Você está na página 1de 7

18/06/2015

CIDADES RENASC E NT ISTA S URBANISMO CLÁSSICO – Contexto Histórico RENASC IM E NT O

1. Início da Idade Moderna – comércio

2. RENASCENÇA – antropocentrismo, avanço intelectual e


artístico (Humanismo) – Florença
Progressos nas artes, nas ciências, literatura e arquitetura

3. Séculos XIV e XV – Base do crescimento foi o


fortalecimento das comunas e burgos que fez com que os
mercadores financiassem as monarquias nacionais
- Surgem os primeiros países

4. Navegações: do Mediterrâneo para o Atlântico –


MERCANTILISMO – difusão pela Europa
Mapa extraído de "Renascimento - Centros Culturais e Artísticos", Rumos da História 8, Acetato 3, Ed. Asa

URBANISMO CLÁSSICO URBANISMO CLÁSSICO URBANISMO CLÁSSICO


Muralhas tornam-se obsoletas – artilharia
No século XVI, um novo padrão de vida emergiu do novo modo de Ocupação das planícies - Ruptura com o urbanismo medieval
produção econômica – o Capitalismo Mercantilista –, assim como uma
Cidades adquirem suas funções produtivas
nova estrutura política, expressa principalmente pelo DESPOTISMO Idéias utópicas de Thomas More (Morus), Francis Bacon,
centralizado ou pela OLIGARQUIA, em geral personificada em um Estado Tommaso Campanella.
Nacional (MUMFORD, 2001).

Thomas More

“imaginou um país perfeito, onde imperavam a prática agrícola e a


propriedade coletiva, sem desigualdades ou injustiças sociais comuns à
sua época. Na Ilha de Utopia, de 3 x 30 km de extensão, descrevia 54
cidades (civitas), sendo a principal delas, Aircastle ou Amaurota,
caracterizada pela presença da água, jardins e amplos cinturões verdes”

(CASTELNOU, 2007)
Palazzo Strozzi (1483/9, Florença, Itália)
Benedetto da Majano (1442-97) & Giuliano da Sangallo (1445- Mapa da Roma Papal (Séc. XVI, Itália)
15

1
18/06/2015

URBANISMO CLÁSSICO URBANISMO CLÁSSICO URBANISMO CLÁSSICO


Ruptura com o urbanismo medieval:
Descoberta do tratado de Vitrúvio - Cidade ideal
- Baixa Idade Média
de conjunto vivo (crescimento orgânico) para um ideal de perfeição
formal puro – cidade ideal

A CIDADE TARDO-MEDIEVAL
equilíbrio formal, entre a Igreja e a autoridade civil niveladas e
contrapostas na forma global e nas articulações internas, onde a
arquitetura e os espaços coletivos públicos compunham-se livremente.
(Castelnou)

A CIDADE RENASCENTISTA
abandona os ideais religiosos ou sagrados em favor da ciência e da
racionalidade (uniformidade e regularidade)
Maior cidade medieval: Paris. Piazza Ducale (Vigevano, Itália)
Imagem: Le Point

Grandes temas do urbanismo clássico


A CIDADE E A ARTE URBANISMO CLÁSSICO Planificação/ traçado/ perspectiva monumental/ praça/fachada/ arquitetura

A arte renascentista confundiu-se


1. A planificação urbana:
com a de projetar cidades, Características das cidades
fazendo com que as LEIS DE Cidade ideal - concepção intelectual total do espaço urbano a ser projetado
PERSPECTIVA se tornassem as Uniformidade, traçados regulares sobre a cidade real.
regras de construção de vias, Ruas irradiadas (radiocêntricas) Criação mais intelectual que real, consequência do pensamento utópico
praças e conjuntos urbanos, renascentista.
segundo princípios universais 2. O traçado urbano:
de simetria e proporção. MODELO IDEAL - círculo
Regularização e traçado metódico – quadrícula associada a outros
Forma deveria corresponder à configuração do elementos - Figuras geométricas e polígonos regulares.
seu arranjo político e social. (UTOPIA)
Princípios:
Leonardo Da Vinci, A última Ceia , 1498, Repetição de alguns motivos geométricos
Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão - ruas retilíneas – eixo de perspectiva – valorização elementos urbanos
arquetípicos: o quadrado e o círculo
Exclui-se o movimento, a variação, a casualidade - eixo de simetria na composição urbana
- convergência de ruas para um edifício ou uma praça
ordem e justiça - criação de uma ligação orgânica entre as diversas partes da cidade.

