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Filosofia Lista de Exercícios

Exercício 1 c) busca pela explicação racional sobre os fatos


(Enem 2ª aplicação 2016)  [...] O SERVIDOR — até então desconhecidos.   
Diziam ser filho do rei... d) caráter antropomórfico dos deuses na medida
ÉDIPO — Foi ela quem te entregou a criança? em que imitavam os homens.   
O SERVIDOR — Foi ela, Senhor. e) impossibilidade de o homem fugir do destino
ÉDIPO — Com que intenção? predeterminado pelos deuses.   
O SERVIDOR — Para que eu a matasse.
Exercício 2
ÉDIPO — Uma mãe! Mulher desgraçada!
(Enem PPL 2018)  Demócrito julga que a
O SERVIDOR — Ela tinha medo de um oráculo
natureza das coisas eternas são pequenas
dos deuses.
substâncias infinitas, em grande número. E julga
ÉDIPO — O que ele anunciava?
que as substâncias são tão pequenas que fogem
O SERVIDOR — Que essa criança um dia mataria
às nossas percepções. E lhes são inerentes
seu pai.
formas de toda espécie, figuras de toda espécie
ÉDIPO — Mas por que tu a entregaste a este
e diferenças em grandeza. Destas, então,
homem?
engendram-se e combinam-se todos os volumes
O SERVIDOR — Tive piedade dela, mestre.
visíveis e perceptíveis.
Acreditei que ele a levaria ao país de onde vinha.
Ele te salvou a vida, mas para os piores males!
SIMPLÍCIO. Do Céu (DK 68 a 37). In: Os pré-
Se és realmente aquele de quem ele fala, saibas
socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1996
que nasceste marcado pela infelicidade.
(adaptado).
ÉDIPO — Oh! Ai de mim! Então no final tudo
seria verdade! Ah! Luz do dia, que eu te veja aqui
A Demócrito atribui-se a origem do conceito de
pela última vez, já que hoje me revelo o filho de
quem não devia nascer, o esposo de quem não
devia ser, o assassino de quem não deveria a) porção mínima da matéria, o átomo.    
matar! b) princípio móvel do universo, a arché .    
c) qualidade única dos seres, a essência.    
SÓFOCLES. Édipo Rei. Porto Alegre: L&PM, d) quantidade variante da massa, o corpus.    
2011. e) substrato constitutivo dos elementos, a
physis.   

Exercício 3
O trecho da obra de Sófocles, que expressa o (Enem 2017)  A representação de Demócrito é
núcleo da tragédia grega, revela o(a) semelhante à de Anaxágoras, na medida em que
um infinitamente múltiplo é a origem; mas nele
a) condenação eterna dos homens pela prática a determinação dos princípios fundamentais
injustificada do incesto.    aparece de maneira tal que contém aquilo que
b) legalismo estatal ao punir com a prisão para o que foi formado não é, absolutamente, o
perpétua o crime de parricídio.    aspecto simples para si. Por exemplo, partículas

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de carne e de ouro seriam princípios que, através poderia o que é perecer? Como poderia gerar-
de sua concentração, formam aquilo que aparece se?
como figura. PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola,
2002 (adaptado).
HEGEL. G. W. F. Crítica moderna. In: SOUZA, J.
C. (Org.). Os pré-socrática: vida e obra. São
Paulo: Nova Cultural. 2000 (adaptado). Os fragmentos do pensamento pré-socrático
expõem uma oposição que se insere no campo
das
O texto faz uma apresentação crítica acerca do
pensamento de Demócrito, segundo o qual o a) investigações do pensamento sistemático.    
“princípio constitutivo das coisas” estava b) preocupações do período mitológico.    
representado pelo(a) c) discussões de base ontológica.    
d) habilidades da retórica sofística.   
e) verdades do mundo sensível.   
a) número, que fundamenta a criação dos deuses.
Exercício 5
(Enem PPL 2016)  Todas as coisas são
b) devir, que simboliza o constante movimento
diferenciações de uma mesma coisa e são a
dos objetos.   
mesma coisa. E isto é evidente. Porque se as
c) água, que expressa a causa material da origem
coisas que são agora neste mundo – terra, água
do universo.   
ar e fogo e as outras coisas que se manifestam
d) imobilidade, que sustenta a existência do ser
neste mundo –, se alguma destas coisas fosse
atemporal.   
diferente de qualquer outra, diferente em sua
e) átomo, que explica o surgimento dos entes.   
natureza própria e se não permanecesse a
Exercício 4 mesma coisa em suas muitas mudanças e
(Enem 2016)  Texto I diferenciações, então não poderiam as coisas, de
nenhuma maneira, misturar-se umas às outras,
Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes nem fazer bem ou mal umas às outras, nem a
no mesmo rio, nem substância mortal alcançar planta poderia brotar da terra, nem um animal ou
duas vezes a mesma condição; mas pela qualquer outra coisa vir à existência, se todas as
intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de coisas não fossem compostas de modo a serem
novo reúne. as mesmas. Todas as coisas nascem, através de
HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São diferenciações, de uma mesma coisa, ora em
Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado). uma forma, ora em outra, retomando sempre a
mesma coisa.

Texto II DIÓGENES, In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos


pré-socráticos. São Paulo, Cultrix, 1967.
Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser
é ingênito e indestrutível, pois é compacto,
inabalável e sem fim; não foi nem será, pois é O texto descreve argumentos dos primeiros
agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como pensadores, denominados pré-socráticos. Para

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eles, a principal preocupação filosófica era de c) A necessidade de buscar, de forma racional, a
ordem causa primeira das coisas existentes.   
d) A ambição de expor, de maneira metódica, as
diferenças entre as coisas.   
a) cosmológica, propondo uma explicação e) A tentativa de justificar, a partir de elementos
racional do mundo fundamentada nos elementos empíricos, o que existe no real.   
da natureza.    Exercício 7
b) política, discutindo as formas de organização (Enem 2012)  TEXTO I
da pólis ao estabelecer as regras de democracia.
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o
c) ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores elemento originário de tudo o que existe, existiu
virtuosos que tem a felicidade como o bem e existirá, e que outras coisas provêm de sua
maior.    descendência. Quando o ar se dilata, transforma-
d) estética, procurando investigar a aparência dos se em fogo, ao passo que os ventos são ar
entes sensíveis.    condensado. As nuvens formam-se a partir do ar
e) hermenêutica, construindo uma explicação por feltragem e, ainda mais condensadas,
unívoca da realidade. transformam-se em água. A água, quando mais
Exercício 6 condensada, transforma-se em terra, e quando
(Enem 2015)  A filosofia grega parece começar condensada ao máximo possível, transforma-se
com uma ideia absurda, com a proposição: a água em pedras.
é a origem e a matriz de todas as coisas. Será
mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de
sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
porque essa proposição enuncia algo sobre a
origem das coisas; em segundo lugar, porque o TEXTO II
faz sem imagem e fabulação; e enfim, em
terceiro lugar, porque nela embora apenas em Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu:
estado de crisálida, está contido o pensamento: “Deus, como criador de todas as coisas, está no
Tudo é um. princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas
de conteúdo se nos apresentam, em face desta
NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré- concepção, as especulações contraditórias dos
socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999 filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de
algum dos quatro elementos, como ensinam os
Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na
O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o verdade, dão a impressão de quererem ancorar o
surgimento da filosofia entre os gregos? mundo numa teia de aranha”.

GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia


a) O impulso para transformar, mediante Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
justificativas, os elementos sensíveis em
verdades racionais.    Filósofos dos diversos tempos históricos
b) O desejo de explicar, usando metáforas, a desenvolveram teses para explicar a origem do
origem dos seres e das coisas.    universo, a partir de uma explicação racional. As

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teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de que a verdade é uma coisa relativa, uma vez que
Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua tudo o que aparece a alguém ou é opinado por
fundamentação teorias que alguém é imediatamente real para essa pessoa.
KERFERD, G. B. O movimento sofista. São Paulo:
a) eram baseadas nas ciências da natureza.    Loyola, 2002 (adaptado).
b) refutavam as teorias de filósofos da religião.   

c) tinham origem nos mitos das civilizações O grupo ao qual se associa o pensador
antigas.    mencionado no texto se caracteriza pelo objetivo
d) postulavam um princípio originário para o de
mundo.   
e) defendiam que Deus é o princípio de todas as a) alcançar o conhecimento da natureza por meio
coisas. da experiência.   
b) justificar a veracidade das afirmações com
Exercício 8
fundamentos universais.   
(Enem PPL 2019)  Tomemos o exemplo de
c) priorizar a diversidade de entendimentos
Sócrates: é precisamente ele quem interpela as
acerca das coisas.   
pessoas na rua, os jovens no ginásio,
d) preservar as regras de convivência entre os
perguntando: “Tu te ocupas de ti?” O deus o
cidadãos.    
encarregou disso, é sua missão, e ele não a
e) analisar o princípio do mundo conforme a
abandonará, mesmo no momento em que for
teogonia.    
ameaçado de morte. Ele é certamente o homem
que cuida do cuidado dos outros: esta é a posição Exercício 10
particular do filósofo. (Enem 2017)  Uma conversação de tal natureza
FOUCAULT, M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro: transforma o ouvinte; o contato de Sócrates
Forense Universitária, 2004. paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si
mesmo, a imprimir à atenção uma direção
incomum: os temperamentais, como Alcibíades,
O fragmento evoca o seguinte princípio moral da sabem que encontrarão junto dele todo o bem
filosofia socrática, presente em sua ação de que são capazes, mas fogem porque receiam
dialógica: essa influência poderosa, que os leva a se
censurarem. E sobretudo a esses jovens, muitos
a) Examinar a própria vida.    quase crianças, que ele tenta imprimir sua
b) Ironizar o seu oponente.    orientação.
c) Sofismar com a verdade.   
d) Debater visando a aporia.    BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo:
e) Desprezar a virtude alheia.    Mestre Jou, 1977.

Exercício 9
(Enem (Libras) 2017)  Alguns pensam que O texto evidencia características do modo de vida
Protágoras de Abdera pertence também ao socrático, que se baseava na
grupo daqueles que aboliram o critério, uma vez
que ele afirma que todas as impressões dos
a) contemplação da tradição mítica.   
sentidos e todas as opiniões são verdadeiras, e
b) sustentação do método dialético.     
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c) relativização do saber verdadeiro.   
d) valorização da argumentação retórica.    PLATÃO, Fédon. São Paulo: Abril Cultural,
e) investigação dos fundamentos da natureza. 1972.

Exercício 11
(Enem 2015)  Trasímaco estava impaciente
Na epistemologia platônica, conhecer um
porque Sócrates e os seus amigos presumiam
determinado objeto implica
que a justiça era algo real e importante.
Trasímaco negava isso. Em seu entender, as
pessoas acreditavam no certo e no errado a) estabelecer semelhanças entre o que é
apenas por terem sido ensinadas a obedecer às observado em momentos distintos.   
regras da sua sociedade. No entanto, essas b) comparar o objeto observado com uma
regras não passavam de invenções humanas. descrição detalhada dele.   
c) descrever corretamente as características do
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: objeto observado.   
Gradiva, 2009. d) fazer correspondência entre o objeto
observado e seu ser.   
e) identificar outro exemplar idêntico ao
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado observado.   
no diálogo A República, de Platão, sustentava Exercício 13
que a correlação entre justiça e ética é resultado (Enem 2ª aplicação 2016)  Os andróginos
de tentaram escalar o céu para combater os deuses.
No entanto, os deuses em um primeiro
a) determinações biológicas impregnadas na momento pensam em matá-los de forma
natureza humana.    sumária. Depois decidem puni-los da forma mais
b) verdades objetivas com fundamento anterior cruel: dividem-nos em dois. Por exemplo, é
aos interesses sociais.    como se pegássemos um ovo cozido e, com uma
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados linha, dividíssemos ao meio. Desta forma, até
das tradições antigas.      hoje as metades separadas buscam reunir-se.
d) convenções sociais resultantes de interesses Cada um com saudade de sua metade, tenta
humanos contingentes.    juntar-se novamente a ela, abraçando-se,
e) sentimentos experimentados diante de enlaçando-se um ao outro, desejando formar um
determinadas atitudes humanas. único ser.

Exercício 12
PLATÃO. O banquete . São Paulo: Nova Cultural,
(Enem PPL 2016)  Estamos, pois, de acordo
1987.
quando, ao ver algum objeto, dizemos: "Este
objeto que estou vendo agora tem tendências
para assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter
No trecho da obra O banquete , Platão explicita,
defeitos, não consegue ser tal como o ser em
por meio de uma alegoria, o
questão, e lhe é, pelo contrário, inferior". Assim,
para podermos fazer estas reflexões, é
necessário que antes tenhamos tido ocasião de a) bem supremo como fim do homem.   
conhecer esse ser de que se aproxima o dito b) prazer perene como fundamento da felicidade.
objeto, ainda que imperfeitamente.
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c) ideal inteligível como transcendência
desejada.   
d) amor como falta constituinte do ser humano.   
e) autoconhecimento como caminho da verdade.

Exercício 14
(Enem PPL 2015)  Suponha homens numa
morada subterrânea, em forma de caverna, cuja
entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o
comprimento da fachada; eles estão lá desde a
infância, as pernas e o pescoço presos por No centro da imagem, o filósofo Platão é
correntes, de tal sorte que não podem trocar de retratado apontando para o alto. Esse gesto
lugar e só podem olhar para frente, pois os significa que o conhecimento se encontra em
grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma instância na qual o homem descobre a
uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do
terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira a) suspensão do juízo como reveladora da
e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao verdade.   
longo do caminho, imagine um pequeno muro, b) realidade inteligível por meio do método
semelhante aos tapumes que os manipuladores dialético.   
de marionetes armam entre eles e o público e c) salvação da condição mortal pelo poder de
sobre os quais exibem seus prestígios. Deus.   
d) essência das coisas sensíveis no intelecto
PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação divino.   
Calouste Gulbenkian, 2007. e) ordem intrínseca ao mundo por meio da
sensibilidade.   

Essa narrativa de Platão é uma importante Exercício 16


manifestação cultural do pensamento grego (Enem 2012)  Para Platão, o que havia de
antigo, cuja ideia central, do ponto de vista verdadeiro em Parmênides era que o objeto de
filosófico, evidencia o(a) conhecimento é um objeto de razão e não de
sensação, e era preciso estabelecer uma relação
entre objeto racional e objeto sensível ou
a) caráter antropológico, descrevendo as origens
material que privilegiasse o primeiro em
do homem primitivo.   
detrimento do segundo. Lenta, mas
b) sistema penal da época, criticando o sistema
irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-
carcerário da sociedade ateniense.   
se em sua mente.
c) vida cultural e artística, expressa por
dramaturgos trágicos e cômicos gregos.   
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da
d) sistema político elitista, provindo do
filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).
surgimento da pólis e da democracia ateniense.

O texto faz referência à relação entre razão e


e) teoria do conhecimento, expondo a passagem
sensação, um aspecto essencial da Doutrina das
do mundo ilusório para o mundo das ideias.  
Ideias de Platão (427–346 a.C.). De acordo com
Exercício 15
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o texto, como Platão se situa diante dessa busca da verdade extraída dos fatos e não à
relação? imaginação dos mesmos, pois muitos
conceberam repúblicas e principados jamais
vistos ou conhecidos como tendo realmente
a) Estabelecendo um abismo intransponível existido.
entre as duas.    MAQUIAVEL, N. O príncipe . Disponível em:
b) Privilegiando os sentidos e subordinando o www.culturabrasil.pro.br. Acesso em: 4 abr.
conhecimento a eles.    2013.
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que
razão e sensação são inseparáveis.    A partir do texto, é possível perceber a crítica
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar maquiaveliana à filosofia política de Platão, pois
conhecimento, mas a sensação não.    há nesta a
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a
sensação é superior à razão.    a) elaboração de um ordenamento político com
fundamento na bondade infinita de Deus.   
Exercício 17
b) explicitação dos acontecimentos políticos do
(Enem PPL 2016)  O aparecimento da pólis,
período clássico de forma imparcial.   
situado entre os séculos VIII e VII a.C., constitui,
c) utilização da oratória política como meio de
na história do pensamento grego, um
convencer os oponentes na ágora.   
acontecimento decisivo. Certamente, no plano
d) investigação das constituições políticas de
intelectual como no domínio das instituições, a
Atenas pelo método indutivo.   
vida social e as relações entre os homens tomam
e) idealização de um mundo político perfeito
uma forma nova, cuja originalidade foi
existente no mundo das ideias.   
plenamente sentida pelos gregos,
manifestando-se no surgimento da filosofia. Exercício 19
(Enem PPL 2017)  A definição de Aristóteles
VERNANT, J.-P. As origens do pensamento para enigma é totalmente desligada de qualquer
grego. Rio de Janeiro: Difel, 2004 (adaptado). fundo religioso: dizer coisas reais associando
coisas impossíveis. Visto que, para Aristóteles,
associar coisas impossíveis significa formular
Segundo Vernant, a filosofia na antiga Grécia foi uma contradição, sua definição quer dizer que o
resultado do(a) enigma é uma contradição que designa algo real,
em vez de não indicar nada, como é de regra.
a) constituição do regime democrático.      COLLI, G. O nascimento da filosofia. Campinas:
b) contato dos gregos com outros povos.    Unicamp, 1996 (adaptado).
c) desenvolvimento no campo das navegações.   
d) aparecimento de novas instituições religiosas.
Segundo o texto, Aristóteles inovou a forma de
e) surgimento da cidade como organização social. pensar sobre o enigma, ao argumentar que

Exercício 18
a) a contradição que caracteriza o enigma é
(Enem PPL 2013)  Mas, sendo minha intenção
desprovida de relevância filosófica.   
escrever algo de útil para quem por tal se
b) os enigmas religiosos são contraditórios
interesse, pareceu-me mais conveniente ir em
porque indicam algo religiosamente real.    
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c) o enigma é uma contradição que diz algo de e) prática de hábitos racionais, pois com ela se
real e algo de impossível ao mesmo tempo.     capta a verdade.    
d) as coisas impossíveis são enigmáticas e
Exercício 21
devem ser explicadas em vista de sua origem
(Enem 2013)  A felicidade é portanto, a melhor,
religiosa.    
a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo,
e) a contradição enuncia coisas impossíveis e
e esses atributos não devem estar separados
irreais, porque ela é desligada de seu fundo
como na inscrição existente em Delfos “das
religioso.    
coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é
Exercício 20 a saúde; porém a mais doce é ter o que
(Enem PPL 2017)  Dado que, dos hábitos amamos”. Todos estes atributos estão presentes
racionais com os quais captamos a verdade, nas mais excelentes atividades, e entre essas a
alguns são sempre verdadeiros, enquanto outros melhor, nós a identificamos como felicidade.
admitem o falso, como a opinião e o cálculo,
enquanto o conhecimento científico e a intuição ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das
são sempre verdadeiros, e dado que nenhum Letras, 2010.
outro gênero de conhecimento é mais exato que
o conhecimento científico, exceto a intuição, e, Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais
por outro lado, os princípios são mais conhecidos excelentes atributos, Aristóteles a identifica
que as demonstrações, e dado que todo como
conhecimento científico constitui-se de maneira
argumentativa, não pode haver conhecimento a) busca por bens materiais e títulos de nobreza.
científico dos princípios, e dado que não pode
haver nada mais verdadeiro que o conhecimento b) plenitude espiritual a ascese pessoal.   
científico, exceto a intuição, a intuição deve ter c) finalidade das ações e condutas humanas.   
por objeto os princípios. d) conhecimento de verdades imutáveis e
perfeitas.   
ARISTÓTELES. Segundos analíticos. In: REALE, e) expressão do sucesso individual e
G. História da filosofia antiga. São Paulo: Loyola, reconhecimento público.   
1994.
Exercício 22
(Enem PPL 2012)  Pode-se viver sem ciência,
Os princípios, base da epistemologia aristotélica, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las
pertencem ao domínio do(a) racionalmente, pode-se desprezar as evidências
empíricas. No entanto, depois de Platão e
Aristóteles, nenhum homem honesto pode
ignorar que uma outra atitude intelectual foi
a) opinião, pois fazem parte da formação da
experimentada, a de adotar crenças com base em
pessoa.    
razões e evidências e questionar tudo o mais a
b) cálculo, pois são demonstrados por
fim de descobrir seu sentido último.
argumentos.    
c) conhecimento científico, pois admitem provas
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da
empíricas.    
filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002.
d) intuição, pois ela é mais exata que o
conhecimento científico.    

