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Dionísio António Nhavene

Deontologia profissional na educação

Licenciatura Em Ensino de Química com Habilidades em Gestão de Laboratórios

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2022
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Dionísio António Nhavene

Deontologia profissional na educação

Teste de carácter avaliativo a ser entregue na


cadeira de Ética e Deontologia Profissional, curso
de Química, I semestre, 4o ano, recomendado pelo
docente da cadeira:

dr. Faruk Amede

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2022
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Índice

Introdução..................................................................................................................3
Metodologia...................................................................................................................3
DEONTOLOGIA PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO............................................4
Relação entre a actividade pedagógica e a práxis aristotélica....................................4
Deontologia, moral, ética e direitos humanos............................................................4
Deontologia................................................................................................................4
Moral..........................................................................................................................5
Ética............................................................................................................................6
Direitos humanos.......................................................................................................7
Relação de reciprocidade entre a deontologia e a educação......................................8
Conclusão...................................................................................................................9
Referências bibliográficas........................................................................................10
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Introdução
O presente trabalho com tema deontologia profissional na educação. A ética da
responsabilidade é também uma ética das virtudes, ou seja, uma ética que procura a
excelência, o máximo desenvolvimento pessoal (ética dos "máximos"), e não apenas
cingir-se ao cumprimento de um mínimo ético obrigatório (ética dos "mínimos").
Porque as nossas sociedades já não procuram propriamente inculcar o "catecismo dos
deveres, mas dinamizar sentimentos de confiança e de pertença, assentes numa
formação holística que visa o aperfeiçoamento de todas as faculdades humanas.
É uma ética mais preocupada com a problematização do que com respostas definitivas.
Com o despertar dos valores, em vez da ameaça da punição. Por isso se afirma que a
ética na engenharia não é um conjunto de normas de aplicação automática. A sua
finalidade é aumentar a capacidade de reflexão crítica e de desenvolver a autonomia
ética do engenheiro. Que só assim conseguirá integrar, na sua decisão, a
responsabilidade económica, social e ecológica e até política.
O trabalho afigura-se como:

Objectivo geral
 Estudar deontologia profissional na educação
 Definir a deontologia, moral, ética e direitos humanos

Objectivos específicos
 Identificar a relação existente entre a deontologia e a actividade pedagógica
 Descrever a Deontologia moral, ética e direitos humanos.

 Identificar a relação de reciprocidade entre deontologia e educação

Metodologia

A metodologia usada na elaboração do presente trabalho foi com base nas regras
emanadas pela esta instituição de ensino superior a que foi a consulta de alguns artigos,
leitura de alguma obras cujo os autores estão citados dentro do trabalho e constam na
referências bibliográfica, não só como também foi útil a internet e por fim leitura e
interpretação dos conteúdos a cima citados.
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DEONTOLOGIA PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO

Relação entre a actividade pedagógica e a práxis aristotélica


Partindo da afirmação de Pimenta (1994): a
actividade docente é práxis, lembramos que
a oposição entre teoria e prática só ocorre
em bases falsas, pois a não-passagem da
actividade teórica para a actividade prática
implica a negação da teoria, do mesmo
modo que uma prática esvaziada de teoria
não ultrapassa a barreira do senso comum
“praticista”.

Dessa forma, ambas caminham juntas, pois é a teoria que esclarece e enriquece a prática
e esta dá novas siPara Kosik (1989), o conceito de práxis passa por modificações,
inclusive no próprio conteúdo e em cada etapa da unidade teoria e prática.

É possível verificar actualmente uma grande preocupação com a formação docente no


sentido de superação da dicotomia teoria-prática, visando a chegar à práxis. Apesar de
esses pólos terem identidade própria, eles estão ou devem estar em articulação. Dessa
forma, são elementos que constituem o saber docente.

Pois há uma diferença entre produzir e agir (com respeito


à natureza de ambos, consideramos como assente o que
tem dito mesmo fora de nossa escola). Assim, a
capacidade raciocinada de agir é diferente da capacidade
raciocinada de produzir; e do mesmo modo não se incluem
uma na outra, porque nem agir é produzir, nem produzir é
agir. (ARISTÓTELES, 2001, p.131)

Deontologia, moral, ética e direitos humanos


Deontologia
A deontologia, que deriva do grego déon ou deontos e significa dever, o que é
necessário, o devido, o obrigatório e Logos que significa estudo, ciência, juizo. Emerge
da necessidade de um grupo profissional de auto-regular, mas a sua aplicação traduz-se
em heteroregulação, uma vez que os membros do grupo devem cumprir as regras
estabelecidas num código e fiscalizadas por uma instância superior (ordem profissional,
associação, etc.).
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O objectivo da deontologia é reger os comportamentos dos membros de uma profissão


para alcançar a excelência no trabalho, tendo em vista o reconhecimento pelos pares,
garantir a confiança do público e proteger a reputação da profissão. Trata-se, em
concreto, do estudo do conjunto dos deveres profissionais estabelecidos num código
específico que, muitas vezes, propõe sanções para os infractores. Melhor dizendo, é um
conjunto de deveres, princípios e normas reguladoras dos comportamentos exigíveis aos
profissionais, ainda que nem sempre estejam codificados numa regulamentação jurídica.
Isto porque alguns conjuntos de normas não têm uma função normativa (presente nos
códigos deontológicos), mas apenas reguladora (como, por exemplo, as declarações de
princípios e os enunciados de valores).

