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o ceticismo é a alma do
conservador
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David Hume
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aula 1
O QUE É CETICISMO: A FALTA DE
CONFIANÇA NA RAZÃO E NAS
TEORIAS - DAVID HUME
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Aula 1
O que é ceticismo: a falta de confiança na razão e nas
teorias - David Hume
Nesta aula, será abordada a relação entre o ceticismo e o pensamento
conservador. No caso, saber que o pensamento conservador está cen-
trado no ceticismo é fundamental para que não confunda as coisas, e
pense que por ser conservador, você seja uma pessoa necessariamente
religiosa, ou uma pessoa que pense que o passado é melhor do que o
presente, por exemplo.
Eis que chegamos então ao século XVIII, século este em que um dos
maiores nomes da filosofia ocidental surge. Trata-se, no caso, do filóso-
fo David Hume (1711-1766). Hume é conhecido como o “cético moderno”
mais importante de todos, além de ter escrito obras como “Investigações
sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral”.
Uma das questões de Hume, que é então recuperada pelo filósofo hún-
garo radicado nos Estados Unidos John Kekes (1936), se refere aos cha-
mados “princípios de ação”, que também pode ser chamado de “princí-
pios da moral”, ou de “princípios que regem as normas da nossa conduta”.
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teorias em questão, você percebe que nenhuma delas se sustentam ple-
namente.
Esta lógica de pensamento pode nos levar à ideia que muitos econo-
mistas acreditam: a de que o homem sempre age a partir de prejuízos e
lucros.
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aula 2
A VALORIZAÇÃO DO
HÁBITO
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Aula 2
A valorização do hábito
A ideia envolvendo as paixões, que surge a partir de David Hume (1711-
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1766), não é exatamente o que o romantismo afirma.
Sendo assim, nas escolhas, nas decisões e nos debates políticos, as pes-
soas são muito mais movidas por obsessões e paixões, do que propria-
mente por razões objetivamente fundamentadas. Tal noção, contudo,
está muito longe da suposição romântica de que seria o certo viver essa
profundidade das paixões.
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fundamentado em emoções e paixões, do que propriamente em avalia-
ções objetivas, racionais e científicas.
Sendo assim, analisando cautelosamente essa cena, que foi muito vista
nos últimos meses, é possível compreender a teoria de David Hume a
respeito das paixões. Esta teoria, com fundamentação cética, vai dizer
que a ação humana é muito mais baseada nas paixões, nas emoções,
e até mesmo nos chamados “elementos extrarracionais”, como dizia o
epistemólogo Imre Lakatos (1922-1974).
David Hume ainda dirá que além de haver as paixões como base para
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a nossa moral, o nosso comportamento e a nossa ação, o modo mais
seguro que teríamos para avaliar o nosso comportamento é o “Hábito”.
O “Hábito” de David Hume (escrito nesta exata forma, com o “H” maiús-
culo) diz que devemos levar muito a sério os hábitos antigos, pois mesmo
que não entendamos as suas fundamentações racionais, foram eles que
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garantiram a travessia humana através dos séculos.
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aula 3
A SENSIBILIDADE CÉTICA
TENDE A SER BLASÉ
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Aula 3
A sensibilidade cética tende a ser blasé
Desde a Grécia Antiga, o hábito é muito valorizado. Mas afinal de con-
tas, por que o cético entende o hábito como um conceito e como uma
experiência fundamental?
O hábito é, desde a Grécia Antiga, algo que o cético tem como conclu-
são, já que ele não pode erguer, de uma forma segura, as conclusões
da razão como algo fundamental ou sólido o suficiente para justificar o
mundo e o seu funcionamento.
Isto não significa que o cético não emite opiniões, mas sim que ele é
muito mais cuidadoso ao analisar opiniões fundamentadas. O ceticismo,
aliás, apresenta métodos. E para sê-lo, é necessário que seja capaz de
observar elementos históricos, analisar contextos específicos e também
saber quem são as pessoas envolvidas.
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na sua vida prática, visto que ela te daria sabedoria. Esta sabedoria, no
caso, afastaria você do racionalismo ou da adesão a ideologias no cam-
po político.
Isto tudo, contudo, não significa que viver de forma cética é o mesmo
que viver de forma positiva. Muito pelo contrário, já que muitos céticos
são também considerados pessoas niilistas, melancólicas e deprimidas.
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aula 4
EM POLÍTICA, O CÉTICO
TENDE SER CONSERVADOR
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Aula 4
Em política, o cético tende a ser conservador
Como está no próprio título da aula, o cético no meio político tende a ser
conservador. Com isto, ele também apresenta uma vocação para duvi-
dar de alguém, ou de um partido, que propõe mudanças muito radicais
ou mesmo propõe utopias.
Mas então qual é o vínculo que existe exatamente entre ceticismo e con-
servadorismo político?
Este vínculo é forte pois antes de tudo, o cético herda da tradição grega
e de David Hume (1711-1766) a suspeita em relação à prevalência das pai-
xões sobre a razão, no sentido de desorientar essa mesma razão.
O cético ainda herda, mais uma vez da tradição grega e de David Hume,
a suposição de que devemos valorizar os hábitos. E por valorizar os hábi-
tos, entenda que se trata de valorizar uma série de políticas estabeleci-
das ao longo de muito tempo.
Essa valorização dos hábitos também se associa ao fato de que nós não
conseguimos fundamentar os hábitos e as crenças em razões geomé-
tricas, como costumamos dizer na filosofia, e nem que conseguimos ex-
plicar a história humana de uma forma “científica”, com a utilização de
uma causa e efeito plena, por exemplo.
Um grande autor que desenvolve bem essa ideia é o russo Liev Tolstói
(1828-1910), no apêndice do segundo livro de “Guerra e Paz”. Neste apên-
dice, ele desenvolve a sua teoria acerca da história humana, que acaba
por ser profundamente cética.
Um exemplo claro deste delírio é que muitas pessoas, até hoje, não con-
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seguem acreditar na epidemiologia, na imunologia ou nos cuidados epi-
demiológicos. Essas pessoas, então, são delirantes.
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Citações e bibliografias:
Pirro de Élis (360 a.C - 270 a.C) - filósofo grego nascido na cidade de Élis.
Sextus Empiricus (160-210) - médico e filósofo grego que viveu entre os séculos
II e III D.C.
Fonte: Wikipédia
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