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Platão e Aristóteles marcaram profundamente a d) lógica e os princípios metafísicos.   
formação do pensamento Ocidental. No texto, é e) razão e as verdades transcendentes.
ressaltado importante aspecto filosófico de
Exercício 24
ambos os autores que, em linhas gerais, refere-
(Enem 2017)  Se, pois, para as coisas que
se à  
fazemos existe um fim que desejamos por ele
mesmo e tudo o mais é desejado no interesse
a) adoção da experiência do senso comum como desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou
critério de verdade.     antes, o sumo bem. Mas não terá o
b) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento, porventura, grande influência
conhecimento resultante de evidências sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por
empíricas.      determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o
c) pretensão de a experiência legitimar por si que seja ele e de qual das ciências ou faculdades
mesma a verdade.     constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o
d) defesa de que a honestidade condiciona a seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e
possibilidade de se pensar a verdade.     que mais verdadeiramente se pode chamar a
e) compreensão de que a verdade deve ser arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa
justificada racionalmente.   natureza, pois é ela que determina quais as
Exercício 23 ciências que devem ser estudadas num Estado,
(Enem PPL 2019)  Vimos que o homem sem lei quais são as que cada cidadão deve aprender, e
é injusto e o respeitador da lei é justo; até que ponto; e vemos que até as faculdades
evidentemente todos os atos legítimos são, em tidas em maior apreço, como a estratégia, a
certo sentido, atos justos, porque os atos economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora,
prescritos pela arte do legislador são legítimos e como a política utiliza as demais ciências e, por
cada um deles é justo. Ora, nas disposições que outro lado, legisla sobre o que devemos e o que
tomam sobre todos os assuntos, as leis têm em não devemos fazer, a finalidade dessa ciência
mira a vantagem comum, quer de todos, quer deve abranger as das outras, de modo que essa
dos melhores ou daqueles que detêm o poder finalidade será o bem humano.
ou algo desse gênero; de modo que, em certo
sentido, chamamos justos aqueles atos que ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores.
tendem a produzir e a preservar, para a São Paulo: Nova Gunman 1991 (adaptado).
sociedade política, a felicidade e os elementos
que a compõem.
Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Cia. das organização da pólis pressupõe que
Letras, 2010 (adaptado).
a) o bem dos indivíduos consiste em cada um
perseguir seus interesses.   
De acordo com o texto de Aristóteles, o b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses
legislador deve agir conforme a são os portadores da verdade.    
c) a política é a ciência que precede todas as
a) moral e a vida privada.    demais na organização da cidade.    
b) virtude e os interesses públicos.       d) a educação visa formar a consciência de cada
c) utilidade e os critérios pragmáticos.    pessoa para agir corretamente.   

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e) a democracia protege as atividades políticas na história do pensamento grego, um
necessárias para o bem comum. acontecimento decisivo. Certamente, no plano
intelectual como no domínio das instituições, a
Exercício 25
vida social e as relações entre os homens tomam
(Enem 2ª aplicação 2016)  Ninguém delibera
uma forma nova, cuja originalidade foi
sobre coisas que não podem ser de outro modo,
plenamente sentida pelos gregos,
nem sobre as que lhe é impossível fazer. Por
manifestando-se no surgimento da filosofia.
conseguinte, como o conhecimento científico
envolve demonstração, mas não há
VERNANT, J.-P. As origens do pensamento
demonstração de coisas cujos primeiros
grego. Rio de Janeiro: Difel, 2004 (adaptado).
princípios são variáveis (pois todas elas
poderiam ser diferentemente), e como é
impossível deliberar sobre coisas que são por
Segundo Vernant, a filosofia na antiga Grécia foi
necessidade, a sabedoria prática não pode ser
resultado do(a)
ciência, nem arte: nem ciência, porque aquilo que
se pode fazer é capaz de ser diferentemente,
nem arte, porque o agir e o produzir são duas a) constituição do regime democrático.   
espécies diferentes de coisa. Resta, pois, a b) contato dos gregos com outros povos.   
alternativa de ser ela uma capacidade verdadeira c) desenvolvimento no campo das navegações.   
e raciocinada de agir com respeito às coisas que d) aparecimento de novas instituições religiosas.
são boas ou más para o homem.
e) surgimento da cidade como organização social.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo:
Abril Cultural, 1980. Exercício 27
(Enem PPL 2015)  Ambos prestam serviços
corporais para atender às necessidades da vida.
Aristóteles considera a ética como pertencente A natureza faz o corpo do escravo e do homem
ao campo do saber prático. Nesse sentido, ela livre de forma diferente. O escravo tem corpo
difere-se dos outros saberes porque é forte, adaptado naturalmente ao trabalho servil.
caracterizada como Já o homem livre tem corpo ereto, inadequado ao
trabalho braçal, porém apto à vida do cidadão.
a) conduta definida pela capacidade racional de
escolha.    ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.
b) capacidade de escolher de acordo com
padrões científicos.   
c) conhecimento das coisas importantes para a O trabalho braçal é considerado, na filosofia
vida do homem.    aristotélica, como 
d) técnica que tem como resultado a produção de
boas ações.    a) indicador da imagem do homem no estado de
e) política estabelecida de acordo com padrões natureza.   
democráticos de deliberação.    b) condição necessária para a realização da
Exercício 26 virtude humana.   
(Enem PPL 2016)  O aparecimento da pólis, c) atividade que exige força física e uso limitado
situado entre os séculos VIII e VII a.C., constitui, da racionalidade.   
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d) referencial que o homem deve seguir para Segundo Aristóteles, pode-se reconhecer uma
viver uma vida ativa.    ação justa quando ela observa o
e) mecanismo de aperfeiçoamento do trabalho
por meio da experiência.    a) compromisso com os movimentos
Exercício 28 desvinculados da legalidade.   
(Enem PPL 2014)  Ao falar do caráter de um b) benefício para o maior número possível de
homem não dizemos que ele é sábio ou que indivíduos.   
possui entendimento, mas que é calmo ou c) interesse para a classe social do agente da
temperante. No entanto, louvamos também o ação.   
sábio, referindo-se ao hábito; e aos hábitos d) fundamento na categoria de progresso
dignos de louvor chamamos virtude. histórico.   
e) princípio de dar a cada um o que lhe é devido.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo:
Nova CuIturaI, 1973. Exercício 30
(Enem PPL 2012)  Quanto à deliberação,
deliberam as pessoas sobre tudo? São todas as
Em Aristóteles, o conceito de virtude ética coisas objetos de possíveis deliberações? Ou
expressa a será a deliberação impossível no que tange a
algumas coisas? Ninguém delibera sobre coisas
a) excelência de atividades praticadas em eternas e imutáveis, tais como a ordem do
consonância com o bem comum.     universo; tampouco sobre coisas mutáveis, como
b) concretização utilitária de ações que revelam a os fenômenos dos solstícios e o nascer do sol,
manifestação de propósitos privados.    pois nenhuma delas pode ser produzida por
c) concordância das ações humanas aos preceitos nossa ação.
emanados da divindade.   
d) realização de ações que permitem a ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo:
configuração da paz interior.    Edipro, 2007. (adaptado).
e) manifestação de ações estéticas, coroadas de
adorno e beleza.   
O conceito de deliberação tratado por
Exercício 29
Aristóteles é importante para entender a
(Enem PPL 2013)  O termo injusto se aplica
dimensão da responsabilidade humana. A partir
tanto às pessoas que infringem a lei quanto às
do texto, considera-se que é possível ao homem
pessoas ambiciosas (no sentido de quererem
deliberar sobre  
mais do que aquilo a que têm direito) e iníquas,
de tal forma que as cumpridoras da lei e as
pessoas corretas serão justas. O justo, então, é a) coisas imagináveis, já que ele não tem
aquilo conforme à lei e o injusto é o ilegal e controle sobre os acontecimentos da natureza.    
iníquo. b) ações humanas, ciente da influência e da
determinação dos astros sobre as mesmas.    
ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. São Paulo: c) fatos atingíveis pela ação humana, desde que
Nova Cultural: 1996 (adaptado). estejam sob seu controle.    
d) fatos e ações mutáveis da natureza, já que ele
é parte dela.    
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e) coisas eternas, já que ele é por essência um a) explicar o mundo com números.    
ser religioso.    b) identificar a felicidade com o prazer.   
c) aceitar os sofrimentos com serenidade.    
Exercício 31
d) questionar o saber científico com veemência.   
(Enem 2018)  A quem não basta pouco, nada
e) considerar as convenções sociais com
basta.
desprezo.   
EPICURO. Os pensadores. São Paulo: Abril
Cultural, 1985. Exercício 33
(Enem 2016)  Pirro afirmava que nada é nobre
nem vergonhoso, justo ou injusto; e que, da
Remanescente do período helenístico, a máxima mesma maneira, nada existe do ponto de vista
apresentada valoriza a seguinte virtude:  da verdade; que os homens agem apenas
segundo a lei e o costume, nada sendo mais isto
a) Esperança, tida como confiança no porvir.     do que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com
b) Justiça, interpretada como retidão de caráter.  esta doutrina, nada procurando evitar e não se
desviando do que quer que fosse, suportando
c) Temperança, marcada pelo domínio da tudo, carroças, por exemplo, precipícios, cães,
vontade.     nada deixando ao arbítrio dos sentidos.
d) Coragem, definida como fortitude na
dificuldade.     LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos
e) Prudência, caracterizada pelo correto uso da ilustres. Brasília: Editora UnB, 1988.
razão

Exercício 32 O ceticismo, conforme sugerido no texto,


(Enem PPL 2017)  XI. Jamais, a respeito de coisa caracteriza-se por:
alguma, digas: “Eu a perdi”, mas sim: “eu a
restituí”. O filho morreu? Foi restituído. A mulher
a) Desprezar quaisquer convenções e obrigações
morreu? Foi restituída. “A propriedade me foi
da sociedade.   
subtraída”, então também foi restituída. “Mas
b) Atingir o verdadeiro prazer como o princípio e
quem a subtraiu é mau”. O que te importa por
o fim da vida feliz.     
meio de quem aquele que te dá a pede de volta?
c) Defender a indiferença e a impossibilidade de
Na medida em que ele der, faz uso do mesmo
obter alguma certeza.   
modo de quem cuida das coisas de outrem. Do
d) Aceitar o determinismo e ocupar-se com a
mesmo modo como fazem os que se instalam
esperança transcendente.   
em uma hospedaria.
e) Agir de forma virtuosa e sábia a fim de
enaltecer o homem bom e belo.  
EPICTETO. Encheirídion. In: DINUCCI, A.
Introdução ao Manual de Epicteto. São Cristóvão: Exercício 34
UFS, 2012 (adaptado). (Enem 2014)  Alguns dos desejos são naturais e
necessários; outros, naturais e não necessários;
outros, nem naturais nem necessários, mas
A característica do estoicismo presente nessa nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos
citação do filósofo grego Epicteto é trazem dor se não satisfeitos não são
necessários, mas o seu impulso pode ser

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facilmente desfeito, quando é difícil obter sua a) desvio da postura celibatária.    
satisfação ou parecem geradores de dano. b) insuficiência da autonomia moral.    
EPICURO DE SAMOS. “Doutrinas principais”. In: c) afastamento das ações de desapego.    
SANSON, V. F. Textos de filosofia. Rio de d) distanciamento das práticas de sacrifício.
Janeiro: Eduff, 1974. e) violação dos preceitos do Velho Testamento.

No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o


Exercício 36
homem tem como fim
(Enem PPL 2019)  Tomás de Aquino, filósofo
cristão que viveu no século XIII, afirma: a lei é
a) alcançar o prazer moderado e a felicidade.    uma regra ou um preceito relativo às nossas
b) valorizar os deveres e as obrigações sociais.    ações. Ora, a norma suprema dos atos humanos
c) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com é a razão. Desse modo, em última análise, a lei
resignação.    está submetida à razão; é apenas uma
d) refletir sobre os valores e as normas dadas formulação das exigências racionais. Porém, é
pela divindade.    mister que ela emane da comunidade, ou de uma
e) defender a indiferença e a impossibilidade de pessoa que legitimamente a representa.
se atingir o saber.    GILSON, E.; BOEHNER, P. História da filosofia
Exercício 35 cristã. Petrópolis: Vozes, 1991 (adaptado).
(Enem 2019)  De fato, não é porque o homem
pode usar a vontade livre para pecar que se deve
supor que Deus a concedeu para isso. Há, No contexto do século XIII, a visão política do
portanto, uma razão pela qual Deus deu ao filósofo mencionado retoma o
homem esta característica, pois sem ela não
poderia viver e agir corretamente. Pode-se a) pensamento idealista de Platão.   
compreender, então, que ela foi concedida ao b) conformismo estoico de Sêneca.   
homem para esse fim, considerando-se que se c) ensinamento místico de Pitágoras.   
um homem a usar para pecar, recairão sobre ele d) paradigma de vida feliz de Agostinho.   
as punições divinas. Ora, isso seria injusto se a e) conceito de bem comum de Aristóteles.   
vontade livre tivesse sido dada ao homem não
Exercício 37
apenas para agir corretamente, mas também
(Enem 2018)  Desde que tenhamos
para pecar. Na verdade, por que deveria ser
compreendido o significado da palavra “Deus”,
punido aquele que usasse da sua vontade para o
sabemos, de imediato, que Deus existe. Com
fim para o qual ela lhe foi dada?
efeito, essa palavra designa uma coisa de tal
ordem que não podemos conceber nada que lhe
AGOSTINHO. O livre-arbítrio. In: MARCONDES,
seja maior. Ora, o que existe na realidade e no
D. Textos básicos de ética. Rio de Janeiro: Jorge
pensamento é maior do que o que existe apenas
Zahar, 2008.
no pensamento. Donde se segue que o objeto
designado pela palavra “Deus”, que existe no
pensamento, desde que se entenda essa
Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de
palavra, também existe na realidade. Por
Hipona sustenta que a punição divina tem como
conseguinte, a existência de Deus é evidente.
fundamento o(a)

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TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Exercício 39
Janeiro: Loyola, 2002. (Enem PPL 2016)  Enquanto o pensamento de
Santo Agostinho representa o desenvolvimento
de uma filosofia cristã inspirada em Platão, o
O texto apresenta uma elaboração teórica de pensamento de São Tomás reabilita a filosofia de
Tomás de Aquino caracterizada por  Aristóteles – até então vista sob suspeita pela
Igreja –, mostrando ser possível desenvolver
a) reiterar a ortodoxia religiosa contra os uma leitura de Aristóteles compatível com a
heréticos.     doutrina cristã. O aristotelismo de São Tomás
b) sustentar racionalmente doutrina alicerçada abriu caminho para o estudo da obra aristotélica
na fé.     e para a legitimação do interesse pelas ciências
c) explicar as virtudes teologais pela naturais, um dos principais motivos do interesse
demonstração.     por Aristóteles nesse período.
d) flexibilizar a interpretação oficial dos textos
sagrados.     MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio
e) justificar pragmaticamente crença livre de de Janeiro: Zahar, 2005.
dogmas.

Exercício 38 A Igreja Católica por muito tempo impediu a


(Enem 2018)  Não é verdade que estão ainda divulgação da obra de Aristóteles pelo fato de a
cheios de velhice espiritual aqueles que nos obra aristotélica
dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a
terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem
a) valorizar a investigação científica, contrariando
eles, “por que não ficou sempre assim no
certos dogmas religiosos.   
decurso dos séculos, abstendo-se, como antes,
b) declarar a inexistência de Deus, colocando em
de toda ação? Se existiu em Deus um novo
dúvida toda a moral religiosa.   
movimento, uma vontade nova para dar o ser a
c) criticar a Igreja Católica, instigando a criação de
criaturas que nunca antes criara, como pode
outras instituições religiosas.   .   
haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece
d) evocar pensamentos de religiões orientais,
uma vontade que antes não existia?”
minando a expansão do cristianismo.   
e) contribuir para o desenvolvimento de
AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril
sentimentos antirreligiosos, seguindo sua teoria
Cultural, 1984.
política

Exercício 40
A questão da eternidade, tal como abordada pelo (Enem 2015)  Ora, em todas as coisas ordenadas
autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a algum fim, é preciso haver algum dirigente,
a(s)  pelo qual se atinja diretamente o devido fim.
Com efeito, um navio, que se move para diversos
a) essência da ética cristã.     lados pelo impulso dos ventos contrários, não
b) natureza universal da tradição.     chegaria ao fim de destino, se por indústria do
c) certezas inabaláveis da experiência.     piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o
d) abrangência da compreensão humana.     homem um fim, para o qual se ordenam toda a
e) interpretações da realidade circundante.     sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os

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homens de modos diversos em vista do fim, o b) o mal, enquanto princípio ontológico,
que a própria diversidade dos esforços e ações independe de Deus.    
humanas comprova. Portanto, precisa o homem c) Deus apenas transforma a matéria, que é, por
de um dirigente para o fim. natureza, má.   
d) por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é
AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: oposto, o mal.   
ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás e) Deus se limita a administrar a dialética
de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado). existente entre o bem e o mal.  

Exercício 42
(Enem 2012)  TEXTO I
No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a
monarquia como o regime de governo capaz de
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o
elemento originário de tudo o que existe, existiu
a) refrear os movimentos religiosos e existirá, e que outras coisas provêm de sua
contestatórios.    descendência. Quando o ar se dilata, transforma-
b) promover a atuação da sociedade civil na vida se em fogo, ao passo que os ventos são ar
política.    condensado. As nuvens formam-se a partir do ar
c) unir a sociedade tendo em vista a realização do por feltragem e, ainda mais condensadas,
bem comum.    transformam-se em água. A água, quando mais
d) reformar a religião por meio do retorno à condensada, transforma-se em terra, e quando
tradição helenística.    condensada ao máximo possível, transforma-se
e) dissociar a relação política entre os poderes em pedras.
temporal e espiritual.   

Exercício 41 BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de


(Enem PPL 2015)  Se os nossos adversários, que Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
admitem a existência de uma natureza não criada
por Deus, o Sumo Bem, quisessem admitir que TEXTO II
essas considerações estão certas, deixariam de
proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir a Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu:
Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. “Deus, como criador de todas as coisas, está no
Pois sendo Ele fonte suprema da Bondade, princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas
nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à de conteúdo se nos apresentam, em face desta
sua natureza. concepção, as especulações contraditórias dos
filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de
AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: algum dos quatro elementos, como ensinam os
Sétimo Selo, 2005 (adaptado). Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na
verdade, dão a impressão de quererem ancorar o
mundo numa teia de aranha”.
Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a
origem do mal porque GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia
Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
a) o surgimento do mal é anterior à existência de
Deus.   

