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IFCE – ARACATI
2014
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SUMÁRIO página
Apresentação da Disciplina 3
6.0 - Deontologia 34
6.1 – Conceito de Ética Profissional 35
6.2 - Ética aplicada ao campo da Aquicultura 35
Referências Bibliográficas 48
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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Não é uma disciplina que se aprenda apenas com leitura de textos, assistência de
vídeos ou participação de debates e palestras. Tais recursos são bastante importantes
para a construção didática na dimensão do saber pedagógico, sobretudo doutrinário,
mas é na observação dos fatos da vida cotidiana, seja no âmbito pessoal ou social, que
nós verdadeiramente aprendemos e apreendemos o que é a Ética.
Estudar a Ética não é conhecer tais as regras e convenções éticas e morais do seu
povo, ou de outros. Isto só é possível vivendo e convivendo entre estes. Estudar a Ética
é basicamente, conhecer os parâmetros de formação da consciência Ética, a sua
evolução histórica e as relações com outras importantes instituições como o Direito e a
Religião.
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Este será o nosso objetivo com esta disciplina. Mas cabe ressaltar, que os
estudiosos da ética não estancaram nestas primeiras dimensões de compreensão do
fenômeno ético. Pode-se estudar a Ética pelos seus objetos de estudo, pela formação
da consciência ética (em nível cerebral, mental e psicológico); pela sua interferência
nas instituições sociais (Leis, Política, Sexualidade, Mercado de Consumo, etc.) e tantas
sejam as relações humanas, que caibam uma escala de valores humanos. Aliás, já a
escala de valores e a sua atuação entre as pessoas e os seus grupos, já rende uma boa
observação e análise, cognitiva e discursiva; sejam na escala filosófica ou científica.
Nesta missão, iniciaremos conhecendo uma Teoria Geral sobre a Ética e a Moral.
Depois, faremos breves ilações sobre a Teoria dos Atos Humanos, a Teoria das Normas
(de Controle Social), um Breve Histórico sobre a Ética e a Moral e a Deontologia
Profissional. Sem mais. No entanto, é necessário ressaltar que existem muitas outras
dimensões do estudo da ética que merecem ser conhecidos e estudados. Mas porque
não iremos estudar a Ética em outras dimensões?
Porque esta disciplina não tem um único objeto de estudo, a Ética. Esta disciplina
aborda a Ética e as Relações Interpessoais. Ou seja, não se trata apenas de estudar a
Ética, mas também o fenômeno das Relações Interpessoais.
Para esta outra dimensão desta única disciplina, dividida em dois conteúdos
distintos; este curso foi estruturado em duas partes distintas, mas interligadas, visto
que as Relações Interpessoais se baseiam nas normas e convenções de conduta, seja
na escala ética, seja na escala moral, seja na vida pessoal, seja na vida profissional.
Objetivos da Aula
O filósofo grego Aristóteles (384 a 322, a.C.) definiu o Homem como o “animal
pensante”. De fato, não há nenhuma outra espécie animal com as mesmas
características que detém o humano comparado às outras espécies, muito embora
cada uma tenha as suas próprias peculiaridades biológicas.
Cabe dizer que este fenômeno (diversificação social e cultural) se deu lento e
gradativamente com o passar das eras e das civilizações humanas sobre a crosta da
Terra.
É isto que faz o Humano ser humano, não necessariamente um bom ou mau
humano, mas somente e bastante, Humano!
Com isto, não estamos afirmando que a Ética não é importante para o Humano.
Ao contrário. Se o é para a sociedade, síntese macrorrelacional dos aglomerados e
coletividades humanas, da mesma forma também o é para cada indivíduo em questão.
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Suetônio, historiador romano da era Juliana, em seus escritos citou uma antiga
frase do general romano Cícero, então senador; de que em suas andanças e viagens,
conhecera quase todo o mundo civilizado daquela época. Ele teria dito que conhecera
povos sem escritas, povos sem leis, povos sem dinheiro, mas que nunca conheceu
nenhum povo sem deus.
Parafraseando o ilustre latino, eu refaço as suas palavras dizendo que não existe
nenhum povo, sem Deus e sem a Ética. Preciso esclarecer que a existência de Deus, ou
de deuses, neste caso, nada tem a ver com o surgimento e a existência da Ética nestes
povos, muito embora estas duas grandes instituições humanas (deus e costumes)
tratem de formas distintas diferentes objetos cognoscíveis humanos, mas objetivos em
comum. O sempre necessário controle social seja pela Sociedade (através dos seus
grupos sociais) ou seja pelo Estado, através das instituições e normas públicas.
