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CONTEXTUALIZANDO A RETA NUMÉRICA E OS NÚMEROS

INTEIROS

Categoria: Ensino Fundamental – Anos Finais


Modalidade: Matemática Aplicada e/ou Inter-relação com outras Disciplinas

SILVA, Henrique Ribeiro da; MENEGHELLI, Thiago Acacio; HEIDRICH, Alessandra

Instituição participante Escola de Educação Básica Orlando Bertoli – Presidente


Getúlio/SC.

INTRODUÇÃO

O estudo dos números e suas diversas representações exigem do estudante um olhar


genuíno e construtivo, e a escola tem um papel significativo a ser desempenhado para que este
estudo seja o mais promissor possível. Os números fazem parte do contexto da realidade de
nossos estudantes. Portanto, deve-se reconhecer sua importância e sempre que possível
utilizar situações cotidianas para estudo e aplicação em sala de aula.
Diante desse contexto, o presente trabalho apresenta o projeto: Contextualizando a reta
numérica e os números inteiros, aplicados em duas turmas de 7º ano da Escola de Educação
Básica Orlando Bertoli – Presidente Getúlio – SC. O projeto ocorreu durante as aulas de
matemática, no segundo trimestre do ano letivo de 2022, a partir do estudo do capítulo do
livro didático sobre números inteiros, com 30 alunos do 7º ano I e 30 alunos do 7º ano II do
ensino fundamental dos anos finais.
Como já mencionado, os números, em específico os números inteiros, estão presente
na nossa realidade. Podemos usar os números negativos em cálculos matemáticos, mas
também em situações mais comuns em nosso cotidiano. Um bom exemplo são os extratos
bancários, mais especificamente os depósitos ou saques, esses podem ser expressos por
números negativos. Outro exemplo são as temperaturas negativas, temperaturas abaixo de
zero que são registradas em diversas cidades do nosso país ou até no mundo, nessas situações
representamos por números negativos. Podemos ampliar esse registro para as altas
temperaturas sendo estas registradas por números negativos.
Diante destes exemplos, a elaboração do projeto, onde foram representadas situações e
informações utilizando números inteiros e posteriormente organizadas em retas numéricas,
tem como objetivo conhecer e compreender a usualidade desses números e a importância dos
mesmos para representar situações no nosso cotidiano, resgatando e incentivando o ensino das
ciências exatas e suas representações na realidade dos estudantes.
Este trabalho se justifica diante da necessidade de associar o conteúdo matemático
com a realidade do estudante. Tal estudo se torna relevante diante da ampla usualidade no dia
a dia e da ausência de entendimento e associação do mesmo.
Durante a aplicação do projeto, compreendeu-se que o estudo dos números inteiros e a
associação dos mesmos com a realidade leva o estudante a interessar-se mais pela aula,
fazendo com que aprenda a associar os números com as respectivas situações e compreenda
que é possível aplicar em seu cotidiano o conteúdo aprendido em sala de aula.
Completando as palavras acima citadas, Biaggi (2000, p. 4) retrata sobre a forma de
ensino e diz que "não é possível preparar alunos capazes de solucionar problemas ensinando
conceitos matemáticos desvinculados da realidade, ou que se mostrem sem significado para
eles, esperando que saibam como utilizá-los no futuro".

CAMINHOS METODOLÓGICOS, RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente trabalho foi desenvolvido após iniciados os estudos sobre o conteúdo de