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Filósofos dos diversos tempos históricos são características do mito grego e abordam a
desenvolveram teses para explicar a origem do relação entre liberdade humana e providência
universo, a partir de uma explicação racional. As divina. A expressão filosófica que torna como
teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de pressuposta a tese do determinismo é:
Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua
fundamentação teorias que a) “Nasci para satisfazer a grande necessidade
que eu tinha de mim mesmo.” Jean Paul Sartre   
a) eram baseadas nas ciências da natureza.    b) “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar
b) refutavam as teorias de filósofos da religião.    que Deus nela escreva o que quiser.” Santo
c) tinham origem nos mitos das civilizações Agostinho   
antigas.    c) “Quem não tem medo da vida também não
d) postulavam um princípio originário para o tem medo da morte.” Arthur Schopenhauer   
mundo.    d) “Não me pergunte quem sou eu e não me diga
e) defendiam que Deus é o princípio de todas as para permanecer o mesmo.” Michel Foucault   
coisas.    e) “O homem, em seu orgulho, criou a Deus a
sua imagem e semelhança." Friedrich Nietzsche
Exercício 43
(Enem PPL 2010)  Quando Édipo nasceu, seus
pais, Laio e Jocasta, os reis de Tebas, foram Exercício 44
informados de uma profecia na qual o filho (Enem 2019)  TEXTO I
mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evitá- Os segredos da natureza se revelam mais sob a
la, ordenaram a um criado que matasse o tortura dos experimentos do que no seu curso
menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, natural.
ele o entregou a um casal de camponeses que BACON, F. Novum Organum, 1620. In: HADOT,
morava longe de Tebas para que o criasse. Édipo P. O véu de Ísis: ensaio sobre a história da ideia
soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu de natureza. São Paulo: Loyola, 2006.
então da casa de seus pais para evitar a tragédia.
Eis que, perambulando pelos caminhos da
Grécia, encontrou-se com Laio e seu séquito, TEXTO II
que, insolentemente, ordenou que saísse da O ser humano, totalmente desintegrado do todo,
estrada. Édipo reagiu e matou todos os não percebe mais as relações de equilíbrio da
integrantes do grupo, sem saber que entre eles natureza. Age de forma totalmente desarmônica
estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem sobre o ambiente, causando grandes
até chegar a Tebas, dominada por uma Esfinge. desequilíbrios ambientais.
Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei GUIMARÃES, M. A dimensão ambiental na
de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe educação. Campinas: Papirus, 1995.
que desconhecia.

Disponível em: http://www.culturabrasil.org. Os textos indicam uma relação da sociedade


Acesso em: 28 ago. 2010 (adaptado). diante da natureza caracterizada pela

a) objetificação do espaço físico.    


No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os b) retomada do modelo criacionista.    
temas do destino e do determinismo. Ambos c) recuperação do legado ancestral.    
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d) infalibilidade do método científico.     Exercício 46
e) formação da cosmovisão holística.     (Enem 2019)  TEXTO I
Considero apropriado deter-me algum tempo na
Exercício 45
contemplação deste Deus todo perfeito,
(Enem 2013)  Os produtos e seu consumo
ponderar totalmente à vontade seus
constituem a meta declarada do
maravilhosos atributos, considerar, admirar e
empreendimento tecnológico. Essa meta foi
adorar a incomparável beleza dessa imensa luz.
proposta pela primeira vez no início da
DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril
Modernidade, como expectativa de que o homem
Cultural, 1980.
poderia dominar a natureza. No entanto, essa
expectativa, convertida em programa anunciado
por pensadores como Descartes e Bacon e
TEXTO II
impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de
Qual será a forma mais razoável de entender
um prazer de poder”, “de um mero imperialismo
como é o mundo? Existirá alguma boa razão para
humano”, mas da aspiração de libertar o homem
acreditar que o mundo foi criado por uma
e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.
divindade todo-poderosa? Não podemos dizer
que a crença em Deus é “apenas” uma questão
CUPANI, A. A tecnologia como problema
de fé.
filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São
RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa:
Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).
Gradiva, 2009.

Autores da filosofia moderna, notadamente


Os textos abordam um questionamento da
Descartes e Bacon, e o projeto iluminista
construção da modernidade que defende um
concebem a ciência como uma forma de saber
modelo
que almeja libertar o homem das intempéries da
natureza. Nesse contexto, a investigação
científica consiste em a) centrado na razão humana.    
b) baseado na explicação mitológica.    
c) fundamentado na ordenação imanentista.    
a) expor a essência da verdade e resolver
d) focado na legitimação contratualista.    
definitivamente as disputas teóricas ainda
e) configurado na percepção etnocêntrica.    
existentes.   
b) oferecer a última palavra acerca das coisas que Exercício 47
existem e ocupar o lugar que outrora foi da (Enem 2019)  Dizem que Humboldt, naturalista
filosofia.    do século XIX, maravilhado pela geografia, flora e
c) ser a expressão da razão e servir de modelo fauna da região sul-americana, via seus
para outras áreas do saber que almejam o habitantes como se fossem mendigos sentados
progresso.    sobre um saco de ouro, referindo-se a suas
d) explicitar as leis gerais que permitem incomensuráveis riquezas naturais não
interpretar a natureza e eliminar os discursos exploradas. De alguma maneira, o cientista
éticos e religiosos.    ratificou nosso papel de exportadores de
e) explicar a dinâmica presente entre os natureza no que seria o mundo depois da
fenômenos naturais e impor limites aos debates colonização ibérica: enxergou-nos como
acadêmicos.   

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territórios condenados a aproveitar os recursos Exercício 49
naturais existentes. (Enem PPL 2015)  Após ter examinado
cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim
ACOSTA, A. Bem viver: uma oportunidade para concluir e ter por constante que esta proposição,
imaginar outros mundos. São Paulo: Elefante, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira
2016 (adaptado). todas as vezes que a enuncio ou que a concebo
em meu espírito.
DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São
A relação entre ser humano e natureza Paulo: Abril Cultural, 1979.
ressaltada no texto refletia a permanência da
seguinte corrente filosófica:
A proposição “eu sou, eu existo” corresponde a
a) Relativismo cognitivo.     um dos momentos mais importantes na ruptura
b) Materialismo dialético.     da filosofia do século XVII com os padrões da
c) Racionalismo cartesiano.     reflexão medieval, por
d) Pluralismo epistemológico.     
e) Existencialismo fenomenológico.    a) estabelecer o ceticismo como opção legítima.

Exercício 48
(Enem 2016)  Nunca nos tornaremos
b) utilizar silogismos linguísticos como prova
matemáticos, por exemplo, embora nossa
ontológica.   
memória possua todas as demonstrações feitas
c) inaugurar a posição teórica conhecida como
por outros, se nosso espírito não for capaz de
empirismo.   
resolver toda espécie de problemas; não nos
d) estabelecer um princípio indubitável para o
tornaríamos filósofos, por ter lido todos os
conhecimento.   
raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder
e) Questionar a relação entre a filosofia e o tema
formular um juízo sólido sobre o que nos é
da existência de Deus.   
proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter
aprendido, não ciências, mas histórias. Exercício 50
(Enem 2ª aplicação 2014)  Uma vez que a razão
DESCARTES. R. Regras para a orientação do me persuado de que devo impedir-me de dar
espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999. crédito às coisas que não são inteiramente certas
e indubitáveis tanto quando àquelas que nos
parecem manifestamente ser falsas, o menor
Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor motivo de dúvida que eu nelas encontrar bastará
considera o conhecimento, de modo crítico, como para me levar a rejeitar todas.
resultado da
DESCARTES, R. Meditações de Filosofia
a) investigação de natureza empírica.    Primeira. São Paulo: Abril Cultural, 1973
b) retomada da tradição intelectual.    (adaptado).
c) imposição de valores ortodoxos.   
d) autonomia do sujeito pensante.   
e) liberdade do agente moral.     Ao introduzir dúvida como método, Descartes
busca alcançar uma certeza capaz de refundar,

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sobre princípios sólidos, a ciência e a filosofia. Modernidade, como expectativa de que o homem
Seu procedimento teórico indica poderia dominar a natureza. No entanto, essa
expectativa, convertida em programa anunciado
a) a capacidade de o entendimento humano por pensadores como Descartes e Bacon e
duvidar das certezas claras e distintas.    impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de
b) a ideia de que o ceticismo é base suficiente um prazer de poder”, “de um mero imperialismo
para edificar a filosofia moderna.    humano”, mas da aspiração de libertar o homem
c) o rompimento com o dogmatismo da filosofia e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.
aristotélico-tomista que prevalecera na Idade
Média.  CUPANI, A. A tecnologia como problema
d) a primazia dos sentidos como caminho seguro filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São
de condução do homem à verdade.    Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).
e) o estabelecimento de uma regra capaz de
consolidar a tradição escolástica de pensamento.
Autores da filosofia moderna, notadamente
Descartes e Bacon, e o projeto iluminista
Exercício 51 concebem a ciência como uma forma de saber
(Enem 2014)  É o caráter radical do que se que almeja libertar o homem das intempéries da
procura que exige a radicalização do próprio natureza. Nesse contexto, a investigação
processo de busca. Se todo o espaço for ocupado científica consiste em
pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a
partir daí terá sido de alguma forma gerada pela
a) expor a essência da verdade e resolver
própria dúvida, e não será seguramente
definitivamente as disputas teóricas ainda
nenhuma daquelas que foram anteriormente
existentes.   
varridas por essa mesma dúvida.
b) oferecer a última palavra acerca das coisas que
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da
existem e ocupar o lugar que outrora foi da
modernidade. São Paulo: Moderna, 2001
filosofia.   
(adaptado).
c) ser a expressão da razão e servir de modelo
para outras áreas do saber que almejam o
Apesar de questionar os conceitos da tradição, a
progresso.   
dúvida radical da filosofia cartesiana tem caráter
d) explicitar as leis gerais que permitem
positivo por contribuir para o(a)
interpretar a natureza e eliminar os discursos
éticos e religiosos.   
a) dissolução do saber científico.    e) explicar a dinâmica presente entre os
b) recuperação dos antigos juízos.    fenômenos naturais e impor limites aos debates
c) exaltação do pensamento clássico.    acadêmicos.   
d) surgimento do conhecimento inabalável.   
e) fortalecimento dos preconceitos religiosos.    Exercício 53
(Enem 2013)  TEXTO I
Exercício 52 Há já de algum tempo eu me apercebi de que,
(Enem 2013)  Os produtos e seu consumo desde meus primeiros anos, recebera muitas
constituem a meta declarada do falsas opiniões como verdadeiras, e de que
empreendimento tecnológico. Essa meta foi aquilo que depois eu fundei em princípios tão
proposta pela primeira vez no início da mal assegurados não podia ser senão mui

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duvidoso e incerto. Era necessário tentar DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São
seriamente, uma vez em minha vida, desfazer- Paulo: Abril Cultural, 1979.
me de todas as opiniões a que até então dera
crédito, e começar tudo novamente a fim de TEXTO II
estabelecer um saber firme e inabalável.
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Sempre que alimentarmos alguma suspeita de
Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, que uma ideia esteja sendo empregada sem
1973 (adaptado). nenhum significado, precisaremos apenas
indagar: de que impressão deriva esta suposta
TEXTO II ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer
É de caráter radical do que se procura que exige impressão sensorial, isso servirá para confirmar
a radicalização do próprio processo de busca. Se nossa suspeita.
todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer
certeza que aparecer a partir daí terá sido de HUME, D. Uma investigação sobre o
alguma forma gerada pela própria dúvida, e não entendimento. São Paulo: Unesp, 2004
será seguramente nenhuma daquelas que foram (adaptado).
anteriormente varridas por essa mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da Nos textos, ambos os autores se posicionam
modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 sobre a natureza do conhecimento humano. A
(adaptado). comparação dos excertos permite assumir que
Descartes e Hume
A exposição e a análise do projeto cartesiano
indicam que, para viabilizar a reconstrução radical a) defendem os sentidos como critério originário
do conhecimento, deve-se para considerar um conhecimento legítimo.   
b) entendem que é desnecessário suspeitar do
a) retomar o método da tradição para edificar a significado de uma ideia na reflexão filosófica e
ciência com legitimidade.    crítica.   
b) questionar de forma ampla e profunda as c) são legítimos representantes do criticismo
antigas ideias e concepções.     quanto à gênese do conhecimento.   
c) investigar os conteúdos da consciência dos d) concordam que conhecimento humano é
homens menos esclarecidos.    impossível em relação às ideias e aos sentidos.   
d) buscar uma via para eliminar da memória e) atribuem diferentes lugares ao papel dos
saberes antigos e ultrapassados.    sentidos no processo de obtenção do
e) encontrar ideias e pensamentos evidentes conhecimento.   
que dispensam ser questionados.  
Exercício 55
Exercício 54 (Enem PPL 2018)  Quando analisamos nossos
(Enem 2012)  TEXTO I pensamentos ou ideias, por mais complexos e
sublimes que sejam, sempre descobrimos que
Experimentei algumas vezes que os sentidos se resolvem em ideias simples que são cópias
eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar de uma sensação ou sentimento anterior.
inteiramente em quem já nos enganou uma vez. Mesmo as ideias que, à primeira vista, parecem
mais afastadas dessa origem mostram, a um
exame mais atento, ser derivadas dela.

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b) normatividade das teorias científicas que se
HUME, D. Investigação sobre o entendimento valem da experiência.   
humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973. c) Dificuldade de se fundamentar as leis
científicas em bases empíricas.   
d) inviabilidade de se considerar a experiência na
Depreende-se deste excerto da obra de Hume construção da ciência.   
que o conhecimento tem a sua gênese na e) correspondência entre afirmações singulares e
afirmações universais.   
a) convicção inata.     Exercício 57
b) dimensão apriorística.     (Enem 2015)  Todo o poder criativo da mente se
c) elaboração do intelecto.     reduz a nada mais do que a faculdade de compor,
d) percepção dos sentidos.     transpor, aumentar ou diminuir os materiais que
e) realidade transcendental.     nos fornecem os sentidos e a experiência.
Exercício 56 Quando pensamos em uma montanha de ouro,
(Enem 2ª aplicação 2016)  Pode-se admitir que a não fazemos mais do que juntar duas ideias
experiência passada dá somente uma informação consistentes, ouro e montanha, que já
direta e segura sobre determinados objetos em conhecíamos. Podemos conceber um cavalo
determinados períodos do tempo, dos quais ela virtuoso, porque somos capazes de conceber a
teve conhecimento. Todavia, é esta a principal virtude a partir de nossos próprios sentimentos,
questão sobre a qual gostaria de insistir: por que e podemos unir a isso a figura e a forma de um
esta experiência tem de ser estendida a tempos cavalo, animal que nos é familiar.
futuros e a outros objetos que, pelo que
sabemos, unicamente são similares em HUME, D. Investigação sobre o entendimento
aparência. O pão que outrora comi alimentou- humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.
me, isto é, um corpo dotado de tais qualidades
sensíveis estava, a este tempo, dotado de tais
poderes desconhecidos. Mas, segue-se daí que Hume estabelece um vínculo entre pensamento
este outro pão deve também alimentar-me e impressão ao considerar que
como ocorreu na outra vez, e que qualidades
sensíveis semelhantes devem sempre ser a) os conteúdos das ideias no intelecto têm
acompanhadas de poderes ocultos semelhantes? origem na sensação.   
A consequência não parece de nenhum modo b) o espírito é capaz de classificar os dados da
necessária. percepção sensível.   
c) as ideias fracas resultam de experiências
HUME, D. Investigação acerca do entendimento sensoriais determinadas pelo acaso.   
humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995. d) os sentimentos ordenam como os
pensamentos devem ser processados na
memória.   
O problema descrito no texto tem como e) as ideias têm como fonte específica o
consequência a sentimento cujos dados são colhidos na empiria.

a) universabilidade do conjunto das proposições Exercício 58


de observação.   
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(Enem PPL 2013)  O contrário de um fato quem já nos enganou uma vez.

qualquer é sempre possível, pois, além de


DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo:
jamais implicar uma contradição, o espírito o Abril Cultural, 1979.
concebe com a mesma facilidade e distinção
como se ele estivesse em completo acordo com TEXTO II

a realidade. Que o Sol não nascerá amanhã é tão Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma
inteligível e não implica mais contradição do que ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado,
a afirmação de que ele nascerá. Podemos em precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta
suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer
vão, todavia, tentar demonstrar sua falsidade de impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa
maneira absolutamente precisa. Se ela fosse suspeita.
demonstrativamente falsa, implicaria uma
HUME, D. Uma investigação sobre o
contradição e o espírito nunca poderia concebê-
entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
la distintamente, assim como não pode conceber
que 1 + 1 seja diferente de 2. Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a
natureza do conhecimento humano. A comparação dos
excertos permite assumir que Descartes e Hume
HUME, D. Investigação acerca do entendimento
humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999
(adaptado).
a) defendem os sentidos como critério originário
O filósofo escocês David Hume refere-se a fatos, para considerar um conhecimento legítimo.   
ou seja, a eventos espaço-temporais, que b) entendem que é desnecessário suspeitar do
acontecem no mundo. Com relação ao significado de uma ideia na reflexão filosófica e
conhecimento referente a tais eventos, Hume crítica.   
considera que os fenômenos c) são legítimos representantes do criticismo
quanto à gênese do conhecimento.   
d) concordam que conhecimento humano é
a) acontecem de forma inquestionável, ao serem impossível em relação às ideias e aos sentidos.   
apreensíveis pela razão humana.    e) atribuem diferentes lugares ao papel dos
b) ocorrem de maneira necessária, permitindo sentidos no processo de obtenção do
um saber próximo ao de estilo matemático.    conhecimento.   
c) propiciam segurança ao observador, por se
basearem em dados que os tornam Exercício 60
incontestáveis.    (Enem 2ª aplicação 2014)  Outro remédio
d) devem ter seus resultados previstos por duas eficiente é organizar colônias, em alguns lugares
modalidades de provas, com conclusões as quais virão a ser como grilhões impostos às
idênticas.    províncias, porque isto é necessário que se faça
e) exigem previsões obtidas por raciocínio, ou deve-se lá ter muita força de armas. Não é
distinto do conhecimento baseado em cálculo muito que se gasta com as colônias, e, sem
abstrato.    despesa excessiva, podem ser organizadas e
mantidas. Os únicos que terão prejuízos com
Exercício 59 elas serão os de quem se tomam os campos e as
moradias para se darem aos novos habitantes.
(Enem 2012) TEXTO I
Entretanto, os prejudicados serão a minoria da
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram população do Estado, e dispersos e reduzidos à
enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em penúria, nenhum dano trarão ao príncipe, e os
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que não foram prejudicados terão, por isso, que
se aquietarem, temerosos de que o mesmo lhes a) idealidade e efetividade da moral.    
suceda. b) nulidade e preservabilidade da liberdade.    
c) ilegalidade e legitimidade do governante.    
MAQUIAVEL, N. O príncipe . São Paulo: Martins d) verificabilidade e possibilidade da verdade.    
Fontes, 2010. e) objetividade e subjetividade do conhecimento

Em O príncipe , Maquiavel apresenta conselhos Exercício 62


para a manutenção do poder político, como o (Enem 2013)  Nasce daqui uma questão: se vale
deste trevo, que tem como objeto a mais ser amado que temido ou temido que
amado. Responde-se que ambas as coisas
seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las,
a) transferência dos inimigos da metrópole para
é muito mais seguro ser temido que amado,
a colônia.   
quando haja de faltar uma das duas. Porque dos
b) substituição de leis, costumes e impostos da
homens se pode dizer, duma maneira geral, que
região dominada.   
são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e
c) implantação de um exército armado,
ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são
constituído pela população subjugada.   
inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os
d) expansão do principado, com migração
bens, a vida e os filhos, quando, como acima
populacional para o território conquistado.    
disse, o perigo está longe; mas quando ele
e) distribuição de terras para a parcela do povo
chega, revoltam-se.
dominado, que possui maior poder político.  

