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AS RAÍZES DO CONCEITO DE
CONSERVADOR: EDMUND BURKE E
A REVOLUÇÃO FRANCESA
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aula 1
POR QUE A REVOLUÇÃO FRANCESA ERA
UM PROBLEMA PARA BURKE?
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Aula 1:
Por que a Revolução Francesa era um problema para Burke?
O tema do conservadorismo, no Brasil, é considerado muito “quente”,
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como é falado no jornalismo. E com isto, o jornalismo quer dizer que se
trata de um tema que facilmente entra em ebulição.
Sendo assim, por causa de suas atitudes e pensamentos, havia uma su-
posição de que Burke fosse a favor da Revolução Francesa, o que não era
verdade.
Tanto não é verdade, que de acordo com Russell Kirk (1918-1994), filósofo
político e historiador norte-americano, o livro de Burke a respeito de suas
considerações sobre a revolução na França é o primeiro documento en-
volvendo a reflexão conservadora moderna.
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É também Kirk que irá explicar a origem do termo “conservador”. Ele te-
ria começado a circular ainda na França, entre aqueles que ofereceram
resistência ao período conhecido como “Período do Terror”, que era co-
mandado pelos jacobinos.
Edmund Burke, portanto, identificou na Revolução Francesa uma inten-
ção de começar a França do zero. Um exemplo disto é a criação, por par-
te de revolucionários franceses, de um novo calendário, em que eventos
como o “Golpe do 18 de Brumário” fizeram parte.
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aula 2
DEFINIÇÃO DE
SOCIEDADE
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Aula 2
Def inição de sociedade
A Revolução Francesa era um problema para Burke, na medida em que
ela desejava criar uma nova concepção de sociedade.
Portanto, é válido dizer que nesta aula, vocês terão acesso à ideia de so-
ciedade concebida por Burke, que se contrapunha à visão de sociedade
dos franceses da revolução.
Esta famosa frase de Edmund Burke, que já foi exposta em aulas ante-
riores do curso, apresenta uma concepção de sociedade que visa con-
frontar dois ideais típicos da Revolução Francesa: a fetichização do novo
e o rompimento radical com o passado.
Com esta frase, é ainda possível identificar duas ideias centrais da tradi-
ção conservadora: a reverência aos mortos e o respeito ao passado.
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ricano Russell Kirk (1918-1994), a sociedade seria um contínuo histórico,
com o respeito aos mortos se devendo ao fato de que eles nos legaram
o mundo, enquanto nós, que vivemos nos tempos atuais, não temos cer-
teza do que seremos capazes de legar para aqueles que nascerão no
futuro.
A sociedade definida por Burke, que é reunidora dos vivos, dos mortos e
dos que ainda não nasceram, também toca em um outro tema central
da modernização, que é marcado, até mesmo de acordo com a herme-
nêutica marxista materialista, pela fetichização da noção de progresso.
Burke percebe, então, que havia uma vocação revolucionária para a rup-
tura. Talvez se vivesse nos dias atuais e dominasse a linguagem contem-
porânea, ele perceberia este fetiche através dos orgasmos que muitas
pessoas têm com a palavra “inovação”.
Contudo, esta visão de se jogar fora tudo que vem do passado é, infeliz-
mente, um pecado típico do mundo brega em que vivemos.
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aula 3
CALCULADORES, SOFISTAS E
ECONOMISTAS
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Aula 3
Calculadores, sofistas e economistas
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Além de “teorias do gabinete” (no original, “closet theories”), há uma ou-
tra figura de linguagem que Burke utiliza, e que acaba por se tornar um
termo clássico da tradição conservadora.
Dessa forma, para Burke, essas três figuras, que podem ser chamadas de
“especialistas”, reúnem uma certa qualidade e uma certa disposição de
espírito na prontidão que apresentam para encarar a realidade.
Não se trata também de uma tradição anticlerical, mas sim de uma tra-
dição com um olhar e um recuo metodológico e epistemológico sobre o
mundo, com o intuito de perceber a dinâmica transformadora moderni-
zadora, e os problemas que essa dinâmica causa.
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Agora, alterando o direcionamento da aula, lhes faço a pergunta: o que
são sofistas?
E os “sofistas originais”, por assim dizer, são os filósofos gregos que colo-
caram em dúvida o caráter absoluto do conhecimento. Foram eles que
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aula 4
LITTLE PLATOONS, IMAGINAÇÃO
MORAL E PRUDÊNCIA
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Aula 4
Little Platoons, imaginação moral e prudência
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Ainda no assunto da aula passada, em que cito os calculadores, Burke
possui uma definição para esse grupo de pessoas.
Burke também vai dizer que o homem não é um ser que só escolhe a par-
tir de decisões racionais. Portanto, não é possível calcular o mundo ple-
namente, e muito menos reduzi-lo à lógica da economia, considerando
o homem unicamente como um ser que otimiza ganhos e evita perdas
econômicas.
Logo, a sua formação como pessoa estaria muito mais ligada ao am-
biente em que vive, do que necessariamente à uma grande abstração.
Esta linha de raciocínio vai fazer com que Burke escreva uma frase que
se tornaria notória posteriormente, em referência a esses especialistas e
calculadores.
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Exemplificando o caso, a tradição conservadora seria aquela que valori-
zaria muito mais o prefeito do que o presidente da república.
Isto demonstra, dentre outras coisas, o quão longe os bolsonaristas es-
tão longe da tradição conservadora, visto que um conservador clássico
jamais idolatra um presidente ou qualquer líder político.
Com tudo isto dito, é válido também ressaltar que a ideia do “little pla-
toon” se refere à sua família, à sua escola e à cidade em que vive. Con-
tudo, este conceito, aplicado inicialmente no século XVIII, obviamente
não é o mesmo conceito aplicado nos dias de hoje, apesar de continuar
valendo a ideia de que a disposição moral, política e comportamental
das pessoas são muito mais influenciadas pelo grupo no qual crescemos
e vivemos o nosso cotidiano, do que pela humanidade em si.
E por fim, mas não menos importante, Burke ainda nos apresenta à vir-
tude da prudência, que talvez seja a maior virtude que a tradição con-
servadora põe em questão.
Ela basicamente diz para termos cuidado e paciência, visto que pode-
mos perdê-las muito facilmente. Mas ela também relaciona a caracte-
rística da prudência com as figuras dos líderes da sociedade.
O ideal, portanto, é que esses líderes sejam, antes de tudo, pessoas pru-
dentes, cuidadosas, bem educadas e que ao invés de conflitos, busquem
o consenso.
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Citações e bibliografias:
Fonte: Wikipédia
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