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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Camões nasceu em 1524 ou em 1525, possivelmente em Lisboa e morreu no dia 10 de Junho de 1580.
Assiste ao fim do ciclo épico dos Descobrimentos – séc. XVI
Sucessão de naufrágios – Sepúlveda (1522)
1531 - Terramoto em todo o reino;
1536 - Tribunal da Inquisição
4 de Agosto de 1578 – derrota nos campos de Alcácer Quibir
queda do Império
O tempo biográfico de Camões corresponde à trajetória da decadência política portuguesa que culmina com a perda
da independência em 1580
O século de Camões (XVI) é marcado por um movimento novo, cuja origem está no desenvolvimento do comércio, da
indústria e das cidades. Caracteriza-se pela valorização do Homem e pelo estudo e admiração da Antiguidade Clássica e
desenvolve-se em três Planos:
1. Renascimento: aceitação das formas artísticas greco-latinas e assimilação do seu espírito. O Homem
renascentista
é senhor do seu próprio destino;
está sujeito às leis da natureza;
exalta a razão;
tem necessidade de resposta científica para os fenómenos da natureza;
recorre à mitologia e à estética clássica ; escreve os modos épico, lírico e dramático.
2. Humanismo : valorização de tudo o que é humano, exaltação dos valores do Homem como centro do Universo
(antropocentrismo).
3. Classicismo (segunda metade do séc. XVI) – Com base nos modelos clássicos greco-romanos, este movimento
tem as suas normas que visam a harmonia, a simplicidade, o equilíbrio, a precisão, o sentido das proporções
em qualquer realização artística, na literatura como na música, na pintura como na arquitetura. A razão
impera sobre o sentimento, porque os valores universais se sobrepõem aos individuais. O Classicismo
espartilha o sentimento e a inspiração, o que leva à falta de originalidade.
Estes Planos constituem uma viragem decisiva em relação à conceção medieval do Homem e do Mundo: o
teocentrismo medieval opõe-se ao antropocentrismo (o Homem é o pólo central, o sujeito da História e do progresso).