Moral
Segundo Augusto Comte (1798-1857), a moral consiste em prevalecer os instintos
simpáticos sobre os impulsos egoístas. Todo ser humano possui consciência moral que o
leva a distinguir entre o bem e o mal no contexto em que vive.

Nesta perspectiva, Ao contrário de Aristóteles, Kant considera que a referência a uma


ideia prévia de bem não é determinante na configuração moral da vida humana,
advogando antes o primado de uma vontade boa, entendida como uma vontade
inteiramente racional ou vontade despojada de todas as inclinações e afecções oriundas
do mundo sensível: «Esta vontade não será na verdade o único bem ou o bem total, mas
terá de ser contudo o bem supremo e a condição de tudo o mais, mesmo de toda a
aspiração de felicidade» (Kant, 1995).

Nesta perspectiva, é a vontade humana que determina a


qualidade moral da acção, justificando que ela seja
praticada por respeito ao dever e não apenas em
conformidade com o dever. E para que tal aconteça, é
necessário que os imperativos morais assumam uma forma
categórica e não hipotética. «Age apenas segundo uma
máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se
transforme em lei universal» (Kant, 1995).

Esta formulação do imperativo categórico contém os princípios fundamentais de toda a


legislação moral: racionalidade, universalidade e constrangimento.
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A moral é constituída por toda cultura em cada


sociedade, ou seja, relacionado a valores do bem e
do mal, ao que é permitido ou não, a uma certa
conduta, válida para todos. Sociedades e culturas
podem possuir diversas morais, variando de acordo
com as diferentes classes sociais ou castas e seus
valores. (CHAUI, 1994)

Pensando assim, nossas acções, nossos comportamentos, e nossas condutas, são


moldados de acordo com a vivência (na escola, na religião, em classe social e grupo
social, no trabalho, nas circunstâncias políticas, em família, etc.). Os deveres e
obrigações dos bons valores são reproduzidos e ensinados pela Pensando assim, nossas
acções, nossos comportamentos, e nossas condutas, são moldados de acordo com a
vivência (na escola, na religião, em classe social e grupo social, no trabalho, nas
circunstâncias sociedade de acordo com os costumes. Sendo assim, quando seguimos
valores e deveres existentes por si e em si mesmo, ensinados desde o nascimento,
somosrecompensados; e somos punidos quando os transgredimos.

Ética
A ética prove dos gregos, que significa “Morada”, “lugar que vivemos” e passou a
significar “o carácter”, “o modo de ser” que nunca determinada pessoa ou grupo de
pessoas vai adquirindo ao longo da sua vida.

Neste sentido, o comportamento ético exige reflexão critica diante de dilemas, na qual
devem ser consideradas, entre outros, os sentimentos, a razão, os patrimónios genéticos,
a educação e os valores morais.

Para Hermano (1993), a ética procura responder as seguintes questões:

O que deve escolher?


Há uma hierarquia de valores/
Que espécie de homem devo ser?
O que devo querer?
O que devo fazer?
Segundo Costa et all (1998), é importante mencionar que a visão original da ética
focaliza-a como uma questão ou um compromisso mais global frente ao equilíbrio e
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preservação da relação dos seres humanos como ecossistema e a própria vida do


planeta, diferente daquela que acabou difundindo-se e sedimentando-se nos meios
científicos.

Ética a Nicômaco, (Livro I, 1094). Neste entendimento, a referência a um fim supremo


a um telos não esgota o trabalho de ponderação ética, sendo necessário determinar com
igual precisão os bens subsequentes, de modo a conseguir descrever com clareza, e em
cada circunstância, as prioridades da acção.

Aética corresponde, então, ao processo de articulação racional do bem, à sua


especificação necessária nos diferentes patamares de decisão e acção.

