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HIDRÁULICA

Prof. Walter P Vianna Jr


Instituto Federal de Alagoas
Campus Maceió

AULA 1
Apresentando a disciplina
Índice da apresentação
• Apresentação da disciplina
– Objetivos
– Cronograma Escolar
– Formas de Avaliação
– Bibliografia recomendada

• Introdução à Hidráulica: Mecânica dos Fluidos


• Tipos de escoamento
• Conservação da massa (Princípio da continuidade)
– Balanços de massa em um escoamento
• Conservação da energia
– Balanços de energia
– Detalhamento dos tipos de energia de um fluido
– Princípio de Bernoulli e equação da energia
– Aplicações de Bernoulli envolvendo máquinas hidráulicas

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Objetivos
Objetivo Geral

Fornecer uma base teórica, prática e técnica sobre as principais


características de obras hidráulicas com aplicações em situações
práticas de projeto.
Objetivos Específicos
• Aprender a diferenciar os tipos de escoamento, conforme a
natureza do regime de escoamento;
• Distinguir perda de carga linear e singular, bem como suas
implicações;
• Dimensionar bombas hidráulicas de acordo com as
especificidades do recalque adotado;
• Distinguir e dimensionar orifícios, bocais e adufas;
• Assimilar o fenômeno de transiente hidráulico nas tubulações;

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Cronograma Escolar
2020.1

1ª Unidade
Introdução à hidráulica
Escoamento em condutos forçados
Bombas hidráulicas
Transientes hidráulicos

2ª Unidade

Vertedores
Orifícios, bocais e adufas
Escoamento na superfície livre

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Cronograma Escolar
2020.1

Aprovação
1a 2a Direta
Avaliação Avaliação
Média: 7,0

Atividade complementar:
participação em aula, resolução de
Exame Final
problemas propostos, relatórios,
Média: 5,0
trabalhos etc.

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Cronograma Escolar
Regimento Interno - Discente

Frequência:

75 % da carga horária

Controle das faltas é feito pelo


discente!

A função do professor é realizar a chamada ou fazer uso das atas para


constatação da presença ou ausência do aluno.

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Bibliografia adotada
AZEVEDO NETTO, José Martiniano et al. Manual de hidráulica. São Paulo: Edgard Blücher.

BAPTISTA, Márcio; LARA, Márcia. Fundamentos de engenharia hidráulica. Belo Horizonte:


Editora UFMG.

GARCEZ, L. Elementos de engenharia hidráulica e sanitária. São Paulo: Edgard Blücher.

GRIBBIN, John E. Introdução à hidráulica e hidrologia na gestão de águas pluviais. São Paulo:
Cengage Learning.

HOLMAN, J. P. Transferência de calor. São Paulo: McGraw-Hill.

MALISKA, Clovis R. Mecânica de fluidos e transferência de calor. Rio de Janeiro: LTC.

MORAN; SHAPIRO; MUNSON; DEWITT. Engenharia de sistemas térmicos: Termodinâmica. Rio


de Janeiro: LTC.

MULLER, A. C. Hidrelétricas, meio ambiente e desenvolvimento. São Paulo. Makron Books.

FOX, Robert W.; MCDONALD, Allan T. Introdução à mecânica dos fluidos. Rio de Janeiro:
Guanabara Dois.

BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pearson.

POTTER, Merle C.; WIGGERT, D. C.; HONDZO, Midhat. Mecânica dos fluidos. São Paulo.
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Introdução
HIDRÁULICA

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Introdução
Estudo do fluido parado ou em
movimento de corpo rígido

Estática

Mecânica
dos
Fluidos
Dinâmica

Estudo do movimento dos fluidos

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Introdução
O que é um fluido??

É uma substância que se deforma continuamente quando submetida a


uma força tangencial constante qualquer. Os fluidos não tem formas
próprias, podendo assumir o formato do recipiente no qual estão
inseridos.