Exercício 61 MAQUIAVEL, N. O príncipe . Rio de Janeiro:


Bertrand, 1991.
(Enem 2019)  Para Maquiavel, quando um
homem decide dizer a verdade pondo em risco a A partir da análise histórica do comportamento
própria integridade física, tal resolução diz humano em suas relações sociais e políticas,
respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse Maquiavel define o homem como um ser
mesmo homem é um chefe de Estado, os
critérios pessoais não são mais adequados para a) munido de virtude, com disposição nata a
decidir sobre ações cujas consequências se praticar o bem a si e aos outros.   
tornam tão amplas, já que o prejuízo não será b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas
apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, para alcançar êxito na política.   
conforme as circunstâncias e os fins a serem c) guiado por interesses, de modo que suas
atingidos, pode-se decidir que o melhor para o ações são imprevisíveis e inconstantes.   
bem comum seja mentir. d) naturalmente racional, vivendo em um estado
pré-social e portando seus direitos naturais.   
ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São e) sociável por natureza, mantendo relações
Paulo: Moderna, 2006 (adaptado). pacíficas com seus pares.   

Exercício 63
O texto aponta uma inovação na teoria política na (Enem PPL 2013)  Mas, sendo minha intenção
época moderna expressa na distinção entre escrever algo de útil para quem por tal se

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interesse, pareceu-me mais conveniente ir em citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu
busca da verdade extraída dos fatos e não à pensamento político e o humanismo
imaginação dos mesmos, pois muitos renascentista ao
conceberam repúblicas e principados jamais
vistos ou conhecidos como tendo realmente a) valorizar a interferência divina nos
existido. acontecimentos definidores do seu tempo.   
MAQUIAVEL, N. O príncipe . Disponível em: b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos
www.culturabrasil.pro.br. Acesso em: 4 abr. políticos.   
2013. c) afirmar a confiança na razão autônoma como
fundamento da ação humana.   
A partir do texto, é possível perceber a crítica d) romper com a tradição que valorizava o
maquiaveliana à filosofia política de Platão, pois passado como fonte de aprendizagem.   
há nesta a e) redefinir a ação política com base na unidade
entre fé e razão.   
a) elaboração de um ordenamento político com
Exercício 65
fundamento na bondade infinita de Deus.   
(Enem PPL 2016)  A importância do argumento
b) explicitação dos acontecimentos políticos do
de Hobbes está em parte no fato de que ele se
período clássico de forma imparcial.   
ampara em suposições bastante plausíveis sobre
c) utilização da oratória política como meio de
as condições normais da vida humana. Para
convencer os oponentes na ágora.   
exemplificar: o argumento não supõe que todos
d) investigação das constituições políticas de
sejam de fato movidos por orgulho e vaidade
Atenas pelo método indutivo.   
para buscar o domínio sobre os outros; essa
seria uma suposição discutível que possibilitaria
e) idealização de um mundo político perfeito
a conclusão pretendida por Hobbes, mas de
existente no mundo das ideias.   
modo fácil demais. O que torna o argumento
Exercício 64 assustador e lhe atribui importância e força
(Enem 2012)  Não ignoro a opinião antiga e dramática é que ele acredita que pessoas
muito difundida de que o que acontece no mundo normais, até mesmo as mais agradáveis, podem
é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de
muito aceita em nossos dias, devido às grandes situação, que resvalará, então, em um estado de
transformações ocorridas, e que ocorrem guerra.
diariamente, as quais escapam à conjectura
humana. Não obstante, para não ignorar RAWLS, J. Conferências sobre a história da
inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se filosofia política. São Paulo: WMF, 2012
pode aceitar que a sorte decida metade dos (adaptado).
nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o
controle sobre a outra metade.
O texto apresenta uma concepção de filosofia
MAQUIAVEL, N. O Príncipe . Brasília: EdUnB, política conhecida como
1979 (adaptado).
a) alienação ideológica.   
Em O Príncipe , Maquiavel refletiu sobre o b) microfísica do poder.   
exercício do poder em seu tempo. No trecho c) estado de natureza.   
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d) contrato social.    Não vamos concluir, com Hobbes que, por não
e) vontade geral.    ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja
naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que,
Exercício 66
sendo o estado de natureza aquele em que o
(Enem 2015)  A natureza fez os homens tão
cuidado de nossa conservação é menos
iguais, quanto às faculdades do corpo e do
prejudicial à dos outros, esse estado era, por
espírito, que, embora por vezes se encontre um
conseguinte, o mais próprio à paz e o mais
homem manifestamente mais forte de corpo, ou
conveniente ao gênero humano.
de espírito mais vivo do que outro, mesmo
assim, quando se considera tudo isto em
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o
conjunto, a diferença entre um e outro homem
fundamento da desigualdade entre os homens.
não é suficientemente considerável para que um
São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).
deles possa com base nela reclamar algum
benefício a que outro não possa igualmente
aspirar.
Os trechos apresentam divergências conceituais
entre autores que sustentam um entendimento
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes,
segundo o qual a igualdade entre os homens se
2003
dá em razão de uma

Para Hobbes, antes da constituição da sociedade a) predisposição ao conhecimento.    


civil, quando dois homens desejavam o mesmo b) submissão ao transcendente.    
objeto, eles c) tradição epistemológica.    
d) condição original.     
e) vocação política.   
a) entravam em conflito.   
b) recorriam aos clérigos.    Exercício 68
c) consultavam os anciãos.   
d) apelavam aos governantes.    (Enem 2ª aplicação 2016)  Texto I
e) exerciam a solidariedade.   
Até aqui expus a natureza do homem (cujo
Exercício 67
orgulho e outras paixões o obrigaram a
(Enem 2018)  TEXTO I
submeter-se ao governo), juntamente com o
grande poder do seu governante, o qual
Tudo aquilo que é válido para um tempo de
comparei com o Leviatã, tirando essa
guerra, em que todo homem é inimigo de todo
comparação dos dois últimos versículos do
homem, é válido também para o tempo durante
capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter
o qual os homens vivem sem outra segurança
estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe
senão a que lhes pode ser oferecida por sua
chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra,
própria força e invenção.
disse ele, que se lhe possa comparar.
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural,
1983.
HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins
Fontes, 2003.

TEXTO II

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Texto II ser caracterizada, fundamentalmente, como
direta.
Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil
é a solução adequada para as inconveniências do MANDUCO, A. Ciência política. São Paulo:
estado de natureza, que devem certamente ser Saraiva. 2011.
grandes quando os homens podem ser juízes em
causa própria, pois é fácil imaginar que um
homem tão injusto a ponto de lesar o irmão Naquele contexto, a emergência do sistema de
dificilmente será justo para condenar a si mesmo governo mencionado no excerto promoveu o(a)
pela mesma ofensa.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. a) competição para a escolha de representantes.
Petrópolis: Vozes, 1994.
b) campanha pela revitalização das oligarquias.   
c) estabelecimento de mandatos temporários.   
Thomas Hobbes e John Locke, importantes d) declínio da sociedade civil organizada.   
teóricos contratualistas, discutiram aspectos e) participação no exercício do poder.   
ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas
Hobbes, diferentemente de John Locke, entende Exercício 70
o estado de natureza como um(a) (Enem 2020)  Em A morte de Ivan IIitch, Tolstoi
descreve com detalhes repulsivos o terror de
a) condição de guerra de todos contra todos,
encarar a morte iminente. Ilitch adoece depois de
miséria universal, insegurança e medo da morte
um pequeno acidente e logo compreende que se
violenta.   
encaminha para o fim de modo impossível de
b) organização pré-social e pré-política em que o
parar. “Nas profundezas de seu coração, ele sabia
homem nasce com os direitos naturais: vida,
estar morrendo, mas em vez de se acostumar
liberdade, igualdade e propriedade.     
com a ideia, simplesmente não o fazia e não
c) capricho típico da menoridade, que deve ser
conseguia compreendê-la”.
eliminado pela exigência moral, para que o
homem possa constituir o Estado civil.   
KAZEZ, J. O peso das coisas: filosofia para o
d) situação em que os homens nascem como
bem-viver. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2004.
detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em
sua livre decisão pelo pecado original.   
e) estado de felicidade, saúde e liberdade que é
O texto descreve a experiência do personagem
destruído pela civilização, que perturba as
de Tolstoi diante de um aspecto incontornável
relações sociais e violenta a humanidade.
de nossas vidas. Esse aspecto foi um tema
Exercício 69 central na tradição filosófica
(Enem 2020)  Na Grécia, o conceito de povo
abrange tão somente aqueles indivíduos a) marxista, no contexto do materialismo
considerados cidadãos. Assim é possível histórico.   
perceber que o conceito de povo era muito b) logicista, no propósito de entendimento dos
restritivo. Mesmo tendo isso em conta, a forma fatos.   
democrática vivenciada e experimentada pelos c) utilitarista, no sentido da racionalidade das
gregos atenienses nos séculos IV e V a.C. pode ações.   

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d) pós-modernista, na discussão da fluidez das razoavelmente aceitar, desde que todos os
relações.    demais também o aceitem.”
e) existencialista, na questão do reconhecimento
de si.    FERES JR., J.; POGREBINSCHI, T. Teoria política
contemporânea: uma introdução. Rio de Janeiro:
Exercício 71
Elsevier. 2010.
(Enem 2020)  Vemos que toda cidade é uma
espécie de comunidade, e toda comunidade se
forma com vistas a algum bem, pois todas as
No contexto do pensamento político, a ideia
ações de todos os homens são praticadas com
apresentada mostra-se consoante o(a)
vistas ao que lhe parece um bem; se todas as
comunidades visam algum bem, é evidente que a a) ideal republicano de governo.   
mais importante de todas elas e que inclui todas b) corrente tripartite dos poderes.   
as outras tem mais que todas este objetivo e c) posicionamento crítico do socialismo.   
visa ao mais importante de todos os bens. d) legitimidade do absolutismo monárquico.   
e) entendimento do contratualismo moderno.   
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB,1988. Exercício 73
(Enem 2020)  TEXTO I

No fragmento, Aristóteles promove uma Os meus pensamentos são todos sensações.


reflexão que associa dois elementos essenciais à Penso com os olhos e com os ouvidos
discussão sobre a vida em comunidade, a saber: E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
a) Ética e política, pois conduzem à eudaimonia.   
b) Retórica e linguagem, pois cuidam dos PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In:
discursos na ágora.    GALHOZ. M. A. (Org.). Obras poéticas. Rio de
c) Metafísica e ontologia, pois tratam da filosofia Janeiro: Nova Aguilar, 1999 (fragmento).
primeira.   
d) Democracia e sociedade, pois se referem a
relações sociais.    TEXTO II
e) Geração e corrupção, pois abarcam o campo da
physis.    Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por
ciência, eu o sei a partir de uma visão minha ou
Exercício 72
de uma experiência do mundo sem a qual os
(Enem 2020)  A sociedade como um sistema
símbolos da ciência não poderiam dizer nada.
justo de cooperação social consiste em uma das
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da
ideias familiares fundamentais, que dá estrutura
percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999
e organização à justiça como equidade. A
(adaptado).
cooperação social guia-se por regras e
procedimentos publicamente reconhecidos e
aceitos por aqueles que cooperam como sendo
Os textos mostram-se alinhados a um
apropriados para regular a sua conduta. Diz-se
entendimento acerca da ideia de conhecimento,
que a é cooperação é justa porque seus termos
numa perspectiva que ampara a
são tais que todos os participantes podem

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a) anterioridade da razão no domínio cognitivo.    comparação dos dois últimos versículos do
b) confirmação da existência de saberes inatos.    capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter
c) valorização do corpo na apreensão da estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe
realidade.    chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra,
d) verificabilidade de proposições no campo da disse ele, que se lhe possa comparar.
lógica.   
e) possibilidade de contemplação de verdades HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins
atemporais.    Fontes, 2003.

Exercício 74
(Enem 2020)  Adão, ainda que supuséssemos
Texto II
que suas faculdades racionais fossem
inteiramente perfeitas desde o início, não
Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil
poderia ter inferido da fluidez e transparência da
é a solução adequada para as inconveniências do
água que ela o sufocaria, nem da luminosidade e
estado de natureza, que devem certamente ser
calor do fogo que este poderia consumi-lo.
grandes quando os homens podem ser juízes em
Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades
causa própria, pois é fácil imaginar que um
que aparecem aos sentidos, nem as causas que o
homem tão injusto a ponto de lesar o irmão
produziram, nem os efeitos que dele provirão; e
dificilmente será justo para condenar a si mesmo
tampouco nossa razão é capaz de extrair, sem
pela mesma ofensa.
auxílio da experiência, qualquer conclusão
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil.
referente à existência efetiva de coisas ou
Petrópolis: Vozes, 1994.
questões de fato.

HUME, D. Uma investigação sobre o


Thomas Hobbes e John Locke, importantes
entendimento humano. São Paulo: Unesp 2003.
teóricos contratualistas, discutiram aspectos
ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas
Hobbes, diferentemente de John Locke, entende
Segundo o autor, qual é a origem do
o estado de natureza como um(a)
conhecimento humano?

a) condição de guerra de todos contra todos,


a) A potência inata da mente.   
miséria universal, insegurança e medo da morte
b) A revelação da inspiração divina.   
violenta.   
c) O estudo das tradições filosóficas.   
b) organização pré-social e pré-política em que o
d) A vivência dos fenômenos do mundo.   
homem nasce com os direitos naturais: vida,
e) O desenvolvimento do raciocínio abstrato.   
liberdade, igualdade e propriedade.   
Exercício 75 c) capricho típico da menoridade, que deve ser
(Enem 2ª aplicação 2016)  Texto I eliminado pela exigência moral, para que o
homem possa constituir o Estado civil.   
Até aqui expus a natureza do homem (cujo d) situação em que os homens nascem como
orgulho e outras paixões o obrigaram a detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em
submeter-se ao governo), juntamente com o sua livre decisão pelo pecado original.   
grande poder do seu governante, o qual e) estado de felicidade, saúde e liberdade que é
comparei com o Leviatã, tirando essa destruído pela civilização, que perturba as
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relações sociais e violenta a humanidade.    parte dela.

Exercício 76
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil.
(Enem 2ª aplicação 2016)  A justiça e a
Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978.
conformidade ao contrato consistem em algo
com que a maioria dos homens parece concordar.
Constitui um princípio julgado estender-se até
Segundo a Teoria da Formação do Estado, de
os esconderijos dos ladrões e às confederações
John Locke, para viver em sociedade, cada
dos maiores vilões; até os que se afastaram a tal
cidadão deve
ponto da própria humanidade conservam entre si
a fé e as regras da justiça.
LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento a) manter a liberdade do estado de natureza,
humano. direito inalienável.    
São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado). b) abrir mão de seus direitos individuais em prol
do bem comum.   
c) abdicar de sua propriedade e submeter-se ao
De acordo com Locke, até a mais precária poder do mais forte.   
coletividade depende de uma noção de justiça, d) concordar com as normas estabelecidas para a
pois tal noção vida em sociedade.   
e) renunciar à posse jurídica de seus bens, mas
não à sua independência.   
a) identifica indivíduos despreparados para a vida
em comum.    Exercício 78
b) contribui com a manutenção da ordem e do (Enem PPL 2013)  Hobbes realiza o esforço
equilíbrio social.    supremo de atribuir ao contrato uma soberania
c) estabelece um conjunto de regras para a absoluta e indivisível. Ensina que, por um único e
formação da sociedade.    mesmo ato, os homens naturais constituem-se
d) determina o que é certo ou errado num em sociedade política e submetem-se a um
contexto de interesses conflitantes.    senhor, a um soberano. Não firmam contrato
e) representa os interesses da coletividade, com esse senhor, mas entre si. É entre si que
expressos pela vontade da maioria.    renunciam, em proveito desse senhor, a todo o
direito e toda liberdade nocivos à paz.
Exercício 77
(Enem PPL 2014)  Sendo os homens, por
CHEVALLIER, J. J. As grandes obras políticas de
natureza, todos livres, iguais e independentes,
Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir,
ninguém pode ser expulso de sua propriedade e
1995 (adaptado).
submetido ao poder político de outrem sem dar
consentimento. A maneira única em virtude da
qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade
A proposta de organização da sociedade
natural e se reveste dos laços da sociedade civil
apresentada no texto encontra-se fundamentada
consiste em concordar com outras pessoas em
na
juntar-se e unir-se em comunidade para viverem
com segurança, conforto e paz umas com as
outras, gozando garantidamente das a) imposição das leis e na respeitabilidade ao
propriedades que tiverem e desfrutando de soberano.   
maior proteção contra quem quer que não faça
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b) abdicação dos interesses individuais e na
legitimidade do governo.   
c) alteração dos direitos civis e na TEXTO II
representatividade do monarca.   
d) cooperação dos súditos e na legalidade do Meu lema me obrigava, mais que a qualquer
poder democrático.    outro homem, a um enunciado mais exato da
e) mobilização do povo e na autoridade do verdade; não sendo suficiente que eu lhe
parlamento.    sacrificasse em tudo o meu interesse e as
minhas simpatias, era preciso sacrificar-lhe
Exercício 79
também minha fraqueza e minha natureza tímida.
(Enem PPL 2012) 
Era preciso ter a coragem e a força de ser
sempre verdadeiro em todas as ocasiões.
ROUSSEAU, J.-J. Os devaneios do caminhante
solitário. Porto Alegre: L&PM, 2009.

Os textos de Tolstói e Rousseau retratam ideais


da existência humana e defendem uma
experiência
De acordo com algumas teorias políticas, a
formação do Estado é explicada pela renúncia a) lógico-racional, focada na objetividade, clareza
que os indivíduos fazem de sua liberdade natural e imparcialidade.   
quando, em troca da garantia de direitos b) místico-religiosa, ligada à sacralidade,
individuais, transferem a um terceiro o elevação e espiritualidade.   
monopólio do exercício da força. O conjunto c) sociopolítica, constituída por integração,
dessas teorias é denominado de   solidariedade e organização.   
d) naturalista-científica, marcada pela
a) liberalismo.       experimentação, análise e explicação.   
b) despotismo.     e) estético-romântica, caracterizada por
c) socialismo.     sinceridade, vitalidade e impulsividade.   
d) anarquismo.    Exercício 81
e) contratualismo. (Enem PPL 2012)  O homem natural é tudo para
Exercício 80 si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro
(Enem PPL 2019)  TEXTO I absoluto, que só se relaciona consigo mesmo ou
com seu semelhante. O homem civil é apenas
Eu queria movimento e não um curso calmo da uma unidade fracionária que se liga ao
existência. Queria excitação e perigo e a denominador, e cujo valor está em sua relação
oportunidade de sacrificar-me por meu amor. com o todo, que é o corpo social. As boas
Sentia em mim uma superabundância de energia instituições sociais são as que melhor sabem
que não encontrava escoadouro em nossa vida. desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência
TOLSTÓI, L. Felicidade familiar. Apud absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o
KRAKAUER, J. Na natureza selvagem. São Paulo: eu para a unidade comum, de sorte que cada
Cia. das Letras, 1998. particular não se julgue mais como tal, e sim

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como uma parte da unidade, e só seja percebido b) A prioridade do juízo e importância da
no todo. natureza.    
c) Necessidade da boa vontade e crítica da
ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São metafísica.    
Paulo: Martins Fontes, 1999. d) Prescindibilidade do empírico e autoridade da
razão.    
e) Interioridade da norma e fenomenalidade do
A visão de Rousseau em relação à natureza mundo.   
humana, conforme expressa o texto, diz que  
Exercício 83
(Enem PPL 2015)  A pura lealdade na amizade,
a) o homem civil é formado a partir do desvio de embora até o presente não tenha existido
sua própria natureza.     nenhum amigo leal, é imposta a todo homem,
b) as instituições sociais formam o homem de essencialmente, pelo fato de tal dever estar
acordo com a sua essência natural.    implicado como dever em geral, anteriormente a
c) o homem civil é um todo no corpo social, pois toda experiência, na ideia de uma razão que
as instituições sociais dependem dele.     determina a vontade segundo princípios a priori.
d) o homem é forçado a sair da natureza para se
tornar absoluto.     KANT, I. Fundamentação da metafísica dos
e) as instituições sociais expressam a natureza costumes. São Paulo: Barcarolla, 2009.
humana, pois o homem é um ser político.   