números inteiros. Foram utilizados: material didático dos alunos (tesoura, lápis, caneta, entre
outros), livro didático e recursos audiovisuais para a pesquisa, a fim de investigar o uso dos
números inteiros e suas representações na reta numérica.
No primeiro momento estudou-se a ideia de números inteiros, onde podemos encontrá-
los e as situações que podem representar estes números. Este primeiro momento foi de suma
importância para os estudantes, pois ao longo da conversa foram tomando conhecimento da
importância e da usualidade deste conteúdo matemático, onde os mesmos foram construindo
os exemplos e expondo para a turma suas experiências já vividas com este tema.
Durante a explicação, a professora discorreu sobre situações e questionou como
poderíamos representar tais situações na forma numérica, com isso os alunos puderam
questionar-se e a partir da conversa e participação na aula, reconheceram outras situações
além da proposta pela professora.
Neste primeiro contato com o conteúdo, a professora instigou os alunos a pesquisarem
sobre o tema estudado em sala de aula, para que buscassem saber a história de criação deste
tema, como é representado para que é usado e por que foi criado. A cada nova aula havia
troca de informações sobre as pesquisas, na qual enriquecia o tema com novas averiguações e
tornava visível o olhar de anseio quanto ao mesmo.
Após ter conhecimento da existência e usualidade deste conteúdo matemático, foi
estudado o conjunto numérico dos números inteiros, na qual foi conhecido a representação do
conjunto, a representação dos números e principalmente a importância da existência e
conhecimento do sinal do número.
Um item muito importante nos estudos dos números inteiros é saber desenhar a reta
numérica e representa-los. Com isso, o próximo passo foi aprender a desenhar e construir a
reta numérica, pois a mesma pode ser muito útil para inúmeras representações.
Para aprender, a professora explicou passo a passo, iniciou a explicação fazendo um
risco de tamanho visível no quadro branco. Após orientou os alunos a encontrarem o centro
da reta e inserir um ponto ou um traço pequeno na vertical, este seria a origem, ou seja, o
número zero. Após explicou o passo mais importante da construção, que é traçar as medidas
dos demais números dos dois lados da origem da reta numérica. A professora mostrou como
situar a régua no ponto já marcado e demarcar os demais pontos, tanto no lado direito, como
no lado esquerdo. A todo momento a professora reforçava a importância de não mexer a régua
na demarcação dos pontos.
Em seguida, a professora inseriu os números do lado direito do zero, explicando que
seriam os números positivos e deu como exemplo os números descritos nas réguas usadas.
Para o lado esquerdo, a professora explicou que os números seriam iguais aos números
colocados do lado direito, mas que agora o sinal negativo seria inserido na frente do número
para representar o número negativo. Com isso, à esquerda do zero temos os números
negativos, e à direita do zero temos os números positivos.
Para clarear as informações repassadas pela professora e reforçar a ideia da reta
numérica onde os números positivos e os números negativos tem a mesma distância do zero.
A professora pediu para que os estudantes pegassem um pedaço de folha e fossem dobrando
ao meio até não conseguir dobrar mais, após, abriram o papel e traçaram uma reta de um lado
até o outro demarcando os pontos feitos pelas dobras do papel, após, procurar o centro,
marcar o zero, e depois a cada dobra, juntar os lados e marcar os pontos iguais, mas de sinais
opostos, mostrando assim que a reta numérica é simétrica e que o zero é o meio. Após a
explicação, os estudantes exercitaram este conceito construindo novas retas numéricas e
localizando pontos.
Posteriormente foi iniciada a atividade de pesquisa para construção de retas numéricas
e as várias representações. A professora já havia instigado os estudantes a pesquisar exemplos
de situações de números inteiros, para que quando chegasse o momento da atividade, os
estudantes já soubessem o que pesquisar.
O trabalho de pesquisa consiste em formar grupos de alunos e cada grupo pesquisar
um tema para representação na reta numérica. As turmas foram divididas em grupos de 5
estudante cada. Após a divisão, foram discutidos e selecionados os assuntos para pesquisa:
temperatura; altitude e profundidade e linha do tempo, esta foi dividida em 3 subtemas:
matemáticos ou demais inventores; fatos históricos; criação de itens, civilizações.
Os grupos que pesquisariam sobre temperatura, escolheram registros de temperaturas
mais quentes e mais frias da cidade, do estado, do Brasil ou do mundo. Os grupos que
trabalharam com altitude e profundidade, escolheram registros com pontos mais altos ou mais
baixos do Brasil ou do mundo. Já para os estudantes que trabalharam com a linha do tempo,
houve a necessidade de apropriar-se aos fatos.
Após selecionados os 5 tipos de pesquisas, os grupos sortearam seus temas para
realizar uma pesquisa mais direta. Cada grupo de estudantes precisava encontrar 5 itens que
representassem a parte positiva da reta numérica e 5 itens que representassem a parte negativa
da reta numérica. Diante dessa informação, os grupos que sortearam o tema ‘linha do tempo’
precisaram atentar-se a como representar o zero (nascimento de Cristo) e como
representariam as informações negativas (a.C.) e positivas (d.C.).
Os grupos que sortearam o tema temperatura mantiveram o foco em como apresentar a
reta, esta deve estar com as informações e representação na forma vertical, pois trata-se da
representação de um termômetro. O mesmo acontece com os grupos que contemplaram o
tema altitude e profundidade. A reta numérica deve ser apresentada na forma vertical, pois
representa pontos muito altos ou pontos muito baixos.
O tempo para realização de pesquisa em sala de aula e construção da respectiva reta
numérica com as informações pesquisadas teve duração de quatro aulas de quarenta e cinco
minutos cada. Cada grupo construiu a sua reta numérica em uma folha de papel pardo de mais
ou menos um metro. As informações inseridas foram escritas no papel e as imagens foram
impressas e colado.
Durante este momento de muita troca de informação e de por em prática tudo o que foi
estudado e pesquisado, alguns estudantes tiveram dificuldades em construir a reta numérica,
pois era preciso inserir na mesma as informações pesquisadas e situar os valores escolhidos de
forma que a reta numérica não ficasse desproporcional, ou seja as distâncias precisariam ser
proporcionais aos valores escolhidos.
Durante o momento de execução da atividade os estudantes questionaram sobre o que
estavam fazendo, debateram entre si o porquê de procurar dados relacionados a geografia e
história na disciplina de matemática. Havia estudantes que questionavam e estudantes que
respondiam as perguntas, ou seja, um momento de troca de informações entre os próprios
alunos. Este momento foi importante pois os estudantes perceberam que números não
abrangem apenas matemática e contas, mas sim, fazem parte da nossa história e da história do
mundo.
Após a realização da construção das respectivas retas numéricas de cada grupo, houve
o momento de apresentação onde cada grupo apresentou sua reta numérica, relatando sobre os
pontos escolhidos. Posteriormente, os trabalhos foram expostos no mural da escola para os
demais estudantes observarem.
Após as apresentações, em conversa com o grupo e a professora, os estudantes
relataram o quão diverso é a aplicabilidade dos números, e que por muitas vezes, por se
preocuparem demais com os cálculos matemáticos, esquecem da usualidade no dia a dia e nas
diversas situações que podem ser encontrados.

