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As Américas na Primeira

Modernidade
HISTÓRIA DA AMÉRICA II
PROFa. ALESSANDRA SEIXLACK
O que significa
"moderno"?
E "Primeira
Modernidade"?
● A palavra "moderno" teve origem no latim, significando uma oposição entre o "de hoje" e o
tempo que o antecedeu.
● Se inicialmente tal oposição era fraca em termos de antagonismo, verifica-se uma mudança
no início do Renascimento italiano, em meados do século XV → advento de uma nova
epistemologia.

● "Primeira Modernidade":

- Momento da Modernidade compreendido entre c. 1450 até c. 1750.

- Corresponde a "Early Modern History", conceito comum na historiografia de língua inglesa.


❏ Ao ser cunhado em Cambridge, no século XIX, referia-se apenas ao século XVI, interpretado
como um momento chave na passagem da Idade Média para os valores modernos.
❏ Nos anos 1940, quando começou a ser usado nos Estados Unidos, “Early Modern” passou a
designar as múltiplas mudanças ocorridas entre os séculos XVI (ou de meados do XV) e o
XVIII.
- Apesar de comum em língua inglesa, em português o termo "Early Modern" foi
traduzido por "Idade Moderna", em oposição à "Idade Contemporânea".

- A mobilidade como signo da "Primeira Modernidade" foi o elemento fundamental


no estabelecimento das conexões mundiais → intensificação dos fluxos
comerciais e migratórios; difusão de novos conhecimentos; conformação de
extensas e complexas redes de sociabilidade.

"O mundo da primeira modernidade tornou-se o mundo da interação, um mundo, pois,


muito maior do que a Europa."
(Jorge Cañizares-Esguerra, Luiz Estevam de O. Fernandes e Maria Cristina Bohn-Martins)
Quais são as formas de
se estudar a "Primeira
Modernidade"?
● História dos impérios ultramarinos

- Em vez de apontar a relação dual e contraditória entre metrópole e colônias,


atesta a necessidade de se relativizar a existência de um poder real absoluto
emanado da metrópole e de colônias passivamente recebendo ordens e enviando
gêneros de primeira necessidade.

- Luís Felipe de Alencastro, João Fragoso, Maria de Fátima Gouvêa e Fernanda


Bicalho partem da lógica de “Antigo Regime” estendida aos espaços coloniais.

● Histórias mundiais, conectadas e globais

- Estuda as associações de regiões através das redes internacionais e


intercontinentais, das relações entre o local e o global.
● História Atlântica

- Fernand Braudel, "O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrâneo na época de Filipe II" (1949), é a inspiração.

- Durante a Guerra Fria, Robert Palmer cunhou a expressão "sistema atlântico" para descrever os
movimentos revolucionários ocorridos na Europa Ocidental e nos Estados Unidos no último quartel do
século XVIII → Atlântico como o oceano da “civilização ocidental” de matriz europeia, liberal, democrática e
cristã.

- Com o fim da Guerra Fria, a partir dos anos 1980 e 1990, houve o nascimento de uma “nova História
atlântica”, que busca fazer a crítica dessa versão do Atlântico “à la OTAN”, centrada em um “Atlântico Norte”,
“Branco” ou “Inglês”.

- A expressão “sistema atlântico” cedeu vez ao "mundo atlântico”, com uma ampliação da escala geográfica,
que passa a dar lugar mais privilegiado aos continentes africano e latino-americano, e ao Caribe.

- Bernard Bailyn, Jack Greene, John Elliott, Nicholas Canny, Jorge Cañizares-Esguerra e David Armitage
promoveram diferentes iniciativas acadêmicas, inclusive do ponto de vista institucional.

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