípios que o dirijam ao
bem.

VIRTUDES (ARETÉ) VALORES PRINCÍPIOS


Excelências;
Objeto de escolha moral; Ponto de partida;
Disposição do caráter para o
O preferível Fundamento da ação
bem.

Questões

01. (MME – Nível Médio – CESPE) Quando a distribuição de bens por determinado agente público
resulta em benefícios aos desfavorecidos, é correto afirmar que os princípios e valores que regem a
conduta desse agente se baseiam em uma abordagem
(A) com ênfase na garantia de oportunidades a todos.
(B) convencional da ética e do direito público.
(C) utilitária da ética e da justiça social.
(D) moralista dos direitos dos cidadãos.
(E) individualista da ética.

02. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB) A ética pode ser definida como:
(A) um conjunto de valores genéticos que são passados de geração em geração.
(B) um princípio fundamental para que o ser humano possa viver em família.
(C) a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, responsável pela investigação dos princípios que
motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano em sociedade.
(D) um comportamento profissional a ser observado apenas no ambiente de trabalho.
(E) a boa vontade no comportamento do servidor público em quaisquer situações e em qualquer tempo
de seu cotidiano.

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03. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017) Assinale a alternativa que preenche
corretamente a lacuna. _______________ constitui o conjunto de valores ou princípios morais que
definem o que é certo ou errado para uma pessoa, grupo ou organização
(A) Comportamento
(B) Atitude
(C) Ética
(D) Responsabilidade

Gabarito
01. C/ 02. C/ 03. C

Comentários

01. Resposta: C.
As decisões éticas podem ser guiadas usando uma abordagem normativa, isto é, usando um conjunto
de normas e valores explícitos ou implícitos. Diante de um problema, a decisão ética pode ser tomada
sob uma abordagem utilitarista, individualista, dos direitos morais e da justiça:
a) Utilitarismo: Basicamente, significa tomar a decisão que traga o maior bem para o maior número de
pessoas, ou seja, para a coletividade. b) Individualismo: considera que as ações são morais quando
promovem os interesses individuais a longo tempo e, em última instância, o maior bem. c) Direitos Morais:
Os indivíduos têm direitos e liberdades fundamentais, que não podem ser retiradas por uma decisão: livre
consentimento, privacidade, liberdade de consciência, liberdade de expressão, direito a tratamento
imparcial e justo e direito à vida e segurança. d) Justiça: pauta-se estritamente por princípios de justiça,
sendo um conceito ético de que as decisões morais são pautadas pela verdade e pela lei, com integridade,
equidade, impessoalidade e imparcialidade.

02. Resposta: C.
A ética é a parte da filosofia que estuda a moral, (filosofia moral ou de costumes), reflete sobre os
valores em sociedade na busca da moralidade e consciência para alcançar esses valores morais, porém
a ética inicialmente não estabelece regras.
A ética, portanto, é um termo grego “ETHIKÓS” que significa “modo de ser”, que em aspectos
filosóficos traduz-se o estudo dos juízos na conduta do ser, que é passível do bem e o mal, presente
neste único ser ou em grupo e/ ou sociedade. Está presente em todas as ordens vigentes no mundo, na
escola, na política, no esporte, nas empresas e é de vital importância nas profissões, principalmente nos
dias atuais.17

03. Resposta: C.
A palavra ética é de origem grega derivada de ethos, que diz respeito ao costume, aos hábitos dos
homens. Teria sido traduzida em latim por mos ou mores (no plural), sendo essa a origem da palavra
moral. Uma das possíveis definições de ética seria a de que é uma parte da filosofia (e também pertinente
às ciências sociais) que lida com a compreensão das noções e dos princípios que sustentam as bases
da moralidade social e da vida individual. Em outras palavras, trata-se de uma reflexão sobre o valor das
ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como no âmbito individual.

3. Ética e democracia: exercício da cidadania.

ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA

Já Aristóteles, portanto18 já nos anos que antecederam a Cristo, não separava ética e política (como
aquilo que se refere ao poder, cuja finalidade deve ser a vida justa e feliz): vislumbrou, com perspicácia,
a indissolubilidade entre virtude moral e atividade cívica.
Cidadão é o indivíduo que, dentro de um Estado, goza de direitos (civis e políticos) e desempenha
deveres (civis e políticos). Assim, a cidadania, ou seja, a qualidade de quem é cidadão, se exerce no
campo associativo (da associação civil), pela cooperação de homens reunidos no Estado. Desta forma,

17
Fonte: http://www.acervosaber.com.br/trabalhos/chs1/etica_2.php
18
BORTOLETO, Leandro; MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Editora Jus Podivm, 2014.

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a sobrevivência e harmonia da sociedade – como grupo, associação ode homens que é – depende da
vida cooperativa de seus cidadãos.
As atribuições cívico-políticas do cidadão dependem da conformação do Estado a que pertence, ou
seja, da forma de governo por este adotada.
Sendo a democracia a forma de governo eleita pelo Estado, a cidadania retrata a qualidade dos
“sujeitos politicamente livres, ou seja, cidadãos que participam ada criação e concordam com a ordem
jurídica vigente”.
Por democracia entende-se, de forma geral, o governo do povo, como governo de todos os cidadãos.
Para que a democracia se estabeleça, necessário o respeito à pluralidade, à transparência e à
rotatividade: a democracia caracteriza-se pelo respeito à divergência (heterogeneidade), pela publicidade
do exercício do poder e pela certeza de que ninguém ou grupo nenhum tem lugar cativo no poder,
acessível a todos e exercido precária e transitoriamente.
Curioso o conceito de democracia dado por Norberto Bobbio, para quem a democracia é o poder em
público. E, de fato, a participação do povo no exercício do poder somente se viabiliza através da
transparência, da publicidade, da abertura, quando decisões são tomadas de forma clara e a todos
acessíveis. Somente desta forma, o povo, titular de todo poder, pode eficazmente intervir nas tomadas
de decisões contestando-as, pelos meios legais, quando delas discordarem.
Sendo assim, o exercício da cidadania, como gozo de direitos e desempenho de deveres, deve pautar-
se por contornos éticos: o exercício da cidadania deve materializar-se na escolha da melhor conduta
tendo em vista o bem comum, resultando em uma ação moral como expressão do bem.
A sobrevivência e harmonia da vida associativa, como já dito, dependem do nível cooperativo dos
homens reunidos em sociedade: há uma expectativa generalizada a respeito das ações humanas e, em
especial, das ações daqueles que desempenham funções públicas.
O servidor público, antes de sê-lo, é cidadão do Estado e, como tal, tem interesse na sobrevivência e
harmonia da sociedade como qualquer outro cidadão. O bom, correto, justo, enfim, ético desempenho de
suas funções à frente da coisa pública não beneficia apenas toa a sociedade, mas antes a ele mesmo. A
conduta desvencilhada dos pilares éticos e violadoras das normas morais podem até trazer algum
benefício temporário ao seu executor, mas as consequências danosas de tal comportamento para si
mesmo se farão sentir com o desenvolver do tempo, já que nenhum Estado pode crescer, desenvolver e
aprimorar-se sob a ação corrupta de seus governantes, gestores e servidores e um Estado assim falido,
inclusive moralmente, retrata a falência mesma dos homens nele reunidos em sociedade.
Desta forma, o servidor que se desvia do comportamento ético, atenta contra si e toda a sociedade,
violando, em especial, a própria dignidade, já que o trabalho realizado com excelência é o mais caro
patrimônio humano.

Questões

01. (LIQUIGÁS – Profissional Júnior – CESGRANRIO) Na medida em que é editada uma lei,
regularmente votada pelo Congresso Nacional, a qual protege as pessoas com certo grau de deficiência
física, ofertando oportunidades de inserção no mercado de trabalho, está sendo realizado o princípio da
(A) cidadania
(B) organização
(C) proteção
(D) democracia
(E) república

02. (FSC – Advogado – CEPERJ) Dentre os fundamentos da República Federativa do Brasil está
aquele que não está limitado por nenhum outro na ordem interna. Trata-se da:
(A) democracia
(B) cooperação
(C) dignidade
(D) cidadania
(E) soberania

03. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB) Sobre os direitos políticos, é correto afirmar que:
(A) são inelegíveis, de acordo com o art. 14, § 4º, da Constituição Federal, os inalistáveis e os
analfabetos.
(B) a idade mínima de vinte e um anos é requisito de elegibilidade para candidatura a vereador.

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(C) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os maiores de setenta anos e para os maiores
de dezesseis e menores de dezoito anos, mas não para os analfabetos.
(D) para concorrer a outro cargo, prefeitos devem renunciar ao mandato até três meses antes do pleito.
(E) não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e os brasileiros naturalizados.

04. (DEPEN – Técnico de Apoio – CESPE) No que se refere à ética e ao exercício da cidadania,
julgue o próximo item.
Configura um dos elementos indispensáveis para o exercício da cidadania o efetivo conhecimento a
respeito dos direitos
(....) Certo (....) Errado

05. (INES - Assistente Social – AOCP). Preencha a lacuna e assinale a alternativa correta.
“A revisão do texto de 1986 processou-se em dois níveis. Reafirmando os seus valores fundantes - a
liberdade e a justiça social -, articulou-os a partir da exigência democrática: a _______________ é tomada
como valor ético-político central, na medida em que é o único padrão de organização político-social capaz
de assegurar a explicitação dos valores essenciais da liberdade e da equidade. É ela, ademais, que
favorece a ultrapassagem das limitações reais que a ordem burguesa impõe ao desenvolvimento pleno
da cidadania, dos direitos e garantias individuais e sociais e das tendências à autonomia e à autogestão
social."
(A) ética
(B) cidadania
(C) democracia
(D) sociedade
(E) justiça social

06. (Prefeitura de Cuiabá – Técnico em Administração Escolar – FGV) Segundo os princípios éticos
e da cidadania, assinale a afirmativa correta.
(A) O servidor público deve proceder de forma diligente no exercício de sua função.
(B) O servidor público pode ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização.
(C) O servidor público pode recusar fé a documentos públicos.
(D) O servidor público pode opor resistência injustificada ao andamento de um documento.
(E) O servidor público pode coagir os subordinados no sentido de filiarem-se a um partido político.