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Introdução
Princípio da aderência ou condição de não deslizamento
A camada de fluido diretamente em contato com uma superfície
assume a velocidade da mesma.

Fluido escoando
sobre uma
superfície plana

Fluido escoando
em um conduto
circular

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Introdução
Mecânica do Contínuo
A hipótese do contínuo diz que o fluido é formado por infinitas
partículas fluidas. Ou seja, o fluido é uma substância que pode ser
infinitamente divisível.

Para efeitos de engenharia, considera-se as médias das propriedades.

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Introdução
Mecânica do Contínuo
Para que a hipótese do contínuo seja válida, é necessário que o caminho
livre médio (λ) das moléculas seja inferior à menor dimensão do
problema (possua menor ordem de grandeza).

m: massa da molécula
ρ: massa específica
d: diâmetro da molécula

A maior parte dos problemas de engenharia satisfaz esta condição e permite


que seja analisado segundo a ótica da Mecânica dos Fluidos Clássica.

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Introdução
Massa específica (ρ)
Propriedade que expressa a relação de massa por unidade de volume.

ρ: massa específica
V: volume elementar (ao redor do ponto analisado)
m: massa da molécula

Outras propriedades de interesse:


Volume específico Peso específico

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Introdução
Densidade relativa ou gravidade específica (S.G.)
Propriedade que expressa a massa específica de um fluido com respeito à
massa específica de um fluido de referência.

SGf: Densidade relativa do fluido


ρf: massa específica do fluido
ρREF: massa específica do fluido de referência

Outras propriedades de interesse:

Muito utilizada para medir


densidade de óleos

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Introdução
Viscosidade

É uma propriedade que indica com que facilidade ou dificuldade o


fluido escoa. Em outras palavras, mede a resistência interna do fluido ao
escoamento.

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Introdução
Viscosidade
É uma propriedade que indica a resistência interna do fluido ao escoamento.

Há dois tipos de viscosidade:

Viscosidade Dinâmica (μ) Viscosidade Cinemática (ϑ)

Unidade no SI: N.s/m2 = Pa.s Unidade no SI: m2/s

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Introdução

➢ Viscosidade vs. temperatura

De um modo geral temos que:

Líquidos: T = μ Gases: T = μ

Com um aumento da Com um aumento da


temperatura há uma temperatura há um
diminuição das interações aumento das interações
intermoleculares. intermoleculares.

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Introdução
➢ Tipos de fluido

A) Fluidos newtonianos: fluidos em que a tensão de cisalhamento é


proporcional à taxa de deformação

Lei de Newton da Viscosidade

τ: tensão de cisalhamento no fluido (N/m2)


μ: viscosidade dinâmica do fluido (N.s/m2)
dV/dy: gradiente de velocidade no eixo Y (s-1)
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Introdução
➢ Tipos de fluido

B) Fluidos não-newtonianos: fluidos em que a tensão de cisalhamento


não é proporcional à taxa de deformação. Se dividem em dois grupos
principais:

B.1) Comportamento independente do tempo

A η se dá o nome de viscosidade aparente do fluido e é uma propriedade


definida experimentalmente em função dos parâmetros empíricos m e k.

m < 1: Fluido Pseudoplásticos


m > 1: Fluido Dilatantes
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Introdução
➢ Tipos de fluido

B.2) Comportamento dependente do tempo

Para estes fluidos, deve-se avaliar o comportamento da viscosidade


aparente com o tempo, mantendo a tensão de cisalhamento constante.

Fluido Tixotrópico

Fluido Reopético

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Introdução
➢ Tipos de fluido

Fluido de Bingham: É um tipo de fluido não newtoniano com um


comportamento especial. Sua característica principal é que, após superar
uma determinada tensão, o fluido se comporta como Newtoniano.

Exemplo: pasta de dentes.

Fluido de Bingham

Tensão limítrofe

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Introdução
➢ Tipos de fluido

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Introdução
Estática

Força normal

Área de atuação
da força

A pressão entorno de
um fluido em repouso
é sempre a mesma em
qualquer direção!!