Direitos humanos
O direito, à semelhança da ética, tem carácter obrigatório e normativo, é regulador das
relações humanas. O direito é o modo de regulação dos comportamentos mais operativo
nas sociedades democráticas, pois impõe obrigações e estabelece mecanismos
procedimentais para garantir a sua aplicação. Através das leis, garante-se a organização
e o funcionamento da sociedade e estabelecem-se relações claras de autoridade e de
poder.
O objectivo da regulação dos comportamentos pelo direito é favorecer a coexistência
entre os indivíduos, protegendo minimamente os direitos de cada um, procurando evitar
e gerir conflitos e sancionar os indivíduos que violem a lei. Mas a ética e o direito são
categorias de normas diferentes, apesar de por vezes se sobreporem e outras vezes
colidirem. Efetivamente, apesar de a maioria das normas jurídicas ser considerada, em
si mesma, eticamente neutra, há casos de comportamentos em que sucede o seguinte:
São, em simultâneo, legais e éticos;
Há outros casos em que são eticamente não censuráveis mas que o direito tem de
sancionar, em nome do "dano social" (são éticos mas ilegais);
E há também casos de comportamentos legais mas eticamente condenáveis -
neste caso, porque a lei pode ser injusta e imoral, ou porque é possível respeitar
a letra da lei, violando o sentido que ela deveria ter.
Para Hannah Arendt (1979), os direitos humanos não são um dado, mas uma invenção
humana em um processo de construção e reconstrução constante. Compõem um
construído axiológico, fruto das nossas vivências, de nossopassado e presente,
fundamentado em um espaço simbólico de acções sociais e luta.
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Relação de reciprocidade entre a deontologia e a educação


As sociedades democráticas do século XXI elegem a educação
como prioridade civilizacional e num sentido que transcende
largamente a esfera de responsabilidade dos sistemas escolares e
dos professores, conforme surge evidenciado no Relatório para a
UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o
século XXI (Delors, 1996).

Reconhecendo que nada pode substituir os sistemas formais de educação e apostando na


revalorização do estatuto social da profissão docente, o relatório apela à construção
progressiva de uma sociedade onde todas as pessoas, sem excepção, possam encontrar
oportunidades de formação que ajudem a potenciar as suas condições de realização e
socialização, na escola e fora da escola. Um desígnio desta dimensão e desta natureza
implica uma mobilização alargada e concertada de diferentes saberes e de diferentes
autoridades profissionais e sociais.

Valorizada como bem comum de referência global – como o grande tesouro da


Humanidade –, a educação passa a ser perspectivada em toda a sua amplitude socio-
antropológica. De certa maneira, é a própria noção de aprendizagem que emerge como
valor de ética social e educacional, colocando em evidência uma concepção lata de
educação assente nos seguintes pressupostos fundamentais:

 A educação corresponde a uma intervenção intencional nos processos de


realização humana, constituindo um campo de antropologia prática de
importância vital na autonomização subjectiva e cívica dos sujeitos;
 A educação constitui um direito humano fundamental, devendo tornar-se
acessível a todas as pessoas e ao longo de toda a sua vida, segundo lógicas
diferenciadas de promoção de aprendizagem – formais, não formais e informais;
 A educação constitui um direito humano potenciador do acesso a outros direitos,
funcionando como um elemento propulsor do desenvolvimento das pessoas, das
organizações e das comunidades.
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Conclusão
Chegados a este ponto, conclui-se que Aristóteles descreve o “bem” como “aquilo para
que tudo anseia”, argumentando que o ser humano alcançará mais facilmente os seus
propósitos se, tal como os arqueiros, souber apontar para um alvo claro e bem definido:
«Entre os fins das acções a serem levadas a cabo há um pelo qual ansiamos por causa de
si próprio, e os outros fins são fins, mas apenas em vista desse.

A moral tem uma dimensão imperativa, porque um dever fundado num valor moral
imposto por uma autoridade. Por isso, implica-se através da disciplina e a motivação
para a acção é neste caso, a convicção (interiorização do bem e do mal e da legitimidade
da entidade que os enuncia) e a sanção.

A ética na educação torna-se concebida a partir do momento em que os valores forem


considerados e o exercício profissional um propiciador de ações humanizadoras. A
sociedade vem exigindo dos indivíduos uma postura aceitável com ações e
responsabilidades que possam, de fato, oferecer respostas que sinalizem a mais perfeita
harmonia para o bem estar social. E, para que isso se concretize, a ética deve estar
impregnada nas ações realizadas no dia a dia, nas mais diversas áreas e nas mais
distintas profissões.
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Referências bibliográficas

PINHEIRO, Flávia de Campos. A evolução dos direitos fundamentais e os documentos


internacionais para sua proteção. PUC-SP. São Paulo, 2008.

MONTEIRO, A. Reis (2006), Para uma Deontologia Pedagógica, Lisboa, Faculdade


de Ciências da Universidade de Lisboa

MARQUES, R. (2008). O livro da Nova Educação do Carácter. Disponível em:


http://www.bubok.pt/livros/8236/O-Livro-da-Nova-Educacao-do-Carater.

HOURADAKIS, A. Aristóteles e a Educação. Trad. Luiz Paulo Rouanet. São Paulo:


Edições
Loyola, 2001.

CUNHA, Pedro D’Orey (1996), Ética e Educação, Lisboa, Universidade Católica


Portuguesa

CABRAL, João Francisco Pereira. "Aristóteles e a educação"; Brasil Escola.


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/aristoteles-educacao.htm.
Acesso em 21 de junho de 2022.

BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Tradução: Carlos Nelson Coutinho. Editora
Campus. Rio de Janeiro, 1992.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Aristóteles. Trad. L. Vallandro e G. Bornheim.


São
Paulo: Abril Cultural, 1979. (Coleção Os Pensadores).

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