07. (CRO/PR – Recepcionista – Quadrix/2016) Ética e cidadania são dois conceitos cruciais na
sociedade humana. A ética e a cidadania estão relacionadas com as atitudes dos indivíduos e a forma
como estes interagem uns com os outros na sociedade. A cidadania pode ser compreendida a partir de
duas categorias, que são:
(A) Cidadania Ética e Cidadania Formal.
(B) Cidadania Formal e Cidadania Substantiva.
(C) Cidadania Substantiva e Cidadania Construtiva.
(D) Cidadania Ética e Cidadania Construtiva.
(E) Cidadania Qualitativa e Cidadania Formal.

Gabarito

01. A./ 02. E./ 03. A./ 04. Errado./ 05. C/ 06. A./ 07. B./

Comentário
01. Resposta: A.
Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos pela CF.

02. Resposta: E.
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
I - Soberania:
Na definição de Marcelo Caetano, soberania é "um poder político supremo e independente,
entendendo-se por poder supremo aquele que não está limitado por nenhum outro na ordem interna e
por poder independente aquele que, na sociedade internacional, não tem de acatar regras que não sejam
voluntariamente aceitas e está em pé de igualdade com os podres supremos dos outros povos".

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É a capacidade de editar suas próprias normas, sua própria ordem jurídica (a começar pela Lei Magna),
de tal modo que qualquer regra heterônoma só possa valer nos casos e nos termos admitidos pela própria
Constituição. A Constituição traz a forma de exercício da soberania popular no art. 14.

03. Resposta: A.
a) CORRETA. Art. 14 § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
b) ERRADA.
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz
de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
c) ERRADA.
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
d) ERRADA
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
e) ERRADA
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
Brasileiro naturalizado, por óbvio, podem alistar-se como eleitores.

04. Resposta: Errado.


Muito embora o exercício efetivo da cidadania seja potencializado nas pessoas que conhecem seus
próprios direitos, e que, por isso mesmo, dispõem de melhores condições para fazê-los valer, não se pode
desprezar, por completo, a possibilidade de um indivíduo, mesmo que desconheça a existência e a
extensão de seus próprios direitos, acabar por praticar atos que configurem o exercício da cidadania.19

05. Resposta: C
A democracia é tomada como valor ético político central, na medida em que é o único padrão de
organização político-social capaz de assegurar a explicitação dos valores essenciais da liberdade e da
equidade. É ela, ademais, que favorece a ultrapassagem das limitações reais que a ordem burguesa
impõe ao desenvolvimento pleno da cidadania, dos direitos e garantias individuais e sociais e das
tendências à autonomia e à autogestão social. Em segundo lugar, cuidou-se de precisar a normatização
do exercício profissional de modo a permitir que aqueles valores sejam retraduzidos no relacionamento
entre assistentes sociais, instituições, organizações e população.

06. Resposta: A.
São um dos Principais Deveres do Servidor Público: b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição
e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias,
principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor
em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário.

07. Resposta: B.
A cidadania formal é, conforme o direito internacional, indicativo de nacionalidade, de pertencimento a
um Estado-Nação, por exemplo, uma pessoa portadora da cidadania brasileira. Em segundo lugar, na
ciência política e sociologia o termo adquire sentido mais amplo, a cidadania substantiva é definida como
a posse de direitos civis, políticos e sociais.

19
Autor: Rafael Pereira, Juiz Federal - TRF da 2ª Região.

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4. Ética e função pública.

ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA

De fato, não se pode negar que o desenvolvimento, retificação e refinamento moral da sociedade
impõem que “todas as instituições sociais (públicas e privadas), ao lado dos indivíduos, devem se afinar
no sentido da conquista da cultura da moralidade”. Ora, a reverência da moralidade nas relações entre
particulares, no âmbito individual e privado, é forma de cultivo da futura moralidade na administração da
coisa pública (res publica).
Da mesma forma, a sobrevivência (individual e coletiva) e harmonia social dependem do eficaz e
satisfatório desempenho moral de todas as atividades do homem. É lugar mais que comum ouvir-se
debates a respeito da ética médica, ética econômica, ética esportiva, e, em especial, ética na gestão da
res pública. E, de fato, a relação entre ética e política é tema dos mais árduos na contemporaneidade.
Historicamente sustentou-se uma distinção entre a “moral comum” e a “moral política”, chegando
Maquiavel a afirmar que o homem político poderia comportar-se de modo diverso da moral comum, como
se o homem comum e aquele que gere a coisa pública ou exerce função pública obedecessem a “códigos”
de ética distintos.
Todavia, atualmente não se duvida da necessária integração ou “afinamento” entre a moral comum e
a moral política. Não se pode imaginar a existência de uma absoluta distinção entre a ética almejada
pelos indivíduos que compõem a sociedade e aquela esperada dos órgãos do Estado, que exercem a
função pública.
Justamente por representarem a coletividade, as instituições públicas devem se pautar, de forma mais
eficaz, pela ética, posto que devem assumir uma posição de espelho dos anseios da sociedade. Para que
o Estado possa gerir a res publica, de forma democrática e não autoritária, este deve gozar de
credibilidade, a qual somente pode ser conquistada com a transparência e a moralidade de seus atos,
para que não seja necessário o uso excessivo da força, o que transformaria um Estado democrático em
uma nefasta tirania.
Cumpre lembrar que, quando se fala em agir ético do Estado, ou das instituições públicas que o
compõem, na realidade devemos nos atentar que o agir ético é sempre exercido por pessoas físicas, já
que o Estado, como uma ficção jurídica que é, não goza de vontade própria. Estas pessoas físicas
incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal, a quem chamamos de
agentes públicos, é que devem, em última análise, pautar-se pela ética, já que expressam, com seus
atos, a vontade do Estado.
A vontade do Estado é, pois, materializada através dos atos e procedimentos administrativos
executados pelos agentes públicos. Estes atos e procedimentos administrativos que dão forma e
viabilizam a atuação da Administração Pública devem ser entendidos como foco de análise da ética,
constituindo-se seu objeto, quando a questão se refere à ética na Administração Pública.
Embora emanados por ato de vontade dos agentes públicos, os atos e procedimentos administrativos
não podem expressar a vontade individual do agente que os exterioriza. Isto porque os atos e
procedimentos administrativos estão submetidos ao princípio da moralidade administrativa, o que
equivale dizer que o “interesse público está acima de quaisquer outros tipos de interesses, sejam
interesses imediatos do governante, sejam interesses imediatos de um cidadão, sejam interesses
pessoais do funcionário.
Apesar de se reconhecer que a moralidade sempre foi um traço característico necessário ao ato
administrativo, já que não se pode supor a legitimidade de um Estado que não se amolde ao que
moralmente é aceito pela sociedade que o constitui, é com a Constituição Federal de 1988, que o princípio
da moralidade é expressamente elevado à categoria de princípio essencial da administração pública, ao
lado dos princípios da legalidade, da impessoalidade e da publicidade dos atos administrativos, conforme
dispõe seu artigo 37.
Os atos e procedimentos administrativos, portanto, além de se submeterem a requisitos formais e
objetivos para que possam gozar de validade e legalidade (competência, finalidade, fora, motivo, objeto),
devem também se apresentar como moralmente legítimos, sob pena de serem anulados.
Veja-se que neste ponto, aliás, a Constituição Federal também trouxe importante avanço, quando em
seu artigo 5º, inciso LXXIII, inclui a moralidade administrativa dentre os motivos que ensejam a vida da
ação popular a ser proposta por qualquer cidadão que constate uma postura imoral praticada por qualquer
entidade da qual o Estado participe.

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É justamente neste ponto que a ética exerce seu papel, permitindo realizar ponderações sobre a
moralidade da vontade expressa em determinado ato ou procedimento administrativo praticado por uma
agente público. Assim, não basta quer o agente público seja competente para emanar o ato administrativo
ou conduzir um procedimento de sua alçada, nem que seja respeitada a forma prescrita em lei, devendo,
antes de tudo, corresponder a uma conduta eticamente aceitável e, sobretudo, pautar-se pela
preponderância do interesse público sobre qualquer outro.
Desta forma, com a finalidade de amoldar a conduta dos agentes públicos dentro do que eticamente
se espera da Administração Pública, visando compeli-los a absterem-se de práticas que não sejam
moralmente aceitáveis, é que surgem as normas deontológicas, ou seja, as regras que definem condutas
correlatas a serem seguidas, positivadas através dos Códigos de Ética.

Referências Bibliográficas:
BORTOLETO, Leandro; MÜLLER, Perla. Noções de ética no serviço público. Editora Jus Podivm, 2014.

Questões

01. (SAPeJUS/GO – Agente de Segurança Prisional – FUNIVERSA) Com relação às obrigações


éticas do servidor público, assinale a alternativa incorreta.
(A) Os servidores públicos deverão tratar seus concidadãos com urbanidade, cordialidade e educação.
(B) Os servidores públicos deverão satisfazer suas obrigações perante os cidadãos de boa-fé.
(C) Os servidores públicos não podem incidir em conflitos de interesse que afetem o desempenho de
sua função
(D) Os mandamentos da ética e do direito não se confundem. A única diferença entre eles consiste na
coercibilidade. Logo, os servidores públicos vinculam-se às leis, não podendo ser responsabilizados por
condutas imorais que não lhes sejam expressamente vedadas.
(E) Os servidores públicos estão eticamente obrigados a guardar sigilo de informações obtidas por
meio da função, não lhes sendo permitido utilizar dessas informações para seu próprio interesse.

02. (MPU – Técnico do MPU – CESPE) Acerca de ética e função pública, julgue o item que se segue.
Decoro, por ser uma disposição interna para agir corretamente, não é passível, para o servidor público,
de ser aprendido ao longo de sua carreira.
(....) Certo (....) Errado

03. (MPU – Técnico do MPU – CESPE) Acerca de ética e função pública, julgue o item que se segue.
Para que a conduta do servidor público seja considerada irrepreensível é suficiente que ele observe
as leis e as regras imperativas.
(....) Certo (....) Errado

04. (FUNPRESP/EXE – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016) Acerca da ética e da função pública


e da ética e da moral, julgue o item que se segue.
Ainda que a função pública integre a vida particular de cada servidor, os fatos ocorridos no âmbito de
sua vida privada não influenciam o seu bom conceito na vida funcional.
(....) Certo (....) Errado

05. (FUNPRESP/EXE – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016) Acerca da ética e da função pública


e da ética e da moral, julgue o item que se segue.
O servidor está desobrigado de ter conhecimento das atualizações legais pertinentes ao órgão onde
exerce suas funções.
(....) Certo (....) Errado

Gabarito

01. D./ 02. Errado. / 03. Errado. / 04. Errado. / 05. Errado:

Comentários
01. Resposta: D.
Regras Deontológicas (D 1171/94)
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá
que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno

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e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art.
37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

02. Resposta: Errado.


Das Regras Deontológicas
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores
que devem:
Nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício
da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a
preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
É disposição interna e externa para agir corretamente.