Posto isto, necessário dizer que a Ética, agindo na escala social e psíquica, age
tanto externamente quanto internamente sobre o Humano. Por fora, enquanto código
de valores e de parâmetros de conduta. Por dentro, enquanto mecanismo de
autocontrole e de vigilância alheia.
Sendo assim, não seria diferente dispor que a Ética, enquanto base teórica para a
normatização das relações humanas pessoais é imprescindível para a regulagem de
controle social dos fenômenos relacionais, religiosos, políticos e, por conseguinte,
também os laborais.
empresarial; também através das redes sociais da internet e com os diversos agentes
típicos dos seus diversos ambientes profissionais, sejam estes clientes, patrões ou
empregados, concorrentes e com o mercado propriamente dito.
Exercício de Fixação
Objetivos da Aula
Estes são apenas alguns dos muitos conceitos da Ética, que estabelecem as
muitas dimensões, que a Ética tem. No entanto, eu particularmente considero esta
definição a mais importante para se conceituar a ética, relacionando a Ética com a
Moral; pois não há como se falar em Ética, sem antes e necessariamente, ligar o seu
conceito ao da Moral.
Logo, cabe esclarecer que Ética é uma “coisa” e Moral é outra “coisa”.
Logo, é correto afirmar que o que está em consonância com o Costume, É Moral
da mesma forma que é imoral, o que não está de acordo com o Costume local.
Cabe lembrar que também Costume e Hábito, são também bastante confundidos
e igualmente utilizados como sinônimos. Costume é social enquanto Hábito é
individual. São diferentes e bastante próximos, mas não são necessariamente os
mesmos institutos.
Uma pessoa pode ter hábitos que sejam divergentes dos Costumes locais, mas
muitas vezes, os Costumes transformam os nossos Hábitos, pela grande força
coercitiva que dispõem, sobretudo quando atingem a grande seara da Ética.
Por fim, cabe ressaltar que o Costume, em si, possui variações macrossociais,
quando atingem em escala global, cada sociedade transformando-se no que,
comumente definimos por Tradições.
Não se constitui objeto de estudo deste curso, o estudo das Tradições, assim
como o impacto dos Costumes sobre os hábitos individuais, assim como outras
importantes dimensões analíticas igualmente necessárias para um estudo completo e
aprofundado sobre a Ética.
Sabemos que a priori, existem ao menos cinco “tipos” (níveis ou graus segundo a
unanimidade doutrinadora) de Conhecimento: o Senso Comum, comumente
confundindo com o Empírico, o Religioso (variando do Misticismo à Teologia), o Mito
(que compreende o Folclore e as Lendas), o Científico (que não se confunde com o
Tecnológico) e o Filosófico (que varia entre as Sapiências e os grandes Postulados).
A Ética, como já foi dito, está em, todas as searas de atuação humana, seja
individualmente, socialmente ou institucionalmente. Isto não quer dizer que todas as
ações que o Humano venha a praticar ou produzir, sejam absolutamente de cunho
ético. Apenas as de cunho axiológico (ou valorativo).
Sabemos que tanto a Ética quanto o conhecimento Ético são universais a todas
as culturas humanas, mas cabe dizer que o “berço” do nosso conhecimento Ético no
Ocidente (e em algumas paragens médio-orientais) foi a ética filosófica grega. De lá e
desde aquele tempo, não se parou mais de produzir conhecimentos éticos através dos
métodos filosóficos, sendo ainda, a melhor fonte crítica para a imensa fortuna didática
que a humanidade dispõe, colecionada nas diversas bases culturais e institucionais de
cada povo, cada civilização.
Sobre os conhecimentos mítico e religioso, suas relações são existentes, mas não
são íntimas com a Ética como os demais supracitados, senso comum, filosófico e
científico e não porque querer afirmar a supremacia de algum desses tipos de
conhecimento, frente aos demais pois cada qual tem o seu grau de relevância ao ser
humano ou a sua respectiva sociedade.