Michelangelo, Praça do Capitólio, 1545, Roma Cidade ideal Vitrúvio e esquema da cidade ideal

2
18/06/2015

Grandes temas do urbanismo clássico Grandes temas do urbanismo clássico REALIZAÇÕES DO URBANISMO CLÁSSICO
3. A perspectiva monumental: 5. A função da fachada: Ferrara – Primeira cidade moderna (Benévolo)
Edificação como marco e ponto de referência da visão. A partir daí a ligação de Monumental, fileira de janelas – RITMO, equilíbrio, simetria.
dois elementos: rua retilínea e edifício terminal: porta, igreja, obeliscos...
6. A arquitetura programada:
4. A praça: valor funcional, político-social, simbólico-artístico
Modelo arquitetural obrigatório (uniforme): rua, praça e cidade inteira
Valorização do monumento que ocupa o centro. Estética Urbana em razão de um poder.
Unidade de estilo: individualismo do Renascimento
Formas:
- circulares de onde se irradiam as ruas
- quadradas com a chegada pelo meio das laterais

Praça d’Albertas, Aix-em-Provence, França

REALIZAÇÕES DO URBANISMO CLÁSSICO REALIZAÇÕES DO REALIZAÇÕES DO


Perspectiva – desde a arte até o desenho das cidades
URBANISMO CLÁSSICO URBANISMO CLÁSSICO
Poucas realizações antes do período barroco- séc. XVII
Praça do Campidoglio, Roma
Cidades portuárias

e religiosas

Praça da Catedral, Pienza


Pienza,
Itália,1462

Burgo Reformulações
mediavel de
Corsignano
- Siena Praça de São Marco, Veneza
Urbino

3
18/06/2015

REALIZAÇÕES DO REALIZAÇÕES DO URBANISMO CLÁSSICO TRAÇADO URBANO


URBANISMO CLÁSSICO Palma Nova, 1593 “a concepção urbana aspirava uma geometrização geral de toda a
Vincenzo Scamozzi cidade, na qual ruas e praças passaram a serem definidas pelos
Cidades fortalezas edifícios que pareciam estar constituídos por idênticas unidades
estereométricas (formas geométricas puras).
Procurou-se, na medida do possível, aplicar as regras da
PERSPECTIVA e do processo de composição aditivo, no qual cada
elemento espacial conservava um alto grau de independência
dentro do conjunto”
(Castelnou, 2007)

Perspectiva de uma praça (c.1470)


Francesco di Giorgio (1439-1501) e Luciano Laurana (1420-79)

PENSADORES E INFLUÊNCIAS DE RE AEDIFICATORIA (1455) DE RE AEDIFICATORIA (1455)

Leon Battista Alberti (1404-72) Leon Battista Alberti (1404-72)


Antonio Averlino, o Filarete (1400 – 1469)
Capítulos IV e VIII - edifícios públicos - urbanismo renascentista “considerar a variedade humana em maior
Traçados urbanos em estrela – cidade de Sforzinda
1. Não estabelecia diferenças relevantes entre as cidades do mundo clássico e aquelas detalhe; uma vez que os edifícios surgem em
surgidas na Idade Média, nem contrapunha os novos critérios racionalizados de razão do homem, e para suas necessidades
planejamento da Renascença aos tradicionais tardo-medievais; eles variam”
Francesco di Giorgio Martini
2. A cidade como uma “grande casa” ou edifício público, ainda que de natureza composta,
Tratado de arquitetura civil e militar além da necessidade de conciliar finitude e mutação: a cidade deveria ser dotada de
determinado número de “moradias de reserva” às exigências de seu crescimento;
3. Enunciava as regras universais da cidade quanto à sua situação ou localização, assim
A contribuição da engenharia militar: como em relação à sua área, seus limites e suas “aberturas”: passagens e meios de
comunicação que se constituiriam na dimensão-chave da cidade, ao mesmo tempo em
Desenvolvimento da artilharia: que seu modo de divisão (vias de circulação intra e extra urbana, praças, pontes e
Planícies e pântanos portos);
Muralhas baixas e largas, reforçadas por baluartes
4. Propunha a conciliação entre regularidade e irregularidade – o ambiente existente e o
Traçados urbanos que permitiam aos defensores, a partir da praça central, construído
varrer todas as ruas principais com os seus disparos de canhões
5. “Novas arquiteturas” – ornamentos
Forma: polígono de seis, sete, oito lados ou mais 6. Praças – organismos autônomos
Ruas principais (retas), secundárias (tortuosas) e ruas-praças (função) Palácio Rucellai, Florença