CONCLUSÕES

Durante a aplicação do projeto contextualizando a reta numérica e os números inteiros,


foi possível observar os benefícios da contextualização do conteúdo com o cotidiano do
estudante, é perceptível a evolução crescente na aprendizagem e no entusiasmo dos alunos
quanto ao conteúdo.
Sabe-se o quanto é importante os estudantes perceberem a aplicabilidade do conteúdo
matemático, e que ao incentivar a pesquisa, incentiva-se a curiosidade do estudante e desta
forma o mesmo constrói uma aprendizagem genuína e acessível.
Sendo assim, o projeto foi concluído de forma positiva, onde os educandos mostraram-
se capaz de associar o uso dos números inteiros ao cotidiano e compreenderam o quão usual é
este tema, por meio do conteúdo aplicado.
Por isso, o objetivo do presente projeto, foi conhecer e compreender a usualidade
desses números e a importância dos mesmos para representar situações no nosso cotidiano,
resgatando e incentivando o ensino das ciências exatas e suas representações na realidade dos
estudantes.
REFERÊNCIAS

IEZZI, Gelson. et al. Matemática: Ciência e aplicações. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
Obra em três volumes.

BIAGGI, Geraldo Vitório. Uma nova forma de ensinar matemática para futuros
administradores: uma experiência que vem dando certo. Virtual Books, Ciências da
Educação. Lorena - SP, v.2, n.2, 2000.

Dados para contato: Trabalho desenvolvido com duas turmas de sétimo ano matutino, da
Escola de Educação Básica Orlando Bertoli, pelos alunos: Adenise Manuelle Pinheiro
Mendes Cordeiro; Adriele Paulina Krieger; Alexandra Angló Patté Claudino De Oliveira;
Amanda Schimila; Amanda Stein Zermiani; Ana Lara Dos Santos; Ana Laura Vaz Do Prado;
Breno Eduardo De Andrade Gonçalves; Christian Natalicio Ibers; Davi Henrique Lazzaris;
David Lima Da Silva Junior; Deydson Paixão De Sousa; Eduarda Tener De Oliveira; Eduarda
Zils Andrade; Eduardo Cristiano Zeczkoski; Emily Gabrielle Oliveira Reblin; Emily Souza
Pires; Fernando Machado Do Amaral Liber; Flávia Alessandra Da Silva Pinheiro; Flávio
Henrique Firmino Da Silva; Francisca Da Rosa Alves; Gabriel Debatin Morales; Gabriel Dos
Santos Biazotto; Gabriel Pereira Machado; Gabriela Heloisa Freitas Da Rocha; Gabriely
Bernardino Agostinho; Geovana Klej Caxias Martins; Guilherme Zommer; Handrei Toresani
Steffens; Helloá Cristina Fernandes; Heloisa Petersen; Henrique Ribeiro Da Silva; Hugo
Kukluntxi De Lima Farias; Isabeli Fagundes; Izabela Camili Barbosa Ribeiro; Josiane
Matheus; Kaio Freitas Wuttke; Kauan Goncalvez; Larissa Ferreira; Larissa Rengel; Livensly
Loob Lamour; Luan Simão; Lucas Gabriel Roepke Da Cunha; Lucas Gabryel Steuck Dos
Santos; Lucas Ruan Pavanello; Marlon Antonio Leite; Mateus Felipe Bahr; Nathali Alves Da
Silva; Paulo Henrique Monteiro Macedo; Samira Martins Rocha; Stacy Caroline Conzatti;
Tamara Vitória Barth; Thiago Acacio Meneghelli; Vitória Silva Sousa; William Souza Da
Silva; Yago Simplicio; Yasmim Vitória Firmino Da Silva; Yasmin Fernandes; Yasmin Winter
De Melo; Yuri Ademar Wassin Zanelato

Expositor: Henrique Ribeiro Da Silva; e-mail: hribeirodasilva281@ gmail.com


Expositor: Thiago Acacio Meneghelli; e-mail: thiagomeneghelli566@gmail.com;
Professor Orientador: Alessandra Heidrich; e-mail: alessandra.hdr@gmail.com.

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