03. Resposta: Errado.


Decreto 1.171/94. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o
inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante
as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998).
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

04. Resposta: Errado.


Decreto 1171/94:
Regras Deontológicas:
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular
de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

05. Resposta: Errado:


D1171 - XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
onde exerce suas funções.

5. Ética no Setor Público. 5.1. Código de Ética Profissional do Serviço Público –


Decreto nº 1.171/1994 e Decreto nº 6.029/2007.

ÉTICA NO SETOR PÚBLICO

Os servidores públicos são profissionais que possuem um vínculo de trabalho profissional com órgãos
e entidades do governo.
Dentro do setor público, todas as atividades do governo afetam a vida de um país. Por isso, é
necessário que os servidores apliquem os valores éticos para que os cidadãos possam acreditar na
eficiência dos serviços públicos.
Existem normas de conduta que norteiam o comportamento do servidor, dentre elas estão os códigos
de ética municipais e o Código de Ética da Administração do Poder Executivo Federal. Assim, é missão
deles serem leais aos princípios éticos e as leis acima das vantagens financeiras do cargo e ou qualquer
outro interesse particular.

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Esses interesses podem ser os desvios de verbas públicas, políticos que se beneficiam de programas
e situações para ganhar votos, produção de leis que vão contra os princípios da sociedade, corrupção,
etc.
As próprias leis possuem sanções e mecanismos que penalizam servidores públicos que agem em
desacordo com suas atividades, um exemplo é a Lei de Improbidade Administrativa.

Código de Ética dos Servidores Públicos

Os códigos de ética tanto o federal, quanto os municipais, são um conjunto de normas que dizem
respeito a conduta dos servidores dentro de seu serviço, além de penalidades a serem aplicadas pelo
não cumprimento dessas normas. Ambos possuem uma Comissão de Ética responsável por julgar os
casos referentes à ética no serviço público.
Os códigos informam os princípios e deveres dos servidores públicos como decoro, zelo, dignidade,
eficácia e honra, além de outras qualidades do servidor, suas obrigações que visam o bem estar da
população, bem como as proibições e punições derivadas do serviço irregular de suas funções, que
relembram os princípios fundamentais da administração pública.

Código de Ética do Poder Executivo Federal

Código de Ética dos Servidores Públicos Civil do Poder Executivo Federal foi aprovado pelo decreto
n° 1.171 de 22 de junho de 1994, destinado aos servidores públicos federais.
A Comissão de Ética Pública é um colegiado, criado em 1999 e vinculado à Presidência da República,
responsável por supervisionar e revisar as normas referentes a ética na Administração Pública do Poder
Executivo Federal.

Vamos conhecer um pouco desse dispositivo legal que trata-se de um documento de pequena
extensão, mas de grande importância, sendo uma leitura obrigatória para todos os concursos públicos:

De acordo com Perla Muller20, a modernidade tem experimentado, cada vez mais, uma perda de
padrões éticos. Diante da complexidade da vida nos dias atuais, tornou-se extremamente difícil ao homem
médio a distinção entre o bem e o mal, o honesto e o desonesto, a virtude e o vício. Tal situação tem
exigido uma crescente ampliação do Direito ao campo antes reservado à moral e à ética. O que antes era
resolvido pela consciência do homem, hoje passa a ser regido pelo formalismo do Direito. É neste
contexto que se destacam os “códigos de ética”, que se caracterizam por princípios e regras que visam
justamente definir condutas a serem seguidas por um determinado grupo de profissionais.
A necessidade de se definir os caminhos éticos a serem seguidos pelos profissionais de cada ramo
específico fez multiplicar, nos últimos anos, os chamados “códigos de ética” relativos às mais diversas
profissões (código de ética da advocacia, código de ética da medicina, etc.).
Não poderia ser diferente em relação à profissão dos servidores públicos, sobretudo quando se leva
em consideração que a Administração Pública deve se pautar pelo princípio da moralidade, sendo exigido
de seus agentes, aos quais se incumbe a materialização da vontade do Estado por meio de atos e
procedimentos administrativos – um comportamento regido pela ética.21
Considerados os princípios administrativos basilares do art. 37 da CF, destaca-se a existência de um
diploma específico que estabelece a ação ética esperada dos servidores públicos, qual seja o Decreto n°
1.171/94.
Outrossim, os “códigos de ética” são mais que um mero conjunto de leis a serem observadas por seus
destinatários, no caso os servidores públicos, sob pena da sanção estatal. Os códigos de ética são, na
realidade um conjunto de normas a serem observadas, não por medo da violência do Estado por sua
inobservância (sanção), mas por senso e consciência moral livre, autônoma e íntima, por convicção
interna, de que os serviços públicos devem orientar-se à consecução do bem comum e prestígio à
solidariedade social como meios de sobrevivência e harmonia da sociedade para o que se exige o estrito
respeito ao elemento ético que deve compor todo o agir humano.22
No que se refere aos Servidores Públicos Civis do Poder Executivo Federal, que interessa ao nosso
estudo, o Governo Federal, por meio do Decreto nº 1.171/94, instituiu o Código de ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Na “Exposição de Motivos” do ato normativo, destaca-
se que o objetivo pretendido é “instalar, na Administração Pública, a consciência ética na conduta do

20
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 37.
21
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.37.
22
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 38.

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servidor público, com o restaurar da sua dignidade e da sua honorabilidade, criando assim incentivos à
prática da solidariedade social”, bem como, expressamente, informar ao cidadão usuário dos serviços
públicos “a adesão do Estado ao entendimento doutrinário de que sua conduta conforme à Ética consolida
efetivamente o Poder, criando em torno da autoridade a colaboração espontânea da cidadania, em
decorrência da consequente obtenção de serviços públicos mais satisfatórios”.23
Vale lembrar que o Código de Ética foi expedido pelo Presidente da República, considerada a
atribuição da Constituição Federal para dispor sobre a organização e o funcionamento da administração
pública federal, conforme art. 84, IV e VI da Constituição Federal: "IV - sancionar, promulgar e fazer
publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; [...] VI - dispor,
mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos
públicos, quando vagos". Exatamente por causa desta atribuição que o Código de Ética em estudo adota
a forma de decreto e não de lei, já que as leis são elaboradas pelo Poder Legislativo (Congresso
Nacional).
O Decreto n° 1.171/94 é um exemplo do chamado poder regulamentar inerente ao Executivo, que se
perfaz em decretos regulamentares. Embora sejam factíveis decretos autônomos24, não é o caso do
decreto em estudo, o qual encontra conexão com diplomas como as Leis n° 8.112/90 (regime jurídico dos
servidores públicos federais) e Lei n° 8.429/92 (lei de improbidade administrativa), além da Constituição
Federal.
Disso extrai-se que a adoção da forma de decreto não significa, de forma alguma, que suas diretrizes
não sejam obrigatórias: o servidor público federal que desobedecê-las estará sujeito à apuração de sua
conduta perante a respectiva Comissão de Ética, que enviará informações ao processo administrativo
disciplinar, podendo gerar até mesmo a perda do cargo, ou aplicará a pena de censura nos casos menos
graves.
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal divide-se da
seguinte maneira:

Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal – Decreto
Nº 1.171/94
Capítulo I Capítulo II
Seção I – Das regras deontológicas;
Seção II – Dos principais deveres do servidor Das comissões de ética.
público;
Seção III – Das vedações ao servidor público.

O Código de Ética dos Servidores Públicos foi aprovado pelo Decreto Federal 1.171/94 para os
servidores públicos do Poder Executivo Federal com o objetivo de impor as regras que norteiam os
princípios, deveres e proibições, os fundamentos e as regras morais que devem ser seguidas pelos
servidores públicos do Poder Executivo Federal.
As regras deontológicas, previstas no Capítulo I, Seção I, são os valores morais que devem reger
determinado grupo social, no caso, os servidores públicos do Poder Executivo Federal.
Os servidores públicos devem ter consciência de que seus atos são regidos por princípios éticos e
morais, devendo ponderar a legalidade e a finalidade dos atos administrativos, para preservar a
moralidade de todos os atos administrativos que praticar.
Outrossim, o Capítulo I, Seção II, trata dos deveres do servidor público, que devem ser seguidos, para
preservação, também, da moralidade e legalidade dos atos administrativos.
Já o Capítulo I, Seção III, trata das proibições feitas ao servidor público em questão, como por exemplo,
não prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam.
Por fim, o Capítulo II, trata das comissões de ética que devem ter em todos os órgãos e entidades da
Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade
que exerça atribuições delegadas pelo poder público.

Segue abaixo a lei na íntegra:

23
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 38.
24
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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DECRETO Nº 1.171/199425

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em


sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a
Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de
cargo efetivo ou emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração
Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Como afirma Perla Muller26, de acordo com o artigo 2º do Decreto, foi determinado à época que
os órgãos da administração direta e as entidades da administração indireta federal deveriam
implementar, no prazo de sessenta dias, “as providências necessárias à plena vigência do Código
de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três
servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente” e, posteriormente,
a constituição da Comissão de Ética deveria ser comunicada à, então existente, Secretaria da
Administração Federal Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros
titulares e suplentes.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO


FEDERAL

CAPÍTULO I
Seção I
Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores
que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá
o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá
que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art.
37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por
todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se
integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como
consequência, em fator de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular
de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e
da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos
da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando
sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
25
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm
26
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 38.

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VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária
aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer
ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre
aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-
lhe dano moral. Da mesma forma, causar danos a qualquer bem pertencente ao patrimônio público,
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às
instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu
tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que
exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso
e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência
no desempenho da função pública.
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do
serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas
e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande
oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:


a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando
prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e
serviços da coletividade a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e
contato com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações
individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de
raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma,
de causar-lhes dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que
visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais,
ilegais ou aéticas e denunciá-las;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança
coletiva;
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho
ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
público, exigindo as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição;

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o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas
funções, tendo por escopo a realização do bem comum;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
onde exerce suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo
ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa
ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados
administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha
ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação
expressa à lei;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética,
estimulando o seu integral cumprimento.