Exercício 82
(Enem 2019)  TEXTO I A passagem citada expõe um pensamento
Duas coisas enchem o ânimo de admiração e caracterizado pela
veneração sempre crescentes: o céu estrelado
sobre mim e a lei moral em mim. a) eficácia prática da razão empírica.   
KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições b) transvaloração dos valores judaico-cristãos.   
70, s/d (adaptado). c) recusa em fundamentar a moral pela
experiência.     
d) comparação da ética a uma ciência de rigor
TEXTO II matemático.   
Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o e) importância dos valores democráticos nas
estrelado céu dentro de mim. relações de amizade.
FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa.
Exercício 84
São Paulo: Hedra, 2015.
(Enem 2013)  Até hoje admitia-se que nosso
conhecimento se devia regular pelos objetos;
porém todas as tentativas para descobrir,
A releitura realizada pela poeta inverte as
mediante conceitos, algo que ampliasse nosso
seguintes ideias centrais do pensamento
conhecimento, malogravam-se com esse
kantiano:
pressuposto. Tentemos, pois, uma vez,
experimentar se não se resolverão melhor as
a) Possibilidade da liberdade e obrigação da ação. tarefas da metafísica, admitindo que os objetos
se deveriam regular pelo nosso conhecimento.

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KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste- c) o Poder Judiciário, na pessoa do juiz, é
Gulbenkian, 1994 (adaptado). soberano, pois é ele que outorga a cada um o
que é seu.    
O trecho em questão é uma referência ao que d) o Poder Executivo deve submeter-se ao
ficou conhecido como revolução copernicana na Judiciário, pois depende dele para validar suas
filosofia. Nele, confrontam-se duas posições determinações.    
filosóficas que e) o Poder Legislativo deve submeter-se ao
Executivo, na pessoa do governante, pois ele que
a) assumem pontos de vista opostos acerca da é soberano.   
natureza do conhecimento.    Exercício 86
b) defendem que o conhecimento é impossível, (Enem 2017)  Uma pessoa vê-se forçada pela
restando-nos somente o ceticismo.    necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe
c) revelam a relação de interdependência entre muito bem que não poderá pagar, mas vê
os dados da experiência e a reflexão filosófica.    também que não lhe emprestarão nada se não
d) apostam, no que diz respeito às tarefas da prometer firmemente pagar em prazo
filosofia, na primazia das ideias em relação aos determinado. Sente a tentação de fazer a
objetos.    promessa; mas tem ainda consciência bastante
e) refutam-se mutuamente quanto à natureza do para perguntar a si mesma: não é proibido e
nosso conhecimento e são ambas recusadas por contrário ao dever livrar-se de apuros desta
Kant.    maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a
Exercício 85 sua máxima de ação seria: quando julgo estar em
(Enem PPL 2012)  Um Estado é uma multidão de apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e
seres humanos submetida a leis de direito. Todo prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca
Estado encerra três poderes dentro de si, isto é, sucederá.
a vontade unida em geral consiste de três
pessoas: o poder soberano (soberania) na pessoa KANT, I. Fundamentação da metafísica dos
do legislador; o poder executivo na pessoa do costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
governante (em consonância com a lei) e o poder
judiciário (para outorgar a cada um o que é seu
de acordo com a lei) na pessoa do juiz. De acordo com a moral kantiana, a “falsa
promessa de pagamento” representada no texto
KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru:
Edipro, 2003. a) assegura que a ação seja aceita por todos a
partir da livre discussão participativa.   
b) garante que os efeitos das ações não
De acordo com o texto, em um Estado de direito destruam a possibilidade da vida futura na terra.

c) opõe-se ao princípio de que toda ação do


a) a vontade do governante deve ser obedecida, homem possa valer como norma universal.   
pois é ele que tem o verdadeiro poder.     d) materializa-se no entendimento de que os fins
b) a lei do legislador deve ser obedecida, pois ela da ação humana podem justificar os meios.   
é a representação da vontade geral.    e) permite que a ação individual produza a mais
ampla felicidade para as pessoas envolvidas.   

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Exercício 87 das Luzes, que, recusando as verdades ditadas
(Enem PPL 2016)  Os ricos adquiriram uma por autoridades submetem tudo ao crivo da
obrigação relativamente à coisa pública, uma vez crítica.
que devem sua existência ao ato de submissão à
sua proteção e zelo, o que necessitam para viver; KANT, I. O julgamento da razão. In: ABRÃO, B. S.
o Estado então fundamenta o seu direito de (Org.) História da Filosofia. São Paulo: Nova
contribuição do que é deles nessa obrigação, Cultural, 1999.
visando a manutenção de seus concidadãos. Isso
pode ser realizado pela imposição de um
imposto sobre a propriedade ou a atividade O iluminismo tece crítica aos valores
comercial dos cidadãos, ou pelo estabelecimento estabelecidos sob a rubrica da autoridade e,
de fundos e de uso dos juros obtidos a partir nesse sentido, propõe
deles, não para suprir as necessidades do Estado
(uma vez que este é rico), mas para suprir as a) a defesa do pensamento dos enciclopedistas
necessidades do povo. que, com seus escritos, mantinham o ideário
religioso.   
KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: b) o estímulo da visão reducionista do
Edipro, 2003. humanismo, permeada pela defesa de isenção
em questões políticas e sociais.   
c) a consolidação de uma visão moral e filosófica
Segundo esse texto de Kant, o Estado pautada em valores condizentes com a
centralização política.   
a) deve sustentar todas as pessoas que vivem d) a manutenção dos princípios da metafísica,
sob seu poder, a fim de que a distribuição seja dando vastas esperanças de emancipação para a
paritária.    humanidade.    
b) está autorizado a cobrar impostos dos e) o incentivo do saber, eliminando superstições
cidadãos ricos para suprir as necessidades dos e avançando na dimensão da cidadania e da
cidadãos pobres.    ciência.  
c) dispõe de poucos recursos e, por esse motivo,
Exercício 89
é obrigado a cobrar impostos idênticos dos seus
(Enem 2012)  Esclarecimento é a saída do
membros.   
homem de sua menoridade, da qual ele próprio é
d) delega aos cidadãos o dever de suprir as
culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer
necessidades do Estado, por causa do seu
uso de seu entendimento sem a direção de outro
elevado custo de manutenção.   
indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa
e) tem a incumbência de proteger os ricos das
menoridade se a causa dela não se encontra na
imposições pecuniárias dos pobres, pois os ricos
falta de entendimento, mas na falta de decisão e
pagam mais tributos.   
coragem de servir-se de si mesmo sem a direção
Exercício 88 de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu
(Enem 2ª aplicação 2014)  Numa época de próprio entendimento, tal é o lema do
revisão geral, em que valores são contestados, esclarecimento. A preguiça e a covardia são as
reavaliados, substituídos e muitas vezes causas pelas quais uma tão grande parte dos
recriados, a crítica tem papel preponderante. homens, depois que a natureza de há muito os
Essa, de fato, é uma das principais características libertou de uma condição estranha, continuem,

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no entanto, de bom grado menores durante toda e) a divisão dos poderes de Estado.   
a vida.
Exercício 91
(Enem 2016)  Sentimos que toda satisfação de
KANT, I. Resposta à pergunta: o que é
nossos desejos advinda do mundo assemelha-se
esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985
à esmola que mantém hoje o mendigo vivo,
(adaptado).
porém prolonga amanhã a sua fome. A
resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna
Kant destaca no texto o conceito de
herdada: livra o herdeiro para sempre de todas
Esclarecimento, fundamental para a
as preocupações.
compreensão do contexto filosófico da
SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria
Modernidade. Esclarecimento, no sentido
da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
empregado por Kant, representa

a) a reivindicação de autonomia da capacidade O trecho destaca uma ideia remanescente de


racional como expressão da maioridade.    uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual
b) o exercício da racionalidade como pressuposto a felicidade se mostra indissociavelmente ligada
menor diante das verdades eternas.    à
c) a imposição de verdades matemáticas, com
caráter objetivo, de forma heterônoma.   
a) a consagração de relacionamentos afetivos.   
d) a compreensão de verdades religiosas que
b) administração da independência interior.     
libertam o homem da falta de entendimento.   
c) fugacidade do conhecimento empírico.   
e) a emancipação da subjetividade humana de
d) liberdade de expressão religiosa.   
ideologias produzidas pela própria razão.   
e) busca de prazeres efêmeros.
Exercício 90
Exercício 92
(Enem PPL 2011)  O despotismo é o governo em
(Enem PPL 2019)  Eis o ensinamento de minha
que o chefe do Estado executa arbitrariamente
doutrina: “Viva de forma a ter de desejar reviver
as leis que ele dá a si mesmo e em que substitui
– é o dever –, pois, em todo caso, você reviverá!
a vontade pública por sua vontade particular.
Aquele que ama antes de tudo se submeter,
obedecer e seguir, que obedeça! Mas que saiba
KANT, I. Despotismo. In: JAPIASSÚ, H.;
para o que dirige sua preferência, e não recue
MARCONDES, D. Dicionário básico de Filosofia.
diante de nenhum meio! É a eternidade que está
Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
em jogo!”.
NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver:
filosofia para os novos tempos. Rio de Janeiro:
O conceito de despotismo elaborado pelo
Objetiva, 2010 (adaptado).
filósofo Immanuel Kant pode ser aplicado na
interpretação do contexto político brasileiro
posterior ao AI-5, porque descreve
O trecho contém uma formulação da doutrina
nietzscheana do eterno retorno, que apresenta
a) o autoritarismo nas relações de poder.    critérios radicais de avaliação da
b) as relações democráticas de poder.   
c) a usurpação do poder pelo povo.   
d) a sociedade sem classes sociais.   
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a) qualidade de nossa existência pessoal e Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de
coletiva.    nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim;
b) conveniência do cuidado da saúde física e cansamos o próprio fogo. Todas as fontes
espiritual.    secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os
c) legitimidade da doutrina pagã da solos se querem abrir, mas os abismos não nos
transmigração da alma.    querem tragar!
d) veracidade do postulado cosmológico da
perenidade do mundo.    NIETZSCHE. F. Assim falou Zaratustra. Rio de
e) validade de padrões habituais de ação humana Janeiro: Ediouro,1977.
ao longo da história.   

Exercício 93
O texto exprime uma construção alegórica, que
(Enem PPL 2018)  Jamais deixou de haver
traduz um entendimento da doutrina niilista,
sangue, martírio e sacrifício, quando o homem
uma vez que
sentiu a necessidade de criar em si uma
memória; os mais horrendos sacrifícios e
penhores, as mais repugnantes mutilações (as a) reforça a liberdade do cidadão.   
castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, b) desvela os valores do cotidiano.   
tudo isto tem origem naquele instinto que c) exorta as relações de produção.   
divisou na dor o mais poderoso auxiliar da d) destaca a decadência da cultura.   
memória. e) amplifica o sentimento de ansiedade.    

Exercício 95
NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: (Enem 2016)  Hoje, a indústria cultural assumiu
Cia. das Letras, 1999. a herança civilizatória da democracia de pioneiros
e empresários, que tampouco desenvolvera uma
fineza de sentido para os desvios espirituais.
O fragmento evoca uma reflexão sobre a Todos são livres para dançar e para se divertir,
condição humana e a elaboração de um do mesmo modo que, desde a neutralização
mecanismo distintivo entre homens e animais, histórica da religião, são livres para entrar em
marcado pelo(a) qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a
liberdade de escolha da ideologia, que reflete
a) racionalidade científica.    sempre a coerção econômica, revela-se em
b) determinismo biológico.     todos os setores como a liberdade de escolher o
c) degradação da natureza.     que é sempre a mesma coisa.
d) domínio da contingência.    
e) consciência da existência.     ADORNO, T HORKHEIMER, M. Dialética do
esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de
Exercício 94
Janeiro: Zahar, 1985.
(Enem 2016)  Vi os homens sumirem-se numa
grande tristeza. Os melhores cansaram-se das
suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com
A liberdade de escolha na civilização ocidental,
ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual,
de acordo com a análise do texto, é um(a)
tudo passou! O nosso trabalho foi inútil; o nosso
vinho tornou-se veneno; o mau olhado
amareleceu-nos os campos e os corações. a) legado social.   
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b) patrimônio político.    A aproximação entre a letra da canção e a crítica
c) produto da moralidade.    de Adorno indica o(a)
d) conquista da humanidade.   
e) ilusão da contemporaneidade.    a) lado efêmero e restritivo da indústria cultural.
Exercício 96
(Enem PPL 2015)  TEXTO I b) baixa renovação da indústria de
A melhor banda de todos os tempos da última entretenimento.   
semana c) influência da música americana na cultura
O melhor disco brasileiro de música americana brasileira.   
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do d) fusão entre elementos da indústria cultural e
passado da cultura popular.   
O maior sucesso de todos os tempos entre os e) declínio da forma musical em prol de outros
dez maiores fracassos meios de entretenimento.   
Não importa contradição Exercício 97
O que importa é televisão (Enem 2015)  Ninguém nasce mulher; torna-se
Dizem que não há nada que você não se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico,
acostume econômico define a forma que a fêmea humana
Cala a boca e aumenta o volume então. assume no seio da sociedade; é o conjunto da
civilização que elabora esse produto
MELLO, B.; BRITTO, S. A melhor banda de todos intermediário entre o macho e o castrado que
os tempos da última semana. qualificam o feminino.
São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento). BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1980.

TEXTO II
O fetichismo na música e a regressão da Na década de 1960, a proposição de Simone de
audição Beauvoir contribuiu para estruturar um
Aldous Huxley levantou em um de seus ensaios movimento social que teve como marca o(a)
a seguinte pergunta: quem ainda se diverte
realmente hoje num lugar de diversão? Com o
mesmo direito poder-se-ia perguntar: para quem a) ação do Poder Judiciário para criminalizar a
a música de entretenimento serve ainda como violência sexual.   
entretenimento? Ao invés de entreter, parece b) pressão do Poder Legislativo para impedir a
que tal música contribui ainda mais para o dupla jornada de trabalho.   
emudecimento dos homens, para a morte da c) organização de protestos públicos para
linguagem como expressão, para a incapacidade garantir a igualdade de gênero.   
de comunicação. d) oposição de grupos religiosos para impedir os
casamentos homoafetivos.   
ADORNO, T. Textos escolhidos. São Paulo: Nova e) estabelecimento de políticas governamentais
Cultural, 1999. para promover ações afirmativas.   

Exercício 98
(Enem PPL 2018)  O justo e o bem são
complementares no sentido de que uma

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concepção política deve apoiar-se em diferentes sociedade na qual todos aceitam, e sabem que
ideias do bem. Na teoria da justiça como os outros aceitam, o mesmo princípio de justiça.
equidade, essa condição se expressa pela
prioridade do justo. Sob sua forma geral, esta RAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo:
quer dizer que as ideias aceitáveis do bem Martins Fontes, 1997 (adaptado).
devem respeitar os limites da concepção política
de justiça e nela desempenhar um certo papel.
A visão expressa nesse texto do século XX
RAWLS, J. Justiça e democracia. São Paulo: remete a qual aspecto do pensamento moderno?
Martins Fontes, 2000 (adaptado).
a) A relação entre liberdade e autonomia do
Liberalismo.    
Segundo Rawls, a concepção de justiça legisla b) A independência entre poder e moral do
sobre ideias do bem, de forma que Racionalismo.    
c) A convenção entre cidadãos e soberano de
a) as ações individuais são definidas como efeitos Absolutismo.    
determinados por fatores naturais ou d) A dialética entre indivíduo e governo autocrata
constrangimentos sociais.     do idealismo.    
b) o estudo da origem e da história dos valores e) A contraposição entre bondade e condição
morais concluem a inexistência de noções selvagem do Naturalismo.    
absolutas de bem e mal.    
Exercício 100
c) o próprio estatuto do homem como centro do
(Enem 2019)  Penso que não há um sujeito
mundo é abalado, marcando o relativismo da
soberano, fundador, uma forma universal de
época contemporânea.    
sujeito que poderíamos encontrar em todos os
d) as intenções e bens particulares que cada
lugares. Penso, pelo contrário, que o sujeito se
indivíduo almeja alcançar são regulados na
constitui através das práticas de sujeição ou, de
sociedade por princípios equilibrados.    
maneira mais autônoma, através de práticas de
e) o homem é compreendido como determinado
liberação, de liberdade, como na Antiguidade – a
e livre ao mesmo tempo, já que a liberdade
partir, obviamente, de um certo número de
limita-se a um conjunto de condições objetivas.
regras, de estilos, que podemos encontrar no
meio cultural.
Exercício 99
(Enem 2017)  Uma sociedade é uma associação FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: ética,
mais ou menos autossuficiente de pessoas que sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense
em suas relações mútuas reconhecem certas Universitária, 2004.
regras de conduta como obrigatórias e que, na
maioria das vezes, agem de acordo com elas.
Uma sociedade é bem ordenada não apenas O texto aponta que a subjetivação se efetiva
quando está planejada para promover o bem de numa dimensão
seus membros, mas quando é também
efetivamente regulada por uma concepção a) legal, pautada em preceitos jurídicos.    
pública de justiça. Isto é, trata-se de uma b) racional, baseada em pressupostos lógicos.    

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c) contingencial, processada em interações
sociais.    
d) transcendental, efetivada em princípios O fragmento evoca o seguinte princípio moral da
religiosos.     filosofia socrática, presente em sua ação
e) essencial, fundamentada em parâmetros dialógica:
substancialistas.    

Exercício 101 a) Examinar a própria vida.   


(Enem (Libras) 2017)  O momento histórico das b) Ironizar o seu oponente.   
disciplinas é o momento em que nasce uma arte c) Sofismar com a verdade.   
do corpo humano, que visa não unicamente o d) Debater visando a aporia.   
aumento das suas habilidades, nem tampouco e) Desprezar a virtude alheia.   
aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma Exercício 103
relação que no mesmo mecanismo o torna tanto (Enem 2ª aplicação 2016)  Fundamos, como
mais obediente quanto é mais útil, e afirmam alguns cientistas, o antropoceno: uma
inversamente. Forma-se então uma política das nova era geológica com altíssimo poder de
coerções, que são um trabalho sobre o corpo, destruição, fruto dos últimos séculos que
uma manipulação calculada de seus elementos, significaram um transtorno perverso do
de seus gestos, de seus comportamentos. equilíbrio do sistema-Terra. Como enfrentar esta
nova situação nunca ocorrida antes de forma
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da globalizada e profunda? Temos pessoalmente
violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987. trabalhado os paradigmas da sustentabilidade e
do cuidado como relação amigável e cooperativa
para com a natureza. Queremos, agora, agregar a
Na perspectiva de Michel Foucault, o processo ética da responsabilidade.
mencionado resulta em
BOFF, L. Responsabilidade coletiva. Disponível
a) declínio cultural.     em: http://leonardoboff.wordpress.com.
b) segregação racial.    Acesso em: 14 maio 2013.
c) redução da hierarquia.   
d) totalitarismo dos governos.    
e) modelagem dos indivíduos.    A ética da responsabilidade protagonizada pelo
filósofo alemão Hans Jonas e reivindicada no
Exercício 102
texto é expressa pela máxima:
(Enem PPL 2019)  Tomemos o exemplo de
Sócrates: é precisamente ele quem interpela as
pessoas na rua, os jovens no ginásio, a) “A tua ação possa valer como norma para
perguntando: “Tu te ocupas de ti?” O deus o todos os homens.”   
encarregou disso, é sua missão, e ele não a b) “A norma aceita por todos advenha da ação
abandonará, mesmo no momento em que for comunicativa e do discurso.”   
ameaçado de morte. Ele é certamente o homem c) “A tua ação possa produzir a máxima felicidade
que cuida do cuidado dos outros: esta é a posição para a maioria das pessoas.”   
particular do filósofo. d) “O teu agir almeje alcançar determinados fins
FOUCAULT, M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro: que possam justificar os meios.”   
Forense Universitária, 2004.
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e) “O efeito de tuas ações não destrua a muito abaixo do homem, segundo Homero: um
possibilidade futura da vida das novas gerações.” ser sem lar, sem família e sem leis.