A respeito dos campos de atuação, é preciso dizer que ambos (Ética e Moral)
estão bastante próximos e atuam nas mais diversas esferas relacionais (como a
amizade, relacionamentos amorosos e/ou sexuais, etc.) bem como nos mais diversos
cenários ou ambientes sociais (escolar, profissional, corporativo, etc.) estabelecendo
normas e convenções nas mais diversas dimensões como a construção da
personalidade, a formação política e outras.
Por esta característica acima apontada, podemos dizer então que a essência
Ética é de caráter universalista enquanto a Moral é de caráter cultural sofrendo mais
influências dos contatos e contágios sociais.
Exercício de Revisão
Objetivos da Aula
Mas é no campo das relações interpessoais que a Ética e a Moral são postas a
prova, pois é nestes colóquios que podemos observar cada objeto de forma mais
acurada. Não estamos negando a importância da observação dos fenômenos éticos e
morais na escala coletiva, sobretudo quando os mesmos são típicos dos fatos coletivos
como guerras, calamidades sociais, contextos religiosos e outros.
Esclarecendo: o Ser (ente) que é aquele que irá manifestar (e geralmente esta
manifestação é uma prática), ou vice-versa; pode ser consciente ou não (como o
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Mas o Homem, que sente a chuva, que cria o cão e constrói as máquinas, possui
todos estes atributos.
Logo, Ato Humano são todas as manifestações que o Humano pratica. Mas nem
todos os atos humanos são necessariamente atos éticos humanos, pois nem todos os
atos humanos, possuem reflexos na esfera da ética e da moral.
Isto se dá pelo fato de que ao analisarmos um ato humano, tanto o seu ato (já
que você é desta espécie ou de outros humanos), precisamos analisar os demais
contextos da avaliação ética do próprio sujeito humano praticante do ato ético, como
o grau de instrução, o berço cultural, a sua psiquê cronológica, dentre outros.
Mas estas são questões mais prolongadas que exigem um tempo maior,
secundário de aprofundamento estudioso sobre o fenômeno da ética e da moral,
dispensáveis nestas palavras intróitas.
Todos os humanos, mesmo ainda não tendo nascido (assim sendo pessoa),
durante toda a sua vida e mesmo após a morte biológica, ainda celebram atos. Atos
humanos.
O exemplo disso, podemos usar o ato Matar (outra pessoa, por exemplo).
O Ato de Matar é considerado pela grande maioria das Religiões como um ato
pecaminoso enquanto na esfera da juridicidade, a grande maioria dos Ordenamentos
Jurídicos o considera um ato criminoso. Neste ínterim, a grande maioria dos grupos
sociais considera este um ato imoral (moral ou amoral) ao tempo que a grande
maioria dos códigos de ética profissional considera este um ato antiético.
Desta feita, o ato humano ético pode ser classificado mediante diversos critérios
de consideração, como a provocação do ato, suas manifestações ou pelos diversos
tipos de controle social.
Das muitas manifestações dos atos humanos, nenhuma provoca tanta celeuma
quanto no campo da sexualidade, sendo guardados, observados e vigiados incontesti
por quase todas as instituições humanas e sociais e estatais unanimamente por todas
as sociedades organizadas.
Para nós, interessa aqui neste sumário curso ético, o estudo das classificações
dos tipos de controle sobre o Ato Humano. Nesta pauta, os atos são comumente
classificados como Controle Livre, quando o ato humano está completamente
tolerado, não sofrendo nenhum tipo de controle social; Controle Espontâneo, quando
o controle do ato se dá pela mera observação interna (de quem o pratica) e externa
(do Outro observador) e Controle Institucional, quando o Controle Social se dá por
instituições e/ou normas formais.
Exercício de Revisão
Objetivos da Aula
Quanto à sua natureza, as Normas podem ser Técnicas (de caráter meramente
operacional), de Segurança (pois objetivam ampliar para os sujeitos envolvidos na
logística normativa) e de Controle Social (que buscam a regulagem das relações
sociais).
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Por último, mas sem esgotar os sistemas classificatórios, as normas podem ser,
pelo modo de operação pelos sujeitos, objetivas quando estão “formalizadas” em
letra, codificadas ou não e subjetivas, quando são e estão, apenas na consciência
humana.
Cabe ressaltar que, tais normas, não são e estão na mesma medida e proporção,
igualmente distribuídas em todas as sociedades; sofrendo assim, grande variação
espaço-temporal de povo a povo.