Seção III
Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;


a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de
Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente
superiores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público,
deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional
do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer
concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura;
XVII (Revogado);

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XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro
de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar
promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público;
XIX - (Revogado);
XX - (Revogado);
XXI (Revogado);
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua
fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do
faltoso;
XXIII (Revogado);
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente
a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
interesse do Estado.

Definição de Servidor Público para Fins de Apuração de Comprometimento Ético


Aquele que por força de: Preste Serviços de Natureza: Desde que ligado:
- Lei; - Permanente; - Direta ou;
- Contrato ou; - Temporária; - Indiretamente;
- Qualquer Ato Jurídico. - Excepcional; A qualquer órgão do poder
Ainda que sem retribuição estatal, como as autarquias, as
financeira. fundações públicas, as
entidades paraestatais, as
empresas públicas e as
sociedades de economia mista,
ou em qualquer setor onde
prevaleça o interesse do
Estado.

Para Perla Muller27, conforme anteriormente apontado, é de extrema necessidade compelir os agentes
públicos a seguirem um padrão ético condizente com a moralidade que deve cercar os atos
administrativos, de modo que o próprio Estado edita normas deontológicas, ditando limites à ação de seus
servidores, encontrando-se positivados, além de normas e princípios gerais, normas específicas aos
diversos setores da Administração Pública.
Quanto às Regras Deontológicas, as mesmas são insertas nos chamados “códigos de ética” que
positivam os princípios éticos na forma das normas jurídicas que, por um lado, impõem-se como elemento
obrigatório da conduta do servidor público e, por outro lado, apresentam-se como “informativos” aos
usuários dos serviços públicos de que devem ser tratados com respeito e dignidade, bem como de que
os atos e processos administrativos devem ser dotados de moralidade como condição de sua eficácia e
validade.28
Como se vê, o Código de Ética dos Servidores Públicos Federais, reforça a ideia, logo em seu primeiro
dispositivo legal (inciso I), de que o servidor público deve manter seu comportamento e seus atos
sempre direcionados pelos princípios morais. Tal determinação decorre obviamente do princípio da
moralidade previsto expressamente na Constituição Federal de 1988.29

Conduta do Servidor Público


Moralidade, dignidade, decoro, zelo, Dentro do serviço público e fora dele –
eficácia. Comportamento dentro da moralidade para
preservação da honra e tradição dos serviços
públicos.

Deve o servidor perseguir sempre o “equilíbrio entre a legalidade e a finalidade” para concluir
sobre a moralidade, conforme nos informa o inciso III do código de ética. Sendo assim, o ato administrativo

27
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 39.
28
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.39.
29
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 40.

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não pode se pautar somente pela legalidade sem que observe uma finalidade que satisfaça o interesse
público. Por outro lado, o ato ilegal não se convalesce pelo simples fato de ser mais vantajoso para o
interesse público. O que deve se buscar é a perfeita simbiose entre a legalidade e o interesse
público.30

Decisões do Servidor devem sempre ponderar entre:


Legal x Ilegal
Justo x Injusto Honesto x Desonesto (moralidade do ato) e
Conveniente x Inconveniente Preponderância do Interesse Público
Oportuno x Inoportuno

Observe:
Remuneração do Servidor pela Sociedade = Contraprestação: Serviço Público de qualidade e pautado
pela moralidade.
Serviço Público prestado com virtude e eficácia = Benefício ao próprio servidor na vida social;
Conduta viciada e desregrada na vida social = Prejuízo ao servidor no ambiente de trabalho.

Conforme deflui do inciso VII do Código de Ética, a publicidade é o que permite a transparência dos
atos administrativos. Sem dúvida, somente com a transparência dos atos administrativos é que se pode
avaliar se o ato está ou não em sintonia com a moralidade. Portanto, somente se admite sigilo quando a
segurança nacional assim o exigir, ou em caso de investigações policiais ou, ainda, na hipótese de existir
interesse do Estado e da Administração Pública, devendo, nesses casos, ser previamente declarado o
sigilo, seguindo-se, para tanto, os termos da lei.31

REGRA EXCEÇÃO
Publicidade de todo e qualquer ato Sigilo declarado em processo nos termos da lei,
administrativo; requisito de eficácia e moralidade. em caso de: Segurança Nacional, investigações
policiais, e interesse superior do Estado e da
Administração Pública.

Quanto aos principais deveres do servidor público, o servidor deve ter consciência de que: os
Princípios Éticos:
- Regem o seu trabalho;
- Materializam-se na adequada prestação do serviço público.

É DEVER DO SERVIDOR
Ser: Demonstrando toda a integridade do seu
- Probo; caráter;
- Reto; Escolhendo sempre, quando estiver diante de
- Leal; duas opções, a melhor e a mais vantajosa para
- Justo. o bem comum.

Das Comissões de Ética:

“Estabelecido um código de ética, para uma classe, cada indivíduo a ele passa a subordinar-se, sob
pena de incorrer em transgressão, punível pelo órgão competente, incumbido de fiscalizar o exercício
profissional. [...] A fiscalização do exercício da profissão pelos órgãos de classe compreende as fases
preventiva (ou educacional) e executiva (ou de direta verificação da qualidade das práticas). Grande parte
dos erros cometidos derivam-se em parte do pouco conhecimento sobre a conduta, ou seja, da educação
insuficiente, e outra parte, bem menor, deriva-se de atos propositadamente praticados. Os órgãos de
fiscalização assumem, por conseguinte, um papel relevante de garantia sobre a qualidade dos serviços
prestados e da conduta humana dos profissionais” 32.
Com efeito, as Comissões de Ética possuem função de orientação e aconselhamento, devendo se
fazer presentes em todo órgão ou entidade da administração direta ou indireta.

30
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 41.
31
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.42.
32
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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A Comissão de Ética não tem por finalidade aplicar sanções disciplinares contra os servidores Civis.
Muito pelo contrário: a sua atuação tem por princípio evitar a instauração desses processos, mediante
trabalho de orientação e aconselhamento. A finalidade do código de ética consiste em produzir na pessoa
do servidor público a consciência de sua adesão às normas ético-profissionais preexistentes à luz de um
espírito crítico, para efeito de facilitar a prática do cumprimento dos deveres legais por parte de cada um
e, em consequência, o resgate do respeito ao serviço público e à dignidade social de cada servidor. O
objetivo deste código é a divulgação ampla dos deveres e das vedações previstas, através de um trabalho
de cunho educativo com os servidores públicos federais.
A única sanção que pode ser aplicada diretamente pela Comissão de Ética é a de censura, que é a
pena mais branda pela prática de uma conduta inadequada que seja praticada no exercício das funções.
Nos demais casos, caberá sindicância ou processo administrativo disciplinar, sendo que a Comissão de
Ética fornecerá elementos para instrução.
Censura é o poder do Estado de interditar ou restringir a livre manifestação de pensamento, oral ou
escrito, quando se considera que tal pode ameaçar a ordem pública vigente.

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo
aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta
ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as
entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer
setor onde prevaleça o interesse do Estado.

Este último inciso do Código de Ética é de fundamental importância para fins de concurso público, pois
define quem é o servidor público que se sujeita a ele.
“Uma classe profissional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho executado, pela natureza do
conhecimento exigido preferencialmente para tal execução e pela identidade de habilitação para o
exercício da mesma. A classe profissional é, pois, um grupo dentro da sociedade, específico, definido por
sua especialidade de desempenho de tarefa” 33.
Elementos do conceito de servidor público:
a) Instrumento de vinculação: por força de lei (por exemplo, prestação de serviços como jurado ou
mesário), contrato (contratação direta, sem concurso público, para atender a uma urgência ou
emergência) ou qualquer outro ato jurídico (é o caso da nomeação por aprovação em concurso público)
- enfim, não importa o instrumento da vinculação à administração pública, desde que esteja realmente
vinculado;
b) Serviço prestado: permanente, temporário ou excepcional - isto é, ainda que preste o serviço só
por um dia, como no caso do mesário de eleição, é servidor público, da mesma forma que aquele que foi
aprovado em concurso público e tomou posse; com ou sem retribuição financeira - por exemplo, o
jurado não recebe por seus serviços, mas não deixa de ser servidor público;
c) Instituição ou órgão de prestação: ligado à administração direta ou indireta, isto é, a qualquer órgão
que tenha algum vínculo com o poder estatal. O conceito é o mais amplo possível, abrangendo
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista, enfim, qualquer
entidade ou setor que vise atender o interesse do Estado.

Atenção.
De acordo com Perla Muller34, a Seção II do Código de Ética, no inciso XIV, elenca os principais
deveres do servidor público, que estão encadeados nas alíneas “a” a “v” do dispositivo.

É INDISPENSÁVEL a leitura e memorização dos deveres, pois são cobrados com bastante
frequência nas provas de Técnico e Analista, atentando-se, ainda, para não se fazer confusão com os
deveres elencados no Artigo 116 da Lei Nº 8.112/90, especialmente porque as sanções são diferentes.
CUIDADO!

No caso específico do servidor público federal, nos termos do artigo 127, da Lei nº 8.112/90, as penas
disciplinares passíveis de aplicação são: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria
e disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição de função comissionada.

33
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
34
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.44.

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Quanto ao Decreto 1171/94, deve ser ressaltado que a única pena passível de aplicação pela
Comissão de Ética, com fundamento no Código de Ética, é a censura, conforme os incisos XVI e XXII.
Nenhuma outra é possível. Entretanto, determinado fato praticado pelo servidor pode ser,
simultaneamente, falta ética e infração disciplinar e penal e, assim, poderá haver a responsabilização do
servidor em cada uma das esferas.
O inciso XXII determina, ainda, que para a aplicação da pena de censura pela Comissão de Ética
deverá haver a devida fundamentação em parecer, que deve ser assinado por todos os membros
da comissão, devendo ser dada ciência ao servidor infrator.
Foi atribuída, também, às comissões a função de fornecer os registros de conduta ética dos servidores
aos respectivos órgãos públicos, para instruir promoções e demais procedimentos inerentes à carreira
(inciso XVIII).