ARISTÓTELES, A Política. Disponível em:


Exercício 104
http://cfh.ufsc.br (adaptado).
(Enem 2016)  A promessa da tecnologia
moderna se converteu em uma ameaça, ou esta
se associou àquela de forma indissolúvel. Ela vai
Para Aristóteles, a cidade resulta de um(a)
além da constatação da ameaça física. Concebida
para a felicidade humana, a submissão da
natureza, na sobremedida de seu sucesso, que a) desenvolvimento da razão e suas leis que
agora se estende à própria natureza do homem, visam aperfeiçoar a natureza humana.   
conduziu ao maior desafio já posto ao ser b) convenção social, que pretende proteger a
humano pela sua própria ação. O novo continente comunidade dos perigos naturais.   
da práxis coletiva que adentramos com a alta c) ação violenta externa, que objetiva
tecnologia ainda constitui, para a teoria ética, transformar o homem em um animal social.   
uma terra de ninguém. d) etapa natural do desenvolvimento humano,
cuja finalidade é a vida em sociedade.   
JONAS. H. O princípio da responsabilidade . Rio e) contrato político, que beneficia de mofo
de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 igualitário os membros das castas sociais.   
(adaptado). Exercício 106
(Enem 2ª aplicação 2014)  Outro remédio
eficiente é organizar colônias, em alguns lugares
As implicações éticas da articulação apresentada as quais virão a ser como grilhões impostos às
no texto impulsionam a necessidade de províncias, porque isto é necessário que se faça
construção de um novo padrão de ou deve-se lá ter muita força de armas. Não é
comportamento, cujo objetivo consiste em muito que se gasta com as colônias, e, sem
garantir o(a) despesa excessiva, podem ser organizadas e
mantidas. Os únicos que terão prejuízos com
a) pragmatismo da escolha individual.    elas serão os de quem se tomam os campos e as
b) sobrevivência de gerações futuras.     moradias para se darem aos novos habitantes.
c) fortalecimento de políticas liberais.    Entretanto, os prejudicados serão a minoria da
d) valorização de múltiplas etnias.     população do Estado, e dispersos e reduzidos à
e) promoção da inclusão social.    penúria, nenhum dano trarão ao príncipe, e os
que não foram prejudicados terão, por isso, que
Exercício 105
se aquietarem, temerosos de que o mesmo lhes
(Enem 2ª aplicação 2014) Bastar-se a si mesma
suceda.
é uma meta a que tende a produção da natureza
e é também o mais perfeito estado. É, portanto,
MAQUIAVEL, N. O príncipe . São Paulo: Martins
evidente que toda cidade está na natureza e que
Fontes, 2010.
o homem é naturalmente feito para a sociedade
política. Aquele que, por sua natureza e não por
obra do acaso, existisse sem nenhuma pátria
Em O príncipe , Maquiavel apresenta conselhos
seria um indivíduo detestável, muito acima ou
para a manutenção do poder político, como o

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deste trevo, que tem como objeto a Exercício 108
(Enem 2019)  A hospitalidade pura consiste em
a) transferência dos inimigos da metrópole para acolher aquele que chega antes de lhe impor
a colônia.    condições, antes de saber e indagar o que quer
b) substituição de leis, costumes e impostos da que seja, ainda que seja um nome ou um
região dominada.    “documento” de identidade. Mas ela também
c) implantação de um exército armado, supõe que se dirija a ele, de maneira singular,
constituído pela população subjugada.    chamando-o portanto e reconhecendo-lhe um
d) expansão do principado, com migração nome próprio: “Como você se chama?” A
populacional para o território conquistado.    hospitalidade consiste em fazer tudo para se
e) distribuição de terras para a parcela do povo dirigir ao outro, em lhe conceder, até mesmo
dominado, que possui maior poder político.    perguntar seu nome, evitando que essa pergunta
se torne uma “condição”, um inquérito policial,
Exercício 107 um fichamento ou um simples controle das
(Enem PPL 2011)  “Não à liberdade para os fronteiras. Uma arte e uma poética, mas também
inimigos da liberdade”, dizia Saint-Just. Isso toda uma política dependem disso, toda uma
significa dizer: não à tolerância para os ética se decide aí.
intolerantes.
DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação
HÉRITIER, F. O eu, o outro e a tolerância. In: Liberdade, 2004 (adaptado).
HÉRITIER, F.; CHANGEUX, J. P. (orgs.). Uma ética
para quantos? São Paulo: Edusc, 1999
(fragmento). Associado ao contexto migratório
contemporâneo, o conceito de hospitalidade
proposto pelo autor impõe a necessidade de
A contemporaneidade abriga conflitos éticos e
políticos, dos quais o racismo, a discriminação
a) anulação da diferença.    
sexual e a intolerância religiosa são exemplos
b) cristalização da biografia.    
históricos. Com base no texto, qual é a principal
c) incorporação da alteridade.    
contribuição da Ética para a estruturação política
d) supressão da comunicação.    
da sociedade contemporânea?
e) verificação da proveniência.    

a) Revisar as leis e o sistema político como Exercício 109


mecanismo de adequação às novas demandas (Enem 2019)  Em sentido geral e fundamental,
éticas.    Direito é a técnica da coexistência humana, isto
b) Propor modelos de conduta fundados na é, a técnica voltada a tornar possível a
justiça, na liberdade e na diversidade humana.    coexistência dos homens. Como técnica, o
c) Criar novas leis éticas com a finalidade de Direito se concretiza em um conjunto de regras
punir os sujeitos racistas e intolerantes.    (que, nesse caso, são leis ou normais); e tais
d) Instaurar um programa de reeducação ética regras têm por objeto o comportamento
fundado na prevenção da violência e na restrição intersubjetivo, isto é, o comportamento
da liberdade.    recíproco dos homens entre si.
e) Instituir princípios éticos que correspondam ao
interesse de cada grupo social.   
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ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Exercício 111
Paulo: Martins Fontes, 2007. (Enem PPL 2019)  Uma parte da nossa formação
científica confunde-se com a atividade de uma
polícia de fronteiras, revistando os pensamentos
O sentido geral e fundamental do Direito, de contrabando que viajam na mala de outras
conforme foi destacado, refere-se à sabedorias. Apenas passam os pensamentos de
carimbada cientificidade. A biologia, por
a) aplicação de códigos legais.     exemplo, é um modo maravilhoso de
b) regulação do convívio social.     emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas
c) legitimação de decisões políticas.     de outros seres, de nos descentrarmos.
d) mediação de conflitos econômicos.     Aprendemos que não somos o centro da vida
e) representação da autoridade constituída.     nem o topo da evolução.

Exercício 110 COUTO, M. Interinvenções. Portugal: Caminho,


(Enem 2019)  A lenda diz que, em um belo dia 2009 (adaptado).
ensolarado, Newton estava relaxando sob uma
macieira. Pássaros gorjeavam em suas orelhas.
Havia uma brisa gentil. Ele cochilou por alguns No trecho, expressa-se uma visão poética da
minutos. De repente, uma maçã caiu sobre a sua epistemologia científica, caracterizada pela
cabeça e ele acordou com um susto. Olhou para
cima. “Com certeza um pássaro ou um esquilo
a) implementação de uma viragem linguística
derrubou a maçã da árvore”, supôs. Mas não
com base no formalismo.   
havia pássaros ou esquilos na árvore por perto.
b) fundamentação de uma abordagem híbrida
Ele, então, pensou: “Apenas alguns minutos
com base no relativismo.   
antes, a maçã estava pendurada na árvore.
c) interpretação da natureza eclética das coisas
Nenhuma força externa fez ela cair. Deve haver
com base no antiacademicismo.   
alguma força subjacente que causa a queda das
d) definição de uma metodologia transversal com
coisas para a terra”.
base em um panorama cético.   
e) compreensão da realidade com base em uma
SILVA, C. C.; MARTINS, R A. Estudos de história
perspectiva não antropocêntrica.   
e filosofia das ciências. São Paulo: Livraria da
Física, 2006 (adaptado). Exercício 112
(Enem PPL 2019)  A ciência ativa rompe com a
separação antiga entre a ciência (episteme ), o
Em contraponto a uma interpretação idealizada, o saber teórico, e a técnica (techne ), o saber
texto aponta para a seguinte dimensão aplicado, integrando ciência e técnica. Do ponto
fundamental da ciência moderna: de vista da ideia de ciência, a valorização da
observação e do método experimental opõe a
a) Falsificação de teses.     ciência ativa à ciência contemplativa dos antigos;
b) Negação da observação.     assim também, a utilização da matemática como
c) Proposição de hipóteses.     linguagem da física, proposta por Galileu sob
d) Contemplação da natureza.     inspiração platônica e pitagórica, e contrária à
e) Universalização de conclusões.     concepção aristotélica.

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MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: c) vinculação entre escolástica e práticas de
dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de pesquisa.   
Janeiro: Jorge Zahar, 2008 (adaptado). d) separação entre teologia e fundamentalismo
religioso.   
e) contraposição entre clericalismo e liberdade
Nesse contexto, a ciência encontra seu novo de pensamento.   
fundamento na
Exercício 114
(Enem 2018)  O filósofo reconhece-se pela
a) utilização da prova para confirmação empírica. posse inseparável do gosto da evidência e do
sentido da ambiguidade. Quando se limita a
b) apropriação do senso comum como inspiração. suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco.
Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que
c) reintrodução dos princípios da metafísica pretenderam construir uma filosofia
clássica.    absolutamente positiva, só conseguiram ser
d) construção do método em separado dos filósofos na medida em que, simultaneamente,
fenômenos.    se recusaram o direito de se instalar no saber
e) consolidação da independência entre absoluto. O que caracteriza o filósofo é o
conhecimento e prática.    movimento que leva incessantemente do saber à
Exercício 113 ignorância, da ignorância ao saber, e um certo
(Enem 2018)  O século XVIII é, por diversas repouso neste movimento.
razões, um século diferenciado. Razão e
experimentação se aliavam no que se acreditava MERLEAU-PONTY. M. Elogio da filosofia. Lisboa:
ser o verdadeiro caminho para o Guimarães, 1998 (adaptado).
estabelecimento do conhecimento científico, por
tanto tempo almejado. O fato, a análise e a
indução passavam a ser parceiros fundamentais O texto apresenta um entendimento acerca dos
da razão. É ainda no século XVIII que o homem elementos constitutivos da atividade do filósofo,
começa a tomar consciência de sua situação na que se caracteriza por
história.
a) reunir os antagonismos das opiniões ao
ODALIA, N. In: PINSKY, J.; PINSKY. C. B. História método dialético.   
da cidadania. São Paulo: Contexto. 2003. b) ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo
das ideias.   
c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade
No ambiente cultural do Antigo Regime, a da verdade.    
discussão filosófica mencionada no texto tinha d) conciliar o rigor da investigação à inquietude
como uma de suas características a do questionamento.   
e) compatibilizar as estruturas do pensamento
aos princípios fundamentais.    
a) aproximação entre inovação e saberes antigos. Exercício 115
(Enem PPL 2018)  A maioria das necessidades
b) conciliação entre revelação e metafísica comuns de descansar, distrair-se, comportar-se,
platônica.    amar e odiar o que os outros amam e odeiam
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pertence a essa categoria de falsas e) epistemologia e dos limites do conhecimento.
necessidades. Tais necessidades têm um
conteúdo e uma função determinada por forças
Exercício 117
externas, sobre as quais o indivíduo não tem
(Enem (Libras) 2017)  Os filósofos concebem as
controle algum.
emoções que se combatem entre si, em nós,
como vícios em que os homens caem por erro
MARCUSE, H. A ideologia da sociedade
próprio; é por isso que se habituaram a
industrial: o homem unidimensional. Rio de
ridicularizá-los, deplorá-los, reprová-los ou,
Janeiro: Zahar, 1979.
quando querem parecer mais morais, detestá-
los. Concebem os homens, efetivamente, não
tais como são, mas como eles próprios
Segundo Marcuse, um dos pesquisadores da
gostariam que fossem.
chamada Escola de Frankfurt, tais forças externas
são resultantes de
ESPINOSA, B. Tratado político. São Paulo: Abril
Cultural, 1973.
a) aspirações de cunho espiritual.   
b) propósitos solidários de classes.   
c) exposição cibernética crescente.    No trecho, Espinosa critica a herança filosófica no
d) interesses de ordem socioeconômica.    que diz respeito à idealização de uma
e) hegemonia do discurso médico-científico.   

Exercício 116 a) estrutura da interpretação fenomenológica.   


(Enem PPL 2018)  Uma criança com deficiência b) natureza do comportamento humano.    
mental deve ser mantida em casa ou mandada a c) dicotomia do conhecimento prático.    
uma instituição? Um parente mais velho que d) manifestação do caráter religioso.    
costuma causar problemas deve ser cuidado ou e) reprodução do saber tradicional.   
podemos pedir que vá embora? Um casamento
Exercício 118
infeliz deve ser prolongado pelo bem das
(Enem 2017)  A moralidade, Bentham exortava,
crianças?
não é uma questão de agradar a Deus, muito
menos de fidelidade a regras abstratas. A
MURDOCH, I. A soberania do bem. São Paulo:
moralidade é a tentativa de criar a maior
Unesp, 2013.
quantidade de felicidade possível neste mundo.
Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto,
perguntar qual curso de conduta promoveria a
Os questionamentos apresentados no texto
maior quantidade de felicidade para todos
possuem uma relevância filosófica à medida que
aqueles que serão afetados.
problematizam conflitos que estão nos domínios
da
RACHELS. J. Os elementos da filosofia moral,
Barueri-SP; Manole. 2006.
a) política e da esfera pública.   
b) teologia e dos valores religiosos.    
c) lógica e da validade dos raciocínios.    Os parâmetros da ação indicados no texto estão
d) ética e dos padrões de comportamento.     em conformidade com uma

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a) fundamentação científica de viés positivista.    Sol que gira em torno um do outro é algo
b) convenção social de orientação normativa.    profundamente irrelevante. Resumindo as
c) transgressão comportamental religiosa.    coisas, é um problema fútil. Em compensação,
d) racionalidade de caráter pragmático.    vejo que muitas pessoas morrem por achar que a
e) inclinação de natureza passional.    vida não vale a pena ser vivida. Vejo outras que
se fazem matar pelas ideias ou ilusões que lhes
Exercício 119
proporcionam uma razão de viver (o que se
(Enem PPL 2017)  A crítica é uma questão de
chama de razão de viver é, ao mesmo tempo,
distância certa. O olhar hoje mais essencial, o
uma excelente razão de morrer). Julgo, portanto,
olho mercantil que penetra no coração das
que o sentido da vida é a questão mais decisiva
coisas, chama-se propaganda. Esta arrasa o
de todas. E como responder a isso?
espaço livre da contemplação e aproxima tanto
as coisas, coloca-as tão debaixo do nariz quanto
CAMUS, A. O mito de Sísifo: ensaio sobre o
o automóvel que sai da tela de cinema e cresce,
absurdo. Rio de Janeiro: Record, 2004
gigantesco, tremeluzindo em direção a nós. E, do
(adaptado).
mesmo modo que o cinema não oferece móveis
e fachadas a uma observação crítica completa,
mas dá apenas a sua espetacular, rígida e
O texto apresenta uma questão fundamental, na
repentina proximidade, também a propaganda
perspectiva da filosofia contemporânea, que
autêntica transporta as coisas para primeiro
consiste na reflexão sobre os vínculos entre a
plano e tem um ritmo que corresponde ao de um
realidade concreta e a
bom filme.

BENJAMIN, W. Rua de mão única: infância a) condição da existência no mundo.    


berlinense – 1900. Belo Horizonte: Autêntica, b) abrangência dos valores religiosos.   
2013 (adaptado). c) percepção da experiência no tempo.   
d) transitoriedade das paixões humanas.    
e) insuficiência do conhecimento empírico.   
O texto apresenta um entendimento do filósofo Exercício 121
Walter Benjamin, segundo o qual a propaganda (Enem (Libras) 2017)  TEXTO I
dificulta o procedimento de análise crítica em
virtude do(a) Aquele que não é capaz de pertencer a uma
comunidade ou que dela não tem necessidade,
a) caráter ilusório das imagens.    porque se basta a si mesmo, não é em nada
b) evolução constante da tecnologia.    parte da cidade, embora seja quer um animal,
c) aspecto efêmero dos acontecimentos.     quer um deus.
d) conteúdo objetivo das informações.     ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Martins
e) natureza emancipadora das opiniões.     Fontes, 2002.

Exercício 120
(Enem (Libras) 2017)  Galileu, que detinha uma
TEXTO II
verdade científica importante, abjurou-a com a
Nenhuma vida humana, nem mesmo a vida de
maior facilidade, quando ela lhe pôs a vida em
um eremita em meio à natureza selvagem, é
perigo. Em um certo sentido, ele fez bem. Essa
possível sem um mundo que, direta ou
verdade valia-lhe a fogueira. Se for a Terra ou o
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indiretamente, testemunhe a presença de outros (Enem PPL 2016)  A atividade atualmente
seres humanos. chamada de ciência tem se mostrado fator
ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: importante no desenvolvimento da civilização
Forense, 1995. liberal: serviu para eliminar crenças e práticas
supersticiosas, para afastar temores brotados da
ignorância e para fornecer base intelectual de
Associados a contextos históricos distintos, os avaliação de costumes herdados e de normas
fragmentos convergem para uma particularidade tradicionais de conduta.
do ser humano, caracterizada por uma condição NAGEL, E. et al. Ciência: natureza e objetivo. São
naturalmente propensa à Paulo: Cultrix, 1975 (adaptado).

a) atividade contemplativa.   
b) produção econômica.    Quais características permitem conceber a
c) articulação coletiva.     ciência com os aspectos críticos mencionados? 
d) criação artística.    
e) crença religiosa.    a) Apresentar explicações em uma linguagem
determinada e isenta de erros.   
Exercício 122
b) Possuir proposições que são reconhecidas
(Enem 2016)  Ser ou não ser – eis a questão.
como inquestionáveis e necessárias.   
Morrer – dormir – Dormir! Talvez sonhar. Aí está
c) Ser fundamentada em um corpo de
o obstáculo!
conhecimento autoevidente e verdadeiro.   
Os sonhos que hão de vir no sono da morte
d) Estabelecer rigorosa correspondência entre
Quando tivermos escapado ao tumulto vital
princípios explicativos e fatos observados.   
Nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão
e) Constituir-se como saber organizado ao
Que dá à desventura uma vida tão longa.
permitir classificações deduzidas da realidade.   