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Introdução
Estática
➢ Teorema de Stevin

A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em repouso é


equivalente ao produto do peso específico do fluido e a diferença de
cotas entre eles (neste caso é a profundidade dos dois pontos, medidas
a partir da superfície do fluido).

Z1

Z2 Profundidade ou
Natureza do fluido
diferença de altura
(peso específico)
entre os pontos

ϒ
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Introdução
Estática
➢ Lei de Pascal

A pressão aplicada em um ponto de um fluido em repouso se propaga


integralmente a todos os pontos do fluido.

F
A

P1 P1 + F/A

P2 P2+ F/A

ϒ ϒ
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Introdução
Escala de pressões

PABS ≥ 0 PMAN > 0


ou
28/54 PMAN < 0
Introdução
Tipos de Escoamento
➢ Classificação quanto à variabilidade das propriedades físicas com o tempo

Escoamento Permanente Escoamento Transitório

Não há variação das Há variação das


propriedades físicas dos propriedades físicas dos
fluidos ao longo do fluidos ao longo do
tempo em cada ponto tempo em cada ponto
do escoamento do escoamento

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Introdução
Tipos de Escoamento
➢ Classificação quanto à estrutura do escoamento

Escoamento Laminar Escoamento Turbulento

Movimento suave das Movimento tridimensional


partículas de fluido, e aleatório das partículas de
formando lâminas ou fluido, havendo mistura de
camadas partículas adjacentes

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Introdução
Tipos de Escoamento
Número de Reynolds (Re)

Determina se a natureza do escoamento é laminar ou turbulenta

ρ: massa específica do fluido


v: velocidade média do escoamento
L: comprimento representativo do escoamento
μ: viscosidade dinâmica

VÍDEO

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Introdução
Tipos de Escoamento
Turbulento

Geometria Re (Crítico)
Tubo 2100
Placa plana 5.105

Laminar

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Introdução
Tipos de Escoamento
➢ Classificação quanto à compressibilidade do fluido

Escoamento Incompressível Escoamento Compressível

As variações da massa As variações da massa


específica (ρ) do fluido, específica do fluido (ρ),
associadas à variações de associadas à variações de
pressão, são desprezíveis pressão, não são desprezíveis

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Introdução
Tipos de Escoamento
➢ Classificação quanto à posição do escoamento e os sólidos

Interno Externo Com


superfície livre

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Introdução
Tipos de Escoamento
➢ Classificação quanto à velocidade do som (subsônico, supersônico e sônico)

Esta classificação é aplicada principalmente para escoamentos do tipo


compressíveis. Para tanto, utiliza-se a velocidade do som como
parâmetro de comparação com a velocidade do escoamento.

Número de Mach (M)


M > 1,0: Supersônico
M = 1: Sônico
M < 1,0: Subsônico

V: velocidade média do escoamento


C: velocidade do som

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Introdução
Princípio da Continuidade – Conservação da Massa em um escoamento

Regime
permanente!

Conservação
da massa
ρ: massa específica do fluido (kg/m3)
A: área da seção transversal (m2)
v: velocidade média do escoamento (m/s)
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Introdução

Se o escoamento for incompressível, então ρ1 = ρ2 :

Ao produto (A.v) dá-se o nome: vazão volumétrica (Q)

Análise Dimensional de ‘Q’: [m2].[m/s] = [m3/s]

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Introdução

Quando não há atritos (forças dissipativas, não-conservativas) há


conservação de energia mecânica no movimento de um fluido ideal.