O servidor deve ter consciência de que:


Princípios Éticos Regem o seu trabalho;
Materializam-se na adequada prestação do serviço público

O Servidor Deve:

Cumprir as tarefas;
Ter respeito à hierarquia;
Resistir e denunciar todas as pressões;
Comunicar imediatamente a seus superiores todo e quaisquer atos ou fatos contrários ao interesse
público;
Exercer suas atribuições.

Em relação aos Usuários de Serviço Público, o Servidor Público deve:

Tratar cuidadosamente;
Ser cortês;
Ter: urbanidade, disponibilidade e atenção.
Questões

01. (UFRN – Auxiliar em Administração – COMPERVE/2017) Os códigos de ética são conjuntos de


normas que disciplinam a conduta dos servidores no exercício de sua função pública, estabelecendo
princípios, deveres e penalidades. O Código de Ética dos Servidores Públicos Civil do Poder Executivo
Federal foi instituído pelo decreto n° 1.171 de 22 de junho de 1994.
De acordo com esse Código, é vedado ao servidor público:
(A) facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito.
(B) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências.
(C) retirar da repartição pública, mesmo que legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público.
(D) abster-se, de forma absoluta, de exercer suas atividades, poder ou autoridade com finalidade
estranha ao interesse público.

02. (UTFPR – Assistente Administração – UTFPR/2017) Sobre o Código de Ética Profissional do


Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto nº 1.171/1994, é correto afirmar
que:
(A) o Comitê de Ética em Pesquisa pode aplicar advertência oral, advertência por escrito, suspensão
e demissão.
(B) a penalidade estabelecida para os casos de falta de urbanidade é a demissão.
(C) pessoas que prestam serviços temporários estabelecidos mediante ato jurídico legal em qualquer
setor onde prevaleça o interesse do Estado, mesmo sem remuneração, estão abrangidos pelo Código de
Ética.
(D) as penalidades previstas no Código de Ética são a advertência por escrito, suspensão e o
ressarcimento ao erário.
(E) a Administração Pública está circunscrita à distinção entre o bem e o mal, considerando que o fim
são sempre os interesses individuais, buscando equilíbrio entre a legalidade e a moralidade na conduta
do servidor público.

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03. (UFSBA – Administrador – UFMT/2017) Segundo as vedações previstas no Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994), o servidor, em
função de seu espírito de solidariedade, NÃO deve
(A) zelar pela reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam.
(B) utilizar avanços técnicos e científicos de seu conhecimento sem autorização de seus superiores
hierárquicos.
(C) dar o seu concurso a qualquer instituição privada que mantenha contato com a repartição pública
onde atua.
(D) ser conivente com erro ou infração aos princípios éticos aplicáveis à prestação dos serviços
públicos.

04. (CFO/DF – Administrador – Quadrix/2017) Acerca da ética no serviço público e do Decreto n.º
1.171/1994, julgue o item seguinte.

A vida privada do servidor não tem importância para o serviço público, pois o Código de ética do
servidor público está voltado apenas para os atos praticados no exercício do cargo.
(....) Certo (....) Errado

05. (UFPA – Psicólogo – UFPA/2017) Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública


Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça
atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o
patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento
susceptível de censura. É o que preceitua o Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, que aprova o
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. A pena aplicável ao
servidor público pela Comissão de Ética é
(A) censura, e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus
integrantes, com ciência do faltoso.
(B) advertência, e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado pelo presidente da
comissão, com ciência do faltoso.
(C) suspensão, e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus
integrantes, sem a ciência do faltoso.
(D) multa, e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado pelo parecerista.
(E) destituição de cargo em comissão, e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado
por todos os seus integrantes.

06. (UFPA – Assistente em Administração – UFPA/2017) O uso do cargo ou função, facilidades,


amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependem. Essas
são duas de várias outras vedações ao servidor público, de acordo com o Decreto nº 1.171, de 22 de
junho de 1994, que aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal. É vedado ainda
(A) Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material; alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar
para providências; iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços
públicos; desviar servidor público para atendimento a interesse particular e retirar da repartição pública,
sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público.
(B) Retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços
da coletividade a seu cargo; tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo
de comunicação e contato com o público e ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos.
(C) Cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo
ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa
ordem; ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal e resistir a todas as pressões
de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores,
benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las.

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(D) Resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros
que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais,
ilegais ou aéticas e denunciá-las; zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da
defesa da vida e da segurança coletiva e ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua
ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema.
(E) Comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
público, exigindo as providências cabíveis; manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo
os métodos mais adequados à sua organização e distribuição e participar dos movimentos e estudos que
se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem
comum.

07. (IF/TO – Administrador – IF/TO/2017) Considerando as normas do Decreto nº 1.171/1994 é


vedado ao servidor público, exceto.
(A) Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material.
(B) Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências.
(C) Retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público.
(D) Ser acionista em sociedade anônima.
(E) Desviar servidor público para atendimento a interesse particular.

08. (CFP – Analista Técnico – Quadrix/2016) Segundo o Decreto nº 1.171/94, que aprova o Código
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, são deveres fundamentais do
servidor público, exceto:
(A) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
onde exerce suas funções.
(B) facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito.
(C) exercer com estrita austeridade as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se
de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados
administrativos.
(D) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha
ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação
expressa à lei.
(E) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética,
estimulando o seu integral cumprimento.

09. (UFRPE – Assistente em Administração – SUGEP/2016) Para fins de apuração do


comprometimento ético, o Decreto nº 1.171/1994 entende por servidor público:
(A) somente os empregados públicos das autarquias, as fundações públicas, as entidades
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde
prevaleça o interesse do Estado.
(B) somente os servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e empregados públicos das
fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista,
ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
(C) qualquer pessoa que preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda
que sem retribuição financeira, direta ou indiretamente, a qualquer órgão do poder estatal ou em qualquer
setor onde prevaleça o interesse do Estado.
(D) qualquer pessoa que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de
natureza permanente aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ainda que sem retribuição
financeira, desde que ligado diretamente a qualquer órgão do poder estatal.
(E) somente os servidores da administração direta do Poder Executivo, visto que as fundações
públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, serem
pessoas jurídicas de direito privado.

10. (IF/TO – Assistente em Administração – IF/TO/2016) De acordo com o Decreto nº 1.171, de 22


de junho de 1994, consiste em vedações ao servidor público, exceto.
(A) Dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana.
(B) Desviar servidor público para atendimento a interesse particular.

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(C) Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele eventualmente.
(D) Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço em benefício
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros.
(E) Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências.

11. (IF/TO – Assistente em Administração – IF/TO/2016) De acordo com o Decreto nº 1.171, de 22


de junho de 1994, não constitui dever do servidor público.
(A) Deixar de comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao
interesse público, exigindo as providências cabíveis, a fim de não gerar possíveis desentendimentos na
repartição.
(B) Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
onde exerce suas funções.
(C) Ter consciência de que o trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos.
(D) Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando,
prioritariamente, resolver situações procrastinatórias, principalmente, diante de filas ou de qualquer outra
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
evitar dano moral ao usuário.
(E) Zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da
segurança coletiva.

12. (Prefeitura de Cascavel – Arquiteto – CONSULPLAN/2016) São regras morais que devem ser
seguidas pelos servidores públicos, segundo o Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, EXCETO:
(A) O servidor não pode omitir ou falsear a verdade, que é um direito de toda pessoa, mesmo
contrariando interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública.
(B) Devido à função pública de sua atividade profissional, os fatos e atos verificados na conduta do
servidor em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
(C) De forma irrestrita, a publicidade de todos os atos administrativos constitui requisito de eficácia e
moralidade, ensejando sua omissão e comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a
negar.
(D) Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano
moral, assim como se constitui em ofensa ao Estado e as pessoas deixar um bem público deteriorar por
descuido ou má vontade.
(E) Além de atitude contra a ética ou ato de desumanidade, caracteriza-se grave dano moral aos
usuários dos serviços públicos, o servidor deixar de oferecer solução a uma situação que compete a ele
ou seu setor, permitindo a formação de longas filas ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do
serviço.

13. (IF/TO – Professor de Administração – IF/TO/2016) Através do Decreto nº 1.171\1994 fica


aprovado o código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. São
deveres fundamentais do Servidor Público:
(A) informar o código de ética apenas aos integrantes do seu setor.
(B) apresentar-se ao trabalho com vestimentas proporcional ao seu estilo pessoal.
(C) manter limpo o ambiente de trabalho, mas sem necessidade específica a sua organização e
distribuição.
(D) comunicar aos seus superiores atitudes que não condiz com sua cultura pessoal e exigir conforme
o código de ética o seu sigilo.
(E) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos.

14. (INSS – Técnico Seguro Social – CESPE/2016) Acerca do disposto nos Decretos n.º 1.171/1994
e n.º 6.029/2007, julgue o item subsequente.
Embora deva respeitar a hierarquia, o servidor público está obrigado a representar contra ações
manifestamente ilegais de seus superiores hierárquicos.
(....) Certo (....) Errado

Gabarito

01. B/ 02. C/ 03. D/ 04. Errado/ 05. A/ 06. A/ 07. D/ 08. C/09. C/ 10. C/ 11. A/ 12. C/ 13. E/ 14. Certo.

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Comentários

01. Resposta: B.
XV - E vedado ao servidor público;
(....);
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências.

02. Resposta: C.
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente
a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
interesse do Estado.

03. Resposta: D.
XV - É VEDADO ao servidor público:
(....);
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de
Ética ou ao Código de Ética de sua profissão.

04. Resposta: Errado.


VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular
de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

05. Resposta: A.
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua
fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do
faltoso.

06. Resposta: A.
XV - É vedado ao servidor público:
(....);
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material.

07. Resposta: D.
XV - É vedado ao servidor público:
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de
Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente
superiores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público;

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m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

08. Resposta: C.
(a) Lei 1.171, XIV, q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação
pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
(b) Lei 1.171, XIV, s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;
(c) Lei 1.171, XIV, t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam
atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço
público e dos jurisdicionados administrativos;
(d) Lei 1.171, XIV, u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com
finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo
qualquer violação expressa à lei;
(e) Lei 1.171, XIV, v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste
Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.

09. Resposta: C.
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente
a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
interesse do Estado.

10. Resposta: C.
XV - E vedado ao servidor público;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente.

11. Resposta: A.
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
público, exigindo as providências cabíveis.

12. Resposta: C.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e
da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos
da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando
sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

13. Resposta: E.
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: (...)
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos.

