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UMA REFLEXÃO SOBRE A REVOLUÇÃO NA FRANÇA POR

EDMUNDO BURKE
ANGELO CLAIR OLIVEIRA
MATRICULA 17106382
POLO SÃO SEPÉ- UFPEL

“Revolução francesa foi um marco de ignorância e brutalidade “

INTRODUÇÃO

Edmund Burke , Nasceu em Dublin, 12 de janeiro de 1729 e faleceu em Beaconsfield, 


9 de julho de 1797 foi um político liberal, filósofo, teórico político e orador irlandês,
membro do parlamento londrino pelo Partido Whig.

Sua principal expressão como teórico político foi a crítica que formulou à ideologia da
Revolução Francesa, manifesta em Reflexões sobre a revolução na França e sobre o
comportamento de certas comunidades em Londres relativo a esse acontecimento, de
1790

Eleito para a Câmara dos Comuns, onde tornou-se conhecido por suas posições
economicamente liberais e politicamente conservadoras: era favorável ao atendimento
das reivindicações das colônias americanas, à liberdade de comércio, era contra a
perseguição dos Católicos, mas sempre defendendo um mínimo de prudência e
moderação e rejeitando o culto ao progresso característico ao iluminismo.

Chegou mesmo a denunciar as injustiças cometidas pela administração inglesa na Índia.


No entanto, não podia aceitar facilmente os excessos da Revolução Francesa de 1789,
expondo tais críticas na obra Reflexões sobre a revolução na França, de 1790. Burke
acreditava que a revolução francesa foi um marco de ignorância e brutalidade, acusando
principalmente a execução brutal de "homens bons" como Lavoisier e a opressão do
chamado "Reino do Terror" .
DESENVOLVIMENTO

Entendendo o Conservadorismo

No âmbito do debate estritamente político, o conservadorismo geralmente é associado


às variadas posições contrárias aos avanços das pautas da esquerda. É implicado como
conservador o indivíduo ou grupo político contrário, por exemplo, à luta pela
universalização dos direitos e às demandas pela radicalização da democracia.

O conteúdo político, teórico e social dessa corrente de pensamento e ação com


frequência aparece fundido ao pensamento liberal. Liberalismo e conservadorismo são
tomados, corriqueiramente, como sinônimos.

A matriz ideológica do conservadorismo é, reconhecidamente, o pensamento de


Edmund Burke. Deste autor e da tradição fundada por ele, provém boa parte das ideias
que conferem conteúdo às várias expressões do conservadorismo no cotidiano.

Há consenso, no debate sobre o pensamento social e político fundado na modernidade,


quanto às Reflexões sobre a revolução na França de Edmund Burke, constituírem-se
como ponto de partida do conservadorismo clássico.

O que é central e motiva uma recuperação da principal de sua obra é sua concepção de
revolução, que é distinta daquela consagrada pelas várias correntes progressistas
existentes no período pré e pós 1789.

Para ele, a revolução não significa a transformação radical de uma sociedade, momento
fundador de uma nova sociabilidade e, por isso, crivado por contradições, tensões, mas
também por elementos e valores emancipatórios. Esse tipo insurrecional de revolução é
tomado, de maneira unilateral, como momento de decadência e degradação, no qual a
ordem estabelecida é destruída e as tradições, rebaixadas.

O conservadorismo, tanto clássico, quanto contemporâneo, renuncia aos modernos


ideais de democracia e justiça social, tomando-os como niveladores sociais. Ou seja,
utópicos desejos meramente subjetivos de igualdade. Tais utopias seriam inaceitáveis
sob o ponto de vista conservador, uma vez que a desigualdade social seria natural e
positivamente constituída. Edmund Burke (2014, p. 70) afirma que:

“Aqueles que tentam nivelar nunca igualam. Em todas as sociedades,


consistindo em várias categorias de cidadãos, é preciso que alguma delas
predomine. Os niveladores, portanto, somente alteram e pervertem a
ordem natural das coisas, sobrecarregando o edifício social ao suspender
o que a solidez da estrutura requer seja posto no chão”

Sua raiz teórica centrada no ceticismo e empirismo, ou seja, vai criticar


princípios abstratos, aponta duas falácias da Natureza humana imperfeita e e a
maximação de valores Abstratos.
Pensar que o estado não há perfeição humana, não é o estado que deve realizar o
aprimoramento da moral humana. Há natureza humana é imperfeita e por isso a questão
do ceticismo esperar que o estado o seja perfeito. Sendo ele formado por seres humanos.

‘Os governos simples encontram-se fundamentalmente defeituosos. Se


tivesse de contemplar a sociedade por um único ponto de vista, todas
essas formas simples de constituição de um Estado pareceriam
infinitamente cativantes. Edmund Burke

Burke critica os valores Abstratos Critica a maximação dos valores abstratos, liberdade
(liberalismo) critica de fundar toda a estrutura em cima de um valor forte como a
liberdade, ou na vertente do socialismo na igualdade, ele aponta este erro porque são
valores abstratos e é muito perigoso de tratar com valores abstrato,porque a realidade é
complexa, Burke aponta que um valor abstrato forte é contra a realidade múltipla e
complexa é difícil tratar com isto.