4
18/06/2015

PENSADORES E INFLUÊNCIAS REALIZAÇÕES DO URBANISMO CLÁSSICO Praça do Capitólio

- Últimos 30 anos
As influências do urbanismo Renascentista: teatros, jardins e florestas - Piazza del Campidoglio ou Capitólio (Papa Paulo III)
- Três prédios – compõe um trapézio
1. Teatro - Escadaria – cordonata
com o Renascimento, o teatro deixa a cidade real para se instalar em salas - Estátua de Marco Aurélio
fechadas. Uma tela pintada deve dar a ilusão de cidade; - Estátuas de Castor e Polux
- Ilusão – Palácio dos
2. Jardins Senadores (centro)
novas concepções com repercussão na cidade. Jardim ordenado ao longo de
um grande eixo que domina toda a composição geométrica;

3. Florestas – reestruturação em função da caça

Traçado de estrela de onde se irradiam numerosos caminhos, que formam


praças ao centro que servem de observação do animal perseguido.
Desenho esquemático
Piazza del Campidoglio, Roma, 1545
Vista da escadaria (cordonata)
Piazza del Campidoglio, Roma, 1545

ROMA E FLORENÇA CIDADES COLONIAIS CIDADES COLONIAIS


Praça de São Pedro, Vaticano, Bernini, séc. XVII Era das navegações – séculos XV e XVI Espanha
Antuérpia (sub. Bruges), Lisboa, Sevilha e Gênova

Vista de Antuérpia, séc. XVI, tabuleiro em 1546 (direita)


Piazza dell’Anunziata, Florença

5
18/06/2015

COLONIZAÇÃO ESPANHOLA e PORTUGUESA COLONIZAÇÃO ESPANHOLA • Missões Jesuíticas


Urbanismo espanhol
Plano urbanístico Casa, igreja e colégio
Leys Generales de las Índias codificadas por Filipe II (1527-98)
Guadalajara e Cholula (México); Quito (Equador), Santiago (Chile), Buenos 1. Retícula regular
Aires ( Argentina) e Santiago de Leon, hoje Caracas (Venezuela)
2. Praça (Plaza Mayor) de acordo com o número de
habitantes (ideal 400 - 600 pés)

3. Praça acessada por 4 ruas (pontos cardeais), ruas (clima)

4. Edifícios mais importantes na praça : igreja (adro), paço,


casas dos mercadores

5. Edificações baixas e modestas

Quito, Santiago, Buenos Aires, Caracas


Planta de Buenos Aires, séc. XVI e atual Representação e Planta da Redução (Missão) de São Miguel Arcanjo - RS

COLONIZAÇÃO PORTUGUESA COLONIZAÇÃO PORTUGUESA - Brasil COLONIZAÇÃO PORTUGUESA

Portugal Século XVI


- Fortes e fortificações no litoral – extrativismo

Século XVII
- Sítios elevados
- Traçado irregular
- Lotes retangulares
- Construções no alinhamento - ruas
- Partido regular – “Cartas Régias”
- Igrejas - alto

- Salvador (1549), Porto Seguro (Bahia)


- Espírito Santo, Vitória ES (1535);
- Iguarussu e Marin d’Olinda PE (1535)
- Santos (1543),
- Paranaguá (1560),
- S. Sebastião do Rio de Janeiro (1565)
Niterói (1573). Planta do Rio de Janeiro, 1769
Planta do Rio de Janeiro, 1769
Planta de Goa, Índia

6
18/06/2015

Ingleses, franceses, holandeses Fontes de consulta

BENEVOLO, Leonardo. História da Cidade, perspectiva, 2011.


CASTELNOU, Teoria do Urbanismo, apostila, UFPR, 2007.

Planta de Nova Amsterdã, 1660 e Nova York, 1775 e


1844

Você também pode gostar