14. Resposta: Certo.


XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal.

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DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO DE 200735

Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”,
da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal com a finalidade de
promover atividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal, competindo-lhe:
I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública;
II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a transparência e o acesso à informação
como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública;
III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e interação de normas,
procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética pública;
IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de incentivo e incremento ao
desempenho institucional na gestão da ética pública do Estado brasileiro.

Art. 2º Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal:


I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo Decreto de 26 de maio de 1999;
II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994; e
III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal.

Art. 3º A CEP será integrada por sete brasileiros que preencham os requisitos de idoneidade moral,
reputação ilibada e notória experiência em administração pública, designados pelo Presidente da
República, para mandatos de três anos, não coincidentes, permitida uma única recondução.
§ 1º A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer remuneração para seus membros e os trabalhos
nela desenvolvidos são considerados prestação de relevante serviço público.
§ 2º O Presidente terá o voto de qualidade nas deliberações da Comissão.
§ 3º Os mandatos dos primeiros membros serão de um, dois e três anos, estabelecidos no decreto de
designação.

Art. 4º À CEP compete:


I - atuar como instância consultiva do Presidente da República e Ministros de Estado em matéria de
ética pública;
II - administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal, devendo:
a) submeter ao Presidente da República medidas para seu aprimoramento;
b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, deliberando sobre casos omissos;
c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo com as normas nele previstas,
quando praticadas pelas autoridades a ele submetidas;
III - dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto no 1.171, de 1994;
IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética Pública do Poder Executivo
Federal;
V - aprovar o seu regimento interno; e
VI - escolher o seu Presidente.
Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada à Casa Civil da Presidência
da República, à qual competirá prestar o apoio técnico e administrativo aos trabalhos da Comissão.

Art. 5º Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto no 1171, de 1994, será integrada por três
membros titulares e três suplentes, escolhidos entre servidores e empregados do seu quadro permanente,
e designados pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão, para mandatos não coincidentes
de três anos.

Art. 6º É dever do titular de entidade ou órgão da Administração Pública Federal, direta e indireta:

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6029.htm Acesso em: 02/10/2018 às 16h

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I - assegurar as condições de trabalho para que as Comissões de Ética cumpram suas funções,
inclusive para que do exercício das atribuições de seus integrantes não lhes resulte qualquer prejuízo ou
dano;
II - conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da ética conforme processo coordenado pela
Comissão de Ética Pública.

Art. 7º Compete às Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2º:
I - atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no âmbito de seu respectivo órgão ou
entidade;
II - aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
aprovado pelo Decreto 1.171, de 1994, devendo:
a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas para seu aperfeiçoamento;
b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e deliberar sobre casos omissos;
c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com as normas éticas pertinentes;
d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou entidade a que estiver vinculada, o
desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, capacitação e treinamento sobre as normas de
ética e disciplina;
III - representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de Ética do Poder Executivo Federal a que se
refere o art. 9º; e
IV - supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta Administração Federal e comunicar à
CEP situações que possam configurar descumprimento de suas normas.
§ 1º Cada Comissão de Ética contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada administrativamente
à instância máxima da entidade ou órgão, para cumprir plano de trabalho por ela aprovado e prover o
apoio técnico e material necessário ao cumprimento das suas atribuições.
§ 2º As Secretarias-Executivas das Comissões de Ética serão chefiadas por servidor ou empregado
do quadro permanente da entidade ou órgão, ocupante de cargo de direção compatível com sua estrutura,
alocado sem aumento de despesas.

Art. 8º Compete às instâncias superiores dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal,
abrangendo a administração direta e indireta:
I - observar e fazer observar as normas de ética e disciplina;
II - constituir Comissão de Ética;
III - garantir os recursos humanos, materiais e financeiros para que a Comissão cumpra com suas
atribuições; e
IV - atender com prioridade às solicitações da CEP.

Art. 9º Fica constituída a Rede de Ética do Poder Executivo Federal, integrada pelos representantes
das Comissões de Ética de que tratam os incisos I, II e III do art. 2º, com o objetivo de promover a
cooperação técnica e a avaliação em gestão da ética.
Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética se reunirão sob a coordenação da Comissão de
Ética Pública, pelo menos uma vez por ano, em fórum específico, para avaliar o programa e as ações
para a promoção da ética na administração pública.

Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem ser desenvolvidos com
celeridade e observância dos seguintes princípios:
I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;
II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar;
III - independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, com as garantias
asseguradas neste Decreto.

Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, associação ou entidade
de classe poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, visando à apuração de infração
ética imputada a agente público, órgão ou setor específico de ente estatal.
Parágrafo único. Entende-se por agente público, para os fins deste Decreto, todo aquele que, por
força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária,
excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração
pública federal, direta e indireta.

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Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em desrespeito ao preceituado no Código de
Conduta da Alta Administração Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo Federal será instaurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, respeitando-
se, sempre, as garantias do contraditório e da ampla defesa, pela Comissão de Ética Pública ou
Comissões de Ética de que tratam o incisos II e III do art. 2º, conforme o caso, que notificará o investigado
para manifestar-se, por escrito, no prazo de dez dias.
§ 1º O investigado poderá produzir prova documental necessária à sua defesa.
§ 2º As Comissões de Ética poderão requisitar os documentos que entenderem necessários à instrução
probatória e, também, promover diligências e solicitar parecer de especialista.
§ 3º Na hipótese de serem juntados aos autos da investigação, após a manifestação referida no caput
deste artigo, novos elementos de prova, o investigado será notificado para nova manifestação, no prazo
de dez dias.
§ 4º Concluída a instrução processual, as Comissões de Ética proferirão decisão conclusiva e
fundamentada.
§ 5º Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das providências previstas no Código de
Conduta da Alta Administração Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo Federal, as Comissões de Ética tomarão as seguintes providências, no que couber:
I -encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou função de confiança à autoridade
hierarquicamente superior ou devolução ao órgão de origem, conforme o caso;
II -- encaminhamento, conforme o caso, para a Controladoria-Geral da União ou unidade específica do
Sistema de Correição do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de
2005, para exame de eventuais transgressões disciplinares; e
III - recomendação de abertura de procedimento administrativo, se a gravidade da conduta assim o
exigir.

Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”, até que esteja concluído, qualquer procedimento
instaurado para apuração de prática em desrespeito às normas éticas.
§ 1º Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou da Comissão de Ética do órgão ou
entidade, os autos do procedimento deixarão de ser reservados.
§ 2º Na hipótese de os autos estarem instruídos com documento acobertado por sigilo legal, o acesso
a esse tipo de documento somente será permitido a quem detiver igual direito perante o órgão ou entidade
originariamente encarregado da sua guarda.
§ 3º Para resguardar o sigilo de documentos que assim devam ser mantidos, as Comissões de Ética,
depois de concluído o processo de investigação, providenciarão para que tais documentos sejam
desentranhados dos autos, lacrados e acautelados.

Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é assegurado o direito de saber o que lhe
está sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos autos, no recinto das Comissões
de Ética, mesmo que ainda não tenha sido notificada da existência do procedimento investigatório.
Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui o de obter cópia dos autos e de certidão do
seu teor.

Art. 15. Todo ato de posse, investidura em função pública ou celebração de contrato de trabalho, dos
agentes públicos referidos no parágrafo único do art. 11, deverá ser acompanhado da prestação de
compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas pelo Código de Conduta da
Alta Administração Federal, pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal e pelo Código de Ética do órgão ou entidade, conforme o caso.
Parágrafo único. A posse em cargo ou função pública que submeta a autoridade às normas do Código
de Conduta da Alta Administração Federal deve ser precedida de consulta da autoridade à Comissão de
Ética Pública, acerca de situação que possa suscitar conflito de interesses.

Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar-se de proferir decisão sobre matéria de sua
competência alegando omissão do Código de Conduta da Alta Administração Federal, do Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal ou do Código de Ética do órgão ou
entidade, que, se existente, será suprida pela analogia e invocação aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
§ 1º Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão de Ética competente deverá ouvir previamente
a área jurídica do órgão ou entidade.

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§ 2º Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspectos éticos que lhe forem dirigidas pelas demais
Comissões de Ética e pelos órgãos e entidades que integram o Executivo Federal, bem como pelos
cidadãos e servidores que venham a ser indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo Código
de Conduta da Alta Administração Federal.

Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constatarem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis,
de improbidade administrativa ou de infração disciplinar, encaminharão cópia dos autos às autoridades
competentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência.

Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na análise de qualquer fato ou ato submetido à sua
apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos
investigados, divulgadas no sítio do próprio órgão, bem como remetidas à Comissão de Ética Pública.

Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2º são
considerados relevantes e têm prioridade sobre as atribuições próprias dos cargos dos seus membros,
quando estes não atuarem com exclusividade na Comissão.

Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal darão tratamento prioritário às
solicitações de documentos necessários à instrução dos procedimentos de investigação instaurados pelas
Comissões de Ética.
§ 1º Na hipótese de haver inobservância do dever funcional previsto no caput, a Comissão de Ética
adotará as providências previstas no inciso III do § 5º do art. 12.
§ 2º As autoridades competentes não poderão alegar sigilo para deixar de prestar informação solicitada
pelas Comissões de Ética.

Art. 21. A infração de natureza ética cometida por membro de Comissão de Ética de que tratam os
incisos II e III do art. 2º será apurada pela Comissão de Ética Pública.

Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco de dados de sanções aplicadas pelas Comissões
de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2º e de suas próprias sanções, para fins de consulta pelos
órgãos ou entidades da administração pública federal, em casos de nomeação para cargo em comissão
ou de alta relevância pública.
Parágrafo único. O banco de dados referido neste artigo engloba as sanções aplicadas a qualquer
dos agentes públicos mencionados no parágrafo único do art. 11 deste Decreto.

Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2º atuarão
como elementos de ligação com a CEP, que disporá em Resolução própria sobre as atividades que
deverão desenvolver para o cumprimento desse mister.

Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Administração Federal, do Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e do Código de Ética do órgão ou
entidade aplicam-se, no que couber, às autoridades e agentes públicos neles referidos, mesmo quando
em gozo de licença.

Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XXV do Código de Ética Profissional
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto no 1.171, de 22 de junho de
1994, os arts. 2º e 3º do Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética Pública, e os
Decretos de 30 de agosto de 2000 e de 18 de maio de 2001, que dispõem sobre a Comissão de Ética
Pública.

Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 1º de fevereiro de 2007; 186º da Independência e 119º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Finalidade

Promover atividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do executivo federal.

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Integrantes do sistema

A Comissão de Ética Pública – CEP;


Comissões de Ética conforme o código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal (Decreto 1171 de 22/06/1994);
Demais comissões de ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal.

Composição da CEP

Sete brasileiros, considerando os seguintes requisitos ou características:


Idoneidade moral;
Reputação ilibada;
Notória experiência em administração pública;
Designados pelo Presidente da República;
Sem remuneração (considera-se que prestam relevante serviço público);
Mandatos de 3 anos não coincidentes, com uma única recondução.

Competências da CEP

Instância consultiva em matéria de ética pública para o Presidente da República e Ministros de Estado;
Administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal;
Dirimir dúvidas de interpretação do Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal (Decreto 1171/1994);
Coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal;
Aprovar seu regime interno;
Escolher seu presidente (o qual tem o voto de qualidade nas deliberações da comissão).
Cada comissão de ética contará com uma Secretaria Executiva, vinculada administrativamente à
instância máxima da entidade ou órgão, para apoio técnico e administrativo. No caso da CEP, vinculada
à Casa Civil da Presidência da República.
A apuração de conduta em desacordo com as normas éticas pertinentes pode ser por denúncia
(fundamentada) ou de ofício, em ambos os casos sempre garantida a ampla defesa e o contraditório. A
comissão deverá notificar o investigado para manifestar-se, por escrito, no prazo de dez dias.

O Decreto 6029/2007 trata também da Rede de Ética do Poder Executivo Federal, com o objetivo de
promover a cooperação técnica e a avaliação em gestão da ética. Essa rede é integrada pelos seguintes
representantes:
1) Comissão de Ética Pública – CEP;
2) As comissões de ética de que trata o Decreto 1171/1994;
3) As demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal.
Esses representantes se reúnem ao menos uma vez por ano, sob a coordenação da CEP.

Quem pode provocar a atuação da CEP ou outra comissão de ética?

Qualquer cidadão;
Agente público;
Pessoa jurídica de direito privado;
Associação ou entidade de classe.

Quais as providências que a comissão de ética deve tomar se concluir por falta ética?

“Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das providências previstas no Código de
Conduta da Alta Administração Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo Federal, as Comissões de Ética tomarão as seguintes providências, no que couber:
I - encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou função de confiança à autoridade
hierarquicamente superior ou devolução ao órgão de origem, conforme o caso;
II -- encaminhamento, conforme o caso, para a Controladoria-Geral da União ou unidade específica do
Sistema de Correição do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto nº 5.480, de 30 de junho de
2005, para exame de eventuais transgressões disciplinares; e

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III - recomendação de abertura de procedimento administrativo, se a gravidade da conduta assim o
exigir.”
Lembrando que no caso do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal a pena é de censura e no caso do Código de Conduta da Alta Administração Federal a pena é
de advertência se a autoridade ainda estiver no exercício do cargo ou censura, se não.

Importante

A Comissão de Ética Pública manterá banco de dados de sanções aplicadas pelas Comissões de Ética
de que tratam os incisos II (as comissões de ética de que trata o Decreto 1171/1994) e III (as demais
Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal) do art. 2º e de
suas próprias sanções, para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da administração pública federal,
em casos de nomeação para cargo em comissão ou de alta relevância pública.
As normas do Código de Conduta da Alta Administração Federal, do Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e do Código de Ética do órgão ou entidade aplicam-se,
no que couber, às autoridades e agentes públicos neles referidos, mesmo quando em gozo de licença.

Questões

01. (ANAC – Aviação Civil – ESAF) Tendo em mente os termos do Decreto n. 6.029/2007, assinale
a opção incorreta.
(A) A provocação para a atuação da Comissão de Ética Pública, ou de comissão de ética visando à
apuração de infração ética imputada a agente público, órgão ou setor específico de ente estatal, deve
partir sempre de pessoa física, seja cidadão comum ou agente público.
(B) Durante o processo de apuração de prática de ato em desrespeito ao preceituado no Código de
Conduta da Alta Administração Pública Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
do Poder Executivo Federal, as comissões de ética poderão requisitar os documentos que entenderem
necessários à instrução probatória e também promover diligências e solicitar parecer de especialista.
(C) A posse em cargo ou função pública que submeta a autoridade às normas do Código de Conduta
da Alta Administração Pública Federal deve ser precedida de consulta da autoridade à Comissão de Ética
Pública acerca da situação que possa suscitar conflito de interesses.
(D) A proteção à honra e à imagem da pessoa investigada é princípio a ser observado nos trabalhos
desenvolvidos pela Comissão de Ética Pública e pelas demais comissões de ética.
(E) As normas do Código de Conduta da Alta Administração Pública Federal, do Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e do Código de Ética do órgão ou
entidade aplicam-se, no que couber, às autoridades e aos agentes públicos neles referidos, mesmo
quando em gozo de licença.

02. (UFPA – Assistente em Administração – CEPS/UFPA) O Decreto nº 6.029/2007 institui o


Sistema de Gestão de Ética do Poder Executivo Federal. Sobre as comissões que integram o Sistema de
Gestão da Ética do Poder Executivo Federal, é correto afirmar:
(A) Os membros das Comissões de Ética Pública (CEP) de cada entidade do Poder Executivo poderão
escolher entre receber a remuneração do cargo na CEP ou a de seu cargo efetivo ou emprego
permanente no órgão ou na entidade de origem.
(B) Cada Comissão de Ética das entidades ou órgão do Poder Executivo Federal deve ser composta
por três membros e três suplentes, escolhidos entre servidores e empregados do seu quadro permanente.
(C) Os membros da Comissão de Ética Pública (CEP) devem ter mandatos de três anos que iniciam e
terminam conjuntamente.
(D) Não são permitidas reconduções de mandatos aos membros da Comissão de Ética Pública.
(E) As Comissões de Ética de entidades ou órgãos serão integradas por três membros escolhidos
entre os servidores da Administração Pública designados pelo dirigente máximo da respectiva entidade
ou órgão.

03. (UFPA – Auxiliar em Administração – CEPS/UFPA) O servidor precisa estar atento às


considerações do Decreto nº 6.029/2007 que, em seu artigo 1º, institui o Sistema de Gestão da Ética no
Poder Executivo Federal, com a finalidade de promover atividades que dispõem sobre conduta ética no
âmbito do executivo federal, competindo-lhe, de acordo com inciso II contribuir para implementação de
políticas públicas, tendo a transparência e o acesso à informação como instrumentos fundamentais para
o exercício de gestão da ética pública, refletindo nas consequências de uma excelência na,

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(A) estrutura organizacional.
(B) amplitude organizacional.
(C) efetividade do atendimento.
(D) simplificação no atendimento.
(E) diversificação no atendimento.

04. (UFC – Administrador – CCV/UFC) De acordo com o Art. 2º, do Decreto Nº 6.029/07, integram o
Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal:
(A) Comissão de Gestão de Pessoas e o Código de Postura no Serviço Público.
(B) Código de Conduta da Alta Administração Federal e a Comissão de Gestão de Pessoas
(C) Código de Postura no Serviço Público e o Código de Conduta da Alta Administração Federal.
(D) Comissão de Correição do Poder Executivo Federal e Comissões que tratam da Lei Nº 8.112/90,
sobre o Regime Jurídico Único dos Servidores.
(E) Comissão de Ética Pública - CEP; as Comissões de Ética de que trata o Decreto No 1.171, de 22
de junho de 1994 e as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder
Executivo Federal.

05. (UFPA – Administrador – CEPS/UFPA) De acordo com o Decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de


2007, é de competência da comissão de ética pública
(A) assegurar as condições de trabalho para que cumpra suas funções, inclusive para que o exercício
das atribuições de seus integrantes não lhes traga qualquer prejuízo ou dano.
(B) observar e fazer observar as normas de ética e disciplina.
(C) apurar e encaminhar para o setor de pagamento, para efeito de desconto em folha, as ausências
ao trabalho não justificadas dos servidores.
(D) garantir os recursos humanos, materiais e financeiros para que a comissão cumpra suas
atribuições;
(E) coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética Pública do Poder Executivo
Federal.

06. (Prefeitura de Belo Horizonte/MG – Assistente Administrativo – FUMARC) Acerca da ética na


Administração Pública, é correto afirmar, EXCETO:
(A) A falta de ética e a corrupção existem em grande escala e os meios convencionais de repressão
legal na maior parte do mundo têm apresentado resultados insatisfatórios.
(B) A falta de ética não compromete a capacidade de governança, pois não representa risco à
sobrevivência das organizações públicas e privadas.
(C) A gestão da ética transita em uma trilha bem definida na qual se encontram valores éticos, regras
de conduta e administração.
(D) As ações de promoção da ética tendem a ser vistas, em boa parte, como ações direcionadas a
organizações corruptas e indivíduos sem ética.

07. (INSS – Analista – Direito – FUNRIO) Quanto à Comissão de Ética Pública, nos termos do Decreto
nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007, é correto afirmar que:
(A) É composta 9 (nove) por brasileiros que preencham os requisitos de idoneidade moral, reputação
ilibada e notória experiência em administração pública.
(B) É assegurada remuneração a todos os membros, a qual será variável em razão do número de
reuniões de que participarem.
(C) Seu Presidente não terá direito de manifestar-se nas deliberações da Comissão, nem mesmo com
voto de qualidade
(D) Seus membros possuem mandatos de 5 (cinco) anos, permitidas até duas reconduções.
(E) A atuação no âmbito da Comissão de Ética Pública não enseja qualquer remuneração para seus
membros.

08. (FINEP – Nível Superior – CESGRANRIO) A Comissão de Ética Pública (CEP) e suas atribuições
foram explicitadas no Decreto no 6.029/2007, tendo como uma das suas competências
(A) ser uma comissão ética relativa ao Código de Conduta da Alta Administração Federal, valendo-se
de preceitos éticos diferentes dos que são apresentados no Código do Servidor Federal, do Decreto no
1.171/1994.
(B) tratar das questões disciplinares que não envolvem o Código de Ética do Servidor Público Federal.

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(C) servir como conselho consultivo ao Senado e ao Congresso em relação às questões éticas dos
servidores públicos.
(D) coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão de Ética Pública do Poder Executivo
Federal.
(E) oferecer caráter propriamente punitivo às demais Comissões de Ética das entidades e órgãos
federais.