SHAKESPEARE, W. Hamlet. Porto Alegre: Exercício 124


L&PM, 2007. (Enem PPL 2015)  TEXTO I
Não é possível passar das trevas da ignorância
para a luz da ciência a não ser lendo, com um
Este solilóquio pode ser considerado um amor sempre mais vivo, as obras dos Antigos.
precursor do existencialismo ao enfatizar a Ladrem os cães, grunhem os porcos! Nem por
tensão entre isso deixarei de ser um seguidor dos Antigos.
Para eles irão todos os meus cuidados e, todos
a) consciência de si e angústia humana.    os dias, a aurora me encontrará entregue ao seu
b) inevitabilidade do destino e incerteza moral.    estudo.
c) tragicidade da personagem e ordem do
mundo.    BLOIS, P. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G.
d) racionalidade argumentativa e loucura História da Idade Média:
iminente.    texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.
e) dependência paterna e impossibilidade de
ação.   
TEXTO II
Exercício 123

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A nossa geração tem arraigado o defeito de No contexto da Revolução Científica do século
recusar admitir tudo o que parece vir dos XVII, assumir a posição de Galileu significava
modernos. Por isso, quando descubro uma ideia defender a
pessoal e quero torná-la pública, atribuo-a a
outrem e declaro: – Foi fulano de tal que o disse, a) continuidade do vínculo entre ciência e fé
não sou eu. E para que acreditem totalmente nas dominante na Idade Média.   
minhas opiniões, digo: – O inventor foi fulano de b) necessidade de o estudo linguístico ser
tal, não sou eu. acompanhado do exame matemático.   
BATH, A. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. c) oposição da nova física quantitativa aos
História da Idade Média: texto e testemunhas. pressupostos da filosofia escolástica.   
São Paulo: Unesp, 2000. d) importância da independência da investigação
científica pretendida pela Igreja.   
e) inadequação da matemática para elaborar uma
Nos textos são apresentados pontos de vista explicação racional da natureza.   
distintos sobre as mudanças culturais ocorridas
no século XII no Ocidente. Comparando os Exercício 126
textos, os autores discutem o(a) (Enem 2014)  Panayiotis Zavos “quebrou” o
último tabu da clonagem humana – transferiu
embriões para o útero de mulheres, que os
a) produção do conhecimento face à manutenção
gerariam. Esse procedimento é crime em
dos argumentos de autoridade da Igreja.   
inúmeros países. Aparentemente, o médico
b) caráter dinâmico do pensamento laico frente à
possuía um laboratório secreto, no qual fazia
estagnação dos estudos religiosos.   
seus experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida
c) surgimento do pensamento científico em
de que uma criança clonada irá aparecer em
oposição à tradição teológica cristã.   
breve. Posso não ser eu o médico que irá criá-la,
d) desenvolvimento do racionalismo crítico ao
mas vai acontecer”, declarou Zavos. “Se nos
opor fé e razão.   
esforçarmos, podemos ter um bebê clonado
e) construção de um saber teológico científico.   
daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o caso.
Exercício 125 Não sofremos pressão para entregar um bebê
(Enem 2014)  A filosofia encontra-se escrita clonado ao mundo. Sofremos pressão para
neste grande livro que continuamente se abre entregar um bebê clonado saudável ao mundo.”
perante nossos olhos (isto é, o universo), que
não se pode compreender antes de entender a CONNOR, S. Disponível em:
língua e conhecer os caracteres com os quais www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago.
está escrito. Ele está escrito em língua 2012 (adaptado).
matemática, os caracteres são triângulos,
circunferências e outras figuras geométricas, A clonagem humana é um importante assunto
sem cujos meios é impossível entender de reflexão no campo da bioética que, entre
humanamente as palavras; sem eles, vagamos outras questões, dedica-se a
perdidos dentro de um obscuro labirinto.
a) refletir sobre as relações entre o
GALILEI, G. “O ensaiador”. Os pensadores. São conhecimento da vida e os valores éticos do
Paulo: Abril Cultural, 1978. homem.   

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b) legitimar o predomínio da espécie humana
sobre as demais espécies animais no planeta.    Não vejo nenhum motivo para que as ideias
c) relativizar, no caso da clonagem humana, o uso expostas neste livro (A origem das espécies) se
dos valores de certo e errado, de bem e mal.    choquem com as ideias religiosas.
d) legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, DARWIN, C. A origem das espécies [1859]. São
os processos de reprodução humana e animal.    Paulo: Escala, 2009.
e) fundamentar técnica e economicamente as
pesquisas sobre células-tronco para uso em Os textos expressam a visão de dois pensadores
seres humanos.   — Copérnico e Darwin — sobre a questão
religiosa e suas relações com a ciência, no
Exercício 127
contexto histórico de construção e consolidação
(Enem PPL 2014)  A justiça é a primeira virtude
da Modernidade. A comparação entre essas
das instituições sociais, como a verdade o é dos
visões expressa, respectivamente:
sistemas de pensamento. Cada pessoa possui
uma inviolabilidade fundada na justiça que nem
mesmo o bem-estar da sociedade como um todo a) Articulação entre ciência e fé — pensamento
pode ignorar. Por essa razão, a justiça nega que a científico independente.   
perda de liberdade de alguns se justifique por b) Poder secular acima do poder religioso —
um bem maior partilhado por todos. defesa dos dogmas católicos.   
c) Ciência como área autônoma do saber — razão
HAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo: humana submetida à fé.   
Martins Fontes, 2000 (adaptado). d) Moral católica acima da protestante —
subordinação da ciência à religião.   
e) Autonomia do pensamento religioso —
O filósofo afirma que a ideia de justiça atua como fomento à fé por meio da ciência.   
um importante fundamento da organização social Exercício 129
e aponta como seu elemento de ação e (Enem 2013)  Para que não haja abuso, é preciso
funcionamento organizar as coisas de maneira que o poder seja
contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o
a) povo.    mesmo homem ou o mesmo corpo dos
b) Estado.     principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse
c) governo.    esses três poderes: o de fazer leis, o de executar
d) indivíduo.    as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou
e) magistrado.    as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se
os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,
Exercício 128
atuando de forma independente para a
(Enem PPL 2013)  TEXTO I
efetivação da liberdade, sendo que esta não
existe se uma pessoa ou grupo exercer os
O Heliocentrismo não é o “meu sistema”, mas a
referidos poderes concomitantemente.
Ordem de Deus.
COPÉRNICO, N. As revoluções dos orbes
MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São
celestes [1543]. Lisboa: Fundação Calouste
Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado).
Gulbenkian, 1984.

TEXTO II
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A divisão e a independência entre os poderes c) repressivos, que perpetuam as relações de
são condições necessárias para que possa haver dominação entre os homens por meio da tortura
liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer física.   
apenas sob um modelo político em que haja d) sutis, que adestram os corpos no espaço-
tempo por meio do olhar como instrumento de
a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e controle.   
políticas.    e) consensuais, que pactuam acordos com base
b) consagração do poder político pela autoridade na compreensão dos benefícios gerais de se ter
religiosa.    as próprias ações controladas.   
c) concentração do poder nas mãos de elites Exercício 131
técnico-científicas.    (Enem PPL 2013)  A substância é um Ser capaz
d) estabelecimento de limites aos atores de Ação. Ela é simples ou composta. A
públicos e às instituições do governo.    substância simples é aquela que não tem partes.
e) reunião das funções de legislar, julgar e O composto é a reunião das substâncias simples
executar nas mãos de um governante eleito.    ou Mônadas. Monas é uma palavra grega que
Exercício 130 significa unidade ou o que é uno. Os compostos
(Enem 2013)  O edifício é circular. Os ou os corpos são Multiplicidades, e as
apartamentos dos prisioneiros ocupam a Substâncias simples, as Vidas, as Almas, os
circunferência. Você pode chamá-los, se quiser, Espíritos são unidades. É preciso que em toda
de celas. O apartamento do inspetor ocupa o parte haja substâncias simples porque sem as
centro; você pode chamá-lo, se quiser, de simples não haveria as compostas, nem
alojamento do inspetor. A moral reformada; a movimento. Por conseguinte, toda natureza está
saúde preservada; a indústria revigorada; a plena de vida.
instrução difundida; os encargos públicos
aliviados; a economia assentada, como deve ser, LEIBNIZ, G. W. Discurso de metafísicas e outros
sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os textos. São Paulo: Matins Fontes, 2004
Pobres não cortado, mas desfeito — tudo por (adaptado).
uma simples ideia de arquitetura!
Dentre suas diversas reflexões, Leibniz voltou
BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: sua atenção para o tema da metafísica, que trata
Autêntica, 2008. basicamente do fundamento de realidade das
coisas do mundo. A busca por esse fundamento
Essa é a proposta de um sistema conhecido muitas vezes é resumida a partir do conceito de
como panóptico, um modelo que mostra o poder substância, que para ele se refere a algo que é
da disciplina nas sociedades contemporâneas,
exercido preferencialmente por mecanismos a) complexo por natureza, constituindo a unidade
mínima do cosmo.   
a) religiosos, que se constituem como um olho b) estabilizador da realidade, dada a exigência de
divino controlador que tudo vê.    permanência desta.   
b) ideológicos, que estabelecem limites pela c) desdobrado no composto, em vez de gerá-lo
alienação, impedindo a visão da dominação unindo-se a outras substâncias simples.   
sofrida.    d) considerado simples e múltiplo a um só
tempo, por ser um todo indecomponível

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constituído de partes.    política não consiste nisso. Deve-se ter sempre
e) essencial na estrutura do que existe no presente em mente o que é independência e o
mundo, sem deixar de contribuir para o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer
movimento.    tudo o que as leis permitem; se um cidadão
pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria
Exercício 132
mais liberdade, porque os outros também teriam
(Enem PPL 2012)  Assentado, portanto, que a
tal poder.
Escritura, em muitas passagens, não apenas
admite, mas necessita de exposições diferentes
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo:
do significado aparente das palavras, parece-me
Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).
que, nas discussões naturais, deveria ser deixada
em último lugar.
A característica de democracia ressaltada por
Montesquieu diz respeito
GALILEI, G. Carta a Benedetto Castelli. In:
Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o acordo do
sistema copernicano com a Bíblia. São Paulo: a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire
Unesp, 2009. (adaptado) ao tomar as decisões por si mesmo.   
b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos
à conformidade às leis.   
O texto, extraído da carta escrita por Galileu c) à possibilidade de o cidadão participar no
(1564-1642) cerca de trinta anos antes de sua poder e, nesse caso, livre da submissão às leis.   
condenação pelo Tribunal do Santo Oficio, d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo
discute a relação entre ciência e fé, problemática que é proibido, desde que ciente das
cara no século XVII. A declaração de Galileu consequências.   
defende que   e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de
acordo com seus valores pessoais.   

a) a bíblia, por registrar literalmente a palavra Exercício 134


divina, apresenta a verdade dos fatos naturais, (Enem 2012)  Nossa cultura lipofóbica muito
tornando-se guia para a ciência.   contribui para a distorção da imagem corporal,
b) o significado aparente daquilo que é lido gerando gordos que se veem magros e magros
acerca da natureza na bíblia constitui uma que se veem gordos, numa quase unanimidade
referência primeira.     de que todos se sentem ou se veem
c) as diferentes exposições quanto ao significado ”distorcidos“.
das palavras bíblicas devem evitar confrontos Engordamos quando somos gulosos. É pecado da
com os dogmas da Igreja. gula que controla a relação do homem com a
d) a bíblia deve receber uma interpretação literal balança. Todo obeso declarou, um dia, guerra à
porque, desse modo, não será desviada a balança. Para emagrecer é preciso fazer as pazes
verdade natural.     com a dita cuja, visando adequar-se às
e) os intérpretes precisam propor, para as necessidades para as quais ela aponta.
passagens bíblicas, sentidos que ultrapassem o
significado imediato das palavras.    FREIRE, D. S. Obesidade não pode ser pré-
requisito. Disponível em: http://gnt.globo.com.
Exercício 133
Acesso em: 3 abr. 2012 (adaptado).
(Enem 2012)  É verdade que nas democracias o
povo parece fazer o que quer; mas a liberdade
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O texto apresenta um discurso de e) amadurecimento da consciência ligada à
disciplinarização dos corpos, que tem como civilização moderna.   
consequência
Exercício 136
. (Enem 2011)  O brasileiro tem noção clara dos
a) a ampliação dos tratamentos médicos comportamentos éticos e morais adequados,
alternativos, reduzindo os gastos com remédios. mas vive sob o espectro da corrupção, revela
pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões
b) a democratização do padrão de beleza, morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria
tornando-o acessível pelo esforço individual.    mais com a Escandinávia do que com
c) o controle do consumo, impulsionando uma Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima
crise econômica na indústria de alimentos.    Barreto)
d) a culpabilização individual, associando
obesidade à fraqueza de caráter.    FRAGA, P. Ninguém é inocente. Folha de S.
e) o aumento da longevidade, resultando no Paulo. 4 out. 2009 (adaptado).
crescimento populacional.   

Exercício 135 O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir”


(Enem 2013)  Quando ninguém duvida da efetivamente o que é moral constitui uma
existência de um outro mundo, a morte é uma ambiguidade inerente ao humano, porque as
passagem que deve ser celebrada entre normas morais são
parentes e vizinhos. O homem da Idade Média a) decorrentes da vontade divina e, por esse
tem a convicção de não desaparecer motivo, utópicas.   
completamente, esperando a ressurreição. Pois b) parâmetros idealizados, cujo cumprimento é
nada se detém e tudo continua na eternidade. A destituído de obrigação.   
perda contemporânea do sentimento religioso c) amplas e vão além da capacidade de o
fez da morte uma provação aterrorizante, um indivíduo conseguir cumpri-las integralmente.   
trampolim para as trevas e o desconhecido. d) criadas pelo homem, que concede a si mesmo
a lei à qual deve se submeter.   
DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos e) cumpridas por aqueles que se dedicam
nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 inteiramente a observar as normas jurídicas.   
(adaptado).
Exercício 137
(Enem PPL 2011)  Subjaz na propaganda tanto
política quanto comercial a ideia de que as
Ao comparar as maneiras com que as sociedades
massas podem ser conquistadas, dominadas e
têm lidado com a morte, o autor considera que
conduzidas, e, por isso, toda e qualquer
houve um processo de
propaganda tem um traço de coerção. Nesse
sentido, a filósofa Hanna Arendt diz que “não
a) mercantilização das crenças religiosas.    apenas a propaganda política, mas toda a
b) transformação das representações sociais.    moderna publicidade de massa contém um
c) disseminação do ateísmo nos países de elemento de coerção”.
maioria cristã.   
d) diminuição da distância entre saber científico e AGUIAR, O. A. Veracidade e propaganda em
eclesiástico.    Hannah Arendt. In: Cadernos de Ética e Filosofia
Política 10. São Paulo: EdUSP, 2007 (adaptado).
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a máquina deve ser ajustada à natureza do
homem nunca tenha sido levantada a respeito
À luz do texto, qual a implicação da publicidade dos meros instrumentos e ferramentas. E a razão
de massa para a democracia contemporânea? disto é que todas as ferramentas da manufatura
permanecem a serviço da mão, ao passo que as
a) O fortalecimento da sociedade civil.    máquinas realmente exigem que o trabalhador
b) A transparência política das ações do Estado.    as sirva, ajuste o ritmo natural do seu corpo ao
c) A dissociação entre os domínios retóricos e a movimento mecânico delas.
política.   
d) O combate às práticas de distorção de ARENDT, H. Trabalho, Obra e Ação. In: Cadernos
informações.    de Ética e Filosofia Política 7. São Paulo: EdUSP,
e) O declínio do debate político na esfera pública. 2005 (fragmento).

Exercício 138 Com base no texto, as principais consequências


(Enem PPL 2011)  A confusão era grande e ficou da substituição da ferramenta manual pela
ainda maior depois do discurso do presidente máquina são
norte-americano Barack Obama em defesa da
guerra, ao receber o Prêmio Nobel da Paz de
a) o adestramento do corpo e a perda da
2009. Como liberal, Obama poderia ter utilizado
autonomia do trabalhador.   
os argumentos do filósofo alemão Immanuel
b) a reformulação dos modos de produção e o
Kant (1724-1804), que também defendeu, na
engajamento político do trabalhador.   
sua época, a legitimidade das guerras como meio
c) o aperfeiçoamento da produção manufatureira
de difusão da civilização europeia.
criativa e a rejeição do trabalho repetitivo.   
d) a flexibilização do controle ideológico e a
FIORI, J. L. A moral internacional e o poder.
manutenção da liberdade do trabalhador.   
Revista CULT. Nº 145. São Paulo: Bregantini,
e) o abandono da produção manufatureira e o
abr. 2010.
aperfeiçoamento da máquina.   

Exercício 140
O argumento utilizado por Barack Obama ao (Enem PPL 2011)  A memória não é um simples
defender a guerra em nome da paz constitui um lembrar ou recordar, mas revela uma das formas
tipo de raciocínio fundamentais de nossa existência, que é a
relação com o tempo, e, no tempo, com aquilo
a) indutivo.    que está invisível, ausente e distante, isto é, o
b) dedutivo.    passado. A memória é o que confere sentido ao
c) paradoxal.    passado como diferente do presente (mas
d) metafórico.    fazendo ou podendo fazer parte dele) e do futuro
e) analógico.    (mas podendo permitir esperá-lo e compreendê-
lo).
Exercício 139
(Enem PPL 2011)  Parece-me bastante CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática,
significativo que a questão muito discutida sobre 1995 (fragmento).
se o homem deve ser “ajustado” à máquina ou se