Existem algumas estruturas na sociedade que sobreviveram ao teste do tempo,como


agrupamento familiar,a sociedade comercial,a linguagem,os ritos,regras de justiça , são
elementos que para Burke se mostraram uteis para a sociedade , elas sobreviveram ao
que ele chamou de o teste do tempo

Reconhece que a Constituição francesa se tinha degradado e esfacelado desde que os


franceses deixaram de usufruí-la. Entretanto, ainda possuíam as fundações e algumas
paredes de um antigo e venerável edifício. Teriam podido reparar estas paredes e
construir sobre estás antigas fundações.

Para o autor os franceses possuíam todas estas vantagens em seus antigos Estados, mas
preferiu agir como se nunca tivessem sido moldados em uma sociedade civil, como se
pudessem tudo refazer a partir do nada. Começaram mal porque começaram por
desprezar tudo aquilo que lhes pertencia

Acreditava que os Franceses Possuíam nos seus antigos Estados esta variedade de partes
correspondentes às diferentes classes que felizmente compunham a nação; tinham as
combinações e oposições de interesses, a ação e a reação que, no mundo natural e no
mundo político, dão a harmonia do conjunto das lutas recíprocas de poderes
discordantes.

Burke aponta Tais oposições e conflitos, que os franceses consideram uma tão grande
imperfeição na sua antiga Constituição e na nossa, impõem, no entanto, um freio salutar
a todas as resoluções precipitadas. Acreditava que ,Respeitando seus ancestrais, teriam
aprendido a respeitar a si mesmos. Não teriam querido considerar os franceses como um
povo de ontem, como uma vil nação de infelizes escravos até a emancipação de 1789.

A revolução na França, em contraste, haveria realizado uma ruptura abrupta,


desnecessária (“fútil”) e violenta com as heranças da tradição. A partir de interesses
acusados de serem particularistas, a sociedade francesa teria sido violentada e devastada
por revolucionários inconsequentes. Escreve ele:
Leis viradas de cabeça para baixo; tribunais subvertidos;
indústria sem vigor; comércio agonizante; impostos
sonegados e, ainda assim, o povo empobrecido; uma Igreja
saqueada sem o que o Estado obtivesse alívio com isso;
anarquia civil e militar transformada em constituição do
reino; tudo que era humano e divino sacrificado [...]. Eram
necessários todos esses horrores [...] roubos, violações,
assassinatos, massacres, incêndios por toda a extensão de
sua terra devastada. (Burke, 2014, p. 60-61)

Dizia que , na imensa e complicada massa de paixões e preocupações humanas, os


direitos primitivos do homem experimentam tal variedade de refrações e reflexos, que
se torna absurdo discuti-los como se continuassem na simplicidade de sua direção
original.

“ A natureza do homem é complicada, Os objetivos da


sociedade são da maior complexidade possível; logo,
quaisquer disposição e direção simples de poder não podem
adequar-se nem à natureza do homem, nem à qualidade dos
negócios que trata. Quando percebo a simplicidade das
invenções que criam, para o orgulho de seus idealizadores,
novas constituições políticas, não consigo decidir-me
quanto a considerar seus autores grosseiramente ignorantes
do negócio ou totalmente negligentes em seu dever.”

Burke gostaria que os seus compatriotas não estivessem se precipitando pelo caminho
mais curto em direção a esta situação horrível e repugnante. Uma pobreza de
concepção, uma rudeza e uma vulgaridade já se manifestam em todos os procedimentos
da Assembleia e dos homens que a inspiram. Sua liberdade não é liberal.

Vai dizer que a ciência é ignorância presunçosa. O humanismo é selvagem e brutal.


critica fortemente a Revolução Francesa, sobretudo em razão dos ideais fundados em
mudanças abruptas, que conduzem a consequências imprevistas e indesejáveis (salto no
escuro). Por que ele afirma que os "direitos dos homens" são incompatíveis com a ideia
de sociedade, Para Burke, os antigos costumes e regras de vida são de suma importância
para a coesão social.
CONCLUSÃO

É possível concluir, com base nesses argumentos do autor, que ele anseia por uma
“revolução sem revolução”, ou seja, mudanças “pelo alto”, localizadas e específicas.

Procurando explicações para um evento da envergadura da Revolução Francesa, Burke


aponta a Assembleia que convocou os Estados gerais como elemento central para o
desencadeamento daquele processo. Justifica sua afirmação apontando que haveria uma
representação desproporcional dos interesses da sociedade francesa naquela instituição

Na visão dele, seria papel da nobreza e dos mais altos signatários das classes
dominantes a realização das mudanças políticas na França, não dos setores dominados
da sociedade.

Com isso, Burke insere uma ideia cara e central ao conservadorismo: aquela segundo a
qual a política deve ser feita por proprietários, pois estes seriam sujeitos “naturalmente”
propensos à preservação da ordem e à manutenção da sociedade vigente.

Referências bibliográficas

 BURKE, Edmund. Reflexões sobre a revolução na França. Tradução José


Miguel Nanni Soares. São Paulo: Edipro, 2014

 BURKE, Edmund. Reflexões sobre a Revolução em França. Brasília: Ed. UnB,
1997.

 SOUZA, Jamerson Murillo Anunciação –Professor : UFPE

 RAMIREZ, Diego Professor , Vídeo aula, Seminário de História da Filosofia


Moderna : UFPEL. 2018

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