09. (UFLA – Médico – UFLA) Compete ao Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal
(Decreto Nº 6.029/2007 e suas alterações), EXCETO:
(A) Integrar todos os órgãos, programas e ações de ética relacionados com as atividades de ensino,
pesquisa e extensão de uma universidade federal.
(B) Promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e interação de normas,
procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética pública.
(C) Articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de incentivo e incremento ao
desempenho institucional na gestão da ética pública do Estado brasileiro.
(D) Contribuir para a implementação de políticas públicas, tendo a transparência e o acesso à
informação como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública.

10. (INSS – Analista – Direito – FUNRIO) De acordo com o Decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de
2007, os trabalhos das comissões de ética devem ser desenvolvidos com celeridade e com observância,
dentre outros, do princípio da
(A) independência e parcialidade de seus membros na apuração dos fatos.
(B) exposição indiscriminada da pessoa investigada.
(C) conclusão abreviada da investigação, independentemente do contraditório e da ampla defesa.
(D) divulgação imediata da identidade do denunciante.
(E) proteção à honra e à imagem da pessoa investigada.

11. (INSS – Analista – Letras – FUNRIO) De acordo com o Decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de
2007, os trabalhos das comissões de ética devem ser desenvolvidos com celeridade e com observância,
dentre outros, do princípio da.
(A) independência e parcialidade de seus membros na apuração dos fatos.
(B) exposição indiscriminada da pessoa investigada.
(C) conclusão abreviada da investigação, independentemente do contraditório e da ampla defesa.
(D) divulgação imediata da identidade do denunciante.
(E) proteção à honra e à imagem da pessoa investigada.

12. (INSS – Perito – FCC) No que concerne à Comissão de Ética Pública – CEP, consoante as
disposições previstas no Decreto no 6.029/2007, pode-se afirmar que
(A) contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada ao Ministério da Justiça, à qual competirá prestar
o apoio técnico e administrativo aos trabalhos da Comissão.
(B) seus integrantes serão designados para mandatos de três anos, não coincidentes, sendo vedada
recondução.
(C) a atuação no âmbito da CEP enseja remuneração a seus membros e os trabalhos nela
desenvolvidos são considerados prestação de relevante serviço público.
(D) compete-lhe, dentre outras atribuições, dirimir dúvidas a respeito de interpretação das normas do
Código de Conduta da Alta Administração Federal, deliberando sobre casos omissos.
(E) deve observar, dentre outros princípios, a proteção à identidade do denunciante, que deverá
sempre ser mantida sob reserva.

13. (UNIFESSPA – Administração – CEPS-UFPA/2016) Ainda com referência ao Decreto nº


6.029/2007, é determinado no Art. 10 que os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem
ser desenvolvidos com celeridade e observância dos seguintes princípios: I - proteção à honra e à imagem
da pessoa investigada; II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva,
se este assim o desejar; e
(A) definição de um sistema de proteção e segurança colocado à disposição do denunciante, definido
previamente neste Decreto.
(B) independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, com as garantias
asseguradas neste Decreto.

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(C) permissão para que o denunciante apresente pessoas como prova ligadas ao fato denunciado,
dentro do prazo estipulado neste Decreto.
(D) independência e imparcialidade dos atores, tanto denunciante quanto as pessoas apresentadas
como prova dentro dos limites estabelecidos neste Decreto.
(E) definição de hora e local para que o denunciante faça deu depoimento, inclusive tomando as
precauções devido à possibilidade de ocorrência de risco.

14. (INSS – Técnico Seguro Social – CESPE/2016) Acerca do disposto nos Decretos n.º 1.171/1994
e n.º 6.029/2007, julgue o item subsequente.
Em razão da relevância do serviço público prestado, é vitalício o mandato de membro integrante da
Comissão de Ética Pública, o que evita interferências externas na atuação da comissão.
(....) Certo (....) Errado

15. (INSS – Técnico Seguro Social – CESPE/2016) Acerca do disposto nos Decretos n.º 1.171/1994
e n.º 6.029/2007, julgue o item subsequente.
O rol de legitimados a provocar a atuação da Comissão de Ética Pública, prevista no Decreto n.º
6.029/2007, é restrito a agentes públicos, sendo, entretanto, permitido a qualquer cidadão provocar a
atuação das comissões de ética de que trata o Decreto n.º 1.171/1994.
(....) Certo (....) Errado

Gabarito

01.A / 02.B / 03.C / 04.E / 05.E / 06.B / 07.E / 08.D / 09.A / 10.E / 11.E / 12.D / 13.B / 14.Errado /
15.Errado

Comentários

01. Resposta: A
Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, associação ou entidade
de classe poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, visando à apuração de infração
ética imputada a agente público, órgão ou setor específico de ente estatal.

02. Resposta: B
O Decreto nº 1171/ 1994 estabelece que em todos os órgãos e entidades da Administração Pública
Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça
atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o
patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento
susceptível de censura. Cada Comissão de Ética de que trata o mencionado Decreto será integrada por
três membros titulares e três suplentes, escolhidos entre servidores e empregados do seu quadro
permanente, e designados pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão, para mandatos não
coincidentes de três anos.

03. Resposta: C
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”,
da Constituição,
DECRETA:
Art. 1º Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal com a finalidade de
promover atividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal, competindo-lhe:
I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública;
II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a transparência e o acesso à informação
como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública;
III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e interação de normas,
procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética pública;
IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de incentivo e incremento ao
desempenho institucional na gestão da ética pública do Estado brasileiro.

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04. Resposta: E
DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2007.
Art. 2º Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal:
I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo Decreto de 26 de maio de 1999;
II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994; e
III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal.

05. Resposta: E
Art. 4º À CEP compete:
I - atuar como instância consultiva do Presidente da República e Ministros de Estado em matéria de
ética pública;
II - administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal, devendo:
a) submeter ao Presidente da República medidas para seu aprimoramento;
b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, deliberando sobre casos omissos;
c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo com as normas nele previstas,
quando praticadas pelas autoridades a ele submetidas;
III - dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto no 1.171, de 1994;
IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética Pública do Poder Executivo
Federal;
V - aprovar o seu regimento interno; e
VI - escolher o seu Presidente.

06. Resposta: B
[...]governos regidos por políticos sem ética, sem critérios de justiça social e que, mesmo após o
advento de regimes democrático, continuam contaminados pelo "vírus" dos interesses escusos
geralmente oriundos de sociedades dominadas por situações de pobreza e injustiça social, abala a
confiança das instituições, prejudica a eficácia das organizações, aumenta os custos, compromete o bom
uso dos recursos públicos e os resultados dos contratos firmados pela Administração Pública e ainda
castiga cada vez mais a sociedade que sofre com a pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde,
de esgoto, habitação, ocasionados pela falta de investimentos financeiros do Governo, porque os
funcionários públicos priorizam seus interesses pessoais em detrimento dos interesses sociais.
fonte:http://portal.metodista.br/gestaodecidades/publicacoes/boletim/09/etica-no-servico-publico

07. Resposta: E
A) Art. 3º, caput, do Decreto nº 6.029/2007 - A CEP será integrada por sete brasileiros que preencham
os requisitos de idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência em administração pública,
designados pelo Presidente da República, para mandatos de três anos, não coincidentes, permitida uma
única recondução.
B) Art. 3º, parágrafo 1º do Decreto nº 6.029/2007 - A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer
remuneração para seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são considerados prestação de
relevante serviço público.
C) Art. 3º, parágrafo 2º do Decreto nº 6.029/2007 - O Presidente terá o voto de qualidade nas
deliberações da Comissão.
D) Art. 3º, caput, do Decreto nº 6.029/2007 - A CEP será integrada por sete brasileiros que preencham
os requisitos de idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência em administração pública,
designados pelo Presidente da República, para mandatos de três anos, não coincidentes, permitida uma
única recondução.
E) Art. 3º, parágrafo 1º do Decreto nº 6.029/2007 - A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer
remuneração para seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são considerados prestação de
relevante serviço público.

08. Reposta: D
Artigo 4º do Decreto 6.029/2007:
Art. 4º À CEP compete:
IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética Pública do Poder Executivo
Federal.

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09. Resposta: A
Art. 1º Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal com a finalidade de
promover atividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal, competindo-lhe:
I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública.

10. Resposta: E
Decreto n°6.029
Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem ser desenvolvidos com
celeridade e observância dos seguintes princípios:
I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;
II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar;
III - independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, com as garantias
asseguradas neste Decreto.

11. Resposta: E
Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem ser desenvolvidos com
celeridade e observância dos seguintes princípios:
I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;
II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar;
III - independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, com as garantias
asseguradas neste Decreto.

12. Resposta: D
Art. 4º À CEP compete:
(....);
II - administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal, devendo:
(....);
b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, deliberando sobre casos omissos.

13. Resposta: B
Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem ser desenvolvidos com
celeridade e observância dos seguintes princípios:
I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;
II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar;
III - independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, com as garantias
asseguradas neste Decreto.

14. Resposta: Errado


Art. 3º A CEP será integrada por sete brasileiros que preencham os requisitos de idoneidade moral,
reputação ilibada e notória experiência em administração pública, designados pelo Presidente da
República, para mandatos de três anos, não coincidentes, permitida uma única recondução.
§ 1º A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer remuneração para seus membros e os trabalhos
nela desenvolvidos são considerados prestação de relevante serviço público.
§ 2º O Presidente terá o voto de qualidade nas deliberações da Comissão.
§ 3º Os mandatos dos primeiros membros serão de um, dois e três anos, estabelecidos no decreto de
designação.

15. Resposta: Errado


Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, associação ou entidade
de classe poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, visando à apuração de infração
ética imputada a agente público, órgão ou setor específico de ente estatal.
Parágrafo único. Entende-se por agente público, para os fins deste Decreto, todo aquele que, por
força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária,
excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração
pública federal, direta e indireta.

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5.2. Lei nº 8.112/90 – regime disciplinar: deveres e proibições; acumulação de
cargos; responsabilidades; penalidades. 5.3. Lei nº 8.429/92: disposições gerais;
atos de improbidade administrativa.

Prezado(a) candidato(a), estes assuntos foram abordados de forma específica na matéria de


“Noções de Direito”.

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