Energia Energia Energia Energia


Mecânica Potencial Cinética de
= + +
Total Pressão
(EM ) (EP ) (EC ) (EPR )

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Introdução
Hipóteses simplificadoras:

1. Regime permanente
2. Sem presença de máquina (bombas ou turbinas)
3. Sem perdas de energia por atrito
4. Fluido incompressível
5. Sem trocas de calor
6. Propriedades constantes ao longo das seções

P: Pressão
v: velocidade
Z: altura

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Introdução
Para o ponto 1:

Para o ponto 2:

Como não há perdas de energia (Hipóteses 2, 3, 5)

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Introdução

Como:

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Introdução

Pela hipótese de regime permanente (dm1 = dm2)

Pela hipótese de fluido incompressível (ρ1 = ρ2 = ρ)

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Introdução

Aplicando a relação entre peso específico e massa específico


ƴ = ρ.g

Divide todos os membros da equação por g!!

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Introdução

Carga Carga Carga de Carga


total potencial pressão cinética

Análise Dimensional de ‘H’: [m]

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Introdução
Equação de Bernoulli na presença de uma máquina

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Introdução
Bombas

Função: ceder energia ao fluido para promover o seu transporte.

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Introdução
Turbinas

Função: retiram energia do escoamento do fluido para outras finalidades.

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Introdução

Carga da Máquina
48/54
Introdução

Carga da Máquina

Bombas, ventiladores,
compressores etc.

Turbinas

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Introdução
Potência de uma máquina (N)

BOMBA

TURBINA

N: Potência da máquina (W)


ƴ: Peso específico do fluido (kg/m3)
Q: Vazão volumétrica do escoamento (m3/s)
HM: Carga da máquina (m)
η: Rendimento da máquina (-)
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Introdução
Instalações de bombeamento - Zona de sucção e recalque

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Introdução
Equação de Bernoulli para um fluido real

Fluido Ideal Fluido Real

O atrito é desprezível O atrito é considerável

Esta perda de energia deve


ser contabilizada

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Introdução
Equação de Bernoulli para um fluido real

Carga Inicial Carga Final Perda de carga ao longo


do escoamento

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Introdução
Potência dissipada por atrito(NDISS)

NDISS: Potência da máquina (W)


ƴ: Peso específico do fluido (kg/m3)
Q: Vazão volumétrica do escoamento (m3/s)
HP: Perda de carga (m)

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Introdução
Equação geral da Energia

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Introdução
Revisão de sistemas de unidades

Grandezas físicas

Comprimento [ L ]
Tempo [ t ]
Massa [ M ]
Temperatura [ T ]

Estas grandezas são chamadas de básicas, podendo dar origem as outras


grandezas derivadas

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Introdução
Revisão de sistemas de unidades

Alguns sistemas de medidas podem ser expressos através da


combinação das grandezas básicas, tais como:

MLtT Massa [M], Comprimento [L], Tempo [t], Temperatura [T]

FLtT Força [F], Comprimento [L], Tempo [t], Temperatura [T]

Força [F], Massa [M], Comprimento [L], Tempo [t],


FMLtT
Temperatura [T]

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Introdução
Revisão de sistemas de unidades

➢ Massa específica (ρ)

[ρ]: M.L-3 (M L t T)

F.L-4.t2 (F L t T)

➢ Diâmetro (D)

[D]: L (M L t T ou F L t T)

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Introdução
Revisão de sistemas de unidades

➢ Velocidade (V)

[V]: L.t-1 (M L t T ou F L t T)

➢ Viscosidade dinâmica (μ)

[μ]: F.L-2.t (F L t T)

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Introdução
Grupos adimensionais

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Bibliografia utilizada
AZEVEDO NETTO, José Martiniano et al. Manual de hidráulica. São Paulo: Edgard Blücher.

FOX, Robert W.; MCDONALD, Allan T. Introdução à mecânica dos fluidos. Rio de Janeiro:
Guanabara Dois.

BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pearson.

POTTER, Merle C.; WIGGERT, D. C.; HONDZO, Midhat. Mecânica dos fluidos. São Paulo.

MUNSON, Bruce R., YOUNG, Donald F., OKIISHI, Theodore H., Fundamentos da Mecânica dos Fluidos.
Editora: Edgard Blücher 4a Edição – 2004.

WHITE, F. Mecânica dos Fluidos. Editora McGraw-Hill, 4a Edição, 2002.

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