As Normas Jurídicas são toso os estatutos legais criados e impostos pelo Estado,
comumente denominado por Direito, regulando tanto nos campos da moralidade (e
eticidade) quando na licitude, o que é convencionado pelos respectivos parlamentos
estatais, na forma da Lei escrita, positiva e codificada; a tutela dos direitos e
obrigações, interesses e relações jurídicas.
Por outro lado, as normas Morais e Éticas tem um ponto bastante comum,
bastante relevante. Estes dois tipos de normas possuem a mesma natureza mesmo
sendo diferentes entre si.
De fato, estas duas normas são bastante diferentes, pois enquanto a norma
Moral é generalista, a Ética é especifista. A norma Moral é informal, interna, subjetiva
e introspectiva. A norma Ética é formal, externa, objetiva e coercitiva.
Necessário que se diga que as normas Morais surgiram bem antes, na história da
humanidade que a norma Ética, inclusive registrando o fato de que a grande maioria
das sociedades humanas, sequer tem este tipo de norma (Ética) visto ainda não terem
atingindo o necessário grau de desenvolvimento civilizatório para o controle social das
atividades éticas.
Exercício de Revisão
Foi na “polis” grega, que surgiu tanto a necessidade da “philos sophia” da “polis”
quanto do “ethos”. Não por isso, tenha sido denominada de Ética Política, pois tinha
como marca maior, estimular a participação do “demos” na “cratia” para definir os
padrões da polis, seja no aspecto social quanto político.
Mas cabe ressaltar que na Grécia, também surgiu os pilares de todas as futuras
fases históricas da Ética e da Moral, sobretudo a antropocêntrica, visto que foi a partir
do grande filósofo Sócrates (469 a 399 a.C.), que os sofistas daquela época passaram a
estudar os valores humanos com relevância metodológica.
Além disso, o conhecimento ético passou a ser estudado com maior rigor
metodológico, tanto filosófico quanto científico, surgindo então, um novo ramo do
conhecimento humano denominado Deontologia, o que veremos a seguir.
Exercício de Revisão
AULA 6 – DEONTOLOGIA
Esta aula apresenta o estudo sobre as normas éticas e morais, ao tempo que
aponta para importância das normas éticas profissionais e aponta os princípios básicos
da ética aplicada ao campo da informática.
6.0 – Deontologia
estatutos, como o sacerdócio católico, mais antigo ainda; mas desprezado pela mídia
que não só se satisfaz com o que lhe chama a atenção.
Muitas profissões, por serem ainda novatas ou não terem ainda os seus
colegiados típicos, não dispõem ainda de normas éticas profissionais, ou quando as
tem, ainda não estão codificadas e positivadas em estatutos específicos.
Exercício de Revisão
Posto isto, trataremos agora, sobre os principais pontos sobre os diversos tipos
de Relacionamentos.
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Por interação, entendemos que sejam todas as ações entre sujeitos, que
demandam qualquer tipo de comunicação entre duas ou mais pessoas. Interagir é
“agir entre”, e interagimos quando nós, em resposta a qualquer estímulo relacional de
outra pessoa (ou mais), manifestamos nossos atos retrospectivos que podem não ser
necessariamente, mútuos ou recíprocos.
discorde que tal contexto seja cabível no campo da ética, o que sugere algum debate
sempre esclarecedor, pois falta a questão do “Outro – sujeito ético” para julgar o ato
que é imoral, in tesi.
Já tratamos por diversas vezes, da Convivência, mas neste último capítulo, a ideia
é estruturar os conteúdos já vistos num só contexto, a Motivação.
Todas as pessoas têm as suas Motivações e estudar e compreender as
Motivações, é o grande escopo de todas as ciências que estudam o comportamento, a
conduta e os atos humanos.
É assim na Ética, na Psicologia, na Religião, no Direito. No contexto da Ética e dos
Relacionamentos Interpessoais, é fundamental que sejam compreendidos sob a ótica
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de forma pan-óptica, particularmente eu penso que o “gráfico pizza” seria bem mais
eficiente.
Hierarquia das Necessidades de Maslow:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHLEY, P.A. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2. ed. São Paulo: Saraiva,
2005.
LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Maria de Andrade. Sociologia geral. Ed. Atlas, 9ª. ed.
São Paulo: 2009
RIBEIRO, L.T.F.; MARQUES, M.S.; RIBEIRO, M.A.P. Ética em três dimensões. Fortaleza:
Brasil Tropical, 2003.