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divina. A expressão filosófica que toma como
Com base no texto, qual é o significado da pressuposta a tese do determinismo é:
memória?
a) “Nasci para satisfazer a grande necessidade
a) É a prospecção e retenção de lembranças e que eu tinha de mim mesmo.” (Jean Paul Sartre)
recordações.   
b) É a perda de nossa relação com o presente, b) “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar
preservando o passado.    que Deus nela escreva o que quiser.” (Santo
c) É a capacidade mais alargada para lembrar e Agostinho)   
recordar fatos passados.    c) “Quem não tem medo da vida também não
d) É o esforço de apagar o passado e inaugurar o tem medo da morte.” (Arthur Schopenhauer)   
presente.    d) “Não me pergunte quem sou eu e não me diga
e) É o potencial de evocar o passado apontando para permanecer o mesmo.” (Michel Foucault)   
para o futuro.    e) “O homem, em seu orgulho, criou a Deus a
sua imagem e semelhança.” (Friedrich Nietzsche)
Exercício 141
(Enem 2ª aplicação 2010)  “Quando Édipo
nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis de Exercício 142
Tebas, foram informados de uma profecia na qual (Enem 2ª aplicação 2010)  “A ética exige um
o filho mataria o pai e se casaria com a mãe. Para governo que amplie a igualdade entre os
evitá-la, ordenaram a um criado que matasse o cidadãos. Essa é a base da pátria. Sem ela,
menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, muitos indivíduos não se sentem “em casa”,
ele o entregou a um casal de camponeses que experimentam-se como estrangeiros em seu 
morava longe de Tebas para que o criasse. Édipo próprio lugar de nascimento”.
soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu
então da casa de seus pais para evitar a tragédia. SILVA, R. R. “Ética, defesa nacional, cooperação
Eis que, perambulando pelos caminhos da dos povos”. In: OLIVEIRA, E. R. (Org.). Segurança
Grécia, encontrou-se com Laio e seu séquito, & defesa nacional: da competição à cooperação
que, insolentemente, ordenou que saísse da regional. São Paulo: Fundação Memorial da
estrada. Édipo reagiu e matou todos os América Latina, 2007 (adaptado).
integrantes do grupo, sem saber que entre eles
estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem Os pressupostos éticos são essenciais para a
até chegar em Tebas, dominada por uma Esfinge. estruturação política e integração de indivíduos
Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei em uma sociedade. De acordo com o texto, a
de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe ética corresponde a
que desconhecia”.
a) valores e costumes partilhados pela maioria
Disponível em: http://www.culturabrasil.org. da sociedade.   
Acesso em: 28/08/2010 (adaptado). b) preceitos normativos impostos pela coação
das leis jurídicas.   
No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os c) normas determinadas pelo governo,
temas do destino e do determinismo. Ambos diferentes das leis estrangeiras.   
são características do mito grego e abordam a d) transferência dos valores praticados em casa
relação entre liberdade humana e providência para a esfera social.   
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e) proibição da interferência de estrangeiros em E se nada se faz justo, belo e bom que não pela
nossa pátria.    virtude, claro é que na sabedoria se resumem a
justiça e todas as mais virtudes.
Exercício 143
(Enem 2010)  Na ética contemporânea, o sujeito
XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de
não é mais um sujeito substancial, soberano e
Sócrates. Apud CHALITA, G. Vivendo a filosofia.
absolutamente livre, nem um sujeito empírico
São Paulo: Ática, 2005.
puramente natural. Ele é simultaneamente os
dois, na medida em que é um sujeito histórico-
social. Assim, a ética adquire um
Ao fazer referência ao conteúdo moral da
dimensionamento político, uma vez que a ação
filosofia socrática narrada por Xenofonte, o texto
do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora
indica que a vida virtuosa está associada à
da relação social coletiva.
Desse modo, a ética se entrelaça,
necessariamente, com a política, entendida esta a) aceitação do sofrimento como gênese da
como a área de avaliação dos valores que felicidade suprema.   
atravessam as relações sociais e que interliga os b) moderação dos prazeres com vistas à
indivíduos entre si. serenidade da alma.   
c) contemplação da physis como fonte de
SEVERINO. A. J. Filosofia. São Paulo: Cortez, conhecimento.   
1992 (adaptado). d) satisfação dos desejos com o objetivo de
evitar a melancolia.   
O texto, ao evocar a dimensão histórica do e) persecução da verdade como forma de agir
processo de formação da ética na sociedade corretamente.   
contemporânea, ressalta Exercício 145
(Enem digital 2020)  Os sofistas inventam a
a) os conteúdos éticos decorrentes das educação em ambiente artificial, o que se tornará
ideologias político-partidárias.    uma das características de nossa civilização. Eles
b) o valor da ação humana derivada de preceitos são os profissionais do ensino, antes de tudo
metafísicos.    pedagogos, ainda que seja necessário
c) a sistematização de valores desassociados da reconhecer a notável originalidade de um
cultura.    Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte,
d) o sentido coletivo e político das ações por exemplo. Por um salário, eles ensinavam a
humanas individuais.    seus alunos receitas que lhes permitiam
e) o julgamento da ação ética pelos políticos persuadir os ouvintes, defender, com a mesma
eleitos democraticamente.    habilidade, o pró e o contra, conforme o
entendimento de cada um.
Exercício 144
(Enem digital 2020) Há um tempo, belas e boas
HADOT, P. O que é a filosofia antiga? São Paulo:
são todas as ações justas e virtuosas. Os que as
Loyola, 2010 (adaptado).
conhecem nada podem preferir-lhes. Os que não
as conhecem, não somente não podem praticá-
las como, se o tentam, só cometem erros. Assim
O texto apresenta uma característica dos
praticam os sábios atos belos e bons, enquanto
sofistas, mestres da oratória que defendiam a(o)
os que não o são só podem descambar em faltas.
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a) ideia do bem, demonstrado na mente com
base na teoria da reminiscência.    A concepção ética presente no texto defende a
b) relativismo, evidenciado na convencionalidade
das instituições políticas.    a) universalidade do dever.   
c) ética, aprimorada pela educação de cada b) maximização da utilidade.   
indivíduo com base na virtude.    c) aprovação pelo sentimento.   
d) ciência, comprovada empiricamente por meio d) identificação da justa medida.   
de conceitos universais.    e) obediência à determinação divina.   
e) religião, revelada pelos mandamentos das leis
Exercício 148
divinas.   
(Enem digital 2020)  O fim último, causa final e
Exercício 146 desígnio dos homens, ao introduzir uma restrição
(Enem digital 2020)  Sem negar que Deus prevê sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos
todos os acontecimentos futuros, entretanto, Estados, é o cuidado com sua própria
nós queremos livremente aquilo que queremos. conservação e com uma vida mais satisfeita; quer
Porque, se o objeto da presciência divina é a dizer, o desejo de sair da mísera condição de
nossa vontade, é essa mesma vontade assim guerra que é a consequência necessária das
prevista que se realizará. Haverá, pois, um ato de paixões naturais dos homens, como o orgulho, a
vontade livre, já que Deus vê esse ato livre com vingança e coisas semelhantes. É necessário um
antecedência. poder visível capaz de mantê-los em respeito,
SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: forçando-os, por medo do castigo, ao
Paulus, 1995 (adaptado). cumprimento de seus pactos e ao respeito às
leis, que são contrárias a nossas paixões
naturais.
Essa discussão, proposta pelo filósofo Agostinho
de Hipona (354-430), indica que a liberdade HOBBES, T. M. Leviatã. São Paulo: Nova
humana apresenta uma Cultural, 1999 (adaptado).

a) natureza condicionada.   
b) competência absoluta.    Para o autor, o surgimento do estado civil
c) aplicação subsidiária.    estabelece as condições para o ser humano
d) utilização facultativa.   
e) autonomia irrestrita.    a) internalizar os princípios morais, objetivando a
satisfação da vontade individual.   
Exercício 147
b) aderir à organização política, almejando o
(Enem digital 2020)  Princípios práticos são
estabelecimento do despotismo.   
subjetivos, ou máximas, quando a condição é
c) aprofundar sua religiosidade, contribuindo para
considerada pelo sujeito como verdadeira só
o fortalecimento da Igreja.   
para a sua vontade; são, por outro lado,
d) assegurar o exercício do poder, com o resgate
objetivos, quando a condição é válida para a
da sua autonomia.   
vontade de todo ser natural.
e) obter a situação de paz, com a garantia legal
KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições
do seu bem-estar.   
70, 2008.

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Exercício 149 Exercício 151
(Enem 2021)  Sócrates: “Quem não sabe o que (Enem 2021)  A filosofia é como uma árvore,
uma coisa é, como poderia saber de que tipo de cujas raízes são a metafísica; o tronco, a física, e
coisa ela é? Ou te parece ser possível alguém os ramos que saem do tronco são todas as
que não conhece absolutamente quem é Mênon, outras ciências, que se reduzem a três principais:
esse alguém saber se ele é belo, se é rico e a medicina, a mecânica e a moral, entendendo
ainda se é nobre? Parece-te ser isso possível? por moral a mais elevada e a mais perfeita
Assim, Mênon, que coisa afirmas ser a virtude?”. porque pressupõe um saber integral das outras
PLATÃO. Mênon. Rio de Janeiro: PUC-Rio; São ciências, e é o último grau da sabedoria.
Paulo: Loyola, 2001 (adaptado). DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa:
Edições 70, 1997 (adaptado).

A atitude apresentada na interlocução do filósofo


com Mênon é um exemplo da utilização do(a) Essa construção alegórica de Descartes, acerca
da condição epistemológica da filosofia, tem
a) escrita epistolar.    como objetivo
b) método dialético.    a) sustentar a unidade essencial do
c) linguagem trágica.    conhecimento.   
d) explicação fisicalista.    b) refutar o elemento fundamental das crenças.   
e) suspensão judicativa.    c) impulsionar o pensamento especulativo.   
d) recepcionar o método experimental.   
Exercício 150
e) incentivar a suspensão dos juízos.   
(Enem 2021)  É preciso usar de violência e
rebater varonilmente os apetites dos sentidos Exercício 152
sem atender ao que a carne quer ou não quer, (Enem 2021)  Minha fórmula para o que há de
mas trabalhando por sujeitá-la ao espírito, ainda grande no indivíduo é amor fati: nada desejar
que se revolte. Cumpre castigá-la e curvá-la à além daquilo que é, nem diante de si, nem atrás
sujeição, a tal ponto que esteja disposta para de si, nem nos séculos dos séculos. Não se
tudo, sabendo contentar-se com pouco e contentar em suportar o inelutável, e ainda
deleitar-se com a simplicidade, sem resmungar menos dissimulá-lo, mas amá-lo.
por qualquer incômodo. NIETZSCHE apud FERRY L. Aprender a viver:
KEMPIS, T. Imitação de Cristo. Petrópolis; Vozes. filosofia para os novos tempos. Rio da Janeiro:
2015. Objetiva, 2010 (adaptado).

Qual característica do ascetismo medieval é Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em
destacada no texto? uma crítica à tradição cristã que

a) Exaltação do ritualismo litúrgico.    a) combate as práticas sociais de cunho afetivo.   


b) Afirmação do pensamento racional.    b) impede o avanço científico no contexto
c) Desqualificação da atividade laboral.    moderno.   
d) Condenação da alimentação impura.    c) associa os cultos pagãos à sacralização da
e) Desvalorização da materialidade corpórea.    natureza.   

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d) condena os modelos filosóficos da e) consagra a realização humana ao campo
Antiguidade Clássica.    transcendental.   

GABARITO
e) teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo
Exercício 1 ilusório para o mundo das ideias.  
e) impossibilidade de o homem fugir do destino
Exercício 15
predeterminado pelos deuses.   
b) realidade inteligível por meio do método dialético.   
Exercício 2
Exercício 16
a) porção mínima da matéria, o átomo.    
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas
Exercício 3 a sensação não.   
e) átomo, que explica o surgimento dos entes.   
Exercício 17
Exercício 4 e) surgimento da cidade como organização social.
c) discussões de base ontológica.    
Exercício 18
Exercício 5 e) idealização de um mundo político perfeito existente no
a) cosmológica, propondo uma explicação racional do mundo mundo das ideias.   
fundamentada nos elementos da natureza.   
Exercício 19
Exercício 6 c) o enigma é uma contradição que diz algo de real e algo de
c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira impossível ao mesmo tempo.    
das coisas existentes.   
Exercício 20
Exercício 7 d) intuição, pois ela é mais exata que o conhecimento
d) postulavam um princípio originário para o mundo.    científico.    

Exercício 8 Exercício 21

a) Examinar a própria vida.    c) finalidade das ações e condutas humanas.   

Exercício 9 Exercício 22

c) priorizar a diversidade de entendimentos acerca das coisas.    e) compreensão de que a verdade deve ser justificada
racionalmente.  
Exercício 10
Exercício 23
b) sustentação do método dialético.     
b) virtude e os interesses públicos.      
Exercício 11
Exercício 24
d) convenções sociais resultantes de interesses humanos
contingentes.    c) a política é a ciência que precede todas as demais na
organização da cidade.    
Exercício 12
Exercício 25
d) fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser.   
a) conduta definida pela capacidade racional de escolha.   
Exercício 13
Exercício 26
d) amor como falta constituinte do ser humano.   
e) surgimento da cidade como organização social.   
Exercício 14
Exercício 27

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c) atividade que exige força física e uso limitado da Exercício 44
racionalidade.   
a) objetificação do espaço físico.    
Exercício 28
Exercício 45
a) excelência de atividades praticadas em consonância com o
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras
bem comum.    
áreas do saber que almejam o progresso.   
Exercício 29
Exercício 46
e) princípio de dar a cada um o que lhe é devido.   
a) centrado na razão humana.    
Exercício 30
Exercício 47
c) fatos atingíveis pela ação humana, desde que estejam sob
c) Racionalismo cartesiano.    
seu controle.    
Exercício 48
Exercício 31
d) autonomia do sujeito pensante.   
c) Temperança, marcada pelo domínio da vontade.    
Exercício 49
Exercício 32
d) estabelecer um princípio indubitável para o conhecimento.   
c) aceitar os sofrimentos com serenidade.    
Exercício 50
Exercício 33
c) o rompimento com o dogmatismo da filosofia aristotélico-
c) Defender a indiferença e a impossibilidade de obter alguma
tomista que prevalecera na Idade Média. 
certeza.   
Exercício 51
Exercício 34
d) surgimento do conhecimento inabalável.   
a) alcançar o prazer moderado e a felicidade.   
Exercício 52
Exercício 35
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras
b) insuficiência da autonomia moral.    
áreas do saber que almejam o progresso.   
Exercício 36
Exercício 53
e) conceito de bem comum de Aristóteles.   
b) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e
Exercício 37 concepções.    

b) sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.     Exercício 54

Exercício 38 e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no


processo de obtenção do conhecimento.   
d) abrangência da compreensão humana.    
Exercício 55
Exercício 39
d) percepção dos sentidos.    
a) valorizar a investigação científica, contrariando certos
dogmas religiosos.    Exercício 56

Exercício 40 c) Dificuldade de se fundamentar as leis científicas em bases


empíricas.   
c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum.
Exercício 57

Exercício 41 a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na


sensação.   
d) por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o mal.
Exercício 58

Exercício 42 e) exigem previsões obtidas por raciocínio, distinto do


conhecimento baseado em cálculo abstrato.   
d) postulavam um princípio originário para o mundo.   
Exercício 59
Exercício 43
e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no
b) “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus processo de obtenção do conhecimento.   
nela escreva o que quiser.” Santo Agostinho   

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Exercício 60 Exercício 77

d) expansão do principado, com migração populacional para o d) concordar com as normas estabelecidas para a vida em
território conquistado.     sociedade.   

Exercício 61 Exercício 78

a) idealidade e efetividade da moral.     b) abdicação dos interesses individuais e na legitimidade do


governo.   
Exercício 62
Exercício 79
c) guiado por interesses, de modo que suas ações são
imprevisíveis e inconstantes.    e) contratualismo.

Exercício 63 Exercício 80

e) idealização de um mundo político perfeito existente no e) estético-romântica, caracterizada por sinceridade, vitalidade
mundo das ideias.    e impulsividade.   

Exercício 64 Exercício 81

c) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da a) o homem civil é formado a partir do desvio de sua própria
ação humana.    natureza.    

Exercício 65 Exercício 82

c) estado de natureza.    e) Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo.   

Exercício 66 Exercício 83

a) entravam em conflito.    c) recusa em fundamentar a moral pela experiência.     

Exercício 67 Exercício 84

d) condição original.      a) assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do


conhecimento.   
Exercício 68
Exercício 85
a) condição de guerra de todos contra todos, miséria universal,
insegurança e medo da morte violenta.    b) a lei do legislador deve ser obedecida, pois ela é a
representação da vontade geral.   
Exercício 69
Exercício 86
e) participação no exercício do poder.   
c) opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa
Exercício 70 valer como norma universal.   
e) existencialista, na questão do reconhecimento de si.   
Exercício 87
Exercício 71 b) está autorizado a cobrar impostos dos cidadãos ricos para
a) Ética e política, pois conduzem à eudaimonia.    suprir as necessidades dos cidadãos pobres.   

Exercício 72 Exercício 88

e) entendimento do contratualismo moderno.    e) o incentivo do saber, eliminando superstições e avançando


na dimensão da cidadania e da ciência.  
Exercício 73
Exercício 89
c) valorização do corpo na apreensão da realidade.   
a) a reivindicação de autonomia da capacidade racional como
Exercício 74 expressão da maioridade.   
d) A vivência dos fenômenos do mundo.   
Exercício 90
Exercício 75 a) o autoritarismo nas relações de poder.   
a) condição de guerra de todos contra todos, miséria universal,
Exercício 91
insegurança e medo da morte violenta.   
b) administração da independência interior.     
Exercício 76
Exercício 92
b) contribui com a manutenção da ordem e do equilíbrio social.
a) qualidade de nossa existência pessoal e coletiva.   
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Exercício 93 Exercício 110

e) consciência da existência.     c) Proposição de hipóteses.    

Exercício 94 Exercício 111

d) destaca a decadência da cultura.    e) compreensão da realidade com base em uma perspectiva


não antropocêntrica.   
Exercício 95
Exercício 112
e) ilusão da contemporaneidade.   
a) utilização da prova para confirmação empírica.   
Exercício 96
Exercício 113
a) lado efêmero e restritivo da indústria cultural.   
e) contraposição entre clericalismo e liberdade de pensamento.
Exercício 97

c) organização de protestos públicos para garantir a igualdade


Exercício 114
de gênero.   
d) conciliar o rigor da investigação à inquietude do
Exercício 98 questionamento.   
d) as intenções e bens particulares que cada indivíduo almeja
Exercício 115
alcançar são regulados na sociedade por princípios
equilibrados.     d) interesses de ordem socioeconômica.   

Exercício 99 Exercício 116

a) A relação entre liberdade e autonomia do Liberalismo.     d) ética e dos padrões de comportamento.    

Exercício 100 Exercício 117

c) contingencial, processada em interações sociais.     b) natureza do comportamento humano.    

Exercício 101 Exercício 118

e) modelagem dos indivíduos.    d) racionalidade de caráter pragmático.   

Exercício 102 Exercício 119

a) Examinar a própria vida.    a) caráter ilusório das imagens.   

Exercício 103 Exercício 120

e) “O efeito de tuas ações não destrua a possibilidade futura da a) condição da existência no mundo.    
vida das novas gerações.”   
Exercício 121
Exercício 104
c) articulação coletiva.    
b) sobrevivência de gerações futuras.    
Exercício 122
Exercício 105
a) consciência de si e angústia humana.   
d) etapa natural do desenvolvimento humano, cuja finalidade é
a vida em sociedade.    Exercício 123

d) Estabelecer rigorosa correspondência entre princípios


Exercício 106
explicativos e fatos observados.   
d) expansão do principado, com migração populacional para o
território conquistado.    Exercício 124

a) produção do conhecimento face à manutenção dos


Exercício 107
argumentos de autoridade da Igreja.   
b) Propor modelos de conduta fundados na justiça, na
liberdade e na diversidade humana.    Exercício 125

c) oposição da nova física quantitativa aos pressupostos da


Exercício 108
filosofia escolástica.   
c) incorporação da alteridade.    
Exercício 126
Exercício 109
a) refletir sobre as relações entre o conhecimento da vida e os
b) regulação do convívio social.     valores éticos do homem.   
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Exercício 127 a) o adestramento do corpo e a perda da autonomia do
trabalhador.   
d) indivíduo.   
Exercício 140
Exercício 128
e) É o potencial de evocar o passado apontando para o futuro.
a) Articulação entre ciência e fé — pensamento científico
independente.   
Exercício 141
Exercício 129
b) “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus
d) estabelecimento de limites aos atores públicos e às
nela escreva o que quiser.” (Santo Agostinho)   
instituições do governo.   
Exercício 142
Exercício 130
a) valores e costumes partilhados pela maioria da sociedade.   
d) sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por meio
do olhar como instrumento de controle.    Exercício 143

Exercício 131 d) o sentido coletivo e político das ações humanas individuais.

e) essencial na estrutura do que existe no mundo, sem deixar


de contribuir para o movimento.    Exercício 144

Exercício 132 e) persecução da verdade como forma de agir corretamente.   

e) os intérpretes precisam propor, para as passagens bíblicas, Exercício 145


sentidos que ultrapassem o significado imediato das palavras.
b) relativismo, evidenciado na convencionalidade das
instituições políticas.   
Exercício 133
Exercício 146
b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à
conformidade às leis.    a) natureza condicionada.   

Exercício 134 Exercício 147

d) a culpabilização individual, associando obesidade à a) universalidade do dever.   


fraqueza de caráter.    Exercício 148
Exercício 135 e) obter a situação de paz, com a garantia legal do seu bem-
b) transformação das representações sociais.    estar.   

Exercício 136 Exercício 149

d) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual b) método dialético.   
deve se submeter.    Exercício 150
Exercício 137 e) Desvalorização da materialidade corpórea.   
e) O declínio do debate político na esfera pública.    Exercício 151
Exercício 138 a) sustentar a unidade essencial do conhecimento.   
c) paradoxal.    Exercício 152
Exercício 139 e) consagra a realização humana ao campo transcendental.   

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